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As couraças dos
Pampas
A força blindada no
Rio Grande do Sul
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Fotos: Helio Higuchi
■ 1º Regimento de Carros de Combate (1º RCC), em Santa Maria
■ 4º Regimento de Carros de Combate (4º RCC), em Rosário do Sul
■ 4º Regimento de Cavalaria Blindado (4º RCB), em São Luiz Gonzaga
■ 6º Regimento de Cavalaria Blindado (6º RCB), em Alegrete
■ 9º Regimento de Cavalaria Blindado (9º RCB), em São Gabriel
sual, os blindados do 1º RCC usam pin-
tadas, de forma permanente, insígnias ■ 1º Regimento de Cavalaria Mecanizado (1º RCMec), em Itaqui
destinadas a evitar o chamado “fogo ■ 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado (2º RCMec), em São Borja
amigo”. Cada esquadrão é composto por ■ 3º Regimento de Cavalaria Mecanizado (3º RCMec), em Bagé
três pelotões com quatro veículos, fican-
do o décimo-terceiro para o capitão co- ■ 5º Regimento de Cavalaria Mecanizado (5º RCMec), em Quarai
mandante da subunidade. ■ 7º Regimento de Cavalaria Mecanizado (7º RCMec), em Santana do Livramento
O índice geral de disponibilidade está ■ 8º Regimento de Cavalaria Mecanizado (8º RCMec), em Uruguaiana
em torno de 65%, com o Esquadrão Dra-
gão apresentando 100%. Considerando ■ 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado (12º RCMec), em Jaguarão
que qualquer carro de combate, mesmo ■ 19º Regimento de Cavalaria Mecanizado (19º RCMec), em Santa Rosa
durante sua revisão periódica de 2º es- ■ 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), em Santa Cruz do Sul
calão, é considerado indisponível, aque-
le indicador pode ser considerado alto. ■ 29º Batalhão de Infantaria Blindado (29º BIB), em Santa Maria
O maior causador da indisponibilidade, ■ Esq. de Comando da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Esqd Cmdo 1ª Bda CMec), em Santiago
longa em alguns carros, é a dificuldade ■ Esq. de Comando da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Esqd Cmdo 2º Bda CMec), em Uruguaiana
em se encontrar sobressalentes para o
sistema de estabilização de tiro do ca- ■ Esq. de Comando da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (Esqd Cmdo 3ª Bda CMec), de Bagé
nhão de 105mm e outros componentes ■ 6º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (6º Esqd CMec), em Santa Maria
eletrônicos da torre, pois como os ■ 8º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (8º Esq CMec), em Porto Alegre
Leopard foram adquiridos da Bélgica, e
este foi o único país que adotou um sis- ■ 3ª Companhia de Comunicação Blindada (3º Cia Com Bld), em Santa Maria
tema de controle de tiro SABCA, as pe- ■ Centro de Instruções de Blindados (C I Bld), em Santa Maria
ças para reposição são extremamente ■ Parque Regional de Manutenção da 3ª Região Militar (Pq R Mnt/3), em Santa Maria
raras e caras.
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1ºRCC
Carros de combate Leopard 1BE, do 1ºRCC, no Campo de Instrução de Santa Maria
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Impressões de um “passageiro” de blindados
urante a visita às OMs descritas nes-
te trabalho, fomos convidados a an-
dar em alguns blindados para-se ter uma
melhor impressão do comportamento
deles no ambiente QT
No PqRMnt/3, trafegamos durante
aproximadamente 15 minutos a bordo de
um Leopard 1A5. Ficou comprovado o
seu bom estado e, como estão sendo
duramente testados num campo de pro-
vas, pudemos constatar a eficiência da
sua suspensão ao transpor terrenos aci-
dentados, lamaçais e poças d’água. O
blindado manteve-se sempre estável, ofe-
recendo relativo conforto aos ocupantes.
No 1º RCC, o teste foi efetuado, du-
rante quase uma hora, em um Leopard
1BE no Campo de Instrução de Santa Helio Higuchi a bordo de um Leopard 1BE
Maria. O comandante do carro fez ques-
tão de passar por vários trechos aciden- eixo, fazer manobras para frente ou para trás, “Vovô”, colocado em condições de roda-
tados e alagados com incrível velocida- e constatamos que o canhão, junto com a gem, como o motor radial Continental origi-
de, e mostrava os locais onde o M-113B torre, permaneceu travado mirando o tem- nal. Foi uma verdadeira honra poder andar
não consegue transpor ou acompanhar po todo em direção ao alvo. no Sherman mais antigo que o EB operou,
naquela velocidade. No final, quando avis- Segundo dados do fabricante, a uma fruto da determinação e abnegação de dois
távamos o 1º RCC a uma distância aproxi- distância daquelas, a possibilidade de acer- oficiais, o 1º tenente Milton Francisco Paiva,
mada de mil metros, o artilheiro recebeu to no alvo no primeiro tiro, com o veículo do Pq R Mnt/3, e o 1º tenente Fabiano Soa-
ordens para girar a torre, mirar e “travar” em movimento, é de 85%. res, do 1º RCC, os quais dedicaram vários
um alvo determinado. A fim de demons- Também não poderíamos deixar de regis- dias e noites para restaurar e colocar em
trar a eficiência do sistema de tiro, o mo- trar que, durante a visita ao 1º RCC, andamos funcionamento mais uma parte da História
torista do carro passou a pivotar sobre seu em um velho conhecido, o CCM M4 Sherman do Exército Brasileiro.
