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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”


INTRODUÇÃO
A Arte é a ferramenta por excelência capaz de lapidar a alma

humana. Ao tocar o homem, ela atinge sua mente e seu coração,

suscitando ou apaziguando seus anseios e emoções.

Ao longo de sua breve história, a 7ª Arte tornou-se mais

presente e relevante em nossa vida. Desde criança, assistimos

a filmes e, por meio deles,muitas de nossas aspirações, ideais

e pensamentos se desenvolvem. Buscamos em cada obra um

modo de compreender tanto a nós mesmos como o mundo ao

nosso redor.

Neste livro, desenvolveremos, com detalhes, os aspectos

abordados pelo documentário, mostrando por que o Cinema

é a mais impactante das artes, e como ele desempenha um

papel fundamental em nossa era, sendo tanto o promotor de

bons valores e sentimentos como o disseminador de ideologias

e falsas ideias.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
FADE IN:
[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“O Cinema é chamado da 7ª Arte por dois


motivos: primeiro, ele engloba as Artes
anteriores”

1. Música;

2. Dança;

3. Pintura;

4. Escultura;

5. Arquitetura;

6. Literatura;

7. Cinema.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
Ao assistir um filme é possível perceber que todos os

elementos que compõem a obra emprestam características de

outras artes.

O que seria de um drama se não houvesse uma boa trilha sonora?

Um musical sem a coreografia dos atores e das câmeras?

Um épico sem a composição e a harmonia da imagem?

Uma ficção científica sem os cenários fantásticos?

Ou uma boa história sem a tradição literária?

Um filme é resultado da criação de algo único, tanto em sua

estrutura artística como em seu modo de expressão narrativo. Por

congregar diferentes aspectos de diferentes artes, a composição

de uma obra cinematográfica possui um grande leque de

possibilidades, desde a forma até a mensagem que carrega. Tal

fator garante a um filme um poder de impacto jamais visto ou

experienciado em qualquer outra arte.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“ O número ‘7’ representa a perfeição. O

Cinema possui uma perfeição no modo como ele


retrata a realidade”.

Inception

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
Não é à toa que, desde sua invenção, o Cinema chamou a

atenção de todos, conquistando espaço e destaque dentro das

culturas ao redor do mundo. As histórias contadas entre as luzes e

sombras de um filme nos fazem enxergar nelas algo que diz respeito

a nós mesmos. Essa dinâmica envolve e fascina o ser humano.

Mesmo nas obras mais fantasiosas, encontramos esse

algo. Tal fator é um dos elementos responsáveis pela atração

que temos pelo Cinema, pelo mistério que ele representa e pela

promessa de descoberta que ele nos traz. Somos tomados pela

curiosidade que as histórias nos despertam, mas é o modo como

identificamos aspectos de nossa realidade em um filme que

captura nossa atenção.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
RITUAL RELIGIOSO
[Paulo Cursino] INT. CINEMA. DIA.

“Esse Cinema que faz as pessoas saírem de casa e

terem uma experiência coletiva, prestando a atenção

em algo é um ritual”.

A experiência de assistir a um filme foi interpretada pelo

escritor e crítico literário francês Roland Barthes como um evento

religioso. A ritualística envolvida em todo o processo, desde o

simbólico abrir das cortinas em cinemas mais antigos até a reunião

das pessoas, reflete uma das funções mais fundamentais da arte:

a busca pelo divino e pelo transcendente.

[Jonh J. Lee Jr.] EXT. QUINTAL. DIA.


“‘Quando as pessoas vão ao Cinema [...] o que elas

realmente querem, é ouvir Deus sussurrar algo tão

importante que penetre no mais profundo de suas almas’”.

O espetáculo que o Cinema pode proporcionar a alguém

vai muito além do impacto sensorial. Somos levados a uma sala

de cinema não meramente para assistir a um filme, mas para,

envoltos pela escuridão do ambiente, sermos surpreendidos por

um mistério, por uma revelação que se faz presente a partir do

primeiro feixe de luz que toca nossos olhos.


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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
LUZ E TREVAS

[Guilherme Freire] VOICE OFF.

