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Historia Do Brasil Vol II - Pedro Calmon
Historia Do Brasil Vol II - Pedro Calmon
Pedro Calmon
1ª edição — outubro de 2023 — CEDET
Copyright © Herdeiros de Pedro Calmon
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eletrônica ou mecânica, fotocópia, gravação ou qualquer outro meio de reprodução, sem
permissão expressa do editor.
Sob responsabilidade do editor, não foi adotado o Novo Acordo Ortográ co de 1990.
Editor:
Felipe Denardi
Preparação de texto:
Ulisses Trevisan Palhavan
Capa:
José Luiz Gozzo Sobrinho
Diagramação:
Maurício Amaral
Revisão de provas:
Natalia Ruggiero
Flávia eodoro
Juliana Coralli
Victor Figueiredo
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Conselho editorial:
Adelice Godoy
César Kyn d’Ávila
Silvio Grimaldo de Camargo
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)
Calmon, Pedro (1902–1985).
História do Brasil: século xvi – As origens / Pedro Calmon;
apresentação de omas Giulliano
Campinas, sp: Kírion, 2023.
isbn 978-65-87404-86-8
1. História do Brasil 2. Período colonial
i. Título ii. Autor
cdd 981 / 981-03
INCORPORAÇÃO DO NORTE
DIOGO BOTELHO
A COSTA LÉS-OESTE
O CEARÁ
ODISSÉIA DE PERO COELHO
DOIS MISSIONÁRIOS
COCO E BALEIAS
HOLANDESES NA BAHIA
JUSTIÇA NOVA
A RELAÇÃO
GOVERNAÇÃO DO SUL
DECEPÇÃO DE D. FRANCISCO
A ADMINISTRAÇÃO DAS MINAS
II: M P
FRANÇA EQUINOCIAL
NOBRES E FRADES
INTENÇÕES DO REI
SÃO LUÍS
A REAÇÃO
MARTIM SOARES MORENO
GASPAR DE SOUSA
A SEGUNDA MISSÃO
GUAXENDUBA
TRÉGUAS
O BANGALA
CAPITULAÇÃO
AFINAL O PARÁ!
PERNAMBUCO EM VEZ DA BAHIA
SANTO OFÍCIO
PRATA QUE NÃO SE ACHOU
III: A H
PRELIMINARES
MATIAS DE ALBUQUERQUE
GOVERNADOR E BISPO
COMPANHIA DAS ÍNDIAS
AUMENTOS DO BRASIL
COMÉRCIO E RENDAS
CRISTÃOS-NOVOS
A EXPEDIÇÃO
TOMADA DA BAHIA
REAÇÃO E ASSÉDIO
RECUPERAÇÃO DA CIDADE
RESTAURAÇÃO
CASTIGOS E FESTAS
DEVASTAÇÃO
IV: A
PARAÍBA
RIO GRANDE
CEARÁ
MARANHÃO
PAR Á
CONQUISTA DO AMAZONAS
VI: O S
JESUÍTAS NO PARAGUAI
O PRIMEIRO CHOQUE
SÃO PAULO... MIRIM
PARNAÍBA E TAUBATÉ
PIRES E CAMARGOS
O COLÉGIO
GUERRA DE CORSO
DESTRUIÇÃO
IMPUNIDADE
EXPULSÃO DOS JESUÍTAS DE SÃO PAULO
SEPARAÇÃO DAS CAPITANIAS DO SUL
REAÇÃO DOS PADRES
INQUIETAÇÃO CONSTANTE
VIII: U
AUMENTOS DA CIDADE-CAPITAL
D. PEDRO DA SILVA
SOCORROS DE ESPANHA
ATAQUE DE NASSAU À BAHIA
X: S R
A ACLAMAÇÃO NO RIO
SÃO PAULO E AMADOR BUENO
DESTITUIÇÃO DO VICE-REI
CONSELHO ULTRAMARINO
O JUIZ DO POVO
REPRESENTAÇÃO...
PRIVILÉGIOS BURGUESES
XII: A N
DESLEALDADE...
A QUEDA DE ANGOLA
PERDA DO MARANHÃO
ESPLENDOR DA NOVA HOLANDA
PROSPERIDADE
OS ESCABINOS
JOÃO FERNANDES VIEIRA
RECONQUISTA DO MARANHÃO
DECLÍNIO
O PROBLEMA DAS DÍVIDAS
XIII: R
A REBELIÃO GENERALIZADA
TEMPO E MAR
A ARMADA DE SEGISMUNDO
PENEDO E ITAPARICA
XV: R N
NOVAS ESPERANÇAS
A SEGUNDA BATALHA
A COMPANHIA DE COMÉRCIO
A PRIMEIRA ESQUADRA
A ALIANÇA INGLESA
OPERAÇÕES FINAIS
A CAPITULAÇÃO
ENTRADA NO RECIFE
FEUDALISMO CONDENADO
XVII: O -
CREDULIDADE
MINAS FABULOSAS
A CASA DA TORRE
DESCOBRIMENTO DO PIAUÍ
MISSÕES DO SÃO FRANCISCO
PENETRAÇÃO
D. RODRIGO DE CASTELO BRANCO
XIX: B
OUTROS TEMPOS
COMÉRCIO DE BUENOS AIRES
RAPOSO TAVARES
VACARIA
AGOSTINHO BARBALHO
NORTE E OESTE
XX: D
A ILUSÃO DO GOVERNADOR
A COSTA DO SUL
PARANAGUÁ
LAGUNA E SANTA CATARINA
CURITIBA
SABARABUÇU
CAPITANIA DO ESPÍRITO SANTO
ESMERALDAS DE FERNÃO DIAS
FIM DE D. RODRIGO
XXI: A C S
TRIUNVIRATO PATRÍCIO
ROQUE DA COSTA
O REGIMENTO
SÉ ARQUIEPISCOPAL
CONVENTOS
OBRAS URBANAS
HIGIENE E DEFESA
XXIII: P
SERGIPE
AS ALAGOAS
RECIFE E OLINDA
RESTAURAÇÃO DA VILA ANTIGA
LUTA DE JURISDIÇÕES
BRITO FREIRE
O “XUMBERGA”
PARAÍBA
RIO GRANDE
CEARÁ
XXIV: O N
A ÁREA AMAZÔNICA
EM FAVOR DO ÍNDIO
VIEIRA NO MARANHÃO
A VOZ DA CATEQUESE
FLORESCEM AS MISSÕES
O CASO DE MARAJÓ
A RETIRADA DOS PADRES
PARTIDOS DA CORTE
ECONOMIA PRIMITIVA
REBELIÃO DOS MARANHENSES
A FRONTEIRA SETENTRIONAL
ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE
O CAMINHO DA BAHIA
XXV: N
BRASIL EM ÁFRICA
NEGROS FUGIDOS
A LUTA INFINDÁVEL
DOMINGOS JORGE VELHO
A GUERRA DO AÇU
PAZES INESPERADAS
A DERROTA DOS QUILOMBOLAS
COMO ACABOU O ZUMBI
XXVI: O “ B”
O “BRAÇO DE PRATA”
O CASO DO ALCAIDE
MARQUÊS DAS MINAS
A EPIDEMIA GRANDE
MATIAS DA CUNHA
CÂMARA COUTINHO
ALTERAÇÕES DA MOEDA
MOEDA PROVINCIAL
ALIMENTOS E JUSTIÇA
VIAGEM E MORTE DO ARCEBISPO
D. JOÃO FRANCO
XXVII: O D. J L
O PREFERIDO DA TERRA
A CASA DA MOEDA
O SALITRE
VILAS E JUÍZES
XXVIII: M
PREDOMÍNIO DO BACHAREL
MARCHA PARA O ABSOLUTISMO
VEREADORES
CENTRALIZAÇÃO
ORDEM SERTANEJA
OS IRMÃOS VIEIRA
1700
XXIX: I
MINAS GERAIS
ARTUR DE SÁ
OS ARRAIAIS
O GUARDA-MOR
XXX: F
SUFICIÊNCIA
O INTERESSE DE PORTUGAL
PAU-BRASIL
AÇÚCAR
A ESCRAVATURA
TABACO
CRIAÇÃO DE GADO
ESPECIARIAS
DÍZIMOS DO ESTADO
XXXI: A XVII
INICIAÇÃO LITERÁRIA
A LÍNGUA
O ENSINO
MAZOMBOS
FREI VICENTE
AS TRÊS CARACTERÍSTICAS
AUTORES
ANTÔNIO VIEIRA
GREGÓRIO DE MATOS
POETAS MENORES
ESTUDANTES
FRADES
ESCOLAS E LIVROS
CIÊNCIA
XXXII: A
ORIGINALIDADE IMPOSSÍVEL
O BARROCO
ARQUITETOS
SÍNTESE DO 2º SÉCULO
N R
APRESENTAÇÃO: P C
,
A sociedade brasileira, como uma paisagem, é um sistema cuja
estrutura e evolução são determinadas por múltiplos fatores.
Considerá-los na indissociável coesão que os une é
fundamental se quisermos compreender o funcionamento da
história nacional. Historicamente, não somos órfãos de pais
desconhecidos. A continuidade, que não signi ca indiferença
aos dramas herdados, é uma consciência própria do homem.
Diante do passado, temos a percepção de nossa
individualidade e com a história compreendemos o que os
homens foram, zeram, conseguiram. Se saíssemos da história,
tombaríamos no nada. Pensá-la é vê-la no reino do possível.
omas Giulliano16
Nomenclatura 17
Rios
Nome antigo Nome atual
Cuchiguará Purus
Caiari Madeira
Paranaíba Xingu
Paraupaba Tocantins
Vicente Pinzón Oiapoque
Jenipapo Paru
Grande Jequitinhonha
Iguaí Jacuí
Piraí Apa
Cidade
Nome antigo Nome atual
In dedicatória da
História da Província Santa Cruz,
de Pero de Magalhães Gandavo (1576).
I: E C S P
INCORPORAÇÃO DO NORTE
DIOGO BOTELHO
Diz Frei Vicente do Salvador que, mal chegou à Bahia, mandou tirar
o pelourinho da frente do palácio, “lembrando-se que estivera já ao pé
de outro para ser degolado por seguir as partes do senhor D. Antônio,
culpa que Sua Majestade lhe perdoou, por casar com uma irmã de
Pedro Álvares Pereira, que era secretário na corte”.20
O indulto aproveitara a um homem de visão larga.
A COSTA LÉS-OESTE
“Em procurar por terra o que por mar não alcançavam” (escreveu o
Padre Vieira, em 1658), habituar-se-iam os missionários a mandar os
correios através dos rios, “levando a mãos, por entre o rolo do mar e a
ressaca das ondas, sempre por costa bravíssima”, pequenas canoas.
O CEARÁ
Com a recomendação de seguir por terra, formou Pero Coelho a sua
expedição com duzentos índios (tobajaras e petiguares)24 e os “línguas”
Manuel Miranda, Pero Congatan, Simão Nunes Correia, João Cid,
João Vaz Tataperica, o francês Tuim Mirim, Martim Soares Moreno,
sobrinho do Sargento-mor Diogo de Campos Moreno, a quem este,
“de mui pequeno, havia mandado com Pero Coelho de Sousa para que,
servindo naquela entrada, aprendesse a língua dos índios e seus
costumes”.
DOIS MISSIONÁRIOS
COCO E BALEIAS
JUSTIÇA NOVA
A RELAÇÃO
GOVERNAÇÃO DO SUL
DECEPÇÃO DE D. FRANCISCO
FRANÇA EQUINOCIAL
NOBRES E FRADES
INTENÇÕES DO REI
SÃO LUÍS
A REAÇÃO
GASPAR DE SOUSA
A SEGUNDA MISSÃO
GUAXENDUBA
TRÉGUAS
O BANGALA
CAPITULAÇÃO
AFINAL O PARÁ!
“Para que do reino e dos Açores vá gente que povoe aquelas partes”.110
Nos entrementes saiu Martim Soares Moreno (como capitão de
Gumá) a paci car os índios da costa, espantados e espalhados com a
expulsão dos franceses; e Francisco de Frias consertou o Forte de S.
Luís — chamado agora de São Filipe. De Luís xiii a Filipe iii...
SANTO OFÍCIO
Averiguou então (indo para isto com grande comitiva a São Cristóvão
de Sergipe) o que havia de verdade na promessa de Belchior Dias
Moréia, de umas minas de prata que deixariam longe o Potosi...
PRELIMINARES
GOVERNADOR E BISPO
Sabia pela carta do rei, de 3 de agosto de 1622, que disto o noti cara,
avisando-o da necessidade de forti car a Bahia e outras praças.142 De
fato a forti cou,
cercando-a pela parte da terra de vala de torrões; e porque a casa que servia de almazém,
junto à da alfândega, estava caída, começou a fazer outra no cabo da sua, para que o alto lhe
casse servindo de galeria e o baixo de almazém [...]. Também começou a fazer a fortaleza
do porto em um recife que ca um pouco apartado da praia, havendo provisão de Sua
Majestade para se fazer não só da imposição do vinho, que estava posto nesta Bahia, mas
também da de Pernambuco e Rio de Janeiro e que do dinheiro que recebem os mestres, não
dos fretes, senão de outro que eles introduzem chamado de avarias, que ordinariamente são
duas patacas por caixa, desse quatro vinténs cada um para a obra da fortaleza [...] e de que
não pode tirar o louvor também do arquiteto Francisco de Frias que a traçou.143
AUMENTOS DO BRASIL
É
COMÉRCIO E RENDAS
A EXPEDIÇÃO
TOMADA DA BAHIA
REAÇÃO E ASSÉDIO
RECUPERAÇÃO DA CIDADE
RESTAURAÇÃO
Era o m.
Enviou o General João Vicente de San Felice (que tanto avultou, nas
campanhas posteriores, com o título de Conde de Banholo) e Diogo
Ruiz, para, juntamente com o capitão-mor da esquadra Tristão de
Mendonça e Lancerote da Franca,196 ultimarem a captura dos vencidos.
Foi tudo concertado a 30 de abril. Largariam armas, bandeiras,
petrechos e riquezas. Seriam repatriados nos seus navios com a roupa
do corpo; não combateriam contra Espanha até chegarem à Holanda;
os o ciais conservariam as espadas...
CASTIGOS E FESTAS
DEVASTAÇÃO
PIETER HEYN
Dir-se-ia que Pieter Heyn fora ali vingar Johan van Dorth! Retirou-se
de nitivamente em 14 de julho. Os lucros de sua expedição rapace e,
sobretudo, a conquista da “frota da prata”, que o celebrizou em
setembro de 1628, rendendo-lhe 9 milhões de ducados, compensaram
os prejuízos de 1625 e habilitaram a Companhia das Índias para
empresa maior: a ocupação do Norte do Brasil.
ÍNDIOS REBELDES
DEBILIDADE ESPANHOLA
A CONQUISTA ESTENDE-SE
V: O N
PARAÍBA
RIO GRANDE
O Rio Grande era pouco mais do que a Fortaleza dos Reis Magos,
ainda incompleta, donde saíram os pioneiros da conquista lés-oeste.
Em 1612 a cidade tinha
pobremente acomodados até 25 moradores brancos, fora da obrigação da fortaleza, e destes
tem pelas roças e redes e fazendas principiadas da capitania até 80 moradores, os quais
(continua o Livro que dá razão do Estado) pediram modo de governança e se lhes concedeu
o ano de 611, pelo Governador D. Diogo de Meneses, o qual com parecer da Relação elegeu
o juiz, um vereador e escrivão da câmara, procurador do conselho e procurador dos índios.
CEARÁ
MARANHÃO
PAR Á
Não foi mais feliz do que Luís Aranha o Capitão-mor Luís do Rego
Barros, primo do governador: irritou os colonos, afrontou-lhes a
rebeldia e teve de fugir para o Maranhão. Elegeu o povo, em Belém,
seu tio Antônio Cavalcanti de Albuquerque (que já governara na
ausência de Jácome Raimundo). Voltou porém Luís do Rego Barros:
sublevou-se a mesma gente, e desta vez o depôs. Passados dez meses —
desvanecida a agitação — recebeu-o paci camente.288
CONQUISTA DO AMAZONAS
ESPÍRITO SANTO
RIO DE JANEIRO
DESCIDA DO MORRO
SÃO VICENTE
AS TRÊS VILAS
SANTOS
O GRANDE DESERTO
JESUÍTAS NO PARAGUAI
O PRIMEIRO CHOQUE
PARNAÍBA E TAUBATÉ
PIRES E CAMARGOS
O COLÉGIO
GUERRA DE CORSO
DESTRUIÇÃO
IMPUNIDADE
Í
EXPULSÃO DOS JESUÍTAS DE SÃO PAULO
É
É imaginar a emoção causada no Rio de Janeiro pela presença do
Padre Taño, munido do Breve pontifício.
INQUIETAÇÃO CONSTANTE
CALABAR
NA PARAÍBA
Veio Nassau.
A CONSOLIDAÇÃO DO DOMÍNIO
O plano administrativo de Nassau estava em função da guerra.
Não se retardou.
D. PEDRO DA SILVA
SOCORROS DE ESPANHA
É
É certo que, se mudasse de idéia, e deitasse na costa pernambucana a
sua tropa, teria acabado com o estado amengo do Brasil. Mas
ignorava os recursos de Nassau e o seu roteiro fora traçado com seca
exatidão. Surpreendeu-se — isto sim — da situação de penúria em que
achou a Bahia — ao assumir-lhe o governo em 23 de janeiro de 39.
Tomou-o, aliás, para o imenso trabalho de preparar a armada,
apercebendo-a de tudo — para o decisivo encontro. Pasmasse a corte!
Não havia “bastimentos”, nem em depósito nem a comprar, e nada do que a Vossa Majestade
se tinha avisado pertencente a seu real serviço; antes os soldados descontentes e por pagar, a
Fazenda Real consumida e endividada em mais de 15 mil cruzados, sem ter consignação de
que me aproveitar, os armazéns sem armas, as forti cações dani cadas e caídas.455
CATÁSTROFE
O VICE-REI MONTALVÃO
o incêndio das canas e assolação dos engenhos de Pernambuco;480 terrível guerra e a que mais
desespera ao inimigo. Em dezembro, embaixadores do mesmo neste porto a pedir tréguas, a
oferecer partidos, a reconhecer a superioridade de nossas armas, de que pouco antes tanto
zombavam.
TRÉGUAS
D. JOÃO IV E A BAHIA
A ACLAMAÇÃO NO RIO
CONSELHO ULTRAMARINO
O JUIZ DO POVO
REPRESENTAÇÃO...
PRIVILÉGIOS BURGUESES
Mas o Senado da Câmara (título que então se lhe deu) quis mais: o
direito de ter lugar permanente nas cortes, e “no primeiro banco”, a par
das cidades antigas... Era então procurador da Bahia (e por sinal que
tão desleixado que não durou no cargo) o bacharel Gregório de Matos.
Naturalmente por ser o letrado brasileiro mais em evidência em
Lisboa, o poeta fora incumbido de advogar-lhe os interesses. Devia
a rmar (recomendou a Vereação em carta de 9 de março de 1673) que
este estado do Brasil é de grandeza e importância ao serviço de Vossa Alteza, e esta cidade
cabeça dele, e lealmente tão nascida do seu amor, como se viu na prontidão e alegria com
que aceitou e celebrava a feliz aclamação do Rei D. João iv.520
DESLEALDADE...
A QUEDA DE ANGOLA
PROSPERIDADE
OS ESCABINOS
É
É signi cativo o silêncio de Barleo a respeito dessa reunião.
Entreteve, sem convencer. Mas, embora queixosos, e bradando que a
religião católica não tinha as garantias do calvinismo, os escabinos
con avam em Nassau. Ganhavam tempo...
Sobravam motivos.
RECONQUISTA DO MARANHÃO
Í
DECLÍNIO
Í
O PROBLEMA DAS DÍVIDAS
A manobra era audaz. Num papel de 1643, que con rmou, em linhas
gerais, no sermão de 21 de agosto de 44, propôs a el-rei aceitasse os
cristãos-novos e, com isto, deles privasse a Holanda. O seu argumento
foi oportunista: a tolerância, recomendada como ardil de guerra,
reforçaria a defesa do reino e lhe permitiria ter duas Companhias de
comércio, uma ocidental, outra oriental, com que protegesse as frotas
do Brasil e da Índia. Pretendia, pois, combater o inimigo católico com
as armas do herege: as Companhias. Adaptando-as, porém, à
debilidade nacional, e aproveitando a lição da América. Chamasse D.
João iv os hebreus de Flandres que, naquele exílio, se vingavam do
Santo Ofício, alimentando com os seus capitais a conquista do Brasil:
renasceria assim a armada dos bons tempos, a fortuna dos bons reis!
Infringia Vieira com o extraordinário alvitre os preconceitos,
sobretudo a mentalidade da nobreza e do clero, que se formara, de um
século a esta parte, agravada pelas represálias judaicas à perseguição
na península. A própria Companhia de Jesus alarmou-se com a
vivacidade de suas opiniões. Nem esquecia a nobreza que uma das
justi cativas da Restauração fora a benignidade de Filipe iv com os
cristãos-novos, que, a nal, sempre tinham achado ocasião de transigir
com o monarca espanhol. Mas D. João iv — calculista e silencioso —
não lhe reprovou a sugestão.
OS JUDEUS
A SURPRESA PERNAMBUCANA
ANDRÉ VIDAL
O MOVIMENTO
INTRIGAS E PLANOS
OPORTUNIDADE PERDIDA
Dito e feito.
Fundeou a grande expedição de Salvador de Sá à vista do Recife,
onde causou alarmada surpresa; e contentou-se em trocar amistosos
recados com a praça, zarpando para a Europa logo que a demora se lhe
tornou incômoda. Já se preparava o Almirante Lichthardt, com os
poucos barcos que havia acolá, para resistir-lhe. Não foi preciso.
Jamais pretendera o futuro herói de Angola revestir-se da glória de
libertador de Pernambuco.576 Abandonou à própria sorte Jerônimo
Serrão e a sua infantaria.
CONFRATERNIZAÇÃO
Se não tinham vindo com esta idéia, a partir de então não tiveram
outra.
A REBELIÃO GENERALIZADA
TEMPO E MAR
A ARMADA DE SEGISMUNDO
PENEDO E ITAPARICA
M. que aquele negócio estava mui cru? Pois os que então o acharam
cru, cozam-no agora”.
TRANSES DIPLOMÁTICOS
D. João iv, por sua vez (não podendo expedir mais navios, além dos
que levara o Conde de Vila Pouca) mandou um general: Francisco
Barreto.
O GENERAL
GUARARAPES
É
É o próprio Barreto a contar:
Chegou a armada do inimigo a 14 de março617 e preveniu toda a sua infantaria até 18 de abril,
dia em que saiu à campanha com seu exército, o qual constava de 5.200 infantes, 500 homens
do mar, e 300 índios e tapuias; traziam em todos seus batalhões 60 bandeiras, demais de um
estandarte grande com armas das Províncias Unidas e Estados-Gerais, cinco peças de
artilharia, muitos víveres, munições e dinheiro. Governava este exército Segismundo
Schkoppe com seis coronéis, a saber, Haus, Van Elst, Hautyn, Pedro Keerweer, Van den
Brande e Brinck.618
Continua o padre:
Entre os feridos foi um o General Segismundo. Entre os mortos o Coronel Hus, que era o
mais antigo, e o Coronel Vandennoven, e muitos capitães e o ciais até número de 50 [...].
Escrevem os do Recife que os portugueses estão fortes como um muro (que é frase sua).
CONSEQÜÊNCIAS
NA EUROPA
RETOMADA DE ANGOLA
XVI: A
NOVAS ESPERANÇAS
A SEGUNDA BATALHA
Em carta para Haia, fez o Conselheiro Michel van Goch estas graves
considerações:
A respeito do combate acima relatado, notei sobretudo duas particularidades que (em meu
parecer) merecem muita atenção: em primeiro lugar, as tropas do inimigo, saindo dos matos
e de detrás dos pântanos e outros lugares, onde têm a vantagem da posição, atacam sem
ordem e em completa dispersão e se aplicam em romper diferentes quartéis. Em segundo
lugar, as tropas inimigas são ligeiras e ágeis para correrem adiante ou se afastarem; por causa
de sua crueldade inata são temíveis também; eles se compõem de brasilianos, tapuias,
negros, mulatos, mamelucos, etc., todas as nações do país; aliás, portugueses e italianos, que
têm muita analogia com os naturais da terra quanto à sua constituição, de maneira que
atravessam e cruzam os matos e os pântanos, sobem aos montes, tão numerosos aqui, e
descem, e tudo isso com uma velocidade e agilidade, que são verdadeiramente notáveis; nós,
ao contrário, combatemos formados e colocados da maneira que se usa na mãe-pátria, e
nossos homens são indolentes e fracos, de modo algum afeitos à constituição do país, do que
resulta que essas espécies de ataques com arma de fogo, como o de que aqui trato, devem ter
bom êxito inevitavelmente, e que, rechaçando os nossos batalhões e pondo-nos em fuga eles
nos matam maior número de soldados na perseguição do que no próprio combate; esta
ocasião, aí de nós!, não fez mais do que fornecer prova disso; aliás as peças de artilharia de
campanha, não podendo ser disparadas sobre bandos dispersos, tornaram-se inteiramente
inúteis, ou, para melhor dizer, verdadeiras charruas para o nosso exército.644
A COMPANHIA DE COMÉRCIO
A PRIMEIRA ESQUADRA
A ALIANÇA INGLESA
OPERAÇÕES FINAIS
A CAPITULAÇÃO
ENTRADA NO RECIFE
Assim se cumpriu.
FEUDALISMO CONDENADO
Mas a vitória não deixara de ser das armas reais, sem o auxílio, ou a
ativa participação dos donatários incapazes de defenderem contra uma
potência estrangeira as pobres capitanias. Era natural que D. João iv as
quisesse para a Coroa, acabando, nesta oportunidade, com o sistema
obsoleto da administração particular, agravado pela incúria, pela
decadência, senão pelo abandono dos que deviam mantê-las.
Pelo mal que os donatários acodem a socorrer as capitanias que têm no Brasil, desejo dando-
lhes equivalente satisfação no reino incorporar as capitanias na Coroa; o conselho trate com
eles esta matéria, entendendo a satisfação que querem, tomando por notícia o que a capitania
de cada um valerá no reino, abatidos os custos iníquos, com advertência que não aceitando o
que for justo (averiguando-se que são obrigados a provê-las e socorrê-las nas ocasiões) se
tomará para isso de suas fazendas o que for necessário
RESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO
Não deixou Castelo Melhor o governo sem dar início a duas tarefas
consideráveis: a reforma da Ribeira, para que se construísse, talvez
anualmente, um galeão de 700 a 800 toneladas (conforme ordem régia
de 2 de dezembro de 50)676 e o prosseguimento das obras do Forte do
Mar, paralisadas desde 1625 (carta régia de 4 de outubro de 50)677 e
que eram pagas pela renda do Contrato das Baleias.
O CONDE DE ATOUGUIA
PAULISTAS NO NORDESTE
SEGREDO DA GUERRA
MELHORIAS
DOTE E PAZ
PARAÍBA DO SUL
CAMPOS
MULATOS E MAMELUCOS
VICE-REI
Ó
Quarta-feira 28 de junho se declarou a eleição do Conde de Óbidos, D. Vasco Mascarenhas,
nomeado vizo-rei do Estado do Brasil e deu-se-lhe o tal governo com este título
contentando-se ele no tempo que a rainha regia só com o de governador como tiveram todos
os seus antecessores naquela conquista. Parece que lhe satis zeram o ser lançado da Índia
onde estava sendo vizo-rei. Antes de entrar el-rei no governo o favorecia muito (por ser seu
gentil-homem da câmara) na pretensão. Agora lho despachou com maiores vantagens.748
CONSPIRAÇÃO OBSCURA
AFONSO FURTADO
MINAS FABULOSAS
A CASA DA TORRE
DESCOBRIMENTO DO PIAUÍ
PENETRAÇÃO
OUTROS TEMPOS
Com efeito, expediu D. João iv, em 1642, duas ordens a Antônio Teles
da Silva: “Uma para se abster de todo ato de hostilidade contra os
castelhanos do Rio da Prata, e outra para procurar a introdução de seu
comércio”.820 Para cumpri-las saiu da Bahia o navio de Davi Ventura,
para Buenos Aires: “Não logrou a jornada”. Os alvarás de 18 de março
e 14 de abril de 1646 reforçaram a autorização, ampliada aos navios
espanhóis que quisessem ir à África Portuguesa, em busca de escravos.
Valeu-se dela Domingos Vieira Veijão: foi de Angola ao Prata, daí ao
Brasil, em 1656;821 exultou o governador-geral com a esperança “de se
encher por aquela via Brasil e Portugal de prata”. Em 1659 surgiu na
Bahia o castelhano João Tomás Brum, a pedir licença para o mesmo
trá co.822 A Portugal importava o a uxo da moeda de que carecia. O
governo de Madri não voltou atrás: insistiu na sua negativa. Os
colonos, irritados, apelaram para a violência. Já em 1643 (21 de
outubro), lembrava Salvador Correia de Sá a conveniência, para
segurar tal negócio, de “construir um forte próximo a Buenos Aires, na
Chácara da Catalina, a cavaleiro do riachuelo e da cidade”.823 O Padre
Antônio Vieira, mais franco:
Também se pode intentar a conquista do Rio da Prata, de que antigamente recebíamos tão
consideráveis proveitos pelo comércio, e se podem conseguir ainda maiores, se ajudados dos
de São Paulo marcharmos (como é muito fácil) pela terra dentro, e conquistarmos algumas
cidades sem defensa, e as minas de que elas e Espanha se enriquecem, cuja prata por aquele
caminho se pode trazer com muito menores despesas. [...] e para ver se este comércio se
pode renovar, uma das ordens que levou Salvador Correia, foi tomar aquele porto.824
RAPOSO TAVARES
VACARIA
AGOSTINHO BARBALHO
NORTE E OESTE
A ILUSÃO DO GOVERNADOR
A COSTA DO SUL
Á
PARANAGUÁ
sendo Lara
o que se intitula descobridor desta chamada mina, e houvera pedra de mais de um quintal,
cujo rendimento foi excessivo.852
Por uma relação de 1711 sabemos que era “uma grandiosa mina de
ouro de beta”; e que não fora mais explorada porque da expedição de
Pedro de Sousa Pereira resultara a morte trágica do mineiro espanhol
que podia averiguá-la. É o episódio misterioso de D. Jaime, ou apenas
Jaime Commere, que (foi voz pública) ali acabou para não revelar o
segredo: lançou-o de um despenhadeiro um criado do provedor... Pelo
menos imputaram-lhe o crime em 1660, por ocasião do motim do Rio
de Janeiro, informando a Câmara de São Paulo:
Enquanto à morte do mineiro Jaime Commere suposto que a princípio a fama, como em
outras cousas, publicou fora violenta, todavia em contrário se praticou [...] indo a mudar,
com o passo mais largo, o dito mineiro, de uma para outra pedra [...] escorregara e, caindo se
despenhara na cata ou alta cova que se fazia.853
Embora infrutífera, a viagem de Pedro de Sousa Pereira forneceu as
amostras pedidas.
Dez anos antes andara pela praia e pelo planalto o Padre Belchior de
Pontes. Viu os campos de Curitiba, fazendeiros isolados, com os gados,
entre pinhais, e o Capitão Salvador Jorge desenganado de descobrir
ouro e sem poder voltar à sua Vila da Parnaíba pelas dívidas que
deixara.
Profetizou que
naquele Pinhão (assim explicam os naturais o seu outono) se havia de recolher. Acabada a
missão, voltou o padre para a Vila de Pernaguá, e saindo nesse tempo dois criminosos a
refugiar-se nos desertos da Curitiba, entraram pelos matos com tal felicidade, que,
convertendo-se a desgraça em ventura, descobriram ouro. Com esta notícia acudiu o Capitão
Salvador Jorge, e em breve tempo tirou tanto, que, voltando para sua casa no tempo sinalado,
pôde não só satisfazer aos seus acredores, mas ainda ornar a sua casa com várias peças de
ouro.864
CURITIBA
SABARABUÇU
Filho de Pedro Dias Leme e Maria Leite, desde 1638 Fernão Dias
devassava o deserto. Naquele ano entrara os campos do Sul até as
“missões”. Com índios arrebanhados adiante do Paranapanema
fundara uma aldeia (eram 4 ou 5 mil) à margem do Tietê (1661).
Se no Espírito Santo cavam as minas, por que tão pouco valia então
essa capitania, decadente e muito pobre? Coube a um opulento
morador da Bahia878 estimá-la devidamente: o Coronel Francisco Gil
de Araújo (ferido em 1638 na defesa da Bahia, dalgo de fartos haveres
a quem o Padre Simão de Vasconcelos dedicou a Vida do Venerável Pe.
Joseph de Anchieta) — bastante inteligente para lhe prever a
prosperidade e su cientemente rico para comprá-la.879 Em 1674 deu
por ela 40 mil cruzados ao donatário, o Almotacé-mor Antônio Luís
Gonçalves da Câmara Coutinho (depois governador-geral), transação
que foi con rmada pela carta régia de 18 de março de 1675. O objetivo
imediato da compra não podia ser senão a pesquisa dos metais:
Foi S. A. servido encarregar ultimamente ao donatário e governador da capitania do Espírito
Santo, Francisco Gil de Araújo, que mandasse fazer o descobrimento das minas das
esmeraldas, querendo ele aceitar e fazer este serviço com as mesmas cláusulas e mercês que
S. A. havia passado a José Gonçalves de Oliveira.880
Não lhe faltaram índios do Rio de Janeiro, Cabo Frio e Porto Seguro
para a entrada: realmente nela “despendeu muito dinheiro, pois só nas
entradas pelo Rio Doce se gastaram mais de 12 mil cruzados e nas
doze experiências que mandou fazer mais de 2 mil”.881 Andou nisso
preliminarmente o entusiasmo de Afonso Furtado. O Espírito Santo —
graças a Fernão Dias e Francisco Gil — devia ser explorado do sertão
para a costa e do litoral para o interior, de modo a tomarem contato no
alto Rio Doce as duas bandeiras, paulista e baiana. Desta pouco se
sabe. O negócio feito pelo novo donatário não lhe remunerou o capital
empregado: é verdade que mandou fundar engenhos, localizou muitos
casais de colonos, desenvolveu a agricultura na sua capitania.
Falharam os seus planos de “ouro e esmeraldas”. Fernão Dias teve sorte
diferente.
FIM DE D. RODRIGO
O UTI POSSIDETIS
AS DUAS EMPRESAS
A EXPEDIÇÃO
Foi Jorge Soares reconhecer a costa até Buenos Aires, mas não pôde
desembarcar nas ilhas de São Gabriel, tal a violência dos ventos; dali
tornou para Santos, e de novo desceu para Santa Catarina, com ordem
de esperar D. Manuel Lobo. A este auxiliou grandemente no Rio de
Janeiro o Desembargador João da Rocha Pita, nomeado “sindicante
das províncias do Sul às maiores diligências que até aquele tempo se
tinham oferecido”, como diz o historiador seu sobrinho.906 “Embargou
14 barcos e sumacas que estavam nos portos de Santos e São
Vicente”,907 e que serviram para as viagens de Jorge Soares e do
governador. Da gente para o reforço da expedição e provisões
necessárias se encarregou, em São Paulo, o ativo D. Rodrigo. O próprio
D. Manuel visitou a Vila de São Paulo com esse desígnio. Compôs-se
a nal o comboio de cinco embarcações, três charruas de fabrico
holandês, uma fragatinha e um patacho. A tropa regular não passava
de duzentos homens;908 porém muitos índios das aldeias paulistas a
acompanhavam, formando tudo uma força apreciável, proporcional à
que poderia atacá-la, saindo de Buenos Aires. Largou de Santos em 8
de dezembro de 1679.
NOVA COLÔNIA
BUENOS AIRES
A QUEDA
RESTITUIÇÃO
É claro que os eruditos delegados não chegaram, nos seu debates logo
travados, a conclusão alguma. Dir-se-ia que o debate era para isto
mesmo. Em 12 de fevereiro de 1683 — o que mais importava —
recebeu o governador do Rio de Janeiro Duarte Teixeira Chaves a
Colônia, em nome de Portugal915 e a forti cou,916 com quatro baluartes
e baterias, a ponto de, em Buenos Aires, se predizer (em 1699): “Será
em breve como uma das maiores povoações, e de pequena centelha
não apagada nos princípios, passará a raio que incendeie e devore toda
a América”.917
ROQUE DA COSTA
O REGIMENTO
É
SÉ ARQUIEPISCOPAL
CONVENTOS
OBRAS URBANAS
As gravuras holandesas da Bahia em 1624 já assinalam, em paralelas,
unindo as cidades alta e baixa, os guindastes que a serviam. Conhece-
se o aforamento de um deles, em 1627, a Diogo Lopes de Évora. Em
1643 o antigo mestre-de-obras Pedro Gonçalves de Matos teve licença
para concluir o que construíra com dois pilares mais para a praça (sic),
e que, pelo visto, seria grande máquina.938 O dos jesuítas deu nome à
rua: do Guindaste dos padres. Começam por esses aparelhos de alçar
mercadorias, numa brava tentativa de reduzir as di culdades
topográ cas da praça, a sua transformação no século xvii. Estendeu-se
aos paredões de arrimo e às ladeiras empedradas.
HIGIENE E DEFESA
SERGIPE
As guerras holandesas destruíram o melhor do esforço português entre
o Rio Real e o Cabo de São Roque. Mais sofreram Sergipe e Rio
Grande do Norte, cuja riqueza pecuária foi dissipada ou removida,
com a depredação dos ralos núcleos de povoamento duplamente
agelados, pelos invasores e pelos defensores da terra. A zona de
criação aquém do São Francisco tivera a maior importância até o
período agudo daquelas lutas. Currais numerosos, “de que se sustenta
a mesma Bahia e Pernambuco”,966 ocupavam a região em pouco tempo
devastada, e praticamente sem povoação alguma de pé, em 1650,
quando o governo-geral se decidiu a auxiliar a reconstrução da
“cidade” de São Cristóvão. Escreveu o Conde de Castelo Melhor ao
Capitão-mor Baltasar de Queirós: “Desejando eu que essa cidade se
reedi que e a capitania se aumente de maneira que brevemente se
restitua a seu antecedente ser, e felicidade”,967 o limite desta devia ser ao
sul o Rio Japaratuba, e ao norte a capitania do Rio de São Francisco.968
Os moradores de Sergipe queriam cobrar as ntas de passagem do São
Francisco, o que se lhes impediu, por caberem já à Vila de Penedo.
Deu-se-lhes em compensação as do Rio Real, cujo produto tinham de
aplicar às obras da cidade.969 Andavam então exaltados os munícipes
de São Cristóvão. Expulsaram o vigário, amotinaram-se, prometeram
outras violências acaudilhados pelo Capitão Manuel Pestana de Brito.
Foi aquietá-los um sindicante enérgico, o Desembargador Bento
Rebelo (1656). Estranhava o governador-geral que tanta fosse ali a
“ambição de tabaco que se esquecessem as roças”,970 “pois o lucro das
malhadas de fumo”, para atenuar a perda dos gados, causara, com a
falta de farinhas, a escassez de alimentos... Acomodados em 1657, os
sergipanos voltaram a rebelar-se em 1671, pondo fora da vila o
Capitão José Rebelo Leite, que foi substituído por João Munhoz, o
primeiro a levar da Bahia instruções pelas quais devia reger a
capitania.971 Viu-a Gregório de Matos (1690?) e descreveu a “cidade de
Sergipe del-Rei”.
Três dúzias de casebres remendados,
Seis becos de mentrastos entupidos,
Quinze soldados rotos e despidos,
Doze porcos na praça bem criados.
Dous conventos, seis frades, três letrados,
Um juiz com bigodes sem ouvidos,
Três presos de piolhos carcomidos,
Por comer dous meirinhos esfaimados.
[...]
Farinha de pipoca, pão que greta,
De Sergipe del-Rei esta é a cidade.972
AS ALAGOAS
RECIFE E OLINDA
LUTA DE JURISDIÇÕES
BRITO FREIRE
O “XUMBERGA”
É
É compreensível a conspiração que o pôs fora do governo: traduzia o
sentimento nativista, no orgulho da gente pernambucana ainda
próxima dos gloriosos acontecimentos de 1645. As cóleras que
explodiram em 1710, na “guerra dos mascates”, esboçam-se, prévias,
na agitação de 1666. André Vidal, imbuído do espírito dos senhores de
engenho da região, recuara com prudência na sua política de
“autonomia”: e cedera. Os olindenses foram mais longe: prenderam o
mau governador, que lhes zera o serviço de instalar novamente na
sua vila, coberta de destroços, a sede da capitania.986
S. diz sobre o médico, quatro há nesta cidade, são poucos para tão
grande povo. Em Pernambuco havia um, e por lhe não pagarem se
veio também para a Bahia onde morreu”.991
PARAÍBA
RIO GRANDE
Razão havia para esse zelo. A guerra do Açu, ou revolta geral dos
janduís (de que damos notícia em capítulo à parte) fez supor a
cumplicidade de piratas franceses, coincidente aliás com o surto da
colonização européia nas Guianas ameaçando as balizas portuguesas
da Amazônia. Exigiu uma concentração de reforços a lembrar a guerra
aos petiguares do Ouvidor Fernão da Silva e de Frutuoso Barbosa.
Valeu por uma reconquista — 1687–94 — que abreviou as distâncias
entre Pernambuco, ainda o centro da irradiação militar e espiritual do
Nordeste, e o Ceará e o Maranhão, até aí desligados do resto do Brasil.
Á
CEARÁ
A ÁREA AMAZÔNICA
EM FAVOR DO ÍNDIO
A corte de Lisboa decidiu-se a dar impulso novo às missões do “Estado
do Maranhão”, graças a dois incidentes: a rivalidade entre os religiosos
seculares, que já lá estavam, e os jesuítas (tão protegidos de D. João iv);
e as queixas de Inácio do Rego Barreto, capitão-mor do Pará suspenso
pelo Governador Luís de Magalhães. Fora também demitido o
Vigário-geral Mateus de Sousa Coelho. Pediram justiça — e os jesuítas
com eles — tanto por que se obviasse de futuro à arbitrariedade da
administração, como para que de vez se organizasse a catequese.
A VOZ DA CATEQUESE
FLORESCEM AS MISSÕES
E não limitava à Amazônia as suas vistas largas: “Da volta que faço
para o Maranhão, determino de enviar missão aos índios do Camuci e
do Ceará, que estão para a parte do sul, e é tanto o número deles como
a necessidade que têm de doutrina”.1047
Outra primazia:
[...] sendo o primeiro que abriu caminho por terra para a comunicação do Estado do
Maranhão com o Ceará a cujo exemplo o fez também o Governador André Vidal de
Negreiros descendo o dito padre a socorrê-lo e acompanhá-lo com os seus índios e
mantimentos até a mesma capitania, instruindo e batizando os índios tabajaras e por sua
direção juraram vassalagem a V. M. no ano de 660 nas mãos do Padre Antônio Vieira.1049
O Padre Francisco Gonçalves, provincial que acabou de ser da província do Brasil, foi em
missão ao Rio das Amazonas e Rio Negro, que de ida e volta é viagem de mais de mil léguas,
toda por baixo da linha Equinocial, no mais ardente da Zona Tórrida. [...] [...] E já o ano
passado se fez outra missão deste gênero aos mesmos rios, pelo Padre Francisco Veloso, em
que se resgataram e desceram outras tantas peças, em grande benefício e aumento do estado.
Um império em formação!
E assim como nas nossas primeiras conquistas se levantaram padrões das armas de Portugal
em toda parte onde chegavam os nossos descobridores; assim aqui se vão levantando os
padrões da sagrada cruz, com que se vai tomando posse destas terras por Cristo e para
Cristo.
O CASO DE MARAJÓ
PARTIDOS DA CORTE
Não escapou Vieira aos convites da intriga que dividia a corte, entre
os partidários do rei-menor e os que lhe combatiam as más
companhias, a sua súcia de “valentes” e as ambições que a manejavam.
ECONOMIA PRIMITIVA
A FRONTEIRA SETENTRIONAL
ANTÔNIO DE ALBUQUERQUE
O CAMINHO DA BAHIA
BRASIL EM ÁFRICA
NEGROS FUGIDOS
Queria passar a Porto Calvo, para “fazer esta guerra”. Mas quem a fez
foi, três anos depois, o Governador D. Pedro de Almeida, pedindo a
todas as câmaras socorros de homens e munições: comandou a
entrada Manuel Lopes (novembro de 1675).1094 Esta logrou apreciáveis
vantagens. Após 25 dias de marcha deu num arraial, desbaratado ao
termo de duas horas de combate; e aí acampou Manuel Lopes por
cinco meses, sem se animar todavia a bater os negros nos outros
quilombos dissimulados na mata. Apresou uma centena deles. D.
Pedro de Almeida renovou a guerra em 1677, con ando-a a Fernão
Carrilho, experimentado pioneiro de Sergipe e do Vale do São
Francisco. A ordem foi para fundar arraial nos Palmares, a m de
irradiar daí as várias expedições punitivas, como praticara Estêvão
Baião no Paraguaçu.1095 Tal método “paulista” produziu excelentes
efeitos. Levou aliás Carrilho valentes cabos como Manuel Rodrigues
Vieira, veterano da guerra holandesa no São Francisco.1096 Dirigiu
um assalto com pouca gente, aprisionou 60 e matou muitos, em que entrou um potentado, e
achando a gente de guerra dos Palmares junta na de Zumbi forti cada e guarnecida com
armas a investiu e escalou sem perda dos nossos soldados, cando aqueles bárbaros tão
tímidos que, voltando com 180 homens brancos e índios sobre o seu poder, fez arraial dentro
da dita cerca aonde estavam os reis e os afugentou, deixando os mantimentos, e por espaço
de 4 meses que ali assistiu lhes fez grande dano aprisionando 17 negros, a rainha e 2 lhos do
rei, matando-lhe 4 e quantidade de soldados com o seu mestre-de-campo-general e alguns
potentados e o ciais maiores pondo os mais em estado de fome e apertos que os obrigou à
minha obediência, obrando tudo à sua custa e gastando todo o seu cabedal com os soldados,
largando-lhes as presas para os animar, adquirindo com estes sucessos grandes aumentos à
Fazenda Real, dando-lhe de quintos 541$000 e granjeando o nome de restaurador daquelas
capitanias por carem os moradores delas quietos e livres (comemorou a carta régia de 30 de
agosto de 1680).1097
A LUTA INFINDÁVEL
A GUERRA DO AÇU
Alastrou-se, entretanto, no Rio Grande do Norte, a insurreição dos
janduís, a mais furiosa de quantas houve no Brasil seiscentista —
prevista aliás desde a felonia desses tapuias na descida para a Fortaleza
dos Reis Magos, como aliados dos holandeses, sedentos de sangue e
afamados em tropelias inauditas.
PAZES INESPERADAS
O “BRAÇO DE PRATA”
O CASO DO ALCAIDE
A EPIDEMIA GRANDE
MATIAS DA CUNHA
CÂMARA COUTINHO
O Arcebispo D. Fr. Manuel da Ressurreição livrou-se do governo a 8
de outubro de 1690 — quando o entregou a Antônio Luís Gonçalves
da Câmara Coutinho, nomeado por um triênio.1155 Descendia este do
primeiro donatário do Espírito Santo, e foi quem vendeu a capitania
(1674) a Francisco Gil de Araújo. Acabava de governar Pernambuco.
Pretenderam os maldizentes na Bahia fosse mestiço, a esconder a avó
tapuia, como outros dalgos enraizados na colônia. Satirizou-o
Gregório de Matos:
Filho do Espírito Santo,
E bisneto de um caboclo.1156
ALTERAÇÕES DA MOEDA
MOEDA PROVINCIAL
ALIMENTOS E JUSTIÇA
D. JOÃO FRANCO
A CASA DA MOEDA
O SALITRE
VILAS E JUÍZES
PREDOMÍNIO DO BACHAREL
VEREADORES
CENTRALIZAÇÃO
ORDEM SERTANEJA
OS IRMÃOS VIEIRA
Apagou-se por aquele tempo (1697) a luz mais intensa das letras luso-
americanas. Aos 89 anos, morreu na Bahia o Padre Antônio Vieira,
com a circunstância de lhe sobreviver apenas dois dias o irmão,
secretário de Estado Bernardo Vieira Ravasco, cuja personalidade
irrequieta se associa em tantos episódios. Entre 1681, quando voltou
ao Brasil, e seus últimos dias, o incomparável pregador prestou
serviços valiosos à colônia. Após o governo tempestuoso do “Braço de
Prata”, ressurgiu a sua in uência, decisiva ao tempo de Câmara
Coutinho.
E enquanto ao Regimento para o governo dos índios, e com os moradores, me louvava Vossa
Majestade que o zesse com a aprovação e conselho do Padre Antônio Vieira pela sua
experiência e zelo que tem no serviço de Deus.1210
Assim fez. Colaborou na criação da Casa da Moeda, na reorganização
das missões, nos problemas do Estado, sem deixar de cumprir a ordem
do Geral da Companhia para reduzir a volume os sermões. Só não
pôde concluir a Clavis Prophetarum, livro da velhice — quando o vezo
de descobrir o futuro e o gosto de vaticiná-lo o consolavam das ilusões
perdidas...1211
1700
MINAS GERAIS
ARTUR DE SÁ
Ê
SUFICIÊNCIA
O INTERESSE DE PORTUGAL
Percebe-se a razão.
