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Estudo Dirigido 2.3 Medina Augusto
Estudo Dirigido 2.3 Medina Augusto
FACULDADE DE DIREITO
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
PROF. DR. RAONI BIELSCHOWSKY
MONITORES, LORENA OLIVEIRA E MARIA CLARA S. M. CAMPOS
TURMA 78, SEMESTRE 2019.1
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É possível identificar a crise da democracia brasileira por meio de Bonavides, na sua visão o
sistema cria uma separação entre o Estado e a sociedade, essa separação se efetiva conforme
os processos eleitorais se mostram viciados, enganosos, é fácil perceber que em várias
ocasiões o interesse dos representantes é totalmente divergente do interesse dos representados.
Esses direitos foram criados para proteger os homens, deles mesmos e do aparato estatal, tem
origem nas tradições, em fontes materiais como civilizações e pensamentos jurídicos. É
resultado de transformações de diversas concepções.
“[...] são, neste sentido, direitos humanos de primeira geração, que se baseiam numa clara
demarcação entre Estado e não-Estado, fundamentada no contratualismo de inspiração
individualista. São vistos como direitos inerentes ao indivíduo [...]” (LAFER, Celso)
A segunda geração dos direitos fundamentais faz com que o Estado possibilite as mínimas
condições de vida com base na dignidade, assim surgem os direitos sociais, culturais e
econômicos, eles vêm para somar com os direitos de primeira geração
“[...] século marcado por convulsões bélicas, crises econômicas, mudança sociais e culturais e
progresso técnico sem precedentes (mas não sem contradições), o século XX é, muito mais
que o século anterior, a era das ideologias e das revoluções. [...] É, portanto, um século em
que o Direito público sofre poderosíssimos embates e em que à fase liberal do Estado
constitucional vai seguir-se uma fase social” (MIRANDA, Jorge)
A terceira geração dos direitos fundamentais está atrelada ao Estado democrático, na época,
surgiu a proteção internacional aos direitos humanos, pensando no ser humano como essência
e futuro, vem para afirma o caráter universal da dignidade humana, trata de questões que
podem afetar o todo como paz, preservação do meio ambiente e no bem-estar coletivo, pode-
se dizer que nessa geração existe uma síntese das anteriores.
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“Os direitos fundamentais, como resultado da personalização e positivação constitucional de
determinados valores básicos (daí seu conteúdo axiológico), integram, ao lado dos princípios
estruturais e organizacionais (a assim denominada parte orgânica ou organizatória da
Constituição), a substância propriamente dita, o núcleo substancial, formado pelas decisões
fundamentais, da ordem normativa, revelando que mesmo num Estado constitucional
democrático se tornam necessárias (necessidade que se fez sentir da forma mais contundente
no período que sucedeu à Segunda Grande Guerra) certas vinculações de cunho material para
fazer frente aos espectros da ditadura e do totalitarismo” (SARLET, Ingo)
Na Constituição brasileira podem ser encontrados alguns “remédios” que são classificados
como garantias fundamentais, como habeas corpus, mandato de segurança, ação popular;
esses são recursos jurídicos que servem para assegurar direitos.
3 – O paradoxo citado na passagem possui diversas formas. A democracia pode ser vista
como um autogoverno do próprio povo, as pessoas tomando decisões importantes entre si
mesmas, sobre as normas que organizam a sociedade. Já o constitucionalismo pode ser visto
como um freio ou contenção das decisões populares por meio da norma fundamental superior,
a constituição, feita para organizar e regular o sistema. Conciliar essas duas coisas não é fácil,
se democracia é o processo em que o poder emana do povo, esse poder inclui a o conteúdo da
constituição, ou seja, as normas que limitam e coordenam o Estado e o povo, mas se o
constitucionalismo vem para impor limites à soberania popular, alguns elementos da norma
fundamental superior devem estar fora do campo das demandas democráticas, esse é o
problema.
O constitucionalismo surge com a ideia de preservação de algumas regras jurídicas que devem
estar no topo do ordenamento jurídico, com o intuito de limitar o poder estatal. Por ser uma
norma, seu conteúdo deve abranger todas as outras espécies normativas, principalmente por
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meio da interpretação por parte das instituições do Estado e do próprio povo. Esse arranjo
estaria incompleto sem a democracia, porque sem ela iria ocorrer um processo de acomodação
constitucional, ia existir uma estagnação normativa e as demandas contemporâneas não
seriam supridas. A combinação dos dois só funciona porque a democracia tenciona o
constitucionalismo por meio de renovações e reinterpretações, em um constante e incessante
processo de renovações que pode ser iniciado pelo povo ou pelos órgãos da justiça.
“[...] Negri aponta entre a democracia como forma política do poder constituinte e o
constitucionalismo enquanto aquilo que o limita e, ao fazê-lo, nega a própria democracia,
entretanto essa tensão entre ambos é altamente produtiva. ” (NETO, 2007)
Portanto, é evidente que existe uma tenção, mas um elemento é complemento do outro, a
democracia é um processo de decisões constituídos por meio de argumentação e comunicação
com o intuito de produzir decisões moralmente corretas para a sociedade, o
constitucionalismo tem caráter regulador, vem para regular o processo democrático por meio
de limites e predeterminações. Assim, a democracia só é realizada se estiver unida a um
regulamento jurídico, este posto por uma norma fundamental superior, da mesma forma que
uma constituição só é legitima quando o povo exerce a sua vontade.
A primeira Constituição brasileira foi a Constituição imperial de 1824, ela não comtemplava
nenhum mecanismo de controle judicial de constitucionalidade das leis, a única referência
expressa dizia para o Poder Legislativo promover a “guarda da Constituição” e ao Poder
Moderador interferir nos demais poderes.
6 - As constituições de 1824 e 1891 são de caráter liberal pois estão ligadas aos direitos
fundamentais de primeira geração que são direito a vida, a liberdade, a propriedade, liberdade
de expressão e a participação política e religiosa. Participação essa que na época era
excludente visto que a constituição de 1824 ficou conhecida como Constituição da Mandioca,
pelo fato de que apenas quem possuía certa quantia de capital podia participar da política na
época.
Já as constituições de 1934, 1937 e 1946 possuem um caráter social ligado aos direitos
fundamentais de segunda geração, que procuram uma concretização de um ideal de vida digna
para a sociedade com intervenção estatal. Isso ocorreu pois Vargas procurou apoio popular
criando direitos trabalhistas e meios para melhorar a vida do cidadão brasileiro se
preocupando não só com direitos de liberdades individuais, mas com direitos sociais,
econômicos e culturais.
A constituição militar de 1967 não se encaixa em nenhuma das fases constitucionais pois é
uma exceção histórica.
Concluindo, temos a constituição de 1988 que possui caráter democrático remetendo aos direitos
de terceira geração que são ligados a valores de solidariedade relacionados ao progresso e proteção
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do gênero humano. A constituição de 1988 possui esse caráter por ser a primeira após a ditadura
período onde houve muitas violações dos direitos humano.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
SOUZA NETO, Cláudio Pereira; SARMENTO, Daniel. Direito constitucional: teoria, história e
métodos de trabalho. 2.ed. Belo Horizonte: Fórum, 2016.