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A história de Eli

Sumário

Capítulo 1: O Chamado de Eli


A Negação e o Início da Jornada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Capítulo 2: Recusa do Chamado


A Raiva e a Aceitação do Desafio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Capítulo 3: A Jornada de Eli


A Barganha e a Descoberta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Capítulo 4: A Provação Suprema


A Depressão e o Crescimento Interior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Capítulo 5: O Retorno de Eli


A Aceitação e a Inspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
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1. O Chamado de Eli
A Negação e o Início da Jornada

Na tranquila floresta onde Eli passou a maior parte de sua vida, havia
uma harmonia constante. Ele cresceu cercado pelo carinho de sua
manada e pela sabedoria de seu pai, o líder respeitado. Eli, no entanto,
sentia um anseio profundo dentro de si. Ele ansiava por algo mais, algo
que pudesse dar significado à sua existência.
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A morte de seu pai, que ocorreu de maneira inesperada, lançou uma


sombra de tristeza sobre a floresta. Eli, jovem e inexperiente, de
repente se viu na posição de líder, com os olhos da manada voltados
para ele em busca de orientação. A negação, a primeira fase do luto,
envolveu-o como uma névoa espessa.

Ele não conseguia acreditar que seu pai se fora para sempre. Recusava-
se a aceitar a realidade, como se sua negação pudesse trazer seu pai de
volta. Eli, atormentado por dúvidas, questionava-se se deveria assumir
o fardo da liderança ou permanecer na sombra de seu pai, repetindo as
mesmas coisas - seu pai sempre fora um grande mestre e um bom
guerreiro - não seria nada demais repetir o caminho do pai.
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Foi nesse momento que ele encontrou Sam, um pássaro sábio e antigo
habitante da floresta. Sam, com suas asas envelhecidas e olhos
brilhantes, representava a figura de mentor que guiaria Eli em sua
jornada.

"Vejo em seus olhos um desejo ardente, jovem Eli," disse Sam com a voz
serena como o vento nas árvores. "Você busca algo mais, algo que vai
além das fronteiras da floresta que você conhece."

Eli, com o coração pesado, contou a Sam sobre a morte de seu pai e a
responsabilidade que agora recaía sobre seus ombros. Sam ouviu com
paciência e então falou: "A perda de seu pai é uma tristeza que nunca
desaparecerá completamente, mas ela pode ser transformada em algo
significativo. Sua jornada é o primeiro passo."

Com essas palavras, Eli sentiu uma centelha de esperança. Talvez


houvesse um propósito maior reservado para ele além da liderança
tradicional. Ele começou a se perguntar se poderia encontrar seu
próprio caminho, honrando seu pai de maneira única.
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A negação gradualmente se dissipou, dando lugar a uma determinação


crescente. Eli estava pronto para abraçar a aventura que o aguardava,
uma jornada de autodescoberta em busca de seu verdadeiro propósito
na floresta e na vida.
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Com Sam como seu mentor, ele deu seu primeiro passo em direção ao
desconhecido, com o eco das palavras do sábio pássaro em seu
coração: "A jornada é o primeiro passo, Eli. E é uma jornada que o
ajudará a descobrir seu propósito."
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2. Recusa do Chamado
A Raiva e a Aceitação do Desafio
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Eli, agora empenhado em sua jornada, deixou para trás a sombra da


negação, mas uma nuvem de relutância e raiva pairava sobre ele. Ele
hesitava em abandonar a segurança de sua vida anterior e questionava-
se se estava à altura do desafio que tinha pela frente. Essa era a fase da
raiva do luto, uma fase que muitas vezes se manifesta como resistência
à mudança.

Ele caminhava pelas densas matas da floresta, refletindo sobre as


palavras de Sam. Enquanto as árvores altas lançavam sombras
inquietantes e os murmúrios dos riachos sussurravam dúvidas, Eli
sentia a intensidade de sua própria raiva crescer.

"Por que meu pai teve que partir tão cedo?" ele se perguntava, o tom de
revolta presente em sua voz. "Por que eu, um jovem e inexperiente
elefante, devo assumir a liderança? Isso não é justo!"

Seus passos eram marcados por uma inquietação interna, e sua


tromba, geralmente tão majestosa, pendia pesadamente. Ele ansiava
por voltar ao tempo em que seu maior desafio era brincar com os
outros elefantes jovens, sem preocupações sobre liderança e
responsabilidade.
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Foi nesse momento de conflito interior que Eli encontrou sua primeira
prova. Uma cascata alta bloqueava seu caminho, e a correnteza rugia
como uma fera selvagem. A voz raivosa da água ecoava sua própria
raiva.
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"Você não deveria estar aqui, Eli," murmurou para si mesmo, desejando
voltar para casa. Mas a voz de Sam ecoou em sua mente: "A jornada é o
primeiro passo."

