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Aula 01

Direito Administrativo p/ INSS - Analista do Seguro Social - Serviço Social - 2016

Professor: Daniel Mesquita

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Administrativo p/ INSS Analista do
Seguro Social - Serviço Social.
Teoria e exercícios comentados.
Prof. Daniel Mesquita Aula 01

AULA 01: Atos administrativos.

SUMÁRIO

1) INTRODUÇÃO À AULA 01 2

2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2

2.1 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2


2.2 ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS
DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 11
2.3 ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 40
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 59
2.4.1 EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 59
2.4.2 VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 63
2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 75
2.5 ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 84
2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 84
A. DECRETOS 84
B. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS,
RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES 86
2.5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 87
2.5.3 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 89
2.5.4 LICENÇA E ALVARÁ 91
2.5.5 PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 93
2.5.6 ADMISSÃO, APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 94
2.5.7 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 95
2.5.8 CERTIDÕES 95
2.5.9 PARECERES 96
2.5.10 ATESTADOS 97
2.5.11 APOSTILA 97
2.5.12 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 97

3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 102

3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 102


3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 104
3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 105
3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 108
3.4.1 INVALIDAÇÃO 110
3.4.2 REVOGAÇÃO 119
3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 139

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4) RESUMO DA AULA. 145

5) QUESTÕES 157

6) REFERÊNCIAS 180

1) Introdução à aula 01

Que bom que você veio para nossa aula de Direito Administrativo
para o concurso do INSS – Analista do Seguro Social.
Nesta aula falaremos sobre o seguinte assunto: “4 Ato
administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e
convalidação; discricionariedade e vinculação..”.
Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na
véspera da prova!
Chega de papo, vamos à luta!

2) Atos Administrativos

2.1 Conceito de ato administrativo.

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Antes de conceituarmos ato administrativo, lembrando que não há


conceito legal e sim doutrinário, devemos distinguir os conceitos de fato
e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara.
Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade
humana, como no caso de eventos da natureza. Ato, por sua vez, é
manifestação de vontade praticada pelo homem.
Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos
administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos
da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas
pela administração pública ou por particular no exercício de suas
prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos
determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de
direito público e sujeitas a controle. Exemplos: aplicação de uma pena
de multa em razão do excesso de velocidade; a desapropriação de uma
área privada; o tombamento de um patrimônio de relevância histórica.
Fernanda Marinela destaca que os serviços ou atividades
controlados por computadores, como, por exemplo, as centrais
controladoras dos semáforos da cidade, hipótese em que a própria
máquina emite ordens de “pare” ou “siga”, são atos jurídicos e
administrativos, embora não decorram de uma verdadeira manifestação
de vontade humana.

Como já visto, ato é diferente de fato, por isso não


confunda ato administrativo com fato administrativo (acontecimentos
que produzem efeitos jurídicos relevantes para o Direito
Administrativo), cujos exemplos são: a morte de um funcionário que
gera vacância de um cargo; a destruição de uma escola pública em
razão da chuva; a mudança de lugar de certo órgão público; a cirurgia
realizada por um médico em um hospital público; etc. Ademais, para
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o fato não produz qualquer efeito

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jurídico no Direito Administrativo, ele é denominado fato da


administração.
Os atos administrativos podem ser anulados e revogados dentro
dos limites do Direito, em quanto os fatos administrativos não admitem
nem anulação nem revogação. Por fim, os atos administrativos gozam
de presunção de legitimidade, enquanto os fatos não.
Por outro lado, importante destacar o conceito trazido por Marinela
de ato da administração, que é todo ato praticado pela Administração
Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função
administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito
privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do que o de
ato administrativo, que necessariamente deve ser regido pelo direito
público.
A autora continua dizendo que os atos da administração podem
ser:
a) Atos privados da Administração. Exs: doação, permuta, compra
e venda, locação
b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de
vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando
fatos administrativos e não atos administrativos. Exs: demolição
de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um
serviço
c) Atos administrativos
Ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos
administrativos não praticados pela Administração, como é o caso, por
exemplo, de alguns atos praticados por concessionárias prestadoras de
serviços públicos.

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A prescrição e da decadência são institutos que produzem efeitos


jurídicos em razão da soma de dois elementos: o decurso do tempo e a
inércia do titular do direito. Assim, não representam nem evento da
natureza nem conduta material, tendo sido reconhecidos de forma
pacífica como fatos jurídicos em sentido estrito, ou fatos jurídicos
objetivos.
Voltando ao conceito de “ato administrativo”, para quem gosta de
demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas,
citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato
administrativo da professora Di Pietro:
“pode-se definir o ato administrativo como a declaração do
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário” (2009, p. 196)

Na tentativa de melhor definir o ato administrativo, Marinela fixa


alguns pontos fundamentais, tais como: a vontade, que deve
necessariamente emanar de um agente público no exercício de sua
função administrativa, o que o distingue do particular; seu conteúdo,
que deve propiciar efeitos jurídicos sempre com um fim público; e, por
fim, o regime, que deve ser de direito público.

O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os


órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam
atos administrativos (ex: quando o Tribunal de Justiça realiza uma
licitação para a compra de papel e de impressora, quando a Assembleia
Legislativa contrata uma empresa de engenharia para fazer uma
reforma etc.). Também não pode se esquecer de que a Administração
Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por

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exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no


mercado num ambiente de livre concorrência.
Assim, existem atos administrativos que não são atos da
administração e vice-versa.
Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010,
p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se
pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o
silêncio não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não
houve qualquer manifestação.
Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz
nenhum efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da
Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso,
a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do
pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses – em
que a lei atribui efeito ao silêncio – o mesmo não decorre do silêncio e
sim da previsão legal.

Normalmente, o silência é um ato irregular da Administração, pois


o administrado tem o direito de obter uma resposta de suas solicitações
e requerimentos dirigidos à Administração. Essa resposta obrigatória
está prevista no texto constitucional (art. 5º, XXXIV), o qual define o
direito de petição, que abrange não somente a possibilidade de
requerer, como também a certeza de obter uma resposta,
caracterizando-se, dessa maneira, como um dever para o
administrador.
Assim, se após o prazo fixado em lei a Administração não fornecer
as informações solicitadas, o administrado pode questionar a conduta
do agente público junto ao Judiciário, pois ele descumpriu o dever legal
de decidir.

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Atualmente, a Lei n. 12.527/11 (lei do acesso a informação) regula


o tema da seguinte forma:

Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso


imediato à informação disponível.
§ 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta
no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não
superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a
reprodução ou obter a certidão;
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
acesso pretendido; ou
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o
requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da
remessa de seu pedido de informação.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias,
mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente.

O STJ manifestou-se: “1. O ‘direito de petição aos


poderes públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de
poder’, assegurado pelo art. 5º, XXXIV, I, da CF, tem natureza
instrumental: é direito, assegurado ao cidadão, de ver recebido e
examinado o pedido em tempo razoável e de ser comunicado da
decisão tomada pela autoridade a quem é dirigido. Nele não está
contido, todavia, o direito de ver deferido o pedido formulado (...)”
(RMS 16.424/DF, STJ – Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki,
julg: 05.04.2005, DJ: 18.04.2005).

Questões de
concurso

1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as


áreas) A função administrativa, ou executiva, é exercida
privativamente pelo Poder Executivo.

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Além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder


Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos.
Gabarito: Errado.

2. (CESPE – 2013 – TJDFT – Oficial de Justiça) A


designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada
pela administração.
O ato administrativo não abrange toda atividade desempenhada
pela administração, representando apenas uma parcela da atuação da
administração.
Logo, está INCORRETA.

3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um


banco estatal que celebra com o particular um contrato para
fornecimento de cheque especial pratica um ato administrativo.
Se “ato” é manifestação da vontade humana, “atos
administrativos” são declarações humanas (e não meros fenômenos
da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas
pela administração pública ou por particular no exercício de suas
prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos
determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de
direito público e sujeitas a controle.
O ato praticado não visa o interesse público, mas de particulares,
por isso está errado!!

4. (CESPE – 2010 - MPS – Técnico Em Comunicação


Social – Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um
cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um
ato administrativo.
Cumpre ressaltar que nem toda ação da Administração Pública é
tida como ato administrativo. Os atos administrativos são

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manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo


assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relação ao
particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais
empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os
atos praticados por estas não são considerados atos administrativos,
mas atos privados da Administração. Assim se enquadra o contrato de
abertura de conta-corrente.
Gabarito: Errado.

5. (CESPE - 2012 - ANATEL – Analista) A formalização de


contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira
sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito
de ato administrativo.
Vimos que atos de empresas estatais se enquadram como ato
privado da administração, pois não é unilateral e também não possui
prerrogativas.
Gabarito: Errado.

6. (CESPE – 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função
administrativa consiste em ato da administração.

Vimos que os “atos administrativos” são declarações humanas,


unilaterais, expedidas pela administração pública ou por particular no
exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos
jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob
regime de direito público e sujeitas a controle. Os atos administrativos
são espécies do gênero atos da administração. Entre os atos da
administração temos: os atos de direito privado; os atos materiais da
administração; atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; os atos

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políticos; os contratos; os atos normativos; e os atos administrativos


propriamente ditos.
Gabarito: Certo.

7. (CESPE - 2012– TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico
constitucional.
Todo ato da administração está sujeito ao regime constitucional.
Lembre-se de que os atos políticos não são considerados atos
administrativos.
Gabarito: Errado.

8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados


pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas
normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não
podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.
A primeira parte do enunciado está correta. No entanto, se os atos
citados são atos administrativas, consequentemente são atos da
administração, já que são espécies destes últimos.
Gabarito: Errado.

9. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou
material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício
concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por
órgãos administrativos.
Sabemos que o sentido objetivo, material ou funcional da
administração pública denota a própria atividade administrativa
exercida pelo Estado. Desta forma, por tal critério, o ato administrativo
surge do exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou
entidade administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços

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públicos, ou seja, particulares no exercício delegado da função


administrativa.
Gabarito: Errado.

10. (CESPE - 2011 – STM – Analista Judiciário –


Administração) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em
agentes investidos de prerrogativas estatais.
Vimos que se pode definir o ato administrativo como a declaração
do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei.
Gabarito: Certo.

11. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –


Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de
encaminhamento de papéis e os processos.
Os despachos não são manifestações unilaterais de vontade da
administração revestidas de prerrogativas públicas, ou seja, são
considerados meros atos.
Gabarito: Errado.

2.2 Elementos do ato administrativo; teoria dos


motivos determinantes; procedimento
administrativo.

O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os


atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu
ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do
elemento faltante, inexistente. Alguns doutrinadores preferem usar a
expressão “requisitos”, outros a expressão “pressupostos”. Assim, se a
sua prova trouxer no enunciado o termo “requisitos ou pressupostos do

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ato administrativo” saiba que a questão está tratando dos elementos do


ato administrativo.
A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos
elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o
critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do
art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato
administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade.
Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se
apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos
elementos do ato administrativo.
O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato
administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e
finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma,
motivo e objeto.
Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a
competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse
atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais
adequado falar-se que o sujeito – e não a competência – é um dos
elementos do ato administrativos.

a) Sujeito ou competência (SUJ ou COM)


Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e
competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas
de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no
direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos
normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências,
mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do
interesse público.
*Pensou em sujeito – pense em capacidade e
competência!*

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O sujeito competente deve ser necessariamente um agente


público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina,
consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou
permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo
estar, de alguma forma, ligado à Administração Pública.
Além disso, é necessária a análise da capacidade jurídica desse
agente e do ente a que ele pertence, a quantidade de atribuições do
órgão que o produziu, a competência do agente emanante e a
inexistência de óbices à sua atuação no caso concreto, tais como
afastamentos legais, impedimentos e outros.

Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na


prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo.
Portanto, SINAL DE ALERTA!
Segundo Marinela, entende-se por competência o conjunto de
atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, fixado pelo
direito positivo, representando a esfera de atuação de cada um deles; é
o círculo definido por lei dentro do qual podem os administradores
exercer legitimamente sua atividade.

A competência para a prática de atos administrativos


não se presume, dependendo sempre de previsão legal.
Importante observar as características da competência exercida
pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as
características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437),
com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de
Mello:
 de exercício obrigatório;
A competência representa regra de exercício obrigatório para
os órgãos e agentes públicos, sempre que caracterizado o
interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre decisão de

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quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do


administrador.
 irrenunciável;
Com base no princípio da indisponibilidade do interesse
público, o administrador que recebe uma competência legal
não pode renunciá-la para deixar de exercê-la.
Fundamenta-se em dois artigos da Lei nº 9.784/99:
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
delegação e avocação legalmente admitidos.

 intransferível;
O exercício da competência não admite transação ou acordo,
descabendo repassá-la a outrem, salvo quando
expressamente autorizado por lei.
 imodificável pela vontade do agente;
O administrador não pode, por intermédio de ato
administrativo, dilatar ou restringir sua competência,
considerando que sua fonte definidora é a lei, logo um ato
superior na estrutura do ordenamento jurídico.
 imprescritível
O não exercício não extingue a competência, ou seja, mesmo
que a competência não seja utilizada, independente do
tempo, o agente continuará sendo o competente.
 improrrogável
Se o sujeito competente não exerce a competência, ela não
se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato. Isso

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porque, quem confere a competência é a lei. Assim, o agente


não pode revogar uma lei pelo seu costume.

CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de


que, apesar das características de irrenunciabilidade e
intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e
avocação.
A delegação é um instrumento de descentralização administrativa
(art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de
competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a
competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único,
do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a
competência da autoridade delegante que continua competente
cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também
é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser
publicado no órgão oficial.
Deve-se observar que a delegação de competência normalmente é
realizada para agentes de plano hierárquico inferior. Contudo, a lei
também a admite para o mesmo plano hierárquico, quando não
existirem impedimentos, sendo conveniente em razão de circunstâncias
de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Essa
hipótese aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados
aos respectivos presidentes (art. 12 da Lei nº 9.784/99).
O ato de delegação exige publicação oficial e deverá especificar as
matérias e os poderes transferidos, definindo os limites de atuação do
delegado, a duração e os objetivos da delegação, além dos recursos
cabíveis e demais ressalvas que o delegante entender convenientes.

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MUITO CUIDADO – EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO:

A Lei nº 9.784/99 (art. 13), que regula o processo administrativo


no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da
competência:

(a) de editar atos normativos;


(b) de decidir recursos administrativos; e
(c) das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.

Por essa razão, os atos de delegação e os demais atos praticados


em razão dessa ilegalidade pela autoridade que a recebeu são
considerados inválidos.

IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº


9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes
conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos,
são elas:
 o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar;
 pode haver delegação de competências a órgãos não
subordinados;
 a delegação pode ser parcial;
 ela deve ser feita por prazo determinado;
 a autoridade delegante pode permanecer com o poder de
exercer a competência de forma conjunta com a delegatária.

Segundo Marinela, o fenômeno da avocação ocorrerá quando a


autoridade superior, que inicialmente era incompetente, atrai para a

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sua esfera de competência a prática de um determinado ato. Enquanto


na delegação há transferência, na avocação há atração.
Importante ressaltar que, para a realização desse evento,
pressupõem-se um sistema de hierarquia e a inexistência de
competência exclusiva. Veja o art. 15 da Lei nº 9.784/99:

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes


devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a
órgão hierarquicamente inferior.

Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente


que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência,
ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440).

b) Forma (FO)
Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento
forma.
Conforme destaca Marinela, a exteriorização da vontade é condição
para que o ato administrativo produza efeitos no mundo jurídico,
considerada como instrumento de sua projeção, representando
elemento que integra a própria formação do ato e é fundamental para
completar o ciclo de existência.
Entretanto, para o ato administrativo ser válido, não basta a
manifestação da vontade, sendo necessário que seja realizado de
acordo com as exigências definidas pela lei (formalidades específicas do
ato), cuja ausência gera vício de legalidade, com sua consequente
invalidação.
Em regra, os atos administrativos representam o resultado de um
procedimento administrativo prévio, formado por uma série de atos
formais que levam a um provimento final, observando o princípio
constitucional do devido processo legal.

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Para completar as exigências da forma, a doutrina aponta, ainda, a


motivação, enquanto correlação lógica entre o motivo, o resultado do
ato e a previsão legal. Isso mesmo! A motivação decorre da forma.
Com relação à motivação, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela
tem duas acepções:
a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização
do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta;
b) em sentido amplo: a forma inclui “todas as formalidades que
devem ser observadas durante o processo de formação da
vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à
publicidade do ato”.
A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o
informalismo do ato administrativo. Entretanto, esse princípio não
chega ao ponto de aplicar no direito administrativo o princípio do direito
privado da liberdade de formas. Pelo contrário, aplica-se o princípio da
solenidade, segundo o qual os atos administrativos devem observar os
procedimentos de formação previstos na lei.
Assim, o informalismo só se aplica se a forma ou o procedimento
formal não estiverem expressamente previstos em lei.
Interessante notar que a motivação pode ser feita por meio de
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte
integrante do ato (art. 50, §2º, da Lei nº 9.784/99). É a chamada
motivação per relationem ou aliunde, na qual as razões para a
prática do ato não constam no ato em si, mas em um documento a que
o ato faz referência.
Os atos administrativos deverão ser formalizados por escrito,
independentemente de qualquer previsão específica. Contudo, essa
regra não é absoluta, admitindo-se que esses atos, excepcionalmente,
sejam praticados de outra maneira, desde que expressamente
autorizados por lei. Exemplos: gestos realizados pelo guarda de

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trânsito; palavras da polícia de segurança; art. 60, parágrafo único, da


Lei nº 8.666/93 (possibilidade de contrato administrativo verbal,
atendidas as condições legais).
Quanto ao vício na forma, vamos observar o que diz Marinela:
“Considerando que a forma dos atos administrativos é definida por lei, não se
admite que o administrador deixe de observá-la, sob pena de invalidação do
ato por vício de legalidade. Todavia, a adequação dessa forma legal exige
sempre uma carga de comedimento e razoabilidade por parte do intérprete,
do aplicador da norma, para evitar exageros desnecessários.
Em algumas circunstâncias, o defeito de forma representa mera
irregularidade sanável, o que ocorre quando o vício não atinge qualquer
esfera de direito, merecendo, nessa hipótese, a correção pelo instituto da
convalidação, como acontece com o ato administrativo formalizado por
portaria, quando deveria ser por ordem de serviço, segundo a exigência da
lei.”

c) Objeto (O)
Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato
administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o
objeto.
O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato
realiza, é a resposta às seguintes perguntas: “O quê é o ato?”, “Para
quê serve o ato?”. O objeto deve ser lícito, certo e moral.

O objeto é o ato em si mesmo considerado, representa o efeito


jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina,
atesta. Esse elemento configura a alteração no mundo jurídico que o
ato administrativo se propõe a processar. Exemplos: em uma licença
para construir, o objeto é o “permitir que o interessado edifique
legitimamente – o concedo a licença”; na aplicação de uma multa, o
objeto é a “aplicação efetiva da penalidade”; em uma nomeação, o
objeto é o “admitir o indivíduo no serviço público – atribuir um cargo a
alguém”.

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Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos


doutrinadores como expressões sinônimas.

Segundo Marinela, o objeto pode ser dividido em:


a) objeto natural: é o efeito jurídico que o ato produz, sem
necessidade de expressa menção, é uma consequência natural
do ato;
b) objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz, em
decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito
que o pratica, como, por exemplo, o termo, a condição ou um
encargo.

d) Finalidade (FI)
Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a
finalidade é outro elemento do ato administrativo.

Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas


acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público):
a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o
agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele
deseja produzir ao praticar o ato; é a finalidade específica,
prevista pela lei, tendo em vista que, para cada propósito que a
Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei.
Exemplo: não é possível remover um servidor com a finalidade
de puni-lo, ainda que se trate de autoridade competente para
praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício decorre do
descumprimento da finalidade específica da remoção que não é

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punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço


público.
b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse
público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado
esperado pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do
interesse público, representando o fim mediato do ato
administrativo (lembrando que o fim imediato é o objeto).
Exemplo: na nomeação de um servidor, o objetivo é aumentar o
quadro da Administração, buscando dar maior eficiência ao
serviço.
Portanto, se o ato administrativo perseguir interesses ilícitos ou
contrários ao interesse coletivo, estará eivado de vício de
finalidade, denominado desvio de finalidade, e deverá ser
retirado do ordenamento jurídico.
Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da
prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de
poder.
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O
desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na
competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino,
2010, p. 440)
Assim, temos o importante quadro – SINAL DE ALERTA:

Desvio de poder – vício na


finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência

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e) Motivo (MO)
O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser
definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as
razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no
mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam
à prática do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que
determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).
A análise da vinculação e da discricionariedade é de fundamental
importância no estudo do motivo e do objeto do ato administrativo. Nas
hipóteses de vinculação, a situação de fato já está delineada pela norma
legal, nada mais cabendo ao agente a não ser praticar o ato, tão logo
seja configurada. Ele atua como executor da lei, em virtude do princípio
da legalidade. Exemplo: licença para exercer atividade profissional em
todo o território nacional.
Quando da discricionariedade, a lei não delineia a situação fática,
mas transfere ao agente a verificação de sua ocorrência, atendendo a
critérios de caráter administrativo – conveniência e oportunidade – vale
dizer, é o agente que elege a situação fática ensejadora da vontade,
permitindo, assim, maior liberdade para definição do motivo do ato,
sem se afastar dos princípios administrativos. O autor do ato pode
traçar as linhas que limitam o objeto de seu ato, mediante a avaliação
do motivo declarado. Exemplo: autorização para funcionamento de um
circo em praça pública.
Exemplos: remoção de um servidor público que pode ter como
motivo a ausência de trabalho suficiente no local em que está lotado;
dissolução de uma passeata tumultuosa que tem como motivo a
perturbação da ordem pública – o tumulto; interdição de uma fábrica
poluente que tem como motivo a existência real de poluição da
atmosfera causada por essa empresa.

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Segundo Marinela, para a legalidade do motivo e, por conseguinte,


validade do ato administrativo, exige-se:
a) materialidade do ato, isto é, o motivo em função do qual foi
praticado o ato deve ser verdadeiro e compatível com a
realidade fática apresentada pelo administrador.
b) correspondência do motivo existente que embasou o ato com o
motivo previsto na lei.
c) congruência entre o motivo existente e declarado no momento
da realização do ato e o resultado prático desse ato, que
consiste na soma do objeto com a finalidade do ato.

É possível concluir que o motivo será ilegal e o ato


administrativo será inválido quando o fato alegado não for verdadeiro,
isto é, o motivo não existir; quando não existir compatibilidade entre o
motivo declarado no ato e a previsão legal; quando inexistir
congruência entre o motivo e o resultado do ato e, por fim, quando o
motivo depender de um critério subjetivo de valoração do administrador
e este extrapolar os limites legais, vale dizer, não for razoável e
proporcional.

CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR FINALIDADE COM MOTIVO NEM


COM OBJETO!!! O motivo do ato administrativo é composto pelas
razões de fato e de direito, que levam à prática do ato, portanto é uma
ocorrência que antecede ao próprio ato. De outro lado, a finalidade
sucede à prática do mesmo, porque corresponde a algo que a
Administração quer alcançar com a edição do ato. Por fim, o objeto
consiste no resultado da prática do ato, o que ele faz em si mesmo.

Motivo Finalidade objeto

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Razões de fato e de Resultado específico O que o ato faz no


direito, que levam à (o efeito) que o mundo exterior.
prática do ato agente quer alcançar
com a prática do ato

A soma do objeto com a finalidade compõe o resultado do ato


administrativo. Ambos são vetores desse resultado, que é composto
pelo seu fim mediato – a finalidade – que é sempre o interesse público,
aspecto invariável do ato, e pelo seu fim imediato – o objeto – que é
variável, conforme o resultado prático buscado pelo agente.
Exemplos trazidos por Marinela: na hipótese da dissolução de uma
passeata tumultuosa, tem-se o motivo que é o tumulto, o objeto que é
a dissolução propriamente dita e a finalidade que é a proteção da ordem
pública; na hipótese de interdição da fábrica poluidora da atmosfera, o
motivo é a efetiva poluição com o prejuízo para o ar atmosférico, o
objeto é o fechamento da empresa e a finalidade é a proteção da
salubridade pública.
Em resumo, diante de certa situação de fato ou de direito (motivo),
a autoridade pratica certo ato (objeto – efeito jurídico imediato) para
alcançar determinado resultado (finalidade – efeito jurídico mediato).

Nesse tema, quatro pontos são relevantes para


concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e
motivação; (II) possível motivação posterior do ato administrativo, em
hipóteses excepcionais; (III) o fundamento da motivação dos atos
administrativos; e (IV) a teoria dos motivos determinantes.
(I) A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel,
motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399).
Ele observa que motivo se distingue de móvel porque este designa
a representação subjetiva, psicológica, interna; a intenção do agente ao
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praticar o ato. O motivo decorre da situação objetiva, real, empírica, ou


seja, ocorrida no mundo dos fatos e externa ao agente.
O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com
a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a
prática do ato e decorre do princípio da transparência.

O motivo é o fato e o fundamento jurídico que


justificam a prática do ato, enquanto a motivação tem um enfoque mais
amplo. A motivação é a justificativa da edição do ato. Ela exige da
Administração o dever de justificar seus atos, de expor as razões do ato
para o mundo exterior, apontando-lhes os fundamentos de direito e de
fato, assim como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato
praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim,
exige um raciocínio lógico entre o motivo, o resultado do ato e a lei.

temos o seguinte quadro conceitual:


Motivo Móvel Motivação
Causa imediata dos atos Intenção do Justificativa
administrativos ocorrida no agente ao formalizada pelo
mundo dos fatos. praticar o ato. agente para a prática
do ato.

(II) Para o entendimento majoritário da doutrina e da


jurisprudência, o que se registra adequado ao atual contexto legal, a
motivação é obrigatória em praticamente todos os atos
administrativos, ou seja, não é necessária a motivação em todos os
atos administrativos.
Nas hipóteses em que a motivação é obrigatória, é imprescindível
que ela seja prévia ou contemporânea à prática do ato.

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A motivação posterior à prática do ato só é admitida em hipóteses


excepcionais, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça no
seguinte julgado divulgado no Informativo STJ nº 529:
O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de
servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a
exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que
foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham
sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora
em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. De fato, a
remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser
motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento
doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode
descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração
demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente
alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a
razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de
se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes
citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF,
Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo
Esteves Lima, julgado em 3/9/2013.

Concluindo, para os atos administrativos em que a motivação é


obrigatória e esta não for realizada, o ato será ilegal e deve ser retirado
do ordenamento jurídico, ocorrendo o mesmo quando a motivação é
apresentada após a prática do ato. De outro lado, para as hipóteses em
que a motivação é facultativa (porém aconselhável), a sua ausência não
prejudica a validade do ato, podendo ser apresentada posteriormente.

(III) O fundamento da motivação dos atos administrativos é


tema que pode auxiliar o aluno no momento de julgar itens de alta
complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno
absorva esse ponto da matéria.
Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do
STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se
motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa

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pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos


decorreria, “especialmente, do fato de os agentes estatais lidarem com
a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais —
integral, majoritária ou mesmo parcialmente — pertencer ao Estado,
isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à
própria ideia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade
de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a
possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que
possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma
de Estado consubstancia, seria preciso demonstrar não apenas que a
Administração, ao agir, visou ao interesse público, mas também que
agiu legal e imparcialmente” (texto extraído do Informativo STF nº 576
– o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do
Ministro Joaquim Barbosa).
Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo,
pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois
passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes.