“‘No princípio era Luz’ a primeira coisa da

arte do Cinema é a Luz. Acende uma luz e você passa

a enxergar...”

A luz é o principal elemento de um filme. É a presença dela

que nos dá a possibilidade de ver o que está na tela, porém sua

mera existência não garante a inteligibilidade da imagem. Para

que possamos ter a nitidez e a clareza de compreensão do que se

encontra diante de nós é preciso que haja também as trevas.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
[Guilherme Freire] VOICE OFF.

“Depois, Deus separa a Luz das Trevas. A primeira

experiência que você tem no Cinema é ver o filme

‘Preto e Branco’, ver a Luz e as Trevas, enxergar o

cinza entre as coisas.”

É a partir desse devido equilíbrio entre opostos que surge a

imagem. O resultado desse jogo luminoso já havia sido explorado

pelo Barroco1 , por meio do Chiaroscuro2 , mas é no Cinema que

seu potencial alcança outro nível.

Vocação de São Mateus, A Inspiração de São Mateus e O Martírio de São Mateus. Autor: Caravaggio

1  estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na
Itália, difundiu-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América.
2  se define pelo contraste entre luz e sombra na representação de um objeto.
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MOVIMENTO
[Guilherme Freire] VOICE OFF.

“No Gênesis, Deus lança o firmamento da Terra e

separa as águas das terras. Então o Movimento passa

do ‘nada’ para o algo se movimentando, da potência

para o átomo.”

O que diferencia o Cinema das outras artes visuais é que

até então nenhuma delas era capaz de expressar o movimento

de uma imagem com tamanha perfeição. O retrato das luzes e

sombras não mais se limita a um momento específico como em

uma fotografia.

[Diego Klautau] INT. CINEMA. DIA.

“Eu acho que essa é sacada: o Cinema é algo

mais do que a fotografia. Ele pode contribuir para um


movimento que ultrapassa o simples registro factual.”

O poder de representar o movimento garantiu à 7ª Arte a

capacidade de captar e conduzir a atenção do público de maneira

única através do tempo. Ao assistir a um filme, somos guiados

pela sucessão de eventos, pois, de maneira simples e intuitiva,

buscamos compreender o que está acontecendo e prever o que

poderá acontecer.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
CORTE
O corte é a técnica central do Cinema. Ele garante um

poder de impacto incomparável, pois, ao ser utilizado, conecta

momentos ou espaços diferentes de de um acontecimento a uma

ordem lógica de sucessão Assim aprofundando a comunicação

entre a obra e o espectador com um simples mover de imagens.

Isso possibilita que, em um milésimo de segundo, toda uma

janela de possibilidades se abra, de modo que o público adentre

a narrativa sem se dar conta disso.

[Guilherme Freire] VOICE OFF.

“Quando você coloca isso numa história, você

vê a importância do Corte.”

Em nossa realidade, a ação mais próxima de um corte

seria o piscar de olhos, no entanto, apesar de sua artificialidade,

compreendemos a importância dessa técnica e sentimos sua

necessidade ao contar uma história de maneira mais

orgânica e fluida.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
[Jonh J. Lee Jr.] EXT. QUINTAL. DIA.

“O que os maiores e mais importantes cineastas

fazem é condensar a história. Eles fazem com que

ela fale de maneira mais densa com o espectador.”

Para manter nossa atenção ao que é mostrado, é necessário

que a imagem seja dinâmica e converse visualmente com a

narrativa contada. Ou seja, o Cinema primeiro fala por meio das

imagens e posteriormente por meio dos diálogos.

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SOM
[Armando Fumagalli] INT. AUDITÓRIO. DIA.

“Obviamente, um momento em que a história do

Cinema mudou foi com o advento do áudio.”

A necessidade do som era algo evidente no Cinema

mudo. Como forma de contornar sua ausência, cartelas com

texto apareciam na tela para simular as falas dos personagens e

instrumentos musicais eram tocados nas salas de cinema junto

ao filme.

[Diego Klautau] INT. CINEMA. DIA.

“A introdução da palavra, do som e da música

no Cinema foi um elemento fundamental, pois agregou

mais ainda a experiência sensorial.”