Com determinação, Eli enfrentou a cachoeira com força, sua tromba


erguida como um estandarte de coragem. Cada passo era um desafio,
cada gota d'água era uma lembrança de sua relutância, mas ele
continuou. A fúria da cachoeira se assemelhava à sua própria raiva, e
ele a conquistou.

Ao emergir do outro lado, Eli sentiu uma mudança dentro de si. Sua
raiva havia diminuído, substituída por uma aceitação gradual do desafio
que havia escolhido abraçar.

Ele estava disposto a enfrentar os obstáculos que o aguardavam,


compreendendo que sua jornada era um passo em direção a seu
propósito.
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Sam, observando com olhos atentos, sabia que Eli havia superado a
primeira grande barreira. O elefante jovem agora tinha uma
compreensão mais profunda de sua busca e estava começando a trilhar
seu próprio caminho, honrando seu pai de maneira única.
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3. A Jornada de Eli
A Barganha e a Descoberta

Enquanto Eli avançava mais profundamente na floresta, a raiva que o


havia consumido gradualmente cedia lugar a uma sensação de
resolução. Ele começou a compreender que sua jornada não era
apenas uma busca por aventura, mas sim uma oportunidade para
descobrir quem ele era de verdade.
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Era a fase da barganha do luto, onde ele buscava encontrar um


equilíbrio entre seu desejo de seguir seu próprio caminho e suas
responsabilidades com sua comunidade. A floresta revelou seus
segredos a Eli enquanto ele caminhava.

Ele aprendeu a ouvir os sussurros das folhas nas árvores e os


murmúrios do vento. Descobriu a arte de reconhecer os sinais da
natureza, como pistas de pegadas deixadas por outros animais e os
sons das criaturas que habitavam o mato.
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Foi durante um encontro com um velho lobo solitário que Eli teve uma
revelação. O lobo, com seus olhos sábios e pelagem cinza, parecia
conhecer os segredos mais profundos da floresta. Eli compartilhou suas
preocupações e sua busca por propósito com o lobo.

O lobo o encarou com sabedoria e disse: "Meu jovem amigo, a jornada


que você empreende é também uma jornada interior. É a busca pelo
conhecimento de si mesmo. A floresta revelará muitos segredos a você,
mas o maior de todos é o que você descobrirá dentro de si."

Eli ficou intrigado. "Como posso encontrar meu propósito olhando para
dentro de mim mesmo?"

O lobo sorriu e respondeu com uma frase que ecoou profundamente


no coração de Eli: "Onde está o teu tesouro, ali estará o teu coração."

Eli ponderou sobre as palavras do lobo enquanto continuava sua


jornada. Ele percebeu que seu propósito não estava apenas em seguir o
caminho de seu pai ou em buscar aventuras externas.

Seu propósito estava enraizado em sua própria essência, em quem ele


era como elefante.
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Cada passo que Eli dava na floresta era um passo em direção a uma
compreensão mais profunda de si mesmo. Ele começou a abraçar sua
singularidade, sua habilidade de ouvir e compreender os segredos da
natureza. A barganha de suas dúvidas e incertezas deu lugar a uma
aceitação mais profunda de sua própria jornada.

Sam, o pássaro sábio, voava ao lado de Eli, observando com admiração


enquanto seu jovem protegido desvendava os mistérios da vida e da
autodescoberta. A jornada estava apenas começando, e Eli sabia que
ainda havia muito a aprender sobre si mesmo e sobre o mundo que o
cercava.
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4. A Provação Suprema
A Depressão e o Crescimento Interior
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Eli enfrentava sua provação suprema, e a jornada se tornava mais árdua


a cada passo. Algum tempo já havia se passado desde que iniciara a
jornada. A depressão que o havia acompanhado desde a partida de seu
pai estava agora mais intensa do que nunca.

Durante sua caminhada algo chamou a atenção de Eli. Eram os tão


temidos Elefantes selvagens, tão assustadores em seus contos infantis,
nenhum elefante jamais os havia confrontado e apenas a sua
aproximação já parecia assustadora.

Porém Eli não sabia em seu íntimo o que era mais assustador: Se a
depressão que o assolava ou a manada de elefantes. “Parece que não
sinto mais nada. Como poderei fazer algo sem a sabedoria do meu pai?”
Perguntava a si mesmo.

- A sabedoria do seu pai sempre estará com você jovem Eli, mas os seus
desafios você deve vivencia-los por você mesmo. Disse-lhe o velho lobo
que a aquela altura já sabia ler os pensamentos de Eli.