(IV) A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade


do ato se vincula aos motivos – fáticos e legais – indicados como seu
fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua
ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso
os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido. Esse é o
entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do
Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da
mesma Corte.

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Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o


ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle
internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com
relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que
desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo
desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato
pode ser retirado do ordenamento.
Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ
declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor
pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em
percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo
técnico da própria administração. Esse estudo foi, justamente, o
utilizado pela administração como motivação para a redução do valor do
contrato com as escolas.

O administrador pode praticar o ato administrativo


sem declarar o motivo nas hipóteses em que este não for exigido.
Porém, se ainda assim decidir declará-lo, o administrador fica vinculado
às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Exemplos:
1 - se um determinado administrador decide exonerar um servidor
ocupante de cargo em comissão, alegando como motivo a necessidade
de redução de despesas com folha de pagamento, cumprindo regra para
racionalização da máquina administrativa, prevista no art. 169 da CF,
ele não poderá nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em
decorrência da teoria dos motivos determinantes, que exige a
veracidade e o cumprimento do motivo alegado; 2 - determinado
governador de um Estado tem uma filha que está namorando um rapaz,
servidor público estadual, que não é de seu agrado, fazendo com que
ele decida removê-lo para uma cidade bem distante, alegando
necessidades do serviço, quando, na verdade, o administrador deseja
prejudicar o relacionamento.

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Importante lembrar que há uma situação excepcional em que se


admite a possibilidade de mudança do motivo alegado, quando ficarem
mantidas as razões de interesse público. Isso ocorre no caso da
desapropriação. Se, por exemplo, o Estado resolve desapropria um
terreno para a construção de uma escola, declara essa razão no decreto
expropriatório e, posteriormente, decide construir um hospital no local.
No caso, o motivo se alterou, mas se mantiveram as razões de
interesse público. Houve o que a doutrina e a jurisrprudência chama de
tredestinação lícita, não representando violação à teoria dos motivos
determinantes.

Veja um julgado sobre a tredestinação lícita, divulgado no


Informativo 331 do STJ:

DESAPROPRIAÇÃO. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.Cuida-se de recurso interposto


contra acórdão do TJ-SP que entendeu não haver desvio de finalidade se o
órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel
expropriado. Para a Min. Relatora não há falar em retrocessão se ao bem
expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que
diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. A Min. Relatora
aduziu que a esse tipo de situação a doutrina vem dando o nome de
“tredestinação lícita” - aquela que ocorre quando, persistindo o interesse
público, o expropriante dispensa ao bem desapropriado destino diverso do
que planejara no início. Assim, tendo em vista a manutenção da finalidade
pública pecualiar às desapropriações, a Turma negou provimento ao recurso.
Precedentes citados: REsp 710.065-SP, DJ 6/6/2005, e REsp 800.108-SP, DJ
20/3/2006. REsp 968.414-SP, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em
11/9/2007.

Por fim, com relação ao conceito de procedimento


administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A
professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios
de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos
administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um
ato complexo.

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Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser


percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de
um ato administrativo principal.
Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato
administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da
maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos
Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.).
Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros
elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor,
o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este
seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo – fato – e
o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei),
requisitos procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua
edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo
deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato
administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas).
Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois
ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto.

1) Súmula nº 510 do STF: “Praticado o ato por autoridade, no


exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de
segurança ou a medida judicial”.
2) “(...) 1. Segundo a Teoria dos Motivos Determinantes, em
havendo motivo para a edição do ato exoneratório, fica o Administrador
vinculado ao motivo, cuja existência e validade podem ser submetidas à
apreciação do Poder Judiciário. (...)” (RMS 27.520 (2008/0171892-6),
STJ – Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, DJe:
21.03.2012).
3) “(...)1. Os atos discricionários da Administração Pública
estão sujeitos ao controle pelo Judiciário quanto à legalidade formal e

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substancial, cabendo observar que os motivos embasadores dos atos


administrativos vinculam a Administração, conferindo-lhes legitimidade
e validade. 2. ‘Consoante a teoria dos motivos determinantes, o
administrador vincula-se aos motivos elencados para a prática do ato
administrativo. Nesse contexto, há vício de legalidade não apenas
quando inexistentes ou inverídicos os motivos suscitados pela
administração, mas também quando verificada a falta de congruência
entre as razões explicitadas no ato e o resultado nele contido’ (MS
15.290/DF, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, julg: 26.10.2011,
DJe: 14.11.2011). 3. No caso em apreço, se o ato administrativo de
avaliação de desempenho confeccionado apresenta incongruência entre
parâmetros e critérios estabelecidos e seus motivos determinantes, a
atuação jurisdicional acaba por não invadir a seara do mérito
administrativo, porquanto limita-se a extirpar ato eivado de ilegalidade.
4. A ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos administrativos podem
e devem ser apreciados pelo Poder Judiciário, de modo a evitar que a
descricionariedade transfigure-se em arbitrariedade, conduta ilegítima e
suscetível de controle de legalidade. 5. ‘Assim como ao Judiciário
compete fulminar todo o comportamento ilegítimo da Administração que
apareça como frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe,
igualmente, fulminar qualquer comportamento administrativo que, a
pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária, ultrapassar as
fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de liberdade que lhe
assistiam, violando, por tal modo, os ditames normativos que assinalam
os confins da liberdade discricionária’ (Celso Antônio Bandeira de Mello,
in Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 15ª edição). (...)
(AgRg no REsp 1.280.729/RJ, STJ – Segunda Turma, Rel. Min.
Humberto Martins, julg: 10.04.2012, DJe: 19.04.2012).
4) “(...) 3. Em um ato administrativo discricionário, A
Administração Pública possui uma certa margem de liberdade para
escolher os motivos ou a postura a ser adotada. Todavia, onde houver a

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necessidade de motivação, não poderá a administração deixar de


explicitar quais foram as razões que lhe conduziram a praticar o ato. 4.
A necessidade de motivação ocorre em benefício dos destinatários do
ato administrativo, em respeito não apenas ao princípio da publicidade
e ao direito à informação, mas também para possibilitar que os
administrados verifiquem se tais motivos realmente existem. Não é
outra a ratio essendi da teoria dos motivos determinantes. (...) (AgRg-
AG-REsp. 94.480, STJ – Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins,
DJe: 19.04.2012).
Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte
por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos.
Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos
em frente!

12. (CESPE – 2015 – FUB – Administrador) Julgue o item


subsequente, no que se refere a atos administrativos.Competência,
finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos fundamentais do ato
administrativo, sem os quais este se torna nulo.

A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos


elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o
critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do
art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato
administrativo são:

Competência, forma, objeto, motivo e finalidade.

Gabarito – Certo.

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13. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo


- Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte , relativo ao ato
administrativo.É proibido delegar a edição de atos de caráter normativo.

A n° Lei 9.784/99 dispõe quais os atos que não podem ser objeto
de delegação: “Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a
edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos
administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.”
Gabarito – Certo.

14. (CESPE – 2015 – MPU - Técnico do MPU - Segurança


Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da
portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior
desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que,
a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue.
Na situação apresentada, a ordem exarada pela autoridade superior é
ilícita, por vício de finalidade.
Ocorre o abuso de poder na modalidade DESVIO. O agente tem
poder para tal, porém o faz com finalidade diversa.
Gabarito – Certo.

15. (CESPE – 2015 -DPE-PE - Defensor Público) Julgue o item


que se segue, a respeito de atos administrativos.

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Em obediência ao princípio da solenidade das formas, o ato


administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se
admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de
vontade da administração.
Pessoal, o silêncio da administração pública só pode ser ato
administrativo se na lei houver previsão legal. Simples assim!
Gabarito – Errado.

16. (CESPE – 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal


Substituto) Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade
superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito
de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior
rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto
com o objeto da delegação.
Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se
Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de
delegação.

O art. 11 do DL 200/67 dispõe que “a delegação de competência


será utilizada como instrumento de descentralização administrativa,
com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões,
situando-as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a
atender”.
Ocorre que, o Decreto nº 83.937/79, que regulamenta o
dispositivo, afirma, em seu art. 6º que “o ato de delegar pressupõe a
autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em
contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em
vigor no âmbito da Administração Direta e Indireta”. Assim o item está
errado.
17. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário -
Taquigrafia - Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser

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motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que


fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato
administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido
ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de
acordo com a teoria dos motivos determinantes.
A teoria dos motivos determinantes de aplica tanto aos atos
vinculados quanto aos discricionários. De acordo com Hely Lopes
Meirelles o ato discricionário confere ao administrador uma margem de
liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não
sendo obrigatória a motivação. No entanto, se houver tal
fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes.
Resposta: certo.

18. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e


de Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a
outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente
subordinados ao órgão originalmente competente, quando for
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.

Observem que essa questão caiu para Titular de Serviços de Notas


e de Registros e que vocês tem pleno conhecimento para responder. É
um boa questão, pois tem um peguinha interessante. Não confundam a
característica “irrenunciável” com “exclusiva”. Eu explico. Todas as
competências administrativas são irrenunciáveis. O agente não
pode simplesmente abrir mão delas.

Acontece que algumas competências são delegáveis, enquanto


outras jamais poderão ser delegadas, ou seja, são exclusivas (ex:
decisão de recurso e elaboração de ato normativo).

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Se alguém pensou em marcar a questão como errada por conta do


termo “irrenunciável”, deve lembrar que essa é uma característica de
todos os atos.

Portanto, a resposta está correta.

19. (CESPE/2011 – PC/ES – Perito Papiloscópico) O poder


legal conferido ao agente público para o desempenho específico das
atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou
seja, o requisito da competência.
A competência é de fato o requisito ou elemento do ato
administrativo que se traduz no poder legal conferido ao agente público
para o desempenho específico das atribuições de seu cargo.

Gabarito: Certo.

20. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de
delegação.
Abra o olho! Você não pode errar esse tipo de questão destacada
em aula!
A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da
competência:
(d) de editar atos normativos;
(e) de decidir recursos administrativos; e
(f) das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.
Gabarito: Errado

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21. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) A


competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as
hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos
normativos.
É verdade que a competência é um dos elementos ou requisitos do
ato administrativo, sendo irrenunciável, salvo os casos de delegação e
avocação legalmente admitidos. No entanto, a Lei nº 9.784/99, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública
Federal, proíbe a delegação da competência de editar atos normativos.
Gabarito: Errado.

22. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A


delegação da competência para a realização de um ato administrativo
configura a renúncia da competência do agente delegante.
Como disse em aula, a delegação é um instrumento de
descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não
importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade
delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento
(art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79).
Gabarito: Errado.

23. (CESPE - 2010 – MPS – Agente Administrativo) A


competência é delegável, mas não é passível de avocação.
De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.784/99, a competência é
irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação
legalmente admitidos. Portanto, é possível tanto a delegação quanto a
avocação de competência.
Gabarito: Errado.

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24. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A


motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico
que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a
exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.
Motivo Motivação
Causa imediata dos atos Justificativa formalizada pelo
administrativos ocorrida no mundo agente para a prática do ato.
dos fatos.

Gabarito: Errado.

25. (CESPE - 2012 – TJ/AC – Juiz) O motivo, como


pressuposto de fato que antecede a prática do ato administrativo, será
sempre vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a
apreciações subjetivas por parte da administração.
O motivo pode ser expresso em lei ou a lei pode dar margem para
escolha (decisão). Portanto, o motivo pode ser um elemento vinculado
ou discricionário.
Gabarito: Errado

26. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) O motivo do ato


administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela
autoridade administrativa. A motivação é a exposição dos motivos e
integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e
psicológica que corresponde à vontade do agente público.

Como vimos, o motivo se distingue de móvel porque este designa a


representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O
motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos.

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Gabarito: Errado.

27. (CESPE - 2010 – INSS – Perito Médico Previdenciário)


A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal
ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de
poder.
Caracteriza o desvio de finalidade ou de poder a alteração da
finalidade expressa ou implicitamente imposta no ordenamento legal.
Gabarito: Certo.

28. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei


expressamente exigir determinada forma para que um ato
administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência
acarretará a nulidade do ato.
A forma é considerada elemento vinculado, ou seja, a forma é
prescrita ou não vedada em lei. No entanto, quando a lei não a exigir
como essencial, mesmo tendo sido adotada outra forma, o ato não será
considerado nulo. Por outro lado, sempre que a lei expressamente a
exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato.
Gabarito: Certo.

29. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos


atos administrativos, julgue os itens subsequentes. O ato de
exoneração do ocupante de cargo em comissão deve ser fundamentado,
sob pena de invalidade por violação do elemento obrigatório a todo ato
administrativo: o motivo.

Cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração, ou seja,


não precisa de motivo para destituir o cargo.
Gabarito: Errado

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30. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Médio) Acerca de organização


administrativa e ato administrativo, julgue o item a seguir. Considere
que, após a realização de uma correição, tenha sido detectado vício de
finalidade em ato administrativo editado pelo diretor de departamento
de uma agência reguladora, situação que foi, então, comunicada ao
presidente da entidade. Nessa situação, tendo avocado para si a
competência, o presidente poderá convalidar o referido ato
administrativo.

Pessoal, a convalidação só atinge os vícios sanáveis de Forma e


Competência. Vício de Finalidade o ato é anulado.
Gabarito: Errado.

31. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos


atos administrativos, julgue os itens subsequentes. Incorre em vício de
forma a edição, pelo chefe do Executivo, de portaria por meio da qual
se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de desapropriação,
quando a lei exigir decreto.
Considera-se vício de forma a ilegalidade na forma do ato
administrativo ocorre quando a forma prevista em lei não for
observada.
Gabarito: Correto.

2.3 Atributos (ou características) do ato


administrativo.

Os atos administrativos, como manifestação do Poder Público,


possuem atributos que os diferenciam dos atos privados e lhes
conferem características peculiares. Para a maioria da doutrina, os
atributos são a presunção de legitimidade ou de veracidade, a

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autoexecutoriedade e a imperatividade, embora alguns doutrinadores


incluam um quarto atributo, a tipicidade.

O primeiro ponto que costuma cair em concurso relativo


aos atributos é a sua diferenciação com relação aos elementos.
Enquanto estes são necessários para a própria formação e validade do
ato, aqueles são as características comuns aos atos administrativos.
De modo geral, a doutrina identifica os seguintes atributos dos atos
administrativos – você observará que eles formam a sigla PAI:

 presunção de legitimidade (e veracidade) – presunção juris


tantum (= presunção jurídica relativa, que pode ser ilidida caso exista
prova em contrário, cabendo o ônus a quem alega a ilegitimidade ou
ilegalidade do ato) de que os atos estão adequados ao direito e
verídicos quanto aos fatos. Decorre do princípio da legalidade.
Conseqüências disso: auto-executoriedade e inversão do ônus da prova
(Alexandrino, 2010, p. 458);
Os atos administrativos presumem-se: legais, isto é, compatíveis
com a lei, legítimos, porque coadunam com as regras da moral, e
verdadeiros, considerando que os fatos alegados estão condizentes com
a realidade posta. Essa presunção permite que o ato produza todos os
seus efeitos até qualquer prova em contrário.

Assim, o ato administrativo, ainda que ilegal, produzirá


todos os seus efeitos como se válido fosse até a declaração de
ilegalidade e sua retirada do ordenamento jurídico.

Marinela traz os seguintes fundamentos que são utilizados para


justificar a presença desse atributo:

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a) a existência de um procedimento prévio, com a obediência às


formalidades que precedem a sua edição, constituindo, ao
menos no plano teórico, uma garantia de observância à lei;
b) o fato de ser uma forma de expressão da soberania do Estado,
portanto, a autoridade que pratica o ato o faz como
manifestação da vontade do povo, o que, por si só, é suficiente
para legitimar a sua prática;
c) decorre da necessidade de assegurar celeridade no
cumprimento dos atos administrativos;
d) esses atos se sujeitam a um rigoroso controle realizado dentro
da própria Administração e pelo Judiciário, sempre com a
finalidade de garantir a obediência à lei, impedindo a
manutenção de atos ilegais, não restando justificativa para a
sua realização;
e) por fim, a própria aplicação do princípio da legalidade que, para
o direito público, estabelece que o administrador só pode fazer o
que a lei autoriza ou determina, cabendo a ele a sua tutela, o
que justifica a presunção desses atos.

 imperatividade – os atos administrativos, sejam eles normativos


(quando regulam determinada situação), ordinatórios (quando
organizam a estrutura da Administração) ou punitivos (quando aplicam
penalidades), se impõem unilateralmente a terceiros,
independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Decorre do poder extroverso do Estado –
prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera
jurídica de terceiros.
Assim, a imposição do ato administrativo de forma coercitiva
independe de o destinatário reputá-lo válido ou inválido, uma vez que,
somente após obter pronunciamento da Administração ou do Judiciário,
é que este poderá furtar-se à sua obediência.

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Nem todos os atos administrativos, contudo,


possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros
(Bandeira de Mello, 2010, p. 419). Dessa forma, quando o ato
administrativo visa conferir direitos solicitados pelos administrados,
como nas licenças, autorizações, permissões, além de outros, não há
imperatividade. Ademais, para os atos enunciativos, que emitem
opinião, certificam ou atestam determinada situação, não há também
que se falar em imperatividade.

 Autoexecutoriedade – autoriza a Administração a executar


diretamente seus atos e fazer cumprir suas determinações sem precisar
recorrer ao Judiciário, admitindo-se até o uso de força pela
Administração, se necessário, sempre que for autorizada por lei.
Se subdivide em:
o exigibilidade – esse atributo é definido por Bandeira de Mello
(2010, p. 419) como a “qualidade em virtude da qual o
Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de
terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que
impôs”. Isso quer dizer que alguns atos administrativos
impõem ao particular uma obrigação de fazer ou de dar, mas
não chegam ao ponto de autorizar a Administração a
promover uma coação material para que o particular execute o
ato.
o executoriedade – é o atributo que possibilita ao Poder
Público implementar materialmente o ato administrativo,
podendo, inclusive, se valer do uso da força sem a
necessidade de autorização judicial prévia. É a possibilidade
que tem o administrador de fazer cumprir as suas decisões e
executá-las, independentemente de autorização de outro

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Poder. A administração pode se valer desse atributo quando


SINAL DE ALERTA!:
a) a lei autoriza (p. ex: apreensão de produtos alimentícios
comercializados sem a aprovação da ANVISA); ou
b) em situações de urgência, em que o ato é condição
indispensável para a garantia do interesse público (p. ex:
retirada dos moradores de um prédio com risco de
desabamento).
Marinela destaca que a grande diferença está no meio coercitivo
utilizado, uma vez que, na exigibilidade, a Administração utiliza-se de
meios indiretos de coerção, sempre previstos em lei como, por
exemplo, a multa, além de outras penalidades, pelo descumprimento do
ato. Já na executoriedade, a Administração emprega meios diretos de
coerção, compelindo materialmente o administrado, utilizando inclusive
a força, independente de previsão legal para socorrer situação
emergente.
Em regra, a exigibilidade está presente em todo ato administrativo,
porém o mesmo não acontece com a executoriedade, que depende de
previsão legal, exceto quando se trata de medida urgente para a
proteção do interesse público.
MUITA ATENÇÃO!!! Esse atributo não chega a autorizar a execução
pela Administração de multas devidas pelo cidadão (a única hipótese
em que isso é possível é na situação prevista no art. 80, III, da Lei nº
8.666/93, em que a Administração pode subtrair da garantia prestada
pelo contratado o valor da multa aplicada pela falha na execução).
Importante notar, ainda, que esse atributo também não dispensa o
cumprimento de determinadas formalidades, a saber: o dever de
notificar previamente o administrado, de instaurar procedimento
administrativo com contraditório e ampla defesa, dentre outras
exigências previstas em lei específica. Observe a Súmula nº 312 do
STJ: “No processo administrativo para imposição de multa de trânsito,

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são necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena


decorrente da infração”.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os atos


administrativos gozam de um quarto atributo, a tipicidade,
característica por meio da qual o “ato administrativo deve corresponder
a figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir
determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração
pretende alcançar existe um ato definido em lei”.
Esse atributo decorre do princípio da legalidade, representando
mais uma garantia para o administrado, o que impede que a
Administração pratique atos inominados, ato sem a respectiva previsão
legal, representando limites à discricionariedade do administrador, e,
por conseguinte, afastando a possibilidade de ato arbitrário.
Para a autora, a tipicidade só está presente nos atos
administrativos unilaterais, inexistindo nos atos bilaterais, como os
contratos, porque nestes não há imposição de vontade da
Administração, dependendo sempre da aceitação do particular.

Em resumo, temos o seguinte quadro com as


características principais de cada um dos atributos:

Presunção Autoexecutoriedade Imperatividade Tipicidade


de (Di Pietro)
legitimidade
Presunção juris Exigibilidade Executoriedade Os atos administrativos O “ato
tantum de que os O Estado pode O Estado pode se impõem a terceiros. administrativo
atos correspondem exigir de implementar deve corresponder
aos fatos e ao direito terceiros o materialmente o a figuras definidas
aplicável. cumprimento ato, sem a previamente pela
de obrigações, necessidade de lei como aptas a
mas não chega autorização produzir
ao ponto de judicial, com determinados

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promover autorização legal resultados. Para


coação material ou em urgência. cada finalidade
que a
Administração
pretende alcançar
existe um ato
definido em lei”

Desse modo, apresentamos a sigla PAI ou PATI para você não se


esquecer dos atributos ou características dos atos administrativos.

32. (CESPE – 2015 – MPUP - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente.
Tanto os atos administrativos constitutivos quanto os negociais e
os enunciativos têm o atributo da imperatividade.
Pessoal, estudamos acima que a imperatividade é procedimento
feito sem a anuência do particular. Contudo temos algumas exceções,
tais eles atos negociais e enunciativos.
Gabarito – Errado.

33. (CESPE – 2015 - DPE-PE - Defensor Público) Julgue o


item que se segue, a respeito de atos administrativos.
Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão
ser anulados pela própria administração. No entanto, se de tais atos
decorrerem efeitos favoráveis a seus destinatários, o direito da
administração de anular esses atos administrativos decairá em cinco

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anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver


comprovada má-fé.

Para respondermos essa questão, vamos nos voltar a letra da lei nº


9.784/99 estabelece, que estabelece em seu art. 54 o seguinte: “O
direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos,
contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.
Importante ressaltar também o art. 54 da mesma lei que
estabelece: “Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé”.
Gabarito – certo.

34. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em


decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a
administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial,
interditar determinado estabelecimento comercial.
Exatamente o que está no quadro! Na Executoriedade,
subclassificação da autoexecutoriedade, o Estado pode implementar
materialmente o ato, sem a necessidade de autorização judicial, com
autorização legal ou em urgência.
Gabarito: Certo.

35. (CESPE - 2010 – MS – Analista Técnico-


Administrativo) Os atos administrativos gozam de presunção iuris et
de iure de legitimidade.
Vimos que a presunção de legitimidade é confere presunção juris
tantum (relativa) aos atos administrativos, ou seja, é uma presunção
jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em contrário.

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Gabarito: Errado.

36. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) Inerente


aos atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por
ser um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova
em contrário.
Vimos que a presunção de legitimidade é um atributo e não um
princípio, presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser
ilidida caso exista prova em contrário).
Gabarito: Errado.

37. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área


Judiciária) Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem
do que se denomina poder extroverso, que permite ao poder público
editar provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,
interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as
unilateralmente em obrigações.
Pessoal, nem todos os atos administrativos são imperativos.
Logo, está INCORRETA.

38. (CESPE - 2011 - IFB – Professor) Por meio da


imperatividade, uma das características do ato administrativo, exige-se
do particular o cumprimento do ato, ainda que este contrarie
disposições legais.
Como vimos a imperatividade dos atos administrativos se impõem
a terceiros, independentemente de sua concordância, criando
obrigações ou impondo restrições. Decorre do poder extroverso do
Estado – prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na
esfera jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos,
contudo, possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a

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terceiros (Bandeira de Mello, 2010, p. 419); Nenhum terceiro deverá


cumprir ato ilegal!
Gabarito: Errado.

39. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) A


cobrança de multas, em caso de resistência do particular, é um ato
administrativo autoexecutório.
O atributo da autoexecutoriedade não chega a autorizar a execução
pela Administração de multas devidas pelo cidadão. A imposição da é
um ato imperativo e decorre do exercício do poder de polícia, sua
execução (obrigar pagamento) poderá ser efetivada pela via judicial.
Gabarito: Errado.

40. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) A presunção de


legitimidade, como atributo do ato administrativo, representa a
faculdade ou a prerrogativa conferida à administração pública para
impor, unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na
esfera alheia independentemente de anuência prévia.
Vimos que os atos administrativos se impõem a terceiros,
independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Esse atributo é o da imperatividade.
A presunção de legitimidade é o atributo que goza o ato
administrativo de se presumir sua consonância, conformidade, com o
direito.
Gabarito: Errado.

41. (CESPE - 2010 – AGU – Agente Administrativo) No caso


de um administrado alegar a existência de vício de legalidade que
invalide determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá
fundamentar sua alegação com provas dos fatos relevantes, por força

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da obrigatoriedade de inversão do ônus da prova, originada no princípio


da presunção de legitimidade do ato administrativo.
A presunção de legitimidade dá a garantia à Administração de que
seus atos serão observados na medida em que se presume produzidos
de acordo com a lei. Assim, aquele que contesta tal presunção deve
demonstrar por meio de provas suas alegações. Desta forma, trata-se
de inversão do ônus da prova.
Gabarito: Certo.

42. (CESPE - 2010 – AGU – Contador) O ato administrativo,


uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que
esteja eivado de vícios.
Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo,
assim, o ato deve ser cumprido até que se prove o vício, para que seja
anulado.
Gabarito: Certo.

43. (CESPE - 2011 – TJ/ES – Analista Judiciário –


Administrativa) Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela
administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá
normalmente seus efeitos.
Vimos que há a presunção de legitimidade do ato administrativo,
assim, o ato deve ser cumprido, produzindo seus efeitos, até que se
prove o vício, para que seja anulado.
Gabarito: Certo.

44. (CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública)


No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.
O aluguel, pelo TCDF, de espaço para ministrar cursos de especialização

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aos seus servidores constitui ato administrativo, ainda que regido pelo
direito privado.

Pessoal, lembre-se de que aluguel é CONTRATO BILATERAL!


Portanto, disciplinado pelo direito privado. Lembre-se do conceito de ato
administrativo:
“pode-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou
de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com
observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a
controle pelo Poder Judiciário” (2009, p. 196)

Gabarito: Errado.

45. (CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública


- Sistemas de TI) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue o
próximo item. Os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo
e pelo Poder Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo.

De acordo com a definição de ato administrativo da professora Di


Pietro:
“pode-se definir o ato administrativo como a declaração do
Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito
público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário” (2009, p. 196)

O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo,


os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também

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editam atos administrativos. Os atos administrativos dos três poderes


(Legislativo, Executivo e Judiciário) submetem-se ao regime jurídico
administrativo (Supremacia do interesse público).

Gabarito: correta

46. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista


Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) A respeito do regime
jurídico administrativo, julgue o item a seguir. Os atos administrativos
podem ser exarados por órgãos públicos ou por particulares mediante
delegação.

Como vimos, “atos administrativos” são declarações humanas (e


não meros fenômenos da natureza), unilaterais (as bilaterais
constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por
particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de
produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o
interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle.
Desta forma, o ato administrativo não é identificado pelas pessoas
que o executam, mas sim por características próprias.

Gabarito: correto

47. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Nível Superior - Conhecimentos


Básicos - Cargos 3 e 4) Acerca do direito administrativo, julgue o item a
seguir. Caso a SUFRAMA pretenda alugar uma nova sala para nela
realizar curso de formação de novos servidores, o contrato de locação,

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nessa hipótese, em razão do interesse público, apesar de ser regido


pelo direito privado, será considerado tecnicamente como ato
administrativo.