O som possibilitou não somente o uso de trilhas sonoras

como também o de diálogos. O impacto dessa incorporação

foi a criação de filmes com uma camada ainda mais profunda e

impactante. O que a imagem não podia facilmente dizer, o som

foi capaz de expressar.

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SINFONIA
[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“O Tolkien fala que o mundo é criado numa

Sinfonia. Então, de certo modo, você espera ver uma

Sinfonia no Cinema.”

A mera combinação dos elementos que compõem o Cinema

não é capaz de dar significado e sentido a um filme. É justamente

o arranjo e a harmonia entre todos os aspectos visuais, sonoros e

técnicos que faz uma grande obra cinematográfica.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Você fecha a 7ª Arte com começo, meio e fim,

envolvendo o som, a luz, a imagem, as trevas e o

bem. Esses sím bolos em última instância vão falar


tam bém do elemento moral.”

Enquanto a imagem e o som tocam nossas emoções, é a

narrativa que instiga nossa razão. A história é o ponto de partida

para que a obra ganhe materialidade, unificando os diferentes

elementos técnicos de um filme ao reger a sinfonia das artes, que

é o Cinema.

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POR QUE CONTAMOS HISTÓRIAS?
O ser humano sempre possuiu a necessidade de expressar

e registrar os eventos vividos e as descobertas realizadas, desde

os aspectos mais banais da existência até os mais misteriosos e

complexos.

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“A Narrativa, ou seja, contar histórias, é uma

das formas primordiais que o ser humano tem para

entender o mundo.”

A vida e experiência dos mais velhos traduzia-se pela

sabedoria de suas histórias, que, contadas junto à fogueira, serviam

como forma de perpetuar ensinamentos por meio das gerações.

[Rafael Nogueira] INT. CINEMA. DIA.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
“Parece que isso é um ímpeto natural: o ser humano

quer histórias. [...] Ele é uma alma, irrepetível,

diferente de todas as outras, e ele quer saber todas

as possibilidades que estão diante dele.”

Começamos a compreender o mundo primeiro por meio

das narrativas e depois pelo reconhecimento de nossa realidade.

Assim, pouco a pouco, nossa percepção torna-se mais aguçada,

e diferentes aspectos, antes imperceptíveis, começam a ganhar

nitidez. Passamos a distinguir o comum do notável e o passageiro

do perene.

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MITO
O mito tem como função fundamental apontar para um

conhecimento ou tradição por meio da narrativa. Ou seja, ele atua

como uma bússola que nos permite explicar e determinar a origem,

tanto de nossa realidade como dos elementos que a compõem.

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“O Mito é a narrativa fundadora. São aq uelas

histórias q ue explica m para u ma comunidade como

o mundo é.”

As histórias que foram perpetuadas ao longo das gerações

carregam consigo os mitos que fundaram determinada cultura.

Ao buscar compreender esses mitos, estamos também buscando

desvendar quem nós somos e que legado carregamos.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“Quando os bardos cantavam a Ilíada para os

gregos, eles o faziam não só para entretê-los até

tarde da noite, mas tam bém para ajudá-los a se

reunir e reconhecer sua história.”

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PENSAMENTO SIMBÓLICO
[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“O pensamento humano é inevitavelmente simbólico.

E um modo privilegiado de símbolo é a narrativa.”

O verdadeiro diálogo que temos com um filme não se

resume ao modo como as imagens e sons falam conosco, mas o

que a soma desses elementos é capaz de evocar. Temos dentro

de nós um conjunto de percepções que, ao entrarem em contato

com os símbolos presentes nas histórias, revelam a complexidade

da realidade que nos cerca.

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“Quando assimilamos novas narrativas, estamos

assimilando novos modos de ver o mundo. Então


aspectos que antes eram meio invisíveis para nós

[...] se tornam visíveis.”

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EVOLUÇÃO NARRATIVA
[Jonathan Pageau] VOICE OFF

“O modo como as pessoas têm contado histórias

através dos milênios tem sido cada vez mais aprimorado

[...] Então, se olharmos para histórias antigas, à

medida que são passadas de geração para geração,

elas se tornam narrativas sim bólicas fortemente

condensadas.”