AÇÚCAR
A ESCRAVATURA
TABACO
CRIAÇÃO DE GADO
ESPECIARIAS
DÍZIMOS DO ESTADO
INICIAÇÃO LITERÁRIA
Í
A LÍNGUA
O ENSINO
Que os graus de mestres em artes, que publicamente dão e os privilégios de que gozam os
graduados não são mais que uma imitação dos das universidades, mas su cientes a se
contentarem de os haver merecido, e parecer que os tinham legítimos.1319
MAZOMBOS
FREI VICENTE
AS TRÊS CARACTERÍSTICAS
AUTORES
ANTÔNIO VIEIRA
GREGÓRIO DE MATOS
POETAS MENORES
ESTUDANTES
FRADES
ESCOLAS E LIVROS
CIÊNCIA
As ciências misturam-se — às letras jesuíticas. Envolvem-se —
ciências naturais, medicina,1380 observações de clima e geogra a,
conhecimento do índio e seus costumes — da paixão missionária, que
suscita, desde logo, um paralelo. Entre a prudência teológica (e as
restrições do ensino cientí co) na Europa, e a liberdade com que na
América se apoiava a experiência, pesquisa e crítica.1381 Já indicamos a
insistência dos cronistas, de lastrearem as suas narrações prolixas com
a visão deslumbrada dos prodígios da natureza. Sucedem-se nessa
descrição de curiosidades Gabriel Soares, Fr. Vicente, Fernão Cardim,
o Padre Cristóvão de Lisboa (irmão de Severim de Faria), o próprio
Vieira,1382 Simão de Vasconcelos, nas Notícias, Andreoni (Cultura e
opulência do Brasil ),1383 João Filipe Bettendorf (cartógrafo, naturalista,
historiador das missões do Maranhão e do Amazonas). Da indagação
da ora (e estudo da dos índios) resulta a farmacopéia, de que os
jesuítas justamente se orgulharam. É certo que o empirismo, calcado
nas idéias correntes sobre a origem e o curso das moléstias, não podia
produzir (depois dos holandeses Piso e Marcgrave) ensaios mais úteis
do que o Tratado da constituição pestilencial de Pernambuco, de João
Ferreira da Rosa (1694).
ORIGINALIDADE IMPOSSÍVEL
O BARROCO
ARQUITETOS
Í É
SÍNTESE DO 2º SÉCULO
2 A história foi a sua vocação, e o direito, sua realização pro ssional. Se a maioria dos seus
livros é constituída de obras de história, ou de literatura histórica, também, entre a extensa
bibliogra a, encontram-se numerosos e alentados trabalhos sobre Direito, tais como Direito de
propriedade, Reforma Constitucional da Bahia, A Federação e o Brasil, Intervenção Federal, O
desquite, Estado e o direito n’Os Lusíadas, Curso de Direito Constitucional Brasileiro, Curso de
Direito Público, Curso de Teoria Geral do Estado, História das idéias políticas.
3 Fez sua formação escolar no Colégio Antônio Vieira e depois no Ginásio Baiano, ambos
em Salvador-ba.
4 No Conselho Federal de Cultura, quando Gilberto Freyre a rmava não ser católico, cortou
Calmon: “Mas tem todas as virtudes para sê-lo”.
6 Considero importante dar o destaque ao fato de que seus dois outros livros de cção, O
ezouro de Belchior e Malês: a insurreição das senzalas também se enraízam em sua terra
natal. Em sua predominante produção de historiador, do primeiro livro até a publicação
póstuma Introdução e notas ao catálogo genealógico das principais famílias, de Frei Antônio de
Santa Maria Jaboatão, vários de seus outros livros também estão ligados à história de sua
província: A conquista: História das bandeiras baianas, O crime de Antônio Vieira, O Marquês
de Abrantes, História da Casa da Torre, A bala de ouro, História da Literatura Baiana, Castro
Alves: O homem e a obra.
8 Ao mesmo tempo, para completar seu salário e colaborar com a família em Salvador,
trabalhava à noite, na redação da Gazeta de Notícias.
9 Essa Bahia onde, no espaço de 35 anos, fundaram-se duas academias, a dos Esquecidos
(1725) e a dos Renascidos (1759), nas quais guram, na primeira, poetas menores e maiores,
como Gonçalo Soares da França, satírico e repentista, na linha de Gregório de Matos, João de
Brito e Lima, sisudo e seco, com seus Poema Festivo e Poema Panegírico, memorialistas como
Inácio Barbosa Machado, autor dos Fatos Políticos e Militares, e historiadores como Sebastião
da Rocha Pita, autor da História da América Portuguesa; na segunda, guram o poeta Ferrão
Castello Branco, Pedro Facques, com sua Nobiliarquia Paulistana, Frei Antônio de Santa Maria
Jaboatão, com o Novo Orbe Será co, D. José de Milares, com a História Militar do Brasil, José
Antônio Caldas, com a Notícia Geral da Capitania da Bahia.
10 Estão entre eles: A bala de ouro, Brasil e América, Brasília, Catedral do Brasil, Castro
Alves: O homem e a obra, Compêndio de História da Literatura Brasileira, A conquista, O
crime de Antônio Vieira, Espírito da Sociedade Colonial, O Estado e o Direito n’Os Lusíadas,
Estados Unidos de Leste a Oeste, Figuras de Azulejo, Franklin Dória, Barão de Loreto, Gomes
Carneiro, o General da República, História da Bahia, História da Casa da Torre, História da
Civilização, História da Civilização Brasileira, História da Faculdade Nacional de Direito,
História da Fundação da Bahia, História da Independência do Brasil, História da Literatura
Baiana, História das idéias políticas, História de Pedro ii (5 volumes), História Diplomática do
Brasil, História do Brasil (7 volumes), História do Brasil na Poesia do Povo, História do
Ministério da Justiça, História Social do Brasil (3 volumes), José de Anchieta, o santo do Brasil,
Malês, a insurreição das senzalas, Espírito da Sociedade Imperial.
11 De acordo com Pedro Calmon Filho, também professor da Faculdade de Direito da ufrj,
seu pai sempre quis ser enterrado como professor, que foi o título que ele mais prezou em vida.
12 Segundo consta no livro Pedro Calmon: Vida e glória, organizado por Edivaldo
Boaventura, não há conta do número de estudantes baianos que Pedro Calmon acolheu no Rio
de Janeiro e aos quais forneceu fosse uma palavra de orientação, fosse uma providência junto a
órgãos públicos, fosse, ainda, apoio material.
13 Entre dezenas de condecorações, tinha a Grã-Cruz das Ordens da Santa Sé, de Santiago,
de Cristo, Educação Pública e Infante D. Henrique, de Portugal; de San Martin, da Argentina;
de Boyacá da Colômbia; de Rubén Dario, da Nicarágua; da Espanha, da China Nacionalista, do
México e do Paraguai; Grande O cial do Chile, do Peru, da Alemanha, da Suécia, da Grécia, da
Itália e do Irã; Ordem do Mérito e ordens do Exército, Marinha e Aeronáutica do Brasil; e
comendador da Legião de Honra, da França.
17 In Viriato, p. 171.
18 Não repetimos os nomes das vilas e cidades do século anterior. Os nomes que não foram
citados, nos rios, correspondem aos que mantêm a designação atual.
19 V. Rodolfo Garcia, nota a Varnhagen, História geral do Brasil, ii, p. 109, ed. integral. Neto
de Diogo Botelho, o velho, Júlio de Castilho, Lisboa antiga, ix, p. 254, Lisboa, 1937, que fora
ferido e preso em Alcácer-Quebir; resgatado aos mouros; em 1579 nomeado embaixador para
outros resgates, Queirós Veloso, D. Sebastião, p. 417 Lisboa, 1935, seguiu a parcialidade do
Prior do Crato, D. Antônio, mas não é exato que estivesse entre os prisioneiros do combate da
ponte de Alcântara. Na tarde de 24 de agosto de 1580 — dia desse encontro — passou por Vila
Franca com D. Antônio e centena de cavaleiros, Damião Peres, O governo do Prior do Crato.
Barcelos: 1929, p. 107. Quando chegou às margens do Lima, diz Camilo: “D. Antônio tinha à
volta de si como relíquias [...] Diogo Botelho”; Camilo Castelo Branco, Sentimentalismo e
história. Porto: 1897, p. 224. Homiziou-se em França. Figurou como testamenteiro do Prior do
Crato, Camilo, D. Luís de Portugal. Lisboa: 1896, p. 139. Faleceu o velho Diogo Botelho em
Paris, a 23 de março de 1607, Miguel d’Antas, Les Faux Don Sebastien, cit. por Júlio de Castilho,
op. cit., ix, p. 141. Reabilitou-se o neto perante Filipe ii pelo casamento com D. Mana Pereira,
irmã do secretário da corte, Pedro Álvares Pereira, da casa dos Condes de Benavente. Foi
mandado ao Brasil a 20 de fevereiro de 1601. Das Con ssões ao Santo Ofício, de 1618, ms. na
Torre do Tombo, inéd., constam acusações graves a seus costumes. Era lho de Francisco
Botelho, capitão de Tânger e embaixador em Roma, e de D. Brites de Castanheda, lha de
castelhano. Deixou lho, Nuno Álvares Botelho, morto às mãos dos holandeses sendo
governador na Índia: este foi pai do 1° Conde de São Miguel, Pe. Antônio Carvalho da Costa,
Corogra a portuguesa. Braga: 1862, 2ª ed., i, p. 397.
22 A ordem para a jornada de Pero Coelho foi dada pelo governador Diogo Botelho em
reunião com os capitães-mores de Pernambuco e da Paraíba, e o Sargento-mor Diogo de
Campos Moreno, em Olinda, a 21 de janeiro de 1603, Barão de Studart, in Revista do Instituto
do Ceará, xxxvii, p. 166, onde o governador-geral continuava residindo em abril de 1603, cf.
Livro velho do Tombo de São Bento, Bahia, p. 360. O Regimento passado a Pero Coelho tem a
mesma data da reunião, Capistrano de Abreu, “Prolegômenos” à História do Brasil, de Fr.
Vicente do Salvador, p. 255 (3ª ed.). O auto sobre a expedição, com os objetivos — expulsão de
franceses, investigação de minas, descobrimento da costa, in Rev. do Inst. do Ceará. Fortaleza:
1912, xxvii, pp. 17 e ss.
25 V. Capistrano de Abreu, in Rev. do Inst. do Ceará, xviii, p. 67. Sobre as tribos da região,
Pe. éberge, Esboço histórico sobre a Província do Ceará. Fortaleza: 1869, p. 4.
32 Pe. Sera m Leite, ibid., ii, p. 552. A sua Arte da gramática foi publicada em 1687.
33 Fr. Vicente, ibid., p. 414. Sobre o sacrifício do Padre Pinto, Paulino Nogueira, Rev. do Inst.
do Ceará, xvii, pp. 12 e ss. Profetizara-o Anchieta em 1582. O pau de jucá com que o
trucidaram foi levado para o colégio da Bahia e desapareceu com a invasão holandesa, Studart,
Revista, cit., xxxii, p. 171.
35 Studart, in Rev. do Inst. do Ceará, vol. cit., p. 177. Veja-se a carta do Pe. Figueira ao geral
da Companhia, 1608, Rev. do Inst. do Ceará, xvii, pp. 97–138. Em carta ao geral, de 26 de
agosto de 1609, declarou “impossível efetuar-se por ora” a missão do Maranhão, alegando
distância, seca, rios, di culdades da navegação pelo regímen dos ventos... Revista, cit., p. 139.
Figura nesse primeiro período da exploração da costa o orentino Baccio de Filicaia, que, após
ter servido com D. Francisco de Sousa, se empregou seis anos (1602–8) a “Scropriri e
conquistari le provinzie de’ ume Maragnone e Amazone”, tendo em 1607 seu navio se
desgarrado para a Antilha, donde passou a Portugal. Parece que voltou com D. Francisco de
Sousa, em 1609. V. docs. in A. Piccarolo, Um engenheiro italiano na descoberta das minas
brasileiras. São Paulo: 1931, p. 16.
38 Fr. Vicente, op. cit., p. 397. Era sócio do contrato das baleias o francês, de Nantes, Julião
Miguel, que passava por espanhol, cf. Pyrard de Laval, Voyage, ii, p. 325 da edição portuguesa.
39 Fr. Vicente, ibid., p. 396. O contrato das baleias no Rio de Janeiro ( cou o nome: ponta da
Armação) é de 1639 ou 1644, Vieira Fazenda, Rev. do Inst. Hist., cxlii, p. 394.
40 Documentação in nota xvi da secção xxiv da Hist. geral do Brasil, de Varnhagen, anotada
por R. Garcia. Diogo Moniz Teles, por exemplo, declarou que em 1604 “grossa armada de
Holanda batera a cidade quarenta dias”, e “assistiu sempre na sua estância com seus criados à
sua custa acudindo ao Arraial do Rio Vermelho”, Livro de mercês gerais, n. 1, 1644, e códice 79,
f. 173, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa. V. também Revista do Inst. Hist. Bras., lxxiii, parte i, p.
215; e Rev. do Inst. Hist. da Bahia, n. 35, p. 61.
43 Rodolfo Garcia, nota aos Diálogos das grandezas do Brasil, ed. da Acad. p. 168.
46 Francisco Leitão Ferreira, Alfabeto dos lentes. Coimbra: 1937, p. 282; e Pe. Antônio de
Carvalho, Corogra a portuguesa. Braga: 1868, ii, p. 226.
48 Códice 1.192, f. 162, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inédito. Informação desconhecida dos
biógrafos de Vieira. Cristóvão Ravasco voltou à Bahia em 1609 e, para não mais a deixar, em
1614. Em 1618 eram advogados na Bahia os licenciados Francisco Lopes Brandão, Filipe Tomás
e Manuel Ferreira de Figueiredo (cristãos-novos) e Manuel Pacheco de Sousa, Denunciações de
1618, publ. por Rodolfo Garcia, passim. Era engenheiro e arquiteto das obras del-rei, Domingos
da Rocha, Livro velho do Tombo de São Bento. Bahia: 1945, p. 43.
50 Foi provedor da alfândega da Bahia e chefe de grande família, cf. Frei Jaboatão, Cat. gen.,
p. 274; Documentos históricos, xvii, pp. 250–1... Seu genro e sucessor na provedoria, Antônio
de Brito de Castro (2 de abril de 1638): “Pai dos Castros” de quem falaremos a propósito do
governo do “Braço de prata”, em 1684.
51 Ementas de habilitações de ordens militares nos princípios do séc. xvii, p. 57. A carta
supra, de D. Diogo de Meneses, in Anais da Bibl. Nac., lvii, p. 54.
52 Foi para o Maranhão em 1615, com Alexandre de Moura, em 1622 passou a capitão no
Rio das Amazonas, Fr. Vicente do Salvador, op. cit., pp. 489 e 498.
53 Registo geral da câmara municipal de São Paulo. São Paulo: 1917, i, p. 170, ata de 7 de
março de 1609.
55 Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 163. Ficou D. Luís no Brasil. Em Pernambuco, casou com
uma lha do rico João Pais, do Cabo: e lá morreu, op. cit., ii, p. 164. Foram estes os pais do
Mestre-de-campo D. João de Sousa, fundador da igreja e hospício do Paraíso, Rocha Pita, Hist.
da Amér. Port., p. 52, ed. de 1880. O capitão espanhol Antônio Anasco ouviu aos portugueses
nesse ano dizer: “Que murió de un enojo (porque le troxeran nueva que su hijo que se llamava
Don Antonio le cojieron los ingleses enbiandole a la corte con cierto presente de oro a Su
Majestad) e asi por la muerte de su padre está governando el dicho don Luís”, Anais do Museu
Paulista, i, p. 154. No museu do Instituto Arqueológico de Pernambuco guarda-se a pedra de
armas da sepultura de D. João de Sousa, que estava na igreja do engenho do Paraíso.
56 Pedro Taques, Informação sobre as minas de São Paulo, ed. A. Taunay, p. 82. Governou
Martim de Sá a capitania do Rio de Janeiro, de junho de 1602 a junho de 1608. Salvador Correia
esteve em São Paulo em 1616, Registo geral da câmara municipal de São Paulo, i, p. 220; deixou
no seu lugar outro lho, Duarte Correia Vasqueanes, provedor das minas... que não se achavam.
Em 1639 requereu Salvador Correia de Sá e Benavides — e obteve — o cargo de administrador
das minas, Luís Norton, A dinastia dos Sás no Brasil. Lisboa: 1943, p. 38. O apelido Benavides
era materno, de D. Maria, lha de D. Manuel de Benavides, castelhano e corregedor de Cádis,
casado com a inglesa D. Cecília de Bruman e Mendoza, Ementas de habilitações de ordens
militares nos princípios do séc. xvii, p. 78; também Clado Ribeiro Lessa, Salvador Correia de Sá
e Benavides. Lisboa: 1940, p. 12.
58 Ms., Livro 3º das leis, f. 97, Arq. Nac. da Torre do Tombo, Lisboa, inéd. Corresponde à
consulta ao Conselho da Fazenda sobre os insucessos de D. Francisco de Sousa e Salvador
Correia, e os oferecimentos de Belchior Dias Moréia, P. Calmon, O segredo das minas de prata.
Rio: 1950, p. 33. No mesmo sentido, Regimento de 1644, a Salvador Correia, in Rev. do Inst.
Hist., tomo especial, i, p. 13 (1956).
61 Ferdinand Dénis, prefácio a Yves d’Évreux, Voyage dans le nord du Brésil. Leipzig: 1864,
p. ix.
62 Publicado por Charles de la Roncière, Histoire de la Marine Française. Paris: 1934, p. 54.
65 Jean Mocquet, Voyages en Afrique, Asie et Indes Occidentales. Paris: 1617, p. 69. Em
1612 o locotenente de Razilly (que do Brasil regressara com alguns índios) era o Sr. De La
Ravardière, ibid., p. 98.
67 D’Évreux e não d’Abbeville foi o superior, cf. F. Dénis, op. cit., p. xii, reti cando Berredo,
Anais Hist. do Estado do Maranhão, liv. ii, n. 123.
68 Celebrizou-se o Padre Yves d’Évreux com a clássica Voyage dans le nord du Brésil fait
durant les années 1613 et 1614, nova ed., de F. Dénis, 1864; e Claude d’Abbeville, Histoire de la
Mission des Pères Capucins. Paris: 1614, ed. fac-sim. de 1922, prefácio de Capistrano e notas de
R. Garcia, trad. port. de Sérgio Milliet e notas de Garcia, São Paulo, 1945. Sobre Yves d’Évreux
(1577–643?), no século Simon Michelet, v. Dr. Semelaigne, Le P. Yves d’Évreux ou Essai de
Colonisation au Brésil, Paris, 1883; Pe. Edmond d’Alençon, Le Couvent des Capucins d’Évreux,
Évreux, 1894; Gabriel Marcel, “Le Père Yves d’Évreux”, in Journ. de la Soc. des Américanistes de
Paris, t. iv, n. ii (1907), nota comentada de Rodolfo Garcia.
70 Brief recueil des particularitez contenues aux lettres envoyées par Monsieur de Pezieu,
Lyon, 1613 (copiamos o exemplar existente em John Carter Brown University, Providence, U.
S.). Figura este raro livro na Exposição de 1955, France et Brésil, p. 45 (n. 62).
74 O Brief recueil, de Pezieu, impresso em Lyon, tem o caráter de apologética, para atrair a
simpatia dos franceses que quisessem associar-se à empresa.
82 “O intento principal com que o dito presídio do Ceará se levantou foi para defender as
aguadas e o comércio que os franceses etc.”, carta de D. Luís de Sousa, 9 de setembro de 1617,
Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 44.
84 Relatório de Alexandre de Moura, 1616, Anais da Bibl. Nac., xxvi, docs. comentados pelo
Barão do Rio Branco; também Pe. Yves d’Évreux, Voyage, etc., p. 34.
85 Docs. in Anais da Bibl. Nac., xxvi, p. 151; Fr. Francisco de N. S.a dos Prazeres,
“Poranduba Maranhense”, Rev. do Inst. Hist., xliv, parte i, p. 28, 1891.
86 Genealogia in Fr. Jaboatão, Cat. gen., p. 321; neto de Violante d’Eça, uma das órfãs
mandadas à Bahia no governo de D. Duarte da Costa, lho de Luís Alves de Espinha, de Ilhéus
e Inês d’Eça... Con rma esta ascendência o requerimento do próprio, Lisboa, 23 de dezembro
de 1619, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inéd. Eça e não de Sá, como inadvertidamente está em
Fr. Vicente.
87 Ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, Maranhão, caixa n. 1; e Fr. Vicente, ibid., p. 419. V. ainda
resumo biográ co (de Sousa d’Eça), Garcia, nota a Varnhagen, Hist. ger., ii, pp. 208–9.
Acrescentamos: de 1619 a 24 esteve detido em Lisboa, muito pobre, e desse castigo passou a
“capitão da conquista do Grão-Pará”, Arq. Hist. Col., ms. códice 35, f. 79 e passim. Era aliás por
pai e avô provedor da Fazenda na Paraíba, ms. no mesmo Arq. Hist., ms. 610 (requerimento).
90 D. Francisco Manuel de Melo, Epanáforas de vária história. Lisboa: 1676, p. 178. Terço —
terça parte de um regimento alemão (de Carlos v), unidade de infantaria em regra com dez
companhias de cem homens.
91 Fr. Vicente, ibid., p. 467. De Diogo de Campos Moreno diz muito mal Gaspar de Sousa,
carta de 15 de junho de 1615.
92 Livro de mercês gerais n. 2, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inéd. O futuro capitão-mor na
revolução contra os holandeses acompanhou Albuquerque a Guaxenduba e Maciel Parente ao
descobrimento da serra de Teicoara e Cabema do Rio Truí (Amazonas)...
95 Ferdinand Dénis, introd. a Yves d’Évreux, ibid., p. xvii. Devemos-lhe a notícia da missão
do Padre Arcanjo.
98 A batalha foi descrita pelo próprio Jerônimo de Albuquerque, cf. certidão passada a favor
de Antônio Teixeira de Melo, doc. ms. no Arq. Hist. Col., inéd. Acometeram os franceses “com
sete naus e 46 canoas lançando em terra 200 franceses mosqueteiros com passante de 2 mil
índios tendo impedidas as barras para que não entrasse socorro, e acometendo-os se lhes
ganharam as trincheiras com morte de 120 franceses e de mil índios pondo-os em fugida
tomando-se-lhes as 46 canoas”. Foi Manuel de Sousa d’Eça quem levou a notícia ao governador-
geral em Pernambuco, ms. no Arq. Hist. Col., Requerimentos, n. 610–4, cópia da Sra. Luísa
Fonseca. V. também Fr. Vicente, Hist. do Bras., p. 471.
99 Fr. Vicente, ibid., pp. 476–7. Gregório Fragoso morreu em França. Desaprovação do
governador: Livro 1º do governo do Brasil, p. 118.
100 Em Angola havia perigosa passagem que se chamava Bangala Ambota, apelido de um
conquistador, “o qual, conforme notícias, há seus descendentes em a cidade da Bahia, [...] ou
este conquistador tomou desta paragem”, Antônio de Oliveira de Codornega, História das
guerras angolanas. Lisboa: 1943, iii, p. 143. Manuel de Araújo de Aragão, no século seguinte,
ainda tinha “por antonomásia o Bangala”, carta de 1721, Inácio Accioli, Mem. hist., vi, p. 22.
Perpetua-lhe a alcunha a rua, na Bahia, junto à Igreja da Palma, possivelmente de sua moradia.
Traduzimos: bangala (bordão), ambote (melhor), ou seja, o homem da boa bordoada, fama que
deixara em África (e não mangue-la-bote, como indevidamente escreveu Pyrard de Laval,
Voyage, p. 563, Paris, 1615). V. sobre o étimo, Fr. Cannecattim, Observações gramaticais sobre a
língua bunda. Lisboa: 1859, p. 143, 2ª ed. E Fr. Vicente, Hist. do Bras., p. 482, com a anotação de
Capistrano. Foi este cronista que por primeiro descreveu o episódio. Con rma-o a carta da
Câmara da Bahia que achamos no Arq. Hist. Col. Lisboa; e devassa, Liv. 1º do Gov., p. 129.
101 Cartas da Câmara da Bahia, 13 de março de 1614, ms. no referido Arquivo. Também
(além dos autores mencionados na nota anterior), Pe. Simão de Vasconcelos, Vida do Ven. Pe.
Joseph de Anchieta, dedicatória a Francisco Gil de Araújo, descendente do herói. Não
confundir com Baltasar Rebelo de Aragão, que cometeu grandes proezas em Angola, no nal
do século xvi, cf. Elias Alexandre, História de Angola. Lisboa: 1937, i, p. 116.
102 Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 210, resume a intrincada bibliogra a da expedição; e Fr.
Vicente, ibid., p. 478. Sobre as ordens de Madri diz o autor da História do Brasil: “Recebera (o
governador) recado del-rei que lhe veio acerca do Maranhão” e se passou a Pernambuco,
viagem em que o acompanhou o próprio Fr. Vicente do Salvador.
103 Ambrósio Soares de Argôlo — lê-se no Livro de mercês gerais, in Arq. Hist. Col., Lisboa,
cód. 32, f. 183, inéd., depois de ter servido em Moçambique e na Índia acompanhou ao
Maranhão Alexandre de Moura e foi capitão do Forte do Ceará, e em seguida de São Filipe em
São Luís. Alegou que Hierônimo de Albuquerque lhe tivera ódio e o prendera a ferros. Pediu
promoção a sargento-mor. Gabou-se de ter feito cal de ostras. Alexandre de Moura, na
“Relação”, Anais da Bibl. Nac., xxvi, refere-se realmente à cal fabricada no Maranhão a esse
tempo. Ficamos agora sabendo quem a fez. Quanto ao roteiro de Manuel Gonçalves, da viagem
de Moura, está mencionado nas Memórias de literatura portuguesa, iii, 1798, Acad. das
Ciências de Lisboa.
104 Dois docs. de La Ravardière, in Arq. Hist. Col., Lisboa, ms. inéd. Con rmam o que
informa Berredo, Anais do Maranhão, §410, e Sera m de Faria, cit. por Rodolfo Garcia, nota a
Varnhagen, ii, p. 212. Em resumo: La Ravardière traiu os companheiros de aventura. Mas, em
seguida, voltou a servir à França, bom soldado e marinheiro, Ferdinand Dénis, pref. a Yves
d’Évreux, ibid., p. xlv. V. também Jean Mocquet, Relación de sus Seis Viajes (El Segundo al
Marañón con el Capitán Ravardière), 1617, na Bibliothèque Nationale de Paris, ou Voyages en
Afrique, Asie, Indes Orieniales et Occidentales; e docs. in Livro 1º do governo, pp. 117 e ss.
105 José Rumazo, La Región Amazónica del Ecuador en el Siglo xvi. Sevilha: 1946, cap. iv.
106 Manuel Barata, “A jornada de Francisco Caldeira Castelo Branco”, in Rev. do Inst. Hist.
de São Paulo, ix, p. 433.
107 Mercês gerais, in Arq. Hist. Col., Lisboa. Disse ter servido oito meses na conquista do
Pará. Aliás Alexandre de Moura foi consultado no reino sobre as mercês pedidas por seus
antigos soldados, Rev. do Inst. do Ceará, xxii, p. 320. Destes releva citar Nuno da Cunha
Botelho, quatro anos no Rio Grande, em 1624–5 soldado na guerra da Bahia, em 1627–34
sargento-mor no Rio Grande, Docs. hist., xv, p. 237. Do piloto diz Fr. Luís de Sousa: “É o maior
rio que hoje se sabe no mundo; foi o último descobrimento dele pelo piloto Vicente Cochado; e
subiu até quatrocentas léguas”, Anais de D. João iii. Lisboa: 1844, p. 452. Graças a ele se soube
que o Grão-Pará e o rio por onde descera Orellana eram um só, J. Lúcio d’Azevedo, Os jesuítas
no Grão-Pará. Coimbra: 1900, p. 29. V. sua biogra a, Frazão de Vasconcelos, Pilotos das
navegações portuguesas dos séculos xvi e xvii. Lisboa: 1942, pp. 16–7. Leia-se o relato dos
primeiros trabalhos dos jesuítas no Maranhão, Pe. Manuel Gomes, carta de 1621, Documentos
dos arquivos portugueses que importam ao Brasil, n. 3.
108 Note-se que provinha o nome de lenda análoga à que, sobre a África, colhera João de
Barros, Décadas, iii, p. 24, Lisboa, 1777: “Grande rio do país das mulheres guerreiras”. Do
Nuevo Descubrimiento del Rio Amazonas, do Padre Cristobal de Acuña, Madri, 1641, n. lxxii,
repetiu Rocha Pita, Hist. da Amér. Port., p. 42, a interpretação etimológica. Um dos
companheiros de Caldeira, o Capitão André Pereira, disse que os índios tinham cabelo
comprido, como mulheres, “de que pode ser nasceria o engano que dizem das Amazonas”,
Varnhagen, Hist. ger., ii, p. 180. Esta a explicação plausível: índios que ao longe deram a
Orellana a impressão de serem as amazonas fabulosas.
109 Doc. in Anais do Museu Paulista. São Paulo: 1927, iii, parte ii, p. 41. No mesmo sentido,
carta de 31 de outubro de 1616, ibid., p. 34.
113 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 37. Fora residir em Pernambuco, “como se lhe
tinha ordenado a respeito da proximidade das conquistas”.
114 Livro de consultas, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inéd. Essas casas de pedra e cal
ameaçavam cair ao tempo de Diogo de Mendonça Furtado, Fr. Vicente do Salvador, História do
Brasil, p. 507. Em 1623 estavam consertadas, assim “as casas da Relação, contos e armazéns”,
Docs. hist., xx, p. 48.
116 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 42. Em 16 de fevereiro de 1619 estranhava el-rei
que D. Luís de Sousa não estivesse de volta à Bahia, Anais do Museu Paulista, cit., p. 89.
119 P. Calmon, História da Casa da Torre. Rio: 1939, p. 48; e A conquista: história das
bandeiras baianas. Rio: 1929, p. 61.
120 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 42. Repetimos: onde se lê Moréia, leia-se
Caramuru. Graças ao códice do governo de D. Luís de Sousa, n. 1, a que aliás ligeiramente se
reportou Robert Southey, ora na biblioteca do Itamarati (Rio), podemos restaurar a verdade em
torno das lendárias minas. Lá estão os originais do punho de Belchior Dias. Deste Livro i do
dito D. Luís, fez bela edição (1958) o Ministério do Exterior.
124 Albino Forjaz de Sampaio, Salvador Correia de Sá e Benavides. Lisboa: 1936, p. 7. A ata,
que regista o insucesso da pesquisa, traduzimo-la do manuscrito quase ilegível que se conserva
naquele códice do Itamarati.
125 Belchior Dias Moréia, batizado em 1557, teria então 62 anos, Jaboatão, Cat. gen., tít.
Caramuru, e Roque Luís, Nobiliarquia, códice ms. na Bibl. Nac. Os códices que historiam o
episódio (além do Livro 1º do governo de D. Luís de Sousa, por nós referido), são do Coronel
Pedro Barbosa Leal, ms. no Inst. Hist. e Geogr. Bras., 1725; e a carta de 1752 do Coronel Pedro
Leolino Mariz, Anais da Bibl. Nac., xxxi. Filho de Moréia (ou Caramuru) e uma índia, Robério
Dias — devido ao equívoco de Rocha Pita, que o apresenta como herói desta história — gozou
muito tempo da desmedida fama de ser o descobridor das minas de prata. A posteridade
tomara o lho pelo pai. Pensamos ter elucidado satisfatoriamente este enigma histórico na
monogra a, O segredo das minas de prata, Rio, 1950, tese de concurso à cadeira de história no
Colégio D. Pedro ii.
126 Ofício de Von Walbeck, de 1633, in nota de Garcia a Varnhagen, ii, p. 222.
127 João de Carvalho Maranhão, por exemplo, autor da História do naufrágio da Nau
Conceição, em 1621, disse: “No Brasil, indo por terra do Rio Grande até a Paraíba e
Pernambuco, e daí à Bahia, estando em todos os lugares”, Viagens e naufrágios célebres, publ.
por Damião Peres. Porto: 1934, i, p. 84.
128 Em sucessão do pai, Jorge de Albuquerque foi con rmado na donataria em 2 de julho de
1603. Elevado a Conde de Pernambuco por Filipe iii, em 1632, e Conde de Basto por seu
casamento, Duarte de Albuquerque cou com a Espanha, em 1640, separando-se da pátria — e
do irmão, Matias de Albuquerque, v. Sanches de Baena, Famílias titulares e grandes de Portugal,
i, p. 257. De um papel de Manuel Severim de Faria, de 1649: “Permitiu Deus que o Conde de
Vimioso, D. Francisco, perdesse a vida e a casa defendendo a liberdade de Portugal, e que o
Conde de Basto e o Marquês de Castelo Rodrigo ganhassem estes títulos entregando o mesmo
reino [...] e a de Vimioso se restaurasse pela mesma valia do Conde de Basto, que casou sua
lha com D. Luís”, 7º conde, Camilo Castelo Branco, Noites de insônia. Porto: 1874, n. 7, p. 63.
129 Carta da câmara a el-rei, 13 de março de 1614, em que noticiou a desventura de Baltasar
de Aragão, ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos, Lisboa.
132 É pormenor desse interesse o número de re narias de açúcar que havia na Holanda.
Moerbeeck a elas se refere, no opúsculo de 1623, que adiante citamos. Três em 1605, subiam a
40 em 1650, v. José Honório Rodrigues, nota à p. 36 da dita memória. Também Von Lippmann,
História do açúcar. Rio: 1942, ii, pp. 239 e ss., trad. Rodolfo Coutinho.
133 Era a esquadra de Joris van Spilbergen, que, em 1615, ia ao Pací co, Varnhagen, ii, p. 226
e Frei Vicente, Hist. do Bras., p. 491.
134 Ingleses e holandeses foram batidos em Cabo Frio por Constantino de Menelau, cf. carta
deste de 1613, nota de Garcia a Varnhagen, ii, p. 224. A franceses refere-se Frei Vicente, op. cit.,
p. 491; também Sousa Viterbo, Trabalhos náuticos portugueses nos séculos xvi e xvii. Lisboa:
1898, p. 233. À rendição de uma nau-almirante holandesa em Cabo Frio, entre 1618 e 22, alude
a patente de João Garcia de Magalhães, Docs. hist., xxii, p. 71. Um desembarque de holandeses,
de três naus, no mesmo sítio, foi frustrado em 1630: morreram 130, patente de Luís Álvares
Monterroyo, Docs. hist., xviii, p. 402. Menelau pedira para servir no Rio de Janeiro em tempo
de D. Francisco de Sousa, ms. no Jornal do Comércio, 5 de outubro de 1930, comentado por
Félix Pacheco. Tomé Pinheiro da Veiga em Fastigímia, Porto, 1911, p. 195, no-lo apresenta em
Madri, por 1606: “Meu compadre Constantino de Menelau [...]”, espirituoso e nobre. Jaboatão,
Catálogo genealógico, p. 204, diz que “Constantino de Menelau” foi o 4º marido de D. Felícia
Lobo, na Bahia. O fato é que por D. Diogo de Meneses fora nomeado capitão do Espírito Santo,
8 de fevereiro de 1609, v. Garcia, nota a Varnhagen, op. cit., ii, p. 224 e Fr. Vicente, ibid., pp. 490
e 550.
135 Livro de mercês gerais n. 1, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inéd. Vê-se que não há razão
para dizer que Matias era capitão instituído pelo irmão Duarte, o donatário. A nomeação foi do
rei. Chamava-se Paulo. Tomou o nome de Matias de Albuquerque por ter sido bene ciado pelo
parente, que fora vice-rei da Índia e assim se chamava, administrador do morgado, cf.
Braamcamp Freire, cit. na Hist. da col. port., iii, p. 197. Sobre o bravo capitão, v. mais, Hélio
Viana, Matias de Albuquerque. Rio: 1944, pp. 14 e ss.
137 Provedor em favor de D. Maria Figueira, 1659, Docs. hist., xxi, p. 226.
140 Fr. Vicente, ibid., p. 495. Os dois “sobreviventes” seriam Antão de Mesquita e Rui
Mendes de Abreu.
141 Licenciado em cânones, fora D. Marcos um dos inquisidores em Évora, em 1607, docs.
mss. m Arq. Hist. Col., Lisboa; lente de Coimbra (1608–11), de Clementinas, depois cônego
doutoral de Évora, 14 de março de 1611, Francisco Leitão Ferreira, Alfabeto dos lentes da
Insigne Universidade de Coimbra. Coimbra: 1937, p. 306. Em 1620 o vice-rei remeteu ao
Conselho da Fazenda a petição do Dr. Marcos Teixeira (sic) sobre as bulas em Roma da Igreja
do Brasil e o custo pela Real Fazenda pois S. M. recebe os dízimos dela, despacho de 11 de abril
de 1620, Livro de mercês gerais, f. 48, ms. no mesmo Arq. Hist. Col., também inéd. Partiu para
assumir o bispado (vindo portanto pela segunda vez ao Brasil), em novembro de 1622, Garcia,
nota a Varnhagen, ibid., ii, p. 22.
142 Ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos, inéd. A carta refere-se aos estudos do
engenheiro-mor Francisco de Frias. Acompanha-a um parecer sobre a forti cação e a
di culdade de se encarregar Pero Garcia das obras.
143 Fr. Vicente, op. cit., p. 506. Sobre o imposto, representação dos procuradores de
Pernambuco, 1623, ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos. O pedreiro ou arquiteto dos paços do
governo e da Relação era, em 1623, Antônio Jorge Carrasco, Docs. hist., xx, p. 48.
144 Fr. Vicente, op. cit., loc. cit. Os fortes que tinham guarnição paga a este tempo eram: de
Itapagipe (Capitão Antônio de Crasto), este provido por D. Luís de Sousa, Docs. hist., xv, p. 11,
e Santo Antônio. O primeiro é o mesmo São Filipe, o outro, também chamado da Barra. Havia
ainda o de Santo Alberto, Docs. hist., xv, p. 144, plataforma no colégio com duas peças, cubelo
às portas do Carmo, na praia de Baltasar Ferraz duas peças, Relação das praças, 1609, ms. na
Torre do Tombo. Em 1606, como dissemos, fora o engenheiro Frias incumbido de planejar a
forti cação, custeada pela renda do imposto dos vinhos. O engenheiro Tibúrcio Espanochi, que
traçara fortaleza ao tempo de Diogo Botelho, cf. Livro 1° do Governo do Brasil. Rio: 1958, p. 51.
145 Viriato trágico. Lisboa: 1846, canto ii, est. 165–71; a 1ª ed. é de 1699. Brás Garcia de
Mascarenhas levou nove anos ausente, como diz no poema, e regressou a Portugal com 33 anos
(nasceu em 1596 e faleceu em 1656): chegara portanto aos 24, ou fosse em 1620. Estava em
Pernambuco ao rebentar a guerra e nela serviu. Tornou ao reino em 1629. Veremos adiante a
sua opinião sobre Olinda. A respeito de suas atividades no Brasil, onde enriqueceu
comerciando, A. de Vasconcelos, in Revista da Universidade de Coimbra. Coimbra: 1912, i, pp.
316 e ss. Perdeu-se o livro de versos que aqui compôs, Ausências brasílicas.
146 V. Octave Noel, Histoire du Commerce du Monde. Paris: 1894, ii, p. 154; e por último, C.
R. Boxer, e Dutch in Brazil. Oxford: 1957, pp. 4 e ss.
147 Folheto de Amsterdã, 1623, Jan Andries Moerbeeck, Motivos por que a Companhia das
Índias Ocidentais deve tentar tirar ao Rei de Espanha a terra do Brasil, v. Catálogo Nassoviano,
Anais da Bibl. Nac., li, p. 19. Publicou-o Brasil açucareiro. Rio: março de 1942, p. 39. Aí se
contém a crua explicação das conveniências da conquista, cujo principal lucro seria o açúcar.
148 Vale a pena comparar o pensamento econômico de Usselinx com o do padre Vieira —
de que falaremos — a convencer o Rei de Portugal de que a sua América valeria o Oriente,
bastando para tanto plantar no Brasil as drogas asiáticas.
150 Códice de Castelo Melhor (ou Pernambuco), ms. na Biblioteca Nacional, Rio.
151 Dízimos da província do Brasil, ms. na Torre do Tombo, códice, s. 26–7.
152 Livro que dá razão do Estado do Brasil, códice ms. no Inst. Hist. e Geogr. Bras. —
Dividia-se a renda em 1601: Pernambuco, 12.528; Itamaracá, 398; Paraíba, 255; Rio Grande,
225; Bahia, 19.732; Espírito Santo, 253; Ilhéus, 40; Porto Seguro, 1.467. Sobre os dízimos em
1614, Carta da Bahia, de 22 de fevereiro de 1617, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, inéd.; e Livro 1º
do governo do Brasil, p. 330.
153 Códice cit., segundo o qual os engenhos se distribuíam: Pernambuco, 150; Bahia, 80; Rio
de Janeiro, 60; Paraíba, 24; Itamaracá, 18; São Vicente, 14; Ilhéus, 4; Rio Grande e Sergipe, 2.
154 “Lista de tudo que o Brasil produziu anualmente”, 1624, trad. do Pe. Agostinho Keijzers e
José Honório Rodrigues, Rio, 1942. É outro folheto de Jan Andries Moerbeeck, Brasil
açucareiro, Rio, março de 1942.
157 Ms. no Escurial, citado por Jaime Cortesão, A geogra a e a economia da Restauração.
Lisboa: 1940, p. 73.
158 São Tomé chegou a produzir 400 mil arrobas, que davam carga a 20 navios, quando o
gusano lhe devastou a plantação, doc. de 1621, Luciano Cordeiro, Questões histórico-coloniais.
Lisboa: 1935, i, p. 211. Quanto à Ilha da Madeira, sofrerá a escassez de lenha (de que já falava
João de Barros) e a peste do canavial (1502).
161 Códice de Castelo Melhor, ms. cit. Livro 1º do gov. do Brasil, p. 34.
165 Diálogos das grandezas do Brasil, ed. R. Garcia, p. 130. Roberto Simonsen explica:
“Esses 300 mil cruzados correspondem a 28 mil contos, em poder aquisitivo de hoje”, História
econômica do Brasil, i, p. 154. O Padre Antônio Vieira, em 1655, con rmou o cômputo: “Assim
se tiram da Índia 500 mil cruzados, de Angola duzentos, do Brasil trezentos, e até do pobre
Maranhão mais do que vale todo ele”, Sermão do bom ladrão, v, p. 84, ed. de 1909.
166 Tais encomendas signi cam pagamentos feitos em mercadoria. É dos Diálogos das
grandezas do Brasil o informe: “De mais não há nenhum morador em todo este Estado tão
desamparado que não tenha no reino algum parente ou amigo, a quem possa mandar seus
papéis dirigidos por apelação, e mandando juntamente com eles um caixão de açúcar, basta
para a sua despesa”, ed. Garcia, p. 57.
167 Livro das grandezas de Lisboa, p. 173. Só para Lisboa... Diz que em 1617 foram 26.413
caixas de 35 arrobas, ibid., p. 12.
168 Hermann Wätjen, O domínio colonial holandês no Brasil. São Paulo: 1938, p. 86, trad.
de Uchoa Cavalcanti.
169 “Framengo: como em Portugal viciosamente são chamados, sem distinção, todos os
estrangeiros”, D. Francisco Manuel de Melo, Epanáforas, p. 267.
170 Denunciações, de 1618: “[...] de nação que é passado a Flandres”, p. 112. Diogo
Gonçalves Lasso indo a Amsterdã (1612), encontrara o licenciado Antônio de Velasco e
Domingos Prestes, cristãos-velhos, e Manuel Homem, que lá se zera judeu e era casado na
Bahia, ibid., p. 89. “Eram saídos de Flandres 4 ou 5 mil volumes de Bíblias em linguagem
castelha”, p. 43. Francisco Ribeiro, casado na Paraíba, “tem parentes judeus em Holanda”, carta
régia de 1618, Anais do Museu Paulista, iii, parte iii, p. 77.
172 Jan Andries Moerbeeck, Motivos por que a Companhia das Índias Ocidentais deve
tentar tirar ao Rei de Espanha a terra do Brasil, trad. do Pe. Agostinho Keijzers e José Honório
Rodrigues, p. 19.
174 É aliás a tese da comédia de Lope de Vega, El Brasil Restituido, a que não faltou a idéia
do “cavalo de Tróia”, v. Comédias americanas, de Lope, p. 188, ed. de Buenos Aires, 1943, com
prefácio de Menéndez y Pelayo. — Diz Netscher: “Antes de sair ao mar os almirantes holandeses
obtiveram sobre a situação política do Brasil informações as mais úteis por intermédio dos
judeus lá estabelecidos, e, que quase todos, desejavam ardentemente passar para a sujeição das
Províncias Unidas em virtude de sua tolerância em matéria religiosa”, op. cit., p. 14. No Museu
Britânico: “Consultas del aviso que envió Enrique Sinel de haber tenido parte los cristianos
nuevos de la perdida de Bahia”, setembro de 1624, Oliveira Lima, op. cit., p. 34. Quanto a
Francisco Duchs, nascera na Inglaterra, diz Aldenburg, trad. de D. Clemente da Silva Nigra,
Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxvi, p. 121.
175 Ao heróico Pieter Heyn chama Frei Vicente, Pero Peres, ibid., p. 511. O almirante “Jacon
Vilguis (sic) era muito velho” (Frei Vicente, ibid., p. 514), e “homem pací co”.
176 Vieira, “Sermão de Reis”, 1641: “Antes de se tomar a Bahia duas barcas de pescar com
cartas del-rei, que pela novidade da embarcação zeram o caso mais misterioso, e o aviso mais
notório: um mês antes a mesma capitania da armada holandesa sobre o morro [...] e nós com a
praça aberta, sem forti cação”, Sermões, ed. de 1907, ii, p. 67.
177 Frei Vicente, op. cit., p. 510. Duas palavras sobre esses capitães. Gonçalo Bezerra de
Mesquita, nomeado capitão em 27 de novembro de 1609, já então tinha 17 anos de serviços de
guerra no Brasil, Docs. hist., xiv, p. 490. Fora restituído a uma das capitanias do presídio da
Bahia em 1620, Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 111. Rui Carvalho (Pinheiro), v.
Jaboatão, op. cit., p. 284. Seu lho e homônimo gurou na campanha de 1638. Lourenço de
Brito (Correia). V. Jaboatão, Catálogo, cit. Figurou dignamente na segunda guerra holandesa.
Foi provedor-mor da Fazenda e fez parte do governo em 1641: um dos principais sujeitos da
colônia. Distinguiu-se Vasco Carneiro na campanha subseqüente.
179 Casara-se Pedro Garcia com a viúva de Baltasar de Aragão, o Bangala. Era um dos mais
ricos habitantes do país, v. Denunciações da Bahia, ed. R. Garcia; e Jaboatão, Catálogo
genealógico, citado.
180 Sobre o neto de Garcia d’Ávila, nossa História da Casa da Torre. Rio: Livraria José
Olympio Editora, 1958, 2ª ed. No Rio Vermelho houve arraial, como se vê de certidão de
Antônio Teixeira, Docs. hist., xv, p. 78. A descrição da retirada, na Ânua da Companhia, 1626,
que é do Pe. Antônio Vieira. Ali os jesuítas tinham ermida desde 1556, cf. Nóbrega, Cartas
avulsas, p. 158, ed. da Acad. Bras. “A Torre de Garcia d’Ávila tem este nome por ter uma casa
mais alta”, Vieira, “Papel forte” (1647), in Obras escolhidas, Clássicos Sá da Costa, iii, p. 87.
181 Frei Vicente, ibid., p. 513; Wätjen, op. cit., p. 89. Mandados para Holanda foram estes e
mais o Provincial dos jesuítas, Domingos Coelho, e os padres João d’Oliva, Manuel Tendrero,
Antônio de Matos e Gaspar Ferreira, o negociante Pedro da Cunha, irmãos Manuel Martins,
Antônio Rodrigues. Agostinho Coelho e Agostinho Luís, cf. gravura holandesa, Garcia, nota a
Varnhagen, ii, p. 260.
182 História Antipodum, 1631, trad. por D. Clemente da Silva Nigra, Anais do Arq. Públ. da
Bahia, xxvi, p. 111.
183 V. Jaboatão, Cat. gen., p. 419. Em São Francisco de Itapoã (terra dada aos beneditinos
por Garcia d’Ávila, o velho) foi que o Ouvidor-geral Antão de Mesquita e os vereadores Brás da
Costa e Diogo da Silva empossaram, a 24 de setembro de 1624, o Capitão-general Francisco
Nunes Marinho, Rev. do Arq. do Mun. da Bahia, n. 7, p. 170.
184 André Padilha e o lho Francisco pelejaram bravamente. Tivera o primeiro sesmaria de
duas léguas junto da cidade, em 1612, publ. do Arq. Nac., xxvii, p. 37. Sobre a genealogia,
Jaboatão, ibid., pp. 175–6, aliás, omisso. Pensamos que era Francisco Ribeiro, lho de Antônio
Ribeiro e Maria de Argôlo.
185 V. Denunciações de 1618, ed. Garcia; Jaboatão, op. cit., p. 159. O seu engenho serviu de
forti cações a Nassau em 1638. Era ainda vereador em 1641, Atas, mss. no Arq. Municipal da
Bahia.
187 Francisco de Crasto, v. Jaboatão, ibid.; tinha sido escrivão da Misericórdia antes da
invasão, Livro do Tombo, ms. no arq. desta; vereador em 1629–30, Borges de Barbos, O Senado
da Câmara da Bahia no século xvii, pp. 5 e 11, e vivia em lodo, quando informou sobre os
negócios antigos da Santa Casa, A. J. Damazio, Tombamento etc. Bahia: 1861, p. 68.
190 “Ainda que o Capitão-mor Francisco Nunes Marinho era velho”, Fr. Vicente, ibid., p. 542.
Fora nomeado provedor-mor da Fazenda do Estado do Brasil, por três anos e já aqui estava em
2 de maio de 1620, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa.
191 Foi sepultado na capela da Conceição do Engenho da cidade, Itapagipe de Cima, Garcia,
nota a Varnhagen, ii, p. 235. Perdeu-se a memória desse túmulo.
192 Filho de Filipe de Moura, portanto neto de Filipe Cavalcanti e por sua mãe, de Jerônimo
de Albuquerque, Varnhagen, ibid., i, p. 489. Em 1639 cuidou D. Francisco de Moura da defesa
de Angola. Foi despachado por alvará de 10 de setembro de 1624, com ordenado, “como teve
Manuel Mascarenhas Homem e Alexandre de Moura”, Docs. hist., xv, p. 73. Deve ter falecido
em 1641, ano em que o governador Conde de Óbidos, seu testamenteiro, reclamou o
pagamento de 1:870$880, que lhe deviam de soldos do Brasil, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 253. A
D. Francisco de Moura dedicou Diogo Bernardes a carta vi, O Lima. Lisboa: 1623, ii, p. 32.
Passara com ele à Bahia Filipe de Moura e Albuquerque, que foi alcaide-mor em 1664, Docs.
hist., xxi, p. 392.