Como vimos anteriormente, nem toda ação da Administração


Pública é tida como ato administrativo. Os atos administrativos são
manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo
assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relação ao
particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de
economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais
empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os
atos praticados por estas não são considerados atos administrativos,
mas atos privados da Administração. Assim se enquadra o contrato de
locação.

Gabarito: Errado

48. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Nível Superior - Conhecimentos


Básicos) A respeito do direito administrativo, julgue o item subsecutivo.
Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca da
construção de um condomínio em área supostamente irregular, mas se
tenha mantida inerte, essa ausência de manifestação da administração
será considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos,
independentemente de lei ou decisão judicial.

Lembra da valiosa lição de Bandeira de Mello (2010, p. 413-416)


acerca do silêncio da Administração quando esta não se pronuncia
quando deve fazê-lo? Para o ilustre administrativista, o silêncio não é

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ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não houve


qualquer manifestação.
Ademais, “o silêncio administrativo só será ato administrativo
quando a lei assim o prevê”.

Gabarito: Errado

49. (CESPE - 2014 - Polícia Federal - Conhecimentos


Básicos - Nível Superior) Julgue o item a seguir, no que concerne aos
atos administrativos e ao controle da administração pública.
Mérito administrativo é a margem de liberdade conferida por lei
aos agentes públicos para escolherem, diante da situação concreta, a
melhor maneira de atender ao interesse público.

Quando o administrador se depara com alguma margem de


liberdade para decidir acerca da realização de determinado ato, ele
está diante de um ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá
dos critérios de conveniência e oportunidade para tomar decisões.

Juízo de mérito = conveniência + oportunidade

Pode-se, então, considerar mérito administrativo a avaliação da


conveniência e da oportunidade relativas ao motivo e ao objeto,
inspiradoras da prática do ato discricionário.
Gabarito: Correto

50. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área


Judiciária) No tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue
os próximos itens.

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Os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade, o


que significa que são considerados válidos até que sobrevenha prova
em contrário.

Como vimos, é atributo dos atos administrativos a presunção de


legitimidade:
Presunção de legitimidade (e veracidade) – presunção juris
tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso exista prova em
contrário) de que os atos estão adequados ao direito e verídicos quanto
aos fatos. Consequências disso: auto-executoriedade e inversão do
ônus da prova (Alexandrino, 2010, p. 458).

Gabarito: Correto

51. (CESPE - 2014 - TC-DF - Auditor de Controle Externo)


Acerca da convalidação e atributos dos atos administrativos e da
responsabilidade civil do Estado, julgue os itens subsequentes.
A presunção de legitimidade é atributo de todos os atos da
administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa
inerente aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do
Estado.
Como ensina Maria Sylvia Zanella di Pietro, Direito Administrativo,
27ª ed, 2014, p. 208, sore presunção de legitimidade: “Quanto ao
alcance da presunção, cabe realçar que ela existe, com as limitações já
analisadas, em todos os atos da Administração, inclusive os de direito
privado, pois se trata de prerrogativa inerente ao Poder Público,
presente em todos os atos do Estado, qualquer que seja a sua
natureza”.
Percebam que se a questão falasse de "ato administrativo" ela
estaria errada pelo simples fato de se referir a "direito privado", uma

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vez que todo ato administrativo encontra-se sob a égide do direito


público.
Gabarito: Correto

52. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista


Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) A respeito do regime
jurídico administrativo, julgue o item a seguir.
A imperatividade é atributo presente apenas nos atos
administrativos que imponham restrições de direitos, não se aplicando
aos atos ampliativos de direitos.

Os atos administrativos se impõem a terceiros,


independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Decorre do poder extroverso do Estado –
prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera
jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo,
possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros
(Bandeira de Mello, 2010, p. 419). Essa exceção ocorre nos atos
solicitados à Administração, ou seja, direitos solicitados pelos
administrados, como licenças, permissões, autorizações; e nos atos
enunciativos, como pareceres, certidões, atestados. É justamente por
isso que a imperatividade não se aplica aos atos ampliativos de direito.

Gabarito: Correto

53. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo)


Um veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão,

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derrapou, invadiu a pista contrária e colidiu com o veículo de um


particular. O acidente resultou em danos a ambos os veículos e lesões
graves no motorista do veículo particular.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se
seguem.
Em caso de o servidor ser condenado administrativamente em
decorrência do acidente, o ato de aplicação de penalidade a esse
servidor será caracterizado pelo atributo da autoexecutoriedade.

Como vimos, a autoexecutoriedade subdivide-se em:


o Exigibilidade – esse atributo é definido por Bandeira
de Mello (2010, p. 419) como a “qualidade em virtude da qual
o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de
terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que
impôs”. Isso quer dizer que alguns atos administrativos
impõem ao particular uma obrigação de fazer ou de dar, mas
não chegam ao ponto de autorizar a Administração a
promover uma coação material para que o particular execute o
ato.
o Executoriedade – é o atributo que possibilita ao
Poder Público implementar materialmente o ato
administrativo, podendo, inclusive, se valer do uso da força
sem a necessidade de autorização judicial prévia. A
administração pode se valer desse atributo quando SINAL DE
ALERTA!:
c) a lei autoriza (p. ex: apreensão de produtos
alimentícios comercializados sem a aprovação da ANVISA);
ou
d) em situações de urgência, em que o ato é
condição indispensável para a garantia do interesse público

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(p. ex: retirada dos moradores de um prédio com risco de


desabamento).
Esse atributo não chega a autorizar a execução pela
Administração de multas devidas pelo cidadão (a única hipótese em que
isso é possível é na situação prevista no art. 80, III, da Lei nº 8.666/93,
em que a Administração pode subtrair da garantia prestada pelo
contratado o valor da multa aplicada pela falha na execução).
No entanto, por exemplo: Um agente de trânsito não
depende de ordem judicial para aplicar uma multa (portanto, possui a
autoexecutoriedade), mas a cobrança dela não é autoexecutória. No
caso proposto pela banca, o ato de aplicação da penalidade do servidor
é autoexecutório, Dessa forma, a assertiva está correta!

Gabarito: Correto

54. (CESPE - 2014 - CBM-CE - Primeiro-Tenente) Julgue o


item abaixo, relativo a atos administrativos, com base na doutrina de
referência.
As licenças, autorizações, decretos, certidões e atestados
representam atos administrativos dotados do atributo da
imperatividade.

Os atos administrativos se impõem a terceiros,


independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições. Decorre do poder extroverso do Estado –
prerrogativa que tem o Estado de praticar atos que influam na esfera
jurídica de terceiros. Nem todos os atos administrativos, contudo,
possuem esse atributo, pois nem todos geram deveres a terceiros
(Bandeira de Mello, 2010, p. 419). Essa exceção ocorre nos atos
solicitados à Administração, ou seja, direitos solicitados pelos

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administrados, como licenças, permissões, autorizações; e nos atos


enunciativos, como pareceres, certidões, atestados. Ou nos atos apenas
enunciativos (certidão, atestado, parecer).

Gabarito: Errado

55. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) Acerca do regime


jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que amparam a
administração pública, julgue os itens seguintes.
A prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da
administração pública autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a
servidor público com base na regra da verdade sabida.

Para Helly Lopes Meirelles verdade sabida “é o conhecimento


pessoal da infração pela própria autoridade competente para punir o
infrator”. A doutrina é no sentido de que a verdade sabida é
inconcebível, porque contraria o princípio da ampla defesa e do devido
processo legal.

Gabarito: Errado

2.4 Classificação dos atos administrativos

2.4.1 Existência, validade, eficácia e


exeqüibilidade

A distinção tratada neste ponto pode parecer, à primeira vista, um


tanto quanto teórica e não muito importante. Não se engane,

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concursando, o seu concorrente está estudando este tópico e ele já foi


cobrado em outras provas! Por isso, avante!
Os atos administrativos, à semelhança dos atos jurídicos,
apresentam 3 momentos: a criação/formação, a irradiação de seus
efeitos e a efetivação desses efeitos no plano concreto.
Para a sua plenitude, o ato administrativo deve ser perfeito, válido
e eficaz.
O ato administrativo é perfeito e passa a existir quando completa
todas as suas fases de elaboração. A perfeição não afasta possíveis
vícios do ato administrativo; seu sentido é o de consumação, conclusão.
Quando concluída a sua prática, o ato assume a garantia atribuída ao
ato jurídico perfeito, impedindo que seja atingido por efeito retroativo
da lei.
Ele é válido quando expedido em conformidade com as exigências
do ordenamento jurídico, seja com a lei ou com outro ato de grau mais
elevado.
É eficaz quando está pronto para produzir efeitos próprios, ou
seja, quando seus efeitos típicos, ao serem desencadeados, não se
encontram dependentes de qualquer evento posterior, como uma
condição suspensiva, termo inicial ou ato controlador a cargo de outra
autoridade.
Os efeitos podem ser típicos (previstos na norma) ou atípicos.
Estes são divididos em preliminares ou prodrômicos (efeitos do ato a
partir de sua edição até a produção dos efeitos típicos – ex: o ato da
corregedoria de um órgão federal comunicar a demissão de um servidor
à CGU) e reflexos (os que atingem relações jurídicas de terceiros – ex:
quando o Estado desapropria um imóvel que está alugado, o locatário
do imóvel é um terceiro que é atingido pelo ato).
A doutrina igualmente distingue os efeitos dos atos administrativos
de acordo com três dimensões:

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a) Temporal: leva em consideração o período da produção de


efeitos, dividindo os atos administrativos em atos de eficácia
instantânea e atos de eficácia duradoura.
b) Espacial: considera o âmbito de incidência dos efeitos,
verificando o território, como ocorre em certos atos expedidos por
Município, que só produzem efeitos dentro de seu território.
c) Subjetiva: se relaciona com os indivíduos que estão sob
sujeição do ato.
Carvalho Filho (2005, p. 103) aponta um quarto aspecto quanto à
formação e aos efeitos dos atos administrativos, distinguindo a eficácia
da exequibilidade. O ato seria eficaz a partir do momento em que
conclui seu ciclo de formação, ainda que dependa de condição ou termo
para ser executado. Já a exigibilidade ocorreria no momento em que a
Administração pode dar operatividade ao ato, ou seja, executá-lo por
completo. Assim, para ele, o ato pode ser eficaz e inexeqüível quando já
transcorridas todas as fases para sua edição, mas, em virtude de
determinação constante do próprio ato, ele só pode ser executado a
partir de determinado momento.
Dessas definições, pode-se concluir que o ato é:
a) perfeito quando completou o seu ciclo de formação e está apto
a produzir efeitos;
b) imperfeito quando não completa o seu ciclo de formação;
c) inválido quando está em desacordo com as leis ou os princípios
jurídicos;
d) ineficaz quando não está apto a produzir efeitos;
e) inexequível quando a Administração ainda não pode executar o
seu comando.
Os atos são editados para serem perfeitos, válidos e eficazes, ou
seja, concluído seu ciclo de formação, encontram-se plenamente
ajustados às exigências legais e estão disponíveis para deflagração dos
efeitos que lhe são típicos. Contudo, pode-se identificar a ocorrência de

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atos (a) perfeitos, inválidos e eficazes; (b) perfeitos, válidos e


ineficazes; (c) perfeitos, inválidos e ineficazes.
A hipótese (a) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito) e se impõe ao administrado em razão de seus
atributos de presunção de legitimidade e de imperatividade (eficaz).
Contudo, posteriormente, se verifica que ele foi editado contra
determinada norma jurídica (inválido). Em virtude disso, a eficácia só
persistirá até a declaração de invalidade. Exemplo: nomeação de um
servidor público para um determinado cargo, sem o respectivo concurso
ou quando realizado em desacordo com a lei – o nomeado toma posse e
entra em exercício, desenvolvendo todas as funções respectivas ao
cargo até o reconhecimento de ilegalidade da nomeação.
A hipótese (b) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito), está de acordo com o ordenamento (válido), mas o
administrador, ao editá-lo, impôs uma condição suspensiva ou um
termo inicial para que o ato comece a produzir efeitos após a ocorrência
de evento futuro ou autorização, aprovação ou homologação a serem
manifestados por uma autoridade controladora (ineficaz), é o chamado
ato pendente (Alexandrino, 2010, p. 433). Exemplo: o contrato
administrativo que obedeceu a todas as exigências legais e ainda não
foi publicado é válido, mas não vai produzir efeitos, em razão da não
realização de sua condição de eficácia prevista no art. 61, parágrafo
único, da Lei nº 8.666/93.
A hipótese (c) ocorre quando o ato completa o seu ciclo de
formação (perfeito), encontra-se em desconformidade com o
ordenamento (inválido) e foi editado com uma condição suspensiva ou
um termo ou depende de aprovação ou homologação de outro órgão
(ineficaz). Exemplo: caso o administrador celebre um contrato
administrativo, concluindo o seu ciclo de formação, entretanto, sem
obedecer às exigências de licitação (relacionada à validade) e
publicação (relacionada à eficácia) desse contrato.

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E quando o ato já completou seu ciclo de formação, é válido e


já produziu todos os efeitos para os quais ele foi criado? Nesse caso,
classifica-se esse ato como consumado.

Para Hely Lopes Meirelles, há também os atos inexistentes, que


são aqueles que têm a aparência de manifestação regular da
Administração, mas não chegam a se aperfeiçoar como atos
administrativos, pelo fato de estar ausente um dos elementos
qualificadores do ato administrativo como, por exemplo, ato praticado
por quem não é agente público, um usurpador de função pública.
Todavia, a consequência jurídica da invalidação e inexistência são
iguais, não existindo interesse prático nessa distinção.

2.4.2 Vinculação e Discricionariedade

Passando essa matéria para você, eu me lembro o quanto era dura


a minha rotina de concursando. Fazia curso pela manha, trabalhava 7
horas por dia no STJ e ficava na biblioteca da UnB até as 23:30. O
concursando é um verdadeiro guerreiro! Ele não pode se perder no
caminho traçado para o sucesso, deve manter o foco para não dar
chance para a concorrência.

No estudo desse ponto (vinculação e discricionariedade)


você deve ter em mente a seguinte expressão “grau de liberdade”,
pois a vinculação ou a discricionariedade depende justamente desse
“grau de liberdade”, maior ou menor, conferido por lei para avaliar se o
ato é vinculado ou discricionário.

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Se não há margem alguma de liberdade, pois a lei determinou


que o único comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a
hipótese era aquele, o ato praticado é vinculado ou regrado. Nesse
caso, a atuação do administrador encontra-se tipificada na lei, não há
avaliação acerca de conveniência e oportunidade (=mérito), ele está
amarrado às imposições legais. Por isso, surge para o administrado o
direito subjetivo de exigir da autoridade a edição do ato, ou seja,
preenchidos os requisitos legais, o administrador é obrigado a conceder
o que foi requerido, sendo, inclusive, passível de mandado de
segurança quando denegatória a decisão. Exemplos: concessão de uma
aposentadoria, licença.

Marinela destaca que, na verdade, não há que se falar


em absoluta vinculação, já que há sempre um pouco de liberdade,
embora se trate somente de liberdade temporal, estando o
administrador autorizado a praticar o ato dentro do prazo legal, seja no
primeiro ou no último dia.

E quando a lei deixa alguma margem de liberdade para o


administrador avaliar a situação, o que ocorre? Nesse caso, quando o
administrador se depara com alguma margem de liberdade para
decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de um
ato discricionário. A lei prevê mais de um comportamento possível a
ser adotado pelo administrador em um caso concreto. Portanto, nessas
hipóteses, ele se valerá dos critérios de conveniência e oportunidade
para tomar decisões, porém sempre dentro dos limites da lei.
Exemplos: permissão de uso para colocação de mesas e cadeiras nas
calçadas públicas, autorizações.

Juízo de mérito = conveniência + oportunidade

Assim temos:

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A lei não dá margem de liberdade ato vinculado


A lei confere alguma margem de liberdade ato
discricionário.
Podemos exemplificar que há discricionariedade em um ato
administrativo quando:
a) a lei prevê dois ou mais atos possíveis para se chegar ao
resultado previsto;
b) a lei prevê apenas o resultado, mas não a forma de se chegar
até ele;
c) apresenta conceitos indeterminados que devem ser avaliados
no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato
de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p.
ex: boa-fé, moralidade pública etc.).
O poder discricionário existe porque a atividade administrativa é
dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas as situações
presentes e futuras de possível ocorrência para a Administração. Caso o
administrador se depare com uma situação para qual a lei confira
margem de decisão, deve escolher a alternativa que mais se adéque ao
interesse público.

Marinela chama atenção de que também não se


admite a absoluta discricionariedade, visto que o ato, de igual forma,
deve ser submetido aos limites da lei, contando, inclusive, para a sua
formação, com elementos vinculados (sujeito competente, forma e
finalidade) e com elementos discricionários (motivo e objeto). O simples
fato de a lei estabelecer liberdade para o administrador não significa
que este poderá fazer dela o uso que bem entender; exige-se o
comportamento ideal, compatível com todo ordenamento jurídico e
apto, no caso concreto, a atender com perfeição à finalidade da norma.

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O ato discricionário não se confunde com ato


arbitrário. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais e
arbítrio é ação contrária ou que transborda os limites da lei. O primeiro
é legal, o segundo é ilegal e inválido.

Ato discricionário ≠ Ato arbitrário

Também não se pode confundir o ato discricionário com uma


situação de ausência absoluta de regulamentação. O ordenamento
jurídico, a partir da Constituição, molda os atos administrativos por
meio de princípios e regras gerais, como o princípio da moralidade, da
supremacia do interesse público, a regra do teto constitucional do
servidor público etc. Assim, não há ato administrativo praticado
com liberdade absoluta ou com margem total e irrestrita de
liberdade. O ato discricionário não dispensa a lei, nem se exerce sem
ela (Bandeira de Mello, 2010, p. 432).

O Poder Judiciário, salvo em situações excepcionais, não pode se


inserir no mérito administrativo para declarar inválido um ato
administrativo discricionário. É vedado ao juiz substituir a
discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta à
separação dos poderes. Por essa razão é que os tribunais vêm
entendendo que não podem alterar o gabarito de questões de concurso
ou conferir a um candidato uma pontuação superior em uma prova de
títulos se não há previsão expressa no edital (STJ: RMS 23878 e RMS
32464).

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Mais recentemente, o STF decidiu no RE 632853, em sede de


repercussão geral, que “Os critérios adotados por banca examinadora
de concurso não podem ser revistos pelo Poder Judiciário.” Isso quer
dizer que o Poder Executivo, que executa as leis, gere a coisa pública e
elabora as questões da sua prova não pode sofrer a interferência do
Poder Judiciário (que tem a competência constitucional de julgar) no
mérito desses atos, ou seja, o juiz não pode determinar que a banca
examinadora mude os critérios de correção de sua prova. A única
hipótese em que o juiz pode interferir no trabalho do examinador (e do
gestor público em geral) é quando ele age com ilegalidade ou
inconstitucionalidade.
MUITA ATENÇÃO!
Atualmente, se fala no “controle de legalidade em sentido amplo”.
Isso que dizer que ao Judiciário, no exercício de controle judicial, cabe a
análise de legalidade de qualquer tipo de ato, nos seus aspectos legais
e constitucionais, inclusive de seus princípios. Poderá até, por vias
tortas, atingir a conveniência e a oportunidade do ato administrativo
discricionário, mas tão somente quando essas forem incompatíveis com
o ordenamento vigente, portanto, quando for ilegal. Há casos
excepcionais em que a adoção desses princípios e a formulação de juízo
de proporcionalidade e razoabilidade quanto ao motivo e a finalidade
que ensejou o ato administrativo acabaram por determinar a anulação
do ato administrativo por uma verdadeira incursão do Poder Judiciário
no mérito do ato, como nos seguintes casos:

1) “Asseverou-se que, embora não caiba ao Poder Judiciário


apreciar o mérito dos atos administrativos, a análise de sua
discricionariedade seria possível para a verificação de sua
regularidade em relação às causas, aos motivos e à finalidade
que ensejam. Salientando a jurisprudência da Corte no sentido
da exigibilidade de realização de concurso público, constituindo-

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se exceção a criação de cargos em comissão e confiança,


reputou-se desatendido o princípio da proporcionalidade, haja
vista que, dos 67 funcionários da Câmara dos Vereadores, 42
exerceriam cargos de livre nomeação e apenas 25, cargos de
provimento efetivo. Ressaltou-se, ainda, que a
proporcionalidade e a razoabilidade podem ser identificadas
como critérios que, essencialmente, devem ser considerados
pela Administração Pública no exercício de suas funções típicas.
Por fim, aduziu-se que, concebida a proporcionalidade como
correlação entre meios e fins, dever-se-ia observar relação de
compatibilidade entre os cargos criados para atender às
demandas do citado Município e os cargos efetivos já existentes,
o que não ocorrera no caso”. (RE-365368)
2) O STF já fixou orientação no tocante à possibilidade de controle
pelo Judiciário quanto à escolha e à implementação das diversas
políticas públicas:
“Não obstante a formulação e a execução de políticas públicas
dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por
delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo,
cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio,
a liberdade de conformação do legislador, nem a de atuação do
Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de
modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de
neutralizar, comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais,
econômicos e culturais, afetando, como decorrência causal de
uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo
comportamento governamental, aquele núcleo intangível,
consubstanciador de um conjunto irredutível de condições
mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à
própria sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á,
como procedentemente já enfatizado – e até mesmo por razões

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fundadas em um imperativo ético-jurídico -, a possibilidade de


intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos,
o acesso aos bens cuja fruição lhes haja sido injustamente
recusada pelo Estado.” (ADPF nº 45).
3) O STJ orienta que a inércia do Administrador, quando existia o
dever de agir e a violação ao critério da razoabilidade também
caracterizam ilegalidade e a consequente possibilidade de
controle do Judiciário (REsp 813.408/RS, STJ – Segunda Turma,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julg: 02.06.2009, DJe:
15.06.2009).
Mas lembre-se: essas hipóteses de incursão do Judiciário no
mérito administrativo são excepcionais. A regra é: o Poder
Judiciário não pode interferir no mérito administrativo.

Agora uma perguntinha que vai derrubar seus concorrentes na


prova: O Poder Judiciário pode anular atos discricionários?
É claro que sim! Um ato discricionário é um ato administrativo
como qualquer outro, possui todos os elementos do ato (sujeito,
finalidade, objeto, forma e motivo). A única diferença é que o gestor
tem uma margem de liberdade maior ao editar um ato discricionário.
Assim, o Poder Judiciário pode analisar a regularidade (a legalidade
ou ilegalidade) de cada um dos elementos do ato discricionário. Ex: o
Judiciário pode anular um ato discricionário que não foi editado na
forma prevista em lei, que foi praticado por autoridade incompetente,
que não observou a finalidade pública, etc.

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Mais um ponto de divergência doutrinária no estudo do ato


administrativo é a avaliação de quais dos elementos do ato são
discricionários e quais são vinculados.
Di Pietro (2009, p. 214-216) entende que pode haver
discricionariedade na finalidade em sentido amplo (interesse público),
porquanto a lei se refere a ela usando expressões vagas. Também pode
haver discricionariedade no motivo, quando a lei não o definir ou o
definir utilizando expressões vagas, e no objeto (ou conteúdo), quando
houver vários objetos possíveis para atingir o mesmo fim.
Carvalho Filho (2005, p. 88-91), por sua vez, entende que o objeto
e o motivo podem ser vinculados ou discricionários.
Bandeira de Mello (2010, p. 433) afirma, por outro lado, que a lei
pode deixar margem de liberdade de apreciação nos seguintes
elementos: momento, forma, motivo, finalidade e conteúdo.

Elementos discricionários do ato


Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello
objeto Objeto conteúdo
motivo Motivo Motivo
finalidade em sentido finalidade
amplo
momento
Forma

Essa divergência doutrinária se justifica na pluralidade de


tratamento que a lei dá sobre a matéria. Se a lei prevê dois
procedimentos para a elaboração de determinado ato, a forma será

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discricionária, se para um mesmo ato a lei destacar duas finalidades,


este elemento será discricionário. Assim, a análise da vinculação ou
discricionariedade do elemento do ato administrativo depende da
normatização do caso concreto.

Nos concursos públicos, se for cobrado quais


elementos do ato são discricionários e quais são vinculados, o
examinador deve indicar ao concursando qual doutrina está sendo
seguida, se não indicar, considere a posição majoritária: motivo e
objeto.
Isso porque, são nos elementos motivo e objeto dos atos
administrativos discricionários que se encontram a liberdade do
administrador e o juízo de conveniência e oportunidade, também
denominado mérito do ato administrativo.

56. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo -


Conhecimentos Específicos) Acerca da invalidação, da revogação e da
convalidação dos atos administrativos, julgue o item a seguir.
Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a
ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue
tal ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos
danosos em consequência da aplicação desse ato.

Para respondermos a questão, devemos observar a súmula 473:

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Súmula 473 STF: “A administração pode anular seus próprios atos,


quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial”.
Gabarito – Errado.

57. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos
discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que
contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Um exemplo de ato administrativo que tem discricionariedade é
aquele que apresenta conceitos indeterminados, que devem ser
avaliados no caso concreto pelo administrador para que pratique o ato
de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos (p. ex: boa-fé,
moralidade pública etc.). Logo, está CORRETA

58. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) Os


elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a
competência, a finalidade e a forma.

Os elementos que são sempre vinculados em um ato


administrativo são a competência, a finalidade e a forma. O motivo e o
objeto são elementos que podem ser vinculados ou discricionários.
Logo, está CORRETA e assim foi considerado pela banca do seu
concurso. Logo, leve essa informação para a sua prova.

59. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente


Administrativo) O motivo, que autoriza a prática do ato

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administrativo, representa um pressuposto subjetivo, por estar


relacionado ao agente público, e é reconhecido como requisito de
natureza vinculatória.
Essa questão está no mesmo sentido que a anterior. O motivo
representa um pressuposto objetivo e pode ser vinculado ou
discricionário. Logo, está INCORRETA.

60. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as


áreas) Ato administrativo vinculado é aquele que depende de
requerimento do interessado para ser praticado.
Se não há margem alguma de liberdade, o ato é vinculado.
Não há que se falar em requerimento, o ato já está previsto em lei.
Gabarito: Errado.

61. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo - Psicologia) Incluem-se na classificação de atos
administrativos discricionários os praticados em decorrência da
aplicação de norma que contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Conforme estudamos, os atos discricionários podem vir a ocorrer
quando o administrador está diante de um comando legal que o
determina a agir mas que traz em si conceitos abertos, como é o caso,
por exemplo, de probidade e boa-fé.
Resposta: certo.

62. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo - Psicologia) Os atos vinculados são passíveis de revogação.
Conversamos sobre isso durante a aula, meus caros. Se o ato
estava dentro da margem de discricionariedade do administrador
público, ou seja, o ato é discricionário, então pode ser objeto de
revogação, por critérios de conveniência e oportunidade. Os atos
vinculados são passíveis de anulação.

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Resposta: errado.

63. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A


revogação, uma das formas de extinção dos atos administrativos que
faz cessar os efeitos do ato precedente considerado inoportuno ao atual
interesse administrativo, justifica-se pela conveniência e oportunidade
da administração e tem necessariamente efeitos ex nunc.
A assertiva foi considerada correta pela banca. Em regra, os
efeitos da revogação são ex nunc e fazem cessar os efeitos do ato a
partir do momento da revogação.
Resposta: Certo.

64. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) No


que se refere aos atos administrativos e aos direitos e deveres do
servidor público, julgue os itens seguintes.
A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à
data em que ele tiver sido praticado.

A anulação de um ato administrativo é que produz efeitos


retroativos, ou seja, ex tunc.
Gabarito: Errado.

65. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico -


Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos
administrativos.
Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da
legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto
não só da legalidade, mas também do mérito.
Todo ato administrativo é passível de controle de legalidade, tanto
o vinculado como o discricionário. Já o controle sob o aspecto do mérito
só é possível no ato discricionário.

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Gabarito: Correto.

66. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico -


Administrativo) Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos
administrativos.
O poder de revogação de ato administrativo por parte da
administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas
que não rendem ensejo à revogação.
De fato o poder de revogação da Administração Pública é limitado.
São alguns exemplos: Não podem ser revogados os atos vinculados;
Não se pode revogar os atos que já exauriram os seus efeitos; Não se
pode revogar quando a autoridade já exauriu a sua competência; Não
podem ser revogados os atos enunciativos; Não podem ser revogados
os atos que gerem direitos adquiridos, entre outros.
Gabarito: Correto.

2.4.3 Outras classificações dos atos


administrativos.

Quanto às prerrogativas (para Marinela, quanto ao objeto) os atos


administrativos se dividem em: atos de império (emitidos com os
atributos gerais dos atos administrativos) e atos de gestão (emitido
com as características comuns dos atos dos particulares, p. ex.: quando
a Administração aluga um imóvel ou vende um bem de uma empresa
pública). Marinela ainda acrescenta atos de expediente.
Os atos de império são aqueles que a Administração pratica
usando da sua supremacia sobre o administrado. São impostos
unilateral e coercitivamente ao particular independente de autorização

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judicial, sendo regidos por um direito especial exorbitante do direito


comum. Podem ser constituídos como atos gerais ou individuais,
internos ou externos, todavia, devem ser sempre atos unilaterais,
representando a vontade onipotente do Estado e o seu poder de
coerção. Esses atos são revogáveis e modificáveis a critério da
Administração. Exemplos: desapropriação, requisição do patrimônio do
particular quando há iminente perigo, interdição de atividades
profissionais, etc.
Os atos de gestão são aqueles praticados pela Administração, sem
valer-se da sua supremacia sobre os destinatários. São
fundamentalmente regidos pelo direito privado. Não exigem coerção,
ocorrem nos atos puramente de administração dos bens e serviços
públicos e nos negociais com os particulares que não exijam coerção.
Exemplos: contrato de locação e alienação de bens inservíveis.
Essa classificação é muito criticada pelos autores modernos que
reconhecem que a Administração deve, na prática de todos os seus
atos, levar em consideração o interesse público que não pode ser
colocado em patamar de igualdade com o interesse do particular, sob
pena de colocar em risco a própria manutenção da vida em sociedade.
Por fim, os atos de expediente são aqueles que se destinam a
impulsionar os processos administrativos e papéis que tramitam pelas
repartições públicas, com vistas à decisão da autoridade superior, da
qual emana a vontade da Administração. Exemplo: despacho de
encaminhamento de um processo.
Quanto à formação da vontade os atos se distinguem em: simples,
complexos e compostos.
Essa classificação é de suma importância porque permite a
identificação do momento do aperfeiçoamento, a partir do qual o ato
poderá ser atacado, via administrativa ou judicial.
É simples o ato editado por um só órgão (seja esse órgão
composto de uma ou de várias autoridades, como ocorre, por exemplo,

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em um julgamento colegiado). Exemplos: licença de habilitação para


dirigir automóveis, simples nomeação pelo Presidente da República,
deliberação de um Conselho.

E qual seria a distinção entre o ato complexo e o composto?


É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos,
sejam eles singulares ou colegiados. Esses dois órgãos realizam um ato
único e só após a passagem pelo segundo órgão o ato é perfeito e
passa a existir, ou seja, nesse caso, as manifestações de vontade estão
em patamar de igualdade, tendo, ambas, a mesma força (ex:
aposentadoria de servidor público – é realizada pelo órgão do qual o
servidor faz parte e pelo Tribunal de Contas; nomeação de
desembargador por meio de lista tríplice – o tribunal faz uma lista com
3 nomes e o Governador ou o Presidente da República escolhe um
nome; nomeação de dirigente de agência reguladora – decreto assinado
pelo Chefe do Executivo e referendado pelo Ministro de Estado). Basta
lembrar da regra do 2 x 1.
Já o ato composto é aquele em que um órgão promove dois
atos secundários para a realização de um ato principal (ex: parecer
técnico e opinativo – o servidor faz o parecer – ato secundário – e a
autoridade superior aprova – ato principal). Basta lembrar da regra do 1
x 2.
Melhor explicando, o ato composto é aquele que depende de mais
de uma manifestação de vontade, o que o distingue do ato simples.
Essas manifestações devem acontecer dentro de um mesmo órgão e
estão em patamar de desigualdade, em que a contade de um é
instrumental em relação à do outro que edita o ato principal. Exemplo:
a autorização (manifestação principal), que depende de visto
(manifestação complementar) da autoridade superior, o que se
denomina ratificação.

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Esses são os conceitos de atos complexos e compostos mais


aceitos, especialmente após a edição da Súmula Vinculante nº 3 do
STF, que caracterizou o ato de aposentadoria como um ato complexo.
Contudo, Di Pietro possui entendimento diverso. Ela entende que a
nomeação de uma autoridade pelo Presidente, após a sabatina do
Senado, é um ato composto.

A diferença entre atos compostos e complexos


resume-se no seguinte: o complexo só se forma com a conjugação de
vontades de órgãos diversos enquanto o composto é formado pela
vontade única de um órgão, sendo apenas ratificado por outra
autoridade.

O STJ, em consonância com o entendimento consolidado pelo STF,


firmou a orientação no sentido de que “O ato de aposentadoria
consubstancia ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente
com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido a condição
resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade
final da Administração” (REsp 1.259.669/SC, STJ – Segunda Turma,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julg: 15.09.2011, DJe:
21.09.2011).
Quanto aos destinatários, os atos são gerais ou individuais (ex:
decreto de desapropriação de uma determinada área).
Os atos gerais são os que possuem caráter geral, abstrato,
impessoal, com finalidade normativa, alcançando todos que se
encontram na situação, de fato, abrangida por seus preceitos, atingindo
a coletividade como um todo. Esses atos prevalecem sobre os atos
individuais e dependem de publicação para produzir efeitos externos.
Exemplos: os regulamentos, as instruções normativas, além de outros;
atos que disciplinam a direção em determinada rua, que fixam o limite
de idade para certas atividades de lazer.

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Os atos gerais se subdividem em concretos (ex: edital de um


concurso público) e abstratos (ex: regulamento).
Os atos individuais ou especiais são os que se dirigem a
destinatários certos e determinados, criando uma situação jurídica
particular. Exemplos: decreto expropriatório, decreto de nomeação.
Esses atos podem ser divididos em: ato singular (só possui um
destinatário) e ato plúrimo ou múltiplo (possui vários destinatários
determinados).
Quanto ao alcance, segundo Marinela, os atos são internos ou
externos.
Os atos internos são destinados a produzir efeitos dentro das
repartições administrativas, incidindo normalmente sobre órgãos e
agentes da Administração que os expedirem, possuindo natureza
tipicamente operacional. Podem ser: gerais, especiais, normativos e
ordinatórios, conforme o caso. Exemplos: portarias, instruções de
serviço, etc; definição de uniforme para os servidores públicos.
Uma vez que se destinam a gerar uma eficácia interna, dentro do
órgão, esses atos, em regra, não dependem de publicação na imprensa
oficial, bastando cientificação direta aos destinatários. Também como
regra, esses atos não geram direito subjetivo ao destinatário, podendo
ser revogados e modificados a qualquer tempo.
Os atos externos ou de efeitos externos são os de alcance mais
abrangente, traduzindo-se em qualquer providência de efeitos externos,
disseminando seus efeitos sobre os administrados, os contratantes e,
em casos especiais, os próprios servidores públicos. Exemplo: definição
de horário de funcionamento dos órgãos públicos.
Esses atos emanam da Administração e inevitavelmente produzem
efeitos dentro das repartições e órgãos públicos, além da produção de
efeitos para fora, atingindo, inclusive, os particulares, dependendo de
publicação em órgão oficial.

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Quanto à manifestação de vontade, conforme ensina Marinela, os


atos podem ser unilaterais ou bilaterais. Essa classificação pode ser
encontrada em outros doutrinadores como hipóteses quanto à formação
do ato.
Os atos unilaterais são formados pela declaração jurídica de uma
só das partes (exemplos: demissão de um servidor, multas,
autorizações, licenças, etc). Já os atos bilaterais são formados por um
acordo de vontades entre as partes; em regra, são atos convencionais
(exemplos: contratos administrativos de concessão, de permissão,
contratos de gestão, etc).
Segundo Marinela, quanto à estrutura, os atos podem ser
concretos ou abstratos.
Os atos concretos são os que se colocam para um único e
específico caso, esgotando-se em uma única aplicação. Exemplos:
exoneração de determinado funcionário, decretação de desapropriação
de determinado bem particular, aplicação de multa a infrator de regra
de trânsito.
Por outro lado, os atos abstratos são aqueles que preveem
reiteradas e infindas aplicações, as quais se repetem cada vez que
ocorre a reprodução da hipótese neles prevista, alcançando um número
indeterminado e indeterminável de destinatários. Exemplos:
regulamento, atos que decidem a velocidade permitida em determinada
avenida, que decide o horário de funcionamento dos órgãos públicos,
etc.
Quanto aos efeitos que produzem no mundo jurídico, Marinela
divide os atos administrativos em: constitutivos ou declaratórios.
Os atos constitutivos são aqueles que fazem nascer uma nossa
situação jurídica, seja produzindo-a originariamente, seja extinguindo-a
ou modificando a situação anterior. Exemplos: autorização para
exploração de jazida; demissão.

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Por sua vez, os atos declaratórios são aqueles que afirmam a


preexistência de uma situação de fato ou de direito, objetivando
reconhecer uma situação jurídica preexistente. Exemplos: conclusão de
vistoria em edificação; certidão de matrícula em escola pública.
Quanto aos resultados na esfera jurídica, Marinela classifica os atos
administrativos em: ampliativos e restritivos.
Os atos ampliativos aumentam a esfera de ação jurídica do
destinatário (exemplos: concessões, autorizações e permissões;
admissões; licenças; etc). Já os atos restritivos diminuem a esfera
jurídica do destinatário ou lhe impõem novas obrigações, deveres ou
ônus (exemplos: extinguem os atos ampliativos; sanções
administrativas em geral; ordens; proibições).
Por fim, quanto à situação jurídica de criam, Marinela divide os
atos administrativos em: atos-regra, atos-subjetivos e atos-
condição.
Os atos-regra criam situações gerais, abstratas e impessoais,
sendo modificáveis a qualquer tempo pela vontade de quem os
produziu, sem que possa opor direito adquirido à persistência dessas
regras (exemplo: regulamento). Os atos-subjetivos criam situações
particulares, concretas e pessoais, produzidas, quanto à formação e
efeitos, pela vontade das partes, sendo imodificáveis pela vontade de
uma só delas e gerando direitos assegurados à persistência do que
dispuseram (exemplo: contrato). Por último, os atos-condição são
aqueles que alguém pratica incluindo-se isoladamente ou mediante
acordo com outrem, debaixo de situações criadas pelos atos-regra, pelo
que se sujeita às eventuais alterações unilaterais delas (exemplos: ato
de aceitação de cargo público; acordo na concessão de serviço público).

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67. (CESPE – 2015 – MPU - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente.
O ato que aplica determinada sanção a um servidor público
configura exemplo de ato constitutivo, que se caracteriza por criar,
modificar ou extinguir direitos.
Os atos constitutivos são aqueles que criam uma situação
jurídica. Temos como exemplo a nomeação, concessão de licença entre
outros. Já os atos extintivos são aqueles que põem fim a uma situação
jurídica, como exemplo temos a demissão.
Gabarito – Certo.

68. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista)


Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado
mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU
tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética,
esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a
que estava vinculado o servidor.
Que lindo! O mesmo exemplo dado em aula! Vamos revisar o
conceito e exemplo?
É complexo o ato editado por dois ou mais órgãos distintos.
Esses dois órgãos realizam um ato único e só após a passagem pelo
segundo órgão o ato é perfeito e passa a existir (ex: aposentadoria de
servidor público – é realizada pelo órgão do qual o servidor faz parte e

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pelo Tribunal de Contas; nomeação de desembargador por meio de lista


tríplice – o tribunal faz uma lista com 3 nomes e o Governador ou o
Presidente da República escolhe um nome). Basta lembrar da regra do
2 x 1.
Gabarito: Certo.

69. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle


Externo) Incluem-se na classificação de atos administrativos
discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que
contenha conceitos jurídicos indeterminados.
Dei como exemplo de ato administrativo que tem
discricionariedade, aqueles apresentam conceitos indeterminados que
devem ser avaliados no caso concreto pelo administrador para que
pratique o ato de forma a melhor adequar a situação a esses conceitos
(p. ex: boa-fé, moralidade pública etc.).
Gabarito: Certo.

70. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Em


uma situação de decisão, a possibilidade de o agente público adotar
mais de um comportamento, de acordo com a ótica da conveniência e
da oportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.
Quando administrador se depara com alguma margem de liberdade
(possibilidade de o agente público adotar mais de um comportamento)
para decidir acerca da realização de determinado ato, ele está diante de
um ato discricionário. Nessas hipóteses, ele se valerá dos critérios de
conveniência e oportunidade para tomar decisões.
Gabarito: Certo.

71. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) São


exemplos de atos de gestão a desapropriação de um bem privado, a

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interdição de um estabelecimento comercial e a apreensão de


mercadorias.
A desapropriação, a interdição e a apreensão de mercadorias são
atos de império, caracterizados pelo poder de coerção estatal, ou seja,
a Administração atua com superioridade, com poder de império (jus
imperii). Já os atos de gestão são aqueles em que a administração atua
em patamar de igualdade com o administrado, ou seja, despida de
prerrogativas, de poder de império.
Gabarito: Errado.

2.5 Atos administrativos em espécie

Hely Lopes Meirelles e Marcelo Alexandrino (2010, p. 464-477)


agrupam os atos administrativos em cinco espécies:

2.5.1 Atos administrativos normativos

São os atos que contêm um comando geral editado pela


Administração, buscando promover a melhor execução da lei,
detalhando melhor o que a lei previamente estabeleceu. Diz-se que são
leis em sentido material, uma vez que possuem comando geral e
abstrato, mas não são leis em sentido formal porque não são editados
pela vontade do povo por meio dos órgãos legislativos e não podem
inovar no ordenamento jurídico.
Os principais atos administrativos normativos são:

a. Decretos

São atos de competência exclusiva dos chefes do Executivo


(federal, estadual, municipal ou distrital) cuja função precípua é

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regulamentar a lei, buscando uma maior efetividade na sua execução,


sem contrariá-la ou tratar de matérias que ela não trata (decreto
regulamentar ou de execução). Excepcionalmente os decretos se
caracterizam como ato legislativo primário (decreto autônomo).
O decreto pode ser normativo e geral ou especifico e individual.
Quando geral, disciplinam, da mesma forma que a lei, regras gerais e
abstratas que se dirigem a todas as pessoas que se encontram na
mesma situação, sendo, entretanto, inferiores à lei (exemplo:
regulamentos). Cuidado, o decreto só pode regular a lei, não pode criar
outras obrigações que a lei não cria. Quando individual, é dirigido a um
grupo de pessoas determinadas, com efeitos concretos (exemplos:
decreto de desapropriação, de nomeação ou de demissão).
Até a edição da EC 32/2001, os decretos poderiam ser apenas de
natureza regulamentadora ou de execução. Essa emenda autorizou a
criação de decretos autônomos, ou seja, aqueles que dispõem sobre
matéria ainda não regulada especificamente em lei e, por isso,
classificados como primários.

O decreto autônomo, no Brasil, só pode ser editado para a


organização e funcionamento da administração, desde que não implique
em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, e
para a extinção de funções ou cargos públicos quando vagos (art. 84,
VI, da CF). No ponto, vale ler com atenção o dispositivo da
Constituição:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;

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A medida provisória não é considerada um ato administrativo


normativo, porque é norma decorrente do poder legiferante primário ou
direto (art. 59, V, da CF).
O decreto regulamentar ou de execução é o que visa a explicar a
lei e facilitar sua execução, aclarando seus mandamentos e orientando
sua aplicação, ou seja, buscam a aplicação efetiva do comando legal
aos particulares.

72. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo


- Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte, relativo ao ato
administrativo.
Decretos não são considerados atos administrativos.

São atos de competência exclusiva dos chefes do Executivo


(federal, estadual, municipal ou distrital) cuja função precípua é
regulamentar a lei, ou seja, não meramente um ato administrativo e
sim um ato administrativo NORMATIVO, buscando uma maior
efetividade na sua execução, sem contrariá-la ou tratar de matérias que
ela não trata (decreto regulamentar ou de execução). Logo, por ser
primário, não é caracterizado como ato normativo.
Gabarito – Errado.

b. Instruções normativas, regimentos,


regulamentos, resoluções e deliberações

Instruções normativas são expedidas pelos Ministros de Estado


ou por Presidentes de autarquias e fundações para a execução das leis,
decretos e regulamentos (art. 87, parágrafo único, II, da CF).

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Regimentos são atos administrativos normativos que regem o


funcionamento interno de órgãos (colegiados, corporações legislativas,
etc). São normas gerais de organização interna imponíveis aos que
trabalham no órgão e não aos cidadãos em geral, por isso os
regimentos são também denominados atos regulamentares internos e
não precisam ser publicados em diário oficial, apenas em boletim
interno.
Os regulamentos, atos regulamentares externos, normatizam
situações gerais e estabelecem relações jurídicas entre a Administração
e os administrados. Eles são postos em vigência por meio de decreto
para especificar os mandamentos da lei. É ato administrativo (não
legislativo), de caráter explicativo ou supletivo, hierarquicamente
inferior à lei e com eficácia externa, denominado, nesse caso,
regulamento executivo. ATENÇÃO, o regulamento não pode inovar no
ordenamento jurídico, ele serve, tão somente, para demonstrar como a
lei deve ser fielmente executada.
Resoluções, por outro lado, são atos normativos ou individuais
expedidos pelos órgãos administrativos de cúpula dos Ministérios,
Tribunais, Procuradorias, etc. para regular pontos específicos do
funcionamento interno do órgão. Assim, emanam de autoridades de
elevado escalão administrativo como, por exemplo, Ministros e
Secretários de Estado ou Municípios, ou Presidentes de Tribunais,
órgãos legislativos e colegiados administrativos.
Por fim, deliberações são atos oriundos, em regra, de órgãos
colegiados, como conselhos, comissões, tribunais administrativos, etc.
Normalmente, representam a vontade majoritária de seus
componentes.

2.5.2 Atos administrativos ordinatórios

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Ordinatório vem de “ordem”, ou seja, de estruturar, de organizar,


de dar o padrão de funcionamento da Administração. Nesse sentido, os
atos administrativos ordinatórios são os que disciplinam o
funcionamento interno da Administração e a conduta funcional dos
servidores. Esses atos só interessam aos agentes da Administração.
Emanam do poder hierárquico e, por isso, podem ser expedidos por
qualquer chefe aos seus subordinados, mas não podem inovar quanto à
legislação existente, salvo para dispor acerca de aspectos
procedimentais de rotina de trabalho.
São exemplos de atos ordinatórios, conforme definição de
Alexandrino (2010, p. 466): “instruções (orientações aos subalternos
relativas ao desempenho de uma dada função), as circulares internas
(atos que visam a uniformizar o tratamento conferido a determinada
matéria), as portarias (como uma portaria de delegação de
competências, ou uma portaria de remoção de um servidor)”.
Destacam-se, também, as ordens de serviço (determinações
dirigidas aos contratados pela Administração para a execução de obras
ou serviços), os ofícios (comunicações entre autoridades) e os
memorandos (comunicações entre superiores e subalternos).
Vamos aos conceitos trazidos por Marinela:
a) Portaria: ato administrativo interno pelo qual o chefe de
órgão e repartição pública expede determinações gerais ou especiais a
seus subordinados, ou designa servidores para funções e cargos
secundários.
b) Instrução: é fórmula de expedição de normas gerais e
abstratas de orientação interna das repartições, emanadas de seus
chefes, a fim de prescrever o modo pelo qual seus subordinados
deverão dar andamento aos seus serviços. As instruções não podem
contrariar a lei, o decreto, o regulamento, o regimento ou o estatuto do
serviço, uma vez que são atos inferiores.

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c) Aviso: atualmente, tem utilização restrita, salvo quando


utilizado com a simples finalidade de dar notícia ou conhecimento de
assuntos afetados à atividade administrativa.
d) Circular: é fórmula pela qual autoridades superiores
transmitem ordens uniformes a funcionários subordinados. Não veicula
regras de caráter abstrato como as instruções, mas concreto, ainda que
geral, por abranger uma categoria de subalternos encarregados de
determinadas atividades.
e) Ordem de serviço: é instrumento usado para transmitir
determinação aos subordinados, quanto à maneira de conduzir
determinado serviço. É de caráter concreto, apesar de geral. Ao invés
desse instrumento, as ordens, por vezes, são veiculadas por via de
circular.
f) Ofício: é o ato pelo qual os agentes administrativos se
comunicam. Formalmente, são cartas oficiais, por meio das quais se
expedem convites, agradecimentos e encaminham-se papéis e
informações em geral.
g) Despacho: é o ato administrativo que contém decisão das
autoridades administrativas sobre assunto de interesse individual ou
coletivo, submetido à sua apreciação. Utilizado para decisões finais ou
interlocutórias das autoridades, os despachos devem ser publicados,
exceto se o sigilo for autorizado pela norma, sob pena de prejudicar a
própria moralidade administrativa.

2.5.3 Atos administrativos negociais

São manifestações que representam uma anuência conferida pelo


poder público ao particular. Ou seja, contêm uma declaração de

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vontade da Administração coincidente com a pretensão do particular,


visando a concretizar atos jurídicos, nas condições previamente
impostas pela Administração Pública.
Recebem essa designação, porque, embora se caracterizem como
atos unilaterais, trazem um conteúdo que manifesta um interesse
recíproco da Administração e do administrado, mas não chegam a
adentrar na esfera contratual. Produzem efeitos concretos apenas para
o poder público e o particular envolvido. Eles não gozam de
imperatividade.
Além disso, os atos negociais geram direitos e obrigações para as
partes. Dentre as obrigações do particular que recebe o consentimento
da Administração está a de cumprir as condições de fruição do objeto
conferido pelo ato. Exemplos: licença, autorização, admissão,
permissão, nomeação, exoneração a pedido.

ATOS NEGOCIAIS = ANUÊNCIA AO PARTICULAR

Agora vamos às espécies de atos negociais.

73. CESPE – 2015 – DPU - Defensor Público Federal de Segunda


Categoria) Com relação às espécies de atos administrativos, julgue o
item abaixo.
Os atos administrativos negociais são também considerados atos de
consentimento, uma vez que são editados a pedido do particular como

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forma de viabilizar o exercício de determinada atividade ou a utilização


de bens públicos.
Observe pessoal que os atos negocias são aqueles editados em
situações em que o ordenamento jurídico demanda que o particular
obtenha um acordo prévio da administração para assim cumprir a
atividade e interesse dele ou de efetuar determinado direito.
Gabarito – Correto.

74. (CESPE -2015 – DPU- Defensor Público Federal de Segunda


Categoria) Os atos administrativos negociais são também considerados
atos de consentimento, uma vez que são editados a pedido do
particular como forma de viabilizar o exercício de determinada atividade
ou a utilização de bens públicos.

Os atos administrativos negociais são manifestações que representam


uma anuência (ou seja, são consensuais) conferida pelo poder público
ao particular.
Questão Correta.

2.5.4 Licença e Alvará

Licença é ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração,


verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais,
faculta-lhe o desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490).
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licença como:
“Licença é ato vinculado e definitivo, editado com fundamento no
poder de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento
jurídico exige a obtenção de anuência prévia da administração pública

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como condição para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo


de ele seja titular.”
Isso quer dizer que se preenchidos os requisitos impostos na lei, a
licença deve ser concedida. Por isso, é um ato administrativo vinculado
e por isso o interessado tem um direito subjetivo a ela se preenchidos
os requisitos.
Marinela conceitua alvará como o instrumento formal pelo qual a
Administração expressa aquiescência, no sentido de ser desenvolvida
certa atividade pelo particular. Seu conteúdo é o consentimento dado
pelo Estado e, por isso, fala-se em alvará de autorização, alvará de
licença.
Exemplos: licença para edificar (depende de alvará), a licença de
importação, licença de atividade profissional.
A licença é considerada ato de caráter definitivo, pois só pode ser
cancelada por ilegalidade na expedição do alvará, por descumprimento
da lei no exercício da atividade ou por razões de interesse público
superveniente mediante indenização.

No que tange à licença para construir, doutrina e


jurisprudência a têm considerado como mera faculdade de agir, por
conseguinte, suscetível de revogação enquanto não iniciada a obra
licenciada, ressalvando-se o prejudicado o direito à indenização pelos
prejuízos causados.

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75. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O


estabelecimento que obtenha do poder público licença para
comercializar produtos farmacêuticos não poderá, com fundamento no
mesmo ato, comercializar produtos alimentícios, visto que a licença
para funcionamento de estabelecimento comercial constitui ato
administrativo vinculado.
Vimos que a licença tem caráter vinculado e definitivo. Por isso não
poderá comercializar produto diferente do licenciado pela
Administração, caso contrário à licença poderá ser cancelada por
ilegalidade na expedição do alvará, por descumprimento da lei no
exercício da atividade.
Gabarito: Certo.

2.5.5 Permissão e Autorização

Continuando nos atos negociais, a permissão é o ato


administrativo unilateral pelo qual a Administração faculta ao particular
a execução de serviços de interesse coletivo ou o uso especial de um
bem público (Carvalho Filho, 2005, p. 114), a título gratuito ou
remunerado, nas condições estabelecidas pelo poder público. Exemplo:
permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornais.
Além de ser negocial, é discricionário e precário.

Não se pode confundir a forma da permissão de


serviços públicos (contrato de adesão) com a forma da permissão de
uso de bens públicos (ato unilateral).
Autorização é ato administrativo unilateral, discricionário e
precário pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de

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atividade material, a utilização de bem público no interesse dele ou a


prática de ato que, sem esse consentimento, seria legalmente proibido.

2.5.6 Admissão, Aprovação, visto e homologação

Admissão, nas palavras de Marinela, é o ato unilateral e vinculado


pelo qual a Administração faculta a alguém a inclusão em
estabelecimento governamental para o gozo de um serviço público.
Exemplos: a admissão nas escolas públicas, nos hospitais, nos
estabelecimentos de assistência social.
Aprovação é o ato unilateral por meio do qual a Administração
verifica a legalidade e o mérito (conveniência e oportunidade) de outro
ato praticado dentro do mesmo órgão, de entidades vinculadas ou de
particulares, e consente na sua realização ou manutenção. Pode ser
vinculada ou discricionária.
Trata-se de exercício de controle do ato administrativo,
constituindo uma condição para a eficácia do ato.
A aprovação pode ser prévia, ocorrendo antes da edição do ato,
liberando a sua prática, ou a posteriori, ocorrendo após o ato praticado,
mas dela depende para se tornar eficaz.
Visto é o ato administrativo por meio do qual se controla outro ato
da própria administração ou do administrado. A diferença substancial
entre a aprovação e o visto é que neste se afere apenas a sua
regularidade formal e não o mérito do ato.
O visto é condição de eficácia do ato que o exige. É ato vinculado,
porquanto se existentes os requisitos formais ele deve ser promovido.
Por fim, a homologação é o ato também de controle pelo qual a
autoridade superior examina a legalidade e o mérito de ato praticado

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pela Administração, por entidade vinculada ou por particular, para dar-


lhe eficácia. Assim como o visto, é ato de apenas de controle, não
permitindo alterações no ato controlado.
É ato unilateral e vinculado, realizando-se sempre a posteriori.