O contato com as narrativas que sobreviveram ao tempo

nos revela o arcabouço de experiências e conhecimentos

armazenados em nossa cultura, que encontram vazão por meio

de nossas tradições. Nesse aspecto, a Arte é fruto de uma tradição

de técnicas que expressam o que temos de mais belo e único. O

Cinema é a apenas a “sétima” potência desse aprimoramento.

[Paolo Gregori] INT. SALA. DIA.

“O grande salto que o Cinema dá é que, a partir

dele, qualquer ser humano é capaz de acompanhar uma

história.”

O Cinema é, por sua estrutura e modo de expressão, a arte que

alcança a todos. Seu amplo poder de disseminação e a facilidade

de compreensão de sua linguagem derrubam todas as barreiras

que existiam previamente. A 7ª Arte não se limita ao eruditismo,

pois pode ser apreciada também como entretenimento.

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PERSONAGEM
[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Deus cria à imagem e semelhança. O ator imita

algo, mas, se ele representa algo de profundo e

algo que eu já presenciei - algo que se relaciona

com minha história de vida -, eu consigo me ver

representado nele.”

Não basta que tenhamos símbolos e narrativas fortes se não

tivermos com que nos identificar numa história. O personagem é

quem cumpre essa tarefa, conectando emocionalmente o público

aos eventos de uma narrativa.

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[Rafael Nogueira] INT. CINEMA. DIA.

“O filme faz com que você consiga viver várias

vidas que você não poderia viver. Ele faz com que

você consiga sentir emoções que você não conseguiria

e o capacita a refletir sobre as possibilidades

dentro da sua própria vida.”

Nenhuma dessas emoções e reflexões seria possível sem

a figura de um personagem. Ele é o veículo por excelência que

nos conecta a uma história e nos guia por ela. É por meio dessa

conexão que experienciamos todos os dramas e sentimentos mais

complexos e profundos ao assistir a um filme.

[Bill Labonia] INT. SALA. DIA.

“O protagonista leva a gente junto com ele

para que sintamos coisas que não seríamos capazes

de sentir. Para experimentar um ponto de vista que

jamais seríamos capazes de experimentar e quiçá

chegar a uma conclusão a que nunca seríamos capazes

de chegar sozinhos.”

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JORNADA DO HERÓI
O protagonista é quem guia a história por meio de suas

ações e decisões. No entanto, o que o diferencia de qualquer outro

personagem não é meramente sua maior participação narrativa,

mas o modo como sua jornada é apresentada e contada de acordo

com uma ordem de acontecimentos simbólicos.

[Joseph Campbell1] INSERT.

“Existe uma sequência típica de ações do herói

que pode ser detectada em histórias no mundo todo

e em muitos períodos da história.”

1. Mundo Comum;

2. O Chamado;

3. Recusa;

4. O Mentor;

5. A Travessia;

6. Desafios;

7. A Caverna;

8. Provação;

9. Recompensa;

10. O Retorno;

11. A Ressurreição;

12. Novo Mundo.

1  mitologista, escritor, conferencista e professor universitário norte-americano. Conhecido por sua obra
“O Herói de Mil Faces”.

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[Entrevistador] INSERT.

Por que há tantas histórias sobre o herói ou

heróis nas mitologias?

[Joseph Campbell] INSERT.

Bem, é porque essas são as histórias que valem

a pena ser contadas.

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ESTRUTURA MÍTICA
[Victor Sales] VOICE OFF

“Acho que a Jornada do Herói reflete uma

estrutura mítica que fala sobre uma verdade humana

muito profunda.”

O mito, sendo a unidade fundamental de uma narrativa,

nos permite compreender aspectos da realidade que só seriam

inteligíveis a partir de um conhecimento muito profundo e anterior

a nossa existência. Para realizar tal proeza ele se ampara numa

estrutura.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“O Cinema, desde a Era de Ouro, está buscando

representar algo que nós perdemos: a ‘Jornada da


Nossa Alma’.”

Essa estrutura mítica é encontrada não apenas em filmes

mais contemporâneos que seguem a Jornada do Herói, mas

também nas grandes histórias clássicas. Tais elementos universais

estão presentes em todas as culturas do mundo e nos mais

diferentes períodos históricos.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
[Victor Sales] INT. CINEMA. DIA.