Enquanto ele se aproximava da manada de elefantes selvagens, uma


sensação de desespero o envolveu como uma sombra ainda
persistente.
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Os elefantes selvagens o encararam com olhares desconfiados,


trombas erguidas em alerta. O líder da manada, um elefante imponente
e majestoso, desafiou Eli com um som estrondoso que ecoou pela
floresta. O eco daquela trombeta ecoou na mente de Eli, como um
lembrete de que ele estava entrando em território desconhecido.

O sofrimento de Eli era palpável. Ele pensou em desistir, em dar meia-


volta e retornar ao seu antigo caminho. Mas ele sabia que não podia
mais voltar atrás. A depressão, como uma tempestade que o rodeava,
parecia sugá-lo para o abismo. O que realmente ele estava encarando?
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"Meu jovem amigo, mesmo nas horas mais sombrias, você tem uma luz
interior que pode guiá-lo. Você já enfrentou desafios difíceis nesta
jornada, e este é apenas mais um passo em direção ao seu verdadeiro
propósito."

Eli olhou nos olhos do lobo, buscando forças em suas palavras. Ele
sabia que não podia recuar agora. Ele precisava encontrar a coragem
dentro de si para continuar, mesmo que a depressão o assolasse.
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Com passos hesitantes, Eli avançou em direção à manada de elefantes


selvagens. Cada passo era uma luta contra a tristeza que o envolvia,
uma luta para encontrar a determinação de seguir em frente. Ele
enfrentou os olhares desconfiados e os sons ameaçadores, mantendo
sua cabeça erguida.

A provação era árdua e parecia não ter fim. Mas Eli não desistiu. Ele
sabia que precisava vencer essa tempestade interior para encontrar
seu verdadeiro propósito. A depressão que o havia assolado durante
toda a jornada estava finalmente cedendo, dando lugar a uma sensação
de autoconfiança e autoaceitação.

À medida que Eli conquistava o respeito da manada, ele também


conquistava a si mesmo. Ele compreendeu que seu propósito não
estava em seguir a sombra de seu pai, mas em criar sua própria
história. A depressão, assim como a tempestade, finalmente passou,
deixando em seu lugar um elefante mais forte e mais sábio.
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Eli, acompanhado pelo lobo e por Sam, o pássaro sábio, emergiu da


provação suprema como alguém transformado. Ele estava pronto para
continuar sua jornada em direção à aceitação de seu verdadeiro
propósito, sem mais hesitação ou dúvida.
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5. O Retorno de Eli
A Aceitação e a Inspiração

Eli, após superar a provação suprema e encontrar a aceitação de seu


próprio destino, voltou à sua comunidade. A manada que o havia
desafiado no capítulo anterior agora o recebia de forma diferente. Eli
havia conquistado o direito de ser autêntico e inspirador, marcando o
capítulo final de sua jornada.
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À medida que ele se aproximava, os elefantes selvagens que um dia o


desafiaram agora abaixavam suas trombas em sinal de respeito. Eles
reconheciam a coragem e a determinação que Eli havia demonstrado, e
agora escolhiam segui-lo como líder. Era a aceitação do luto, onde Eli
finalmente se reconciliava com seu destino e sua identidade única.

Eli não estava mais preso à sombra de seu pai. Ele havia encontrado seu
propósito, não na repetição do passado, mas na criação de sua própria
história. Sua jornada tinha sido uma busca pela autenticidade, uma
busca por compreender que ele era mais do que apenas o filho de seu
pai.

Agora, ele compartilhava suas experiências e ensinamentos com os


elefantes de sua comunidade. Inspirados por sua história de coragem e
autodescoberta, outros elefantes começaram a encontrar seus
próprios caminhos únicos. Eli os encorajava a ouvir a voz da natureza e
a confiar em suas próprias habilidades.

Seu coração, uma vez envolto em luto e dúvida, agora brilhava como o
sol da manhã na floresta. Eli tornou-se um símbolo de inspiração, um
líder que não apenas guiava sua manada, mas também a ajudava a
encontrar seu próprio propósito.

A jornada de Eli havia chegado ao seu fim, mas sua influência


continuaria a se espalhar como uma brisa fresca na floresta, lembrando
a todos que a verdadeira jornada era aquela que nos levava a encontrar
a nós mesmos, a abraçar nossa autenticidade e a honrar nossa própria
história.
Encerramento

Autor: Mario Casasanta Neto

© 2023 Mario Casasanta Neto


Todos os direitos reservados.

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Todos os direitos de imagem reservados.

Título: A história de Eli

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