2.5.7 Atos administrativos enunciativos

São atos que emitem opinião, enunciam, certificam ou atestam


uma situação existente. Nesses atos, não há constituição de direitos
nem mesmo manifestação de vontade administrativa, por isso diz-se
que são atos em sentido formal.
Esse mesmo conceito é denominado por Maria Sylvia Zanella Di
Pietro de “mero ato administrativo”. Por fim, a autora distingue esses
atos dos atos administrativos propriamente ditos, que são aqueles em
que há uma declaração de vontade da Administração voltada para a
obtenção de determinados efeitos jurídicos definidos em lei.
Dentre os atos enunciativos, destacam-se as certidões, os
pareceres administrativos, os pareceres administrativos e a emissão de
atestado.

2.5.8 Certidões

As certidões expressam o conteúdo de atos ou fatos constantes


de processos ou documentos em poder da Administração e devem ser
fornecidas independentemente do pagamento de taxas, conforme
preceitua o art. 5º, XXXIV, b, da CF.
Conforme destaca Marinela, nesses atos, o Poder Público não
manifesta sua vontade, limitando-se a transcrever, para o documento a
ser fornecido ao peticionário, o que consta de seus arquivos. As

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certidões, desde que autenticadas, possuem o mesmo valor probatório


dos originais, devendo ser expedidas no prazo máximo de 15 dias a
contar de seu pedido, de acordo com o art. 1º da Lei nº 9.051/95.

2.5.9 Pareceres

Os pareceres administrativos são manifestações de órgãos


técnicos sobre determinado tema que não vinculam a Administração.
São atos administrativos mesmo quando ainda não aprovados pela
chefia e podem ser de emissão obrigatória se a lei assim dispuser.

No caso de ser obrigatório, o parecer integra o processo de


formação do ato, de modo que sua ausência ofende o elemento formal,
caracterizando-se um vício de legalidade.
Segundo Marinela, também se admite a modalidade de parecer
vinculante, quando a Administração é obrigada a solicitá-lo e a acatar a
sua conclusão, sendo que tal obrigatoriedade decorre de previsão legal.
Por fim, os pareceres normativos são pareceres administrativos
que, ao serem aprovados pela autoridade competente, se convertem
em norma interna de caráter geral do órgão que o aprovou.

Nesse caso, o parecer esgota, de forma profunda e


estudada, o tratamento a ser dispensado à determinada questão,
acatando a autoridade tal orientação, e o estendendo a todas as demais
hipóteses idênticas que vierem a acontecer na Administração, passando
a representar uma orientação geral. Para tanto, o ato precisa ser
aprovado pela autoridade, juntamente com sua indicação de que o
tratamento deve ser estendido para outros casos. Percebe-se que a
normatividade não é propriamente do parecer, mas da solução que este
deu à determinada questão e que foi devidamente reconhecida pelas
autoridades gestoras.

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2.5.10 Atestados

Para Marinela, atestados são atos pelos quais a Administração


comprova um fato ou situação de que tenha conhecimento por seus
órgãos competentes. Prestam-se à comprovação de fatos ou situações
transeuntes, passíveis de modificações freqüentes.

Não se admite confundir o atestado com a certidão,


porque esta reproduz atos ou fatos constantes de seus arquivos,
enquanto o atestado comprova um fato ou situação existente, mas não
constante de livros, papéis ou documentos em poder da Administração.

2.5.11 Apostila

Por fim, apostila é ato que declara uma situação anterior criada por
lei ou reconhece a existência de um direito previsto em lei.

Vejam que os atos administrativos enunciativos são compostos


pela sigla CAPA (certidão, atestado, pareceres e apostila)!

2.5.12 Atos administrativos punitivos

Como o próprio nome diz, são atos que contêm uma sanção
imposta pela Administração àqueles – agentes públicos ou particulares
– que infringirem disposições legais, regulamentares e ordinatórias de
bens e serviços públicos. Assim, visam a punir ou reprimir as infrações
administrativas ou o comportamento irregular dos servidores ou dos
particulares, perante a Administração, podendo a atuação ser interna ou

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externa. Exemplos: as multas, a suspensão do servidor, a demissão, a


declaração de inidoneidade de empresa, etc.
Quando se trata de infração funcional do servidor, decorre do
poder hierárquico e do poder disciplinar (exemplo: penas previstas nos
estatutos dos servidores públicos de cada ente político). No que tange à
irregularidade praticada por particular sem vínculo com a
Administração, decorre do poder de polícia (exemplos: multa
administrativa, interdição de atividade e destruição de coisas). Se o
particular tiver vínculo específico com a Administração decorre do poder
disciplinar (exemplos: sanções de empresas contratadas pela
Administração – suspensão do direito de contratar com a
Administração, multa, declaração de inidoneidade etc).
A punição deve ser aplicada ao final do processo administrativo
instaurado para se apurar a infração, assegurando-se ao investigado a
ampla defesa e o contraditório. A punição sem a observância do direito
de defesa é nula (RESP 1164146, ERESP 803487 e, também do STJ:
RMS 18223).

76. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) O ato de


aplicação de penalidade administrativa deve ser sempre motivado.
Para aplicação de penalidade administrativa, o ato sempre deverá
ser motivado, indicando os fatos e fundamentos jurídicos, quando impor
ou agravar deveres, encargos ou sanções.
Gabarito: Certo.

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77. (CESPE - 2014 - Caixa - Nível Superior) Julgue os itens


a seguir, referentes a serviços públicos, concessões, permissões e
autorizações públicas.
A autorização de serviço público consiste em ato unilateral,
discricionário e precário, por meio do qual se delega um serviço público
a um autorizatário, que o explorará, predominantemente, em benefício
próprio

Autorização é ato administrativo unilateral, discricionário e precário


pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de atividade
material ou a utilização de bem público no interesse dele. Autorização é
ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a
Administração faculta ao particular o exercício de atividade material ou
a utilização de bem público no interesse dele.

Gabarito: Correto

78. (CESPE - 2014 - MTE - Contador) A respeito da


organização administrativa e dos atos administrativos, julgue os itens
subsecutivos.
Caso seja fornecida certidão, a pedido de particular, por servidor
público do quadro do MTE, é correto afirmar que tal ato administrativo
possui presunção de veracidade e, caso o particular entenda ser falso o
fato narrado na certidão, inverte- se o ônus da prova e cabe a ele
provar, perante o Poder Judiciário, a ausência de veracidade do fato
narrado na certidão.

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Como vimos, a presunção de legitimidade (e veracidade) é uma


presunção juris tantum (= presunção jurídica que pode ser ilidida caso
exista prova em contrário) de que os atos estão adequados ao direito e
verídicos quanto aos fatos. Consequências disso: auto-executoriedade e
inversão do ônus da prova (Alexandrino, 2010, p. 458).

Gabarito: Correto

79. (CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polícia Militar )


Julgue os itens seguintes, a respeito do poder disciplinar e dos atos
administrativos.
A licença é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a
administração pública faculta ao particular o desempenho de atividade
material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seria
legalmente proibido.

A licença, como vimos, é ato unilateral pelo qual a Administração,


verificando que o interessado atendeu a todas as exigências legais,
faculta-lhe o desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490).
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo definem licença como:
“Licença é ato vinculado e definitivo, editado com fundamento no poder
de polícia administrativa, nas situações em que o ordenamento jurídico
exige a obtenção de anuência prévia da administração pública como
condição para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo de ele
seja titular.”.
É um direito subjetivo do interessado. Preenchidos os requisitos, a
licença deve ser concedida. Por isso, é um ato administrativo vinculado.

Gabarito: Errado.

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80. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere


aos atos administrativos, julgue os itens subsequentes.
Os atos enunciativos, como as certidões, por adquirirem os seus
efeitos por lei, e não pela atuação administrativa, não são passíveis de
revogação, ainda que por razões de conveniência e oportunidade.

São atos que emitem opinião, enunciam, certificam ou atestam


uma situação existente. Nesses atos, não há constituição de direitos
nem mesmo manifestação de vontade administrativa, por isso diz-se
que são atos em sentido formal.
Dentre os atos enunciativos, destacam-se as certidões, os
pareceres administrativos e os pareceres normativos.
A revogação não pode atingir os meros atos administrativos, tais
como as certidões e os atestados, porque os efeitos deles decorrentes
são estabelecidos pela lei.

Gabarito: Correto

81. (CESPE - 2014 - PGE-BA) Não são passíveis de


questionamento por via recursal os atos administrativos de mero
expediente.

Atos de expediente, na verdade, são atos necessários ao


funcionamento da Administração Pública relacionados principalmente às
áreas de apoio e de andamento de processos. Cadastramento de
processos, formação e distribuição são atos de mero expediente, assim
como o protocolo de processos judiciais, todos esses atos desprovidos
de caráter decisório. Portanto, são irrecorríveis os atos de mero
expediente.

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Gabarito: Correto

3) Teoria das nulidades no direito


administrativo.

Este ponto da aula representa cerca de 50% das


questões cobradas a respeito dos atos administrativos nos concursos.
Não é só por isso que você deve prestar atenção nesse ponto. A
teoria das nulidades no direito administrativo é a que sedimenta as
maiores divergências entre os administrativistas. Por isso, concluiremos
cada ponto com a posição dominante.
Portanto, MUITA ATENÇÃO!

3.1 Atos administrativos nulos, anuláveis e


inexistentes.

Inicialmente, vamos diferenciar os conceitos básicos de atos


irregulares, nulos, anuláveis e inexistentes.
A maioria da doutrina (ex: Marinela e Celso Antônio Bandeira de
Mello) apresentam os seguintes conceitos dessas invalidades.
1) Atos inexistentes: são aqueles que se encontram fora do
possível jurídico e são radicalmente vedados pelo Direito. Exemplo:
condutas criminosas como uma ordem de uma autoridade superior para
que o seu subordinado torture um preso; autorização para que alguém
explore o trabalho escravo; autorização para que sejam saqueadas as
casas de devedores de fisco.

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2) Atos nulos: são aqueles que nascem com um vício


insanável. A violação à legalidade incorrida nesses atos não pode ser
sanada e, por isso, esses atos não podem ser convalidados, ou seja,
não podem ser reeditados de forma válida. No bom português, são atos
sem conserto.
3) Atos anuláveis: são aqueles que nascem com um vício de
legalidade que podem ser sanados. Normalmente, admite-se ato
anulável quando o defeito é de competência e de forma, desde que
possua defeito sanável.
4) Atos irregulares: são aqueles que padecem de vício
material irrelevante, contendo uma violação à norma que objetiva impor
a padronização interna. Como não atinge o conteúdo ou a substância do
ato nem prejudica as garantias dos administrados, o vício não atinge a
validade do ato, não se admitindo anulação. Vislumbra-se, nesse caso,
na manutenção do ato e na aplicação de sanção para o agente que o
praticou sem a observância das normas procedimentais internas do
órgão.

Guarde em sua memória o seguinte quadro:

Ato irregular Ato nulo Ato Ato inexistente


anulável
Apresentam Nasce com vício Nasce com Tem aparência de
defeitos insanável nos vício manifestação regular da
irrelevantes. seus elementos. sanável. Administração, mas
constitutivos. resta ausente um dos
elementos do ato
administrativo.

É importante a distinção entre os atos inexistentes e os nulos, pois


aqueles, ao contrário destes, nunca entraram no ordenamento jurídico,

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não prescrevem, não podem ser convalidados e podem ser resistidos,


inclusive manu militari (Bandeira de Mello, 2010, p. 483).

3.2 Teorias monista (ou unitária) e dualista.

Há também divergência doutrinária quanto a própria existência de


distinção entre atos nulos e anuláveis. Afinal, existe diferença entre
atos nulos e atos anuláveis ou tudo é “farinha do mesmo saco”?
A teoria monista (Hely Lopes Meirelles, Gasparini e outros) informa
que o vício do ato administrativo acarreta sempre a sua nulidade. Tudo
seria “farinha do mesmo saco”. Não se poderia transportar para o
direito administrativo a distinção realizada pelo direito privado entre
atos anuláveis e atos nulos.
A teoria dualista (Bandeira de Mello, Carvalho Filho, Marcelo
Caetano e outros), por outro lado, enxerga diferença entre aos nulos e
anuláveis de acordo com a maior ou menor gravidade do vício, uma vez
que é distinto o tratamento jurídico que se dá a cada uma das
situações.
Essa é a teoria que prevalece.

Mas qual seria o critério para diferenciar um ato nulo de um


ato anulável?
Para Bandeira Mello (2010, p. 471), o critério para se distinguir os
tipos de invalidade reside na possibilidade ou não de convalidar-se o
vício do ato. Desse modo, os atos inválidos se dividem em convalidáveis
e não convalidáveis. Os atos anuláveis são suscetíveis de convalidação,
os atos nulos e os inexistentes não.

Caro aluno, não estranhe se encontrar as expressões


“nulidade relativa” ou “nulidade absoluta”, elas designam, tão somente,

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atos anuláveis (=convalidáveis) e atos nulos (=não convalidáveis),


respectivamente.
Assim, são nulos os atos que a lei assim os declare e aqueles em
que é racionalmente impossível a convalidação. São anuláveis os atos
que a lei assim os declare e os que podem ser novamente praticados
sem vício. Essa é a teoria que prevalece.

3.3 Vícios do ato administrativo.

Nesse ponto, não há muito mistério, caro concursando. Os vícios


do ato são analisados de acordo com os seus elementos (sujeito –
competência e capacidade –, objeto, forma, motivo e finalidade). Eles
estão definidos no art. 2º da Lei da Ação Popular, podendo atingir os
cinco elementos do ato. Passa-se à análise de cada um deles, com
fundamento na dicção legal e na doutrina mais aceita do direito
administrativo.
Os vícios relativos ao sujeito subdividem-se em vícios de
competência e vícios de capacidade (lembre-se, o elemento sujeito é
subdividido em competência e capacidade).
A incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir
nas atribuições legais do agente que o praticou, seja porque o agente
não é detentor das funções que exerce seja por exercê-las com
exorbitância de suas atribuições. No primeiro caso, o indivíduo estará
incorrendo em crime de usurpação de função (art. 328 do CP). No
segundo, ele age com excesso de poder.
Há também vício de competência na situação do agente de fato –
há apenas a aparência de investidura regular no cargo. Nesse caso,
protege-se a boa-fé dos administrados em razão da teoria da aparência
de legitimidade do ato.
Os vícios de incapacidade do sujeito são os previstos na
legislação civil (relacionados à idade e às patologias mentais) e -

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segundo Di Pietro (2009, p. 240) – os decorrentes das situações de


impedimento (presunção absoluta de incapacidade) e de suspeição
(presunção relativa), previstas nos arts. 18 a 20 da Lei nº 9.784/99.
Nas hipóteses de suspeição e impedimento, o ato pode ser
convalidado pela autoridade que detém a capacidade para a prática do
ato.
O vício de forma, por sua vez, consiste na omissão ou na
observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato.
Ainda segundo a Lei nº 4.717/65, há vício no objeto quando o
resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato
normativo. Além disso, o objeto deve ser legítimo (lícito e moral),
possível e determinado.
Há vício quanto ao motivo quando a matéria de fato ou de direito,
em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou
juridicamente inadequada ao resultado obtido. Além disso, pode-se
identificar vício no motivo quando a Administração se vale de
fundamento falso para a prática do ato.
Por fim, há vício quanto à finalidade quando o agente pratica o
ato visando fins diversos daquele previsto, explícita ou implicitamente,
na regra de competência (desvio de finalidade = desvio de poder).
Aqui, peço licença para transcrever o quadro-resumo elaborado por
Fernanda Marinela em sua obra “Direito Administrativo”, no qual a
brilhante autora e professora resume os possíveis vícios do ato
administrativo, identificando-os em cada elemento do ato, não se
tratando de rol taxativo:

ELEMENTO VICIADO RAZÕES DO VÍCIO


SUJEITO COMPETENTE a) Quando há inobservância de
regra legal de competência;
b) Quando há delegação ou
avocação proibidas ou não

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autorizadas por lei;


c) Quando a autoridade está
eivada de impedimento e
suspeição (art. 18 da Lei nº
9.784/99);
d) Quando ocorre abuso de poder
(excesso de poder), admitindo-
se a punição até por crime de
abuso de autoridade (Lei nº
4.898/65);
e) Quando ocorre usurpação de
função: hipótese em que
alguém se apossa, por conta
própria, do exercício de
atribuições próprias de agente
público (art. 328, CP);
f) Quando ocorre função de fato:
quando a pessoa que pratica o
ato está irregularmente
investida no cargo, emprego ou
função; entretanto, se situação
tem aparência de legalidade, o
ato é válido, quando evidente a
incompetência, o ato é nulo;
g) Quando há incapacidade civil
(arts. 3º e 4º do CC): erro;
dolo; coação; simulação;
fraude.
FORMA a) Quando realizado de outra
forma que não por escrito, sem
a respectiva autorização legal;
b) Na omissão ou na observância
incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à
existência ou seriedade do ato;
c) Quando inexistente ou viciado
o procedimento administrativo
prévio;
d) Quando há ausência de
motivação.
MOTIVO a) Quando o motivo não for
declarado;
b) Quando o motivo for falso ou
inexistente;
c) Não existir compatibilidade
entre o motivo do ato e o
motivo legal;
d) Quando o motivo legal
depender de um critério
subjetivo de valorização do

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administrador e este extrapolar


os limites (razoabilidade e
proporcionalidade);
e) Quando existir incongruência
entre o motivo e o resultado do
ato;
f) Quando o móvel do agente
estiver viciado, perseguindo
sentimentos de favoritismo ou
perseguição (também é desvio
de finalidade);
g) Quando violar a teoria dos
motivos determinantes.
OBJETO a) Proibido por lei;
b) Impossível: porque os efeitos
pretendidos são irrealizáveis,
de fato ou de direito (ex:
nomeação para cargo
inexistente);
c) Imoral (ex: parecer
encomendado);
d) Incerto em relação aos
destinatários, às coisas, ao
tempo, ao lugar (ex:
desapropriação de bem
indefinido).
FINALIDADE a) Quando a finalidade geral não é
o interesse público;
b) Quando a finalidade específica
declarada não é compatível
com a prevista pela lei
(tipicidade);
c) Nos dois casos há desvio de
finalidade.

3.4 Desconstituição dos atos administrativos

Primeiramente, vale salientar que alguns autores preferem


denominar de formas de retirada do ato administrativo do ordenamento
jurídico ou formas de desfazimento ou extinção dos atos
administrativos.

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Para concursos públicos, o que é mais cobrado sobre esse tema,


sem dúvida, é o da invalidação (= retirada de atos nulos e anuláveis) e
da revogação (= retirada de atos inconvenientes e inoportunos) dos
atos administrativos. Contudo, saiba que há outras formas de extinção
do ato administrativo.
Para que você não fique surpreso se seu examinador trouxer
alguma outra forma de extinção, vou citar rapidamente todas elas aqui.
O ato administrativo pode se extinguir das seguintes formas:
 Pelo cumprimento de seus efeitos, seja porque seu conteúdo se
esgotou (ex: o servidor já sarou e não mais precisa da licença para
tratamento de saúde), seja porque já houve a execução material do
ato (ex: a ordem de demolição já foi cumprida), seja porque já se
implementou a condição resolutiva ou o termo final do ato (ex: o
ato vale até 1º de abril de 2015, quando chega nessa data, o ato se
extingue automaticamente).
 Pelo desaparecimento do sujeito ou do objeto, seja porque
morreu o beneficiário do ato ou se o mar engole o quiosque objeto
de permissão de uso de bem público.
 Por meio da edição de outro ato pelo Poder Público,
traduzidos na:
 Cassação: a Administração retira o ato administrativo do
ordenamento jurídico porque o seu beneficiário descumpre as
suas obrigações (ex: um consultório médico, que tinha alvará de
funcionamento para essa atividade, passa a desenvolver
atividade de hospital. A Prefeitura constata tal situação e cassa
o alvará).
 Caducidade: a Administração retira o ato administrativo do
ordenamento jurídico porque uma norma superveniente impede
a sua manutenção. Exemplo: a lei de uso do solo se altera e não
é mais possível se exercer comércio na área onde a Prefeitura
tinha dado o alvará de funcionamento.

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 Contraposição: consiste na edição de um novo ato que, devido a


seus efeitos, impede que um anterior continue existindo.
Exemplo: o servidor gozava de licença para tratamento da
saúde e recebe a aposentadoria compulsória.
 Por meio de renúncia, na qual o próprio beneficiário do ato
administrativo rejeita o direito antes conferido pela Administração
por um ato administrativo. Ex: a renúncia a um cargo de
Secretário.
Conhecidas essas hipóteses, vamos para o que interessa! Ao
estudo da invalidação e da revogação dos atos administrativos.

3.4.1 Invalidação

Se você me perguntasse qual tema deveria revisar nos últimos 10


minutos que antecedem a prova desse concurso, eu diria, com toda
sinceridade: “Invalidação e revogação dos atos administrativos”.
Portanto, não desgrude os olhos dos próximos parágrafos!
O termo “invalidade” é usado pela doutrina majoritária como
gênero que engloba o conceito de atos nulos e anuláveis (Bandeira de
Mello, 2010, p. 461 e Carvalho Filho, 2005, p. 123), distanciando-se,
desse modo, do conceito de revogação (você verá abaixo que
revogação está relacionada ao mérito administrativo, ou seja, ao juízo
de conveniência e oportunidade do administrador público).
A invalidação é a retirada do ordenamento de um ato
administrativo produzido em desconformidade com a ordem
jurídica e se opera com efeitos retroativos (ex tunc). Ou seja,
com a invalidação, não só o ato viciado (ilegítimo ou ilegal) é retirado
do ordenamento jurídico, mas também todas as relações jurídicas que
foram por ele produzidas.

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Tanto a Administração, de ofício ou por provocação (no


exercício do poder de autotutela), quanto o Judiciário, no curso de uma
lide, podem promover a invalidação (ver Súmulas nº 346 e nº 473,
ambas do STF).
O principal fundamento que autoriza a invalidação é o princípio da
legalidade. A Administração funda-se nesse princípio e, por isso, não
pode manter no ordenamento ato que sabe ser contrário ao direito. Do
mesmo modo, o Poder Judiciário, não pode manter no ordenamento um
ato com vício de legalidade.

SINAL DE ALERTA: É importante observar que há


algumas distinções entre a invalidação do ato nulo e do ato anulável. O
ato nulo pode ser invalidado de ofício pelo juiz (desde que no âmbito de
uma ação que tenha sido proposta por alguém) e não pode ser
convalidado. O ato anulável pode ser convalidado, legitimando o ato
desde a sua edição, e o Poder Judiciário só pode retirá-lo do
ordenamento mediante provocação. Nesse sentido, vale a transcrição
do seguinte trecho da julgamento do Superior Tribunal de Justiça no
RESP 850270:
“II - A doutrina moderna do direito administrativo tem admitido,
mutatis mutandis, a aplicação das regras sobre nulidade dos atos
jurídicos do direito privado nas relações de direito público, definindo
os atos inválidos em nulos e anuláveis, a depender do grau de
irregularidade. No caso da primeira espécie (nulos), o ato é
insanável, não permitindo convalidação, podendo o vício ser
reconhecido de ofício pelo Juiz. Quanto aos atos anuláveis, admite-se
a convalidação, sendo possível o reconhecimento da invalidade
apenas por provocação do interessado”.

Assim, temos:
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Ato nulo Ato anulável


não pode ser convalidado; pode ser convalidado;
pode ser retirado do mundo pode ser retirado do mundo
jurídico pela Administração e pelo jurídico pela Administração e pelo
Poder Judiciário; Poder Judiciário;
o Poder Judiciário pode retirar até o Poder Judiciário só retira
mesmo de ofício (sem que mediante provocação;
ninguém tenha alegado, mas
desde que exista um processo já
em curso);
a Administração retira de ofício ou a Administração retira de ofício ou
por provocação. por provocação.

Não pode o aluno confundir a situação da invalidação


pelo Poder Judiciário com a exercida no poder de autotutela pela
Administração. Nesta última, seja o ato nulo ou anulável, a
Administração deve anulá-lo de ofício, independentemente da
provocação do interessado.

CUIDADO: O poder-dever da Administração de invalidar


atos nulos ou anuláveis não é irrestrito, há limitações. Como bem
observa Carvalho Filho (2005, p. 126), “em certas circunstâncias
especiais poderão surgir situações que acabem por conduzir a
Administração a manter o ato inválido”, uma vez que haverá uma única
conduta juridicamente viável para o administrador. Essas circunstâncias
se traduzem no decurso do tempo (=decadência), na consolidação dos
efeitos produzidos (segurança jurídica) e na persistência de efeitos com
relação aos indivíduos de boa-fé.

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Com relação ao decurso do tempo (=decadência do direito da


Administração de anular), o art. 54 da Lei nº 9.784/99 dispõe que “o
direito da Administração de anular os atos administrativos de que
decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 (cinco)
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada
má-fé”.
Se houver má-fé do beneficiado pelo ato nulo, não há prazo
decadencial.

Ressalta-se que esse prazo é decadencial, ou seja, passados


os 5 anos, a Administração perderá o direito de anular o ato
ilegal, devendo, se for o caso, recorrer à via judicial, que poderá
fazê-lo a qualquer tempo, considerando que o ato nulo não
produz efeito algum e não admite convalidação. Considera-se
exercício do direito anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

Se essa lei é de 1999, qual é o prazo decadencial para a


Administração anular os atos praticados antes da existência da Lei nº
9.784/99?
Para os atos anteriores à vigência da Lei nº 9.784/99, a Corte
Especial do STJ sedimentou o entendimento de que esses atos “podem
ser revistos pela Administração a qualquer tempo, por inexistir norma
legal expressa prevendo prazo para tal iniciativa. Somente após a Lei
9.784/99 incide o prazo decadencial de 5 anos nela previsto,
tendo como termo inicial a data de sua vigência (01.02.99).”
(RESP AgRg no Ag 1342657).
Interessante, não é? Se um ato nulo foi praticado em 1990, a
Administração tinha até 01.02.2004 para promover a sua anulação. A

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decadência do direito da Administração de anular esse ato só se


operaria a partir do dia 02.02.2004.

E qual seria o termo inicial do prazo de decadência para a


Administração anular um ato que gerou efeitos financeiros periódicos,
por exemplo, uma verba mensal ao servidor público?
O STJ entende que, nesse caso, os cinco anos serão contados a
partir do primeiro pagamento recebido pelo servidor (RMS 15433).
Outra limitação ao poder-dever de invalidação dos atos nulos ou
anuláveis é a relativa à consolidação dos efeitos produzidos.
A Constituição brasileira prevê como direito fundamental do
indivíduo a segurança jurídica. Em certas hipóteses a situação
decorrente do ato nulo já se consolidou de tal maneira que atenderá
mais ao interesse público a manutenção do ato do que a sua
invalidação, ou seja, as conseqüências jurídicas da manutenção do ato
atenderão mais ao interesse público do que as consequências da
invalidação.
Em outros casos, o comportamento da Administração em
decorrência de um ato inválido já se consolidou de tal maneira que o
administrado já tem a expectativa e já sabe que a Administração
operará daquele modo. Essa expectativa decorre do princípio da
confiança, ou seja, o cidadão já sabe que a conduta da Administração
será aquela (mesmo que inválida).
Nesses casos, prevalece o interesse público, a segurança jurídica, o
princípio da confiança e a boa-fé (subprincípios do Estado de Direito)
sobre a legalidade estrita.
Há casos, também, em que há impossibilidade material de se
retornar ao estado anterior: é a aplicação da teoria do fato
consumado (mesmo que o fato seja nulo, ele continua produzindo
efeitos, diante da consolidação da situação fática que não pode retornar
ao status de antes).