“Por isso, a Jornada do Herói tem como ponto

inicial a saída [...] Tirar a âncora que nos dá

conforto e subsídio existencial e partir em viagem.”

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O HERÓI
O Herói é o arquétipo central das narrativas clássicas. Dentro

dessa estrutura, é ele quem transpõe a jornada ao enfrentar seus

desafios e superar seus adversários. No entanto, tendemos a

compreender somente seu formato exterior e não enxergamos

as características que definem nossa concepção moderna do que

significa ser um Herói.

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“Herói para um grego é alguém que tem na árvore

genealógica um deus. E por isso ele é maior que um

ser humano comum.”

Se analisarmos heróis da Grécia antiga ou de outras culturas,

o conceito de heroísmo é completamente diferente do que temos

hoje. O que fazia um herói não era agir de maneira corajosa e

moral, mas, sim, buscar a fama, o reconhecimento e a imortalidade

ao ser eternizado numa lenda ou canção.

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“O que é um Herói para gente hoje? Ele é essa

pessoa grandiosa, que se sacrifica em nome de um

bem maior.”

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
Nossa noção distancia-se muito do que os antigos

concebiam, pois está calcada num ideal completamente diferente

– tanto pelos valores morais como pelas crenças que possuímos.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“O s h e r óis m odernos s ão baseados no

c av a lei r o c rist ão.”

Temos a história e o símbolo do cavaleiro cristão tão

enraizados em nossa cultura, que não o percebemos mais nas

histórias que contamos. Esse arquétipo narrativo é basicamente

o que vemos em todos os filmes sobre heróis; é a forma como

reconhecemos o heroísmo.

[Jonathan Pageau] VOICE OFF.

“O Herói é aquele que põe sua força a serviço

daqueles que não podem se defender.”

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HERÓI VS VILÃO
O Vilão é um arquétipo que possibilita uma profundidade

narrativa muito maior, pois é justamente a partir dele que uma

história desenvolve dramas e conflitos morais por meio do

contraste.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Grandes artistas do Cinema colocam o Vilão

como espelho do Herói.”

No entanto, a mera presença de um personagem como Vilão

não garante que a história seja mais densa. É necessário que haja

um desenvolvimento tanto do protagonista como do antagonista.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.


“Por que a cena do Darth Vader revelar ser o

pai é tão icônica? Porque ele é como o Luke. Ele era

um cavaleiro jedi que se corrompeu, e o Luke pode

se corromper.”

Uma das formas de se construir esse drama é trazer o

fundamento do conflito entre o Herói e o Vilão. O contraste entre

esses dois personagens revela que suas diferenças surgem do

que eles têm em comum.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
[Victor Sales] INT. CINEMA. DIA.

“Quando o Luke pode matar o Darth Vader e ele

renuncia à essa morte, ele converte o pai. Isso me

parece uma jornada do herói já de tipo cristã. É

difícil imaginar Aquiles fazendo isso…”

A partir do reconhecimento desses símbolos numa narrativa,

passamos a compreender a complexidade da relação entre bem

e mal. É ao explorarmos a complexidade dessa dicotomia que

encontramos o reflexo de nossa realidade.

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REALIDADE SIMBÓLICA
O Cinema atua como uma ponte entre o real e o fantasioso.

É por meio das diferentes histórias que nos são contadas que

aguçamos nossa percepção acerca de nossa realidade.

[Victor Sales] VOICE OFF

“A grande arte é sim bólica. Ela participa de

uma realidade maior, ela aponta para uma realidade

maior, ela apresenta uma realidade maior - espiritual,

transcendente, supra-histórica, que se comunica

com todas as gerações - e ela faz isso mediante

sím bolos.”

A 7ª Arte tornou-se capaz de materializar o que antes só

existia na imaginação e, no decorrer do século XX, consolidou-se

como nosso principal meio de contar histórias.

[Victor Sales] INT. CINEMA. DIA.

“Sem dúvida, o Cinema tem um impacto cultural,

moral, social, político e econômico na nossa sociedade

como nenhuma outra arte.”

A pergunta que fica é:

O que se pode conquistar com tamanho poder?