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No momento, o 4º RCB está equipa-
do com o CC M41-C Caxias, sendo 10
da versão BR1 (com o cano curto, de 39
calibres) e 22 de BR2 (com cano longo,
de 50 calibres) distribuídos em dois es-
quadrões de 16 carros e um para o Es-
quadrão de Comando. Os dois esqua-
drões de fuzileiros alinham 34 VBTP
M113-B, com catorze carros, outros qua-
tro no Esquadrão de Comando e Apoio
(um deles transformado em ambulância)
e dois no Esquadrão de Comando.
Como estão no final de sua vida útil,
tem sido extremamente difícil manter
operacionais os M41-C e apenas 12 de-
les estão em condições de rodar. Devido
à sua breve retirada do serviço, sua ca-
deia de suprimentos há anos deixou de
existir. Já os M113-B apresentam um bom
índice de operacionalidade, embora sin-
tam falta de peças essenciais como os
trens de rolamento.
Está prevista a troca dos M41-C pe-
los Leopard 1BE, que virão dos RCC, o
que representa um considerável incre-
mento na doutrina da unidade, estando
em cogitações, para até o final deste
ano, a possibilidade de receber pelo
menos um pelotão (quatro carros) des-
ses veículos. Os M113-B, por enquanto,
constituem uma incógnita, pois necessi-
tam de uma modernização urgente, prin-
cipalmente, para poder acompanhar os
CC Leopard nas forças tarefas. M-113B, versão ambulância, pertencente ao Esquadrão de Comando e Apoio do 4ºRCB
3º Regimento de Cavalaria Mecanizado
um de Comando e Serviços, com um toróide mais finos, mas com uma banda sistema 8x8, com dois eixos para fazer
total de 23 EE-9 Cascavel e 10 EE-11 de rodagem bem mais espessa (aten- curvas, causa muita preocupação, devi-
Urutu. Em tese, cada esquadrão é com- dendo às necessidades dos Urutu, no do a um suposto aumento do desgaste
posto por um pelotão com três Cascavel Haiti, que tinham os seus pneus corta- do eixo, o que acarretaria em aumento
e dois Urutu. A realidade, no entanto, é dos por detritos nas ruas). A adoção de trabalhos e custos de manutenção.
outra, pela carência de VBTP EE-11 Urutu, desses pneus no Cascavel requereu al- Há informações de que todos os 16 pro-
dos quais vários estão sendo mobiliza- gumas mudanças na proteção da sus- tótipos da pré-série sairão 6x6 e com
dos para a Força de Paz no Haiti. O Es- pensão Boomerang, já que em função torre eletrônica, equipada com um ca-
quadrão de Comando e Serviços possui de sua largura, raspavam na saia. nhão de 30mm. Nada disso está confir-
também nove Caminhões REO 2 ½ tone- O projeto VBTP-MR desenvolvido em mado e o que se sabe é que, tanto os
ladas 6x6, um caminhão Mercedes-Benz parceria com a IVECO, popularmente EE-9 como os EE-11, apesar de resis-
1418 5 toneladas 4x4, quatro Engesa EE- chamado de Urutu III, ainda está na fase tentes e duráveis, estão chegando ao fim
34 1 1/2tonelada 4x4, três Marruá AM-2, de estudos para a construção dos protó- de suas carreiras, tornando imprescin-
14 Jeep CJ5-B Willys-Bernardini e um tipos. Para alguns militares a adoção de dível substituí-los em futuro próximo.
Land Rover 90. Conserva, em condições
de rodagem, um veículo histórico, um
meia lagarta M5, remotorizado no Brasil
com um motor Perkins (ver T&D nº 116
– História e Militaria).
Os RCMec do Rio Grande do Sul fo-
ram as primeiras OM a serem equipa-
das com os blindados Engesa EE-9 Cas-
cavel e, por este motivo, a maioria des-
ses veículos são do modelo mais antigo,
com transmissão mecânica. Entretanto,
no 3º RCMec, são os preferidos dos mi-
litares, pois, segundo eles, a transmis-
são mecânica seria mais confiável em
ambiente QT (Qualquer Terreno).
A unidade prefere operar com os
pneus dos seus blindados sem as toróides
(equipamento colocado no interior do
pneumático para dar proteção contra
armas leves), pois este equipamento,
além de tornar o carro desconfortável,
acelera o desgaste dos pneus e da sus-
pensão. Todavia, elas podem ser
O EE-11 Urutu da Companhia de Comando do 3ºRCMec está equipado
recolocadas rapidamente. Recentemen-
te, o EB encomendou pneus novos com com uma caixa na parte posterior para transporte de equipamentos
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29º Batalhão de Infantaria Blindado
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Os seis Leopard 1A5 recém chegados da Alemanha estão sendo extensamente testados no campo
de testes do PqRMnt/3. Apesar de virem sem a revitalização estão em excelente estado
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O
ÇÃ
A
E RV
E S
PR
O M4 Sherman
restaurado e
em condições
de rodagem,
estacionado em
frente ao prédio
principal
do 1ºRCC
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O Centro de Instrução de Blindados-
CIBld de Santa Maria está mobiliado
com 8 carros de combate M60A3 TTS
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