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O STJ, via de regra, rejeita a aplicação dessa


teoria na anulação de atos administrativos relacionados a direitos de
servidores públicos (RMS 20572 e MS 11123). Isso quer dizer que o
servidor não tem direito de permanecer com uma vantagem obtida
irregularmente sob o fundamento de que está amparado pela teoria do
fato consumado.

Também vale alertar no que tange à aplicação da teoria


do fato consumado nos casos em que a posse e o exercício em cargo
público se deram por força de decisão judicial de caráter provisório
(liminar), hipótese em que prevalece a inaplicabilidade da teoria.
Aqui a hipótese não é de ilegalidade do ato, mas sim de designação de
forma precária, o interessado tem a consciência da precariedade da
designação não podendo, posteriormente, pleitear a sua permanência
alegando a consumação da situação.
Com relação à proteção aos indivíduos de boa-fé, há uma
limitação ao dever de invalidar em vários aspectos. Bandeira de Mello
(2010, p. 480) afirma, com razão, que se o ato nulo restringiu direitos,
a sua invalidação deve produzir efeitos ex tunc (deve retroagir para ter
efeitos pretéritos, resgatando os direitos desde a data da edição do ato
nulo e indenizando por inteiro quem fora indevidamente agravado pelo
Poder Público das conseqüências onerosas do ato ilegal), se ampliou
direitos, a sua invalidação deve se proceder com efeitos ex nunc
(somente para o futuro), porquanto o administrado não concorreu para
o vício do ato.
Exemplo de ato nulo restritivo de direitos: em razão de um ato
administrativo determinado servidor público deixou de receber um
benefício econômico e, posteriormente, descobre-se que a exclusão é
ilegal, o que anula o ato que a definiu. A anulação, portanto, vai
beneficiar o servidor e, por isso, deve produzir efeitos retroativos,

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devendo a Administração pagar por todo o período que o servidor ficou


impedido de receber a vantagem, em virtude de ato ilegal.
Exemplo de ato nulo ampliativo de direitos: caso o servidor
estivesse recebendo a vantagem econômica em razão de um ato
administrativo ilegal, ele só poderia ser retirado daqui para frente, ou
seja, o servidor vai deixar de receber a vantagem, mas não terá que
devolver o período recebido.
Assim, não deve a Administração promover o ressarcimento ao
erário daquele que tomou posse e assumiu cargo após a aprovação em
concurso público declarado ilegal. Esse entendimento evita o
enriquecimento sem causa da Administração e o dano injusto ao
administrado que não concorreu para o vício do ato (RESP 963578).
Além disso, está pacificado no STJ que os servidores não devem
restituir ao erário as verbas recebidas indevidamente, quando o erro na
aplicação da lei foi da Administração e eles estavam de boa-fé.
Noutro giro, saindo um pouco da questão da relação servidor-
Administração e passando para a relação contratado ou cidadão-
Administração, a Administração não pode impor prejuízos ao cidadão ou
àquele que contratou com o poder público em decorrência da
invalidação de determinado ato administrativo.
Nas hipóteses de invalidação que acabam por influir na atividade
do administrado, se este já desenvolveu atividade dispendiosa em
decorrência do ato declarado inválido (dano), está de boa-fé e não
concorreu para o vício do ato, a Administração deve indenizá-lo
pelos prejuízos sofridos em decorrência da edição do ato ilegal.

Muito cuidado com a afirmação de que os atos ilegais não


produzem efeito algum. Embora essa afirmação esteja na redação da
Súmula 473 do STF “a Administração pode anular seus próprios atos,
quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se

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originam direitos”, os atos ilegais produzem todos os seus efeitos até a


sua declaração. Quando ele é anulado, o que se faz com efeitos ex tunc
(retroativos), ficam protegidos os efeitos que o ato gerou nos terceiros
de boa-fé. Pode-se ventilar, ainda, na possibilidade de os beneficiários
desse ato requererem indenização se comprovarem que assumiram
despesas em razão desse ato administrativo que foi posteriormente
declarado nulo e se demonstrarem que estavam de boa-fé (= não
concorreram para a ilegalidade do ato).
Assim, se a questão afirmar que “dos atos nulos não se originam
direitos”, marque correto, pois consta essa redação expressamente na
Súmula do STF. Contudo, se a questão afirmar que “não é possível que
de um ato nulo origine direitos”, marque errado, pois é possível sim se
reconhecer direitos a partir de um ato nulo, conforme observado acima.
Outra limitação, que não é impeditiva da invalidação do ato, mas
sim uma obrigação procedimental, é a necessidade de a Administração
observar o princípio da ampla defesa e contraditório quando o ato
administrativo afeta interesses de terceiros. Essa limitação será melhor
estudada no próximo ponto.

Conforme entendimento dos Tribunais Superiores, sendo a


anulação um ato administrativo, ela só deve ser promovida após a
realização de processo administrativo prévio, com obediência aos
princípios do devido processo legal, contraditório e ampla defesa.
A matéria foi reconhecida pelo STF como de repercussão geral, no
julgamento do Recurso Extraordinário nº 594.296, que teve o mérito
julgado em setembro de 2011.
Reconheceu o STF que é necessária a instauração de procedimento
administrativo sob o rito do devido processo legal e com a obediência
aos princípios do contraditório e da ampla defesa quando da

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formalização de atos administrativos que repercutem no campo de


interesses individuais (Informativo STF nº 641).
Excepcionalmente, contudo, essa exigência de processo
administrativo prévio é afastada. Já reconheceu o STF que, quando a
declaração de nulidade do ato administrativo decorre de decisão
judicial, estando o Administrador em seu estrito cumprimento, não há
necessidade de instauração de processo prévio nem a concessão de
direito ao contraditório e a ampla defesa, basta a Administração dar
cumprimento a decisão judicial (Rcl 5.819/TO, STF – Tribunal Pleno,
Rel.ª Min.ª Cármen Lúcia, julg: 20.05.2009, DJe: 18.06.2009).
Tamanha a importância desse ponto do estudo que apresentamos
ao aluno o seguinte resumo. Sugiro que ele seja colado na parede de
seu quarto ou no espelho de seu banheiro!

Características da invalidação:
 Efeitos ex tunc;
 A Administração opera de ofício ou por provocação;
 O Judiciário pode anular de ofício o ato com nulidade absoluta, mas só
por provocação a relativa;
 Fundamento da invalidação: princípio da legalidade;
 Limitações que impõem a manutenção do ato inválido: decadência,
consolidação dos efeitos produzidos (excepcional) e boa-fé (ex nunc para
o ato que concedeu direitos);
 Procedimento: observar contraditório e ampla defesa.

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1) Súmula nº 346 do STF: “A Administração Pública pode


declarar a nulidade dos seus próprios atos”.
2) Súmula 473 do STF: A Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

3.4.2 Revogação

É bom repetir: Prezado concursando, “sangue nos olhos” neste


momento! Não desgrude desse ponto da aula!
Já tratamos da invalidação. Agora, a revogação.
A revogação é o ato discricionário utilizado pela Administração
para extinguir um ato administrativo e/ou seus efeitos por razões de
conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos precedentes (ex
nunc) e o direito adquirido.
Ela pode ser de todo o ato (total) ou apenas de parte dele
(parcial). A revogação pode, ainda, ser expressa ou tácita. Será
expressa se o agente, no novo ato, referir-se expressamente à
revogação do anterior e tácita se o novo ato for incompatível com o que
lhe antecedeu.
A revogação legítima não gera direito à indenização, até porque ela
opera efeitos para o futuro.

Importante observar que se o ato A revogar o ato B e


o ato C revogar o ato B, o ato A não “ressuscita” automaticamente, ou
seja, a revogação da revogação não faz repristinar o primeiro ato
revogado. No ato administrativo revogador (ato C, no exemplo), o
agente deve fazer constar a constituição de um novo ato idêntico ao

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inicialmente revogado (ato A) e os seus efeitos se iniciarão a partir da


edição desse último ato (ato C).

Em Celso Antônio Bandeira de Mello, encontra-se ensinamento em


sentido contrário, visto que, para o autor, o único sentido do terceiro
ato é reconstituir os efeitos que resultaram do primeiro. É dizer: está
implícito no ato de revogação o alcance de represtinar a situação
original. Todavia, o retorno do primeiro ato só acontece daí para a
frente, haja vista a ausência de efeito retroativo, já que a revogação só
vai recriar o que estava extinto a partir da última revogação. Ao negar
essa consequência, o ato fica sem sentido, pois seria contestar o que
fora pretendido com a sua edição.
O sujeito ativo é a autoridade no exercício de função
administrativa e competência administrativa, isto é, o agente que
praticou o ato ou o superior no exercício do poder hierárquico. Também
se admite a revogação praticada pelo Legislativo e Judiciário, quando no
exercício atípico de função administrativa. Entretanto, não se admite a
um Poder revogar ato do outro, sob pena de violação da independência
recíproca dos Poderes, com violação do princípio da separação dos
Poderes.
A competência para a realização da revogação deve ser atual, é
dizer, deve estar vigente no momento em que se pretende editar o ato
de força revogatória. Também deve ser contínua, exigindo-se que não
haja esgotado a competência administrativa sobre a questão.
A competência para revogação de atos administrativos é
discricionária, significando dizer que o administrador tem liberdade para
decidir se revoga ou não o ato, seguindo um juízo de valor quando à
conveniência e oportunidade para praticá-lo.

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Em resumo, o fundamento do poder de revogar é a competência


que permite ao agente dispor, discricionariamente, sobre a mesma
situação que já fora objeto de ato administrativo anterior.

SINAL DE ALERTA! Um dos temas mais recorrentes de


todo o Direito Administrativo é o relativo ao sujeito ativo da revogação
do ato administrativo. Em decorrência do princípio da separação dos
poderes constitucionalmente determinado (art. 2º da Constituição),
entende-se que a autoridade administrativa é o sujeito ativo da
revogação, não podendo o Poder Judiciário analisar o mérito do
ato administrativo para retirá-lo do mundo jurídico (STJ: MS 14182 e
RESP 973686). Essa é a regra geral.
Contudo, vimos em outro momento que, atualmente, observa-se
tendência crescente na doutrina e na jurisprudência, sobretudo
amparada nos princípios da proporcionalidade, razoabilidade e da
eficiência, no sentido de se admitir o controle judicial da conveniência e
oportunidade dos atos administrativos discricionários em hipóteses
excepcionais.
Sobre esse tema, no STJ, destacam-se os seguintes julgados: RMS
27566 e RESP 801177. No STF, esse entendimento foi adotado em
importante julgamento proferido pela Primeira Turma, qual seja, o RE
365368. Nessa oportunidade, os Ministros da Suprema Corte afirmaram
que “embora não caiba ao Poder Judiciário apreciar o mérito dos atos
administrativos, a análise de sua discricionariedade seria possível para a
verificação de sua regularidade em relação às causas, aos motivos e à
finalidade que ensejam. (...) Ressaltou-se, ainda, que a
proporcionalidade e a razoabilidade podem ser identificadas como
critérios que, essencialmente, devem ser considerados pela
Administração Pública no exercício de suas funções típicas”.
Nesse caso, o STF entendeu não ser proporcional o fato de que dos
67 funcionários de uma Câmara de Vereadores, 42 exerciam cargos de

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livre nomeação e apenas 25, cargos de provimento efetivo. Assim, a


Suprema Corte manteve a decisão do tribunal de origem que declarou
inconstitucional a lei que criava os cargos em comissão.
Na doutrina, Bandeira de Mello (2010, p. 437) afirma que, pelo
princípio da razoabilidade, a decisão discricionária legítima compreende
“apenas e tão-somente o campo dentro do qual ninguém poderá dizer
com indisputável objetividade qual é a providência ótima, pois mais de
uma seria igualmente defensável”.
O motivo da revogação é a inconveniência ou inoportunidade da
manutenção da situação, sendo indiferente distinguir se a
inconveniência foi contemporânea ou superveniente.
A revogação impede que a relação jurídica prossiga, mantendo-se
os efeitos já ocorridos, o que significa que produzirá efeitos ex nunc,
eficácia somente para o futuro, não retroagindo, não tendo o poder de
desconstituir efeitos passados.
NÃO SE ESQUEÇA DESSA DIFERENÇA:

DECLARAÇÃO DE INVÁLIDADE REVOGAÇÃO DE ATO

Vício de legalidade (ato ilegal) Ato inconveniente ou inoportuno


(mérito administrativo)

Efeitos ex tunc Efeitos ex nunc

Retroage “Nunca” retroage

Não há limite temporal para o exercício do poder de revogar,


podendo a Administração, em tese, fazê-lo a qualquer tempo. Assim, o
limite temporal de 5 (cinco) anos – prazo decadencial previsto na Lei n.
9.784/99 – não se aplica à revogação. Contudo, para a manutenção da
segurança jurídica, há limites materiais, definidos conforme o conteúdo
do ato administrativo.

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CUIDADO! Outro aspecto da revogação é que, assim


como a invalidação, ela também encontra limites em determinadas
situações. Como destaca Marinela, os atos administrativos abstratos são
sempre revogáveis, uma vez que tais atos dispõem para o futuro e não
interferem em qualquer relação presente. De outro lado, nos atos
concretos, a revogação faz cessar uma relação presente para dispor de
outro modo; respeita os efeitos passados, mas alcança uma relação
atual, presente, pondo um termo final em seus efeitos e por isso gera
situações irrevogáveis.

Di Pietro (2009, p. 249) assim elenca o rol de hipóteses


em que os atos administrativos não podem ser revogados:

 Atos vinculados (É o ato que decorre diretamente da lei, se


foi a lei quem determinou a prática do ato, não pode o
administrador ir contra a norma);
 Atos que já exauriram seus efeitos (É inócuo revogar um ato
que já produziu todos os efeitos que deveria produzir);
 Quando já exaurida a competência da autoridade que
praticou o ato (Ex: a decisão administrativa já foi submetida
a recurso à autoridade superior. A autoridade que praticou o
ato não é mais competente para revogá-lo.);
 Meros ou puros atos administrativos (atos enunciativos),
cujos efeitos decorrem de lei (ex: certidões, votos etc. –
esses atos apenas declaram ou enunciam uma situação);
 Atos que integram um procedimento e se submeteram à
preclusão em razão da edição de outro ato posterior;
 Atos que já geraram direitos adquiridos (A súmula 473 do
STF manda ressalvar os direitos adquiridos, ou seja, os

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direitos que já integram o patrimônio do particular e que


foram gerados pelo ato que se pretende revogar.).

Para Marinela, ainda são irrevogáveis: os atos que a lei declare


irrevogáveis; os atos de controle; atos que consistem em decisão final
do processo contencioso; atos complexos, já que uma só vontade não
pode modificar o que a lei fez depender do concurso de mais de uma.
Em regra, a Administração deve conferir o contraditório quando a
Administração vai anular ou revogar um ato que gerou direitos a um
indivíduo.

Mas isso ocorre sempre?


Não, há casos em que se dispensa o contraditório em hipótese de
revogação de ato administrativo. São eles:
 ato administrativo de caráter precário (Esses atos são
editados no interesse da Administração, sem qualquer
segurança ao administrado e a Administração pode revogá-lo
a qualquer tempo. É o caso da autorização de uso de bem
público – autorização para colocar mesas nas calçadas, por
exemplo);
 situação em que o afastamento de servidor nomeado para
cargo em comissão pode ser promovido a qualquer
momento, segundo um juízo de conveniência e oportunidade,
nos termos do art. 37, II, da CF (STJ: RMS 26165 – esses
cargos são de livre nomeação e destituição).
Diante da importância do tema da revogação, apresentamos o
quadro resumo:

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Revogação:
 conveniência e oportunidade;
 ex nunc;
 total ou parcial;
 expressa ou tácita;
 não gera direito à indenização;
 não repristina automaticamente;
 em regra: não pode o Poder Judiciário analisar o mérito do ato
administrativo para retirá-lo do mundo jurídico;
 evolução jurisprudencial: análise da proporcionalidade e razoabilidade
quanto às causas, motivo e finalidade do ato (hipóteses excepcionais);
 não se revoga: atos vinculados; atos que já exauriram seus efeitos;
quando já exaurida a competência da autoridade que praticou o ato;
meros atos administrativos; atos que integram um procedimento
(preclusão); atos que geraram direitos adquiridos;
 *contraditório e ampla defesa*

ALERTA MÁXIMO! DECORE AS PRÓXIMAS LINHAS,


POIS ESSE TEMA JÁ CAIU E VAI CONTINUAR CAINDO NOS
CONCURSOS!
A questão relativa ao contraditório e a ampla defesa na invalidação
ou na revogação dos atos administrativos é de tamanha importância
que deve ser tratada com todos os destaques possíveis. Aqui na
revogação também deve ser observado o contraditório!
A Administração não pode revogar ou anular os seus atos como
bem entender. Quando estiverem em jogo interesses de pessoas
contrárias ao desfazimento do ato, a Administração deve conferir ao
interessado o direito ao contraditório.
Tamanha é a importância dessa regra que o STF editou a Súmula
Vinculante nº 3, assim redigida: “Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo

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que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade


do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
Embora a súmula trate do TCU, o direito ao contraditório e à ampla
defesa deve ser promovido em todos os entes, órgãos e esferas da
Administração Pública do país, em atenção ao art. 5º, LV, da CF,
conforme reiterada jurisprudência do STJ (EDCL no MS 8958, MS 7217)
e do STF (RE 158543).
É bom observar, também, ainda com relação à súmula vinculante
em comento, que a ressalva formulada em sua parte final decorre da
constatação de que o ato de concessão inicial de aposentadoria,
reforma e pensão é classificado como complexo, nos termos do art. 71,
III, da CF. Assim, se o ato de concessão de aposentadoria depende da
manifestação de dois diferentes órgãos – do Tribunal de Contas e do
que o servidor integrava – ele só se tornará perfeito e acabado após a
manifestação de ambos.
Não há razão para se conferir o contraditório ao servidor antes da
análise pelo TCU, porque se considera que o ato de concessão de
aposentadoria ainda não se formou nesse momento.
A questão se torna interessante quando se analisa os reflexos do
prazo decadencial da Lei nº 9.784/99 na análise pelo TCU do ato de
concessão inicial de aposentadoria. É justamente nesse ponto, meu
amigo concursando, que o seu concorrente vai escorregar!
O STF entende que não se opera a decadência prevista no
art. 54 da Lei 9.784/99 no período compreendido entre o ato
administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o
posterior julgamento de sua legalidade e registro pelo Tribunal
de Contas da União, ou seja, se o TCU demorar 10 anos para
analisar o ato concessivo da aposentadoria, ele não vai perder o
direito de avaliar a legalidade desse ato.
Isso não quer dizer que o TCU pode engavetar um processo dessa
natureza indefinidamente, violando o postulado da segurança jurídica. O

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cidadão tem direito de ver seu ato de aposentadoria confirmado (ou


não) pelo órgão de controle.
Quando houver esse “engavetamento”, por um período
superior a 5 (cinco) anos, contados da chegada do processo ao
TCU, ao cidadão deve ser conferida a ampla defesa e o
contraditório, em atenção ao princípio da segurança jurídica e,
em última análise, ao princípio da confiança.
É isso mesmo, meu amigo, o TCU pode ficar 8, 9, 10, 15 anos sem
analisar o ato de concessão de aposentadoria e não vai decair do seu
mister de avaliar a legalidade desse ato. A única conseqüência desse
atraso será a obrigatoriedade que o TCU terá de conferir ao cidadão a
ampla defesa e o contraditório (o que numa situação normal não existe,
diante da redação da Súmula Vinculante nº3).
Como se vê, caro candidato, a evolução da jurisprudência do STF
derrubará os candidatos que conhecem somente a redação fria da
Súmula Vinculante nº 3.
Por ser tema de enorme relevância, transcrevo trecho da ementa
do MS 24781, Plenário do STF:

“II – A recente jurisprudência consolidada do STF passou a se


manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla
defesa e o contraditório nos casos em que o controle externo
de legalidade exercido pela Corte de Contas, para registro de
aposentadorias e pensões, ultrapassar o prazo de cinco anos,
sob pena de ofensa ao princípio da confiança – face subjetiva
do princípio da segurança jurídica. Precedentes.”

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Por fim, não podemos encerrar esse tópico sem a transcrição da


Súmula 473, que bem resume o que dissemos sobre a invalidação e da
anulação: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.
As críticas que merecem a redação dessa súmula são a omissão
quanto ao dever do poder público de promover o contraditório e a
ampla defesa ao beneficiado pelo ato que se propõe a anular e a má
colocação do vocábulo “pode”. A Administração está vinculada ao
princípio da legalidade e, por isso, deve anular os seus atos quando
eivados de vício de legalidade. É o que preceitua o art. 53 da Lei nº
9.784/99: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.

1) Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal


de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa
quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da
legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão”.
2) Súmula nº 6 do STF: “Revogação ou anulação, pelo Poder
executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato aprovado pelo
Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele
tribunal, ressalvada a competência revisora do Judiciário”.
3) Súmula nº 473 do STF: “A Administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque

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deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de


conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
4) “(...) 6. No direito administrativo moderno, nos Estados
democráticos de Direito, não é possível revogar ou mesmo anular um
ato ou contrato administrativo de forma singular e solitária, exigindo-se
seja percorrido o devido processo legal administrativo. (...)” (RMS
18.769/PR, STJ – Segunda Turma, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, julg:
02.12.2004, DJ: 21.02.2005).

82. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo


- Conhecimentos Específicos) Acerca da invalidação, da revogação e da
convalidação dos atos administrativos, julgue o item a seguir.
Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato
administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,
portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado da
situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a sua
realização.

A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade


do ato se vincula aos motivos – fáticos e legais – indicados como seu
fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a
sua ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo.
Caso os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido.

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Esse é o entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª


Turma do Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª
Seção da mesma Corte.
Gabarito – Certo.

83. (CESPE – 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o


item a seguir, acerca dos atos administrativos e da responsabilidade
civil do Estado.
A administração pode anular os próprios atos, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando
eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.
Veja que esse é um tema bem recorrente em provas, meu amigo,
mais uma vez, lembre-se de que a Administração pode tanto revogar
quanto anular seus próprios atos sem a necessidade da atuação do
Judiciário. A questão confundiu anulação com revogação, tornando-se
errada.
Gabarito – Errado.

84. (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA – FINEP –


ANALISTA –CESPE 2009): O direito da administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram
praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

85. (CESPE/ACE TI-TCU/2010) Sempre que a lei expressamente


exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inoberv6ancia dessa exigência acarretara a
nulidade do ato.
Isso mesmo, a forma, quando exigido por lei é requisito de
validade do ato e não pode ser dispensado.

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Resposta: Correto.

86. (CESPE – 2013 – DPE/TO – Defensor) A presunção de


legitimidade é atributo de todos os atos administrativos, estando
presente mesmo nos casos de desrespeito ao devido processo legal pela
administração pública.
A presunção de legitimidade, meus caros, é relativa, iuris
tantum, de forma que o ato pode cair em face de prova que demostre,
inclusive, desrespeito ao devido processo legal, causa de ilegalidade.
Resposta: errado.

87. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) A


ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua
anulação deve decorrer expressamente de violação da lei.
A ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina
sua anulação pode decorrer de violação aos princípios gerais de direito
também. Logo, está INCORRETA.

88. (CESPE - 2005 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - adaptada) Um dos significados do princípio da
impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do
chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na
função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à
pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe.
Pessoal, essa questão está localizada aqui para chamar a atenção
de vocês. Estamos tratando de anulabilidade do ato administrativo. Mas
tome cuidado! Quando se trata de agente de fato, nem sempre o caso é
de anulação. Esse é um peguinha típico de prova, por isso o coloquei
aqui.
Na Administração, não importa se é o servidor A ou B quem pratica
o ato (princípio da impessoalidade), aquele ato praticado é um ato da

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administração, ou melhor, do órgão ao qual aquele agente está


vinculado (teoria do órgão). Assim, o ato do funcionário de fato, em
alguns casos (nas hipóteses em que não houver má-fé), poderá praticar
atos que serão considerados válidos e esses atos serão atribuíveis ao
órgão que ele compõe.
Questão correta.

89. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)


Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a
administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando
estes estiverem eivados de vícios.

Prezados, o direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé (art. 54, “caput”, Lei nº 9.784/99).
O poder-dever de rever seus atos nem sempre é em qualquer tempo.
Logo, está INCORRETA.

90. (CESPE/ACE-TCU/2009) A revogação e a invalidação são


modalidades de extinção do ato administrativo. Quanto ao tema, é
pacífico o entendimento o do STF no sentido de que a administração
pública somente poderá revogar seus próprios atos por motivo de
conveniência e oportunidade, mas não poderá anulá-los, haja vista que
a análise relacionada aos vícios de legalidade do cabe Poder Judiciário.

Veja que esse é um tema bem recorrente em provas, meu


amigo, mais uma vez, lembre-se de que a Administração pode tanto
revogar quanto anular seus próprios atos sem a necessidade da atuação
do Judiciário.
Resposta: errado.

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91. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Biologia) A legalidade dos


atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à
apreciação judicial.
Olha o seu ponto garantido aqui. Essa você não pode errar. Essa
é uma decorrência da súmula 473 do STF e claro, as duas modalidades
de atos, vinculados e discricionários, estão sujeitos ao controle de
legalidade por parte do Judiciário.
Resposta: Certo.

92. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.
A Administração está vinculada ao princípio da legalidade e, por
isso, deve anular os seus atos quando eivados de vício de legalidade. A
Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos (art. 53, Lei nº
9.784/99).
Resposta: errado.

93. (CESPE/Anac/2009) A revogação, possível de ser feita pelo


Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já
produzidos pelo ato administrativo.
Alunos, não me canso de repetir para vocês gravarem: somente
quem pode revogar os atos da Administração é ela própria, pois o
Judiciário está restrito a análise da legalidade.
Resposta: errado

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94. (CESPE/DPU/2010) Pedro Luís, servidor público federal,


verificou, no ambiente de trabalho, ilegalidade de ato administrativo e
decidiu revoga-lo para não prejudicar administrados que sofreriam
efeitos danos em consequência da aplicação desse ato. Nessa situação,
a conduta de Pedro Luís está de acordo com o previsto na Lei n.
9784/1999.
Prezado, a intenção do Pedro Luís foi boa, mas vocês já sabem
me responder: se há vício de legalidade, então é necessário anular ou
revogar? Anular, claro!
Resposta: errado.

95. (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) Segundo a


jurisprudência do STF, na hipótese de serem afetados interesses
individuais, a anulação do ato administrativo pela administração pública
não prescinde da instauração de processo administrativo para oitiva
daqueles que terão modificada a situação já alcançada.
Uma dica para vocês, sempre que lerem “não prescinde”,
substitua, por “é imprescindível” que é igual a “necessita”.
Reformulando a frase, poderíamos dizer: Segundo a jurisprudência do
STF, na hipótese de serem afetados interesses individuais, a anulação
do ato administrativo pela administração pública necessita da
instauração de processo administrativo...
Assim fica mais fácil entender a assertiva. Conforme foi visto, a
assertiva traz uma decorrência da aplicação da súmula 473 do STF.
Vejamos:
Súm. 473 - A administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.
Resposta: Certo.

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96. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)


Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido
praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/99, a Administração
tem o prazo de cincos anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

Por contrariar o entendimento do STJ acima explicado, ou seja,


contam-se os cinco anos a partir da vigência da Lei nº 9.784/99, a
questão está errada.

97. (CESPE - 2012 – TC/DF – Auditor) A extinção de ato


administrativo perfeito por motivo de conveniência e oportunidade é
denominada anulação.
A revogação é a extinção do ato por questões de conveniência e
oportunidade.
Gabarito: Errado.