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O PARASITA PÓS-MODERNO
O desenvolvimento da linguagem cinematográfica

foi o primeiro passo para que a 7ª Arte fosse dominada. A

experimentação de diferentes técnicas resultou no aprimoramento

do Cinema, que passou a se comunicar de maneira mais nítida e

bela com o público – deixando de ser uma arte incompreendida

e tornando-se o principal instrumento de impacto do século XX.

A descoberta do potencial técnico e narrativo do filme foi

benéfica não apenas para aqueles que buscavam fazer grandes

obras e contar valorosas histórias, mas também para os que viram

a oportunidade perfeita de disseminar idéias questionáveis e

conquistar os corações e mentes de quem estava assistindo.

[Jonathan Pageau] VOICE OFF.

“Desde o início da história do Cinema, os


filmes têm sido uma ferramenta primordial para a

propaganda.”

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MUDANÇA DE GERAÇÃO
(ANOS 50 - 60)

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Grandes diretores, como Leo McCarey, John

Ford, Alfred Hitchcock, Akira Kurosawa estavam

envelhecendo. Então você tem toda uma geração de

Ouro que estava em seu crepúsculo.”

Após seu desenvolvimento no começo do século XX e uma

gloriosa Era de Ouro (1920 - 1950), o Cinema americano começava

a sentir o impacto das mudanças culturais que os anos 60

trouxeram. O público começa a se dispensar das salas de cinema,

devido à crise dos estúdios e ao surgimento da TV. Uma nova

geração de diretores buscava transformar a 7ª Arte, tanto em

matéria de narrativas e técnicas, como de mensagens e valores.

[Armando Fumagalli] INT. AUDITÓRIO. DIA.

“Nasce uma geração de jovens cineastas que

alcançam o ofício de diretores por serem grandes

amantes do Cinema.”

A Era de Ouro formou a primeira geração de Cineastas

completamente apaixonados pela 7ª Arte. O que diferenciava os

diretores dos anos 60 e 70 de seus antecessores era o fato de

terem sido criados dentro de uma cultura na qual o Cinema já

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
estava estabelecido e consolidado. Para eles, os grandes mestres

do passado eram seus professores.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Em matéria de aprendizado, eles eram

extremamente tradicionalistas. Na verdade, eles

aprenderam com o melhor da tradição cinematográfica,

por isso conseguiram inovar.

A inovação que trouxeram não se ateve somente ao modo

como suas histórias eram contadas, mas principalmente aos

valores, ideias e símbolos que elas carregavam.

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SUBVERSÃO
[Armando Fumagalli] INT. AUDITÓRIO. DIA.

“As mudanças dos anos 60 e 70 no Cinema são em

parte causa e em parte consequência das mudanças

sociais, políticas e culturais do período.”

Essa nova geração de cineastas não foi apenas influenciada

como também influenciou muito o pensamento da época. Muitos

dos debates, comportamentos e ideias presentes na cultura dos

anos 60 foram pautados pelo Cinema.

[RAFAEL NOGUEIRA] INT. CINEMA. DIA.

“O Julián Marías2, de maneira muito otimista,

pensava na capacidade educativa do Cinema. Mas,

quando lem bramos do contexto da Guerra Fria, essa

fecundidade educativa fez com que os filmes fossem


levados tam bém para a politização.”

A politização do Cinema deixou de ser uma política de

Estado, como havia sido durante a primeira metade do século, e

tornou-se uma estratégia do movimento de contracultura.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Há uma ideia de quebrar com os velhos costumes

[...] Os anos 60 são marcados por uma verdadeira

Revolução Cultural.”

2  filósofo espanhol, considerado o principal discípulo de José Ortega y Gasset.


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ICONOCLASTIA
A geração de diretores dos anos 60 e 70 buscava trazer uma

visão muito particular para o Cinema. Os temas de seus filmes e

o modo como são abordados refletem um ideal de ruptura não

apenas com os elementos culturais como também com a própria

tradição cinematográfica.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Os Cineastas dos anos 70 se veem como

Iconoclastas. Eles aprenderam com os mestres

clássicos, mas vêem seu papel como um papel de

iconoclastia.”