193 Filho de Feliciano Coelho de Carvalho, era casado com D. Brites de Albuquerque, lha
de Antônio Cavalcanti de Albuquerque e Isabel de Góis, naturais de Pernambuco, Ementas de
habilitações, Bibl. Nac., Lisboa, p. 33. Foi pai de Antônio de Albuquerque Coelho, que também
governou o Maranhão.
194 Conta o autor da Arte de furtar, ed. da Comp. Melhoramentos de São Paulo, p. 106, que
“na restauração da Bahia entregou o monarca 2 ou 3 milhões a D. Fadrique de Toledo para as
despesas da guerra”. Sobre este, Duque de Alba, Contribuición de España a la defensa de la
civilización en America durante las guerras holandesas (conferência no Rio), Madri, 1950 —
com esclarecimento biográ co-genealógico.
196 Lancerote da Franca é tronco de grande família, pai dos capitães Afonso (que veio com
Diogo Botelho, Docs. hist., xv, p. 142) e André Dias da Franca, Jaboatão, ibid., p. 243. Estava na
Bahia em 1617, Anais do Museu Paulista, iii, p. 68. Deu em Pernambuco notícia da armada
restauradora, Fr. Vicente, op. cit., p. 569.
197 Sermam que pregou o Pe. Fr. Gaspar d’Assunção, da Ordem dos pregadores, na Sé da
Bahia, na primeira missa que se disse quando se deram as primeiras graças públicas, entrada a
cidade, pela vitória alcançada aos holandeses a 1° de maio de 1625, Lisboa, 1625, ex. da
biblioteca do Sr. Antônio Alberto Marinho Duarte, de Lisboa, hoje do Estado.
198 Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxvii, p. 139. Entre os prisioneiros católicos resgatados
estava D. Francisco Sarmiento, que fora governador de Potosi, tomado pelos holandeses com o
navio e os bens, O Lima, Manuscritos, etc., p. 48.
199 Não há tradição de ser da Vitória (sobre os holandeses em 1625) a igreja desta invocação
entre o Forte de São Pedro e a Graça. Mas é positivo que a erigiu (ou à capela) o velho Francisco
de Barros, pois isto se lê na lápide existente: “Sepultura do Capitão Francisco de Barros,
fundador desta capela e igreja, e de seus herdeiros, faleceu a 17 de novembro de 1625”.
Indevidamente interpretou-se o milésimo, como “1621”. Mas em 1624 Francisco de Barros não
somente vivia, como exortava a sua gente a lutar (Fr. Vicente do Salvador) e, em seguida à
expulsão do inimigo, foi premiado com o cargo de provedor-mor da Fazenda. Coincide com a
data da pedra tumular a provisão, de 24 de novembro de 1625, que nomeou, na vaga deixada
pelo referido Capitão Francisco de Barros, de provedor-mor, Ventura de Frias Salazar, Docs.
hist., xiv, pp. 478–9. Gravura holandesa de 1624, que representa em per l a cidade e arredores,
indica a ermida de Santo Antônio (além da Barra) sem aludir à Igreja da Vitória, de que aliás
não fazem menção Gabriel Soares e os autores do século anterior, reconhece Teodoro Sampaio,
História da fundação da cidade do Salvador. Bahia: 1949, p. 278. O Padre Vieira no “Sermão de
Santo Antônio”, de 1638, portanto com o valor do testemunho, diz, “o primeiro templo que
levantou Portugal na Bahia, foi com o nome de Vitória” A versão corrente (a que nos referimos
na Hist. da fundação da Bahia, p. 101), dava-o como comemorativo da vitória sobre os índios,
em 1555.
200 V. Tomás Tamayo de Vargas, Restauración de la Ciudad del Salvador, Madri, 1628 (fonte
essencial para a narração); D. Manuel de Meneses, “Recuperação da cidade da Bahia”, Rev. do
Inst. Hist., xxii, pp. 357–527; Pe. Bartolomeu Guerreiro, S. J., Jornada dos Vassalos... (com mapa
da praça), Lisboa, 1625; Juan Antonio Correa, Perdida y Restauración de la Bahia..., comédia
em versos, 1625, Bibl. Nac. de Madri; Relação verdadeira de todo o procedido..., Lisboa, 1625;
Juan de Valencia y Guzmán, Compendio Historial de la Jornada del Brasil, Col. de Docs.
Inéditos para a Hist. de España, 1870; Bartolomé Rodríguez de Burgos, Relación de la
Jornada..., Cádis, 1625; Avendano y Vilela, Relaçam do dia em que as armadas, etc., Lisboa,
1625 (os últimos apontados por Maggs Bros., Biblioteca Americana, parte iv, Londres, 1925).
Em New York Library vimos La défaite navale de trois mil tant espagnols que portugais, mis et
taillez en pièces à la Baya..., Paris, 1625; na Biblioteca Nacional de Paris, D. Lorenzo Vander
Hamen e León, Historia de la Restauración de la Bahia, in História Tópica, ms. Até no México:
Refriega que el Marqués de Vila Real, etc., México, 1626, n. 117 do Catalogue 52, de H. P. Kraus,
Nova York, 1949.
201 A comédia de Lope de Vega, in Obras completas, organizadas por Menéndez y Pelayo,
tem a originalidade de representar o Brasil, pela primeira vez, crê João Ribeiro, como um índio,
v. Ivan Lins, Lope de Vega. Rio: 1935, p. 170. Sobre as fontes da peça, Fidelino de Figueiredo,
Rev. do Arq. Mun. de São Paulo, l, p. 26. A tela de Maino, a única sobre o Brasil no Prado,
alegórica, constitui respeitável documento sentimental.
202 Miralles, História militar do Brasil, p. 23. Mais três companhias havia em 1628, quando
o governador reformou quatro, Docs. hist., xv, p. 209. A patente do sargento-mor, Docs. hist.,
xiv, p. 474. Alguns dos capitães do Terço deixado por D. Fadrique aparecem distintamente na
guerra holandesa de Pernambuco. Em geral, foram aproveitados os que se tinham destacado na
retomada da praça, como Francisco Padilha, Manuel Gonçalves...
206 Atas da Câmara da Bahia. Bahia: 1945, i, p. 25. Ainda em 1629 o bispo pedia alfaias para
a Sé, que fora saqueada, Anais da Bibl. Nac., lvii, p. 89.
207 Docs. hist., xv, pp. 66–7. O Desembargador Antão de Mesquita cou por ouvidor-geral.
O autor dos Diálogos das grandezas mostrara, em 1618, a inutilidade do tribunal. Há curiosa
coincidência de razões entre este e Diogo do Couto, O soldado prático, p. 157, ed. R. Lapa,
censurando a Relação de Goa. Na terra, nada cou da passagem dos invasores, a não ser a
abertura dos fossos, numa tentativa de cercar de água a colina da cidade, aliás infrutífera. O que
deles se conserva é o sino da câmara municipal (recolhido hoje ao museu do Estado), que tem o
seguinte dístico: “Hendrick Wegewart de Inge made-mi in Deventer anno 1615”. Foi certamente
o sino por eles colocado na torre do paço municipal, que ali continuou, conservado como um
troféu — a convocar a população para os atos públicos.
208 É a data em que cessam os ordenados de D. Francisco de Moura, Docs. hist., xv, p. 76.
Miralles diz: 27 de dezembro, op. cit., p. 138. Diogo Luís fora mestre-de-campo em Flandres,
Frei Vicente, op. cit., p. 614 e Garcia, nota a Varnhagen, ii, pp. 244–5. Acrescenta D. Francisco
Manuel: foi seis anos mestre-de-campo em Flandres e depois do governo do Brasil mestre-de-
campo-general na guerra de Espanha, contra a França, em 1637, “o primeiro que em Castela
com tal título capitaneou exércitos”, Epanáforas, p. 179. Na Bahia deu sepultura no Carmo a seu
irmão, o morgado de Oliveira, morto em 1625, Fr. Vicente do Salvador, op. cit., p. 615. Há na
Biblioteca da Ajuda (Lisboa) queixa de Lourenço de Brito Correia, “de vexações, opressões
públicas, injustiças e roubos que Diogo Luís de Oliveira, governador do Brasil, cometeu naquele
estado”, in Brasília. Coimbra: 1942, i, p. 273.
209 Docs. hist., xv, p. 86. Foi Diogo Luís que pediu a vinda de D. Vasco, futuro Conde de
Óbidos, Manuscritos... do Museu Britânico, p. 23.
212 Anais do Museu Paulista, ii, parte ii, pp. 18–9. Do famoso corsário (1589–660) há no
Museu de Amsterdã o retrato de Jan Dermon Cool.
213 “E sendo mandado pelo Governador-geral Diogo Luís de Oliveira com a sua companhia
a socorrer uns navios que do porto se retiraram, indo a ele segunda vez uma esquadra
holandesa, o ano de 1627 ser morto em um dos ditos navios em defensão dele fazendo seu
dever, e car sua mulher Joana Teles pobre com um lho e uma lha”, diz a prov. de 8 de janeiro
de 1630. Concedeu à viúva de Francisco Padilha a tença de 40$000 cada ano, Docs. hist., xvi, p.
194, que perdeu em 1634 por casar com João Borges de Escobar, escrivão do tesouro e depois
da ouvidoria, Jaboatão, Cat. gen., p. 176.
214 Docs. hist., xv, p. 154. Superintendente das obras foi Francisco Pereira, Docs. hist., xv, p.
178, entre 1628 e 31. Encarregado da pólvora, Francisco Alves, ibid., xv, p. 181.
220 Carta régia de 3 de junho de 1627 tratara do oferecimento de Tristão de Mendonça para
armar 18 navios de guarda às frotas, Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 122.
222 Frei Manuel Calado, O valeroso Lucideno, parte i, p. 8, Lisboa, o cina de Domingos
Carneiro. E sobre este cronista, José Antônio Gonsalves de Melo, Frei Manuel Calado do
Salvador, Recife, 1954.
223 V. carta de Matias de Albuquerque, 18 de fevereiro de 1630, Garcia, nota a Varnhagen, ii,
p. 337.
224 No Viriato trágico descreveu o poeta, que conheceu Pernambuco ao tempo da invasão:
“Navegando sua costa desejoso/ De saber estranhezas não sabidas,/ Naufrágio padeci tão
lastimoso,/ Que entre muitos salvamos poucas vidas,/ Escarmentado mais que curioso,/ Tendo
as colônias já reconhecidas,/ Na de Olinda parei, tendo a de Olinda/ Por maior, por melhor e
por mais linda” (op. cit., canto xv, est. 50). Camilo, Luta de gigantes, 5ª ed., p. 27, diz: “Brás
Garcia, no posto de alferes, militou nove anos, praticando singulares feitos de intrepidez”.
227 Era lho de Lancerote da Franca (como dissemos), de boa gente de Ceuta, Ementas de
habilitações de ordens militares. Lisboa: Bibl. Nac., p. 40.
228 Segundo Matias de Albuquerque, carta citada, os seus homens eram até mil a pé e 200
de cavalo, estimando em 4 a 5 mil os inimigos. Diz que ao ordenar o ataque à vanguarda que
atravessava o rio lhe fugiram, cando “alguma pouca gente”. Esse derrotismo indica a
desigualdade de sentimentos ao primeiro choque — como sucedera na Bahia. A resistência
apurou a delidade à terra, à religião e a Portugal dos verdadeiros “portugueses” — em ambas
as capitanias.
231 Certidões in Magalhães Basto, Poeira dos arquivos. Porto: 1935, pp. 152–3.
232 O Capitão Antônio de Lima, comandante do Forte de São Jorge, foi preso, depois de
entregue pelo inimigo, e mandado processar na Bahia, cf. carta régia de 25 de outubro de 1630,
Docs. hist., xv, p. 414. Há uma Relaçam verdadeira e breve da tomada da Vila de Olinda e lugar
do Recife na costa do Brasil pelos rebeldes de Holanda, tirada de uma carta que escreveu um
religioso de muita autoridade — consultamos o ex. de New York Library. Do mesmo ano é
Beschreibung — welcher gestalt die haupstatt dess Konigreichs Brasilien — Pernambuco — in
America... von dem Herrn Heinrich Cornelio Lonch, general zu Wasser und Land... 1630, ex.
no Inst. Hist. e Arqueológico de Pernambuco (primeiro histórico da capitulação).
234 Nada mais falso do que a frase atribuída a Adrião Pater: “O oceano é o túmulo digno de
um almirante batavo”. É apenas literatura. Frei Rafael de Jesus: “[...] amortalhado na honra se
sepultou vivo nas ondas”, Castrioto lusitano, p. 66, Lisboa, 1679. “Envolto no estandarte [...]”,
Frei Manuel Calado, O valeroso Lucideno, p. 13, teria dito: “Muy gran soldado es D. Antônio de
Oquendo”. Rocha Pita, op. cit., p. 181, repete os dois autores, e acrescenta: “[...] querendo
poupar os mausoléus, escondesse no profundo do oceano o seu cadáver”. Mas Frei Giuseppe di
Santa Teresa inventou: “[...] si gettò barbaramente nell’onde, dicendo che solo tutto l’Oceano era
degno tumulo del suo invitto cuore”, Istoria delle Guerre del Regno del Brasile, p. 115, Roma,
1698. Alphonse de Beauchamp coucluiu a frase completando o mito: “L’océan est le seul
tombeau digne d’un Amiral Batave!”, Hist. du Brésil, 1815, cit. por R. Gabola, nota a Varnhagen,
ii, p. 342. Os autores holandeses não contribuíram para a lenda...
235 Houve conselho no dia 13, decidindo-se mandar o galeão dos Prazeres Major, que fazia
água, consertar na Bahia, Docs. hist., xvi, p. 5. Este era fretado por 114$000 por mês, ibid., p. 6.
Diz o licenciado Manuel de Morais, “Resposta que deu, etc.”, Anais do Museu Paulista, i, parte
ii, p. 17, que os galeões espanhóis não combateram devidamente por irem muito carregados de
caixas de açúcar.
236 Docs. hist., xvi, pp. 39–41. O preço xo foi de $320 pela medida corrente, que era de
dois alqueires, op. cit., p. 43.
237 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 214. Proibiu-se depois que navegassem
caravelas, por serem navios de pouco armamento, devendo ir em seu lugar naus e galeões. O
Padre Vieira vangloriou-se: “Fui eu a causa, de que, as nossas caravelas se convertessem em tão
poderosas e bem armadas naus, aconselhando D. João iv a queimar 39 que estavam no Tejo”,
Sermões, xiii, p. 350.
238 Itamaracá prosperara. Sabemos pelo Códice de Castelo Melhor, ms. cit., que em 1609 lá
carregavam quatro navios e o dízimo fora arrendado por 7 mil escudos, subindo a 300 mil
cruzados o valor do seu comércio vinte anos depois. Teria 18 engenhos. Custava à Coroa cada
ano 605$840.
241 H. Wätjen, op. cit., p. 114. É pelos quadros de Franz Post que podemos ver o estado em
que cou Olinda, com as igrejas destroçadas. Algumas conservam em parte a fachada primitiva.
Assim a dos jesuítas (hoje seminário, restaurada em 1661), a do Carmo...
242 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 224. A bibliogra a vulgarizada das lutas
holandesas consiste nos livros de Fr. Manuel Calado, O valeroso Lucideno, Lisboa, 1648 e 1668;
Duarte de Albuquerque, Memórias diárias da guerra do Brasil (que serviu a Francisco de Brito
Freire para a História da guerra brasílica, 1675); D. Francisco Manuel, Epanáfora quinta, 1660;
Fr. Rafael de Jesus, Castrioto lusitano, 1679; Diogo Lopes de Santiago, História da guerra de
Pernambuco, Rev. do Inst. Hist., vol. 38 e Recife, 1943; Fr. Giuseppe di Santa Teresa, Istoria delle
guerre..., 1699, sem originalidade; os amengos Gaspar van Baerle (Barlaeus), João Nieuhof,
João de Laet, o borgonhês Pierre Moreau, Netscher (1853), o nosso Varnhagen (1867), os
modernos, entre estes Hermann Wätjen, citados em notas de pé de página, fora o documentário
de referência obrigatória, e as monogra as que o valorizam, num acervo enorme.
243 Anais de D. João iii, cit. V. o resumo das condições do Brasil (1647), no “Papel forte”, do
Padre Antônio Vieira, Obras escolhidas, Clássicos Sá da Costa, iii, pp. 84–7.
245 Manuel Álvares Deus-Dará, lho de Antônio Álvares de La Penha, natural de Braga,
empregara mais de 10 mil cruzados em levar farinhas da Paraíba para o Arraial, por entre
barcos inimigos, em 1630, Livro de mercês gerais, f. 350, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa. Foi
título que alegou para ter o lho, Simão Álvares, o lugar de provedor da Fazenda, como
diremos.
246 V. Anais da Bibl. Nac., li, p. 101. O forte é de 1616, Liv. 1º do Gov., citado. O atual de
Santa Catarina tem sobre o portal a pedra quebrada, em que ainda se lê a data da reconstrução,
1712. Infelizmente o mar destruiu parte dessa grande obra, cujas ruínas suscitam admiração
(como a vimos em julho de 1949).
248 João de Lira Tavares, Pontos de história pátria: Paraíba. Paraíba: 1912, p. 60.
249 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 154. Há o opúsculo de Frei Paulo do Rosário,
Lisboa, 1632: Relaçam breve e verdadeira da memorável vitória que houve o capitão-mor de
capitania de Paraíba, Antônio de Albuquerque dos rebeldes de Holanda, que são vinte naus de
guerra e vinte e sete lanchas: pretenderam ocupar esta praça de Sua Majestade, trazendo nela
para o efeito dois mil homens de guerra escolhidos afora gente do mar.
251 V. carta do capitão-mor da Paraíba, 3 de janeiro de 1634, Anais do Museu Paulista, iii,
parte ii, p. 125. O forte defronte de Cabedelo foi feito a expensas de Domingos de Almeida,
Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 207.
253 A. Tavares de Lira, Notas históricas sobre o Rio Grande do Norte. Rio: 1918, p. 108.
255 Em 1609 os dízimos do Rio Grande tinham sido arrendados por 500 cruzados: rendia a
capitania 700 escudos, Códice Pernambuco, ms. cit. — “Sem fazer menção da consignação que
nas mesmas rendas da capitania da Paraíba tem a do Rio Grande pelas folhas ordinárias”, prov.
do governador-geral, 1633, Docs. hist., xvi, p. 88. — Sete ou oito aldeias e uns 6 mil índios,
havia no Rio Grande em 1607, visitados por dois jesuítas, cf. documento in Pe. Sera m Leite,
Hist. da Comp. de Jesus, i, p. 558.
256 Tavares de Lira, op. cit., p. 112. Leia-se, de João d’Albuquerque Maranhão, História da
casa de Cunhaú, Recife, 1956; e de Luís da Câmara Cascudo, História do Rio Grande do Norte,
Rio, 1955.
258 Gaspar Barleo, Hist. do Bras., sob o governo de Maurício de Nassau, p. 138; J. F. de
Almeida Prado, Pernambuco e as capitanias do Brasil. São Paulo: 1941, ii, p. 262.
259 Doc. de 1630, in Tavares de Lira, op. cit., p. 140. Sobre o capítulo, Luís da Câmara
Cascudo, História do Rio Grande do Norte, p. 59.
260 V. Eugène Guérin, Ango et ses Pilotes, p. 24 (cit. por Afrânio Peixoto, Martim Soares
Moreno, p. 28).
261 Capistrano de Abreu, Rev. do Inst. do Ceará, xviii, p. 62. Domingos Lopes Lobo tinha
sido nomeado capitão do presídio do Ceará, 9 de setembro de 1617, Anais do Museu Paulista,
iii, parte ii, p. 44. Diz João Carvalho Mascarenhas, autor da relação do naufrágio da nau
Conceição, 1627: “No Brasil, indo por terra do Rio Grande até a Paraíba e Pernambuco, e daí à
Bahia”, Viagens e naufrágios célebres. Porto: 1937, i, p. 84, ed. Damião Peres.
262 Livro de mercês gerais, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa. Só em 1654 “foi começada a
construção da ermida da fortaleza de N. S.a da Assunção”, Studart, Rev. do Inst. do Ceará,
xxxvii, p. 187.
263 Fr. Luís de Sousa, op. cit., p. 452. Afrânio Peixoto, op. cit., p. 50, transcreve o parecer do
Conselho da Fazenda, 1629, contrário ao pedido do capitão-mor para que o Ceará fosse
desligado do Maranhão e unido ao Brasil.
265 Pedira que o Ceará fosse tirado do Estado do Maranhão passando para o do Brasil, o
que se lhe indeferiu, em 20 de março de 1626, Códice 38, s. 118–23, ms. no Arq. Hist. Col.,
cópia da Sra. Luísa Fonseca.
268 Em 1632 Domingos da Veiga isto previra, Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 204. E
sobre o período, Guilherme Studart, Datas e fatos para a história do Ceará, Fortaleza, 1896.
269 Docs. hist., xv, p. 58. O valor do comércio das três capitanias, Maranhão, Ceará e Pará,
subia a 40 mil cruzados, Códice Pernambuco, ms. cit.
273 Catálogo da exposição histórica da ocupação. Lisboa: 1937, i, p. 82. Fr. Vicente chama-
lhe Pe. Cristóvão Sera m. Era irmão de Manuel Sera m de Faria, v. J. Lúcio d’Azevedo, Os
jesuítas no Grão-Pará, p. 45. Chegou a Bispo de Angola (não assumindo porém as funções) e
faleceu em Lisboa em 1652, Barbosa Machado, Bibl. lus., i, ed. de 1930. Do códice dá notícia
Luís de Pina, Brasília, i, p. 312 (reproduzindo-lhe várias estampas).
274 Eram quatro as capitanias do Maranhão em 1649: Ilha do Sol (Álvaro de Sousa), Cumã
ou Tapuitapera (Antônio Coelho de Carvalho), Cabo do Norte (Bento Maciel), Camutá
(Francisco Coelho de Carvalho). Ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos, Lisboa.
275 A capitania do Caité (no Gurupi) já pertencia a Álvaro de Sousa, lho de Gaspar de
Sousa, que a reivindicou, razão por que, em 1633, o governador deu outra capitania nos con ns
do Pará (da primeira cachoeira do Tocantins às terras dos Tapuiuçus) a Feliciano Coelho. A
doação de nitiva a Álvaro de Sousa foi de 3 de fevereiro de 1631. Em 1649 chamava-se da Ilha
do Sol. Quanto a Tapuitapera (ou Cumã) foi con rmada por el-rei a 15 de março de 1639: o seu
titular, Antônio Coelho de Carvalho, se distinguiu como embaixador de D. João iv à corte de
França, v. nossa nota a Tácito português, de D. Fran cisco Manuel de Melo, ed. da Acad. Bras., p.
199. Prevaleceu o nome de Cumã; por m, Alcântara (1754). A vila 6 de 1648, Jerônimo de
Viveiros, Alcântara. São Luís: 1950, p. 14. Gaspar de Sousa obtivera para o lho aquela capitania
como prêmio dos seus serviços na conquista do Norte — em 25 de maio de 1622. A do Cabo do
Norte, de Bento Maciel, foi-lhe concedida em 14 de junho de 1637. Propusera ele a criação
antes de 1638, Varnhagen, ibid., ii, p. 258, de outras capitanias. O ilustre Antônio de Sousa de
Macedo ganhou a de Marajó (1655); Gaspar de Sousa Freitas, do Xingu (1681).
276 Berredo, Anais históricos. Florença: 1905, 3ª ed., p. 254. Para incentivar a colonização
mandou el-rei em 1636 que os degredados, destinados à Ilha do Príncipe, fossem para o
Maranhão, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 206. Desse ano é o “Memorial que na corte de Madri fez
Bento Maciel, governador do Maranhão, acerca da forti cação, socorro e mais cousas
importantes daquela conquista”, ibid., p. 209.
277 Manuel Barata, Efemérides paraenses, p. 144; e Garcia, nota a Varnhagen, v, p. 343.
Cartas régias de 1619, ordenando o socorro ao Pará, Anais do Museu Paulista, iii, parte iii, pp.
88–90.
278 De certidão de Bento Maciel Parente consta que o acompanhou “no descobrimento da
serra Teicora, e [...] em demanda das minas de ouro”, in Livro de mercês gerais, ms. no Arq.
Hist. Col., Lisboa. A fé de ofício de Bento Maciel, que se comparou a Fernão Cortez Garcia,
nota a Varnhagen, ii, pp. 267–71.
279 Carta régia de 10 de janeiro de 1620 fala em navios ingleses e amengos “com intento de
cometerem a nova mina desse estado”, Anais do Museu Paulista, iii, parte iii, p. 108. Referia-se
ao Pará.
281 Frei Vicente, op. cit., p. 503. Luís Aranha de regresso a Portugal foi capturado pelos
holandeses junto às Bermudas e conseguiu fugir num pequeno bote. Voltou ao Pará como
capitão-mor. Há uma consulta do Conselho da Fazenda, 1624, “sobre o que Luís Aranha de
Vasconcelos pede para ir acabar a conquista das Amazonas e fazer no grão-rio delas uma
fortaleza da parte do Norte”, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 60. Quanto ao piloto Antônio Vicente
Cochado, fez uma “descrição dos rios do Pará, Corimá e Amazonas, descoberto e sondado de
mandado de S. M. por Antônio Vicente, piloto de Pernambuco”. Merece as honras de
verdadeiro descobridor, Frazão de Vasconcelos, Pilotos, etc., p. 17.
282 Doc. in Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 219. Alegou Bento Maciel, em 1630, ter
conquistado doze províncias de índios (Guajaijaras, Tupinambás, Tocantins, Nhuanas, Amaus,
Mapuazes, Pacajares, Curupas, Maraiguis, Quanis, Tapuiuçus, Tacares, Uguapes, Andurás e
Pirapes) desde o Maranhão ao Amazonas... Antes de deixar o Pará deu a sua casa aos carmelitas
(1627) no mesmo ano em que os franciscanos começaram o seu Convento de Santo Antônio,
Rev. do Inst. Hist., lxxviii, p. 117. Em 1635 ousou pedir mil casais de índios em “administração
e encomenda”, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 181.
283 Estivera nomeado em 1620 mas não teve efeito, ms. no Arq. Hist. Col., já citado. Levara
ao Pará o socorro de 1617. Diz-nos em doc. de 1618 que só havia ali quatro capuchos e nenhum
clérigo de missa... Decidiu o Conselho da Fazenda, 7 de junho de 1621, apelar para as várias
ordens religiosas. Já Vázquez de Espinosa, ibid., p. 74, nos fala de dois conventos, uma igreja,
três ermidas, 60 vizinhos e 200 praças de guarnição do forte construído por Bento Maciel.
284 Informação de D. Diogo de Castro, 1632, Rev. do Inst. do Ceará, xxvi, p. 30.
285 V. Garcia, nota a Varnhagen, ii, pp. 271–2; Capistrano, “Prolegômenos” a Fr. Vicente, p.
461.
286 Capistrano, ibid., p. 462.
287 Varnhagen, op. cit., iii, p. 183; Artur C. F. Reis, A política de Portugal no Vale
Amazônico. Belém: 1940, p. 41.
289 Pe. João Daniel, “Tesouro Descoberto”, Rev. do Inst. Hist., xii, p. 382. “Derradeira terra
para a largada em busca do desconhecido”, Raimundo Morais, À margem do livro de Agassiz.
São Paulo: 1939, p. 35. Para os antecedentes, José Rumazo, La Región Amazónica del Ecuador
en el Siglo xvi. Sevilha: 1946, cap. xiv.
290 Frei Laureano de la Cruz, Nuevo Descubrimiento del Rio de Marañón, p. 37, 1878;
Jimenez de la Espada, Viaje del Capitán Pedro Texeira: Agua Arriba del Rio de las Amazonas,
Madri, 1889; Pedro Calmon, Rev. do Inst. Hist., “Assembléia Pan-Americana de História”, ii, p.
101 (aí sintetizamos este episódio decisivo para a expansão portuguesa na América). As fontes
principais: Pe. José Maldonado, Relación del Descubrimiento, que serviu para o relato de Dr.
Domingo de Córdoba; Pe. Barnuevo, Relación Apologética; Fr. Laureano de la Cruz, Nuevo
Descubrimiento, 1653; Alonso de Rojas e Cristobal de Acuña, Descobrimentos do Rio
Amazonas, trad. de C. de Melo Leitão, São Paulo, 1941.
291 O Pe. Vieira, “Sermão de São Pedro Nolasco”, Sermões, vi, p. 349, comemorou essa
prioridade: “Só o estado do Maranhão pode dar nova religião a Portugal, porque lhe deu a das
Mercês”. V. também Garcia, nota a Varnhagen, iii, p. 194.
292 V. José Antônio de Plaza, Mem. para la Hist. de la Nueva Granada, p. 332; Antônio José
Uribe, Colombia y el Perú, Bogotá, 1931.
293 V. pp. 434 a 438 deste vol. Aí a referência aos donatários, Castanheiras em Ilhéus,
Aveiros em Porto Seguro. Em agosto de 1652 o Conde de Castelo Melhor, defendendo os
direitos da Condessa de Castanheira (D. Helena de Sousa), reclamou contra uma invasão de
jurisdição da vizinha capitania, Docs. hist., iii, p. 182. A pobreza da primeira daquelas
capitanias exprime-se nesta frase do Arcebispo da Bahia, em 1689: “Toda a capitania dos Ilhéus
não vale vendida, o que Vossa Mercê quer (5 mil cruzados) que se lhe dê para livrá-la dos
tapuias”, Docs. hist., xi, p. 152. Em 1695 informava o chanceler da Relação da Bahia que só
tinha dois engenhos, um dos jesuítas do Colégio de Santo Antão (Lisboa) e outro de Manuel de
Cerqueira; a Vila de Boipeba era pobríssima; a de Cairu “pouco mais avantajada”; Camamu, “a
melhor de todas”, porém o útil da vila, com 10 ou 12 léguas de costa, era dos jesuítas. Os
dízimos em 1694 renderam “em dinheiro 20$000”, Arq. Hist. Col., cód. 252, inéd.
294 Carta de 22 de fevereiro de 1613, para o Governador Gaspar de Sousa, Paulo Prado,
Paulística, p. 125. Foi em 1611, cf. provisão de 28 de junho de 1633, Docs. hist., xvi, p. 386. Em
1633 os jesuítas foram encarregados desse descobrimento.
296 Informações das minas, Anais da Bibl. Nac., lvii, p. 167: “Por benefício de amizade que
teve um índio natural destas serras Marcos de Azeredo alcançou notícia destas esmeraldas, e
guiado dele seguro na amizade, escoteiro se dispôs a fazê-la, e desembaraçado das demoras, que
hoje fazem as embarcações com que se intenta, efetivamente guiado em breves dias a
conseguiu, confessando porém que na imensidade das últimas serras esteve o guia perplexo na
certeza e demoroso na segurança”.
297 Fora condenado à morte em 1618 e fugira, Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 240. Mandou
el-rei um desembargador devassar na capitania a propósito dos negócios desse amengo, Anais
do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 75. Parece que foi absolvido em 1620, Anais, cit., ibid., p. 112.
298 Frei Vicente do Salvador, op. cit., p. 566; e Vieira, Carta Ânua, de 1626.
301 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 63. O alv. de 2 de fev. de 1618 deu-lhe o governo
de São Vicente, por três anos, Garcia, nota a Varnhagen, v, p. 353.
302 Livro de leis, f. 173, na Torre do Tombo, ms. Abrangia o Espírito Santo e São Vicente.
303 Códice Castelo Melhor, ms. na Bibl. Nac., citado. A despesa do Rio em 1616 foi de
1:806$520, Docs. hist., xv, p. 41. Não tem razão Pizarro ao dizer que o contrato dos dízimos
para o Rio data de 1628, à vista do alv. de 30 de agosto, que mandava arrematá-los em cada uma
das capitanias pelos provedores, Vieira Fazenda, Rev. do Inst. Hist., n. 143, p. 423.
304 V. Anais da Bibl. Nac., lix, “Processo das despesas feitas por Martim de Sá” 1628–33,
publ. por Rodolfo Garcia. O Padre Antônio Vieira, em 1648, Cartas, i, p. 40, aconselhou ao
Marquês de Niza dissesse em Paris que “o Rio de Janeiro é a praça do Brasil que pode melhor
que todas ser socorrida por terra, porque tem muitas aldeias vizinhas de índios vassalos de S.
M., e a cidade de Cabo Frio, que é de portugueses, e as vilas”.
306 “Códice da Ajuda”, 1669, in Anais da Bibl. Nac., lvii, pp. 162–3.
307 Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 209. A Fortaleza de Santa Cruz tinha capitão
Antônio de Faria, em 1633, e São João, Pedro Martins Negrão. Docs. hist., xvi, pp. 153 e 342.
308 O autoritarismo de Martim (peculiar aos Sás), revelou-se no caso célebre do Ouvidor
Paulo Pereira do Lago, que ocupava o cargo desde 1630. O Governador-geral Diogo Luís, para
quem apelou, a m de declarar suspenso de funções o magistrado, mandou que se passasse este
à Bahia, entregando a ouvidoria ao Provedor Dr. Miguel de Cirne (que foi substituí-lo). A
câmara tomou o partido de Paulo Pereira; o capitão-mor empossou o substituto; e aquele,
depois “de andar pelos matos mais de dois anos, fez grandes despesas em ir ao reino”.
Memorável foi a sentença do Desembargo do Paço, 1644, condenando D. Leonor de Távora,
viúva de Martim, a indenizá-lo, cf. Pegas, cit. por Varnhagen, op. cit., ii, p. 252. O seguinte
ouvidor chamou-se Manuel da Costa Barros, Acórdãos e vereanças. Rio: 1935, p. 3.
309 Félix Ferreira, A Santa Casa da Misericórdia Fluminense. Rio: 1898, p. 130.
312 V. Augusto de Lima Júnior, Notícias históricas. Rio: 1935, p. 118 (cf. docs. no Arq. Hist.
Col., Lisboa).
316 Era ouvidor por quatro anos, quando — em 10 de abril de 39 — se apresentou, provido
nesse lugar, o licenciado Simão Álvares de La Penha, a quem a câmara deu posse, apesar do
protesto do primeiro, Acórdãos e vereanças, p. 31. Das habilitações para o clero de Braga,
Padres do arcebispado de Braga, p. 36, Lisboa, 1939, consta Simão Álvares, lho de Manuel
Álvares (de Palmeira, Braga, e morador no Brasil) e Aldonça Álvares de La Peña (de Viana),
neto paterno de Simão Álvares e Maria Dias, materno de Pedro Álvares de La Peña, vedor del-
rei, natural do Porto, e Filipa Correia, de Granada, Espanha. O processo é de 1623 e completa
os informes de Frei Jaboatão, Cat. gen., tít. “De La Penha Deus Dará”. Foi um dos grandes
magistrados do Brasil seiscentista, como diremos, e cunhado do Padre Antônio Vieira.
317 Os dízimos da parte do Sul (Sergipe, Ilhéus, Porto Seguro, Rio de Janeiro, São Vicente e
Cananéia), tinham sido arrendados em 1609 por 36.200 cruzados: metade do valor do Norte. A
despesa da capitania em 1616: 328$480! A tendência para o êxodo, entretanto, fazia o
Corregedor Amâncio Rebelo Coelho (9 de setembro de 1620), proibir saíssem da vila os
moradores para povoarem outras terras, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, v, p. 186.
318 É interessante notar que o donatário (assim o Marquês de Cascais para São Vicente, em
1648, v. Docs. hist., xxxiii, p. 249), nomeava o capitão-mor, porém dependendo de con rmação
do governador-geral, sendo que “os ouvidores da Repartição do Sul haviam usurpado quase a
jurisdição toda ao mesmo donatário”. Este tinha senhoriagem nominal, não mais o poder
arbitrário dos primeiros capitães-mores das várias capitanias. Percebiam a redízima, gozavam
do privilégio de indicar o seu representante, e pouco mais.
319 Pedro Taques, História da capitania de São Vicente, p. 140 (e aí o histórico do litígio
entre os donatários, que terminou no nal do século).
320 Pedro Taques, op. cit., p. 140. O Capitão Bernardo Rodrigues Bueno em 1660 fez a
câmara declarar que fora seu sogro, Francisco Álvares Marinho, quem edi cou a vila em sítio
de nitivo, mais decente, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, ix, p. 110. As povoações da costa, a
partir do Rio de Janeiro: Angra dos Reis (“Vila de Ilha Grande”), Vila de Parati (fundada em
1667 por Martim Correia Vasqueanes), Vila de Ubatuba, criada em 1637 e fundada pelo
Capitão Jordão Homem da Costa, adquiriram notoriedade e vulto com o descobrimento das
Minas Gerais e o seu comércio (1700).
321 Pe. Sera m Leite, Novas cartas jesuíticas, p. 221. O nome — Tubarão — perdura numa
localidade de Santa Catarina, entre Laguna e Jaguaruna. Lembra outro índio, do mesmo nome,
da Bahia primitiva, cf. Nóbrega, Cartas avulsas, p. 161, ed. da Acad.
322 Pe. Sera m Leite, op. cit., p. 235. A alusão é ao prelado do Rio de Janeiro. Anais da Bibl.
Nac., lix, p. 19. O Padre Roque González encontrou em 1628 vestígios do comércio português
com os índios do Rio Uruguai: “Me disseram os índios, entravam portugueses, em navios
pequenos, deixando os grandes em alto mar, para comerciar com eles”. Pe. L. G. Jaeger, Os
heróis de Caaró e Pirapó. Porto Alegre: 1940, p. 195.
323 Alv. de 27 de abril de 1618, Livro 1º de leis, f. 94, na Torre do Tombo, concede a Gonçalo
da Costa de Almeida e João Peres pescaria de pérolas entre a Ilha Grande, Paranaguá e Ilha de
Santa Catarina, tudo “nas partes do Brasil”.
324 Francisco Martins dos Santos, História de santos. Santos: 1937, i, p. 265.
325 Joris van Spilbergen, um dos primeiros marinheiros de Holanda que estiveram nos
mares orientais, comandava uma esquadra de seis navios. Zarpou de Amsterdã em 8 de agosto
de 1614. Do ataque a Santos nos dá completa notícia A. Taunay, Na era das bandeiras. São
Paulo: 1922, pp. 66–81. Da passagem pelo Cabo Frio dissemos no capítulo sobre o Rio de
Janeiro. Recebida hostilmente em Santos, a frota não pôde aí refrescar com a comodidade que
esperava. Deu desembarque no engenho do São Jorge dos Erasmos (o melhor da terra), realizou
algumas presas, mas, ante a repulsa dos moradores, bem armados, seguiu viagem para latitudes
mais hospitaleiras. A abundância de frutas, notada em São Vicente, con rma a animação
agrícola que bene ciava então o litoral: duma vez os amengos carregaram 8 mil laranjas e
limões.
327 Ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, sobre recursos para a guerra à Holanda. Figura o
Amazonas com 70 soldados, o Pará com outros tantos, o Maranhão com 80, e tinha “Sergipe 50
palhoças”. Vizinhos, tinha a Ilha Grande 150, Cabo Frio, 12, a Vila de Santa Catarina (sic), 10
ou 20... Lembrava o autor dessa curiosa estatística que os paulistas tomassem o Rio da Prata. É
pois de 1645 a 50. Constitui um depoimento surpreendente, para dar a medida a este Brasil em
formação.
328 Os padres idos da Bahia já encontraram em Córdoba do Tucumã dois jesuítas descidos
do Peru, Francisco Angulo e Alonso Barzana, em 1585, início portanto das atividades da
Companhia no Paraguai, Pe. Sera m Leite, História da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa:
1938, i, p. 348. O padre-geral, carta de 24 de janeiro de 1587, ordenou que a nova missão
pertencesse ao Peru, e como para acentuar mais a separação dos jesuítas do Brasil, autorizou
em 1591 o Provincial Pe. Beliarte a retirar de lá os seus padres. Três não quiseram voltar, Pe.
Sera m Leite, op. cit., i, p. 349. O Pe. Salóni faleceu em 1599. O Pe. Filds pediu, em 1601, casse
a missão subordinada ao Brasil, dadas as difíceis comunicações do Peru. O Pe. Tolosa, vice-
provincial, apoiou essa súplica em 1604. O padre-geral resolveu o caso fundando a província
independente.
329 Ramón I. Cardozo, El Guairá: Historia de la Antigua Provincia. Buenos Aires: 1938, p.
154.
331 O Pe. Diego de Torres obteve do Visitador do Paraguai, em 11 de outubro de 1611, que
os índios guaicurus de Tibaxiba fossem isentos de serviço (encomenda), Anais do Museu
Paulista, i, p. 446. O mesmo padre enviara em 1609 um mapa da região, cf. G. Furlong,
Cartogra a jesuítica. Buenos Aires: 1938, i, p. 21. Em 1612 comegou o apostolado do Pe. Roque
González de Santa Cruz, em San Inácio, cuja igreja construiu: é reputado o “primeiro apóstolo
do Rio Grande do Sul”, Pe. Carlos Teschauer, Vida e obras de Roque González, para cujo
território passou em 1626: fundou então a aldeia de São Nicolau. Foi morto pelos índios no
Caaró, em 1628.
332 Pe. Guillermo Furlong, Los Jesuítas y la Cultura Rioplatense. Montevidéu: 1933, p. 19.
333 Doc. in Anais do Museu Paulista, i, p. 149. Pedro Vaz de Barros fora capitão-mor de São
Vicente em 1603–5, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, v, p. 164.
334 Carta de 8 de janeiro de 1612, Anais do Museu Paulista, i, p. 157. Deu em resultado a
carta régia de 25 de fevereiro de 1614, que proibiu os agravos feitos às missões, cf. Pablo
Pastells, e Afonso Taunay, Na era das bandeiras. São Paulo: 1922, p. 91. O cabido de Ciudad
Real queixou-se em 1612 que os mamelucos já haviam levado mais de 3 mil índios em prejuízo
da cidade. O resultado da representação do governador foi, sem dúvida, a correição que
empreendeu, em 1614, o Desembargador Manuel Jácome Bravo, Rev. do Inst. Hist. de São
Paulo, v, p. 182. Publicou-se em 1618: Diego de Velasco, Advertencias... sobre el remedio de los
excesos que se cometem por el puerto de Buenos Aires y puerto de San Pablo y los
inconvenientes que se siguen en no tomar remedio e caz en cerrarlos, como V. M. siempre ha
procurado (8 s.), Sevilha, 1618. V. Magos Bras., Biblioteca Brasiliensis. Londres: 1930, p. 177.
337 Livro 3º de leis, f. 97, na Torre do Tombo, que citamos a propósito da prata de Belchior
Dias.
338 Afonso Taunay, São Paulo nos primeiros anos. Tours: 1920, p. 51.
340 B. Calisto, Rev. do Inst. de São Paulo, xxi, p. 197. À humildade dos costumes, de que fala
Frei Vicente do Salvador, correspondia a míngua de utilidades. “Prova não há melhor, da
pobreza do mobiliário, do que o famoso incidente, ocorrido em 1620, de que dão conta as atas
É
da municipalidade vulgarizadas por Taunay. É o caso da cama de Gonçalo Pires, requisitada
pela edilidade paulistana, para uso do ouvidor-geral, Dr. Amâncio Rebelo Coelho, vindo a São
Paulo em correição”, Alcântara Machado, Vida e morte do Bandeirante. São Paulo: 1929, p. 54.
342 Doc. in Rev. do Inst. Hist. Bras. Rio: 1956, tomo especial, i, p. 6. Sobre os múltiplos
aspectos da bandeira, v. Cassiano Ricardo, Marcha para Oeste: a in uência da Bandeira na
formação social e política do Brasil, pp. 407 e ss.). Aí a exaustiva bibliogra a da matéria.
Quanto àqueles brasileirismos: caboclo é designação vulgar aceita por D. Francisco Manuel de
Melo, Epanáforas, p. 405 (da ed. de 1931). Pombeiro, de pombe ou pombo (A. de Assis Júnior,
Dicionário kimbundo-português, p. 354, Luanda; Elias Alexandre, História de Angola, i, p. 235,
pumbeiro) é palavra transportada do angolês para o guarani: “Pombero [...] es el genio de la
noche”, H. Sánchez Quell, Estructura y Función del Paraguay Colonial. Buenos Aires: 1956, p.
51.
344 Cônego Luís Castanho, Rev. do Inst. de São Paulo, xxxv, pp. 45 e 138.
345 Por esse tempo — 1650 — foi que Fernão Dias Pais começou a reconstruir o mosteiro
beneditino de São Paulo, até então uma ermida e quatro celas... V. A. Taunay, Anais do Museu
Paulista, iv, p. 66. — Sobre as vilas, Pedro Taques, Hist. da cap. de São Vicente, pp. 146 e ss.
348 V. Guizard Filho, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, xxviii, p. 279.
349 A 1º de janeiro de 1645 realizou-se a primeira eleição municipal, cf. Pedro Taques, Hist.
da cap. de São Vicente, p. 151. O livro de notas do tabelião de Taubaté iniciou-se em 1638,
Guizard Filho, Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, i, p. 32. Jacareí é de 1652.
352 A. Taunay, Hist. geral das bandeiras paulistas, iii, p. 338; Anais do Museu Paulista, iv, p.
48; e História seiscentista da Vila de São Paulo, ii (onde pormenoriza a notícia dessa “guerra
civil”). Documentação de procedência baiana, Anais do Museu Paulista, iii, pp. 233–71. A Ânua
da Companhia de Jesus de 1637–9 informa que con ito houve, em que se armaram 5 mil
homens, Pe. Sera m Leite, “Os jesuítas do colégio de São Paulo na paci cação dos Pires e
Camargos”, in Rev. do Serv. Social, ano iv, dez. de 1944, p. 12 da separata.
353 A. Taunay, Anais do Museu Paulista, iv, p. 83. O governador (provisão de 24 de nov. de
1655) deu o processo para a eleição. O ouvidor, com o escrivão da câmara, chamaria os homens
bons e o povo, e todos elegeriam seis nomes para eleitores, três dos Pires e três dos Camargos,
contanto que não fossem “os cabeças dos bandos”. Os eleitos se dividiriam em grupos e
elegeriam na mesma proporção os cargos da câmara. Diz Pedro Taques: “Ficou sua provisão
servindo como de nova lei para as futuras eleições dos o ciais da câmara”. Sobre a devassa do
Dr. João Velho de Azevedo, v. Durval Pires de Lima, in Brasília, i, p. 231.
354 Taunay, ibid., iv, p. 95. Sobre o desenvolvimento da vila por todo o período, v. do mesmo
autor, Hist. seiscentista da Vila de São Paulo, citada.
355 Registo geral da Câmara de São Paulo, ii, p. 547; Pe. Sera m Leite, op. cit., p. 15; L. A. da
Costa Pinto, Lutas de família no Brasil. São Paulo: 1949, p. 116.
356 Con rmado pelo Conselho Ultramarino, 22 de maio de 1674, o perdão geral de modo a
não poderem os ouvidores do Rio de Janeiro devassar os crimes de Pires e Camargos.
357 Doc. in A. Toledo Pisa, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo. iii, pp. 60–2. A real cédula de 10
de setembro de 1611, in Documentos interessantes, iii, pp. 70–9.
358 Antônio Raposo foi pai de outro famoso sertanista, João Raposo Bocarro, v. Ermelino A.
de Leão, Vultos do passado paulista. São Paulo: 1923, p. 65.
359 Esse Raposo, natural de Beja, nasceu em 1598 e faleceu por volta de 1658, cf.
Washington Luís, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, ix, p. 502. Foi capitão-mor de São Vicente em
1622; casou-se na terra; em 1633 era juiz ordinário em São Paulo e logo ouvidor em São
Vicente. O governador-geral quis destituí-lo, mas foi mantido no cargo pelo ouvidor das
capitanias do Sul. Dele falaremos mais detidamente.
360 V. A. Ellis Júnior, Meio século de bandeirismo. São Paulo: 1938, p. 112.
362 Anais da Bibl. Nac., lix, p. 33. Alvará de 22 de março de 1618. Sobre as expedições que
iam ao porto de Patos e localização deste (Santa Catarina), v. Pe. Luís Gonzaga Jaeger, As
invasões bandeirantes no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 1940, p. 27. Note-se que o
governador do Rio da Prata achava, em 1616, que o remédio seria el-rei despovoar São Paulo...,
Anais do Museu Paulista, ii, parte ii, p. 9.
365 Real Cédula de 12 de setembro de 1628, Correa Luna, Campaña del Brasil. Buenos
Aires: 1931, i, p. 8.
366 V. Hernan F. Gomez, Yapeyú. Buenos Aires: 1923, pp. 12–4. Quanto à cronologia das
missões do Uruguai a partir de 1626, Pe. Luís Gonzaga Jaeger, op. cit., p. 10. Deste autor, v. Os
heróis do Caaró e Pirapó. Porto Alegre: 1940, p. 199.
367 Atas da Câmara de São Paulo, iii, p. 41; Ellis, op. cit., pp. 114–5.
368 Nomeado em 6 de fevereiro de 1625, saiu de Lisboa em 18 de abril de 26; levou vinte
meses na Bahia; no Rio foi bem recebido de Martim de Sá, Taunay, Na era das bandeiras, p. 104.
— A Real Cédula de 12 de setembro de 1628 refere-se a tropelias de paulistas de 1626–7.
369 Chamava-se D. Vitória de Sá. A sua pedra tumular (1660) é uma das mais notáveis da
nave da abadia de São Bento do Rio de Janeiro, da qual foi benfeitora, como seu primo Salvador
Correia de Sá e Benavides. O marido espanhol levou-a: “Señora tan principal como hermosa y
virtuosa”, “Relación de los sucesos”, Anais do Museu Paulista, ii, parte ii, p. 27.
372 V. A. Taunay, Índios! Ouro! Pedras!, pp. 6 e ss., São Paulo. Leia-se sobre as bandeiras a
partir de 1628, primeiro grande rush, a documentação espanhola in Anais do Museu Paulista,
xiii, pp. 294 e ss.