98. (CESPE - 2010 – TI – AFCE) O Poder Judiciário pode, de


ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua
nulidade, caso seja considerado ilegal.
Atenção: o Judiciário não atua de ofício. Se não for provocado,
mesmo diante de um ato ilegal, o Judiciário não poderá anulá-lo de
ofício.
Gabarito: Errado.

99. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.
A Administração Pública, conforme princípio da autotutela, pode
por si mesma, independentemente de autorização judicial, anular seus
atos administrativos, quando verificar vício de legalidade.

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Gabarito: Errado.

100. (CESPE - 2012 – MPE/PI – Analista Ministerial) A anulação


de ato administrativo pela administração pública independe de
provocação e produz efeitos ex tunc.
A Administração Pública independentemente de provocação, ou
seja, de ofício, pode anular seus próprios atos quando ilegais
(autotutela). Ademais, a anulação produzirá efeitos retroativos (ex
tunc).
Gabarito: Certo.

101. (CESPE - 2012 – TRE/RJ - Analista Judiciário – Judiciária)


Tratando-se de nulidade superveniente, os efeitos da declaração de
nulidade de determinado ato administrativo não retroagem.
A declaração de nulidade opera efeitos retroativos (ex tunc).
Gabarito: Errado.

102. (STJ 2012 - CESPE - Técnico Judiciário - Apoio


Especializado/Telecomunicações e Eletricidade) A administração pode
anular seus próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade.
Essa você tirou de letra. Conforme o enunciado do princípio da
autotutela, a Administração pode revogar seus próprios atos por
motivos de conveniência ou oportunidade e anular os atos ilegais.
Gabarito: Errado.
103. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo - Área 1) A
revogação do ato administrativo, que implica extinção de um ato válido,
produz efeitos retroativos.
Assunto recorrente em provas: os efeitos da revogação são ex
nunc, por tanto, não operam efeitos retroativos.
Resposta: Errado.

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104. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) A administração


pública pode anular os próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, hipótese em que a anulação produz efeitos retroativos à
data em que tais atos foram praticados.
Se a revogação não produz efeitos ex nunc, ou seja, retroativos,
a anulação produz. O ato já nasce ilegal e portanto, não pode produzir
efeitos.
Resposta: Certo.

105. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE


INTELIGÊNCIA – ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E
PROPAGANDA) A revogação de um ato revogador não restaura,
automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.
Pessoal, se o ato revogador foi revogado, então era válido e
produziu efeitos válidos durante sua vigência, ou seja, de fato revogou
o ato anterior. Como a revogação foi válida, o primeiro ato revogado
não pode simplesmente ressurgir, pois foi validamente retirado do
mundo jurídico.
Resposta: Certo.
106. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)
Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no sentido de
admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa evolução tem o
propósito de substituir a discricionariedade do administrador pela do
Poder Judiciário.
O item está errado, pois “essa tendência que se observa na
doutrina, de ampliar o alcance da apreciação do Poder Judiciário, não
implica invasão na discricionariedade administrativa; o que se procura é
colocar essa discricionariedade em seus devidos limites, para distingui-
la da interpretação (apreciação que leva a uma única solução, sem
interferência da vontade do intérprete) e impedir as arbitrariedades que

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a Administração Pública pratica sob o pretexto de agir


discricionariamente” (Di Pietro, p. 219)
CUIDADO! Outro aspecto da revogação é que, assim como a
invalidação, ela também encontra limites em determinadas situações.
Di Pietro (2009, p. 249) assim elenca o rol de hipóteses em que os atos
administrativos não podem ser revogados:

107. (CESPE - 2010 – MPE/CE – Promotor De Justiça) Como


faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que
considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto
os atos discricionários como os vinculados.
A revogação só alcança os atos discricionário. Por isso, não se pode
revogar o ato vinculado, visto que não há essa liberdade para o agente.
Gabarito: Errado.

108. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) Os atos vinculados são


passíveis de revogação.
A revogação só ocorre nos atos discricionários. Assim, o ato
vinculado não é passível de revogação.
Gabarito: Errado.

109. (CESPE - 2010 – TRE/BA – Analista Judiciário) Apesar de o


ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser
revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.
Não se admite a revogação dos atos: a) que a lei declare
irrevogáveis; b) atos consumados; c) direito adquirido; d) atos
vinculados; e) Meros atos administrativos, e; f) atos integrante de
procedimento administrativo.
Gabarito: Certo.

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110. (CESPE - 2010 - TRT 1ª REGIÃO – Juiz Do Trabalho) O


pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela
incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda
abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos
malefícios que causem à coletividade.
A revogação só alcança os atos discricionários e válidos. O ato
inválido deve ser anulado.
Gabarito: Errado.

111. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) A revogação


não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as certidões e
os atestados.
Atos de meros atos administrativos não são passíveis de
revogação. Portanto, não é possível revogar certidões ou atestados por
serem atos enunciativos.
Gabarito: Certo.

3.5 Convalidação (ou sanatória)

Meu caro aluno, concentre, pois estamos na RETA FINAL da aula de


atos administrativo e o seu concurso se aproxima a cada minuto.
Lembre-se que, se o ato administrativo contém vícios sanáveis ele
é anulável, ou seja, os seus vícios pode ser sanados ou ele será
anulado. Se ele é nulo, os seus vícios são insanáveis. Neste tópico
vamos falar como um ato administrativo anulável terá os seus vícios
sanados. Isso ocorrerá pela convalidação.

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A convalidação é o meio de que se vale a Administração para suprir


a invalidade e aproveitar os atos administrativos já praticados nas
hipóteses em que o vício no ato administrativo é superável. Assim, se
promove a convalidação com efeitos ex tunc, retroagindo para o
momento da edição do ato anulável.
Seu fundamento é a preservação da ordem jurídica e social,
garantindo-se a estabilidade das relações já constituídas.

Mas, afinal, a convalidação é um ato discricionário ou vinculado


da Administração? Ela pode escolher entre convalidar ou não convalidar,
ou ela deve convalidar quando o vício for sanável?
O art. 55 da Lei nº 9.784/99 trata a convalidação como uma
faculdade da Administração, ou seja, como um ato discricionário. Na
redação da lei, “em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria
Administração”.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (e a maioria da doutrina),
amparados na redação legal, entendem que o ato de convalidação é
discricionário, pois a Administração pode escolher entre convalidar
(sanar o vício) ou anular o ato, a depender de sua conveniência e
oportunidade.
Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Melo, de outro lado,
entendem que a convalidação é um ato vinculado, pois a Administração
tem o dever de velar pela legalidade de seus atos. Mas esta é a posição
que não prevalece na doutrina.

A convalidação também sofre limitações. O


ato anulável não pode ser convalidado:
 Quando o ato já se exauriu;

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 Se o ato já foi impugnado judicial ou administrativamente;


 Se a convalidação acarretar lesão ao interesse público;
 Se a convalidação acarretar prejuízo a terceiros.

Mas e o decurso do tempo, é uma limitação para a


convalidação?
O decurso do tempo não é propriamente uma limitação, pois se a
Administração não pode mais mexer no ato em razão do transcurso do
prazo decadencial de 5 anos previsto na Lei nº 9.784/99, o ato estará
automaticamente convalidado, em atenção ao princípio da estabilização
das relações jurídicas. Essa convalidação tácita (também chamada de
sanatória extroversa por alguns doutrinadores) só não ocorrerá se o
beneficiado pelo ato concorreu para a nulidade e, portanto, age de má-
fé. Nesses casos, a Administração pode anular o ato a qualquer tempo,
afastando a convalidação tácita.

Convalidação tácita = decaiu o direito da Administração de anular o ato

Você já deve estar imaginando como a Administração promove a


convalidação (como ela realiza a sanatória introversa).
Pela (a) ratificação (definição de Celso Antônio) a mesma
autoridade que praticou o ato convalida o seu vício; pela (b)
confirmação (Celso Antônio), a autoridade competente decide sanar
um ato praticado por sujeito incompetente (não é possível nos casos em
que a lei outorga competência exclusiva a uma autoridade); já por meio
da (c) reforma (José dos Santos Carvalho Filho), a Administração
suprime a parte inválida do ato anterior, mantendo sua parte válida; e
pela (d) conversão (Vicente Paulo e Alexandrino), a Administração
edita um ato de uma nova espécie, pois o ato anterior era inadequado
para realizar aquilo que pretendia a Administração (p. ex: a
Administração concedeu uma concessão de uso de bem público quando

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deveria apenas autorizar o uso – a convalidação é promovida, com


efeitos ex tunc, se o ato for corrigido e passar a ser uma autorização).
Marinela ainda fala que, se a convalidação resulta de um ato do
particular, denomina-se saneamento.

Mas todos os vícios em quaisquer dos elementos do ato


administrativos podem ser sanados?
Obviamente que não, alguns vícios, como vimos acima, são
insanáveis.

E quais os elementos do ato administrativo possuem vícios


sanáveis?
Di Pietro (2009, p. 247) entende que são convalidáveis os vícios de
competência – quando esta não for exclusiva – e de forma – quando
esta não for essencial à validade do ato.
Carvalho Filho entende que são sanáveis os vícios de competência,
de forma, de objeto ou de conteúdo (quando este for plúrimo). Por
outro lado, são insanáveis os vícios no motivo, no objeto (quando
único), na finalidade e na falta de congruência entre o motivo e o
resultado do ato.
São convalidáveis os vícios de:
Di Pietro Carvalho Filho
 competência (não  competência
exclusiva)
 forma (não essencial)  forma
 objeto (quando este for
plúrimo)

O STJ, com fundamento no magistério de Di Pietro e


de Carvalho Filho, já teve oportunidade de afirmar que o vício na

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competência do sujeito é ato anulável e, por isso, pode ser convalidado


(RESP 850270).
Assim, você pode afirmar, com base na doutrina majoritária que
são convalidáveis os vícios de competência e de forma.
Em hipóteses excepcionais, atendendo ao princípio da segurança
jurídica e a consolidação dos efeitos, o STJ já assinalou ser possível
convalidar um ato inconstitucional, como ocorre no caso de provimento
em cargo efetivo sem concurso público. No informativo 347, o STJ
convalidou uma nomeação de uma servidora sem concurso público,
uma vez que já transcorridos cerca de 15 anos entre a sua nomeação e
a decisão do tribunal.
Assim, admitiu-se, excepcionalmente, a convalidação de um ato
absolutamente nulo (RMS 24339).

O vício na motivação não é convalidável (STJ: RMS


26927)

112. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente Administrativo)


Caso um ato administrativo seja expedido sem finalidade pública, ele
poderá ser convalidado posteriormente por autoridade superior que
estabeleça os motivos determinantes.
Não se admite ato administrativo sem finalidade pública. Os atos
administrativos que não objetivam o interesse público são nulos. Logo,
está INCORRETA.

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113. (CESPE – 2013 – TJDFT – Técnico Administrativo – Área


Administrativa) O ato administrativo eivado de vício de forma é passível
de convalidação, mesmo que a lei estabeleça forma específica essencial
à validade do ato.

No caso de a lei estabelecer forma específica essencial à validade


do ato, o vício de forma não é passível de convalidação. Logo, está
INCORRETA.

3.6. Coisa julgada administrativa

A coisa julgada administrativa seria o caráter de definitivo, de


imodificável, de imutável dos efeitos de uma decisão administrativa,
quando, em face dessa, não há mais a possibilidade de recurso,
impedindo de retratar-se dela na esfera administrativa ou de buscar a
via judicial.
Seu fundamento são os princípios da segurança jurídica, da
lealdade e da boa-fé na esfera administrativa.
Todavia, MUITA CALMA NESSA HORA! Essa “coisa julgada”
administrativa não produz a verdadeira intangibilidade ou
imodificabilidade jurídica, tendo em vista que a decisão pode ser revista
pelo Judiciário, desde que provocada pelo interessado. Afinal, no Brasil,
só uma decisão judicial efetivamente transita em julgado, ou seja,
torna-se imutável.
Na verdade, nem mesmo no âmbito administrativo a decisão
administra faz coisa julgada definitiva. Isso porque, existe no processo
administrativo o instituto da revisão. Essa revisão corresponde a uma
verdadeira ação rescisória administrativa, fundada na infração à lei e
com a participação de todos os interessados antes envolvidos (art. 65
da Lei nº 9.784/99).

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Alguns autores restringem a abrangência da coisa julgada


administrativa, alegando que tal instituto é aplicável, exclusivamente,
aos atos ampliativos da esfera jurídica dos administrativos e diz
respeito, unicamente, a situações nas quais a Administração haja
decidido, contenciosamente, determinada questão.

4) Resumo da aula.

Atos administrativos são declarações humanas (e não meros


fenômenos da natureza), unilaterais (as bilaterais constituem
contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no
exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos
jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob
regime de direito público e sujeitas a controle.
Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz
nenhum efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da
Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso,
a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do
pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses – em
que a lei atribui efeito ao silêncio – o mesmo não decorre do silêncio e
sim da previsão legal.
Os elementos do ato administrativo são: SUJOBMOFOFI = Sujeito,
objeto, motivo, forma e finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência,
finalidade, forma, motivo e objeto.
Pensou em sujeito – pense em capacidade e competência.
Competência é o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas,
órgãos e agentes públicos, fixado pelo direito positivo, representando a
esfera de atuação de cada um deles; é o círculo definido por lei dentro
do qual podem os administradores exercer legitimamente sua atividade.

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Importante observar as características da competência: de


exercício obrigatório; irrenunciável; intransferível; imodificável pela
vontade do agente; imprescritível; improrrogáve.
A competência pode ser objeto de delegação e avocação. A
delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art.
11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de
competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a
competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único,
do Decreto nº 83.937/79).
A Lei nº 9.784/99 proíbe a delegação da competência:
 de editar atos normativos;
 de decidir recursos administrativos; e
 das matérias de competência
exclusiva do órgão ou autoridade.

Importante lembrar que: (I) o ato de delegar pressupõe a


autoridade para subdelegar; (II) pode haver delegação de competências
a órgãos não subordinados; (III) a delegação pode ser parcial; (IV) ela
deve ser feita por prazo determinado; (V) a autoridade delegante pode
permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta
com a delegatária.
O fenômeno da avocação ocorrerá quando a autoridade, que
inicialmente era incompetente, atrai para a sua esfera de competência a
prática de um determinado ato, efetivando-se o caminho inverso.
Enquanto na delegação há transferência, na avocação há atração.
Importante ressaltar que, para a realização desse evento, pressupõem-
se um sistema de hierarquia e a inexistência de competência exclusiva.
A forma pode ser verificada em sentido estrito (exteriorização do
ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta) e em sentido
amplo (as formalidades que devem ser observadas durante o processo

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de formação da vontade da Administração, e até os requisitos


concernentes à publicidade do ato).
O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato
realiza, é a resposta às seguintes perguntas: “O quê é o ato?”, “Para
quê serve o ato?”. O objeto deve ser lícito, certo e moral.
A finalidade, por sua vez, pode ser analisada sob duas acepções: a)
em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o agente
quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir
ao praticar o ato é a finalidade específica, prevista pela lei, tendo em
vista que, para cada propósito que a Administração pretende alcançar,
existe um ato definido em lei. Exemplo: não é possível remover um
servidor com a finalidade de puni-lo, ainda que se trate de autoridade
competente para praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício
decorre do descumprimento da finalidade específica da remoção que
não é punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço
público; b) em sentido amplo, a finalidade se confunde com o interesse
público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado esperado
pelo sujeito, a finalidade dele é a consecução do interesse público,
representando o fim mediato do ato administrativo (lembrando que o
fim imediato é o objeto). Exemplo: na nomeação de um servidor, o
objetivo é aumentar o quadro da Administração, buscando dar maior
eficiência ao serviço.
Com relação aos vícios na finalidade e no sujeito, temos:

Desvio de poder – vício na


finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência

O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser


definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as

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razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no


mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam
à prática do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que
determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444).
Apresentamos o seguinte quadro para a distinção dos conceitos
que se relacionam:
Motivo Móvel Motivação
Causa imediata dos atos Intenção do Justificativa
administrativos ocorrida no agente ao formalizada pelo
mundo dos fatos. praticar o ato. agente para a prática
do ato.
No estudo do motivo, vimos também a teoria dos motivos
determinantes, segundo a qual, a validade do ato se vincula aos
motivos – fáticos e legais – indicados como seu fundamento. Os
motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve
ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso os motivos
sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido.
Os atributos do ato administrativo são o PAI .
Presunção de legitimidade (e veracidade) – presunção juris
tantum (= presunção jurídica relativa, que pode ser ilidida caso exista
prova em contrário, cabendo o ônus a quem alega a ilegitimidade ou
ilegalidade do ato) de que os atos estão adequados ao direito e
verídicos quanto aos fatos. Decorre do princípio da legalidade.
Conseqüências disso: auto-executoriedade e inversão do ônus da prova
(Alexandrino, 2010, p. 458);
Imperatividade – os atos administrativos, sejam eles normativos
(quando regulam determinada situação), ordinatórios (quando
organizam a estrutura da Administração) ou punitivos (quando aplicam
penalidades), se impõem unilateralmente a terceiros,
independentemente de sua concordância, criando obrigações ou
impondo restrições, desde que dentro da legalidade. Decorre do poder

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extroverso do Estado – prerrogativa que tem o Estado de praticar atos


que influam na esfera jurídica de terceiros.
Autoexecutoriedade – autoriza a Administração a executar
diretamente seus atos e fazer cumprir suas determinações sem precisar
recorrer ao Judiciário, admitindo-se até o uso de força, se necessário,
sempre que for autorizada por lei.
Se subdivide em:
o exigibilidade – esse atributo é definido por Bandeira de Mello
(2010, p. 419) como a “qualidade em virtude da qual o
Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de
terceiros o cumprimento, a observância, das obrigações que
impôs”. Isso quer dizer que alguns atos administrativos
impõem ao particular uma obrigação de fazer ou de dar, mas
não chegam ao ponto de autorizar a Administração a
promover uma coação material para que o particular execute o
ato.
executoriedade – é o atributo que possibilita ao Poder Público
implementar materialmente o ato administrativo, podendo, inclusive, se
valer do uso da força sem a necessidade de autorização judicial prévia.
É a possibilidade que tem o administrador de fazer cumprir as suas
decisões e executá-las, independentemente de autorização de outro
Poder.
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, os atos administrativos
gozam de um quarto atributo, a tipicidade, característica por meio da
qual o “ato administrativo deve corresponder a figuras definidas
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados.
Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um
ato definido em lei”.
Com relação à classificação dos atos administrativos, vimos que o
ato administrativo é perfeito e passa a existir quando completa todas
as suas fases de elaboração. Ele é válido quando expedido em

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conformidade com as exigências do ordenamento. É eficaz quando está


pronto para produzir efeitos.
Com relação à margem de liberdade conferida pela lei para a
prática de um ato, temos:
A lei não dá margem de liberdade ato vinculado
A lei confere alguma margem de liberdade ato
discricionário.

Juízo de mérito = conveniência + oportunidade

O Poder Judiciário, salvo em situações excepcionais, não pode se


inserir no mérito administrativo para declarar inválido um ato
administrativo discricionário. É vedado ao juiz substituir a
discricionariedade do administrador pela sua, sob pena de afronta à
separação dos poderes. Contudo:

Ato discricionário ≠ Ato arbitrário

Não há ato administrativo praticado com liberdade absoluta ou com


margem total e irrestrita de liberdade. Por isso, em hipóteses
excepcionais, o Poder Judiciário acaba retirando do ordenamento ato
discricionário da Administração.
E quais são os elementos discricionários de um ato?
Di Pietro Carvalho Filho Bandeira de Mello
Objeto objeto conteúdo
Motivo motivo motivo
finalidade em sentido finalidade
amplo
momento
forma

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Não podemos deixar de classificar os atos administrativos quanto à


formação da vontade. É simples o ato editado por um só órgão (seja
esse órgão composto de uma ou de várias autoridades, como ocorre,
por exemplo, em um julgamento colegiado). É complexo o ato editado
por dois ou mais órgãos distintos. Esses dois órgãos realizam um ato
único e só após a passagem pelo segundo órgão o ato é perfeito e
passa a existir (ex: aposentadoria de servidor público e nomeação de
desembargador por meio de lista tríplice). Regra do 2 x 1. Já o ato
composto é aquele em que um órgão promove dois atos secundários
para a realização de um ato principal Regra do 1 x 2.
Quanto às prerrogativas os atos administrativos (para Marinela,
quanto ao objeto) se dividem em: atos de império (emitidos com os
atributos gerais dos atos administrativos) e atos de gestão (emitido
com as características comuns dos atos dos particulares, p. ex.: quando
a Administração aluga um imóvel ou vende um bem de uma empresa
pública). Marinela ainda acrescenta atos de expediente.
Quanto aos destinatários, os atos são gerais ou individuais (ex:
decreto de desapropriação de uma determinada área).
Em relação ao alcance, segundo Marinela, os atos são internos ou
externos.
No tocante à manifestação de vontade, conforme ensina Marinela,
os atos podem ser unilaterais ou bilaterais. Essa classificação pode
ser encontrada em outros doutrinadores como hipóteses quanto à
formação do ato.
Segundo Marinela, quanto à estrutura, os atos podem ser
concretos ou abstratos.
Em relação aos efeitos que produzem no mundo jurídico, Marinela
divide os atos administrativos em: constitutivos ou declaratórios.
Considerando os resultados na esfera jurídica, Marinela classifica os
atos administrativos em: ampliativos e restritivos.

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Por fim, no tocante à situação jurídica de criam, Marinela divide os


atos administrativos em: atos-regra, atos-subjetivos e atos-
condição.
Quanto aos atos administrativos em espécie, destacamos:
Atos administrativos normativos são os atos que contêm um
comando geral editado pela Administração, buscando promover a
melhor execução da lei, detalhando melhor o que a lei previamente
estabeleceu. Exemplos: decreto, instrução normativa, regimento,
regulamento,resolução, deliberação.
Atos administrativos ordinatórios são os que disciplinam o
funcionamento interno da Administração e a conduta funcional dos
servidores. Exemplos: instrução, circular, portaria, ordem de serviço,
ofício, memorando.
Atos administrativos negociais são manifestações que representam
uma anuência conferida pelo poder público ao particular. Exemplos:
licença, permissão, autorização, aprovação, visto, homologação.
Licença: é ato unilateral pelo qual a Administração, verificando
que o interessado atendeu a todas as exigências legais, faculta-lhe o
desempenho de determinada atividade (STJ: RMS 15490). É ato
administrativo vinculado.
Permissão: é o ato administrativo unilateral pelo qual a
Administração faculta ao particular a execução de serviços de interesse
coletivo ou o uso especial de um bem público (Carvalho Filho, 2005, p.
114), a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pelo
poder público. Além de ser negocial, é discricionário e precário.
Autorização: é ato administrativo unilateral, discricionário e
precário pelo qual a Administração faculta ao particular o exercício de
atividade material ou a utilização de bem público no interesse dele.
Atos administrativos enunciativos são atos que emitem opinião,
enunciam, certificam ou atestam uma situação existente. Exemplos:
certidão, parecer, atestado.

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Atos administrativos punitivos são atos que contêm uma sanção


imposta pela Administração àqueles – agentes públicos ou particulares
– que infringirem disposições legais, regulamentares e ordinatórias de
bens e serviços públicos. Exemplos: multa, interdição administrativa,
destruição de coisas.
Revisando a teoria das nulidades, apresentamos o seguinte
quadro:

Ato irregular Ato nulo Ato Ato inexistente


anulável
Apresentam Nasce com vício Nasce com Tem aparência de
defeitos insanável nos vício manifestação regular da
irrelevantes. seus elementos. sanável. Administração, mas
constitutivos. resta ausente um dos
elementos do ato
administrativo.

O critério para se distinguir os tipos de invalidade (se nulo ou


anulável) reside na possibilidade ou não de convalidar-se o vício do ato.
Ato anulável = convalidável, ato nulo = não convalida.
De todas as hipóteses de extinção de um ato administrativo, as
mais relevantes são a revogação e a anulação (para alguns, sinônimo
de invalidação)
A invalidação é a retirada do ordenamento de um ato
administrativo produzido em desconformidade com a ordem jurídica (=
razões de legalidade) e se opera com efeitos retroativos (ex tunc). Ou
seja, com a invalidação, não só o ato viciado (ilegítimo ou ilegal) é
retirado do ordenamento jurídico, mas também todas as relações
jurídicas que foram por ele produzidas.

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Destacamos as seguintes características e distinções dos atos nulos


e anuláveis:

Ato nulo Ato anulável


não pode ser convalidado; pode ser convalidado;
pode ser retirado do mundo pode ser retirado do mundo
jurídico pela Administração e pelo jurídico pela Administração e pelo
Poder Judiciário; Poder Judiciário;
o Poder Judiciário pode retirar até o Poder Judiciário só retira
mesmo de ofício (sem que mediante provocação;
ninguém tenha alegado);
a Administração retira de ofício ou a Administração retira de ofício ou
por provocação. por provocação.

O poder-dever da Administração de invalidar atos nulos ou


anuláveis sofre as seguintes limitações:
 decurso do tempo (=decadência do direito da
Administração de anular): 5 anos, salvo comprovada má-fé;
esse prazo conta-se apenas a partir da data da edição da Lei
nº 9.784/99; se o ato anulável gerou efeitos financeiros
periódicos, os cinco anos serão contados a partir do primeiro
pagamento recebido pelo servidor (RMS 15433).
 consolidação dos efeitos produzidos: hipóteses em que
a situação decorrente do ato nulo já se consolidou de tal
maneira que atenderá mais ao interesse público a
manutenção do ato do que a sua invalidação (princípio da
segurança jurídica e da confiança);

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 impossibilidade material de se retornar ao estado


anterior: é a aplicação da teoria do fato consumado (mesmo
que o fato seja nulo, ele continua produzindo efeitos, diante
da consolidação da situação fática que não pode retornar ao
status de antes). Essa teoria, via de regra, não é adotada
pelo STJ em se tratando de servidor público.
 proteção aos indivíduos de boa-fé: a Administração não
promove o ressarcimento ao erário daquele que tomou posse
e assumiu cargo após a aprovação em concurso público
declarado ilegal. Além disso, está pacificado no STJ que os
servidores não devem restituir ao erário as verbas recebidas
indevidamente, quando o erro na aplicação da lei foi da
Administração e eles estavam de boa-fé.