Esse aspecto mais autoral foi expresso no Cinema por meio

de uma linguagem provocativa, transgressora e muitas vezes

explícita. O que os diretores do passado comunicavam de maneira

sutil, agora poderia ser escancarado ao público.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
A quebra com os símbolos do passado foi uma maneira

impactante de inovar, no entanto os diretores que melhor souberam

cativar o público foram aqueles que sutilmente passaram suas

mensagens por meio de símbolos. Ou seja, foram aqueles que

não romperam diretamente com a tradição ou com as estruturas

narrativas já existentes, mas, sim, utilizaram-nas para sua própria

desconstrução.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
INFECÇÃO
METÁFORA

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
Do mesmo modo como o fungo zumbifica a formiga

para se disseminar, a ideologia aliena o indivíduo. Por seu

grande poder de envolvimento e disseminação, um filme

é o veículo perfeito para que os esporos de uma ideologia

cheguem a outros possíveis hospedeiros.

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CONTÁGIO
A metáfora do parasita foi um paralelo traçado pelo

iconologista Jonathan Pageau, comparando o modo como um

parasita atua na natureza e a forma como as estruturas simbólicas

têm sido infectadas por ideologias.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“A ideia de um parasita é um conceito muito

enraizado na teoria pós-modernista. Há alguns

pensadores, como Jacques Derrida3, que viam seu

trabalho como parasítico.”

Os estereótipos narrativos que pautam o modo como

contamos histórias pouco a pouco estão sendo contaminados e

desconstruídos. Os cineastas contemporâneos entenderam que,

para que uma mensagem seja passada de maneira eficaz, ela

deve estar associada a um símbolo, mesmo que este esteja vazio

de significado.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“Isso é chamado de Parasitismo Pós-Moderno,

[...] porque você tá só pegando um sím bolo que já

existe, esvaziando-o de seu significado e vendendo-o

3  filósofo franco-magrebino, que iniciou durante a década de 1960 a Desconstrução em filosofia.

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E-BOOK BP DOCUMENTÁRIO “A SÉTIMA ARTE”
vazio. Por isso que a nostalgia de hoje é vazia.

É uma nostalgia da exterioridade do sím bolo do

passado, mas ele não significa mais o que significava

anteriormente.”

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SINTOMAS
Essa desconstrução torna-se mais facilmente perceptível

quando observamos o processo de substituição de personagens

que tem ocorrido mais recentemente.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“Há definitivamente uma estranha tendência de

substituição nas histórias. Por exemplo, por que

precisamos de um Sherlock Holmes feminino? Inventem

uma heroína incrível. Por que não podemos ter uma

personagem feminina original que seja poderosa?”

Essa estratégia salta aos olhos do público, pois, ao buscar

empatia e profundidade num personagem, automaticamente

o comparamos com sua versão original. É por esse motivo que,

para ter sucesso, o parasita necessita também apagar a memória

do que o antecede.

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“[...] E você tem que botar o protagonismo

nas classes oprimidas. Mas esse protagonismo foi

conquistado com qual jornada? Qual busca da alma

humana?”

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A desconstrução só é eficaz quando o público perdeu o

referencial das histórias clássicas e está preso ao vazio moral e

espiritual da política.

[RAFAEL NOGUEIRA] INT. CINEMA. DIA.

“E, vejam bem, eu nem sempre acho que um

componente político, entre outros componentes da

arte do Cinema, seja ruim. O ruim para mim é a

politização - tudo ser submetido ao caldeirão da

política.”

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ESTÁGIO TERMINAL
[Bill Labonia] INT. AUDITÓRIO. DIA.

“A gente vê, cada vez mais, filmes que são

celebrados não pela sua forma, pelos seus personagens

e por suas histórias, mas, sim, por sua mensagem

- sobre o que o filme está advogando. Pois ele

está sendo celebrado não artisticamente, e sim

politicamente.”

Quando um filme perde a profundidade de seu aspecto

artístico, torna-se meramente um veículo estético com propósito

de entregar uma mensagem, ou seja, um instrumento ideológico.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“Eu acho que, à medida que os filmes forem se

movendo em direção à propaganda, com certeza, eles

começarão a perder profundidade sim bólica. E, por

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fim, eles acabarão perdendo tam bém a atenção do

público - isso vai acabar acontecendo por si só.”