373 V. Pedro Taques, Nobiliarquia, Rev. do Inst. Hist. Bras., tomo especial, ed. Taunay, p. 14.
O Padre Maceta, carta de 22 de julho de 1630, diz que morrera de echas que lhe atiraram os
índios, esse sertanista, Anais do Museu Paulista, ii, parte ii, p. 264; A. Taunay, História geral das
bandeiras paulistas, ii, p. 112.
374 V. Enrique de Gandía, Las Misiones Jesuiticas y los Bandeirantes Paulistas. Buenos Aires:
1936, p. 44.
375 Correa Luna, Campaña del Brasil, pp. 9–24. Outras cartas dos mesmos padres. Anais do
Museu Paulista, ii, parte ii.
380 Em 1771 o Capitão Francisco Lopes da Silva identi cou o sítio de Vila Real pelas
bananeiras e laranjeiras que encontrou na mata, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, v, p. 193. A
antiga província de Guairá se viesse até o mar corresponderia ao estado do Paraná, e “abrangia
o território banhado pelos rios Ivaí e Tibaji e seus a uentes”, Toledo Pisa, Rev. do Inst. Hist. de
São Paulo, iii, p. 35.
381 V. Luís Gonzaga Jaeger, As invasões bandeirantes no Rio Grande do Sul, p. 27.
382 Enrique de Gandía, Las Misiones Jesuiticas y los Bandeirantes Paulistas, p. 80.
383 Montoya publicou em Madri, durante a sua missão, os primeiros livros elucidativos do
idioma guarani: Tesoro de la Lengua Guaraní (1639), Arte y Vocabulário (1640), Catecismo e
Conquista espiritual hecha por los religiosos, etc., trasladado este do guarani a português por
Batista Caetano, Anais da Bibl. Nac., vi. V. Garcia, nota a Varnhagen, iii, p. 176.
384 Seria impossível resumir em nota a evolução das idéias jurídicas relativas ao índio — na
literatura hispânica. Evidentemente o libelo de Frei Bartolomeu de Las Casas contra os métodos
bárbaros da conquista inspirou a outro dominicano, Frei Francisco de Victoria, as suas teorias
do direito natural dos aborígines, nas quais se vê a fundação do direito internacional (V.
Rodrigo Otávio, Les Sauvages Américains Devant le Droit. Paris: 1931, p. 43) em 1532. A Bula
de Paulo iii é de 37. Sobre a jurisprudência castelhana, Roberto Levillier, Don Francisco de
Toledo. Madri: 1935, i, pp. 183 e ss.
386 Rev. do Inst. Hist. e Geogr. de São Paulo, iii, p. 67. Em 1633 em vereação o povo de São
Paulo fora convocado para tirar os padres das aldeias, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, ix, p. 514.
A carta régia do ano seguinte, que destituiu o ouvidor e os vereadores de São Paulo,
correspondeu a uma reparação feita aos jesuítas, op. cit., ix, p. 518.
387 Em lugar de Amador Bueno foram a Portugal Luís da Costa Cabral e Baltasar de Borba
Gato, A. Toledo Pisa, Rev. do Inst. de São Paulo, cit., iii, p. 87. Veja-se o capitulo relativo à
aclamação de D. João iv e Amador Bueno.
388 O Pe. Sera m Leite esclareceu este ponto da biogra a de Salvador. Em carta ao Geral da
Companhia, do Rio, 2 de junho de 1643, dizia de sua promessa de fundar um colégio, que não
pudera ser nas minas por oposição dos paulistas. Em 10 de maio de dois dias antes de embarcar
para Angola, escreveu de novo ao Geral, declarando que fora seu desejo entrar para a
Companhia... (Comunicado em sessão do Inst. Hist. e Geogr. Bras., 6 de setembro de 1939). Em
setembro de 1659, passando pela Bahia, apresentou-se como procurador do Colégio de Santo
Antão para dirimir a contenda com a Santa Casa a respeito do engenho legado pela lha de
Mem de Sá, Antônio Joaquim Damazio, Tombamento dos bens imóveis da Santa Casa. Bahia:
1862, p. 18.
389 D. João iv concedeu a Salvador os poderes que tinham tido D. Francisco de Sousa e
Antônio de Salema, e como almirante da costa do Sul e governador desta cidade se investiu em
9 de agosto de 1641, Acórdãos e vereanças, cit., pp. 46–7. Contudo fez-lhe ver que dependia do
governador-geral, op. cit., p. 48.
391 Pedro Taques, Informação, etc., p. 84. Salvador pedira a el-rei licença para visitar “e pôr
em sua perfeição as minas de ouro” da capitania de São Vicente, “Consultas do Serviço Real”,
Lisboa, 8 de agosto de 1641, ms. no Arq. Hist. Col., cód. 30. Montalvão foi quem lembrou que
devia car por substituto, no Rio, seu tio Duarte Correia Vasqueanes.
392 Minuta in Rev. do Inst. Hist., tomo especial, 1956, p. 14. Regimento de 7 de junho de
1644, Rev. do Inst. Hist., vol. 56, parte i, pp. 110–5. Os autores passam por cima do fato — a
separação das capitanias em 1644, que convém elucidado. A escritura de conciliação dos
padres, cf. Carvalho Franco, op. cit., p. 145. V. carta do Conde de Atouguia, 30 de abril de 1655,
Docs. hist., iv, p. 243; e consulta do Conselho Ultramarino, 1647, Rev. do Inst. Hist., tomo
especial, 1956, p. 15, contra cujas conclusões reclamou a Câmara de São Paulo a 15 de abril de
48 (Revista, cit., p. 20).
393 Pe. Luís Gonzaga Jaeger, op. cit., p. 36; Carvalho Franco, Bandeiras e bandeirantes de
São Paulo, p. 67; Afonso d’E. Taunay, História das bandeiras paulistas, i, p. 67, São Paulo, 1953.
398 Doc. in Anais do Museu Paulista, xiii, p. 456 (aí a documentação espanhola do período).
399 “Relación de la guerra y victoria [...]”, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, x, pp. 529–52; e
Pe. Luís Jaeger, ibid., p. 57. Os padres habituavam todos “los pueblos a haceren sentinelas,
alardes y ejercicios militares con que nuestros hijos se animaban y ya no vian la hora de probar
las manos”. V. polêmica sobre a inconveniência e a necessidade de armar os índios, nos docs. de
Sevilha, Anais do Museu Paulista, vol. cit., pp. 341 e ss.
402 Benedito Calisto, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, xxi, p. 191.
403 Reg., cit., iii, p. 421; A. Taunay, op. cit., iv, p. 281. A carta dos vereadores é de 18 de
novembro de 1684.
404 O nome africano, Calabar, indica que o desertor era negro ou mulato, embora Frei
Rafael de Jesus lhe chame mameluco, Castrioto lusitano, p. 69. Sertanista experimentado, em
1627 procurara as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de
Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido; e desertara em conseqüência de vários
crimes praticados... V. resumo biográ co de Varnhagen e R. Garcia, op. cit., ii, p. 343.
405 Vindo com D. Antônio de Oquendo, esse dalgo espanhol é avoengo da família do seu
apelido que existe no Peru.
406 Regressaram a 9 de novembro de 33. V. Varnhagen, Hist. ger., ii, p. 306 e notas de
Rodolfo Garcia.
407 Poti, Antônio Filipe Camarão, homônimo, talvez parente do que acompanhou os padres
Pinto e Figueira à Serra de Ibiapaba, era o principal dos petiguares. Recebeu, carta régia de 14
de maio de 1633, hábito de Cristo e tença de 40$000, com patente de capitão-mor desses índios,
Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 309. Na carta citada el-rei reconhecia que até o Ceará os índios
respeitavam Camarão, Docs. hist., xvi, p. 466. Nascera aliás em Pernambuco, em 1601, cf.
Pereira da Costa, A naturalidade de D. Antônio Filipe Camarão, Recife, 1909. — Da aliança dos
holandeses com os tapuias nos diz o licenciado Manuel de Morais: “Domesticaram três nações
destes bárbaros Tapuias e os têm servido e ajudado muito na guerra [...] chamam-se estas
nações Taretiius, Inqueriius e Cariris”, Anais do Museu Paulista, i, parte ii, p. 129. Janduí era
principal dos cariris e ligou o nome à mais feroz das tribos do Rio Grande — a da “guerra do
Açu”, do m do século em apreço. — Morreu depois da primeira batalha dos Guararapes: “O
Capitão-mor Camarão morreu um dia destes e foi grande perda, zemos-lhe as honras indo
com tudo o que a capacidade desta campanha deu lugar e em seu lugar se elegeu o seu
sargento-mor que é sobrinho do morto”, carta de Filipe Bandeira de Melo, 19 de maio de 1648,
ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos. Uma dinastia militar: daquele foi lho Dom Sebastião
Pinheiro Camarão, que, em 1720, cego e inválido, obteve que o posto de governador dos índios
passasse ao lho Dom Antônio Domingos Camarão Arcoverde, Docs. hist., xcix, pp. 109–10.
Sobre a sua vida, v. José Antônio Gonsalves de Melo, D. Antônio Filipe Camarão, Recife, 1954.
408 As más relações entre o capitão-mor e os moradores foram assunto da carta régia de 17
de março de 1632, Anais do Museu Paulista, iii, parte ii, p. 152.
409 V. nota de Garcia a Varnhagen, ii, pp. 344–5; Oliveira Lima, Rev. do Inst. Hist. Bras., lxx;
A. Taunay, Anais do Museu Paulista, i, parte ii, p. 121. Aí o interessante trabalho em que o ex-
padre defende a causa de Portugal mostrando a insensatez da paz com a entrega de
Pernambuco. — Saiu condenado pela Inquisição em 15 de dezembro de 1647.
410 V. Varnhagen, História das lutas com os holandeses no Brasil, liv. iv, pp. 164–8 (2ª ed.,
Bahia, 1955). Sobre Cristóvão Arciszewsky — comandante, depois, da artilharia polonesa e
herói das guerras da Europa Oriental — v. biogra a em 2 vols. de A. Kraushar, 1892, art. de José
Honório Rodrigues, in Jornal do Comércio, Rio, 19 de maio de 1940, e art. de Tadeu
Skowronski, in Correio da Manhã, Rio, 20 de setembro de 1956. Faleceu em 1656. Do Arraial
saíram Henrique Dias, cinco vezes ferido na campanha, João Fernandes Vieira... Guilherme
Barbalho Bezerra das Índias passou à Espanha, Docs. hist., xxvii, p. 3, como Luís Álvares
Brandão, Docs. hist., xvii, p. 52, e franciscanos de Olinda e do Recife.
411 Albuquerque, logo em 1641 (11 de dezembro) foi nomeado para o Conselho de Guerra
permanente ao lado do Conde de Óbidos. Comandou primeiramente na fronteira do Alentejo.
Herói da batalha de Montijo, de 1644, recebeu o título de Conde de Alegrete.
412 Os cronistas Fr. Manuel Calado, Valeroso Lucideno, p. 33 e Fr. Rafael de Jesus, Castrioto
lusitano, p. 128, insinuam ter sido o general vítima de traição, alvejado pelas costas.
Inveri cável a versão, serve para acentuar a surpresa dos historiadores em face do combate
espantoso da Mata Redonda.
413 Nascido em 1575, Banholo tinha então 61 anos. V. Francisco Pettinati, O elemento
italiano na formação do Brasil. São Paulo: 1939, p. 197.
414 Os barcos apresados, entre 1623 e 36, em número de 547, tinham rendido 6.710.000 e os
carregamentos pilhados, 30.309.736. Mas as despesas da Companhia com as suas frotas
subiram, no mesmo prazo, a 45.183.430, Hermann Wätjen, op. cit., pp. 138–9.
415 V. Jean Laet, L’Histoire du Nouveau Monde, ou Description des Indes Occidentales,
Leide, 1640.
417 Banholo escrevera para a Bahia em 11 de fevereiro: “Esperava que o viessem sitiar com o
novo socorro que ora lhes veio de Holanda em que veio por general Enrique de Nassau (sic),
lho bastardo do Príncipe de Orange”, Atas da Câmara da Bahia, 1637, ms. cit.
419 Docs. hist., xv, p. 155; e Pe. Antônio Vieira, Por Brasil e Portugal: sermões. São Paulo:
1938, p. 38, nota, comentados por Pedro Calmon.
421 Docs. hist., xv, p. 468. Foi nomeado almoxarife do forte, 11 de setembro de 1631,
Francisco do Amaral. Em 1634 havia aí companhia de infantaria, Docs. hist., xvi, p. 206.
423 “Sermão na Conceição da Praia”, 1633, Serm. Porto: 1909, iv, 6; e J. Lúcio d’Azevedo,
História de Antônio Vieira. Lisboa: 1931, p. 39.
425 A primeira pedra do famoso convento foi lançada em 4 de fevereiro de 1654, Pedro
Celestino da Silva, Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxvi, p. 427.
427 A expressão mata bicho ainda é encontrada entre os nativos do Congo Belga, como
reminiscência do português dos tra cantes e da fascinação que exercia a aguardente para os
negros, Matabich... Baron de Mandat-Grancey, La Révue Hebdomadaire. Paris: fevereiro, 1900,
iii, p. 193.
428 Ata da vereação de 14 de junho de 1656, Códice, ms. no Arq. Mun. da Bahia. Em 1693 o
Governador Câmara Coutinho pediu que se deixasse fabricar aguardente, como até aí, pois “é
só o gênero que há nele para se levar à Angola”, Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 104. Vinho de mel e
aguardente, Atas da câmara, 1641, ii, p. 48, a sua proibição alvorotara os soldados da praça...
Mas a câmara teimava em extingui-la (em 1646), Atas, cit., ii, p. 312. Aí já se fala em “cachaça”,
africanismo que preponderou (cachaça e jeribita).
429 “Descrição da fazenda que o Colégio de Santo Antão, etc.”, Anais do Museu Paulista, iv,
p. 794.
430 D. Pedro era genro de Fernão da Silva, alcaide de Silves, Sanches de Baena, Famílias
titulares e grandes de Portugal, ii, p. 480. Comandou uma nau da Índia em 1605, Simão Ferreira
Pais, As famosas armadas, ed. do Ministério da Marinha, p. 101. Sobre a sua descendência, Pe.
Antônio Carvalho da Costa, Corogra a portuguesa, ii, p. 356, 2ª ed. Diogo Luís não foi
devidamente recompensado. Diz-nos D. Francisco Manuel, Eco político, p. 12, Lisboa, 1645,
que morreu em Espanha, prisioneiro de Estado, depois de ter sido mestre-de-campo-general de
Cantábria, etc.
431 V. provisão, Docs. hist., xvi, p. 282. Era de Lisboa, neto de venezianos e milaneses,
Ementas de habilitações, p. 72, irmão de Jerônimo, senhor do engenho Tibiri, na Paraíba.
Casara em Pernambuco (onde foi provedor-mor) com D. Beatriz Bandeira de Melo, cf. Borges
da Fonseca, Nobil. Pern., ed. da Bibl. Nac., i, p. 184. Em 1632 fora indigitado para capitão-mor
da Paraíba. Além da relação dos combates na Bahia, de 1638 (adiante citada), escreveu
Descrição das 1.038 léguas de terra do Estado do Brasil, da conquista do Maranhão e Grão-
Pará, de que há versão alemã (na qual é chamado Pedro Cudena), de Lessing, Brunswick, 1780.
V. Varnhagen, ibid., ii, p. 287.
435 Robério Dias escreveu à Câmara da Bahia, em 6 de fevereiro de 1637, Livro de atas, ms.
inéd.: “Fiquei aqui neste Mocambo pela Carta de V. S. e por ordem do Coronel Belchior
Brandão e logo fui com a minha gente, gentio e tapuios correr os matos e demos com três
companhias de Tapanhunos de muita gente de que tivemos uma grande briga da qual nos quis
Deus dar vitória em que tomei 40 peças afora de muitos que foram feridos e mortos e assim lhe
tomamos o fato que tinham tomado aos Tapuios do Inhambupe, e nestes negros que tomei
também o seu governador, e ouvidor-geral, e provedor, e desembargadores e o seu Bispo (sic) e
trazendo-os ao seu sítio do Mocambo vendo-me que não tinha prisão nem por quem os
pudesse mandá-los a V. S. [...] grande febre de que fui forçado vir muito à pressa para minha
casa donde estou no m da vida sangrado com oito sangrias de um grande pleuris”. Queria que
não fossem inquietar os negros paci cados e pedia reforço de índios. Essa carta dá novo realce
histórico ao contestado Robério... das Minas de prata de José de Alencar. — A venda dos
escravos do Mocambo rendeu 2:682$000 e as despesas da expedição não passaram de 158$770,
Atas, cit. Aí o nome dos expedicionários. Em guarani, Tapanúñemoñangá, raça de negros
(Anselmo Javier Peralta, El Guarani en la Geogra a de America. Buenos Aires: 1950, p. 19).
437 Patente de 14 de dezembro de 1636, registada na Bahia em 5 de junho de 37, Docs. hist.,
xvii, p. 54.
439 Carta de Pedro de Cadena, de 29 de março de 1638, ms. no Arq. Hist. Col., doc. n. 802,
inéd.
440 Prov. do governador, de 7 de fevereiro de 1637, fala da “Armada inimiga que se espera
vir sitiar a esta Praça”, Docs. hist., xvi, p. 418.
442 A. D. Marcos Teixeira sucedera o Bispo D. Miguel Pereira, que tomou posse por
procuração em 19 de junho de 1626, e faleceu em Lisboa em 16 de agosto de 1630. Tinha
parentes na Bahia, Frei Jaboatão, Cat. gen., cit. Cavalcantes, etc. Seu sucessor, D. Pedro da Silva
e São Paio, chegou à Bahia em 19 de maio de 1634 e aqui faleceu em 15 de abril de 1649.
443 Quanto aos moradores, em 23 de abril se quotizaram para oferecer aos soldados 15 mil
cruzados a título de animação, Atas da Câmara da Bahia, ms., Docs hist. do Arq. Mun., i, p. 358,
1945. Alegavam que o inimigo estava na “roça do Padre Ribeiro e senhor de Itapagipe, e
chegando já às nossas trincheiras [...]”
444 V. nosso estudo sobre o ataque à Bahia de 1638, Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxvi, p.
206. Valioso informe é uma carta de Henrique Moniz Teles, ms. publ. in Brasília, i, p. 554.
Relata as depredações feitas no recôncavo, donde tiraram mais de 2 mil negros.
445 Diz o Pe. Vieira que os holandeses dispararam 1.600 tiros; e Duarte de Albuquerque,
Memórias diárias, p. 162 — 1.446 balas...
446 Sermão de Santo Antônio, 1638, pp. 93–128, ed. de 1638, que anotamos (p. 48, Por Brasil
e Portugal).
447 V. Docs. hist., xviii, p. 84. O Capitão Paulo Cardoso de Vargas fez em cinco dias uma
plataforma artilhada e teve a idéia de pôr artilharia no adro da Sé, certidão de 1644, Arq. Hist.
Col., Lisboa. Nisto seguia o exemplo dos holandeses em 1624.
449 De 1635 é o compêndio de loso a de Vieira, que se lia no colégio da Bahia ainda no
começo do século xix, cf. Cônego Antônio Joaquim das Mercês, ms. de 1851, no Inst. Hist. da
Bahia, n. 185, m. iii, ignorado de seus biógrafos.
450 José Cassiano Neves, in Ocidente. Lisboa: 1940, n. 30, p. 91; e Jardins e palácio dos
Marqueses de Fronteira. Lisboa: 1954, p. 79.
453 Carta de 21 de julho de 1638, Madri, ms. inéd., in Correspondência do Conde da Torre,
códice mencionado.
454 É a crítica holandesa, Garcia, nota a Varnhagen, ibid., ii, p. 378, a que adere Varnhagen,
porém com injustiça. Das cartas do conde, na Bahia, se vê que trouxera os navios mal
abastecidos, na esperança de encontrar na terra o su ciente, e nada achando, tivera de demorar-
se, até virem do Sul (e de Buenos Aires!) os gêneros encomendados. A culpa não foi dele, mas
da pressa (para socorrer a Bahia sitiada) com que partiu, iludido pela promessa dos recursos
que na colônia havia.
455 Carta in R. Garcia, nota a Varnhagen, ii, p. 422. Nos Livros da Câmara da Bahia (ms. no
arq. desta) vemos que em 26 de janeiro (1639) se consignava a abundância de farinha do reino,
existente com a chegada da frota... Entretanto em abril o Conde da Torre, depois de proibir o
plantio do tabaco, obrigava os moradores a tratarem de fabricar farinha de mandioca — o que,
vale dizer, deixou que se dispersassem os víveres necessários para a missão, a que vinha.
Observe-se que, “retirando-se o Conde de Banholo a esta praça, se uniu todo o governo militar,
quando o Conde da Torre passou a este estado, por capitão-general de mar e terra. Assim se
conservou até o presente”, escreveu o Conde de Atouguia em 1655, Docs. hist., iv, p. 264.
456 Sobre o comércio com Buenos Aires a este tempo, R. de Lafuente Machain, Los
Portugueses en Buenos Aires. Buenos Aires: 1934, p. 108.
457 Eram os homens mais ricos do Brasil. Sobre Diogo de Aragão Pereira, genro de Baltasar
de Aragão, P. Calmon, Hist. da Casa da Torre, p. 121. Francisco Fernandes (da Ilha), sogro de
Nicolau Aranha Pacheco, foi senhor da Ilha da Maré, e benfeitor da Misericórdia da Bahia: aí o
seu retrato, o mais antigo desta galeria. Mateus Lopes Franco, contratador de dízimos, era
senhor de engenho, além de mercador. Queimaram-lhe um engenho os holandeses em 1638,
Duarte de Albuquerque, Memórias diárias, ed. de 1638, p. 164. Antônio da Silva Pimentel,
alcaide-mor da Bahia dezesseis anos, era genro de Pero Garcia, morto em 1624, v. Frei Jaboatão,
Cat. gen., tít. Silvas Pimentéis.
459 “Sermão da Santa Cruz”, pregado em 30 de maio de 1639 “estando na Bahia a armada
real”, Por Brasil e Portugal, p. 69. Tais os delitos, que as mulheres não podiam sair à habitual
missa da madrugada, diz um relatório holandês, Rev. do Inst. Arqueol. Pernambucano, v, pp.
21–2.
464 Serm., ix, p. 359. O índio Camarão, em companhia do Padre Afonso Ferreira, Docs.
hist., xviii, p. 123, seguiram por terra.
465 Gaspar Barleo, O Brasil holandês sob o Conde João Maurício de Nassau, edição do
Ministério da Educação, p. 186.
467 Com o cunhado D. Francisco Rendon fora de São Paulo o Alferes Bartolomeu Bueno,
lho de Amador Bueno; e embarcou no galeão Jesus Maria, de Castela. Deu em São Domingos.
Indo para o reino o tomaram os franceses, Livro de mercês gerais, ms. no Arq. Hist. Col.,
Lisboa. O Capitão Antônio Raposo Tavares juntara-se ao Conde da Torre na Bahia, com 150
paulistas, Docs. hist., xvii, p. 418, que formaram uma companhia incluída na infantaria
espanhola.
468 Livro de atas da Câmara da Bahia. A última em que aparece o nome do Conde da Torre
é de 1º de maio de 1640. Montalvão empossou-se em 26 de maio, Miralles, ibid., p. 143.
469 Merecem ser citados os companheiros de Barbalho: Francisco Barreto, que seria o
general da Restauração de Pernambuco; Capitão Hilário Nunes de Matos, Docs. hist., xviii, p.
246; Amaro Velho de Cerqueira, Docs. hist., xx, p. 78; Lourenço de Brito Correia, Docs. hist.,
xix, p. 470; Manuel de Hinojosa, Lourenço Cavalcanti de Albuquerque e Manuel Camelo,
adiante mencionados; Manuel Alves e Manuel de Araújo, Docs. hist., xxiv, pp. 223 e 295; Pedro
Gomes, depois mestre-de-campo, Docs. hist., xxv, p. 39; Manuel Carvalho Fialho, Docs. hist.,
xxx, p. 376, que perdeu dois irmãos na retirada; Manuel Lopes, general na guerra dos Palmares,
Melo, Biogra as, etc., ii, pp. 170–2; Pedro de Oliveira, depois ajudante no Rio, Docs. hist., xxi, p.
241; Pedro do Canto Coelho, Docs. hist., xxvi, p. 39; Francisco Pereira Guimarães, Docs. hist.,
xxvi, p. 183 (foi capitão-mor do Rio Grande); Gregório Peixoto, Docs. hist., xxv, p. 335; Antônio
de Andrade, Anais do Arq. Públ. da Bahia, viii, p. 32; Ascenso da Silva, Docs. hist., xix, p. 352;
Pedro de Miranda, Docs. hist., xix, p. 387. Do contingente paulista citam-se Antônio da Cunha
Abreu, os irmãos Valentim e Luís Pedroso de Barros, outros a que se refere J. P. Leite Cordeiro,
São Paulo e a invasão holandesa. São Paulo: 1949, pp. 124 e ss.
470 Patente do Capitão Antônio de Andrade, Anais do Arq. Públ. da Bahia, viii, p. 33 (as
demais patentes de veteranos da retirada insistem na enumeração dos mesmos sucessos). Cousa
digna de gregos, diz D. Francisco Manuel. Epanáforas, também Fr. Manuel Calado, O valeroso
Lucideno, pp. 73–4, Lisboa, 1668, Fr. Rafael de Jesus, Castrioto lusitano, p. 165... Hierônimo de
Hinojosa declarou que em Goiana degolara mais de 50 inimigos, Livro de mercês gerais, ms. no
Arq. Hist. Col., Lisboa. Lourenço Cavalcanti diz que na retirada lutavam “comendo cavalos e
cachorros”, Livro 22 de mercês ger., ms. no mesmo arq., f. 545. E Manuel Camelo, Docs. hist.,
xxi, p. 296: “[...] no assalto que pelas 2 horas da noite deu a 800 holandeses no engenho de
Goiana de que se degolaram 500 amengos; na investida que pelo romper d’alva da mesma
noite se fez a uma casa-forte em que se recolheram os que escaparam; no recontro que a 1.500
holandeses se teve no engenho do Salgado”. V. também Docs. hist., xx, p. 78.
471 Sermão pelo bom sucesso, etc., 10 ou 11 de maio de 1640, op. cit., p. 96.
474 Sobrevindo a Restauração, em 1640, foi o conde que induziu o comandante da Fortaleza
de São Julião da Barra, D. Fernando de la Cueva, a entregá-la, Damião Peres, História de
Portugal, vi, p. 9; e Consiglieri Sá Pereira, A restauração vista de Espanha. Coimbra: 1933, pp.
85 e ss. D. Francisco Manuel escreveu-lhe uma das “cartas familiares”. Faleceu em 9 de agosto de
1651. Sobre a sua descendência, Pe. Antônio Carvalho da Costa, Corogra a portuguesa. Braga:
1862, ii, p. 415, 2ª ed. O 2º Conde da Torre, seu lho, herói de Évora, em 1662, fundou a
admirável Casa dos Marqueses de Fronteira, em Lisboa. V. José Cassiano Neves, op. cit., p. 80.
477 Mestre-de-campo, com Gaspar de Sousa, de um dos primeiros Terços que houve no
reino, Epanáforas, p. 178. Entrou em palácio a 23 de junho de 1640, cf. Livro de atas da Câmara
da Bahia. Esta a data da posse?
478 O Padre Vieira, na festa da Visitação de Nossa Senhora, 2 de julho de 1640, saudou, do
púlpito da Misericórdia, o Marquês de Montalvão, Por Brasil e Portugal, p. 129. Este sermão por
certo lhe deu a amizade do vice-rei, manifestada na importante comissão com que foi a
Portugal no ano seguinte.
479 A esquadra do Coronel Koin atacou Espírito Santo em 28–30 de outubro. Os moradores
refugiaram-se no castelo e mataram 60, ferindo 80 inimigos, Garcia, nota a Varnhagen, ii, p.
390. Verdadeiro milagre, cf. Jaboatão, Novo Orbe Será co, i, p. 92. Vimos em New York Library,
Traslado de una carta enbiada del Brasil a un caballero desta corte dandole cuenta de las
grandes victorias que han tenido las armas católicas de S. M. D. Filipe iv, N. S., governadas por
D. Jorge Mascarenhas, Conde de Castillo y Marqués de Montalvan, Madri, 1640.
480 Os capitães escolhidos para essa missão eram Henrique Dias e Paulo da Cunha, Fr.
Rafael de Jesus, Castrioto lusitano, p. 165. Das Atas da Câmara da Bahia consta entretanto que
se fez junta em palácio, em novembro, sobre o mocambo que devia ser atacado por Henrique
Dias e a conveniência de levar padre, que soubesse a língua dos pretos aquilombados. Teria
Henrique Dias interpretado à sua maneira as instruções do vice-rei?
483 V. Gio. Battista Birago, Delle historie memorabili che contiene delle sollevationi di stato
de nostri tempi. Veneza: 1653, p. 107. Sobre a psicologia do ministro, Gregório Marañón, El
Conde-duque de Olivares.
484 V. polêmica de Oliveira Martins e Camilo, sobre “Os jesuítas e a Restauração”, in Boêmia
de espírito. Porto: 1920, 3ª ed.
485 “Sermão do Dia de Reis” (omitido na edição princeps), pregado a 6 de jan., 1641.
487 Referia-se o pregador ao verso do sapateiro Bandarra, trova lxxxvi, ed. de Barcelona,
1809: “Antes que cerrem quarenta/ erguer-se-á a grão tormenta”. Ignorava que a 1º de dezembro
de 40 se dera em Lisboa a revolução restauradora.
488 “Sermão”, citado; v. nosso Por Brasil e Portugal, p. 204, sermões de Vieira anotados, São
Paulo, 1938.
489 Decisão de 3 de janeiro de 1641, “Consultas do Serviço Real”, cód. 30, ms. no Arq. Hist.
Col., Lisboa, inéd.
490 Livro de atas. Bahia: 1949, ii, p. 9. V. Accioli, Mem. hist. e pol., ii, p. 21. No “Sermão das
exéquias de D. João iv”, p. 295, disse Vieira: “Apontou el-rei ao Brasil, e primeiro à cabeça, onde
estavam dois terços de infantaria castelhana e um de napolitanos, com um vice-rei tão
bene ciado, de Castela; [...] pôs Deus a mão, veio a cabeça do Brasil, e após ela todos os
membros”.
491 Atas da câmara, 6 de abril de 1641: “Muito trabalho no apresto das festas que se fazem a
el-rei”.
493 Atas, ii, p. 43. Manuel Maciel era acusado de ter ido pedir dinheiro para a viagem aos
jesuítas, “per ordem do Marquês de Montalvão”. Enquanto os outros preferiam Vieira, que
falaria certamente pelos interesses da gente e do país. Digladiavam-se surdamente os grupos:
aquele, mais próximo dos espanhóis; este, esperançoso de autonomia e poder. Não esqueçamos
que na Europa pleiteou Vieira a liberdade de comércio e sobretudo a causa dos cristãos-novos
(de quem se fez destemido advogado), contra a intolerância.
494 Relaçam da aclamação que se fez na capitania do Rio de Janeiro do Estado do Brasil e
nas mais do Sul, ao Senhor Rey Dom João o iv, em Lisboa, por Jorge Rodrigues, ano de 1641
(nova estampa, por Francisco Morais, conservador da sala do Brasil da Universidade de
Coimbra, nesta cidade, em 1940, fac-similar). Também na Rev. do Inst. Hist., v, pp. 343–52.
Esse folheto é de evidente defesa de Salvador Correia cujo espanholismo de mãe, esposa,
cunhado, dera que pensar, na Bahia e na corte. João Antônio Correia foi o emissário da notícia
da aclamação a Portugal, e lá pediu o lugar de juiz das avarias, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 227.
495 Fr. Gaspar da Madre de Deus, Memórias para a hist. da cap. de São Vicente, p. 240.
496 Registo geral da Câmara de São Paulo, vii, p. 251; e Afonso d’E. Taunay, História geral
das bandeiras paulistas, iii, p. 132.
497 Carta de 15 de janeiro de 1642, ms. in Arq. Hist. Col., Lisboa (que pela primeira vez
divulgamos in O segredo das minas de prata, p. 100).
498 O Conselho Ultramarino deliberou, 7 de maio de 1644, dar o hábito de São Bento com
12$000 de pensão ao Alferes Amador Bueno, por seus serviços e “visto ser de utilidade seu pai
em São Paulo por o descobrimento das minas de que V. M. aí manda tratar”. É a única
referência que desse tempo achamos ao “aclamado”, Livro de mercês gerais, ms., f. 208, Arq.
Hist. Col., Lisboa.
499 Afonso Taunay, Hist. ger. das band. paul., iii, p. 109; cf. Frei Gaspar, op. cit., p. 245.
501 Miralles, op. cit., p. 144. Corrige neste passo Rocha Pita, a quem Varnhagen seguiu, Hist.
ger., ii, pp. 395–6. D. João iv nomeou o mesmo triunvirato, cf. carta de 4 de maio de 1641,
transcrita por Fr. Jaboatão, Cat. gen., e endereçada a Manuel Gonçalves de Barros.
502 Miralles, ibid., p. 144. Resume D. Francisco Manuel, Epanáforas, p. 179: “Este é aquele D.
Jorge, que foi varão, entre os nossos, assaz notável (e ainda entre os do mundo) pela
desigualdade de fortunas que passou”. Viera D. Sancho Manuel, depois Conde de Vila-Flor, na
armada do Conde da Torre, cf. patente de 31 de outubro de 1639, Docs. hist., xviii, pp. 135–7.
Seria o maior general da última fase da guerra da Restauração. Luís da Silva Teles casou com
uma lha de Salvador Correia de Sá.
503 Conde de Ericeira, Portugal restaurado. Lisboa: 1751, i, p. 147. Con rma D. Francisco
Manuel, Tácito português, apógrafo na Bibl. Nac., ed. da Acad. Bras., 1940, que os triúnviros
foram castigados. Lourenço de Brito foi preso para o reino, Barbalho removido para o Rio de
Janeiro. Aliás já estava indicado para governador do Rio, desde 1637, Docs. hist., xvii, p. 2. Seus
lhos ali caram. Jerônimo Barbalho foi mandado degolar por Salvador Correia após um
motim e Agostinho Barbalho, governador, morreu quatro anos depois (1664), procurando as
minas do Espírito Santo. A descendência de Barbalho subsiste por sua lha, casada na Bahia
com Antônio Ferreira de Sousa (Monizes).
505 É índice dessa gratidão a carta régia de 26 de outubro de 1645 que deu ao herdeiro do
trono o título de príncipe do Brasil. Foi o 1º D. Teodósio, e assim todos os herdeiros da coroa,
até D. Pedro, lho de D. João vi (1817–22), príncipe e, com a independência, Imperador do
Brasil.
506 V. Pe. Vieira, “Sermão das exéquias de D. João iv”, Serm., xv, p. 293.
507 Livro de atas da Câmara da Bahia, 1641. Os dízimos da Bahia foram arrematados entre
1º de agosto de 1636 e 11 de junho seguinte por 20 contos. Representara um aumento de 7.500
cruzados sobre a arrematação de 1631, Docs. hist., xvii, p. 128. O arrendatário era Francisco
Pereira do Lago, Docs. hist., xvii, p. 136, que em 1641 instituiu o morgadio de Santa Bárbara, na
cidade baixa, Melo Morais, Crônica geral. Rio: 1879, p. 47.
508 Os moradores pediram em 1649 a suspensão da vintena, Atas da câmara, iii, p. 89, que
foi substituída pelo imposto de meia pataca sobre canada de vinho e azeite de peixe.
511 Casa dos Vinte e Quatro chamava-se o Palácio dos Estaus em Lisboa, por ser a sede da
representação dos misteres, cada um destes com dois delegados eletivos. A Casa dos Vinte e
Quatro foi criada em 1384 pelo Mestre de Avis (D. João i), numa época de excitamento das
paixões populares que tornara também necessária esta agremiação dos ofícios. Em 1539 deu-
lhes nova ordem. Graças a Virgílio Correia conhecemos os regimentos da Câmara de Lisboa, de
1572, v. J. Lúcio d’Azevedo, in História de Portugal. Barcelos: 1931, iii, pp. 659–61, dirigida por
Damião Peres. Deste regime deslizaram para a linguagem comum várias expressões
signi cativas: mestre-de-obras, obra-prima (a da aprovação dos o ciais), aprendizes ou
obreiros... E — como diremos — a tradição dos santos protetores de cada corporação, viva
ainda hoje nos costumes luso-brasileiros. (De Virgílio Correia, Livro dos regimentos dos
o ciais mecânicos..., Coimbra, 1926.)
512 Eram estes misteres caldeireiro, correeiro, alfaiate, barbeiro, ourives, pedreiro, sapateiro,
tanoeiro, marceneiro, ferreiro, completando o número mais um barbeiro e um alfaiate, Atas, ii,
pp. 16–7.
513 No Rio, pedira a câmara, em 1624, licença para eleger dois o ciais de misteres. Tinha
quatro em 1661, com a bandeira do respectivo santo, Vieira Fazenda, in Rev. do Inst. Hist., lxvi,
pp. 152–8. Nas festas de 1622 as artes eram em Lisboa “do lavrador, caçador, soldado,
marinheiro, surgião, tecelão e ferreiro”, Sousa Viterbo, Artes e artistas em Portugal. Lisboa:
1892, p. 261. Diremos como desapareceu esse sistema no Brasil, no século xviii. Nem podia
durar, com a absorção pelos escravos das atividades manuais.
514 Constantino Bayle, Los Cabildos Seculares en la América Española. Madri: 1952, pp.
234–5.
516 Docs. hist., xxxii, pp. 389–91. A Provisão de 1644 (v. Afonso Rui, História política e
administrativa da cidade da Bahia. Bahia: 1949, p. 193) fora aprovada pelo Desembargo do
Paço dois anos antes (12 de março de 1642). Em 1674 os representantes dos misteres pediam os
mesmos direitos da Casa dos Vinte e Quatro de Lisboa, Docs. hist., vol. cit., p. 385. A
incompatibilidade do Juiz do Povo com a vereação ordinária ressalta do pedido para que se
afastasse do estrado, cf. Atas, ii, pp. 111–2.
517 Ms. no Arq. Hist. Col., Bahia, Serviços de partes, n. 1527, inéd.
518 Documentos históricos do Arquivo Municipal, Cartas do Senado, i, pp. 118–9 Bahia,
1951.
519 V. Afonso Rui, op. cit., p. 196; Varnhagen, ibid., iii, p. 167.
520 Arq. Mun. da Bahia, Cartas do Senado, i, p. 118. Houve ainda cortes em Lisboa em 1674,
77, 79 e 97; v. Alfredo Pimenta, Elementos de história de Portugal. Lisboa: 1936, p. 552. O
episódio da procuradoria de Gregório de Matos não era conhecido de seus biógrafos.
521 Carta ms. citada por Hernâni Cidade, in Anais do iv Congresso de História Nacional.
Rio: 1951, xi, p. 39.
522 Falhara a tentativa de ocupação de Angola em 1627, Elias Alexandre da Silva Correia,
História de Angola. Lisboa: 1937, i, p. 241. Pedro César em 1641 abandonou inexplicavelmente
a cidade, ibid., i, p. 248, cuja tomada descreve Van Baerle, O Brasil holandês..., p. 227. Esclarece
honestamente Barleo que o Conselho Diretor da Companhia mandara explorasse Nassau a
revolução portuguesa, ampliando o domínio holandês, ibid., p. 225.
524 Carta de 6 de agosto de 1643, cf. Hernâni Cidade, Anais, cit., xi, p. 38.
525 Carta de Antônio Teles da Silva, 6 de agosto de 1643. Os holandeses alegavam “que os
nossos no Maranhão se tinham levantado com a sua gente que lá tinha, e degolando-os, o que
souberam por via de um navio que havia três ou quatro dias lhes tinha chegado de
Pernambuco”, “Relação de dois jesuítas”, publ. por Eduardo Brasão, in Ocidente, n. 25, p. 274.
528 Eduardo Brasão, A restauração, p. 352. Sobre este, Hernâni Cidade, in Brasília. Coimbra:
1942, i, pp. 196–7.
530 Netscher, op. cit., p. 104. O sítio de Vrijburg é o do Palácio do Governo do Recife, na
ponta norte da ilha, onde a con uência dos rios e a vista de Olinda aumentam o interesse do
lugar. O palácio foi poupado nos arrasamentos que se zeram em 1645. Parece que só lhe
mutilaram as torres, bom alvo para a artilharia. Mas com torres ou sem elas, foi aproveitado
após a capitulação do invasor. “Vi a certidão que V. M.ce me remete do escrivão da Fazenda
sobre o Quartel das Torres em que moravam os governadores dessa capitania”, 1687, Docs. hist.,
x, p. 252. “Obra amenga toda feita de tijolos [...] e assim haver mister de as ditas torres rasar
até o meio para carem no ponto das suas casas”, 1686, doc. citado por Pereira da Costa, Anais
pernambucanos, iv, p. 185. “Onde existia o palácio que hoje já não existe”, 1724, P. da Costa,
ibid., iv, p. 188. Foi reconstruído em modesta forma para Erário Régio.
531 Crê Pereira da Costa que parte do Palácio da Boa Vista (de que Franz Post dá o desenho
divulgado no livro de Barleo) foi aproveitado pelos carmelitas no convento, que lhe ocupou a
antiga área.
532 Natural de Leide (1612–80) foi Franz Post o mais el intérprete, nas telas documentais,
da natureza (com os aspectos humanos) do Brasil holandês. De 44 delas nos dá reprodução
fotográ ca J. de Sousa-Leão, Frans Post, Recife, 1937 (v. também Garcia, nota a Varnhagen, ii, p.
373; Argeu Guimarães, Na Holanda com Franz Post, Rio, 1957). Possui nove o Museu do
Louvre, France et Brésil, pp. 50–1. Quanto ao outro pintor omas omsen, Albert Eckout:
Ein niederlandischer maler und sein göner Moritz der Brasilianer, Copenhague, 1938. No
Museu Nacional de Copenhague, sala Eckout, se guardam sete quadros grandes e dez
pequenos, do artista, que trabalhou principalmente em 1643, sendo de notar (anotamos na
visita feita ao Museu, em 21 de julho de 1952) os retratos da bela africana, da mameluca de
colar rico, do menino e do chefe negro. D. Pedro ii fez copiar vários (para o Instituto Histórico).
Lá se conservam alguns dos objetos indígenas que serviram de modelo a Eckout, assim o nosso
primeiro pintor-etnógrafo.
534 Nassau retalhou o seu tesouro artístico, vendendo parte, em 1652, por 50 mil táleres, ao
eleitor de Brandemburgo, e dando outra, em 1679, a Luís xiv. V. omsen, op. cit., p. 177, e
Mauritz der Brazilianer — Teutoonstelling — 7 de abril – 17 de maio de 1953 — Haarlem
(exposição de cujo comitê participou o ministro brasileiro J. de Sousa-Leão).
535 Traduzida por Mons. José Procópio de Magalhães, edição do Museu Paulista, São Paulo,
1942: História natural do Brasil. A mais importante obra de história natural àquele tempo
(Gudger), é título de glória para o primeiro naturalista que no sentido moderno se ocupou da
América, Carlos E. Chardon, Los Naturalistas en América Latina, p. 48, C. Trujillo, 1949.
Segunda edição, 1658, enriquecida com as observações médicas de Piso e as astronômicas de
Marcgrave, também matemático e cartógrafo (cf. A. Taunay, pref. à trad. da Hist. nat., p. xxxiv),
contém nos livros iii e iv a parte de Marcgrave.
537 Traduzida por Mário Lobo Leal, História natural e médica da Índia Ocidental. Rio:
Instituto Nacional do Livro, 1957, 5 livros.
538 Clássico holandês, reputado um dos grandes poetas da língua, dele reproduz Barleo dois
discursos, op. cit., pp. 242 e 309.
542 Carta de Alexandre de Sousa Freire, 28 de abril de 1669: “Vi a carta que V. S. me
escreveu em 20 de janeiro acompanhando a relação das fortalezas que há nessas capitanias: e a
despesa que V. S. me diz se fez sempre com as ruínas, que têm por serem as mais delas de torrão
areento. E como a principal de todas é do Brum [...] estava o povo resolvido a fabricá-la de
pedra e cal”, Docs. hist., ix, p. 333. E em 19 de julho de 1670: “Recebi a carta de V. M.ce
(engenheiro Antônio Correia Pinto) com as plantas nova e velha da Fortaleza do Brum e
estimei que tenha V. M.ce o merecimento de emendar nela o que obraram os holandeses, etc.”,
Docs. hist., ix, p. 372.
543 “Não é exagerado que se compute em mais de £15.000.000 o valor do açúcar distraído
para os Países Baixos durante a ocupação holandesa”. Cousa de £20 milhões, somando os
demais efeitos mercantis, Roberto Simonsen, Hist. econ. do Brasil, i, p. 181. Sobre o movimento
em 1644, v. C. R. Boxer, ibid., pp. 277–9.
545 Henrique Henriques de Noronha, Nobiliário da Ilha da Madeira. Funchal: 1947, iii, p.
504. Este nobiliário não é do m do séc. xviii, mas de 1700, como se lê no frontispício do
apógrafo.
546 V. José Antônio Gonsalves de Melo, João Fernandes Vieira. Recife: 1956, i, p. 15. “De
uma mulher rameira a que chamam a Benfeitinha e de um homem que lhe dão por pai, que foi
ali degredado em título de ladrão”, doc. cit. pelo mesmo autor, ibid., p. 15. Os papéis holandeses
pormenorizam: “Sua mãe é uma negra e do seu pai não se sabe o paradeiro”, ibid., p. 18. Já os
portugueses, como Fr. Manuel Calado, aludem com respeito, “de nobre, ilustre e grave pai
nascido”, O valeroso Lucideno. Recife: 1942, pp. 122 e ss. O biógrafo duvida, com razão, do
Nobiliário, no que se refere ao nome primitivo, Francisco, trocado em João. Não há nenhuma
con ssão de Vieira, que aliás tanto escreveu de si, sobre a razão ingênua ou maliciosa da
mudança. A chave do mistério pode estar na circunstância de ser lho natural, egresso da
família, a adotar talvez o sobrenome da mãe pobre. O seu retrato no Castrioto lusitano aparece
brasonado com as armas de Ornelas e Monizes, Lima Breyner; e J. A. Gonsalves de Melo, ibid.,
p. 13: não é preciso mais, para con rmarmos a paternidade. Porém sempre João Fernandes
Vieira, o que parece implicar a ressalva da ilegitimidade.
548 Um dos raros vestígios deixados no Recife pelos holandeses (talvez por tolerância do
próprio João Fernandes Vieira, seu antigo sócio) é uma lembrança desse judeu amengo.
Consiste na estátua de um peregrino em pedra e o dístico, Jacob Bish Ginea me — que estava
na casa que fora dele à Rua da Cruz, casa que passou à propriedade de Vieira e foi demolida
quando da remodelação da cidade. Agora no Inst. Arqueológico Pernambucano. A gura (a
indicar o sítio da sinagoga ou a qualidade de rabino) ostenta um livro... Aliás a sinagoga
daquela rua dos Judeus (da Cruz, em 1654) foi dada por Francisco Barreto a Vieira, cf.
Inventário das armas etc., p. 188, da 2ª ed.
549 Leia-se Varnhagen, Hist. das lutas, p. 255.
550 Casou-se Vieira com D. Maria César, lha do madeirense Francisco Berenguer de
Andrada e D. Joana de Albuquerque, esta lha de Antônia da Rosa e Simoa, lha natural do
velho Jerônimo de Albuquerque e Maria do Espírito Santo Arcoverde (Borges da Fonseca,
Nobiliarquia pernambucana, i, p. 465, ii, p. 227; Gonsalves de Melo, op. cit., i, p. 66). Leia-se
também C. R. Boxer, e Dutch in Brazil, p. 105, passim.
551 Fr. Vicente, op. cit., p. 498; Pe. Sera m Leite, Hist. da Comp. de Jesus, iii, p. 112;
Varnhagen, ibid., ii, p. 405.
552 Capitães: Pedro da Costa Favela, Bento Rodrigues de Oliveira (também naturais do
Brasil) e Aires de Sousa Chichorro.
553 Morreu de doença, não em combate (é o que se depreende dos docs. publ. pelo Pe.
Sera m Leite, ibid., iii, p. 109).
556 Obras escolhidas. Lisboa: Clássicos Sá da Costa, iii, p. 35, pref. e notas de Antônio Sérgio
e Hernâni Cidade. Também no papel de 1647 sobre a compra de Pernambuco, ibid., iii, p. 25.
560 “Sermão de São Roque”, 1644, anotado na edição de nitiva, Serm., viii, p. 79. — Veja-se
Brasilische Gelt-Sack. Waer in dat Klaerlijck vertoont wort waer dat de Participanten Van de
West-Indische Comp. haer Geltl ghebleben is. Gedruckt in Brasilien op’t Reciff in de Bree-Bijl,
Anno 1647 (vimos os ex. da Livraria do Congresso, de Washington, e John Brown Library).
Dado como impresso no Recife; mas não consta houvesse tipogra a holandesa no Brasil,
Wätjen, op. cit., p. 38; v. Lawrence C. Wroth, A History of the Printed Book. Nova York: 1938, p.
178. Informa-nos sobre os contratos que a insurreição interrompera, nomeia os contratantes, e
acusa João Fernandes Vieira de “grande traidor”. Pedira em 1641 redução de sua dívida. O total
ia a 38 mil orins. Saiu essa obra dos prelos de Holanda, Alfredo de Carvalho, Anais da
imprensa periódica pernambucana. Recife: 1908, p. 27.
561 Outra atitude de Vieira concordante com as doutrinas então correntes foi a sua apologia
do 5º Império, que por esse tempo Menasseh-ben-Israel pregava, como augúrio da paci cação
messiânica, v. Julius H. Greenstone, e Messianic Idea in Jewish History. Filadél a: 1945, p.
218.