A revogação, por sua vez, é o ato discricionário utilizado pela


Administração para extinguir um ato administrativo e/ou seus efeitos
por razões de conveniência e oportunidade, respeitando-se os efeitos
precedentes (ex nunc) e o direito adquirido.
Como vimos, em decorrência do princípio da separação dos
poderes constitucionalmente determinado (art. 2º da Constituição),
entende-se que a autoridade administrativa é o sujeito ativo da
revogação, não podendo o Poder Judiciário analisar o mérito do ato
administrativo para retirá-lo do mundo jurídico (STJ: MS 14182 e RESP
973686). Essa é a regra geral.
Atualmente, contudo, observa-se tendência crescente na doutrina e
na jurisprudência, sobretudo amparada nos princípios da
proporcionalidade, razoabilidade e da eficiência, no sentido de se
admitir o controle judicial da conveniência e oportunidade dos atos
administrativos discricionários em hipóteses excepcionais.
Não podem ser revogados:

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 Atos vinculados;
 Atos que já exauriram seus efeitos;
 Quando já exaurida a competência da autoridade que
praticou o ato;
 Meros atos administrativos, cujos efeitos decorrem de lei;
 Atos que integram um procedimento e se submeteram à
preclusão em razão da edição de outro ato posterior;
 Atos que já geraram direitos adquiridos (A súmula 473 do
STF manda ressalvar os direitos adquiridos, ou seja, os
direitos que já integram o patrimônio do particular e que
foram gerados pelo ato que se pretende revogar.).
Casos em que se dispensa o contraditório em hipótese de
revogação de ato administrativo: revogação de ato administrativo de
caráter precário e situação em que o afastamento de servidor nomeado
para cargo em comissão pode ser promovido a qualquer momento,
segundo um juízo de conveniência e oportunidade, nos termos do art.
37, II, da CF.
Súmula Vinculante nº 3: “Nos processos perante o Tribunal de
Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do
ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
A convalidação é o meio de que se vale a Administração para suprir
a invalidade e aproveitar os atos administrativos já praticados nas
hipóteses em que o vício no ato administrativo é superável. Assim, se
promove a convalidação com efeitos ex tunc, retroagindo para o
momento da edição do ato anulável.
A convalidação também sofre limitações. O ato anulável não pode
ser convalidado:
 Quando o ato já se exauriu;
 Se o ato já foi impugnado judicial ou administrativamente;

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 Se a convalidação acarretar lesão ao interesse público;


 Se a convalidação acarretar prejuízo a terceiros.
São convalidáveis os vícios de:
Di Pietro Carvalho Filho
 competência (não  competência
exclusiva)
 forma (não essencial)  forma
 objeto (quando este for
plúrimo)

A coisa julgada administrativa implica para a Administração a


definitividade dos efeitos de uma decisão que haja tomado, quando, em
face dessa, não há mais a possibilidade de recurso, impedindo de
retratar-se dela na esfera administrativa ou de buscar a via judicial.
Todavia, essa coisa julgada não produz a verdadeira intangibilidade
jurídica, tendo em vista que a decisão pode ser revista pelo Judiciário,
desde que provocada pelo interessado.

5) Questões

1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) A


função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo
Poder Executivo.
2. (CESPE – 2013 – TJDFT – Oficial de Justiça) A designação de
ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela
administração.

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3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um banco


estatal que celebra com o particular um contrato para fornecimento de
cheque especial pratica um ato administrativo.
4. (CESPE – 2010 - MPS – Técnico Em Comunicação Social –
Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um
contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato
administrativo.
5. (CESPE - 2012 - ANATEL – Analista) A formalização de
contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira
sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito
de ato administrativo.
6. (CESPE – 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função
administrativa consiste em ato da administração.
7. (CESPE - 2012– TJ/AL – Analista Judiciário – Administrativa)
Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico constitucional.
8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados
pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas
normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não
podendo ser classificados, portanto, como atos da administração.
9. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou
material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício
concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por
órgãos administrativos.
10. (CESPE - 2011 – STM – Analista Judiciário – Administração)
Os atos administrativos têm origem no Estado ou em agentes investidos
de prerrogativas estatais.
11. (CESPE - 2012 – TJ/AL – Analista Judiciário –
Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de
encaminhamento de papéis e os processos.

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12. (CESPE – 2015 – FUB – Administrador) Julgue o item


subsequente, no que se refere a atos administrativos.
Competência, finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos
fundamentais do ato administrativo, sem os quais este se torna nulo.
A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos
elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o
critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do
art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato
administrativo são:

Competência, forma, objeto, motivo e finalidade.

Gabarito – Certo.

13. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo


- Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte , relativo ao ato
administrativo.
É proibido delegar a edição de atos de caráter normativo.
A n° Lei 9.784/99 dispõequais os atos que não podem ser objeto
de delegação: “Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a
edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos
administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.”
Gabarito – Certo.

14. (CESPE – 2015 – MPU - Técnico do MPU - Segurança


Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da
portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior
desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que,
a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as
pessoas que entrassem e saíssem do imóvel.

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Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se


segue.
Na situação apresentada, a ordem exarada pela autoridade
superior é ilícita, por vício de finalidade.

15. (CESPE – 2015 -DPE-PE - Defensor Público) Julgue o item


que se segue, a respeito de atos administrativos.
Em obediência ao princípio da solenidade das formas, o ato
administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se
admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de
vontade da administração.

16. (CESPE – 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto)


Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade superior,
delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de
descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez
nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o
objeto da delegação.
17. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Taquigrafia -
Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No
entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato
passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo.
Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato
administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos
motivos determinantes.
18. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros
órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente
subordinados ao órgão originalmente competente, quando for

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conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,


econômica, jurídica ou territorial.
19. (CESPE/2011 – PC/ES – Perito Papiloscópico) O poder legal
conferido ao agente público para o desempenho específico das
atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou
seja, o requisito da competência.
20. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)
A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de delegação.
21. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) A
competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável,
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as
hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos
normativos.
22. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A delegação da
competência para a realização de um ato administrativo configura a
renúncia da competência do agente delegante.
23. (CESPE - 2010 – MPS – Agente Administrativo) A
competência é delegável, mas não é passível de avocação.
24. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A
motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico
que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a
exposição escrita da razão que determinou a prática do ato.
25. (CESPE - 2012 – TJ/AC – Juiz) O motivo, como pressuposto
de fato que antecede a prática do ato administrativo, será sempre
vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a apreciações
subjetivas por parte da administração.
26. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) Julgue os itens
subsequentes, referentes aos atos administrativos.
O motivo do ato administrativo não se confunde com a motivação
estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição

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dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação


subjetiva e psicológica que corresponde à vontade do agente público.
27. (CESPE - 2010 – INSS – Perito Médico Previdenciário) A
alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal
ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de
poder.
28. (AFCE – TI – CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente
exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a
nulidade do ato.

29. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos


atos administrativos, julgue os itens subsequentes.
O ato de exoneração do ocupante de cargo em comissão deve ser
fundamentado, sob pena de invalidade por violação do elemento
obrigatório a todo ato administrativo: o motivo.

30. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Médio) Acerca de


organização administrativa e ato administrativo, julgue o item a seguir.
Considere que, após a realização de uma correição, tenha sido
detectado vício de finalidade em ato administrativo editado pelo diretor
de departamento de uma agência reguladora, situação que foi, então,
comunicada ao presidente da entidade. Nessa situação, tendo avocado
para si a competência, o presidente poderá convalidar o referido ato
administrativo.

31. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos


atos administrativos, julgue os itens subsequentes.

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Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do Executivo, de portaria


por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de
desapropriação, quando a lei exigir decreto.

32. (CESPE – 2015 – MPUP - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente.
Tanto os atos administrativos constitutivos quanto os negociais e
os enunciativos têm o atributo da imperatividade.

33. (CESPE – 2015 - DPE-PE - Defensor Público) Julgue o item


que se segue, a respeito de atos administrativos.
Os atos da administração que apresentarem vício de legalidade deverão
ser anulados pela própria administração. No entanto, se de tais atos
decorrerem efeitos favoráveis a seus destinatários, o direito da
administração de anular esses atos administrativos decairá em cinco
anos, contados da data em que forem praticados, salvo se houver
comprovada má-fé.

34. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) Em


decorrência da autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a
administração pública pode, sem a necessidade de autorização judicial,
interditar determinado estabelecimento comercial.
35. (CESPE - 2010 – MS – Analista Técnico-Administrativo) Os
atos administrativos gozam de presunção iuris et de iure de
legitimidade.
36. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) Inerente aos
atos administrativos, a presunção de legitimidade caracteriza-se por ser
um princípio de direito público relativo, isto é, que não admite prova em
contrário.

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37. (CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)


Todos os atos administrativos são imperativos e decorrem do que se
denomina poder extroverso, que permite ao poder público editar
provimentos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,
interferindo na esfera jurídica de outras pessoas, constituindo-as
unilateralmente em obrigações.

38. (CESPE - 2011 - IFB – Professor) Por meio da


imperatividade, uma das características do ato administrativo, exige-se
do particular o cumprimento do ato, ainda que este contrarie
disposições legais.
39. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) A cobrança
de multas, em caso de resistência do particular, é um ato administrativo
autoexecutório.
40. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) A presunção de legitimidade,
como atributo do ato administrativo, representa a faculdade ou a
prerrogativa conferida à administração pública para impor,
unilateralmente, obrigações aos administrados e interferir na esfera
alheia independentemente de anuência prévia.
41. (CESPE - 2010 – AGU – Agente Administrativo) No caso de
um administrado alegar a existência de vício de legalidade que invalide
determinado ato administrativo, esse indivíduo deverá fundamentar sua
alegação com provas dos fatos relevantes, por força da obrigatoriedade
de inversão do ônus da prova, originada no princípio da presunção de
legitimidade do ato administrativo.
42. (CESPE - 2010 – AGU – Contador) O ato administrativo,
uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda que
esteja eivado de vícios.
43. (CESPE - 2011 – TJ/ES – Analista Judiciário –
Administrativa) Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela

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administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido produzirá


normalmente seus efeitos.

44. (CESPE - 2014 - TC-DF - Técnico de Administração Pública)


No que se refere ao ato administrativo, julgue os itens que se seguem.
O aluguel, pelo TCDF, de espaço para ministrar cursos de especialização
aos seus servidores constitui ato administrativo, ainda que regido pelo
direito privado.

45. (CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública


- Sistemas de TI) Acerca do regime jurídico administrativo, julgue o
próximo item.
Os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder
Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo.

46. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista


Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) A respeito do regime
jurídico administrativo, julgue o item a seguir.
Os atos administrativos podem ser exarados por órgãos públicos ou por
particulares mediante delegação.

47. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Nível Superior -


Conhecimentos Básicos - Cargos 3 e 4) Acerca do direito administrativo,
julgue o item a seguir.

Caso a SUFRAMA pretenda alugar uma nova sala para nela realizar
curso de formação de novos servidores, o contrato de locação, nessa

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hipótese, em razão do interesse público, apesar de ser regido pelo


direito privado, será considerado tecnicamente como ato administrativo.

48. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Nível Superior -


Conhecimentos Básicos) A respeito do direito administrativo, julgue o
item subsecutivo.

Caso a administração seja suscitada a se manifestar acerca da


construção de um condomínio em área supostamente irregular, mas se
tenha mantida inerte, essa ausência de manifestação da administração
será considerada ato administrativo e produzirá efeitos jurídicos,
independentemente de lei ou decisão judicial.

49. (CESPE - 2014 - Polícia Federal - Conhecimentos Básicos -


Nível Superior) Julgue o item a seguir, no que concerne aos atos
administrativos e ao controle da administração pública.
Mérito administrativo é a margem de liberdade conferida por lei aos
agentes públicos para escolherem, diante da situação concreta, a
melhor maneira de atender ao interesse público.

50. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Judiciária)


No tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos
itens.
Os atos administrativos gozam da presunção de legitimidade, o que
significa que são considerados válidos até que sobrevenha prova em
contrário.

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51. (CESPE - 2014 - TC-DF - Auditor de Controle Externo)


Acerca da convalidação e atributos dos atos administrativos e da
responsabilidade civil do Estado, julgue os itens subsequentes.
A presunção de legitimidade é atributo de todos os atos da
administração, inclusive os de direito privado, dada a prerrogativa
inerente aos atos praticados pelos agentes integrantes da estrutura do
Estado.

52. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista


Legislativo - Consultor Legislativo Área VIII) A respeito do regime
jurídico administrativo, julgue o item a seguir.
A imperatividade é atributo presente apenas nos atos administrativos
que imponham restrições de direitos, não se aplicando aos atos
ampliativos de direitos.

53. (CESPE - 2014 - SUFRAMA - Agente Administrativo) Um


veículo da SUFRAMA, conduzido por um servidor do órgão, derrapou,
invadiu a pista contrária e colidiu com o veículo de um particular. O
acidente resultou em danos a ambos os veículos e lesões graves no
motorista do veículo particular.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens que se
seguem.
Em caso de o servidor ser condenado administrativamente em
decorrência do acidente, o ato de aplicação de penalidade a esse
servidor será caracterizado pelo atributo da autoexecutoriedade.

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54. (CESPE - 2014 - CBM-CE - Primeiro-Tenente) Julgue o item


abaixo, relativo a atos administrativos, com base na doutrina de
referência.
As licenças, autorizações, decretos, certidões e atestados representam
atos administrativos dotados do atributo da imperatividade.

55. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) Acerca do regime


jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que amparam a
administração pública, julgue os itens seguintes.
A prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da administração
pública autoriza a aplicação de penalidade disciplinar a servidor público
com base na regra da verdade sabida.
56. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo
- Conhecimentos Específicos) Acerca da invalidação, da revogação e da
convalidação dos atos administrativos, julgue o item a seguir.
Agirá de acordo com a lei o servidor público federal que, ao verificar a
ilegalidade de ato administrativo em seu ambiente de trabalho, revogue
tal ato, para não prejudicar administrados, que sofreriam efeitos
danosos em consequência da aplicação desse ato.

57. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)


Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os
praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha
conceitos jurídicos indeterminados.
58. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) Os
elementos vinculados de um ato administrativo são sempre a
competência, a finalidade e a forma.
59. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente Administrativo) O
motivo, que autoriza a prática do ato administrativo, representa um

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pressuposto subjetivo, por estar relacionado ao agente público, e é


reconhecido como requisito de natureza vinculatória.
60. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) Ato
administrativo vinculado é aquele que depende de requerimento do
interessado para ser praticado.
61. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Psicologia) Incluem-se na classificação de atos administrativos
discricionários os praticados em decorrência da aplicação de norma que
contenha conceitos jurídicos indeterminados.
62. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Psicologia) Os atos vinculados são passíveis de revogação.
63. (CESPE - 2011 - EBC - Analista - Advocacia) A revogação,
uma das formas de extinção dos atos administrativos que faz cessar os
efeitos do ato precedente considerado inoportuno ao atual interesse
administrativo, justifica-se pela conveniência e oportunidade da
administração e tem necessariamente efeitos ex nunc.
64. (CESPE - 2013 - MTE - Auditor Fiscal do Trabalho) No que
se refere aos atos administrativos e aos direitos e deveres do servidor
público, julgue os itens seguintes.
A revogação de um ato administrativo produz efeitos retroativos à
data em que ele tiver sido praticado.
65. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos.
Ato vinculado é aquele analisado apenas sob o aspecto da
legalidade; o ato discricionário, por sua vez, é analisado sob o aspecto
não só da legalidade, mas também do mérito.
66. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico - Administrativo)
Julgue os itens subsequentes, referentes aos atos administrativos.
O poder de revogação de ato administrativo por parte da
administração pública não é ilimitado, pois existem situações jurídicas
que não rendem ensejo à revogação.

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67. (CESPE – 2015 – MPU - Analista do MPU - Conhecimentos


Básicos) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente.
O ato que aplica determinada sanção a um servidor público
configura exemplo de ato constitutivo, que se caracteriza por criar,
modificar ou extinguir direitos.
Os atos constitutivos são aqueles que criam uma situação
jurídica. Temos como exemplo a nomeação, concessão de licença entre
outros. Já os atos extintivos são aqueles que põem fim a uma situação
jurídica, como exemplo temos a demissão.
Gabarito – Certo.

68. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista)


Considere que um servidor público federal tenha sido aposentado
mediante portaria publicada no ano de 2008 e que, em 2010, o TCU
tenha homologado o ato de aposentadoria. Nessa situação hipotética,
esse ato caracteriza-se como complexo, visto que, para o seu
aperfeiçoamento, é necessária a atuação do TCU e do órgão público a
que estava vinculado o servidor.
69. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo)
Incluem-se na classificação de atos administrativos discricionários os
praticados em decorrência da aplicação de norma que contenha
conceitos jurídicos indeterminados.
70. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios) Em uma
situação de decisão, a possibilidade de o agente público adotar mais de
um comportamento, de acordo com a ótica da conveniência e da
oportunidade, caracteriza a discricionariedade administrativa.

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71. (CESPE - 2012 – DPE/RO – Defensor Público) São exemplos


de atos de gestão a desapropriação de um bem privado, a interdição de
um estabelecimento comercial e a apreensão de mercadorias.

72. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo


- Conhecimentos Específicos) Julgue o item seguinte, relativo ao ato
administrativo.
Decretos não são considerados atos administrativos.

73. CESPE – 2015 – DPU - Defensor Público Federal de Segunda


Categoria) Com relação às espécies de atos administrativos, julgue o
item abaixo.
Os atos administrativos negociais são também considerados atos de
consentimento, uma vez que são editados a pedido do particular como
forma de viabilizar o exercício de determinada atividade ou a utilização
de bens públicos.

74. (CESPE -2015 – DPU- Defensor Público Federal de Segunda


Categoria) Os atos administrativos negociais são também considerados
atos de consentimento, uma vez que são editados a pedido do
particular como forma de viabilizar o exercício de determinada atividade
ou a utilização de bens públicos.

75. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O


estabelecimento que obtenha do poder público licença para
comercializar produtos farmacêuticos não poderá, com fundamento no
mesmo ato, comercializar produtos alimentícios, visto que a licença
para funcionamento de estabelecimento comercial constitui ato
administrativo vinculado.

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76. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia) O ato de


aplicação de penalidade administrativa deve ser sempre motivado.

77. (CESPE - 2014 - Caixa - Nível Superior) Julgue os itens a


seguir, referentes a serviços públicos, concessões, permissões e
autorizações públicas.
A autorização de serviço público consiste em ato unilateral,
discricionário e precário, por meio do qual se delega um serviço público
a um autorizatário, que o explorará, predominantemente, em benefício
próprio

78. (CESPE - 2014 - MTE - Contador) A respeito da organização


administrativa e dos atos administrativos, julgue os itens subsecutivos.
Caso seja fornecida certidão, a pedido de particular, por servidor
público do quadro do MTE, é correto afirmar que tal ato administrativo
possui presunção de veracidade e, caso o particular entenda ser falso o
fato narrado na certidão, inverte- se o ônus da prova e cabe a ele
provar, perante o Poder Judiciário, a ausência de veracidade do fato
narrado na certidão.

79. (CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polícia Militar ) Julgue os


itens seguintes, a respeito do poder disciplinar e dos atos
administrativos.
A licença é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual a
administração pública faculta ao particular o desempenho de atividade
material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seria
legalmente proibido.

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80. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos


atos administrativos, julgue os itens subsequentes.
Os atos enunciativos, como as certidões, por adquirirem os seus
efeitos por lei, e não pela atuação administrativa, não são passíveis de
revogação, ainda que por razões de conveniência e oportunidade.

81. (CESPE - 2014 - PGE-BA) Não são passíveis de


questionamento por via recursal os atos administrativos de mero
expediente.
82. (CESPE – 2015 – TCU - Técnico Federal de Controle Externo
- Conhecimentos Específicos) Acerca da invalidação, da revogação e da
convalidação dos atos administrativos, julgue o item a seguir.
Conforme a teoria dos motivos determinantes, a validade do ato
administrativo vincula-se aos motivos que o determinaram, sendo,
portanto, nulo o ato administrativo cujo motivo estiver dissociado
da situação de direito ou de fato que determinou ou autorizou a
sua realização.

83. (CESPE – 2015 - CGE-PI - Auditor Governamental) Julgue o


item a seguir, acerca dos atos administrativos e da responsabilidade
civil do Estado.
A administração pode anular os próprios atos, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
ressalvada a apreciação judicial, bem como pode revogá-los quando
eles estiverem eivados de vícios que os tornem ilegais.

84. (MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA – FINEP –


ANALISTA CESPE 2009): O direito da administração de anular os atos
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os

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destinatários decai em 2 anos, contados da data em que foram


praticados, mesmo que comprovada a má-fé do beneficiário.

85. (CESPE/ACE TI-TCU/2010) Sempre que a lei expressamente


exigir determinada forma para que um ato administrativo seja
considerado válido, a inoberv6ancia dessa exigência acarretara a
nulidade do ato

86. (CESPE – 2013 – DPE/TO – Defensor) A presunção de


legitimidade é atributo de todos os atos administrativos, estando
presente mesmo nos casos de desrespeito ao devido processo legal pela
administração pública

87. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Analista Superior) A


ilegalidade ou ilegitimidade do ato administrativo que determina a sua
anulação deve decorrer expressamente de violação da lei

88. (CESPE - 2005 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área


Administrativa - adaptada) Um dos significados do princípio da
impessoalidade acarreta a validade, em alguns casos, dos atos do
chamado funcionário de fato, isto é, aquele irregularmente investido na
função pública, por entender-se que tais atos não são atribuíveis à
pessoa física do funcionário, mas ao órgão que ele compõe.

89. CESPE – 2013 – CNJ – Analista Judiciário – Área Judiciária)


Com base no princípio da autotutela, e em qualquer tempo, a
administração pública tem o poder-dever de rever seus atos quando
estes estiverem eivados de vícios.

90. (CESPE/ACE-TCU/2009) A revogação e a invalidação são


modalidades de extinção do ato administrativo. Quanto ao tema, é
pacífico o entendimento o do STF no sentido de que a administração

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pública somente poderá revogar seus próprios atos por motivo de


conveniência e oportunidade, mas não poderá anulá-los, haja vista que
a análise relacionada aos vícios de legalidade do cabe Poder Judiciário.

91. (CESPE - 2010 - MPU - Analista - Biologia) A legalidade dos


atos administrativos vinculados e discricionários está sujeita à
apreciação judicial.

92. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.

93. (CESPE/Anac/2009) A revogação, possível de ser feita pelo


Poder Judiciário e pela administração, não respeita os efeitos já
produzidos pelo ato administrativo.

94. (CESPE/DPU/2010) Pedro Luís, servidor público federal,


verificou, no ambiente de trabalho, ilegalidade de ato administrativo e
decidiu revoga-lo para não prejudicar administrados que sofreriam
efeitos danos em consequência da aplicação desse ato. Nessa situação,
a conduta de Pedro Luís está de acordo com o previsto na Lei n.
9784/1999.

95. (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia) Segundo a


jurisprudência do STF, na hipótese de serem afetados interesses
individuais, a anulação do ato administrativo pela administração pública
não prescinde da instauração de processo administrativo para oitiva
daqueles que terão modificada a situação já alcançada.

96. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE 2009)


Segundo o entendimento firmado pela Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça, caso o ato acoimado de ilegalidade tenha sido

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praticado antes da promulgação da Lei n.º 9.784/99, a Administração


tem o prazo de cincos anos para anulá-lo, a contar da prática do ato.

97. (CESPE - 2012 – TC/DF – Auditor) A extinção de ato


administrativo perfeito por motivo de conveniência e oportunidade é
denominada anulação.

98. (CESPE - 2010 – TI – AFCE) O Poder Judiciário pode, de


ofício, apreciar a validade de um ato administrativo e decretar a sua
nulidade, caso seja considerado ilegal.

99. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) O ato


administrativo com vício de legalidade somente pode ser invalidado por
decisão judicial.

100. (CESPE - 2012 – MPE/PI – Analista Ministerial) A


anulação de ato administrativo pela administração pública independe de
provocação e produz efeitos ex tunc.

101. (CESPE - 2012 – TRE/RJ - Analista Judiciário –


Judiciária) Tratando-se de nulidade superveniente, os efeitos da
declaração de nulidade de determinado ato administrativo não
retroagem.

102. (STJ 2012 - CESPE - Técnico Judiciário - Apoio


Especializado/Telecomunicações e Eletricidade) A administração pode
anular seus próprios atos por motivo de conveniência ou oportunidade.

103. (CESPE - 2010 - ANEEL - Técnico Administrativo -


Área 1) A revogação do ato administrativo, que implica extinção de um
ato válido, produz efeitos retroativos.

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104. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) A


administração pública pode anular os próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, hipótese em que a anulação produz efeitos
retroativos à data em que tais atos foram praticados.

105. (CESPE - 2010 - ABIN - OFICIAL TÉCNICO DE


INTELIGÊNCIA – ÁREA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – PUBLICIDADE E
PROPAGANDA) A revogação de um ato revogador não restaura,
automaticamente, a validade do primeiro ato revogado.

106. (Juiz Federal Substituto – TRF 5ª Região – CESPE


2009) Cada vez mais a doutrina e a jurisprudência caminham no
sentido de admitir o controle judicial do ato discricionário. Essa
evolução tem o propósito de substituir a discricionariedade do
administrador pela do Poder Judiciário.

107. (CESPE - 2010 – MPE/CE – Promotor De Justiça) Como


faculdade de que dispõe a administração para extinguir os atos que
considera inconvenientes e inoportunos, a revogação pode atingir tanto
os atos discricionários como os vinculados.

108. (CESPE - 2011 – TCU – AFCE) Os atos vinculados são


passíveis de revogação.

109. (CESPE - 2010 – TRE/BA – Analista Judiciário) Apesar


de o ato de revogação ser dotado de discricionariedade, não podem ser
revogados os atos administrativos que geram direitos adquiridos.

110. (CESPE - 2010 - TRT 1ª REGIÃO – Juiz Do Trabalho)


O pressuposto da revogação é o interesse público, razão pela qual ela
incide sobre atos válidos e inválidos que a administração pretenda

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abolir do rol de normas jurídicas, em razão dos inconvenientes e dos


malefícios que causem à coletividade.

111. (CESPE - 2012 – MPE/PI - Analista Ministerial) A


revogação não pode atingir os meros atos administrativos, tais como as
certidões e os atestados.

112. (CESPE – 2013 – TELEBRAS – Assistente


Administrativo) Caso um ato administrativo seja expedido sem
finalidade pública, ele poderá ser convalidado posteriormente por
autoridade superior que estabeleça os motivos determinantes.

113. (CESPE – 2013 – TJDFT – Técnico Administrativo –


Área Administrativa) O ato administrativo eivado de vício de forma é
passível de convalidação, mesmo que a lei estabeleça forma específica
essencial à validade do ato.

Gabarito: 19) C
1) E 20) E
2) E 21) E
3) E 22) E
4) E 23) E
5) E 24) E
6) C 25) E
7) E 26) E
8) E 27) C
9) E 28) C
10) C 29) E
11) E 30) E
12) C 31) C
13) C 32) E
14) C 33) C
15) E 34) C
16) E 35) E
17) C 36) E
18) C 37) E

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38) E 78) C
39) E 79) E
40) E 80) C
41) C 81) C
42) C 82) C
43) C 83) E
44) E 84) E
45) C 85) C
46) C 86) E
47) E 87) E
48) E 88) C
49) C 89) E
50) C 90) E
51) C 91) C
52) C 92) E
53) C 93) E
54) E 94) E
55) E 95) C
56) E 96) E
57) C 97) E
58) C 98) E
59) E 99) E
60) E 100) C
61) C 101) E
62) E 102) E
63) C 103) E
64) E 104) C
65) C 105) C
66) C 106) E
67) C 107) E
68) C 108) E
69) C 109) C
70) C 110) E
71) E 111) C
72) E 112) E
73) C 113) E
74) C
75) C
76) C
77) C

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6) Referências

ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 18ª Ed., São Paulo, Método, 2010.
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Intervenção no VI Fórum da
Reforma do Estado. Rio de Janeiro, 1º. de outubro de 2007.
CAETANO, Marcelo. Princípios Fundamentais de Direito
Administrativo. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 1977.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo, 13ª Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª Ed.
Editora Atlas, São Paulo, 2009.
GASPARINI, Diogenes. Direito Administrativo, 13ª Ed., Editora
Saraiva, São Paulo, 2008.
MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo, 8ª Ed., Niterói:
Impetrus, 2014.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23ª ed.,
São Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo,
27ª Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010.
TALAMINI, Daniele Coutinho. Revogação do Ato Administrativo,
Malheiros Editores, 2002.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo –
24ª edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
ZANCANER, Weida. Da Convalidação e da Invalidação dos Atos
Administrativos, 3ª Ed., São Paulo, Malheiros Editores, 2008.
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo – Série Advocacia
Pública, Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo,
2011.

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Informativos de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em


www.stf.jus.br, e do Superior Tribunal de Justiça, em www.stj.jus.br.

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