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“É um fato que o Oscar bateu o recorde de baixa

audiência. As pessoas não veem mais relevância na

premiação. Aquele romance da Era de Ouro se perdeu,

e a família comum já não tem mais a mesma relação

com o Cinema.

A perda de interesse do público reflete quão rasas e pouco

criativas têm sido as histórias que contamos. Enquanto o espetáculo

visual e o impacto dramático tocam nossas emoções, a jornada

da nossa alma foi deixada de lado. Esse abandono é resultado da

crescente desconstrução dos símbolos e de seus significados. O

parasita tem enganado o corpo enquanto devora a mente.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“Uma hora isso tudo vai ter que acabar, porque

[...], se você forçar certas narrativas nas pessoas e

continuar forçando e forçando, vai chegar uma hora

em que elas não vão mais se importar e não vão mais

prestar atenção às suas histórias - não importa

quantos milhões de dólares você investir nelas.”

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A CURA
A história do cinema não é a história de como as máquinas

se desenvolveram, ou de como os meios difusores permitiram

o amplo acesso aos filmes. Tudo isso faz parte. Mas, desde que

entramos no século XX, a história do Cinema é o registro da

imaginação pertencente ao homem moderno: para onde ele está

indo, do que ele tem medo, o que ele busca e, principalmente, no

que ele acredita.

Todos nós, independentemente da quantidade de filmes

que assistimos, somos afetados por esse parasita em algum grau,

seja por meio da repercussão que Cinema tem na cultura, seja

pelas ideias que circulam no debate público.

As histórias que contamos definem muito de quem somos

e quem as futuras gerações serão. Só encontraremos a cura para

tal parasita se redescobrirmos o significado que uma narrativa

pode ter em nossa vida.

Para que isso ocorra precisamos buscar nos filmes que

assistimos, algo maior do que o mero impacto sensorial. Seja:

1. A Luz que alcança nossa alma;

[Guilherme Freire] INT. CINEMA. DIA.

“No ponto mais elevado do Cinema, ele permite

enxergar uma luz que muitas vezes está oculta nas

coisas que eu vejo de imediato.”


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2. O Transcendental numa História;

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“As histórias mais condensadas são as histórias

religiosas [...] Essas narrativas estão tão arraigadas

em nossa cultura, que não as percebemos mais [...]

Nós gostamos dessas histórias porque reconhecemos

algo de transcendente nelas.”

3. A Comunhão;

“[...] Só pelo fato dessas histórias terem reunido

um número tão grande de pessoas, isso as insere no

padrão que termina manifestando a realidade, acaba

sendo o padrão que une a realidade.”

4. A verdade numa narrativa;

[Bernardo Brandão] INT. CINEMA. DIA.

“São histórias que falam sobre aspectos profundos

da existência humana. Então, quando a olhamos, nós

encontramos a verdade naquela narrativa.”

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5. O Aprendizado a partir da imaginação;

[Diego Klautau] INT. CINEMA. DIA.

“A gente perde muito tempo vendo outros mundos

porque sabe que este não basta. A gente sabe que

existe uma vocação do homem para além daquilo a que

ele está restrito.”

6. As respostas para as perguntas que não nos deixam

dormir à noite;

[John J. Lee Jr.] EXT. QUINTAL. DIA.

“Nós queremos as respostas para as grandes

perguntas. Por que eu estou aqui, de onde eu vim,

para onde eu vou? Qual o significado da vida? Não

importa se for um filme de ficção científica ou

terror, ou um grande drama ou uma comédia. Quanto

mais verdades eles dizem, mais eles cativam o

público.”

7. A Jornada da nossa Alma.

[Jonathan Pageau] INT. SALA. DIA.

“Nossa sociedade se mantém unida por meio do

autossacrifício. É, na verdade, mais pelo dele do

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que por meio de qualquer outra narrativa [...] É pelo

autossacrifício que nos mantemos unidos, porque é

só a partir do sacrifício de algum aspecto de si

que conseguimos amar os outros.”

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