565 Ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, Papéis avulsos, inéd. O governador, para antecipar a
agressão, dos 7 mil homens que viriam na próxima frota, talvez sobre a Bahia, mandou
desfechar a insurreição, que subterraneamente se preparava no Nordeste.
567 Das Ementas de habilitações, Bibl. Nac. de Lisboa: “Nicolau Aranha Pacheco lho de
Pedro João Aranha e Clara Fernandes de Faria; avós paternos João Fernandes Aranha e Brites
d’Eça naturais de Regalados e Arcos de Val-de-Vez, com fama cristãos-novos por esta parte,
não teve efeito a mercê, em 19 de julho de 1644”, p. 90. Distinguira-se na defesa da cidade
contra Nassau, Miralles, ibid., p. 40. Chegou a ser nomeado governador de Pernambuco em
1658. Sua mulher foi a benemérita D. Francisca de Sande, a quem alude Rocha Pita, Hist. da
Amér. Port., p. 310. Sucedeu a Martim Soares Moreno como mestre-de-campo, patente de 22 de
abril de 1648, doc. ms. Arq. Hist. Col., Lisboa.
569 V. Joan Nieuhof, Memorável viagem marítima e terrestre ao Brasil, trad. de Moacir N.
Vasconcelos, p. 108.
570 Fernandes Gama, Mem. hist. de Pernambuco. Recife: 1844, ii, p. 144.
571 Carta de João Fernandes Vieira, 30 de dezembro de 1645, Boletim do Arquivo Histórico
Militar. Vila Nova de Famalicão: 1943, xiii, p. 3. Prometera Vieira construir, se ganhasse a
batalha, uma capela em honra da Senhora do Desterro. Ganhou e cumpriu.
572 Joan Nieuhof, op. cit., p. 138. Con rma Diogo Lopes de Santiago, a propósito da
rendição de Hoogstraten e entrada para o serviço de Portugal no Forte de Nazaré.
573 Entre esses capitães: Pedro Duarte, que “acabou a vida de mau trato que padeceu na
jornada”, Docs. hist., xxii, p. 41; Francisco Gil de Araújo, futuro donatário do Espírito Santo e
poderoso sujeito da Bahia; Estêvão Pereira de Bacelar, meirinho da Relação, Docs. hist., xxv, p.
99; Gaspar de Sousa de Carvalho, que chegou a sargento-mor, Docs. hist., xxxii, p. 50; João
Alves Soares, indicado na genealogia de Fr. Jaboatão, Rev. do Inst. Hist., li, p. 246, tio do
homônimo escritor e poeta.
574 V. Clado Ribeiro Lessa, Salvador Correia de Sá e Benavides. Rio: 1940, p. 38, passim;
Diogo Lopes de Santiago, História da guerra de Pernambuco, p. 362.
575 Publ. na Rev. do Inst. Arqueol. Pern., v, n. 34, pp. 86–9; e Garcia, nota a Varnhagen, Hist.
ger., iii, p. 25.
576 Leia-se C. R. Boxer, Salvador de Sá and the Struggle for Brazil and Angola. Londres:
1952, pp. 208–9.
578 Cartas de el-Rei D. João iv ao Conde da Vidigueira. Lisboa: Acad. Port. da Hist., 1942, ii,
p. 6. Esta correspondência, divulgada pelo embaixador português em França, tinha por m
inocentar o rei fazendo recair a culpa de resistência a suas instruções no governador (que não
se fazia ouvir dos rebeldes) e destes (surdos às admoestações da Coroa), na guerra por conta
própria.
579 Diogo Lopes de Santiago, ibid., p. 340. E carta dos mestres-de-campo a Antônio Teles, in
Cartas de D. João iv ao Conde da Vidigueira, ii, p. 9, com tradução italiana, Successo della
guerra de’ portoghesi sollevati in Pernambuco..., que vimos em New York Library, col. Lenox.
581 D. Maria de Melo casou-se em segundas núpcias com João Batista Accioli, Borges da
Fonseca, Nobil. Pern., in Rev. do Inst. Arqueol. Pern., n. 65, p. 148. De Van-der-Ley descende a
grande família deste apelido. V. Garcia, nota a Varnhagen, ibid., iii, p. 34.
582 Nieuhof, op. cit., p. 198; Diogo Lopes de Santiago, ibid., p. 372.
585 Diogo Lopes de Santiago, op. cit., p. 356. Foi considerável o armamento arrecadado.
Ocorreu a 17 de agosto.
586 Diogo Lopes de Santiago, ibid., p. 384. Esse Tenente-coronel Haus foi mais tarde
assassinado na Bahia. Em carta ao governador de Pernambuco, 21 de abril de 1674, o da Bahia
recomendou a prisão dos criminosos, “que mataram Henrique Haus”, Docs. hist., x, p. 100.
Sobre a rendição do Pontal, carta de Fernandes Vieira, 30 de dezembro de 1645.
587 Pero Poti fora, com Antônio Paraupaba, educado em Holanda, doc. cit. por José Antônio
Gonsalves de Medo, Tempo dos amengos. Rio: 1947, p. 263. Che ava os petiguares
distribuídos pela Paraíba e Rio Grande, Nieuhof, ibid., p. 311. Tapuias eram os quiriris (ou
janduís).
588 Diogo Lopes de Santiago, ibid., pp. 299, 303–4.
589 “Regedor dos brasilianos” na capitania do Rio Grande, acabou na Holanda, calvinista,
com o nome ligado à publicação de 1657, “Duas exposições ou demonstrações entregues aos
muito poderosos senhores Estados-gerais por Antônio Paraupaba”, José Antônio Gonsalves de
Melo, op. cit., p. 265. Paraupaba ou antes Paraopeba, quiriri, talvez o mesmo Waripeba, de
Barleo (trad. port., p. 277), que lembra Baepeba, chefe quiriri de Sergipe, vencido por Cristóvão
de Barros.
590 Sobre a destruição da frota, Netscher, ibid., p. 150; Diogo Lopes de Santiago, ibid., p.
365.
591 São as moedas obsidionais (ou de necessidade) que primeiro se cunharam no Brasil.
Nieuhof trata desse plano, mas sem falar da fabricação de dinheiro, ibid., p. 247.
592 Nieuhof, ibid., p. 210; José Antônio Gonsalves de Melo, Tempo dos amengos, p. 102,
Rio, 1947: “A 17 (agosto) começamos a demolir as casas da nova Maurícia”.
594 Nieuhof, ibid., p. 269. Sucedeu-lhe o Almirante Banckert, ou Joast van Trappen, que se
notabilizara na batalha das Dunas (1639).
595 Atas da Câmara da Bahia, ii, p. 291. Fez a câmara solene promessa de missa anual em
honra de Santo Antônio.
597 Atas da câmara, ii, p. 328. Trata-se do forte real (sic) reedi cado pelo Conde das
Galveias, no século seguinte.
598 Das Baleias se chamou a ponta depois que João Francisco, em 1624, arrematou o
respectivo contrato e aí se instalou, “na mesma língua de terra em que hoje se acha edi cada a
cidade”, Ubaldo Osório, A Ilha de Itaparica. Bahia: 1928, p. 21. Descreve-a Fr. Vicente do
Salvador: “Outros foram em uma nau à ponta da Ilha de Itaparica, chamada a ponta da Cruz e,
depois de carregarem de azeite ou graxa de baleia”, Hist. do Bras., p. 528. O Forte de São
Lourenço foi construído no local das trincheiras de Segismundo, “na ponta de Taparica”, Atas
da câmara, ii, p. 382, ano de 1648, “de torrão, e reedi cado no começo do século imediato”, Brás
do Amaral, nota a Accioli, Mem. hist., ii, p. 298.
599 A Câmara da Bahia aludiu ao “cerco” em que cava, Atas da câmara, ii, p. 340, e mandou
o vereador mais velho, Domingos Barbosa de Araújo, representar a el-rei sobre esta situação.
Aliás não chegou a viajar. Para auxiliar a armada que viesse socorrê-la, subscreveram os
moradores 50 mil cruzados, Atas, ii, p. 356.
600 Cartas do Padre Antônio Vieira. Coimbra: 1925, i, p. 246, ed. J. Lúcio d’Azevedo.
601 Fora comissário-geral da cavalaria e distinguira-se na defesa da Bahia contra Nassau,
Docs. hist., xvii, p. 266.
603 A fome já era sensível na Bahia, Docs. hist., iii, p. 16, abastecida por mar, pois as farinhas
eram das vilas do Sul, razão por que Segismundo insistia em depredar as povoações do
recôncavo, a m de impedir que de lá saíssem os suprimentos que não podiam atravessar a
barra. O auxílio que o governador reclamou de São Paulo devia vir pelo sertão, cartas de 8 e 21
de novembro de 1646. Levou-o o Capitão Antônio Pereira de Azevedo (200 paulistas e 2 mil
índios), Taques, Nobiliarquia, ed. A. Taunay, p. 259. V. carta do governador a D. João iv, 15 de
dezembro de 1647, in Brasília, ii, p. 592. Além da ação de 10 de agosto, feriram-se na ilha várias
sortidas, em que se destacou Bernardo Pereira Ravasco, irmão do Padre Vieira, Garcia, nota a
Varnhagen, iii, p. 55, Alberto Lamego, in O Jornal, Rio, 2 de fevereiro de 1930.
604 Carta ao Conde de Ericeira, 23 de maio de 1689, e J. Lúcio, op. cit., i, pp. 113–4. Aliás a
capitania da Bahia prometeu 200 mil cruzados para a armada, carta de Vila Pouca, fevereiro de
1648, Docs. hist., iii, p. 20. Este dinheiro foi tomado aos moradores de porta em porta, Atas da
Câmara da Bahia, iii, p. 10, e o bispo emprestou 58 mil cruzados para os aprestos do regresso,
quantia que se mandou pagar à sua sobrinha D. Micaela da Silva, em 1665, Docs. hist., xxii, p.
321.
606 Filho do mordomo-mor de Filipe iii, Luís da Silva Teles e neto materno do Conde de
Vimieiro, pertenceu o de Vila Pouca ao Conselho de Guerra, Pe. Antônio Carvalho da Costa,
Corogra a portuguesa, ii, p. 212. Passara à Índia duas vezes. Foi capitão de Diu e general das
armadas de alto bordo; e governou a Índia após a morte do Vice-rei Pedro da Silva, até a
chegada do Conde d’Aveiras. Depois do governo do Brasil, D. Antônio Caetano de Sousa,
História genealógica da Casa Real, v, p. 231, Lisboa, 1745, foi alferes-mor na coroação de
Afonso vi e vice-rei da Índia em terceira viagem. Faleceu a bordo, em 1657. O título de conde é
de 1647, Sanches de Baena, ibid., ii, p. 757.
607 Garcia, nota a Varnhagen, iii, pp. 84–5, resumindo a Correspondência de Sousa
Coutinho, ed. E. Prestage, Coimbra, 1926. Sobre Gaspar Dias Ferreira, o amigo de Nassau (e de
Barleo), curiosa gura de tratante internacional, v. Pereira da Costa, Anais pernambucanos.
Recife: 1952, iv, pp. 388–9. Lisboeta, em Pernambuco em 1618, casou com a lha da viúva D.
Isabel Cardoso, senhora de engenho, e aderindo aos holandeses, se bene ciou com o con sco
de várias propriedades, entre estas a do Mosteiro de São Bento da Paraíba... Condenado na
Holanda como traidor, em 1646, fugiu da prisão e foi acolher-se a Portugal, sob a proteção de
D. João iv. Aí se achava em 1652.
611 José de Miralles, op. cit., p. 145; e D. Francisco Manuel, Epanáforas, p. 592.
612 Correspondência, pp. 160–1. Veja-se, aliás, a de Antônio Teles para D. João iv, ainda em
dezembro de 47 e janeiro de 48, em que mostra a sua alegria pelo insucesso de Segismundo,
obrigado a largar Itaparica (Cartas de João iv ao Marquês de Niza, citadas) — e não deixam
supor o falado ressentimento do rei, contra o governador.
613 Filho de Manuel Alves, nasceu em Pernambuco, formou-se em 1633, Francisco Morais,
Estudantes da Universidade de Coimbra nascidos no Brasil, p. 15, Coimbra, 1949, casou com a
irmã do Padre Vieira, D. Leonarda, e em sua companhia, de um lho e quatro lhas,
desapareceu num cruel naufrágio, Cartas, ed. J. Lúcio, ii, p. 247, em 1663. Acrescentou ao nome
Deus-Dará, Docs. hist., iv, p. 220.
614 Epanáforas, p. 592. Sobre o motim que precipitou a nomeação do general (contra
Fernandes Vieira), Diogo Lopes de Santiago, ibid., p. 542.
615 Nasceu em Callao, Peru, 1616, e faleceu em Lisboa em 1688, Garcia, nota a Varnhagen,
iii, p. 108. “Havendo ido servir àquela conquista (Brasil) como soldado particular e com as
poucas assistências de um lho natural de pai não demasiadamente rico”, diz Pedro Severim de
Noronha em D. Afonso vi, ed. E. Brasão, p. 187. Reivindicou porém a quinta da Quarteira
alegando “foi sempre brasão maior de meus pais e avós”, Docs. hist., iv, p. 403. Não assinava
Meneses, como aparece no nome paterno, Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 119. Há retrato seu na
Galleria degli Uffizi, Florença, cuja cópia o Visconde de Paraguaçu ofereceu à Câmara da Bahia.
V. também P. Calmon, Francisco Barreto, Lisboa, 1940.
616 Em carta de 19 de maio de 1648 conta Filipe Bandeira de Melo (que viera com o
general) a detenção e a fuga, dizendo que o lho do carcereiro roubou as chaves ao pai, ms. no
Arq. Hist. Col., Lisboa. Tomou-o Barreto sob a sua proteção. Subiu Francisco de Brá aos
maiores postos da hierarquia militar e casou na aristocracia baiana, Jaboatão, Cat. gen., tít. de
Brá. Era “de Roterdã, lho de Jaques de Brá natural da mesma cidade e D. Ana de Brá, da cidade
de Nantes”, Livro de irmãos da mis. da Bahia, termo de 24 de julho de 1674, ms. inéd. Barreto
proclamou-o “instrumento da minha liberdade”, Docs. hist., xix, p. 176. Foi alferes no Arraial
de Bom Jesus, patente de 26 de outubro de 1652, capitão em 53, Antônio Joaquim de Melo,
Biogra as de alguns poetas e homens ilustres da província de Pernambuco. Recife: 1856, i, pp.
112–3; sargento-mor, 27 de novembro de 68. Esteve nas duas batalhas dos Guararapes, Docs.
hist., xxx. Aliou-se à família Góis de Araújo, com numerosa descendência.
617 Carta de Francisco Barreto, considerada por Varnhagen, História das lutas com os
holandeses no Brasil, p. 347 da nova edição, Bahia, 1955, documento capital para o episódio,
publ. também por Alberto Lamego, in Documentos dos arquivos portugueses que importam ao
Brasil, n. 2, e que preferimos ler na cópia que acompanha as Cartas de D. João iv ao Conde da
Vidigueira, ii, p. 258 (corrigindo vários enganos da transcrição de Varnhagen).
619 A colocação paralela dos exércitos nos montes, um em frente ao outro (sendo dos
portugueses a elevação onde está, votiva, a Igreja da Senhora dos Prazeres), foi evidentemente
em seguida ao primeiro desbarato da vanguarda holandesa, quando, surpreendida, desfez a
marcha em coluna e procurou espalhar-se, protegendo-se, pelas ladeiras. Não se repetiu a
manobra do monte das Tabocas: ao contrário, os amengos tiveram momentaneamente a
superioridade do terreno — de que não puderam usar. André Vidal de Negreiros diz ter tido a
iniciativa da vanguarda, carta de 12 de maio de 1648, inédita, revelada por Virgínia Rau, in
Brasília. Coimbra: 1955, ix, p. 346.
620 V. Diogo Lopes de Santiago, op. cit., p. 628. Da batalha há quadros sem exatidão
histórica que se repetem, datados de 1709 (da Câmara de Olinda, gurando Tabocas e
Guararapes, hoje no Museu do Estado), 1787 (tetos da Igreja da Conceição do Recife) e 1801
(tábuas do coro da Igreja da Senhora dos Prazeres de Guararapes, atualmente no Instituto
Arqueológico Pernambucano).
621 Mapas in R. Garcia, nota a Varnhagen, iii. pp. 76–8. Em carta a Salvador de Sá descreveu
o governador-geral mais ou menos o que Barreto mandara dizer ao rei, na citada carta. Quanto
às perdas portuguesas, de 20 soldados pagos e 40 moradores, Docs. hist., iv, p. 435, segundo
uma fonte, de 70 mortos e 300 feridos, conforme Bandeira de Melo, ms. cit., cifras que Barreto
eleva e diminui para 80 e 400, respectivamente. Das bandeiras tomadas, guardou Barreto a dos
estados e enviou 19 para a Bahia. As outras, índios e pretos, não lhes dando importância,
dilaceraram, “para bandas e outras galas”, carta de Barreto, Cartas de D. João iv, ii, p. 260; e de
Vidal de Negreiros in Brasília, ix, p. 347. Este diz que os holandeses levavam libambos e
grilhões, para prenderem os escravos retomados...
622 Vieira, Cartas, i, p. 222. Quanto a Henrique Haus, como dissemos, não morreu. Em 1674
foi assassinado na Bahia.
623 No mesmo ano em Paris publicou-se, na Gazette, “Défaite des hollandais dans le Brésil”.
Leia-se também General Lobato Filho, As duas batalhas de Guararapes. Recife: 1939, pp. 11 e
ss., com croquis.
625 Carta de Lanier (representante de França), 6 de agosto de 47, atribuindo (com razão) ao
Padre Vieira a sugestão, J. Lúcio d’Azevedo, O Padre Antônio Vieira julgado em documentos
franceses. Coimbra: 1928, pp. 9–10.
626 Cartas, iii, p. 610. V. a contestação a Vieira do licenciado Manuel de Morais, Anais do
Museu Paulista, i, pp. 123–8.
628 V. Antônio Vieira, Obras escolhidas. Lisboa: Clássicos Sá da Costa iii, pp. 29 e ss., pref. e
notas de Antônio Sérgio e Hernâni Cidade.
630 V. Hernâni Cidade, no prefácio ao 3º vol. das Obras escolhidas do Pe. Vieira, citado, p.
xxi.
633 “Sermão de Ação de Graças”, 1695, Sermões, xv, p. 112. Esteve Vieira na Haia de 18 de
abril a julho de 46, quando pôde ler a patriótica missiva do infante (que morreu preso em
Milão, em 1649).
635 Vereação de 2 de abril de 48. Disse Salvador ter despendido de seu 12 mil cruzados.
Sobre a expedição, Luís Norton, A dinastia dos Sás no Brasil, pp. 47 e ss. Gustavo Barroso, “O
Brasil e a Restauração de Angola”, Anais da Acad. Port. da Hist., vii, 1947; Arquivos de Angola,
n. 8, pp. 119 e ss., outubro de 1944; e C. R. Boxer, op. cit., pp. 257 e ss.
636 C. R. Boxer, ibid., p. 256. Mas não destaca a parte essencial que teve na resolução de
Salvador a ordem do governador-geral, Docs. hist., iv, pp. 432–8.
638 Carta de Vila Pouca in Cartas de D. João iv ao Conde da Vidigueira. Bahia: 9 de janeiro
de 48, ii, p. 238.
639 Em carta ao Embaixador Luís Pereira de Castro, explicou D. João iv: “Ordenei a
Francisco de Souto Maior quando o enviei a governar aquele reino escolhesse um porto com
sítio a propósito para fundar uma cidade em que estivesse e em que pudesse continuar seu
governo como dantes se fazia em Luanda, fez ele diligência na conformidade desta ordem, e
fundou Quicombo”, Eduardo Brasão, A restauração, p. 358. Fica ao norte de Luanda.
640 Os que quiseram servir a Portugal (como em Pernambuco) foram aceitos, ata de 20 de
agosto de 48, Arquivos de Angola, n. 8, p. 31.
641 Elias Alexandre, História de Angola, i, p. 264; Silva Rego, ibid., carta do Pe. Antônio do
Couto. Diz Camilo, Serões de São Miguel de Seide, p. 78; “Na quinta do Ruivão, no teto
repartido em muitos painéis, viam-se pintadas as façanhas de Salvador Correia de Sá em guerra
contra os holandeses antes e depois da restauração de 1640. O genealógico Manuel de Sousa da
Silva diz que as pinturas foram mandadas fazer por Manuel Correia de Lacerda que sucedeu na
Casa e Senhoria de Faralaens e aqui morreu em 13 de novembro de 1695”. O título de Visconde
de Asseca que teve seu lho Martim de Sá “levava referência aos serviços de Salvador, a quem
as mercês não estiveram na medida dos trabalhos”. Veremos que voltou a governar as capitanias
do Sul (1659–62). Entre as publicações do centenário da restauração de Angola, v. Discursos e
alocuções, Luanda, 1948 e “Salvador Correia”, conf. lida na Sociedade de Geogra a de Lisboa
pelo Visconde de Asseca (1907), Luanda, 1948.
642 Há curiosa gravura mostrando a recepção que a Rainha Ginga deu em 1622 em Luanda
ao Governador João Correia de Sousa, cf. Relation Historique de l’Ethiopie Occidentale, do Pe.
Labat, Paris, 1732. Os seus estados, segundo mapa de 1657, reproduzido na História da
expansão portuguesa no mundo, iii, Lisboa, 1940, cavam entre os reinos de Mucoco e do
Dongo, ou seja, no sertão angolês, chamado geralmente de Congo. V. Gastão de Sousa Dias, in
Hist. da expansão port., iii, pp. 206 e ss. Sobre a Rainha Ginga e o folclore, Pedro Calmon,
História do Brasil na poesia do povo, pp. 70–1, Rio (citando Gustavo Barroso, Ao som da viola,
Rio, 1921) e Bocage, Poesias, i, p. 350, ed. Rebelo da Silva, Lisboa, 1853, que lembrava: “Prole se
aclama da Rainha Ginga”. Também Aires de Sá, Um dogma antigeográ co. Lisboa: 1928, p. 34.
Ainda nas congadas do Ceará e de Minas Gerais se repete: “Veio matar rei meu senhor,/ Que
mandou Rainha Gino!”.
643 V. carta do Conde de Castelo Melhor, Docs. hist., iii, p. 38: “Quando tomei posse do
governo e me achei com a Fazenda Real no mais apertado extremo em que nunca se viu [...] na
queima dos engenhos”. Sobre Cornelis van den Brande — que lutou nas duas batalhas de
Guararapes, v. C. R. Boxer, op. cit., pp. 264–5.
644 Rodolfo Garcia, nota a Varnhagen, Hist. ger., iii, p. 131. Sobre o pessimismo que
continuava a existir em Portugal, C. R. Boxer, ibid., p. 228.
645 Cartas de D. João iv, inéd., publ. por Eduardo Brasão, Revista dos Centenários, Lisboa,
dezembro de 1939 (arq. da Casa de Tarouca). A Francisco Barreto não escapara a importância
de suas duas vitórias. Na igreja votiva de Guararapes há a lápide seguinte, datada de 1656: “O
mestre-de-campo-general do Estado do Brasil Francisco Barreto mandou em ação de graças
edi car à sua custa esta Capela à Virgem Senhora dos Prazeres com cujo favor alcançou neste
lugar as duas memoráveis vitórias contra o inimigo holandês, a primeira em 18 de abril de 1648
em domingo da Pascoela véspera da dita Senhora, a segunda em 18 de fevereiro de 1649 em
uma sexta-feira e ultimamente em 27 de janeiro de 1654 tomou o Recife e todas as mais prassas
que o inemigo pesuhiu 24 annos”. (Inscrição copiada no local, 2 de fevereiro de 1940). Em 4 de
agosto de 1942 foram trasladados para esta igreja os restos de João Fernandes Vieira e de André
Vidal de Negreiros, cujas urnas tinham sido reconhecidas em 1939, v. Culto aos heróis dos
Guararapes, Recife, 1942. O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atendendo
ao apelo do Instituto Arqueológico Pernambucano, mandou tombar a área da batalha, com isto
impedindo a des guração do terreno em volta da igreja. Observe-se que depois da segunda
batalha houve um motim contra o general, que mandou justiçar sete soldados, como escreveu
ao rei em 1650, A. Lamego, Mentiras históricas, p. 144.
648 Um dos principais judaizantes da Companhia foi Gaspar Dias (de Mesquita) que assinou
os papéis de sua fundação, amigo de Vieira, que a ele várias vezes alude nas cartas.
649 Funcionou a Junta até 1720, quando a extinguiu D. João v, determinando que lhe zesse
as vezes o Conselho da Fazenda, de modo a correr pelos armazéns da Coroa a armação das
frotas, que passaram a constar de duas naus de guerra para a Bahia, duas para o Rio de Janeiro,
uma para Pernambuco, Rocha Pita, op. cit., p. 166.
650 Docs. hist., iv, pp. 445–6.
652 V. D. Antônio Carvalho de Sousa, Memórias dos grandes de Portugal, pp. 359 e ss.
654 Miralles, op. cit., p. 146. Seu lho, o 3º conde, foi o grande ministro de Afonso vi, em
cujo serviço entrara como reposteiro-mor pelo casamento com uma sobrinha do Conde de
Odemira, Vida del-Rei D. Afonso vi, Camilo, p. 23. Ao sobreviver a Restauração estava o 2º
conde em Cartagena, na América, para onde o lançara um temporal, vindo para o Brasil, em
1640.
655 A luta que se feriu entre Holanda e Inglaterra (1650–1) não impediu a navegação
amenga para o Brasil (C. R. Boxer, e Dutch in Brazil, p. 236), porém a tornou precária.
Desde então, entre Portugal e os Estados-Gerais se levantou a terceira força: a inglesa.
656 A última esperança estava nos corsários, que lograram apresar quatro navios da segunda
frota da Companhia Geral do Comércio, quando os principais esforços de Holanda se
concentravam na guerra com os ingleses. Leia-se como informação do que ocorria no Recife
sitiado, Conferência sobre as Índias Ocidentais, de H. Overmeer, notas de Clado Ribeiro Lessa,
Rio; e a síntese de C. R. Boxer, op. cit., pp. 226–7.
657 A relação de Francisco de Brito Freire, divulgada por Virgínia Rau, vem in Brasília.
Coimbra: 1955, ix, pp. 193–205. Entre os capitães dessa frota restauradora estava João Calmão
(sic), ibid., ix, p. 196, que em 1655 também gura entre os passageiros da armada de Brito
Freire (Viagem da armada da companhia do comércio e frotas do Estado do Brasil. Lisboa:
1655, ed. Santos, 1950, por Costa e Silva Sobrinho, p. 19) — a mesma que trouxe, exilado, D.
Francisco Manuel de Melo, e é tronco da família deste apelido no Brasil. — O autor da História
da guerra brasílica, Lisboa, 1676, Francisco de Brito Freire, seria encarregado pelo Príncipe D.
Pedro ii de levar preso à Ilha Terceira o rei deposto, D. Afonso vi. V. biogra a por M. Lopes de
Almeida, in Brasília, ix, p. 137. Não deve confundir-se esse ilustre cabo-de-guerra com o
homônimo (aliás M. Lopes de Almeida indica essa duplicidade de nomes, in Brasília, ix, p. 133)
neto de Estêvão de Brito Freire, doc. in vol. cit., p. 179. No Catálogo genealógico de Fr.
Jaboatão, tít. Britos Freires, desfaz-se a dúvida. É a respeito da dilapidação dos bens deste, na
Bahia, pelo lho Gaspar, que transcreve Pegas, Comment. ad Ord., xiii, lib. 3, pp. 41–2, a carta
régia, que fez jurisprudência, determinando o processo de pagamento aos credores sem
prejuízo da movimentação do engenho de açúcar (Também Anais da Bibl. Nac., Rio, v, p. 227).
658 D. Francisco Manuel, Epanáfora triunfante (ed. de 1676) noticia com primores de estilo
as confabulações de Olinda e os sucessos subseqüentes. Leia-se como documento-base a relação
citada, de Francisco de Brito Freire.
661 Um desses canhões, com as iniciais da Companhia das Índias Ocidentais, e o dístico de
Middleburg, está no Museu Histórico Nacional (Rio). Conhecem-se mais dois, no Instituto
Arqueológico e no Museu do Estado, Recife, v. Inventário das armas e petrechos bélicos, etc.,
Recife, 1939 (reimpressão de opúsculo de 1838).
662 Natural de Pernambuco, serviu 15 anos na Armada Real e veio, como dissemos, adido à
pessoa de Francisco Barreto (patente de 20 de dezembro de 1646), Borges da Fonseca, Nobil.
Pern., i, p. 185. Com ele foi preso e fugiu, dando-nos, com sua carta de 19 de maio de 1648, a
mais palpitante notícia dessas peripécias, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, Papéis avulsos. Sua
irmã Maria de Melo foi mulher de Jerônimo Cadena de Vilhasanti, de quem diremos.
663 Cabedelo foi tomado por Ambrósio Luís de Lapenha, Docs. hist., xxi, p. 20.
664 Carta ao rei, 26 de junho de 1675, Bol. do Arq. Hist. Mil., xiii, p. 9.
665 Ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa, Papéis avulsos, ms. inéd.
667 “Plataforma da Camboa, no distrito da Patatiba, uma das de mais importância que
mandei fazer na boca dos rios do Recôncavo”, patente de 20 de março de 1651, Documentos
históricos, xxxi, p. 89.
670 Gaspar Rodrigues Adorno é lho de Afonso Rodrigues de Cachoeira, o herói das lutas
de 1624–5, Jaboatão, Cat. gen., p. 77. Os índios mataram-lhe um irmão em 1639, Pedro
Calmon, História das bandeiras baianas, p. 85. Nasceu Gaspar em 24 de junho de 1624,
Aristides Milton, “Efemérides Cachoeiranas”, Rev. do Inst. Hist. da Bahia, n. 27, p. 73.
672 B. do Amaral, notas a Accioli, ii, p. 111. V. íntegra nos Anais do Arq. Públ. da Bahia, xv,
pp. 5–21.
673 Carta de Castelo Melhor, 6 de abril de 52, Docs. hist., iii, pp. 155 e 160.
674 Rocha Pita, Hist. da Amér. Port., 2ª ed., p. 459. Foi homem de grande fortuna,
Documentos históricos, xxiii, p. 126.
675 Carta de 24 de jan. de 1656, Códice Atouguia, ms. na Bibl. Nac. Como ouvidor foi Simão
Álvares ao Rio de Janeiro apurar as responsabilidades do levante contra Salvador Correia,
Varnhagen, iii, p. 255. Morreu no mar, indo para o reino com a mulher (irmã de Antônio
Vieira) e seus lhos, como escreveu o jesuíta, em 1671: “Outro cunhado e outra irmã com cinco
lhos que caram sepultados no mar”, Cartas, i, p. 140. E em 14 de setembro de 1655,
defendendo do con sco, a título de empréstimo, os bens deixados pelo magistrado, Cartas, i, p.
341.
676 Há uma consulta do Conselho da Fazenda, de 1636, que nos revela “fragatas de guerra
que estavam fabricando os senhores de engenhos e lavradores” da Bahia, Anais da Bibl. Nac.,
lviii, p. 210. Sempre estiveram ativos os estaleiros do Recôncavo. Mas, em carta de 26 de abril de
51, mandou o governador ao capitão-mor de São Vicente que lá zesse o galeão, Docs. hist., iii,
p. 104. O primeiro mestre “da Ribeira que ora se forma” foi Pedro Gonçalves, 31 de julho de
1655, Docs. hist., xviii, p. 405. Ensinou a sua arte aos hábeis operários baianos. Cantou
Gregório de Matos “o famoso galeão São João de Deus” ali construído, Obras, ii, p. 83.
677 No Forte de São Marcelo (do Mar) há a lápide comemorativa do m das obras, no
governo de Vasco Fernandes César de Meneses, 1728. Conserva a arquitetura primitiva.
Chamava-se então Nossa Senhora del Popolo, “que novamente se fundou no surgidouro dos
navios”, como diz o termo do Capitão Francisco Monteiro Bezerra em 1665, Livro de posses,
ms. no Arq. Públ. do estado da Bahia. Em 1664 o rendimento das Baleias já podia ter outra
aplicação, B. do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 121. V. p. 1036.
678 8º Conde de Atouguia, v. Pe. Antônio Carvalho da Costa, Corogra a portuguesa, iii, p.
105. Foi um dos lhos da heroína D. Filipa de Vilhena: pela mãe armado para a Restauração,
em 1640. Regressando ao reino tomou o partido de D. Afonso vi, com o Conde de Castelo
Melhor ( lho) e o Bispo D. Sebastião César: o célebre “triunvirato”, de 1662. Ao favor em que
estava deveu certamente a carta régia de 23 de janeiro de 1665, que lhe mandou pagar
1:200$000 de propinas dos contratos que deixara de receber como governador-geral”, Docs.
hist., xxii, p. 90. O Regimento que trouxe para o governo era idêntico ao de Antônio Teles da
Silva e datado de 30 de outubro de 1653.
680 Dirigiu Pedro Gomes, tendo às suas ordens Gaspar Adorno, a abertura de uma estrada
para o Orobó em 1657, P. Calmon, História das bandeiras baianas, p. 86.
684 Dias Lassos entrou ainda o sertão em 1662, 1668, 1672 e 1676.
686 Chegou em 14 de outubro de 58. Calheiros era sujeito de sessenta anos, v. Afonso
Taunay, História geral das bandeiras paulistas, iv, p. 325. Seus segundos foram Fernando de
Camargo e Bernardo Sanches de Aguiar. Sobre o Regimento que lhe deu o governador, Anais
do Museu Paulista, iii, p. 294; e P. Calmon, Hist. das band., p. 88. Antes de Barreto, o Conde de
Castelo Melhor — carta de 22 de maio de 1651 — quisera os serviços do paulista Francisco
Fernandes Preto “que em São Paulo foi muitas vezes ao sertão e é grande língua” e se achava em
Boipeba, Docs. hist., iii, p. 110.
687 Patente do ajudante Antônio de Matos, Docs. hist., xxi, p. 301.
688 Docs. hist., v, p. 170. Das “proezas” dos paulistas trata o Padre Vieira, Cartas, ii, p. 630.
Os jesuítas conseguiram aldear os paiaiases logo depois, Pe. Sera m Leite, Hist. da Comp. de
Jesus, v, p. 279, Rio, 1945: aldeia de Camamu.
689 Cap. 28 do Regimento de 1727, in Códice Galveias, ms. na Bibl. Nac., Rio de Janeiro,
inédito.
690 Já nas Epanáforas, p. 612 (edição de 1676) explicou o vocábulo D. Francisco Manuel:
“Caboclos”, “assim chamam uns a outros os índios da terra, e nós usamos o mesmo nome”.
Alvará de 4 de abril de 1775 proibiu que se chamasse caboucolos aos mestiços.
692 “Estes fortes da Bahia (que são umas plataformas mal fechadas e os melhores como são
os do Terreiro do Paço de Lisboa, e os costumam guardar esquadras de seis e quatro soldados)
não são capazes de se arvorarem neles semelhantes estandartes”, Docs. hist., iv, p. 253.
693 Docs. hist., iv, p. 225. V. também Waldemar Matos, A Fortaleza de Nossa Senhora del
Popolo, Bahia, 1954.
694 Doc. de 1667, ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos, n. 2.215, inéd.
695 O palácio conservou a primitiva arquitetura, que lembra a do palácio dos Condes de
Almada, em Lisboa, até 1890. A construção atual seguiu-se ao incêndio de 1912.
696 A nova arquitetura do Paço Municipal data de 1882 e o des gurou. Na fachada, a lápide:
“Reinando el-Rei D. Afonso vi mandou fazer este edifício à custa da cidade Francisco Barreto
do Conselho de Guerra e G. G. do Estado do Brasil. 1660”. Indício de um período de grandes
construções urbanas é outra pedra numa fachada à ladeira do Pau da Bandeira, ali perto:
“Louvado seja o Santíssimo Sacramento e a Imaculada Conceição da Virgem Senhora Nossa
Concebida sem Pecado Original. Ano 1658”. Provém esta inscrição da carta régia de 30 de
junho de 1654, que mandou pôr em todas as portas e entradas das cidades tal oferenda à
Senhora da Conceição, Pe. Moreira das Neves, Revista dos Centenários, n. 19, julho de 1940,
Lisboa — invocação predileta de D. João iv na sua igreja de Vila Viçosa.
697 No local pedra comemorativa: “Reinando el-Rei D. Afonso vi se reformou este forte por
mandado do capitão-general deste estado Francisco Barreto. Ano 1659”. O engenheiro foi
provavelmente o francês Pedro Gracin, que o governador mandara vir do Recife em 1657, Docs.
hist., xix, p. 246. Serviu como engenheiro do Estado do Brasil até 1660 (v. nota seguinte).
702 Armando Marques, Aliança inglesa, p. 204; E. Brasão, op. cit., p. 373; Varnhagen, Hist.
ger., iii, pp. 261–2; Carlos Azevedo, in Rev. da Faculdade de Letras, Univ. de Lisboa, t. xxii,
1956, pp. 262 e ss.
703 Prov. de Francisco Barreto às capitanias, 1662, Docs. hist., iv, pp. 97–9. Fato curioso, o
imposto não deixou mais de ser cobrado, e persistia, depois da independência, em... 1830,
Varnhagen, op. cit., iii, p. 264. O Senado da Câmara da Bahia queixou-se em 8 de julho de 1693
de já ter pago a Cidade... 1.280.000 cruzados da Paz de Holanda, Livr. de atas, ms., no Arq.
Municipal da Bahia.
704 Docs. hist., vi, p. 229. Outra representação de Atouguia, ibid., vi, p. 242.
705 Na Bahia foram de início presos os Conti, o clérigo Bernardo Taveira e João de Matos,
Docs. hist., vii, p. 92 e lxvi, 196; mas em seguida, bene ciados com 2 mil cruzados e tratamento
obsequioso, Docs. hist., xxi, p. 8. Matos morreu aí assassinado, Garcia, nota a Varnhagen, iii, p.
296. “Foi morto à traição por Jorge Seco de Macedo”, Docs. hist., lxvi, p. 289, que veremos
implicado na conjura de 1666, sobrinho do chanceler da Relação, Docs., cit., lxvi, p. 227.
707 D. Afonso vi, p. 81. A nova junta foi presidida pelo Conde de Atouguia, Deputado
Antônio de Miranda Henriques e Desembargador João Leite de Aguilar, pela nobreza, e João
Guterres, Manuel Martins Medina, Gaspar Gonçalves de Souto, pelo comércio, além de Manuel
Ferreira, pelo povo (dec. de 23 de novembro de 1662).
708 Vieira, “Sermão de São Roque”, Sermões, viii, p. 80. A Companhia foi dissolvida por D.
João v, em 1720.
709 Patente in Docs. hist., xx, p. 93 e doc. in L. Norton, A dinastia dos Sás, p. 62.
710 Cartas, i, p. 144.
711 Brás do Amaral, nota a Accioli, ix, p. 120; Docs. hist., xx, p. 98. O mineiro Jaime
Commere a esse tempo fez pesquisas em São Paulo, porém teve morte desastrada, que os
rebeldes do Rio, em 1660, imputaram aos Correias... Quando escrevia as Notícias curiosas e
necessárias das cousas do Brasil, diz o Pe. Simão de Vasconcelos, p. 60, Lisboa, 1668, Salvador
Correia preparava a expedição do Espírito Santo.
712 Capitão da companhia que formou em Lisboa para acompanhar o pai, 16 de setembro
de 1658, foi nomeado governador para a descoberta das minas do Espírito Santo, 11 de março
de 1660, Docs. hist., xxi, p. 41. Também Paulo Prado, Paulística, p. 127. Esteve mais tarde na
Índia, donde voltou preso, e homiziou-se em casa do Núncio, Vieira, Cartas, iii, p. 319, ed. J.
Lúcio.
713 O Conde de Óbidos, prov. de 15 de dezembro de 1663, notou que não se sabia do
rendimento dos quintos do ouro, em São Paulo, nem de sua escrita, Docs. hist., xxi, p. 256. Os
rebeldes do Rio, em novembro de 1661, disseram que o administrador-geral das minas, Pedro
de Sousa Pereira, com os estancos de várias mercadorias, comprava ouro, para mandá-lo a el-rei
“com título de que era rendimento dos quintos”, Registo da Câmara de São Paulo, iii, p. 9.
716 A. Lamego, op. cit., i, p. 44. V. Vieira Fazenda, Revista do Inst. Hist. Bras., lxxi, p. 20.
717 Alv. de 23 de maio de 1658, Docs. hist., iv, pp. 84–92. Os matadores eram Manuel
Pinheiro Caldeira, Antônio da Silva, Hierônimo Dias, Antônio Fernandes, Francisco de
Arruda, cf. regimento que levou o ajudante. Tais documentos completam a narrativa de Alberto
Lamego. Aliás o Conde de Castelo Melhor, em carta de 25 de novembro de 1650, se referia à
fundação da vila e fazia votos “venha a ser uma muito grande cidade”, Docs. hist., v, p. 26. O
Conde de Atouguia nomeou o Capitão Palma, “capitão dos Campos dos Guytacazes”, 7 de
dezembro de 1655, Docs. hist., xxxi, p. 180. Con rmou-o Francisco Barreto, 18 de setembro de
57, Docs. hist., cit., p. 214.
718 Carta do Conde de Atouguia, 25 de janeiro de 1656, Docs. hist., iv, p. 282.
719 Docs. hist., iv, p. 346. Em carta de 1º de dez. de 1674, Afonso Furtado mandava libertar
o ouvidor da Paraíba (sic) preso no Rio, Docs. hist., x, p. 434. A capitania do Cabo Frio
compreendia os Campos de Goitacases, Docs. hist., x, p. 435. Pertencia-lhe também o distrito
de Saquarema que teve capitão de infantaria em 1671, Docs. hist., xii, p. 185.
720 O 1º donatário, Visconde de Asseca, faleceu em 1674, sucedendo-lhe o lho, 2º
visconde, Salvador Correia, cujo tutor foi o general seu avô, A. Lamego, op. cit., i, p. 122. A este
se seguiu, em 1692, o 3º visconde, Diogo Correia, que vendeu a capitania, em 1710, ao Prior
Duarte Teixeira Chaves.
722 Alberto Lamego Filho, A planície do solar e da senzala. Rio: 1934, p. 34.
723 “[...] Rio de Janeiro, que com a retirada dos moradores de Pernambuco se zeram à
beira-mar e pelos rios e donde se acharam mais comodidades, engenhos de açúcar com que
aquela capitania se fez maior e mais opulenta que todas as deste Estado, que tem hoje 150
engenhos e se fora melhor governada fora mais grandiosa”, Petição de pessoas da Bahia, 20 de
junho de 1662, ms. in Arq. Hist. Col., Lisboa. Respondendo a este exemplo, retrucou Bernardo
Vieira Ravasco: “Pois basta [...] a experiência dos do Rio de Janeiro, donde enquanto não houve
mais de 60 ou 70 engenhos se embarcavam daquela capitania cada ano para Portugal 14 a 15
mil caixas de açúcar e depois que houve 150 ou 170 pouco mais ou menos, não chegaram a
fazer todos 9 mil”. Porque os canaviais não atendiam ao número de fábricas, ms. no mesmo
arq., Papéis avulsos, inéd.
724 Por morte de Salvador de Brito Pereira (1651), pai do beato João de Brito, hoje santo da
Igreja — assumira o governo Antônio Galvão, Docs. hist., xxxiii, p. 256: cuidou da defesa da
praça, pois voltara a falar-se de ataque holandês. Sucedeu-lhe D. Luís de Almeida (1650) e em
1656 Tome Correia de Alvarenga “na substituição de Lourenço de Brito Correia que não tomou
posse, Docs. hist., cit., p. 275. Assim interino, o primo de Salvador Correia (escreveu-lhe
Francisco Barreto, em 26 de fevereiro de 1658: “Com a falta de provisões de Lourenço de Brito
Correia me resulta não alterar esse governo até nova ordem de S. M”) passou a este o governo,
em 1659, Docs. hist., xxxiii p. 285. Em 1656 revoltou-se o povo contra o aumento dos impostos,
Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 27 (1956).
725 Pedro de Sousa Pereira foi provedor da Misericórdia em 1675. Teve morte violenta, carta
de 1693, Docs. hist., xxxiv, p. 188.
726 Sargento-mor por prov. de 7 de fevereiro de 1656, Docs. hist., xxi, p. 67.
728 Os amotinados de 1660 atribuíram o crime a Tomé Correia de Alvarenga e seu cunhado,
que supliciaram Jerônimo Camelo, portador das cartas de Costa Barros para um
desembargador da Relação da Bahia, Alberto Lamego, A terra Goitacá. Bruxelas: 1913, i, p. 75.
A luta evidentemente travara-se em torno da permanência do governador interino, que os
adversários dos Sás queriam afastar: sabiam que ele guardava o lugar para o primo, ainda mais
temido.
732 Docs. hist., xxxiii, p. 286; descrição da “bernarda” em Vieira Fazenda, Rev. do Inst. Hist.,
cxlii, p. 498.
733 Pedro Taques, Informação sobre as minas de São Paulo, p. 92 (ed. A. Taunay); Registo
geral da Câmara de São Paulo, iii, p. 5.
734 Doc. transcrito por Luís Norton, A dinastia dos Sás. Lisboa: 1943, pp. 333–4.
736 Salvador dera como pretexto ir ver umas madeiras para o galeão que mandara fazer para
el-rei na Ilha do Governador (onde cou o nome de Ponta do Galeão): o Padre Eterno, no
depoimento do inglês Barlow o maior do mundo, conforme O mercúrio português.
738 V. Alberto Lamego, op. cit. e A. Taunay, História geral das bandeiras paulistas, v, p. 302.
Fr. Jaboatão, confundindo Jerônimo e Agostinho Barbalho, Catálogo genealógico, p. 311, diz
que o degolado foi este. Se parentes, era distante o parentesco, v. Borges da Fonseca,
Nobiliarquia pernambucana, i, p. 38; e Varnhagen, Hist. ger., v, p. 319.
740 Empossou-se Melo em 29 de abril de 62, R. Garcia, nota a Varnhagen, v, p. 319; Docs.
hist., v, p. 170. Em Lisboa, “Luís da Silva Teles fora desterrado por ter tirado do navio em que
viera do Brasil preso a um parente de seu sogro Salvador Correia de Sá e Benavides”, D. Afonso
vi, p. 45, ed. E. Brasão. Era Tomé Correia, cf. doc. in Luís Norton, ibid., p. 331. Este retornou ao
Rio e foi em 1671 provedor da Misericórdia, cf. Félix Ferreira, A Santa Casa da Misericórdia
Fluminense. Rio: 1898, p. 112. Sobre os sucessos de 1660, Vieira Fazenda, Rev. do Inst. Hist.,
cxliii, pp. 20 e ss.
741 Prova o desfavor em que cou Salvador Correia a dissolução da companhia de infantaria
de seu lho João Correia, Docs. hist., v, p. 170.
742 D. Afonso vi, pp. 147–8. Outro incidente que indica a prevenção del-Rei Afonso vi com
os Sás foi o que sucedeu ao se travarem de razões criados de João Conti e do próprio soberano e
os de Martim Correia de Sá, 1º Visconde de Asseca, lho do velho Salvador Correia, Catástrofe
de Portugal na deposição de D. Afonso vi, 1669, v. Alberto Lamego, A terra Goitacá, i, p. 84.
Sobreviveu-lhe o general. Faleceu em 1688. Sepultado na sacristia dos carmelitas de Lisboa, a
lápide do seu túmulo dizia: “Aqui jaz Salvador Correa de Sá e Benavides, senhor do couto de
Pena Boa e das vilas de Tanquinhos, Arripiada e Asseca, restaurador da fé e de xpto nos reinos
de Angola Congo Benguela São Tomé vencendo os holandeses e comprou essa sacristia com
missas e sufrágios perpétuos pede a quem ler este letreiro o encomende a Deus”. Alberto Rangel
em 1910 procurou em vão essa pedra, desaparecida com tantas outras relíquias desse tempo. V.
também José Maria Antônio Nogueira, Esparsos. Coimbra: 1934, pp. 518–30.
746 Chegou a Lisboa a 14 de novembro de 1663, com “cinco navios cuja principal carga de
açúcar, tabaco e outras drogas se dizia ser sua contando-se-lhe o cabedal por centos de mil
cruzados e havendo ido servir àquela conquista como soldado particular”, D. Afonso vi, p. 187.
Ainda em 1687 era Francisco Barreto presidente da Junta do Comércio Geral, T. do Tombo,
Chanc. de D. Pedro ii, liv. 64, f. 230.
747 O palácio do Conde de Óbidos em Lisboa, sobre a rocha do seu nome, diz bem do
fausto de D. Vasco. V. Portas brasonadas de Lisboa, desenhos de Alberto Sousa, pref. de Júlio
Dantas.
748 D. Afonso vi, ed. E. Brasão, pp. 52–3. O Conde de Óbidos empossou-se em 26 de junho
de 1663. Vice-rei da Índia, 1652–3 fora “lançado e embarcado pelos moradores de Goa a título
de descontentamentos”, carta do rei, 18 de agosto de 1654, in Um diplomata português da
Restauração, Antônio da Silva e Sousa, p. 25, Bibl. Nac., Lisboa, 1940; e Teixeira de Aragão,
Descr. geral e hist. das moedas, iii, p. 234.
750 Regimento de 1º de outubro de 1663, Docs. hist., iv, pp. 118–24; e Registo geral da
Câmara de São Paulo, iii, pp. 137–41. Seguiu-se a 24 de outubro o Regimento para a cobrança
do donativo do dote da rainha de Inglaterra e paz de Holanda: consolidação das normas
relativas à contabilidade do sco no Brasil. Veio em seguida o Desembargador João de Góis de
Araújo, aliás natural da Bahia, “encarregado da arrecadação das dívidas da Fazenda Real”, prov.
de 5 de abril de 1667, Docs. hist., xxiii, p. 231.
752 Docs. hist., ix, p. 221. No mesmo sentido, carta ao Capitão João Batista Pereira, ibid., p.
226. E para o capitão-mor do Pará: “Sou afeiçoado do chocolate; e sobre esta razão menos
importante assenta a principal de ser útil ao Brasil transplantar-se a ele a fruta do cacau”, ibid.,
p. 227, prova de que já então se conhecia no Pará e no Maranhão, e possivelmente é desse
tempo o início da plantação na Bahia, onde se realizou a profecia do vice-rei: “Felicidade sua
[...]”. Histórico da respectiva lavoura, in Leo Zehntner, Le Cacaoyer dans l’État de Bahia.
Berlim: 1914, p. 34. O Pe. João Filipe Bettendorf levou em 1674 sementes do Pará para o
Maranhão e tinha três anos depois 2 mil pés de cacau, Pe. Sera m Leite, op. cit., iv, p. 159.
753 Docs. hist., vii, p. 248. Pregara nas exéquias o prior dos carmelitas, Fr. Joseph do Espírito
Santo e dirigira a música o licenciado Pe. Francisco Luís, Docs. hist., vii, p. 252.
754 Portaria de 8 de julho de 1666: “Foi recluso e preso (o Desembargador Jorge Seco) pela
culpa que resultou da devassa que pelo Juízo Eclesiástico se havia mandado tirar, em que saiu
culpado na conjuração que Lourenço de Brito Correia intentava”, Docs. hist., vii, p. 254. Em
carta de 6 de agosto, Arq. Hist. Col., Papéis avulsos, deu o conde notícia a el-rei do sucedido,
enviando seis pessoas presas.
755 Portaria de 1º de janeiro de 1667: “Porquanto o Capitão Bernardo Vieira Ravasco [...]
está impedido e preso há mais de oito meses”, P. Calmon, O crime de Antônio Vieira, p. 111. O
desfavor em que caíra o irmão do Padre Vieira é sensível em vários documentos, Documentos
históricos, lxvi, p. 166.
756 Frei Jaboatão, Cat. gen., p. 228, diz que a conjura era para prender o conde, e guraram
nela Francisco Teles de Meneses, Lourenço de Brito, “o Queirós e Álvaro de Azevedo”. Meneses,
mandado preso para o reino, voltou em companhia do Governador Alexandre de Sousa Freire,
em 1668. A provisão com que o rei integrou na patente de capitão, de 3 de março de 1667, disse:
“Desapossado dela sem culpa alguma o Conde de Óbidos pela presunção de um chamado
motim contra sua pessoa que se não provou”, Docs. hist., xxiii, p. 5. O Capitão Antônio de
Queirós Cerqueira foi restituído em 1668, Docs. hist., xxiii, p. 203.
757 Doc. in Brás do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 129. — Haveria qualquer ligação entre o
motim da Bahia e as predições do Padre Vieira, recluso então em Coimbra e a responder
perante o Santo Ofício — quanto ao ano de 666? V. J. Lúcio, Hist. de Antônio Vieira, ii. —
Damião de Lençóis teve, por sua mulher, lha do Coronel Francisco Pereira do Lago, o famoso
morgado de Santa Bárbara, na Bahia, Jaboatão, Cat. gen., tít. Pereiras do Lago. Sobre a sua
carreira militar, Docs. hist., iii, p. 196; Anais da Bibl. Nac., iv, p. 55; Miralles, Hist. mil., p. 45;
Docs. hist., xxii, pp. 135–6.
758 Anais da Bibl. Nac., iv, p. 405. Bernardo Ravasco alcançou então justiça e favores, um
dos quais a promessa de que lhe sucederia no cargo de secretário seu lho Gonçalo Ravasco.
Esse transtorno da fortuna indica a existência da parcialidade, contrária à situação caída, e
particularmente ao valido, Conde de Castelo Melhor. O Padre Vieira, no panegírico da rainha,
em 1668, Sermões, xiv, p. 359, dissera com severidade: “Então governava-nos quem não era rei;
e agora? Quem é mais que rei”.
760 Miralles, op. cit., p. 149; Accioli, op. cit., ii, p. 131. Sousa Freire fora governador da praça
de Beja, mestre-de-campo-general e ultimamente governador de Mazagão, cf. patente que o
nomeou governador-geral do Brasil, de 15 de maio de 1667, Docs. hist., xxiii, p. 7. Lisonjeou-o
o poeta da Música do Parnaso, ed. da Academia, p. 165: “Em paga do valor sempre aplaudido/
América governa venturosa”.
761 Em carta de 25 de maio de 1668, Alexandre de Sousa Freire avisou ao governador de
Pernambuco: “[...] com grande sentimento pela morte do General Francisco Correia da Silva
que miseravelmente se perdeu com a sua nau em um baixo uma légua desta cidade entrando os
mais navios diante dele a salvamento e se a rma que se perderam mais de 500 pessoas
escapando só 70 homens os mais deles marinheiros e um capitão aqui da terra. Morreu o
Capitão Cristóvão da Costa e os mais capitães e o ciais e pilotos e mestres”, Docs. hist., ix, p.
294. O naufrágio ocorreu nos parcéis do Rio Vermelho, Docs. hist., vi, p. 92. O corpo do
general foi recolhido pelo Mestre-de-campo Antônio Guedes de Brito e sepultado na Igreja de
São Francisco. Rocha Pita, que no-lo informa, engana-se, chamando João Correia da Silva o
governador nomeado, Hist. da Amér. Port., p. 274.
763 Patentes in Docs. hist., xxxi, p. 400, passim. Cartas do Conde de Óbidos com as mesmas
prevenções, Docs. hist., vi, passim.
764 Em 25 de outubro de 1668 Francisco Barbosa Leal fora nomeado capitão do “distrito dos
Campos do mesmo rio da Cachoeira”, Docs. hist., xii, p. 5.
765 Assento tomado na reunião de 4 de março de 1669, Accioli, op. cit., ii, p. 32. O alferes
chamava-se João de Uzeda e Góis, P. Calmon, A conquista, p. 96.
766 Rocha Pita, op. cit., p. 276. O Capitão Manuel Barbosa de Mesquita Fidalgo da Casa del-
Rei, acabava de servir na Fortaleza de Nossa Senhora del Popolo (166), Docs. hist., xxii, p. 270.
Foram mortas com o capitão 21 pessoas, Docs. hist., xxxi, p. 35.
768 Era do Porto, como sua lha Cecília Ribeiro, cf. Pe. Roque Luís Pais Leme da Câmara,
Nobiliarquia, ms. na Bibl. Nac. O governador-geral mandou dois barcos em que viesse de
Santos, carta de 19 de set. de 1670, Docs. hist., vi, p. 1.488.
769 Cf. carta de Lisboa, 1682, sobre os serviços de Fernão Dias, Rev. do Arq. Públ. Mineiro,
xix, p. 12. A Câmara da Bahia, em ofício para el-rei, de 14 de agosto de 1671, comunicou a
chegada dos paulistas, com quem despendera 10:724$800 até a partida para Cairu, Accioli, op.
cit., ii, p. 132. Aliás cumpria o assentado em junta de 18 de julho de 1670, Docs. hist., viii, p.
135.
771 Docs. hist., vi, p. 189. Partiram em 27 de agosto de 71, Docs. hist., ix, p. 434.
774 À partida e à chegada de Afonso Furtado dedicou sonetos Manuel Botelho de Oliveira,
Música do Parnaso, ed. da Acad. Bras., pp. 121–2. Trouxe Instruções, com 13 capítulos, datadas
de 4 de março de 1671, códice ms. no arq. do Conde dos Arcos, Lisboa, inéd.
775 Sousa Freire cou mais um ano na Bahia, pois obteve, em 5 de agosto de 72, que se
preferisse para carregar uma sua fragata, Docs. hist., viii, p. 102. Patente do novo governador,
Docs. hist., xxiv, p. 155. Tomou posse em 18 de maio, cf. Livro de posses, ms. no Arq. Públ. da
Bahia.
778 O Sr. Herman Kruse achou em setembro de 1939 a casa-forte da ponta do Guareiru
cujas dimensões coincidem com a de Gabriel Soares, descrita por Frei Vicente do Salvador. Em
6 de novembro de 1671 o governador mandara Gaspar Dias, do Aporá, ntar os moradores,
para que dessem cem alqueires de farinha “à gente da Conquista” na “casa-forte”, Docs. hist.,
viii, p. 68. Precedera, pois, à “bandeira” de Estêvão Parente.
779 Cf. doc. cit. por A. Taunay, Hist. ger. das band. paul., v, p. 22.
780 Taunay, op. cit., v, p. 34. A prova da conquista está na sesmaria dada a Manuel de
Hinojosa, “no boqueirão de Guareiru até entestar no Rio de Paraguaçu”, 1673, Docs. hist., viii,
p. 164.
781 Docs. hist., viii, p. 167. Arzão voltou a São Vicente “a uma diligência de grande
importância”, em ns de 1674, Docs. hist., viii, p. 205.
782 É a vila de João Amaro, Rocha Pita, op. cit., p. 282. O senhorio dela coube ao lho de
Estêvão. “Pouco povoada pela grande distância em que ca”, vendeu-a aquele ao Coronel
Manuel de Araújo de Aragão, que obteve alvará del-rei para ser capitão-mor a 7 de fevereiro de
1688, Docs. hist., xxix, p. 289.
783 “O São Francisco”, escreveu em pleno século xviii D. Domingos do Loreto Couto, “nasce
das vertentes das grandes serranias do Chile e Peru”, “Desagravos do Brasil”, Anais da Bibl.
Nac., xxiv, p. 22. Uma consulta do Cons. Ultram., 1698, era mais cautelosa: “Vai continuando o
mesmo rio pelos sertões acima [...] que ainda hoje se ignora aonde pára ou aonde principia”,
Anais da Bibl. Nac., xxix, p. 24.
785 Docs. hist., p. 418. “V. M.ce me escreve que foi o primeiro descobridor das mesmas
minas a que vou”, escreveu D. João de Lencastro a Bento Surrel, 1694, Docs. hist., xxxviii, p.
328.
786 Docs. hist., xii, p. 210. É curioso lembrar que um tio de Afonso Furtado casou com a
lha de D. Francisco de Sousa, o “das manhas”, Pe. Antônio de Carvalho, Corogra a
portuguesa, ii, p. 369; evidentemente trouxera uma opinião formada, sobre as minas... Veremos
como lhe foi fatal; mas decisiva para os progressos do povoamento. Na Bahia teve a devoção de
N. S.a de Monserrate, como D. Francisco de Sousa: “[...] uma erisipela que me deu estando em
Monserrate e me não deixou acabar uma novena”, Docs. hist., x, p. 167. É o “Monserrate
antártico” dos Apólogos, de D. Francisco Manuel.
787 Dizia o Regimento de Roque da Costa, 1677, cap. 29; “O Governador Alexandre de
Sousa Freire [...] me deu conta terem-se descoberto as Minas de Salitre”, Docs. hist., vi, p. 380.
788 Pedro Calmon, História da Casa da Torre, p. 81. Podemos distinguir dos cariris do
litoral ( janduís do Rio Grande do Norte ou rodelas do baixo São Francisco) os jês do Piauí, a
que pertenciam jeicós (vistos por Martius), entre os rios Gurguéia e Itaim, e guegués (Vale do
Alto Parnaíba), que parece serem os mesmos gurguéis ou gurguéias, do ramo Acroá, v. Robert
H. Lowie, in Handbook of South American Indians, i, pp. 477–517 (1946) e mapa, por Curt
Nimuendajú. Que não eram cariris os do Piauí, prova a hostilidade aos do São Francisco,
aldeados sob a guarda da Casa da Torre. Na conquista do novo território, como alhures,
prevaleceu — manobrada pelo sertanista — a rivalidade natural das tribos incompatíveis.
792 Em 23 de março de 1669, Docs. hist., xii, p. 22: “Os distritos desde o Xangô até o Sento-
Sé e Jacobina estão sem capitão e os moradores sem disciplina alguma”, foi a consideração
exarada na patente do Capitão Domingos Rodrigues de Carvalho, 4 de dez. de 1669, Docs. hist.,
xii, p. 70. Eram 45 os moradores de Jacobina; e um jesuíta fundou “aldeia de nação Sapoia”, que
em 1674 “com grande temor das tropas dos paulistas”, tendo por isto capitão, Docs. hist., xii, p.
306. Somente no século seguinte, com os descobrimentos auríferos, Jacobina teria dignidade de
vila. Jacobina... “Serra da Jacuabina”, diz a Patente de Capitão de moradores naquelas “terras
fronteiras do gentio bárbaro”, de 5 de abril de 1674, Docs. hist., xii, p. 306, o que abona a
etimologia proposta por Teodoro Sampaio, Rev. do Inst. Hist. da Bahia, vol. 54, p. 389: ya-cuâ-
apina, lugar de cascalho limpo...
795 Patente de Lourenço de Matos, 16 de dez. de 75, Docs. hist., xii, p. 375: teve também a
companhia de Jacobina, 17 de jan. de 1677, ibid., xii, p. 421. O morgado da Torre, em 1679,
abrangia a margem do São Francisco entre o Rio Verde e Penedo, Anais do Arq. Públ. da Bahia,
xxi, p. 158.
796 Pat. de 1º de fevereiro de 1677, Docs. hist., xii, p. 428. Diz o Pe. Roque Luís: “Capitão-
mor Francisco Dias de Siqueira, natural e nº Cid. de S. P., chamado o Surdo, penetrou o sertão
até a cidade do Maranhão, abriu a estrada para a Bahia, e conquistou o Piauí com a Pat. dita.
Potentado em arcos, fal. na Bahia com muito cabedal que herdou o juízo dos ausentes”,
Nobiliarquia, ms. na Bibl. Nac.
797 As grandes fazendas de Domingos Afonso passaram aos jesuítas e destes ao patrimônio
nacional. O pioneiro construiu (1704–11) o edifício do Noviciado da Companhia, hoje Colégio
de São Joaquim. Sobre a participação de Domingos Jorge Velho na conquista do Piauí, v. nota
19, (cap. xxv, “Negros e tapuias”, século xvii). Leia-se também Carlos Eugênio Porto, Roteiro do
Piauí. Rio: 1955, pp. 53 e ss.
798 V. descrição das capitanias, etc., Rev. do Inst. Hist., lxii, parte i, p. 83.
799 Rocha Pita, op. cit., p. 279: “Sendo do Piagui a maior parte do gado, que se gasta entre
aqueles inumeráveis habitadores e mineiros”.
803 Consultas do Cons. Ultram., Bahia, ms. na Bibl. Nac. Em 1691 queixou-se o governador
da decadência dessas missões, que não aumentavam..., Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 43.
804 Ord. Reg., liv. 6, pp. 1.698–9, no Arq. Públ. da Bahia, ms. No século seguinte as aldeias
dividiam-se: com os franciscanos, Unhambu, Juazeiro, Pontal, Curral de Bois, Coripes,
Sorobebé; e com os barbadinhos: Axará, Rodelas, Pacatuba, Pambu, Varge, Uracapá, São Félix,
Iraperá, São Pedro. O mesmo manuscrito, n. 3.757, de Marinha e Ultramar (no Arquivo
Histórico Colonial, Lisboa), descreve as condições da navegação de São Francisco, com a
indicação de que se tomava piloto na Fazenda do Sobrado, que foi de Domingos Afonso.
806 Pat. de 20 de outubro de 1677, Docs. hist., xiii, p. 17. A aldeia de Natuba não devia ser
perturbada, pat. de 9 de abril de 1678, Docs. hist., cit., p. 32.
807 Requerimento de João Amaro, 12 de jan. de 1696, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 46 (aí
a folha de serviços de pai e lho).
808 V. A. Taunay, Hist. geral, v, p. 330. A carta do príncipe informando sobre a missão de D.
Rodrigo é de 28 de junho de 1673. Da mesma data o alvará de nomeação. Docs. hist., xxv, p.
258. Pedro Taques dá o início dos trabalhos em Itabaiana: 11 de julho de 1674, Taunay, ibid. De
28 do mesmo mês foi o Regimento que se lhe deu, códice ms. no arq. do Conde dos Arcos,
Lisboa, inéd. D. Rodrigo, dalgo da casa real, era português, diz um dos testemunhos arrolados
na documentação publicada por Correa Luna, Campaña del Brasil, i, p. 78. Chamava-se sua
mãe D. Catarina Correia Galveia.
809 Carta do príncipe, 28 de junho de 1673, Docs. hist., lxviii, pp. 222–3.
813 Apostila in Docs. hist., xxv, p. 266. Registada na Bahia em 17 de março de 1678. Jorge
Soares levou como ajudante-de-ordens João Carvalho Freire, patente de 22 de abril de 78, Docs.
hist., xxvi, p. 388; e seguiu por terra, desde a Bahia, Docs. hist., ibid., p. 291, em abril, enquanto
D. Rodrigo só saiu em 24 de setembro do mesmo ano. É do Padre Antônio Vieira o comentário:
“Para as de Paranaguá se tem mandado novos ministros, que nada entendem daquele mister,
mas para si têm já descoberto e embolsado muita prata, pelos grandes salários que levam, com
poderes sobre tudo quanto há naquele estado”, Cartas, iii, p. 324, ed. J. Lúcio.
814 Em 1622, para 1.200 habitantes, Buenos Aires tinha 370 portugueses, R. de Lafuente
Machain, Los Portugueses en Buenos Aires. Buenos Aires: 1934, p. 86.
815 Os navios San Antonio, San Mateo, San Juan, Nuestra Señora de Nazareth ocupavam-se
então desse trá co, v. Luis Enrique Azarola Gil, Los Maciel en la Historia del Plata. Buenos
Aires: 1940, p. 28.
818 Voyage, etc., p. 545, Paris, 1615: “Je n’ai jamais vu pays ou l’argent soit si commun qu’il
est en cet endroit du Brésil, et y vient de la rivière de la Plata”.
819 Docs. hist., iii, p. 11. Toda essa moeda espanhola foi mandada contramarcar pelo alvará
de 26 de fev. de 1643. Nova contramarca se pôs à moeda do Peru, em 1652. A lei de 6 de junho
de 1651 proibiu a circulação de patacos peruanos, então muito falsi cados.
820 Prov. de 1656 e 59. Salvador Correia propôs no Conselho de Guerra, em 17 de outubro
de 1643, a abertura do comércio com Buenos Aires, Luís Norton, in Brasília, ii, pp. 605 e ss.
825 A primeira notícia da invasão, que foi a 2 de novembro de 48, é do Pe. Mansilla, Taunay,
Hist. geral, iii, p. 175. Docs. in Anais do Museu Paulista, v, pp. 6 e ss., referem-se às invasões de
1647 e 48. “No ano de 649 partiram os moradores de São Paulo”, disse Vieira, Cartas, i, pp. 408–
9, ed. J. Lúcio d’Azevedo, que se referiu à bandeira de Antônio Raposo Tavares. Dela fez
completo estudo Jaime Cortesão, Raposo Tavares e a formação territorial do Brasil, Rio, 1958,
atribuindo-lhe planos transcendentes, conforme acreditava o Pe. Cristobal de Arenas, ibid., p.
285, e insinuara Vieira.
826 Acha Carvalho Franco que não é André Fernandes fundador da Paraíba, que fez
testamento em 1641, op. cit., p. 86.
828 A. Taunay, Índios! Ouro! Pedras!. São Paulo: 1926, p. 12. Em carta de 1675, con rmou
João Fernandes Vieira: “Um capitão maior fulano Raposo, que entrou em São Paulo e saiu no
Grão-Pará”, Bol. do Arq. Hist. mil., xiii, p. 9.
829 Anais da Bibl. Nac., doc. do Arq. Ultram., n. 1.888. Vacaria aparece nas “notícias
utilíssimas à Coroa de Portugal e suas possessões”, f. 695, Anais, cit., doc. 1.981.
831 Queixa anexa à carta do príncipe para D. Manuel Lobo, 23 de março de 1679,
Documentos interessantes, Arq. do Estado de São Paulo, xlvii, p. 25. Dessa incursão em Santa
Cruz não nos fala Enrique de Gandía na sua História de Santa Cruz de la Sierra, Buenos Aires,
1935. Mas o vice-rei do Peru con rmou: “[...] y con este ejercito llegando hasta la población de
Santa Cruz de la Sierra”, Docs. interessantes, cit., p. 27. Segundo o linhagista Pe. Roque Luís,
Xavier “trouxe cinco sinos da cidade da Concam, do Paraguai para S. P. e fal. a 19 de janeiro de
1680”.
832 Foi despachado em 21 de maio de 1664, Pedro Taques, Informações sobre as minas de
São Paulo, p. 97. O Conde de Óbidos, em carta ao governador do Rio, 4 de abril de 65,
recomendou a empresa do “descobrimento das minas das capitanias do Sul”, que se cometera a
Barbalho, Docs. hist., vi, p. 48. Noutra (18 de dez. de 65, ao provedor da Fazenda no Rio): “Ele
(Barbalho) me escreve que de longe se haviam descoberto já pelos seus exploradores as serras
das esmeraldas, mas eu creio mais os desenganos que V. M. me dá de não haver no Brasil mais
minas que o açúcar com as esperanças com que eu co de as descobrir”, ibid., p. 63. “Porque
tudo isto de Agostinho Barbalho é um embeleco”, carta de 23 de fevereiro de 64, ibid., p. 65. Por
Pedro Taques sabemos que morreu no sertão do Espírito Santo, op. cit., p. 99. — V. também
Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 30, 1956.
833 Pe. Sera m Leite, Jornal do Comércio, 5 de maio de 1935, “Uma grande bandeira
paulista ignorada”.
837 Sobre Dias de Siqueira, A. Taunay, no Jornal do Comércio, 11 de maio de 1936. V. carta
do governador-geral, 1693, Docs. hist., xxxiv, p. 86.
840 Washington Luís, in Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, viii, p. 98.
841 Rocha Pita, op. cit., pp. 282–4. O doc. seguinte mostra o equívoco de Calógeras, As
minas do Brasil, p. 449 (v. Taunay, Hist. ger., v, p. 327), que atribui a Melchior da Fonseca
Saraiva o caso do capitão-mor de Paranaguá.
842 Docs. hist., vi, p. 282. Reforçava a crença... “por me haver escrito isto também Fernão
Dias Pais que de uma libra de pedra de Pernaguá que lhe fora à mão tirara trinta réis de prata
do valor antigo. Mas ainda que não duvido da certeza [...]”. É possível que a pressa em mandar o
lho fosse o seu propósito de mostrar à corte que sem D. Rodrigo de Castelo Branco as minas
iam sendo descobertas. Quando partiu João Furtado, o administrador-geral minerava em
Sergipe! Outra carta, dizendo que Paranaguá seria o novo Potosi, foi do capitão de Santos,
Sebastião Velho de Lima, de 30 de maio de 1674, Paulo Prado, Paulística, p. 123.
845 Antônio Correia Pinto, que morreu heroicamente na Colônia do Sacramento — servira
primeiro, como engenheiro, no Alentejo, e em 1670 em Pernambuco, tendo a patente de capitão
ad honorem em 16 de outubro de 1674, Docs. hist., xxvi, p. 265. A exaltação do governador
documenta-se com este trecho de carta, para Frei João de Granica: “E será justo que assim
como muitos portugueses deram muitos milhões nas minas do Potosi, aos príncipes de Castela,
dê também um castelhano, muitos nas de Pernaguá ao de Portugal”, Docs. hist., x, p. 454.
846 De Roma, 14 de novembro de 1674, escreveu Vieira: “Obrigado dos corsários de Argel
dera à costa um patacho da Bahia, em que vinha o lho do Governador Afonso Furtado, o qual,
com alguns outros, escapara do naufrágio, havendo-se perdido as cartas, e tudo o mais que
traziam, que eram principalmente as amostras de três minas novamente descobertas naquele
estado, uma de ouro, outra de prata, e a terceira de esmeraldas. [...] Parece que se pode assim
coligir de o governador, que é homem sisudo, mandar seu lho com este alvitre”, Cartas, iii, p.
120, ed. J. Lúcio d’Azevedo. V. a carta do governador a Agostinho de Figueiredo, Docs. hist., x,
pp. 446–7. “Fizeram dar à costa na altura da Ericeira e milagrosamente saiu à praia (João
Furtado de Mendonça) com vida para dar notícia a S. A. que seu pai por ele mandava de se
descobrirem... minas de prata e de esmeraldas”, Monstruosidades..., iv, p. 26.
847 Rev. do Inst. de São Paulo, v, p. 184. Em 30 de março de 1622 protestou a Câmara de São
Vicente contra a ordem de Martim de Sá, para descer “certa cópia de gente da Laguna e Vila de
Santa Catarina”, “limites desta capitania”, Revista, cit., v, p. 186.
849 V. Osvaldo R. Cabral, Laguna e outros ensaios. Florianópolis: 1939, p. 16; Alberto
Lamego, A terra Goitacá, i, p. 62.
850 Romário Martins, História do Paraná, p. 258. Eleodoro morava no Rio de Janeiro,
“cidadão desta cidade”, aí juiz ordinário em 1637, Acórdãos e vereanças, cit., pp. 13–4. Segundo
a Genealogia do Pe. Roque Pais Leme da Câmara, ms. na Bibl. Nac., era genro do famoso
Capitão-mor João Pereira de Sousa Botafogo, e natural de Viana, no reino. A viúva e lhos de
Duarte Correia Vasqueanes obtiveram sesmaria de dez léguas da Barra de Paranaguá para o sul,
em 3 de outubro de 1658, Rev. do Inst. Hist. de São Paulo, v, p. 191, e 30 léguas abaixo das
capitanias do Conde de Monsanto e Condessa de Vimieiro, em 30 de outubro do mesmo ano.
851 Pedro Taques, Hist. da capitania de São Vicente, ed. Taunay, p. 141; Afonso d’E. Taunay,
História geral das bandeiras paulistas. São Paulo: 1946, viii, pp. 325 e ss. V. “Informação de
Ébano”, 1650, Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 20. A sua nomeação foi de 10 de setembro
de 1648.
852 Doc. do Arq. Ultram., cit. por Dídio Costa, Subsídios para a história marítima do Brasil,
ii, p. 258. É a esse ouro que alude Vieira, na carta (lxvi, da edição de J. Lúcio, i), datada do
Maranhão: “O ouro que se tira das minas de São Paulo se põe todo em barretas em que se vai a
cunhar, e dizem eles que, em fazendo barretadas a estes mesmos ministros com estas barretas
[...]”
853 V. A. Lamego, A terra Goitacá, ii, p. 473; A. Taunay, Hist. geral, v, p. 221.
854 O exame das pedras levadas por Brito Freire foi negativo (o que menos justi ca o logro
em que caiu depois o Governador Afonso Furtado). Parece que se refere ao mesmo assunto a
comunicação do marquês almirante para que não se mandasse mais amostra, 1656, Docs. hist.,
xxi, p. 285. Um marinheiro português ouvido em Assunção, em 1657, disse que a 7 léguas de
São Paulo, em Ibiturum, e no porto de Paranaguá, “se labra y saca oro por todos los que quieren
ir a sacarlo porque son minas comunes para todos”, Taunay, Hist. geral, iii, p. 213.
855 Ms. “Sobre o bom governo e guerra do Brasil”, de Francisco de Brito Freire, na Bibl. da
Ajuda, publ. por Eduardo Brasão, Ocidente, ix, p. 259, maio de 1940. — Em 1663 foi nomeado
administrador das minas de Parnaguá o provedor da Fazenda do Rio de Janeiro, Diogo
Carneiro, Docs. hist., xxi, p. 345.
857 Antônio Vieira dos Santos, Memórias hist., cron., etc., de Paranaguá. Curitiba: 1922, p.
15; R. Martins, História do Paraná, p. 243.
858 Romário Martins, Curitiba de outrora e de hoje. São Paulo: 1923, p. 95; A. Taunay,
História geral das bandeiras paulistas, viii, p. 333.
859 V. patente, Docs. hist., xxv, p. 142. Era soldado desde 1641. Entrou no governo de São
Vicente em 1666, Docs. hist., vi, p. 68; e Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 37, 1956.
864 Pe. Manuel da Fonseca, Vida do Padre Belchior de Pontes, ed. Weisz og Irmãos, p. 100
(a 1ª ed. é de 1752); aí a primeira descrição do planalto paranaense. Salvador Jorge (Velho)
minerou em 1678–80, Romário Martins, História do Paraná, p. 298. Diz o linhagista Pe. Roque
Luís: “Salvador Jorge Velho, natural de São Paulo, em 1642, fal. na Parnaíba em 1705.
Descobridor das minas da Curitiba”.
865 A. Taunay, Anais do Museu Paulista, vii, p. 586. Em 1665 Agostinho Barbalho Bezerra
mandara o licenciado Clemente Martins de Matos tomar posse de Santa Catarina, Rev. do Inst.
Hist., tomo especial, i, p. 35, 1956.
866 Osvaldo R. Cabral, Laguna, pp. 18–9, 1939. Dias Velho foi morto num desembarque de
corsários holandeses em 1692, diz Pedro Taques; e Taunay, Hist. ger. das band. paul., viii, p. 374,
corrigindo a data: 1689. Defendeu de espada e broquel no templo (matriz do Desterro) as
sagradas imagens, é o que comemora o genealogista, cf. docs. do Cart. de Órfãos de São Paulo.
A versão de Pedro Taques é convincente: que antes (1687) rendera Dias Velho um navio
corsário que arribara a Santa Catarina, tomando-lhe os valores, e matando alguma gente. Neste
caso, o segundo vingou o primeiro, desembarcando na praia de fora os ladrões do mar.
867 Carta régia para o gov. do Rio, 15 de março de 1689, mandou informar a respeito da
expedição que Domingos de Brito ia novamente empreender. Fracassara a primeira, quatorze
anos antes. Dizia: “[...] a conquista da Laguna, terra muito fértil e abundante de pescados e
carnes e para a mais lavoura, com a vizinhança de Buenos Aires aonde entendia haveria muitos
descobrimentos”, Documentos interessantes, xlvii, p. 33. A povoação foi posta sob a proteção de
Santo Antônio, e a igreja começada em 1696, Osvaldo R. Cabral, ibid., p. 37. A primeira
referência à pescaria na Laguna é de 1675, Docs. hist., x, p. 446.
868 Boletim do Arquivo Municipal de Curitiba, vii, p. 35, 1924; e Consulta do Conselho
Ultramarino, 24 de dezembro de 1694 (Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, pp. 53 e 272, 1956).
869 Pretendemos provar, O segredo das minas de prata, Rio, 1950, que o ciclo das
esmeraldas (Minas Gerais) se liga ao do nordeste (Belchior Dias), quando o Governador
Afonso Furtado encarregou Fernão Dias Pais de pesquisar a prata que houvesse ao sul da
Jacobina, na direção de São Paulo, ou em Sabarabuçu. Em 1664 Sabarabuçu cava nos sertões
de Paranaguá... (Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 30, 1956).
872 Docs. hist., vi, p. 201; Taunay, Hist. ger. das band. paul., vi, p. 59.
877 Diz Taunay: “Nos 40 homens brancos, afora eu e meu lho” que partiram com Fernão
Dias não há referências a seu genro Manuel de Borba Gato e aos sertanistas conhecidos que o
acompanharam como Antônio Gonçalves Filgueira e Antônio do Prado Cunha, Francisco Pires
Ribeiro. Talvez tivessem seguido antes, com o Capitão Matias Cardoso, Hist. ger. das band.
paul., vi, p. 87. Sobre este e a bandeira, Pedro Taques, Nobil. paul., ed. Taunay, i, p. 396.
879 Docs. hist., xvii, p. 333; Brito Freire, Hist. da guerra brasílica, p. 545; Garcia, nota a
Varnhagen, iii, p. 299. Era lho de Pedro Garcia, rico mercador, fornecedor do engenho do
conde, a quem uma bala holandesa matara em 1624, e de sua mulher D. Maria de Araújo, viúva
de Baltasar de Aragão, o Bangala. Herdou de duas opulentas famílias, cujas terras abrangiam
boa parte do Recôncavo. Soldado desde 1635, faleceu em 1685. Na Catedral, a pedra tumular:
“Hic jacet Franciscus Gil de Araújo Praefecturae spes sancte Domine gubernator”. Grande
protetor dessa igreja, dedicou-lhe Simão de Vasconcelos a Vida de Anchieta (1674).
880 Carta do triunvirato da Bahia, 12 de junho de 1676, Docs. hist., xi, pp. 61–2.
881 A. Lamego, op. cit., i, pp. 148–51; Garcia, nota a Varnhagen, iii, p. 300.
886 Regressaram Matias Cardoso e outros cabos, deixando o “governador” com os parentes,
Taunay, op. cit., vi, p. 107. Matias declarou, em 1688: “Depois de assistir 6 anos com o dito
‘governador’ se retirou com licença sua a livrar a vida do período em que se achava gravemente
enfermo, etc.”, Docs. hist., xxx, p. 9.
891 Informação de Pedro Dias, 1756, cf. A. Lamego, op. cit., p. 84. Pedro Taques identi ca:
Sabarabuçu, “hoje se chama Sabará, que é Minas Gerais”, Nobiliarquia, cit., p. 396. Garcia
Rodrigues Pais teve a patente de capitão da entrada das esmeraldas em 23 de dezembro de 1683,
Registo geral da Capitania de São Paulo, iii, p. 430, e Silva Leme, Genealogia paulista. São Paulo:
1904, ii, p. 455.
892 Taunay, op. cit., vi, p. 122. Afrânio Peixoto reivindicou para Diogo Grasson o título de
“primeiro épico” do Brasil, Ensaios camonianos, p. 391, Coimbra, 1932, pois Bento Teixeira
nasceu em Portugal. Também na Revista da Academia Brasileira, n. 105, set. de 1930. Aliás,
Luís dos Santos Vilhena cita uma estrofe do mesmo poema, Cartas Soteropolitanas, ii, p. 677,
ed. B. do Amaral. O caçador de esmeraldas, de Olavo Bilac, tem precursor, de 1689!
893 O nome do poeta (Diogo Grasson) não gura na documentação divulgada, da vida
paulista no século xvii. É possível que fosse pseudônimo: como Andreoni se chamou Antonil,
Coutinho quis ser Tinoco... E onde a Relação em oitava rima, de Domingos Cardoso Coutinho?
Desconheceu-a Rocha Pita, que talvez aludisse a Fernão Dias na confusa notícia do descobridor
de minas que morrera no sertão, levando para o túmulo o segredo, Hist. da Amér. Port., p. 283.
Joseph Cardoso Coutinho ( lho de Domingos?) era capitão-mor das entradas no Espírito Santo
em 1701, Docs. hist., xi, p. 287.
894 V. Taunay, op. cit., vi, p. 170. E Pedro Taques, Nobiliarquia, cit., pp. 400–1.
896 Taunay, ibid., vi, p. 181. Manuel de Lemos fora contratador da renda da aguardente na
Vila de Santos, em 1644, Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxi, p. 196: “[...] e fazendo ausências às
minas de Pernaguá”, se lhe concedera isenção de subsídio devido.
897 Docs. hist., xxx. Outro companheiro de D. Rodrigo foi o Capitão João Carvalho Freire,
Docs. hist., xxx, p. 323.
898 Paulo Prado, Paulística. São Paulo: 1925, p. 117; e Taunay, ibid. É tradição arraigada que
D. Rodrigo morreu em Sabará, no morro, que domina a cidade. Pedro Taques divulgou a versão
duma queda: teria sido empurrado no abismo, após troca de insultos com Borba Gato... Vimos
que D. Jaime, morto em Paranaguá (1653), caiu, ou foi empurrado, de uma cata ou penhasco...
É evidente que esta última história, autêntica, gerou a outra, lendária. D. Rodrigo foi vítima dos
bacamartes de alguns sertanistas: três tiros. A mãe deste, Catarina Correia Galveia (“mãe
herdeira de seu lho D. Rodrigo de Castelo Branco”), requereu em 26 de março de 1688: “Que
lhe mandara ele amostras de ouro”, códice do Cons. Ultram., ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa,
inéd.
899 Carlos Correa Luna, Campaña del Brasil: Antecedentes Coloniales. Buenos Aires: 1931,
i, xxxvii. Leia-se Jaime Cortesão. Alexandre de Gusmão e o tratado de Madri. Rio: 1952, i.
900 O governo espanhol disse em 31 de dezembro de 1679: “Prevenciones que hacia el
Gober. del Rio de Janeiro para fundar una población [...] para la seguridad de bene ciar una
mina de plata”. Correa Luna, op. cit., p. 86.
901 Docs. hist., xi, p. 65. Com o tenente do Mestre-de-campo-general João Tavares Roldão, o
engenheiro foi incorporar-se à entrada de D. Rodrigo, cf. carta de 10 de março de 1679, Docs.
hist., xxxii, p. 122.
902 D. Manuel Lobo foi nomeado em 8 de outubro de 1678, Docs. hist., xxvii, p. 335 (aí a sua
fé de ofício). V. também Pe. Carvalho Costa, Corogra a portuguesa, i, p. 368. O governador de
Buenos Aires em 13 de junho de 1673 comunicara à sua corte ter notícia do projeto de
ocupação de Maldonado pelos portugueses, Correa Luna, op. cit., p. 32. Pe. Simão de
Vasconcelos, Notícias das cousas do Brasil, n. 65, alude aos marcos portugueses que tinham
sido deixados em Maldonado — e à posse até o Prata.
903 A patente foi passada em Lisboa, 30 de outubro de 1677, Docs. hist., xxvi, p. 376. Partia
“para o descobrimento e entabulamento das minas de Pernaguá e Sabarabuçu”, Docs. hist., cit.,
p. 387. As minuciosas instruções dadas a D. Manuel Lobo são de 18 de novembro de 1678,
Correa Luna, op. cit., p. 64.
905 Docs. hist., xxvii, p. 340. O engenheiro Antônio Correia Pinto, que havia de construir a
Nova Colônia, foi chamado de Paranaguá, pela carta régia de 4 de agosto de 1676, Livro 2° de
Cartas Régias, ms. no Arq. Públ. da Bahia. Sobre os antecedentes, v. Luis Enrique Azarola Gil,
La Epopeya de Manuel Lobo. Buenos Aires: 1931, pp. 29–30.
906 Rocha Pita, Hist. da Amér. Port., p. 332: “Era este ministro natural de Pernambuco, das
principais famílias daquela província; fora enviado por el-rei, sendo ainda príncipe regente, por
sindicante das províncias do Sul às maiores diligências que até aquele tempo se tinham
oferecido naquela região e com o poder mais amplo, que nela se concedera a ministro algum;
três anos e meio se empregou naquele serviço e el-rei o elegeu por governador do Rio de
Janeiro, cargo que não exerceu por se ter recolhido para a Relação da Bahia”. Também não
aceitou o de conselheiro do Conselho Ultramarino por não lhe permitir a idade passasse ao
reino. Tomara posse na Relação em 17 de maio de 1678: na Bahia faleceu em 1702. O
historiador era lho de uma sua irmã, D. Brites.
909 Doc. in Correa Luna, op. cit., p. 104. V. os nomes dos principais companheiros de D.
Manuel Lobo in J. do Rego Barros, ibid., p. 45.
912 V. o plano da “Fortaleza de San Gabriel”, Fernando Capurro, La Colonia del Sacramento,
pl. n. 4.
913 V. J. do Rego Monteiro, op. cit., p. 89. Quanto a Jorge Soares de Macedo, em 26 de
janeiro de 1700 foi nomeado governador da fortaleza de Santos; em 2 de junho de 1701 mestre-
de-campo na mesma vila; e em 1707 ainda os seus serviços eram lembrados para ir às minas
gerais, Carvalho Franco, op. cit., p. 170.
914 Comtesse d’Aulnoy, Mémoires de la Cour d’Espagne. Paris: 1876, p. 376, ed. revue par
Mme C. Carey.
915 A carta régia de 7 de janeiro de 1682 mandou que, no Brasil, Duarte Teixeira Chaves
fosse auxiliado com todo o necessário para ir receber a Colônia do Sacramento, Docs. hist.,
xxix, p. 442. A rigorosa cobrança dos tributos atrasados, no Rio de Janeiro, permitiu o melhor
equipamento da expedição, distinguindo-se o Sargento-mor Luís Carneiro Filho, que, na
Colônia, em três dias construiu os armazéns, ibid., p. 65. Persistiu a proibição de comércio entre
a Colônia e Buenos Aires, como lamentava Vieira em 1692, Cartas, iii, p. 639, mas que não
impediu o contrabando ou o comércio clandestino; v. Luis Enrique Azarola Gil, Historia de la
Colonia del Sacramento. Montevidéu: 1940, p. 65.
916 V. José Torre Revello, in Hist. de la Nación Argentina. Buenos Aires: 1937, iii, p. 548,
dirigida por Ricardo Levene.
917 Fernando Capurro, La Colonia del Sacramento. Montevidéu: 1928, p. 19. Em 1686 o
Vigário Francisco de Almeida Lara propunha-se a mandar povoar o “lugar da Vacaria” por um
mineiro e 60 infantes “para se averiguar a prata”, Docs. hist., xi, p. 126.
918 Garcia, nota a Varnhagen, v, p. 320. V. Pizarro e Araújo, Memórias históricas do Rio de
Janeiro. Rio: Inst. Nac. do Livro, 1946, iv, pp. 52 e ss.
919 Luís César foi governador da Angola e governador-geral do Brasil, Seu lho foi o 1º
Conde de Sabugosa. Deportou do Rio para Angola o poeta Tomas Pinto Brandão a quem em
seguida protegeu, Pinto renascido, empenado e desempenado, etc. Lisboa: 1732 p. 410.
920 Vieira, Cartas, iii, p. 489, ed. J. Lúcio. Quis o governador ir ver as minas de prata perto
de Santa Cruz de la Sierra, o que desaconselhou o governador-geral, Docs. hist., xi, p. 196.
Ressentiu-se-lhe a saúde depois das duas viagens a São Paulo. Morreu de ataque apoplético,
Docs. hist., xi, p. 203.
921 Docs. hist., vol. cit.
922 A. Taunay, Rev. do Inst. Hist., cxliv, p. 405, resume o livro de Froger. A primeira
descrição estrangeira do Rio? O Prof. Charles Boxer (conf. no Rio, 1949) mostrou a precedência
do jesuíta inglês Richard Flecknor, que chegou a esta terra em 1648: “e pleasantest place in
the world for natural landscape”. Com este começa o elogio universal à paisagem “maravilhosa”.
923 Ainda em 1659 Bento da Rocha Gondim, contratador dos dízimos, por ter feito no Rio
casas nobres, pedia ao governador lhas garantisse, contra ocupação dos governadores da
capitania... Docs. hist., xix, p. 468.
924 Foi sepultado no convento dos franciscanos, Rocha Pita, op. cit., p. 284. Seu lho Jorge
Furtado casou na família de Hohenlohe “que em título de conde tem soberania em Alemanha”.
Gregório de Matos, Satírica, ii–11, 15, ed. da Academia, comemorou em sonetos laudatórios o
governador falecido.
925 Miralles, op. cit., p. 151. A Vereação obteve que se não zesse a eleição anual, a m de
que Antônio Guedes de Brito continuasse, até a nomeação do governador-geral, Rocha Pita,
ibid. Sobre Álvaro de Azevedo, baiano, que combateu em Flandres e Portugal, P. Calmon,
História da Casa da Torre, p. 93. Antônio Guedes acumulou imenso patrimônio, depois da Casa
da Ponte, rival da Casa da Torre na expansão nordestina. A Câmara da Bahia representou em
14 de agosto de 1671, Accioli, Mem., ii, p. 134, contra a proibição, que constara ter sido
decretada, de serem desembargadores no Brasil os lhos da terra. A conservação da junta
“baiana” prova que o príncipe a ouviu! “O Governador Afonso Furtado deixou nomeados os
governadores que S. M. aprovou”, carta de Matias da Cunha, Docs. hist., x, p. 304. Esta
informação deve combinar-se com a de Bernardo Vieira Ravasco: que o Provedor Antônio
Lopes Ulhoa quisera ser o sucessor, com a intervenção do confessor do enfermo, porém o
secretário, unido ao sobrinho do governador, Capitão Antônio de Sousa Meneses (não
confundir com o futuro governador-geral) obteve que se zesse junta, de que resultou o
triunvirato, A. Lamego, Mentiras históricas, p. 65.
928 D. Afonso vi, pp. 250–1. Roque da Costa era de Serpa, Pe. Antônio de Carvalho,
Corogra a portuguesa, ii, p. 316. A patente de nomeação de mestre-de-campo-general do Brasil
com a mesma autoridade de governador — lhe enumera os serviços de guerra, 22 de junho, de
1677, B. do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 236. A viúva de Roque da Costa, lha do Almirante D.
Pedro de Almeida, casou com o secretário da guerra João Pereira da Cunha Ferraz, Gustavo de
Mato Sequeira, O Carmo e o Trindade. Lisboa: 1939, ii, p. 17.
930 O Governador D. Fernando José de Portugal anotou esse Regimento reparando nas
alterações sobrevindas a várias disposições, em 1804–5, Docs. hist., vi, pp. 312–466. Em 1655
tivera Regimento mais simples André Vidal, nomeado para o Maranhão.
931 A lápide na capela-mor da Sé comemorava: “Sepultura de D. Estêvão dos Santos, do
Conselho de Sua Majestade e bispo deste Estado do Brasil falecido em 6 de julho de 672 em
circunstâncias tão miraculosas em sua morte que quali caram a grande opinião das muitas
virtudes que teve em sua vida”. — Em 11 de maio daquele ano pagara-se-lhe a ajuda de custo de
um conto de réis, Docs. hist., xxv, p. 59. V. Monstruosidades do tempo e da fortuna, iii, p. 43.
933 Varnhagen, Hist., iii, p. 281. Um dos desembargadores nomeados foi o poeta Gregório
de Matos, que pouco tempo exerceu o cargo, Pedro Calmon, prefácio às Obras completas, de
Gregório de Matos, vi, p. 37, ed. da Acad. Bras.
935 Rocha Pita, op. cit., p. 290. Os carmelitas em 1655 haviam “desistido do sítio e ermida de
N. S.a do Desterro”, Docs. hist., vii, p. 273. Sobre esta, v. Fr. Agostinho de Santa Maria,
Santuário mariano, ix, p. 74. Aí fez Vieira o seu primeiro sermão em 1633. E em 1639, o de
Nossa Senhora da Conceição, para “os que vêm de tão longe a este deserto trazidos pela
devoção da Senhora do Desterro [...]”, Sermões, x, p. 218. Diz-nos Rocha Pita que havia
começos de convento e, ao saber-se na cidade da chegada das freiras, todos os pedreiros foram
convocados, e em três dias puseram em ordem a clausura, a que se recolheram. As primeiras
baianas que entraram no Desterro foram Soror Marta de Cristo e sua irmã Soror Leonor de
Jesus. A primeira substituiu no abadessado Soror Margarida da Coluna que, com suas
companheiras, voltou para Portugal em 1686, deixando próspero o convento. Eram lhas de
Salvador Correia Vasqueanes e Margarida da Franca, Fr. Jaboatão, Catálogo genealógico, p. 246.
Morreu Soror Marta aos 88 anos, em 1738, “com fama de virtude”, Frei Jaboatão, Novo Orbe
Será co, iii, p. 657. Dedicou-lhe Gregório de Matos um romance, Obras, Graciosa, iii, p. 60.
936 Rocha Pita, op. cit., p. 294. Em 1705 foi mandado entregar o hospício aos capuchinhos
italianos, titulares da missão permanente instituída pela Sagrada Congregação da Propaganda
Fidei, em 1709.
937 Docs. hist., viii, p. 93. A ordem foi revogada em 1691, Docs. hist., xxxii, p. 338.
938 Do aforamento a Diogo Lopes de Évora não tratam as Atas da câmara. Consta do Index
das notas de vários tabeliães de Lisboa, t. iii, p. 207, Lisboa, 1944 (Bibl. Nac.), revelando a data,
1627, o nome dos vereadores, Marcos da Costa, Jerônimo de Burgos, etc. A licença do mestre
Pedro Gonçalves de Matos (cf. Atas da câmara, i, p. 79) vem no Livr. de atas, ii, p. 201, referente
ao ano de 1643. Deste foi sobrinho e herdeiro o famoso João de Matos Aguiar, cuja fortuna
passou a constituir, em 1700, por verba testamentária, o patrimônio das recolhidas da Santa
Casa, A. J. Damazio, Tombamento dos bens imóveis da Santa Casa da Bahia. Bahia: 1862, p. 30.
939 Accioli, op. cit., ii, p. 131. — Calçadas ou ladeiras. Em Portugal cou a primeira
designação: calçadas. Lembra o tempo em que só se pavimentavam as rampas, Atas da Câmara
da Bahia, 1637, ms. no Arq. Municipal.
940 Ata de 15 de julho de 1637, códice, cit.
944 “Fiz eu algumas doutrinas domésticas em casas de portadas bem altas”, Vieira, Sermões,
xiii, p. 174.
945 Edifício notável, porque aí funcionou a Assembléia Provincial, tinha soberba porta (e
portais de granito com a data, 1674) que hoje se vê no palácio da Saúde Pública, à Vitória
(Bahia).
946 Gregório de Matos, Obras, ii, p. 73, soneto em homenagem a essa mudança. Provirá daí
o nome de “Rua do Bispo”, à que ca perpendicular à Rua do Colégio? Longos anos residiriam
os bispos em Santo Antônio da Barra, cenóbio com bela igreja, que pertencia à Mitra (como
aliás se vê em mapa de Barleo: domus episcopalis). O palácio de nitivo foi feito ao começar o
século seguinte, quando os Guedes de Brito construíram o “Paço do Saldanha” e o Chantre João
Calmon o solar a que alude Rocha Pita: “Aposentou-se (o Patriarca, em 1722) na casa do
Reverendo Chantre João Calmon, uma das mais suntuosas e bem paramentadas da cidade”, op.
cit., p. 459.
947 As pedras de Alcântara vinham como lastro dos navios e várias foram as igrejas lavradas
em Lisboa e apenas armadas na Bahia: Colégio (hoje catedral), Ordem 3º de São Francisco
(1704), Conceição da Praia (1724)... Na portaria velha do Mosteiro de São Bento da Bahia é
visível a numeração das pedras, que vinham aparelhadas.
948 Journal d’un voyage sur les costes d’Afrique, etc. Amsterdã: 1730, p. 240.
949 Foi arquiteto de São Bento, da Misericórdia, e talvez de Santa Teresa, o beneditino Frei
Macário de São João, que na Bahia faleceu em 3 de abril de 1676, cf. Dietário, ms. comentado
por D. Clemente Maria da Silva Nigra.
950 V. Frei Agostinho de Santa Maria, op. cit., ix, p. 23: Docs. hist., viii, p. 141. Foi D. João de
Lencastro quem “acabou o Templo da Matriz”, Rocha Pita, ibid., p. 330.
951 Em 1691 a “Igreja de São Pedro Velho sita no arrabalde desta cidade” estava por
concluir, visto “serem muito pobres os fregueses dela”: deu el-rei o auxílio preciso para a
terminação da obra, Docs. hist., xxxiii, p. 410.
953 É de 1621, cf. Frei Agostinho de Santa Maria, op. cit., André Cusaco, mestre-de-campo,
irlandês de origem, reconstruiu-a (1691) como capela predileta dos soldados.
954 Iniciada em 1630 pelo Alferes Francisco da Cruz Arrais, transformada em igreja por
seus lhos (1670), cf. Frei Agostinho de Santa Maria, op. cit. Sobre a instalação dos
agostinianos, Anais do Arq. Públ. da Bahia, xiii, p. 176.
955 “Sermão de Santo Antônio”, no Maranhão, 1654.
957 “É notável o desaforo que hoje aqui há em matar com bacamartes e só com a
demonstração exemplar do suplício que se der aos culpados se poderá reprimir”, 1674, carta de
Afonso Furtado, Docs. hist., x, p. 134.
958 Afonso d’E. Taunay, Rev. do Inst. Hist., cxliv, p. 272. Observa Taunay, que esse francês
pode ter sido um recopilador de notícias, ou pseudônimo... O livro é de 1722.
959 Taunay, Rev. cit., p. 291. A frota de De Gennes ancorou no porto da Bahia em 20 de
junho de 1696.
961 Docs. hist., xxxii, p. 229. Câmara Coutinho, em 1691, queixou-se da falta de engenheiro
e quis provar que a praça não era suscetível de assédio, devendo con ar nos peitos dos
soldados, não em fortalezas, inúteis, Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 42. Previu que, cortado o
abastecimento do mar e do sertão, não poderia manter-se.
962 V. Nuno Masques Pereira, O peregrino da América, ed. da Academia Brasileira, i, p. 62.
963 V. Fr. Tomás Margallo, Rev. do Inst. Hist. da Bahia, n. 54, p. 28.
964 Anais do Arq. Públ. da Bahia, viii, p. 11. Foi a epidemia da “bicha” que induziu à criação
da vigilância sanitária dos portos (inspeção dos navios no Brasil e em Portugal) e outros
trabalhos que preconizam a higiene nestes climas.
969 Carta de 1º de julho de 1651, Docs. hist., iii, p. 124. A esse tempo cabia a Sergipe a
obrigação de socorrer a guarnição da Bahia com trezentas reses, Docs. hist., iii, p. 139.
970 Docs. hist., iii, p. 380. No mesmo volume estão as peças documentais relativas às
alterações de 1656.
972 Obras, ed. da Acad. Bras., iv, p. 70. É comparar com o soneto sobre o Rio Grande do Sul
no século xviii: “Tetos de erva, paredes de pântano”. No códice de Évora, o soneto sobre Sergipe
é atribuído a Gonçalo Soares, Brasília, i, p. 561, e tem versos diferentes, lembrando glosas ao
mesmo tema.
973 Antônio Joaquim de Melo, Biogra a de João do Rego Barros, pp. 32–5. Em 1654 deixou
o cargo de capitão-mor das Alagoas André Gomes, substituído por Luís dos Santos, Docs. hist.,
xviii, p. 255.
975 Rocha Pita, op. cit., p. 352. Já em 1671 Alagoas podia fornecer 4 mil sírios de farinhas
para a Bahia, Docs. hist., ix, p. 428. O convento franciscano de Penedo, projetado em 1657,
oratório em 1660, começou a ser levantado em 1682 e em 94 já podia abrigar os religiosos;
tornou-se, à imagem do São Francisco, um marco de civilização, v. Frei Jaboatão, Novo Orbe
Será co. Rio: 1861, parte ii, ii, pp. 603–5. Da tapera de Paulo Afonso trata Docs. hist., xl, p. 125.
977 Fernando Pio, O Convento de Santo Antônio do Recife. Recife: 1939, p. 45.
978 V. Pereira da Costa, Anais pernambucanos. Recife: 1952, iii, p. 401. — Seguiram-se:
1672, hospício de São Filipe Néri; 1678, Convento do Carmo; 1689, Igreja do Espírito Santo,
dos jesuítas, junto do colégio; 1708, Conceição dos oratorianos..., Sebastião de Vasconcelos
Galvão, Dic. hist. geogr. e estat. de Pernambuco, 2ª ed., p. 30. A excelente capela dos Terceiros é
de 1696, Fernando Pio, A Ordem 3º de São Francisco do Recife e suas igrejas. Recife: 1938, p.
11. Em Olinda, a restaurada igreja dos jesuítas, hoje do seminário, ostenta a data, sobre o altar-
mor: 1667. O palácio dos governadores, como diremos, foi de 1666.
979 Leia-se Pereira da Costa, op. cit., iii, pp. 352 e ss.
980 Carta de Barreto a Vidal de Negreiros, 15 de julho de 1657, Docs. hist., iv, p. 12. Dizia
que a mudança para Olinda destruiria o Recife, pois só havia gente para uma cidade. Aos
“meios cavilosos” de Vidal aludiu em carta ao Mestre-de-campo D. João de Sousa, Docs. hist.,
iv, p. 17, e submeteu o caso ao rei, Docs. hist., iv, p. 308, que o resolveu conciliatoriamente:
aprovou a mudança, mas sem abandonar o Recife.
981 Docs. hist., lxvi, p. 288. Interpretamos as letras que restam na pedra do palácio de
Olinda conservada no Instituto Arqueológico: “Aedif [...] as Vidal”.
982 Fernandes Gama, Mem. hist., iv, p. 18; Miralles, Hist. mil. do Bras., pp. 147–8; Docs.
hist., iv, p. 369 (ordem para a retirada dos ministros mandadas por Barreto), Anais do arquivo
público da Bahia, xiii, p. 99 (patente de Nicolau Aranha), Docs. hist., lxvi, p. 161 (estranheza da
rainha), narração de Barreto (Boletim do Arquivo Histórico Militar. Vila Nova de Famalicão:
1936 vi, pp. 148–55). O governador-geral manteve a sua competência de prover os postos da
força paga.
983 Carta de 24 de junho de 1691, Cartas, ii, p. 323. Francisco de Brito ilustrou-se com a
História da guerra brasílica (por ele testemunhada no seu último episódio), Lisboa, 1676,
decalcada aliás das Memórias diárias da guerra do Brasil, de Duarte de Albuquerque Coelho.
Recusou-se a obedecer ao Príncipe Regente D. Pedro quando o mandou conduzir o rei deposto,
D. Afonso vi, ao castelo da Ilha Terceira, e desgostoso se recolheu ao colégio dos jesuítas, onde
o prendeu a justiça. Mas por um mês apenas. Viveu em silêncio o resto da honrada existência.
Faleceu em 8 de novembro de 1692, Edgar Prestage, D. Francisco Manuel de Melo, p. 273.
984 Docs. hist., xi, p. 165. Carta da rainha, 26 de janeiro de 1662, declarou que Paraíba e Rio
Grande “não podiam ser nunca da jurisdição de Pernambuco”, Docs. hist., lxvi, p. 179. O Conde
de Óbidos era primo do novo Governador Jerônimo de Mendonça Furtado, e escreveu-lhe
várias cartas, proibindo intervenção sua em Itamaracá. Note-se que ambos exprimiam a política
do reino (D. Afonso vi) e do Conde de Castelo Melhor, contrária à orientação da rainha-mãe e
seus ministros, cujo homem de con ança fora Francisco de Brito Freire. Mas o conde se
queixou das desobediências do parente e pediu o seu castigo, quando ele prendeu, e fez
embarcar, o Ouvidor Manuel Dinis da Silva, cartas de outubro de 1664, Anais do Arq. Públ. da
Bahia, viii, pp. 4–7.
985 Sobre Jerônimo de Mendonça Furtado, apelidado o “Xumberga”, por usar bigodes
tufados à maneira do General Schomberg, comandante das forças francesas que auxiliaram
Portugal em 1660, v. Rodolfo Garcia, art. in Revista do Brasil, julho de 1938. Diz-nos que o
próprio Fernandes Vieira não devia estimar o governador, porque o irmão deste o processava
pelo pagamento de grossa quantia em mercadorias tomadas em Angola; e D. João de Sousa o
aborrecia, por sua interferência para que saldasse um compromisso em dinheiro. — O apelido
“Xumberga” pode referir-se ao seu “francesismo”. O Conde de Óbidos escreveu em 1664: “Me
agradam mais os costumes da têmpera velha que os que o vulgo chama de ‘xumberga’”, Docs.
hist., xi, p. 215. E Monsieur d’Ablancourt, Mémoires, p. 382, Amsterdã, 1701, tanto se imitara o
forasteiro que houve aviso: “Que personne n’eut plus à l’avenir à vêtir ni à parer les Saints ni les
Saintes à la Schombergue”.
987 Rodolfo Garcia reporta-se ao livro de Souchu de Rennefort, Histoire des Indes
Orientales, Leide, 1688, que descreve a passagem de Montevergue pelo Brasil e a deposição do
governador. Este continuou preso em Portugal, donde fugiu para Espanha. Em 1674 entrou na
conjura em favor do deposto Rei Afonso vi, e, condenado à morte, teve comutada a pena em
Desterro na Índia, m obscuro de sua carreira atribulada, Fernandes Gama, Memórias, cit., iv,
p. 20. Seu irmão, Luís de Mendonça Furtado, estivera no Brasil em 1664, Docs. hist., vi, p. 17, e
Í
foi vice-rei da Índia, 1671 a 77. Morreu em trânsito pela Bahia, Vieira, Cartas, iii, p. 407. V.
também Monstruosidades, ii, p. 127 e iv, p. 78. A importância de Fernandes Vieira pode
aquilatar-se da carta que lhe mandou o Conde de Óbidos em 1664, Docs. hist., xi, p. 220. Era
chefe natural da reação: “Da carta de João Fernandes Vieira [...] se deixa bem ver”, Anais do
Arq. Públ. da Bahia, viii, p. 6. Possuía então 16 engenhos de açúcar (1668), Docs. hist., xxii, p.
291.
990 Inácio Accioli, Mem. Hist., ii, p. 28. Morreram mais de 3 mil pessoas, Nuno Marques
Pereira, O peregrino da América, ii, p. 112, ed. da Academia Brasileira.
992 Carta do Conde de Óbidos, 10 de outubro de 1666, Docs. hist., ix, p. 261, estranhando
que os dízimos, que tinham caído de 11 a 3 mil cruzados, continuassem assim reduzidos.
993 Docs. hist., xxi, p. 459, prov. de 1664. Descobrimos na Torre do Tombo o seu processo
de habilitação no Santo Ofício, de que foi familiar, a 2 de novembro de 1648, lho con rmado
por S. M. do abade da Meadela, Fernão Peixoto Viegas. Era genro do rico Cosme de Sá Peixoto.
995 Matias de Albuquerque casara no Rio, donde seguiu para a Paraíba, empossando-se a 17
de outubro de 1657, Fr. Jaboatão, Cat. gen., tít. Albuquerques. Depois se retirou o velho soldado
para o seu engenho de Cunhaú, no Rio Grande, onde morreu. Seus lhos Afonso e Lopo de
Albuquerque Maranhão foram sertanistas valorosos e quiseram — sem resultado — descobrir
ainda uma vez a prata de Belchior. V. Jaboatão, op. cit., quanto à prole que lhe cou.
996 Cf. códice ms. no arq. do Mosteiro de São Bento de Olinda, publicado pelo Inst. Hist.
Pern. em 1949. Em 1666 tomou posse da administração do Convento da Paraíba Frei João
Gondim, Luís Pinto, Síntese histórica da Paraíba. Paraíba: 1939, p. 36. V. em R. Garcia, nota a
Varnhagen, v, p. 325, a nominata dos capitães-mores.
998 Carta do Conde de Óbidos, 10 de maio de 1664, Docs. hist., ix, p. 170.
999 Carta de 5 de abril de 1659, Docs. hist., iv, p. 23. O Capitão Antônio Vaz, cinco anos no
governo da capitania, logrou que voltassem 150 moradores, Docs. hist., xxv, p. 189.
1000 Docs. hist., iii, p. 264. Em 1658 havia navios holandeses a carregar pau-brasil, Docs.
hist., iv, p. 353, motivo de renovada vigilância.
1001 O Marquês das Minas, em 1684, mandou não fossem perturbadas as missões dos
jesuítas, Docs. hist., x, p. 207.
1002 Sesmaria concedida em 1664 ao Alferes Sebastião Barbosa, sua irmã Maria, Antônio
d’Oliveira Ledo, Alferes Baltasar da Mota e Custódio de Oliveira Ledo, Docs. hist., xxi, pp. 429–
33. O Conde de Óbidos mandou ao capitão-mor da Paraíba que os auxiliasse, Docs. hist., ix, p.
242.
1004 Escreveu Matias da Cunha à Câmara de São Paulo, em 10 de março de 1688: “Acha-se a
capitania do Rio Grande tão oprimida dos bárbaros, que nela mataram o ano passado mais de
cem pessoas, entre brancos e escravos, destruindo mais de 30 mil cabeças de gado”, Docs. hist.,
xi, p. 139. Os dízimos da capitania, 800$000, em 1682, baixaram a 550$000, Docs. hist., x, p.
197, e em 1684 não passavam de 700$000, Docs. hist., x, p. 200.
1006 Carta de D. João de Lencastro, 21 de maio de 1695, Docs. hist., cit., p. 337.
1007 Docs. hist., cit., p. 341. Sucedeu a Constantino de Oliveira, também seu irmão, cf.
patente de 3 de novembro de 1694, Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 164, con rmada em 23 de
agosto de 1698, Torre do Tombo, Chanc. de D. Pedro ii, liv. 52, f. 58.
1009 Carta do padre, 29 de out. de 1699, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 133.
1010 O Sargento-mor Pedro Lelou (que acabara de governar o Ceará), disse Bernardo Vieira,
induzira o Janduí a unir-se aos paiacós, para irem à guerra contra os icós, porém o tuxaua
revelou a intriga a Morais Navarro e com este combinou um assalto aos paiacós, destruindo-os
de surpresa..., carta de 17 de dez. de 1699, Rev. do Inst. do Ceará, vol. cit., p. 139. O Bispo de
Pernambuco excomungou o paulista. Defendeu-o José Barbosa Leal, carta de 20 de dez.,
dizendo que os paiacós mortos eram inimigos, e não se confundiam com a tribo do mesmo
nome “do rancho do tapuia Maticas Paca que o Pe. João da Costa está instruindo na fé”, ibid., p.
143. Curioso é que Pedro Lelou faz a apologia do extermínio dos bárbaros citando exemplos do
México e do Peru...
1011 Studart, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 51. Por falta de o ciais de justiça os dízimos
eram arrematados no Rio Grande, Docs. hist., x, p. 211.
1012 Rev. cit., vol. cit., p. 76. O forte foi reconstruído em 1697, cf. Studart, Datas e fatos, p.
111. A fortaleza, cujos restos ainda podem ser vistos, esta é de 1812, v. Afonso do Paço,
Fortaleza de Nossa Senhora d’Assunção da capitania do Ceará Grande. Coimbra: 1950, p. 15.
1013 Carta del-rei, 29 de janeiro de 1691, Rev. do Inst. do Ceará, cit., p. 23. Mandava que se
desse aumento às Missões.
1014 Caucaia, depois de 1759, chamou-se Soure; Parangava, Arronches; Paupina, Mecejana.
1017 Câmara Coutinho escreveu a el-rei, em 4 de julho de 1692: “Na Missão da serra do
Ceará está assistindo nela o Padre Manuel Pedroso, há tempos que não tenho notícias suas”,
Docs. hist., xxxiv, p. 63. Por esse tempo o Pe. Estanislau de Campos “chegou à província do
Ceará, criada junto aos limites do Maranhão [...] os companheiros que naquela região tinham
um hospício de estreitas proporções”, Rev. do Inst. Hist., lii, p. 14. O hospício de Ibiapaba é de
1698–1721, e o de Aquiraz, de 1727.
1019 Pe. Heliodoro Pires, in Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 250. A in ltração,
proveniente da Bahia, teria seguido da serra limítrofe (Pernambuco–Paraíba) o Piancó e
alcançado o Piranhas, na década de 1680. A este movimento pertencem os Oliveira Ledo, os
vaqueiros de João Peixoto Viegas, etc. Sabemos agora que o gado do Rio Grande, com a guerra
do Açu, se deslocou para o Ceará. Mas outra penetração se deu pelo sul, com os gados do São
Francisco tangidos para melhores pastagens, como informa Antonil. Se dissermos que do Piauí
os rebanhos também passaram ao Ceará, teremos que por três lados essa capitania se bene ciou
da metódica expansão pastoril, entre 1680 e 1725.
1020 “Não há gentios no mundo que menos repugnem à doutrina da fé, e mais facilmente a
aceitem e recebam que estes Brasis”, Vieira, “Sermão do Espírito Santo” (1657), Sermões, v, p.
330.
1022 V. Anais da Bibl. Nac., xxvi, p. 349. Maurício de Heriarte, Descrição do Estado do
Maranhão, etc.; Garcia, nota a Varnhagen, iii, pp. 211–7. A igreja dos mercedários, começada
em 1640, inaugurou-se em tempo do Pe. Vieira (havia então em Belém as da Senhora das
Vitórias, do Carmo, do Desterro e da Luz), que aí fez o “Sermão de São Pedro Nolasco”: “Não
sei se notais o maior primor da arquitetura desta igreja [...] é ter por correspondência aquelas
choupanas de palha em que vivem os religiosos”, Sermões, vi, p. 350.
1023 Pe. Antônio Vieira, Cartas, i, p. 112. Em 1657, Sermões, iv, p. 69: “É possível que numa
cidade tão nobre e cabeça de um estado (Maranhão) não haja um hospital e que a Misericórdia
não sirva mais que de enterrar os mortos?”.
1024 “Outros lhe chamem Rio das Almazonas; mas eu lhe chamo Rio das Almazinhas”.
“Sermão da Primeira Oitava da Páscoa”, 1656, Sermões, ed. cit., v, p. 232, àquele “grande mar do
Rio das Amazonas”, Sermões, v, p. 350. “Verdadeiramente é um mar doce, maior que o Mar
Mediterrâneo”, ibid., v, p. 376.
1025 “Desde o mapa que, segundo a informação do cronista Bettendorf, Antônio Vieira
tinha no colégio do Pará, até o de Samuel Fritz, publicado em 1707 em Quito, os jesuítas foram
os únicos cartógrafos do Amazonas”, J. Lúcio d’Azevedo, História de Antônio Vieira, i, p. 311. A
carta de nitiva das missões é de 1753.
1026 Vieira, “Sermão da Epifania”, 1662. V. também a “Exortação primeira”, Sermões, v, p.
357, e “Sermão do Espírito Santo”, cit.
1027 Carta de 1º de junho de 1656, Pe. Sera m Leite, Novas cartas jesuíticas, p. 254.
1029 V. Varnhagen, Hist. geral, iii, p. 200; J. Lúcio d’Azevedo, op. cit., p. 53.
1031 Diz Vieira, carta cit., Pe. Sera m Leite, op. cit., p. 257, que a Província do Brasil não
consentiu na separação do Maranhão: “Suspeitando-se que o Padre Luís Figueira a queria
desunir, pelos impedimentos das guerras de Pernambuco, a Província acudiu a isso em Roma e
não o consentiu; e suposto que o Maranhão é tão parte da Província como São Paulo, Espírito
Santo, Ilhéus, Pernambuco e Rio de Janeiro e como a mesma Bahia, por que se não há de acudir
ao provimento destas casas?”. É que não havia na Bahia missionários disponíveis, como a S. M.
respondeu, a 12 de setembro de 1660, Francisco Barreto, Docs. hist., iv, p. 388.
1032 J. Lúcio, Hist. de Antônio Vieira, i, p. 206. A missão “fez-se por ordem do Padre-geral
Francisco Piccolomini”, Pe. Sera m Leite, Novas cartas, p. 304.
1034 “Sermão da Primeira Dominga da Quaresma”, 1653, Sermões, iii, p. 21, da ed. do Porto,
1901.
1035 Escreveu Vieira em 1657: “No ano de 1654 (aliás 53) por informação dos procuradores
deste estado, se passou uma lei com tantas larguezas, na matéria do cativeiro dos índios, que
sendo Sua Majestade melhor informado se serviu mandá-la revogar”, Cartas, i, p. 149.
1036 Berredo, Anais históricos do Maranhão, §972; Varnhagen, op. cit., iii, p. 200.
1040 Esta soberba oração incluiu-a Afrânio Peixoto entre Os melhores sermões de Vieira.
Rio: 1933, pp. 131–67. Da quinta dominga da Quaresma desse ano é a em que Vieira acusou:
“De Maranhão, de murmurar, de verberar, de maldizer, de malsinar, de mexericar, e sobretudo
de mentir”, Sermões, iv, p. 146, ed. de 1909.
1043 O da Sexagésima é o primeiro escolhido por Afrânio Peixoto, para a coletânea d’Os
melhores sermões, citada. Referiu-se a ele Vieira, Cartas, iii, p. 135, ed. J. Lúcio, c. de 18 de
dezembro de 1674, para dizer: “[...] como se o servirmos aos índios fora servirmo-nos deles”.
1048 Cartas, i, p. 145. Das cartas transcritas por J. Lúcio d’Azevedo, Cartas, iii, p. 730,
passim, se vê que Vieira lutou muitas vezes com a incompreensão de companheiros seus e os
excessos do visitador, Padre Francisco Gonçalves, tais “como de dar bastões e ginetas, e até
hábitos de Cristo, publicamente na igreja em presença de portugueses”. O propósito de Vieira
era obstar a novos con itos com o Estado. — Sobre a ocupação da terra, v. também Pe.
Haemeyer, Revista do Inst. Hist., Congr. Inst. de Hist. da América, v, 56, passim.
1049 Studart, “Documentos”, Revista do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 21. O mesmo Padre
Barbosa foi em 1675 “o que empreendeu navegar em canoa a costa do Maranhão até o Ceará
facilitando-a de sorte que está hoje corrente, indo dali à Bahia donde enviou missionários”, Rev.
cit., p. 22. Dela dissera Vieira em 1660: “Faço esta na Serra de Ibiapaba onde vim acabar de
visitar a missão. Levo comigo ao Padre Antônio Ribeiro e deixo em seu lugar ao Padre Pedro
Pedrosa, que já sabe bem a língua”, Cartas, iii, p. 729, ed. J. Lúcio.
1050 Vieira, Cartas, ed. J. Lúcio, i, pp. 550–2. V. também do Pe. Manuel Rodríguez, El
Marañón y Amazonas: Historia de los Descubrimientos, Madri, 1684.
1051 De 1654 é Relation du voyage des françois fait au cap de Nord en Amérique... sous la
conduite de Monsieur De Royville..., Paris.
1052 Carta de 23 de dez. de 1665. O lho do donatário, Luís Gonçalo Sousa de Macedo, foi
feito barão da dita ilha, título transformado em 1754, quando da incorporação dela à Coroa, em
viscondado de Mesquitela, em favor do bisneto de Sousa de Macedo. Este notável escritor
ganhou ultimamente justa evidência com a tese que sustenta Afonso Pena Júnior, A Autoria da
“Arte de furtar”, 2 vols., de que saiu de sua pena política e sutil o livro erradamente atribuído ao
Padre Vieira no século seguinte. Graças à douta controvérsia a atenção da crítica se voltou ainda
uma vez para um dos espíritos mais claros e audazes de Portugal seiscentista, levemente ligado
ao Brasil por essa doação de Marajó.
1053 Cartas, i, p. 169. No “Sermão da Epifania”, 1662, voltou Vieira a encarecer estes
triunfos: “De maneira que a estrela dos Magos em dois anos trouxe a Cristo três homens, e as
nossas (missões) em meio ano quatro nações”.
1054 Vieira, “Relação da Missão da Serra de Ibiapaba”, Obras várias, ii, p. 84; e J. Lúcio
d’Azevedo, Hist. de Antônio Vieira, i, p. 320.
1055 “[...] capitão de infantaria indo por cabo da Tropa que o governador e capitão-geral
daquele estado (Maranhão) mandou na Missão que o Padre Antônio Vieira religioso da
Companhia de Jesus visitador-geral das Missões daquela Cristandade fez na era de 1660 à Serra
de Ibiapaba, a dar forma à mesma Cristandade e aquietar os ânimos dos principais que
andavam alterados e se temia que com os índios pernambucanos que tinham seguido o serviço
dos holandeses e na Restauração de Pernambuco se haviam acolhido à mesma serra se
separassem da obediência da Igreja e de Sua Majestade [...]”, patente de Brás do Couto de
Aguiar, 1666, Anais do Arq. Públ. da Bahia, viii, p. 34. Não há referência a este soldado nos
livros citados.
1056 J. Lúcio, op. cit., i, p. 325. O Padre Pedro Pedrosa em 1661 aquietou de novo esses
índios, levantados, “conduzindo para o Maranhão o principal, André Coroatai, com 400 almas
de que se formou uma aldeia”, Studart, “Documentos”, Revista do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 21.
1057 El-rei mandara-lhe os decretos pedidos pelos jesuítas, para que os entregasse ao
governador e aos prelados das outras religiões, escreveu Vieira (ao Pe. Geral) em 1658, Pe.
Sera m Leite, Novas cartas, p. 273.
1058 “Comigo tem o governador mais con ança, e tanta, que vindo ao Pará, me deu folhas
de papel assinadas em branco”, carta de Vieira, 1661, Pe. Sera m Leite, op. cit., p. 284. Depois,
em 1662, que “D. Pedro assim na mesma junta como em todo o tempo antecedente fez notáveis
diligências por fazer verdadeiras as suspeitas que os padres tinham de sua boa vontade”. “Um
do povo lhe disse publicamente: se os lançamos fora, foi porque os criados de V. S. nos disseram
que assim o zéssemos”, ibid., p. 315. A representação dos paraenses a Vieira, em 15 de janeiro
de 1661, assinada pelos vereadores, e a sua resposta, publica-as Berredo, Anais históricos do
Estado do Maranhão. Florença: 1905, pp. 110–7.
1059 D. Pedro de Melo tentou, em 16 de maio, obter da Câmara do Pará que se contentasse
com o con namento dos jesuítas, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa.
1060 É desse tempo (abril de 1662) carta de Francisco Barreto ao novo governador do Rio de
Janeiro, Pedro de Melo (não confundir com o do Maranhão), em que “lastima da diferença que
há de vencer castelhanos e lidar com mazombos”, Docs. hist., v, p. 146. Mazombos, brancos
nascidos no Brasil, é palavra corrente neste, e no seguinte século, como se lê em Nuno Marques
Pereira, O peregrino da América, i, p. 59: “O Mazombinho canário [...]” (1727). Mas, no seu
dicionário, Morais a indica como termo injurioso.
1061 Em 25 de dezembro de 1661, teve Antônio Vieira vista dos papéis mandados pelos
moradores do Maranhão, para responder, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa.
1062 D. Afonso vi, ed. E. Brasão, pp. 30–2. O papel da expulsão dos Conti “de que dão por
autor ao Padre Antônio Vieira”, ibid., p. 34.
1063 Cartas, i, p. 175. Sobre as ocorrências do Amazonas — Maranhão, Pe. Bettendorf,
“Crônica”, Rev. do Inst. Hist., vol. 72 (1909).
1064 Varnhagen, ibid., iii, pp. 246–7. Carta régia de 1688 mandou pagar aos jesuítas
côngruas vencidas desde a data da expulsão “sem culpa”, Docs. hist., xxix, p. 256. Venceu a
campanha pertinaz dos padres. A justiça ajudou-os. Resume-lhes as queixas Pedro Fernandes
Monteiro, representação ao rei ouvida pelo Conselho Ultramarino, a 13 de setembro de 1663,
ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa. A praxe estabeleceu-se (repetiu Vieira, Cartas, ed. J. Lúcio, iii, p.
669), “se prova é de cabelo corredio”, “em diferença dos etíopes”, o índio não podia continuar
escravizado. Estabeleceu-se na “Relação da Bahia e de todos os ouvidores e justiças do Brasil”.
1067 “Satírica”, Obras, ed. da Academia Brasileira, ii, p. 206. A sátira é à lei de 1686, que
alterou novamente o valor da moeda, no reino.
1069 Em 1660 pedira Vieira: “Necessitamos muito de tapanhunos (negros) que já temos
pedido à província... Nesta serra me deu o Padre Antônio Ribeiro por alvitre que o provedor da
Fazenda de Pernambuco nos podia comprar lá estas peças, e mandá-las no barco del-rei que
vem todos os anos ao Ceará”, Cartas, iii, p. 733, ed. J. Lúcio.
1070 V., entre outras, carta régia de 27 de agosto de 1680, Docs. hist., xxix, p. 118.
1071 V. Varnhagen, Hist. ger., iii, pp. 307 e ss.; J. F. Lisboa, Obras, iii, pp. 418 e ss.
1072 Até o começo do século seguinte a produção açucareira do Maranhão era pequena e de
inferior qualidade. Carta régia de 6 de maio de 1706, mandando fossem mestres de açúcar da
Bahia, disse “ser conveniente que no Estado do Maranhão se obrem açúcares e estes sejam de
igual bondade dos que se fazem no Brasil”, Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 213.
1073 Carta de Vieira, 22 de julho de 1684: “De novo nos tornaram a lançar do Maranhão
aqueles bons cristãos que, se foram castigados da primeira vez e desterrados os principais
moradores e alguns frades que os fomentam, não se atreveriam a esta reincidência” Cartas, ed. J.
Lúcio, iii, p. 490.
1074 Tomás Bequimão foi deportado para Pernambuco; esteve oito anos cativo dos mouros;
vinte anos mais tarde, perdoado, teve licença para descer cem casais de índios e estabelecer-se
com lavoura do Maranhão. O delator Lázaro de Melo acabou por se matar, num engenho, roído
de remorsos. Em torno desses sucessos há literatura abundante, que Varnhagen resume, op. cit.,
iii, pp. 311–2. Manuel Bequimão “morreu satisfeito”, diz na Relaçam histórica e política dos
tumultos que sucederam na cidade do Maranhão, Francisco Teixeira de Morais, 1692, códice n.
681, ms. da Academia das Ciências de Lisboa, já publicado, Rev. do Inst. Hist., xl.
1077 A primeira forti cação no Araguari foi feita em 1660, por Pedro da Costa Favela.
Francisco da Mota Falcão em 1673 subiu o Tocantins ao encontro dos paulistas Sebastião Pais
de Barros e Pascoal Pais de Araújo, Artur César Ferreira Reis, A política de Portugal no Vale
Amazônico. Belém: 1940, p. 16. O forte que levantara em 1669 foi o primeiro alicerce da cidade
de Manaus, A. O. Ferreira Reis, História do Amazonas, p. 47. O mesmo autor, Manaus e outras
vilas, pp. 30 e ss., Manaus, 1935, aprecia as divergências quanto à data da fundação do forte.
1078 Le Febvre de la Barre, “La Description de la France Equinociale”, 1666, com belo mapa
de Caiena, Maggs Bros., An Illustrated Catalogue... at the Library of the Congress. Washington:
1929, p. 29.
1079 Neto de Francisco e bisneto de Feliciano Coelho de Carvalho, Fr. Jaboatão, Cat. gen.,
tít. Arnau de Holanda, fez Antônio de Albuquerque as armas na fronteira e foi governador da
Beira Baixa e Olivença. Governou o Maranhão de 1685 a 1701, Garcia, nota a Varnhagen, v, p.
340. Tornou-se maior o seu nome em 1709–11, em São Paulo e Minas Gerais, como veremos.
Deste governo maranhense levou para o Sul a experiência dos assuntos brasileiros e o domínio
da língua tupi, que lhe permitiu saber o que diziam os paulistas, v. A. Taunay, Relatos
sertanistas. São Paulo: 1953, p. 68.
1083 George Edmundsen, Journal of the travels and labours of father Samuel Fritz, London,
1922 (o diário foi achado em Évora em 1902). Publicou-o Rodolfo Garcia in Rev. do Inst. Bras.,
t. 81. Sobre o desenvolvimento da questão com o Pe. Fritz, também Ferreira Reis, Hist. do
Amazonas, pp. 69 e ss. O célebre mapa do Amazonas feito pelo padre (gravado em Quito em
1707 pelo Pe. Juan de Nervaes, impresso pela primeira vez em Londres em 1712) é reputado
cronologicamente o melhor levantamento da bacia amazônica.
1084 Carta de D. João de Lencastro, 23 de junho de 1695, Docs. hist., xxxviii, p. 344. O
emissário chegara a 19 de abril de 95. Chamava-se Antônio da Cunha Sotto Maior. O segundo
mensageiro foi o Sargento-mor Francisco dos Santos. Sotto Maior, depois mestre-de-campo da
conquista do Piauí, foi assassinado pelos tapuios em 1713, fato de largas conseqüências, Frei
Francisco de N. S.a dos Prazeres, “Poranduba Maranhense”, Rev. do Inst. Hist., t. liv, parte i, p.
99. Note-se que Francisco Dias de Ávila “pelo roteiro que tem é conhecedor dos con ns do
Maranhão ”, patente de 2 de abril de 1691, Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 131.
1088 Docs. hist. xxvi, p. 158; xxxiii, p. 403. “Valendo un uomo a cavallo per centinaia de
negri”, Duarte Lopes & Filippo Pigafetta, Relação do reino do Congo. Lisboa: 1949, p. 23, ed.
fac-similar.
1089 V. Ch. de Lannoy et Van der Linden, Histoire de l’Expansion Coloniale des Peuples
Européens. Bruxelas: 1907, p. 223 (sobre o intercâmbio afro-brasileiro). A respeito da ocupação
progressiva, síntese de Gastão Sousa Dias, História da expansão portuguesa no mundo. Lisboa:
1940, iii, pp. 208–12; e sobretudo Cadornega, História das guerras angolanas. Lisboa: Agência
Geral das Colônias, 1685.
1093 Ernesto Ennes, As guerras nos Palmares. São Paulo: 1938, p. 24. O governador-geral,
em carta de 17 de julho de 1673, referiu-se “às três entradas que mandou fazer aos Palmares
pelo Coronel Antônio Jácome Bezerra e as causas por que se não lograram”, Docs. hist., x, p. 79.
1094 Acompanhara-a D. Sebastião Pinheiro Camarão, com os seus índios, “ao dano que se
fez aos negros dos Palmares em um Mocambo de mais de 2 mil cabeças que se pôs fogo dando-
se no m com mais de 6 mil de guerra em uma força destacada que sendo investida depois de
duas horas de peleja foram destruídos com muitos mortos e feridos e pondo-se os mais em
fugida, foram seguidos pelos mais agrestes matos do sertão e pelejando com eles segunda vez
receberam semelhante dano”, Docs. hist., xxix, p. 293. Sobre Manuel Lopes, soldado no Brasil
desde 1635, v. José Augusto, Famílias Seridoenses. Rio: 1940, pp. 62 e ss.
1097 Carta régia dando a recompensa de 80$000 nos dízimos dos Palmares a Feliciano
Prudente, lho de Fernão Carrilho, Docs. hist., xxix, p. 428. Alvará de Sua Alteza, de 10 de
março de 1682, dispôs sobre os negros recapturados, Docs. hist., xxxii, pp. 376–84.
1103 Documento pela primeira vez publicado por Pereira da Costa, e largamente debatido
por Afonso Taunay, História das bandeiras paulistas. São Paulo: 1928, iv, p. 340; e Barbosa Lima
Sobrinho, Ensaio sobre o devassamento do Piauí. Rio: 1929, p. 64.
1105 Docs. hist., xi, p. 71. Combina com o que escrevia Afonso Furtado em 25 de fevereiro
de 1675, Docs. hist., x, p. 136, que não havia paulistas para irem aos Palmares, senão “quatro ou
cinco”, “que todos os mais se recolheram acabada a guerra para a sua capitania”.
1106 Doc. cit. por Ernesto Ennes, As guerras nos Palmares, p. 204. “O Domicílio que a poder
de uma por ada e diuturna guerra contra o gentio brabo [...] de mais dezasseis anos nós
tínhamos conquistado, povoado, lavrado e plantado, com nossas criações”, 16 anos em 1694, 24
ou 25 em 1704. Este papel esclarece a ambigüidade do documento revelado por Pereira da
Costa.
1110 Documentos citados por Barbosa Lima Sobrinho, ibid., pp. 73–5. Como há um lapso
de tempo, entre 1685 (Domingos Jorge no Piauí) e 1689 (data dos papéis que se referem à vinda
de São Paulo, por “ásperos e dilatados sertões”), a conciliação desta notícia com a que dá o
próprio bandeirante, de que desceu do Piauí (papel de 1694), só pode ser feita considerando-se
que vários dos seus o ciais tinham sido chamados de São Paulo para a empresa, e como a nal
todos eram de lá, parecia desnecessária a menção do tempo que gastaram no Piauí.
1111 Doc. in E. Ennes, op. cit., p. 206. Noutras palavras: os 150 brancos do terço de
Domingos Jorge Velho eram paulistas, mas do Piauí (portanto descidos do Piauí com ele) os
800 e tantos croazes e capiocrans (que erradamente Ernesto Ennes traduz por “cupinharoms”),
jês da zona do Rio Preto (cf. Teodoro Sampaio, que estudou os Kraô, ou croazes), Estêvão Pinto,
Os indígenas do Nordeste. São Paulo: 1935, i, p. 129. O gentílico aplicava-se aos canelas- nas,
índios do campo, confundindo os paulistas, com esses nomes vagos, as tribos, inimigas dos
cariris do São Francisco (aliados da Casa da Torre) e dos tupis (com eles vindos de São Paulo).
1112 Carta da rainha, 9 de janeiro de 1662, Docs. hist., lxvi, p. 177, mandando extinguir os
janduís, para não se tornarem “outros novos araucanos”.
1118 Docs. hist., x, p. 275. Queixou-se o governador de que sendo 900 homens, só
acompanharam os seus cabos duzentos..., Docs. hist., x, p. 306.
1119 Mandou el-rei em 1692 que os tapuias aprisionados e vendidos como escravos fossem
restituídos à liberdade, Docs. hist., xxxiii, p. 344, revogando assim a autorização dada por
Matias da Cunha.
1120 Docs. hist., x, p. 265; P. Calmon, História da Casa da Torre, p. 190. “E por lhe faltar
pólvora e balas se retirara ao seu arraial enquanto lhe chegava o socorro das armas e munições
que lhe faltavam”, Docs. hist., x, p. 306. Morais Navarro conta: “Como lhe foi faltando a pólvora
se veio retirando para o seu arraial, e o vieram seguindo até o meio do caminho”, Anais do Arq.
Públ. da Bahia, i, p. 140.
1121 Patente de 6 de abril de 1690, Docs. hist., xxx, p. 8. Bernardo Vieira Ravasco foi quem
lembrou ao arcebispo o apelo aos paulistas, como declarou o prelado, A. Lamego, Mentiras
históricas, p. 162.
1124 O “tratado”, in E. Ennes, op. cit., pp. 67–70, é de 10 de abril de 1692: uma peça típica.
Alude à força dos janduís, de 5 mil arcos. Aprovou-o el-rei; porém observou que daí por diante
as guerras ao gentio deviam ser decididas por carta régia, sempre que houvesse dilação possível,
Docs. hist., xxxiv, p. 96.
1126 Docs. hist., xxxix, p. 19. Morais Navarro mostrou os inconvenientes do aldeamento,
Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 139. A sua folha de serviços, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii,
pp. 62–8.
1127 Studart, “Documentos”, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 30. Em 1698 Matias Cardoso
tinha currais no São Francisco, da banda de Pernambuco, Docs. hist., xi, p. 267.
1128 Docs. hist., xi, p. 255. Em 26 de agosto de 1698 agradecia o governador-geral ao do Rio
as providências sobre o transporte dos paulistas, Docs. hist., xi, p. 266.
1131 Carta para o Sargento-mor José de Morais Navarro, 8 de abril de 1701, Docs. hist.,
xxxix, p. 139. Por essa ocasião o mestre-de-campo foi preso para responder às acusações que
lhe faziam de suas prepotências e malefícios.
1132 “Regular forti cação que dizem lhe fez um mouro que para eles fugiu”, carta do gov. de
Pernambuco, Ennes, ibid., p. 101.
1133 Carta, del-rei, 25 de agosto de 1696, Rev. do Inst. do Ceará, xxxvii, p. 55. André
Furtado teve prêmio por “haver morto e cortado a cabeça ao negro Zumbi”, ibid., p. 85.
1134 Zumbi — signi ca isto mesmo: principal divindade, espírito, senhor imortal... V. Nina
Rodrigues, Os africanos no Brasil, p. 140, 2ª ed.
1135 Carta de 14 de março de 1696, E. Ennes, op. cit., p. 104. Devemos assim à
documentação do Arq. Hist. Col., Lisboa, nesse livro coligada, a versão real da campanha que
tanto falou à imaginação brasileira. Oliveira Martins e Nina Rodrigues chamaram aos Palmares
— Tróia Negra. Inspiraram-se na romanesca narrativa de Rocha Pita, op. cit., p. 348. Este criou
o símbolo do Zumbi — e dos escravos que se lançavam ao abismo. Não admira que, no século
xix, a literatura “abolicionista” desse ao episódio a importância de epopéia da liberdade, de
sublimação duma raça redimida no sacrifício e na insubmissão. Castro Alves consagrou os seus
últimos dias ao sonho de um poema dedicado aos Palmares... É positiva, porém, a impressão
causada, no reino e no resto do Brasil, pela resistência valorosa dos negros e sua destruição. Já
em 1684, Docs. hist., xxxii, p. 393, mandava el-rei que o governador-geral não permitisse
nenhum excesso no castigo dos escravos, “e que aqueles que o zerem sejam obrigados a vendê-
los a pessoas que lhes dêem bom trato”. Iniciou-se com isto uma série de providências tendentes
a acautelar a paz colonial pela melhoria do tratamento dos negros — obstando a autoridade aos
abusos e aos crimes de senhores cruéis.
1136 Carta do Padre Antônio Vieira, 23 de maio de 1682. Antônio de Sousa de Meneses
empossou-se em 23 de maio desse ano.
1137 V. Pedro Calmon, O crime de Antônio Vieira, p. 5, São Paulo. Nesse livrinho
elucidamos o principal acontecimento que perturbou a vida colonial no governo do “Braço de
Prata”.
1138 Uma lha de André de Brito de Castro, e de D. Maria Francisca Leite, Leonor Maria, foi
mulher de Alexandre de Sousa Freire, mestre-de-campo e doutor em teologia, que governou o
Maranhão (“mui versado na lição da Sagrada Escritura”) e faleceu aos 70 anos, em 1740, Ano
noticioso e histórico, ii, p. 120.
1139 Termo de familiar do Santo Ofício, 1686, ms. na Torre do Tombo, que divulgamos
primeiro na História da Casa da Torre.
1140 A culpa de Antônio de Brito é clara na con ssão do próprio André de Brito de Castro,
que escrevia em 31 de julho de 1684: “Motivos tão particulares, apertados e necessários que
meu irmão teve para este excesso”, carta a André Lopes de Lavra, ms., inéd., comunicado por
Clado Ribeiro Lessa. E Vieira: “Elas (as razões) nas leis da honra e do mundo, e ainda segundo a
natureza da conservação da própria vida, foram as mais justi cadas”, Cartas, clxxv, ed. de 1886.
1141 Livro de Cartas Régias, ms. na Bibl. Nac. Inexplicavelmente, Gustavo de Matos
Sequeira, e Luís Pastor de Macedo, Nossa Lisboa, p. 45, Lisboa, dizem que o mataram os
naturais no Brasil. Voltou para Portugal; e a Câmara da Bahia pediu que visse os interesses dela
na corte, Livro de correspondência, ms., inéd. O seu apelido, “Braço de Prata”, perpetua-se no
lugar do Poço do Bispo, arredores de Lisboa, onde morreu. Lá está a Estação do Braço de Prata,
que ninguém sabia (ao que consta) o que signi ca.
1143 Gregório de Matos, Obras, ed. da Academia, ii, p. 99. É glosa à décima composta por
Bernardo Vieira Ravasco. As esperanças não se con rmaram completamente. “Os anos de 86,
87 e 88, em que houve grandes esterilidades de frutos e muitas doenças”, importaram “perda e
lesão enormíssima” para o contratador dos dízimos da Bahia, Docs. hist., xxx, p. 5.
1144 Sanches de Baena, Famílias titulares e grandes de Portugal, ii, p. 349. Dos maiores
generais do seu tempo, comandou a entrada dos portugueses em Madri, em 28 de junho de
1706, para aclamar Carlos iii — na “guerra de sucessão de Espanha”.
1146 Filha de Francisco Fernandes da Ilha, portanto irmã de D. Maria de Sande, primeira
mulher de Aires de Ornelas de Vasconcelos, de quem diz o Nobiliário da Ilha da Madeira
(Noronha, ibid., iii, p. 426), era genro desse “Francisco Fernandes natural desta Ilha, cujo
cabedal se reputava em 700 mil cruzados”. Benfeitor da Misericórdia, esta tem o seu retrato, por
sinal o mais antigo da galeria, no salão nobre; v. testamento em Livro do Tombo, ms. da Santa
Casa da Bahia.
1147 Jaboatão, Novo Orbe Será co Brasileiro. Rio: 1858, i, p. 352. Que a “bicha” era a febre
amarela (con rmam os sintomas descritos na correspondência do tempo), já o deixaram dito
Varnhagen, Hist. geral, ii, p. 787 da 2ª ed.; Brás do Amaral, notas a Accioli; Dr. José Pereira
Rego, Memórias históricas das epidemias da febre amarela e cólera-morbo que têm reinado no
Brasil. Rio: 1873, p. 8. Américo Pires de Lima apresenta dúvidas. Crê fosse o tabardilho, in
Brasília. Coimbra: 1950, v, p. 305. O primeiro livro publicado por médico colonial, João Ferreira
da Rosa, Tratado único da constituiçam pestilencial de Pernambuco, Lisboa, 1694, colige dados
importantes para o estudo desse surto inicial do vômito negro. Ficou endêmico. Em 1689 dele
morreu o Governador Matias da Cunha. V. documentação in Brás do Amaral, anotações às
Memórias, de Accioli, ii, p. 245. Proveio de tais indagações a idéia da “visita da saúde nos
navios”, a partir de 1698, ibid., ii, p. 245, precedida da carta que os capitães dos barcos que iam
do Brasil deveriam exibir ao comandante da Torre de Belém na entrada de Lisboa, Rev. do Inst.
Hist.,. lxxi, p. 37.
1148 Patente de nomeação, in Docs. hist., xxix, pp. 72–6.
1149 Rocha Pita, op. cit., p. 312. Vários sonetos dedicou Gregório de Matos ao excelente
dalgo, Obras, ii, pp. 154–7, Do prado mais ameno a or mais pura...
1150 Cf. carta à Câmara de São Paulo, 10 de março de 1688, Docs. hist., xi, p. 140. Os
moradores do Rio Grande tinham enviado à Bahia o Vereador Manuel Duarte de Azevedo,
Docs. hist., x, p. 253.
1151 Rocha Pita, op. cit., p. 317. Certidão passada por Francisco Lamberto diz que o motim
foi a 21 de outubro, durou duas noites e um dia e meio, no Campo da Pólvora, morrendo vinte e
duas pessoas, certidão de 18 de junho de 1692, ms. no Arq. Hist. Col., Lisboa.
1152 Deve-se a Bernardo Vieira Ravasco em boa parte a quietação da praça, cf. doc. in
Alberto Lamego, Mentiras históricas, p. 67. Deram-se 8$000 de farda a cada soldado no Campo
da Pólvora.
1153 “Pelo risco grande em que se viu este povo nas alterações que sucederam na doença e
morte do Sr. Matias da Cunha, me achei necessitado de aceitar este governo posto que com bem
mágoa minha”, carta do arcebispo, 30 de novembro de 1688, Docs. hist., x, p. 347. Veri cou-se
que o honrado governador deixara a uma lha natural, no reino, nada mais além do soldo, prov.
de 18 de maio de 1689, Livro de Prov., f. 172, Arq. Hist. Col., inéd., Lisboa.
1154 Mandou el-rei, carta de 4 de maio de 1690, informasse o governador “com todo o
segredo” dos que “culpavelmente se houveram neste motim, ou por serem agressores e
fomentadores dele, ou pela omissão de o poderem evitar e não fazerem”. Em resposta, Câmara
Coutinho declarou que os amotinados tinham sido 300, e na maioria, de medo ao castigo,
desertaram. “Alguns que me constou prendi e mandei para fora, uns para Angola e outro para
Pernambuco. Só João da Silveira de Magalhães, que foi mouro, e está nesta praça por ordem de
V. M. tenho preso na enxovia desta cidade: porque foi cabeça desta alteração e o que dava as
respostas aos cabos, quando os iam reduzir, andando com uma espada e rodela capitaneando os
levantados”, carta de 16 de junho de 91, Docs. hist., xxxii, pp. 335–7.
1155 Patente do novo governador, Docs. hist., xxx, p. 124. Era lho de Ambrósio de Aguiar
Coutinho ii e neto de Antônio Gonçalves Câmara e D. Maria de Castro, esta lha de Ambrósio
de Aguiar Coutinho, Pe. Carvalho da Costa, Corog. port., iii, cit., 5º donatário do Espírito
Santo. V. nota 16, p. 440 do 2º vol. Foi almotacel-mor do reino e vice-rei da Índia (1692–702).
De regresso do Oriente, faleceu na Bahia e jaz na igreja dos jesuítas, Teixeira de Aragão,
Descrição geral e histórica das moedas. Lisboa: 1880, p. 272. E Noronha, Nobiliário da Ilha da
Madeira, i, p. 123.
1156 Obras, iv, p. 94 e v, p. 174. “Prosápia do governador [...]. No sangue mameluco [...]
mameluco em quarto grau”.
1158 Cartas, iii, p. 451. E Matias da Cunha, 19 de set. de 1687: a frota “quase toda foi a meia,
por ser péssima a safra dos açúcares”, Docs. hist., x, p. 252.
1159 Provisão de 3 de novembro de 1681, Docs. hist., xxx, p. 372. Em carta de 28 de agosto
de 1689 declarou o arcebispo: “Três anos há que têm quebrado os contratadores com dívidas de
mais de 200 mil cruzados”, Docs. hist., x, pp. 374–5.
1160 Arte de furtar, Espelho de Enganos, etc., edição de Weisz og Irmãos, p. 134. O autor é
Antônio de Sousa de Macedo, demonstrou Afonso Pena Júnior, A autoria da Arte de furtar, 2
vols., Rio, 1945; outra opinião surgiu como o nome do jesuíta Pe. Manuel da Costa cf. Francisco
Rodrigues, O autor da Arte de furtar: resolução de um antigo problema, Lisboa, 1940; Mário
Martins, Brotéria. Lisboa: 1940, lxxi, p. 134, ago–set.
1162 Carta de 29 de junho de 1691, Cartas, ii, p. 324. A Câmara da Bahia declarou: “O
dinheiro, Senhor, que tem esta praga não chega a um milhão”, Docs. hist., xxxiv, p. 73.
1164 Representação, cujo original está no British Museum, publicada agora nos Anais da
Biblioteca Nacional, lvii, p. 151. Vieira comentou: “Este remédio que agora se propõe é um dos
grandes acertos do governo do senhor almotacel-mor”, 8 de julho de 1691. Note-se a
coincidência de expressões que tais, nas cartas do padre e no papel do governador. Aquele, 1º de
julho: “E, porque teme o Brasil que haja alguns ministros empenhados nos mesmos interesses,
que não aprovem este meio, de zelo, inteireza e autoridade de V. Ex.a se espera principalmente o
pronto efeito”, etc. E o governador em 4 de julho: “Bem sei que há de V. M. encontrar assim em
muitos ministros seus, como em muitos mais homens de negócio, grandes di culdades a esta
resolução por lhes parecer que com ela se dará algum golpe em seus próprios interesses; mas V.
M. deve considerar com Deus e consigo”, etc., Anais, cit., p. 153. Botelho de Oliveira dedicou
uma poesia gratulatória ao governador por essa carta, Música do Parnaso, p. 107.
1166 Erigiu-a o Coronel Domingos Pires de Carvalho; ver P. Calmon, História da Casa da
Torre, cit.
1167 “Et Brasiliae Dominus”. Sobre o numerário então lavrado, v. Saturnino de Pádua, Guia
do colecionador de moedas brasileiras. Rio: 1928, pp. 29–30. Foi superintendente da Casa da
Moeda o Desembargador João da Rocha Pita, Rocha Pita, op. cit., p. 332, e juiz da moeda José
Ribeiro Rangel.
1169 Gregório de Matos comemorou, Obras, ii, pp. 109–21, o desembargador “na ocasião
em que foi a Porto Seguro, com 50 soldados, a prender 37 facinorosos, que faziam muitos
desacatos”. Satirizou, de contínuo, a severidade do governador e as execuções que ordenava.
Sobre Dionísio d’Ávila Vareiro, v. carta de nomeação, 1689, Docs. hist., xxx, p. 187. Fora
ouvidor-geral de Pernambuco. O próprio Câmara Coutinho disse: “Admirou a todos os que
conhecem paulistas embrenhados, donde são mais destros que os mesmos bichos [...]
nalmente os trouxe à cadeia desta cidade em duas sumacas”. Passavam de 36. Cinco sofreram
pena de morte e os demais, de degredo para Angola, carta de 15 de julho de 1692, Docs. hist.,
xxxiii, p. 451.
1171 Nuno Marques Pereira, O peregrino da América, i, p. 68, ed. da Academia Brasileira,
notas de Afrânio Peixoto, Rodolfo Garcia e Pedro Calmon.
1172 Vieira, carta de 29 de junho de 1691. Jaz o arcebispo na igreja de Belém em lápide
anônima no meio da nave, entre as sepulturas do Pe. Alexandre de Gusmão (1724) e do
Coronel Antônio de Aragão de Meneses (1740). Morreu “da enfermidade do contágio”, escreveu
o governador, c. de 19 de junho, Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 40: portanto, da “bicha” reinante.
1173 Doc. ms. no Inst. Hist. Bras., liv. 42, n. 802. “À frota em que veio o pálio” do arcebispo,
dedicou Gregório de Matos um soneto, Obras, ii, p. 76: “Chegou o Pálio en m, que de um
Prelado,/ Que nos veio a medida do desejo/ Tão merecido foi, como esperado”.
1178 Vieira, carta de 24 de julho de 1694, cit. Empossou-se em 22 de maio desse ano,
Miralles, op. cit., pp. 157–8. Era cunhado de Câmara Coutinho; Gregório de Matos dedicou
umas décimas “A D. João de Lencastre, que, vindo do governo de Angola por escala à Bahia, e
estando nela hóspede do Governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, seu
cunhado, em cujo desagrado se achava o Poeta, se queixou de que este o não houvesse visitado,
pedindo-lhe que ao menos lhe zesse uma sátira por obséquio”, Obras, v, pp. 98–100. Sobre a
sua genealogia, Pe. Carvalho da Costa, Corogra a portuguesa, i, p. 404. Botelho de Oliveira
memorou em dois sonetos, op. cit., pp. 131–2, o naufrágio que ia sofrendo na barra da Bahia, e
a sua fé, levando aos ombros a imagem de N. S.a da Graça do seu templo ao Mosteiro de São
Bento, em procissão. Pôs em mãos da mesma imagem o seu bastão de governador — informa
Frei Agostinho de Santa Maria. — A carta de nomeação publicou-a Brás do Amaral, nota a
Accioli, ii, p. 259; Docs. hist., lvi, p. 62. — Câmara Coutinho foi ser vice-rei na Índia, e de volta,
em 1701, faleceu na Bahia, Rocha Pita, op. cit., p. 363.
1179 Inscrição nessa fortaleza: “O muito alto e poderoso Rei D. Pedro ii houve por bem
ordenar a D. João de Lencastro, quando governou este Estado do Brasil, que mandasse edi car e
acrescentar de novo esta fortaleza em 1696”.
1180 Em setembro de 1640 tinha sido arrematado o feitio das portas de São Bento, Atas da
Câmara da Bahia, códice, ms. no respectivo arq. A reforma constava do plano geral que
executou o engenheiro José Pais Estêves, que de Pernambuco passara à Bahia, em obediência às
ordens del-rei, de 15 de março de 1692, B. do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 261. “Os engenheiros
dizem que esta forti cação (como parece do papel) se há de continuar pela planta que fez João
Coutinho. Esta se remeteu em tempo do Marquês das Minas para esse reino, donde está e neste
estado não cou nenhuma cópia”, carta de Câmara Coutinho, 28 de junho de 1692, Docs. hist.,
xxxiv, pp. 22–3. Mandara-lhe el-rei zesse “de torrão” a forti cação da cidade. D. João de
Lencastro fez executar os trabalhos.
1182 A Casa da Alfândega continuava na Praça do Palácio, onde a situara Tomé de Sousa em
1549. A ordem para a construção do novo armazém na Ribeira é de 15 de dezembro de 1694, B.
do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 271. Estava pronto em 1696. Contribuíram para ela os
mercadores. Reconstruiu-se a alfândega em 1746.
1184 Doc. in B. do Amaral, nota a Accioli, ii, p. 291. Os estudantes teriam no mínimo 18
anos e continuariam o estudo se, examinados, mostrassem “gênio para eles”. A mesma
providência se tomou para o Maranhão, Garcia, nota a Varnhagen, iii, p. 335. No Arquivo
Histórico Colonial vimos álbuns de desenhos dessa escola de arquitetura, referentes à década de
1770: atestam a e cácia do ensino e a aplicação dos aprendizes. — As aulas de “forti cação e
arquitetura militar” foram criadas em Lisboa em 1647, gênese da Academia Militar.
1185 O alv. de 2 de fev. de 1695 ordenara o transporte das moedas do Rio para a Bahia, onde
seriam transformadas em “provinciais”. Em carta de 14 de maio de 96, disse D. João de
Lencastro (a Artur de Sá e Meneses, governador do Rio): “Mui repetidas são as ordens que
tenho mandado a essa capitania para na forma das de S. M. que Deus guarde vir o dinheiro dela
a esta cidade e converter-se na Casa de Moeda na ‘provincial’; e nenhuma teve efeito até o
presente, pela repugnância que esses moradores tiveram ao risco que podia ter no mar com os
piratas e na terra com as distâncias dos caminhos e passagens de caudalosos rios”, S. Sombra,
op. cit., p. 107. A Pernambuco concedeu el-rei um ano de prazo. Pela carta régia de 12 de
janeiro de 1698 autorizou a transferência da Casa da Moeda para o Rio. E pela carta régia de 27
de novembro do mesmo ano explicou: “O lavor da Casa da Moeda no Rio de Janeiro seja feito
durante um ano, ndo o qual ela seria fechada, passando-se os o ciais para a capitania de
Pernambuco”.
1186 Na Bahia, 1694–7, foram cunhadas “provinciais”: ouro para a Bahia — 102:000$000;
prata — 818:000$000; para Pernambuco, ouro — 8 contos; prata — 428; total: 1.356 contos. Na
Casa do Rio: ouro — 612:644$640; prata — 253:694$940; total: 866:339$580; Azevedo
Coutinho, Apreciação do medalheiro da Casa da Moeda, p. 41.
1187 Foi estabelecida de nitivamente no Rio em janeiro de 1703, S. Sombra, op. cit., p. 116.
Em 1714 a Bahia teve de novo Casa da Moeda, para cunhar as de ouro para o reino. Terceira
Casa abriu-se em Minas Gerais em 1725, com igual m.
1189 Miralles, op. cit., p. 52. Descreve a viagem Rocha Pita, op. cit., pp. 337–8. O governador
não dispensou os informes do velho Bento Surrel, a quem escreveu em 5 de nov. de 1694, Docs.
hist., xxxviii, p. 328.
1190 “E se os não topar até o Geremogabo (sic) embique a estrada da catinga do Rio de São
Francisco”, ordem de 20 de janeiro de 1672, Docs. hist., iv, p. 165.
1191 P. Calmon, História da Casa da Torre, p. 106. O Coronel Pedro Barbosa Leal fez
segunda viagem ao São Francisco, e mandou para a Bahia algum salitre em fardos, de couro,
Rocha Pita, op. cit., p. 338. Em carta de 18 de janeiro de 1700, diz D. João de Lencastro,
remetera a S. M. 132 arrobas e 30 libras o ano passado, e esperava mandar nesse 800 arrobas...,
Docs. hist., xxxix, p. 112. A nomeação de Barbosa Leal para administrador da Fábrica de Salitre
é de 17 de setembro de 1697, Anais do Arq. Públ. da Bahia, i, p. 207. Um lustro depois — em
1703 — já pouco rendia a fábrica, quase inútil..., Anais, cit., p. 209. Novas nitreiras foram
descobertas em Morro do Chapéu, 1699, Anais do Arq. Públ. da Bahia, xxi, p. 168.
1193 Jaguaripe era freguesia desde 1613, B. de Barros, Dicionário geogr. da Bahia, p. 254.
Adiante, no rio do mesmo nome, em 1649 se construíra a primeira capela de Nazaré (das
Farinhas). A freguesia de Maragogipe desmembrou-se de Jaguaripe em 1680.
1194 Termo de criação da vila, B. do Amaral, op. cit., ii, p. 266. Foi João Rodrigues Adorno,
capitão da ordenança do distrito de Cachoeira desde 1663, Docs. hist., xxi, p. 298, e principal
proprietário ali, quem doou aos carmelitas o sítio onde fundaram o seu convento (1688), e
acordou com a câmara, em 1699, o preço de 900 réis por braça de terreno para a edi cação
urbana, A. Milton, “Efemérides Cachoeiranas”, in Rev. do Inst. Hist. da Bahia, n. 20, p. 217.
1195 Daí o nome de Sergipe “do Conde”. No engenho do conde esteve a matriz da freguesia
de N. S.a da Puri cação, trasladada em 1704 para o sítio de Santo Amaro, “Relação de 1757”,
Arquivo Público — Terras da Bahia, ii, p. 32, Bahia, 1929.
1196 Luís dos Santos Vilhena, Cartas Soteropolitanas, ii, p. 311. A justiça aos poucos se
completou: juiz de órfãos de vara branca (isto é, togado), na Bahia, em 1729, divisão em varas
do cível e do crime, 1742... Também Rocha Pita, op. cit., p. 311.
1197 São numerosos os bacharéis nascidos no Brasil, que aqui vieram exercer a magistratura.
Leia-se Francisco Morais, Estudantes da Universidade de Coimbra nascidos no Brasil, Lisboa,
1949, enumerando mais de 2 mil moços brasileiros lá formados, dentre os quais muitos se
distinguiram pela carreira forense.
1199 Fr. Luís de Sousa, D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, liv. 3, p. 69. O juiz de fora era o de
vila grande, em contraste com o ordinário, ou de vara vermelha eleito pelo povo como membro
do conselho, Antônio Caetano do Amaral, Memórias para a história da legislação e costumes de
Portugal. Porto: 1945, p. 171, ed. M. Lopes de Almeida e César Pegado. Aquele nome, aliás, é o
das Ordenações lipinas, i, 1º: juízes que de fora forem para as vilas...
1202 Rocha Pita, História da América Portuguesa, ed. Jackson, com prefácio e notas de P.
Calmon, pp. 364–5. Aliás, Rocha Pita fora o vereador que assistiu à posse do juiz de fora e,
portanto, ao primeiro ato da supressão formal da autonomia da câmara, Atas da Câmara da
Bahia, vi, p. 303.
1208 Anais do Arq. Públ. da Bahia, xiii, p. 102. A nomeação dos capitães-mores cabia aos
governadores; mas, pelo alvará de 18 de outubro de 1709, passou à competência das câmaras,
que, já no século antecedente, proviam as companhias (com seus capitães) das diferentes
localidades. As ordenanças constituem a milícia municipal, recrutada em ocasiões extremas,
mas sujeita a mostras periódicas, P. Calmon, Hist. da civ. bras., 4ª ed., p. 160.
1209 V. Pe. Turíbio Vilanova Segura, Bom Jesus da Lapa. São Paulo: 1937, p. 120; P. Calmon,
nota ao Peregrino da América, ii, pp. 48–9, ed. da Acad. Bras.
1214 Miralles, Hist. mil., p. 159: cita diversos nomes e diz que na Bahia embarcaram
trezentos homens, alguns das melhores famílias.
1215 O progresso das construções náuticas, na Bahia, muito deveu ao Governador Câmara
Coutinho, v. cartas in Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 71, e a Francisco Lamberto, nomeado provedor
da Fazenda em 1682, depois de ter sido superintendente da Fábrica dos Galeões da Ribeira da
cidade do Porto, Docs. hist., xxviii, p. 59. O seu túmulo, na igreja conventual de Santa Teresa,
tem a inscrição seguinte (com a sua pedra de armas): “Jaz aqui o grande pecador Francisco
Lamberto indigno provedor-mor da Fazenda Real deste Estado e das mais ocupações que nela
serviu do ano de 1682 até o de 1704 em que faleceu pede a quem passar que se lembre de sua
alma”.
1216 Carta de D. Rodrigo da Costa, 13 de agosto de 1702, Docs. hist., xxxiv, p. 226. O novo
governador empossou-se em 3 de julho desse ano, Livro de posse dos vice-reis, ms. no Arq.
Públ. da Bahia. Era 2º lho do 3º Conde de Soure, D. João da Costa, um dos maiores
portugueses da geração de 1640. Bateu-se no Alentejo e governou a Madeira, o Brasil e a Índia,
cf. Pe. Antônio de Carvalho, Corogra a portuguesa, iii, p. 85.
1217 Em 1682 Frei Pedro de Sousa fora examinar as pedras de prata da Serra de Biraçoiaba
(Sorocaba), cf. Pedro Taques, Nobiliarquia, ed. A. Taunay, i, p. 69. O governador do Rio,
Antônio Pais de Sande, teve ordem para “a averiguação das minas de ouro e prata de Parnaguá,
Itabaiana e Sabarabuçu com amplíssima jurisdição”, 14 de janeiro de 1693, mas desistiu dela,
Docs. hist., xxxiv, p. 127. Foi substituí-lo no governo o Mestre-de-campo André Cusaco,
patente in Docs. hist., lvi, pp. 157–8. O velho governador morreu pouco depois, Docs. hist., lvi,
p. 170.
1218 “Memória Histórica”, Rev. do Arq. Públ. Mineiro, fase. 3º, 1897, 2ª ed., p. 427, Diogo
Pereira Ribeiro de Vasconcelos; “Breve descrição”, etc., Rev. do mesmo arquivo, ano vi, fase. iii e
iv — relato seguido por Diogo de Vasconcelos, Hist. antiga de Minas Gerais. Belo Horizonte:
1904 p. 94. Talvez se trate de Manuel Rodrigues de Arzão, o velho, capitão de Santo Amaro de
Virapuera em 1677, Docs. hist., xiii, p. 16, pai de Antônio, a quem el-rei escreveu em 1701.
Nesta data encarregou o primeiro (e por seu falecimento o lho) de administrar as datas dos
ribeiros (sic) que pertenciam à Real Fazenda, Documentos interessantes, li, p. 17. Portanto se
enganou Vasconcelos, dizendo que morreu Arzão antes de 1694; também Silva Leme, que diz
ter Antônio falecido em 1696, Genealogia paulista. São Paulo: 1903, i, p. 192. A história mineira
de 1692–8 continua lacunosa e pouco elucidada à falta de documentos coevos. Prevaleceu,
desde Antonil, a tradição oral, errada em muitos casos.
1220 Carta de Bernardo Correia de Sousa Coutinho, Docs. hist., xi, p. 205.
1221 Docs. hist., xi, p. 191. Escrevendo ao Capitão Pedro Taques, em 5 de setembro de 1695,
o governador queria novas notícias das minas, Docs. hist., xi, p. 227. Mandou que fosse vê-las o
ouvidor do Rio de Janeiro, Sebastião Fernandes Correia, ibid., p. 228. E em 14 de maio de 96, a
Artur de Sá e Meneses: “A fortuna reservou para, no tempo de V. S., as oferecer descobertas
com infalível evidência às reais esperanças de Sua Majestade”.
1223 A Casa de Fundição de Taubaté “foi criada em 1698 e logo no mesmo ano foram presos
dois indivíduos por falsi cadores de trabalhos dela. Reorganizada em 1701 e suspensa em
1704”, Saturnino de Pádua, Guia do colecionador de moedas brasileiras. Rio: 1928, p. 72. De
1701 é a do Rio de Janeiro; de 1703, de Santos e Parati. A de São Paulo foi reaberta em 1701.
Sobre Carlos Pedroso, que faleceu em 1719, v. Silva Leme, op. cit., v, p. 509; e Carlos da Silveira,
Revista do Inst. Hist. de São Paulo, xxxi, p. 92. Félix Guizard Filho achou-lhe o testamento em
Taubaté.
É
1226 É de 30 de novembro de 1699 a carta que escreveu a D. João de Lencastro, do Rio das
Velhas, Docs. hist., xi, p. 283: “Permitira algumas pessoas que vieram para esta praça e a outras
que foram aos currais desta capitania, que quintassem o ouro que traziam, [...] e que por falta
de mantimentos se haviam retirado muitos mineiros [...] para voltar em março, assim pelos
mantimentos, que já deixavam plantados, como pelo gado que haviam mandado buscar aos
currais de Bahia e Pernambuco”. O governador-geral mandou descobrir os homens que levavam
o ouro quintado. Surpreendeu-se com a facilidade!
1228 Do testamento de Salvador Fernandes Furtado, de que obtivemos cópia, ms. no Arq.
Arquidiocesano de Mariana, Minas — de 24 de maio de 1725 — sabemos: era “natural da Vila
de São Francisco das Chagas do Vale de Taubaté, bispado do Rio de Janeiro, lho legítimo do
Capitão Manuel Fernandes Pedro e de sua mulher Maria Cubas naturais da cidade de São
Paulo”.
1229 A capela do Padre Faria, presumivelmente de 1700, é a mais velha de Ouro Preto. De
Antônio Dias se chama o bairro baixo da cidade, freguesia à parte, com belo templo. Ouro
Preto propriamente dita é a parte alta da cidade. V. Tomás Brandão, Marília de Dirceu. Belo
Horizonte: 1932, p. 84. A primeira missa dita pelo Padre Faria naquele sitio foi em 24 de junho
de 1698, Augusto de Lima Júnior, Visões do passado. Rio: 1934, p. 97.
1234 O primeiro Regimento que teve esse administrador — e portanto o que organizou o
incipiente governo nas Minas — levou a data de 17 de abril de 1702, Documentos interessantes,
li, pp. 74–88. Foi guarda-mor (o primeiro das Minas) em 1701, Pedro Taques, Nobiliarquia, ed.
Taunay, p. 23. Em 1685 era Domingos da Silva Bueno capitão de cavalos em São Paulo, Registo
geral da câmara, iii, p. 493. Em 1709 foi juiz ordinário em São Paulo, Atas da câmara, viii, p.
182.
1237 Em 22 de setembro de 1700 escreveu D. João de Lencastro a Artur de Sá, que não
permitisse entrarem os sertões da Bahia (“que o Rio Verde, o Doce, o Pardo, o das Velhas e as
cabeceiras do Espírito Santo, estão no distrito da Bahia”), pois “tenho já mandado a estas partes,
a fazer os tais descobrimentos”, Docs. hist., xi, p. 282.
1242 Sir Alfred C. Lyall, e Rise of the British Dominion in India. London: 1898, p. 21.
Veri que-se que a Companhia Inglesa das Índias, de 1601, passava a encarregar-se da conquista
do Indostão, a exemplo da sua rival holandesa, cujo orescimento pode ser medido pelos
dividendos, em média de 18%, que conservou durante dois séculos, Clive Day, e Policy and
Administration of the Dutch in Java. Nova York: 1904, p. 71.
1245 Carta do governador, 12 de julho de 1693, Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 104. Carta régia de
24 de novembro de 95 mandou (em conseqüência) libertar o comércio e a exportação para
Angola, pagando a de Pernambuco 1$600 por pipa de saída e 3$600 de entrada.
1246 Doc. cit. por Wanderley Pinho, História de um engenho do Recôncavo. Rio: 1947, p.
201.
1247 Livro de toda Fazenda, por Luís de Figueiredo Falcão, ms. na Casa de Cadaval,
Manuscritos..., publ. por Virgínia Rau, i, p. 14 e na Torre do Tombo (onde antes o
consultáramos). O contrato de 1602 foi reformado em 1603 e rescindido em 1606.
1248 V. Bernardino José de Sousa, O pau-brasil na história nacional. São Paulo: 1939, p. 182.
1250 V. o Regimento, in Bernardino de Sousa, ibid., pp. 146–50. Foi lei até o século xix.
1251 Teixeira de Freitas, Consolidação das leis civis. Rio: 1861, p. 37. O estanco da venda do
pau-brasil, deixando a madeira de ser considerada do domínio do Estado, só terminou pela Lei
n. 1.040, de 14 de setembro de 1859, art. 12.
1252 Prov. de 1662, Docs. hist., xx, p. 172. A frota de 1664 levou 12 quintais de pau-brasil,
Mercúrio português, novembro de 1664, Lisboa. Sobre as vicissitudes do sistema de
arrendamento, v. citado livro de Bernardino José de Sousa.
1254 Docs. hist., xii, p. 112, e xvi, p. 112. Luís Vaz de Resende tinha o contrato em 1631,
Anais da Bibl. Nac., lviii, p. 114.
1255 Ainda em 1823 gurou o pau-brasil no orçamento da nação, com a receita de 120
contos de réis, R. Simonsen, op. cit., i, p. 101. Com as liberdades públicas expostas na
Constituição do império (1824) e o pleno direito de propriedade, o monopólio do Estado,
quanto ao pau-brasil, se limitou naturalmente à venda e exportação, sendo reconhecido aos
donos da terra (Lei n. 243, de 30 de nov. de 1841) o exclusivo direito de extraí-lo. O governo
passava a comprador, por preço considerado justo (8$000 o quintal). O regime de estanco foi
abolido pela Lei n. 1.040, de 14 de setembro de 1859, quando, aliás, a descoberta das anilinas
(industrializadas a partir de 1856) depreciara de nitivamente o corante silvestre. Figurou nos
orçamentos do país (até 1875) em virtude do imposto de exportação, de 15%, a que cava
sujeito. Perde-se de vista o pau-brasil no quadro econômico do império em 1876.
1257 Docs. hist., xxiv, p. 13. Con rmava a ordem do governador, de 31 de agosto de 1636, e
provisão de 23 de dezembro de 63, a que se seguiram as de 65 e 81.
1259 Docs. hist., xxiv, p. 194, decisão citada pelos praxistas como tipo de privilégio
justi cado pelo interesse de preservar a unidade da fábrica, para que os credores não a
reduzissem a fogo morto.
1262 Requerimento de Bernardo Vieira Ravasco, ms. no Arq. Hist. Col., Papéis avulsos,
inéd., 8 de setembro de 1662. Dá a lista dos engenhos apagados (“desfabricados”) e descreve as
vicissitudes da indústria, prejudicada pela abertura de novos engenhos. É a melhor página sobre
a economia do período (1662).
1263 Carta de 1687, cit. por Wanderley Pinho, História de um engenho do Recôncavo, p.
199.
1265 Edmund O. von Lippmann, História do açúcar. Rio: 1942, ii, p. 114, trad. de Rodolfo
Coutinho. Ainda em Barbados se chama tayche, diz Lippmann, o tacho... Outros nomes
portugueses perduram na indústria inglesa de açúcar: grande, molasse (melaço)...
1268 Carta ao Marquês das Minas, Cartas, iii, p. 639. Sobre as vicissitudes da indústria v.
Documentos para a história do açúcar, ii, Engenho de Sergipe do Conde. Embora as contas não
re itam com exatidão o estado geral da lavoura, dada a peculiaridade das despesas gerais, serve
esse registo para a notícia dos preços, do reduzido lucro e da complexidade dos gastos para a
manutenção da fábrica.
1269 Leia-se a descrição que do engenho faz o Padre Vieira no sermão 14 do Rosário,
dirigido aos “irmãos pretos”, J. Lúcio d’Azevedo, História de Antônio Vieira, ii, p. 282: “Os
etíopes ou ciclopes banhados em suor, tão negros como robustos”.
1272 Afonso d’E. Taunay, Subsídios para a história do trá co africano no Brasil. São Paulo:
1941, p. 109. Tanganhão, mercador de escravos; tangomão (Sousa Viterbo) tanglomango,
brasileirismo, certamente da mesma origem, bestruço, avantesma, ou entidade perversa, no
folclore afro-americano. V. Luís da Câmara Cascudo, Dicionário de folclore brasileiro. Rio:
1954, p. 603.
1279 Luís dos Santos Vilhena, Cartas Soteropolitanas. Bahia: 1922, i, p. 136.
1280 Francisco de Lemos Coelho, Duas descrições seiscentistas da Guiné. Lisboa: Acad.
Port. da Hist., 1953, pp. 99–100, introd. Damião Peres. Na Bahia con rma-se que os
jangadeiros do Rio Vermelho são nagôs (provavelmente guineenses). De índios em jangada há
referências primitivas, a começar pela carta de Caminha, v. Luís da Câmara Cascudo, Jangada.
Rio: 1957, p. 65; v. g., Fernão Cardim, Trat. da terra e gente do Bras., p. 75, o costume, a gura-
se-nos, mesclado de africano e tupi, com forte contribuição nagô, nos termos da descrição
seiscentista de Lemos Coelho. Em jangada já se pescava em Pernambuco ao tempo dos
holandeses, como prova a evasão de Claes Claeszoon — em jangada — do Recife, na véspera da
capitulação, para informar as praças do Norte, C. R. Boxer, op. cit., p. 242.
1283 “Calundus e feitiços”, Gregório de Matos, ibid., vol. cit. e loc. cit. Nuno Marques
Pereira, O peregrino da América, i, p. 130, Rio, 1939, ed. da Acad. Bras., diz “adjuntos e festas
dos Calundus”.
1284 Nuno Marques Pereira, op. cit., i, p. 134, “pacto explícito”, do quimbundo, kigila,
preceito, em português, quizília.
1286 Mas é curioso observar que ainda em 1711 os minas valiam menos do que os angolas,
cf. carta régia de 27 de fevereiro, Pereira da Costa, Anais pernambucanos, v, p. 68.
1292 Ano noticioso e histórico, ii, p. 116; Francisco Antônio Correia, História econômica de
Portugal. Lisboa: 1929, p. 284.
1299 J. Lúcio d’Azevedo, Épocas de Portugal econômico, e E. Simonsen, ibid., ii, pp. 202–3.
1300 Docs. hist., xxxiii, p. 404. Mas em 1704 o governador-geral ainda mandava arrancar
todo o tabaco plantado em Maragogipe, Docs. hist., xl, p. 168, passim.
1301 Cartas, ii, p. 227. E Duarte Ribeiro de Macedo, Transplantação das frutas da Índia ao
Brasil, 1675.
1309 Docs. hist., ix, p. 451; ix, p. 364; e lxvii, p. 260. Em Pernambuco os dízimos em 1671
chegavam a 52 mil cruzados (isto é, a produção voltara a níveis equivalentes aos de 1618, antes
da guerra holandesa). Em 1688 (persistindo a crise do açúcar) valiam 40 mil, Docs. hist., x, p.
282. Em 1662, quando os senhores da Bahia falavam pela boca de Bernardo Vieira Ravasco as
suas di culdades, andavam em 20 mil, os da Paraíba em 3 mil (em vez de 93 mil, seu limite
anterior).
1311 Docs. hist., xxxviii, p. 371. Em 1691, subiam os dízimos da Bahia a 90 mil cruzados,
para caírem em 1693 a 66 mil, Docs. hist., xxxiv, p. 123, reagindo, em curva ascendente, depois
de 1695. Os motivos já foram ditos: a valorização do açúcar em virtude da escassez na
Inglaterra, e, logo, o con ito europeu da sucessão de Espanha.
1313 V. Teodoro Sampaio, O tupi na geogra a nacional; e Artur Neiva, Estudos da língua
nacional. São Paulo: 1940, p. 274.
1318 Carta de 1658, Pe. Sera m Leite, Novas cartas jesuíticas, p. 212 Sobre o mesmo ensino
em Portugal, Pe. Francisco Rodrigues, História da Companhia de Jesus na assistência de
Portugal. Porto: 1944, t. 3, i, pp. 69 e ss.
1319 Parecer do Conselho Ultramarino, 30 de janeiro de 1689, in Pe. Sera m Leite, Hist. da
Comp. de Jesus, vii, p. 202–9.
1320 Carta de el-rei a Matias da Cunha, 5 de fev. de 1689, Docs. hist., lxviii, p. 212.
1321 Sirva de demonstração desta verdade a profusão de temas cientí cos e literários dos
azulejos das salas de aula, assim do colégio da Bahia (galeria da antiga biblioteca) como do
colégio de Évora, onde têm realce os painéis do salão de física, com alusão às invenções,
inclusive de uma o cina de tecer, geogra a e loso a, belas-artes... (que ali vimos em 1945).
Não nos admire achar-se o nome de Molière num dos azulejos jesuíticos da Bahia. A idéia dos
compêndios com estampas antecipa-se naquelas guras de Évora, felizmente intactas, que
descrevem a pedagogia dos padres, como se fossem páginas de um livro ilustrado.
1322 Leia-se Domingos Maurício Gomes do Souto, “Balanço cultural dos jesuítas no Brasil”,
in Brasília. Coimbra: 1955, ix, pp. 251–311.
1324 Vida do Pe. Estanislau de Campos (Roma, 1765), Rev. do Inst. Hist., lii, p. 10.
1325 “Como de ver um mazombo [...]”, Gregório de Matos, Sátira, Obras. Rio: Acad. Bras.,
1930, iv, p. 206; “O Mazombinho Canário [...]”, Nuno Marques Pereira, O peregrino da
América. Rio: Acad. Bras., 1939, i, p. 59; Marcgrave, Morais, no Dicionário, Varnhagen, Pereira
da Costa, este in Anais pernambucanos, v, p. 220, fazendo antedatar para 1645, a propósito da
Carreira dos Mazombos, em Pernambuco, o vocábulo de aparente origem angolana, que pode
ser corruptela de mozambique, mozambo.
1328 Vicente Rodrigues Palha, tomou o hábito em 1599 (Capistrano de Abreu, nota
preliminar à História do Brasil. São Paulo: 1931, p. xii, 3ª ed.), e vivia em 1634, Fr. Jaboatão,
Catálogo genealógico, in Rev. do Inst. Hist., lii, p. 264. A amizade de Severim viera-lhe do
irmão, Fr. Cristóvão de Lisboa, referido na Hist., p. 612, custódio no Maranhão e botânico.
Enganou-se Capistrano, ao imaginar que vários capítulos do códice se extraviaram, razão por
que os supriu com excertos de Severim de Faria e de Fr. Antônio de Santa Maria, op. cit., p. 423.
Estudamos na Torre do Tombo esse códice original, que tem complemento inédito, Adições e
emendas que se hão de pôr na minha história do Brasil, e Lembranças para o Sr. Salvador de Sá.
Consta o texto de dois tomos encadernados, cuja unidade é evidente. Está a merecer edição
crítica aliviada dos acréscimos indébitos e completada com as adições do autor. Tendo
extratado essas notas (1945), projetamos publicá-las um dia.
1329 Grandeza das capitanias do Brasil, é título de Domingos d’Abreu de Brito, 1592, ms. na
Bibl. Nac. de Lisboa, citado pelo Visconde de Paiva Manso, História do Congo, Lisboa, 1877.
Publicou Fr. Nicolau de Oliveira, em 1594, Grandezas de Lisboa. — Ao que Rodolfo Garcia
disse dos Diálogos das grandezas do Brasil (dados à estampa na revista Íris, Rio, 1848, na Rev.
do Inst. Arqueol. Pernambucano, 1883–7, edição de nitiva na Acad. Bras., 1930) acrescentamos
que desde 1572, alvarás de 24 de fev., ms. na Bibl. Nac. do Rio de Janeiro, gura Bento Dias de
Santiago como contratante de dízimos em Pernambuco. Ambrósio Fernandes Brandão,
Brandônio do livro, era tesoureiro em Lisboa em 1604, cf. Coleção Cronológica da Legisl. de
defuntos, ausentes, etc., Rio, 1828. Ambos, Brandão e Álvares, cristãos-novos... como Santiago,
Denunciações da Bahia, pp. 518–20.
1330 Com gravura de Colin, em que Brasília aparece em forma de índia, e data, Bahia, 5 de
dezembro de 1655 (ed. de Lisboa, 1658). Da Vida de Anchieta, dedicada ao baiano Francisco
Gil de Araújo, há edição do Instituto do Livro, Rio, 1943.
1331 D. Francisco Manuel cita Carneiro entre os políticos, Cartas familiares, p. 342, ed.
Rodrigues Lapa. V. também Garcia, nota a Varnhagen, Hist. ger., iii, p. 152.
1332 Laudelino Freire, in Rev. da língua portuguesa, Rio, jan. de 1924 (núm. dedicado ao
Padre Antônio de Sá).
1333 Ramiz Galvão, “O púlpito no Brasil”, in Rev. do Inst. Hist., cxvi, p. 52; nossa História da
literatura baiana, pp. 43–4. E Scriptores Provinciae Brasiliensis, Pe. Sera m Leite, Hist. da
Comp. de Jesus no Brasil, i, p. 533.
1334 Assim, quanto a Fr. Eusébio de Matos, v. Afrânio Peixoto, Panorama da literatura
brasileira. São Paulo: 1940, p. 124; nossa Hist. da lit. baiana, p. 29. Do irmão de Gregório de
Matos, v. Orações fúnebres nas exéquias de... D. Estêvão dos Santos, Lisboa, 1735; Ecce Homo,
1677, Sermões, 1694. Ainda está para ser inventariado o sermonário luso-americano, o que só
será possível nas bibliotecas de Braga e da Universidade de Coimbra. — O reparo de Vieira
citado no texto, in Pe. Sera m Leite, Novas cartas jesuíticas, p. 260.
1340 Vida e obra, apesar de miudamente estudadas, J. F. Lisboa, Gonzaga Cabral, J. Lúcio
d’Azevedo, padres Francisco Rodrigues e Sera m Leite, Hernâni Cidade, Ivan Lins, para não
citar senão do século passado para cá — provocam ainda pesquisas documentais que lhe
revelam facetas obscuras e fascinantes. Os inéditos, além das Cartas, que completam a edição
em 3 tomos de J. Lúcio (de que preferentemente nos valemos, Coimbra, 1925) — a Claris
Prophetarum, de que há apógrafos (Pe. Sera m Leite, in Verbum, Rio, dez. de 1944, p. 267; e
Hist. da Comp., iv, pp. 192 e ss.), possuindo a Biblioteca Nacional do Rio o códice que foi do Pe.
Canesdi, e do Santo Ofício de Lisboa — merecem edição comentada. Os principais vão sendo
divulgados eruditamente por Hernâni Cidade, Clássicos Sá da Costa, Lisboa. Dos Sermões (ed.
princeps, iniciada em Lisboa, 1679), temos a boa tiragem portuense, de 1911 e a fac-sim., de
São Paulo, 1944. Anotamos os patrióticos (Col. Brasiliana, São Paulo, 1938); e dedicamos ao
episódio menos claro de 1683, na Bahia, um voluminho com algo novo, O crime de Antônio
Vieira, São Paulo, 1930. Ao genial jesuíta prestou a Bahia belas homenagens em 1897, por
ocasião do 3º centenário do falecimento (volume especial do Inst. Hist.); daí a placa de
mármore aposta à fachada da sua igreja-catedral. Mas o Brasil ainda não lhe fez a estátua,
comemorativa do espírito cívico e do fulgor verbal. A sua gura é inseparável da história da
eloqüência brasileira.
1342 Ver P. Calmon, O crime de Antônio Vieira, cap. i, São Paulo, 1930 — em que lhe
sumariamos a biogra a na última fase brasileira. Crime, no caso, foi o do sobrinho, mas cujas
conseqüências o governador desatinado lhe atirou aos ombros, acusando-o de proteger e
desculpar: crime de ser afeiçoado aos parentes, de quem foi desenganadamente benfeitor.
Profeta precário, entreteve-se Vieira em analisar as trovas de Bandarra, v. Cartas, i, p. 492... Não
acertou nos seus prognósticos de quem seria o verdadeiro D. Sebastião (ora D. João iv, ora
Afonso vi...), o rei do quinto império..., nem sequer quanto a ele próprio, pois em 1653 se dava
como “neste último quartel da vida”, Cartas, i, p. 303 e a viveu mais 45 anos!
1343 Ivan Lins, Aspectos do Padre Antônio Vieira, p. 312. V., deste esplêndido livro, o cap. 6
— sobre o lósofo e o moralista.
1344 Manuel Botelho de Oliveira, Música do Parnaso. Rio: Academia Brasileira, 1929, p. 51
(a original é de Lisboa, 1705).
1345 Pe. Manuel Bernardes, Nova oresta. Lisboa: 1706, iv, p. 47.
1347 As Obras de Gregório de Matos foram publicadas pela Academia Brasileira, 6 vols.,
coleção Afrânio Peixoto, Rio, 1929–33. Ao último ajuntamos uma notícia biográ ca. Conserva-
se inédito na Bibl. Nac. volume manuscrito, impublicável, das eróticas. Esparsas, distribuem-se-
lhe por vários códices, tanto na Universidade de Coimbra (cod. n. 399), sátiras (Boletim do
Arquivo Histórico Militar, vi, p. 162, 1936), como na de Évora. Temos códice incompleto pelo
qual foi possível corrigir muitas das impressas na imperfeita edição da Academia, carente de
crítica (aí se misturam às de Gregório poesias de contemporâneos, como a Descrição de
Sergipe, de Gonçalo Soares da Franca, cf. Brasília, i, p. 561, Coimbra, numerosas traduções de
Quevedo...). Biografaram-no, além do pernambucano Manuel Pereira Rabelo (que
identi camos como o presbítero Manuel Rebelo Pereira citado por Loreto Couto, Desagravos,
etc., Anais da Bibl. Nac., xxv, p. 22) — Araripe Júnior, Gregório de Matos, Rio, 1910; P. Calmon,
Obras de Gregório de Matos, ed. da Acad. Bras., vol. 6 (1933); Maria Del Cármen Barquiu,
Gregório de Matos, México, 1946. Diz-se com razão que não é dono da maioria dos versos
compilados naquelas Obras. Mas é preciso insistir: foram coligidas livremente, por pessoas que
as sabiam de cor, e misturavam o próprio e o alheio. Ele mesmo, com espírito de sátira,
certamente traduziu e aplicou às situações locais muitas poesias famosas, ou populares, do Siglo
de Oro. Não podemos esquecer, isto sim, que já o Padre Bernardes o considerara um homem
célebre...
1348 V. nossa História da literatura baiana, p. 53; aí, o repertório de autores e obras do
período, conhecido por “escola baiana”.
1349 “[...] clima bom entre todos”, Pe. Simão de Vasconcelos, Notícias curiosas e necessárias
das cousas do Brasil. Lisboa: 1668, p. 267.
1351 Império, cf. Gabriel Soares, Trat. descr., proêmio, tem o sentido camoniano, “No
governo do império [...]”, Lus., x, p. 62, que é o de Antônio Ferreira, “O português império que
assim toma [...]”, Poemas lusitanos, ii, p. 78, Col. Clássicos Sá da Costa. Do Brasil sadio, em que
se morria de velhice, falou Fr. Amador Arrais, Diálogos. Lisboa: 1846, pp. 303–5.
1352 Note-se a in uência dessa ênfase em espíritos confusos, como o daquele herético Pedro
de Rates Henequin que esteve vinte anos no Brasil e morreu queimado pela Inquisição em
Lisboa, em 1741, a dizer que o paraíso terreal cava nesta lusa América, Ernesto Ennes, in Rev.
do Arq. Municipal de São Paulo, lxxxv, p. 190 (1942). Compare-se com o que escreveu León
Pinelo sobre o paraíso neste continente, o 5º Império, do Padre Vieira (e de Menasseh-ben-
Israel) e o que adiante citamos, de Rocha Pita.
1354 Tornou-se proverbial o exagero nativista deste autor e a ele se referiu oportunamente
Oliveira Lima, nos estudos em Paris, sobre a civilização brasileira (1921). V. nossa História da
lit. baiana, p. 53.
1360 Obras escolhidas, Col. Clássicos Sá da Costa, iii, p. 46 (publ. por Hernâni Cidade).
Importa a contribuição sentimental (e cultural) que tais livros, sobre o Brasil, trouxeram à
de nição da sua autonomia.
1361 Cartas do Senado (Documentos históricos do Arquivo Municipal). Bahia: 1952, ii, p.
106, passim. O que a Coroa não dava, era o privilégio da Universidade de Évora (licenciatura
em loso a e doutorado em teologia) ao colégio da Bahia, como pedira a respectiva câmara em
1674 e reiterara em 1681.
1362 Accioli, Mem. hist., i, p. 223. Correspondia a equiparação ao curso médio (bacharelado
em ciências e letras). Com o da Bahia podiam os estudantes galgar um ano na universidade. A
Câmara de Olinda pediu (8 de agosto de 1680) e obteve este favor (27 de novembro de 81).
1363 Obras, ii, p. 82. Vários sonetos de Franca, com os de Gregório de Matos, guardam-se
em códice na biblioteca de Évora, Brasília, i, pp. 561–4, que ali consultamos em 1945. É a maior
porção de sua obra esparsa, quase perdida.
1364 Docs. hist., xxxi, p. 419. Foi mandada formar uma companhia de estudantes, em julho
de 1672, Docs. hist., xii, p. 234.
1367 A. Taunay, Obras diversas de Bartolomeu Lourenço de Gusmão. São Paulo: 1934, p. 38.
1369 Docs. hist., iv, p. 437 e x, p. 255. Agitações em 1666: Docs. hist., vii, pp. 276–7, e viii.
Doc. de 1781, os franciscanos da Bahia alegaram que de 1656 a 1719 se observara no convento
a alternativa, de guardiães portugueses e brasileiros, sem reeleição, e se queixaram que depois
de 1719 somente quatro naturais do Brasil tinham subido àquele cargo, ms. no Arq. Hist. Col.,
Lisboa. Esta luta interna, de prioridades, sufocada nos assuntos conventuais, de ne a latente
hostilidade de mazombos e reinóis.
1371 Carta de Afonso Furtado, 11 de junho de 1673, Docs. hist., vi, p. 276. Quem fosse Fr.
Poeira, diz a Crônica do Mosteiro de São Bento de Olinda, por Fr. Miguel Arcanjo da
Anunciação, p. 65, Pernambuco, 1940: o capelão do exército Fr. João da Ressurreição, “vulgo
Poeira, porque freqüentemente animava os soldados dizendo, tendo Deus nos corações, e o
mais vá tudo numa poeira”.
1372 Fr. Miguel Arcanjo da Anunciação, Crônica, cit., p. 71. E Docs. hist., x, p. 227.
Americanos contra europeus...
1377 V. Frei Antônio das Chagas, Cartas espirituais, seleção, pref. e notas de M. Rodrigues
Lapa, p. xiii, Lisboa. Para Vieira, no Maranhão, “o tempo que sobeja, [...] levam-no os livros de
Madre Teresa e outros de semelhante leitura”, Cartas, i, p. 111.
1378 Edgar Prestage, D. Francisco Manuel de Melo. Coimbra: 1914, p. 285; “A maior e mais
notável parte dos Apólogos dialogais foi escrita ou acabada no Brasil”.
1379 Vieira, carta de 1662, Pe. Sera m Leite, Novas cartas, p. 295.
1380 Em 1634 chegara à Bahia o Dr. Francisco Vaz Cabral, físico-mor, a atender os reclamos
da colônia: “Os moradores da dita escreveram muitas cartas pedindo médico”, Docs. hist., xxvii,
p. 387.
1382 V. Cartas, i, pp. 549 e ss., e em geral as sobre as missões do Maranhão e do Pará.
1384 Luís de Pina, Histoire de la Médicine Portugaise, Porto, 1934; M. Ferreira de Mira,
História da medicina portuguesa, p. 17; Pereira da Costa, Anais pernambucanos, iii, p. 35.
Possui a Biblioteca Nacional, do Rio, um exemplar do livro de Ferreira da Rosa, Lisboa, 1694.
1385 Rev. do Inst. Hist., lxxi, p. 80. Simão Pinheiro Morão clinicou em Pernambuco, de 1664
a 84, cf. Eduardo Coelho, in Brasília, i, p. 362. O seu Tratado único das bexigas e sarampo,
dedicado a D. João de Sousa, 6 de Lisboa, 1683 (reimpresso na Gazeta Médica de Lisboa, 1859),
Pereira da Costa, Anais pernambucanos, iii, p. 33. Por esse tempo (1638), não havia médico em
São Paulo, Rev. do Inst. Hist., tomo especial, i, p. 11, 1956.
1386 Doc. cit. por Ernesto Ennes, As guerras dos Palmares, pp. 408–9. Veremos a agitação
causada no país (1835–50) pela questão dos sepultamentos fora das igrejas.
1388 V. Pe. Sera m Leite, ibid., viii, p. 208; as referências aos vaticínios de Estancel nas cartas
de Vieira; doc. cit. por E. Ennes, ibid., p. 459. Os versos satíricos de Gregório de Matos, que
lembramos, in Obras, iv, p. 69.
1389 V. D. Clemente Maria da Silva Nigra, Construtores e artistas do Mosteiro de São Bento
do Rio de Janeiro. Bahia: 1950, ii, pp. 40–1.
1392 Germain Bazin, Histoire de l’Art. Paris: 1953, p. 281; J. B. Bury, in Portugal and Brazil.
Oxford: 1953, p. 158, edited by H. V. Livermore; Pál Kelemen, Baroque and Rococo in Latin
America. Nova York: 1951, p. 240; Reinaldo dos Santos, in As artes plásticas no Brasil. Rio:
Instituição Larragoiti, 1952, p. 154.
1393 Pe. Sera m Leite, Hist. da Comp. de Jesus, ii, p. 597, Lisboa, 1938 — sobre o Irmão
Francisco Dias. Como arquitetura pré-barroca consideramos a dos jesuítas antes da in uência
de Filipe Terzi, no meado do século xvii.
1395 Discípulo de Nicolau de Frias e do cosmógrafo-mor João Batista Lavanha (diz Sousa
Viterbo), cresceu a importância do seu nome depois que se soube ser da sua autoria a planta de
São Bento do Rio de Janeiro, D. Clemente Maria da Silva Nigra, in Revista do serviço do
patrimônio histórico e artístico nacional. Rio: 1945, n. 9, p. 9.
1396 V. Dom Clemente da Silva Nigra, Fr. Bernardo de São Bento, o Arquiteto Seiscentista
do Rio de Janeiro. Bahia: 1950 (publicado em 1956), pp. 20–1; e Germain Bazin, L’Architecture
Religieuse Baroque au Brésil. Paris: 1956, i, cap. iv. O Mosteiro de São Bento é virtualmente
obra desse admirável construtor, natural de Vila Real (1624–93). Quanto ao mestre Serão (sic),
trata-se do autor do Método lusitano de desenhar as forti cações, 1680, Luís Serrão Pimentel (v.
Inocêncio, Dic. Biobl., v, pp. 321–2).
1397 Gregório de Matos, Obras, ed. da Acad. Bras., xv, p. 197 (adaptação de Quevedo).
1398 Vieira, Cartas, iii, p. 631 (15 de julho de 1691). Em São Bento da Bahia tivemos ocasião
de assinalar as pedras numeradas. Pertencem a esse tipo, de igrejas que vieram para armar no
Brasil, as da Companhia (Catedral) e da Conceição da Praia. Nessa cidade e em São Luís do
Maranhão a pavimentação urbana foi feita em parte com pedras portuguesas, que lastreavam os
barcos desde o tempo de Vieira e Gregório de Matos.