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O Administrador de Empresas Na Gestão Do Século 21
O Administrador de Empresas Na Gestão Do Século 21
XXI: DESAFIOS,
TENDÊNCIAS E EXIGÊNCIAS PARA OS EMPREENDEDORES
CORPORATIVOS E VISIONÁRIOS
Frederico Vidigal1
Resumo
Este artigo tem como objetivo sensibilizar e estimular uma reflexão acerca da nova postura exigida
dos administradores, considerando uma nova configuração do mercado caracterizado pela
hiperconcorrência e uma maior complexidade administrativa que vem demandando a utilização de
novos preceitos de administração estratégica nos modelos gerenciais. O conteúdo do artigo trata das
oportunidades para futuros administradores e é direcionado aos estudantes de administração e
candidatos a administradores e recém-formados. O texto apresenta-se como um instrumento de
observação para os novos profissionais da administração, colocados no mercado todos os semestres
por instituições de ensino superior em diversos estados brasileiros.
1
Mestre em Administração Pública pela Escola de Governo da Fundação João Pinheiro, especialista em
Gestão de Micro e Pequenas Empresas, especialista em Ecoturismo e Meio Ambiente, ambos pela
Universidade Federal de Lavras e bacharel em Administração de empresas (Centro Universitário Newton
Paiva) Atua como consultor, professor e coordenador de cursos de pós-graduação em Belo Horizonte e
Santa Luzia - Minas Gerais)
administração. Este cenário perdurou no Brasil, e pôde ser observado de forma mais
substancial até meados dos anos noventa, quando até então era discurso comum afirmar
pejorativamente que a administração poderia ser exercida por qualquer profissional, não
importando a sua formação de origem.
No Brasil, após décadas marcadas por um regime autoritário de governo militar, o país deu
passos importantes rumo a nova república e mais tarde teve como um marco histórico na
realidade democrática do país, as eleições diretas para presidente. Com um novo governo
eleito pelo voto popular, o país ainda enfrentou crises financeiras, altos índices de inflação
o que perdurou durante anos até encontrar um caminho mais estável no Plano Real com o
controle da inflação, o que ainda prevalece até os dias de hoje.
A partir da estabilidade econômica, discutida por alguns, mas valorizada por outros, houve
um incremento da complexidade na gestão empresarial ocasionado, sobretudo pela abertura
de mercado. A hiperconcorrência ganhou espaços nos mais diversos ambientes setoriais
sendo agravada pelo advento da Internet que se popularizava gradualmente. A globalização,
que já rondava a economia mundial consolidou-se anos depois e virou realidade. Além
disso, ocorreu a entrada de novos concorrentes em diversos setores produtivos de prestação
de serviços no Brasil. A entrada dos produtos estrangeiros com importante grau de
inovação tecnológica potencializou a concorrência direta entre preços de produtos que
passaram a competir entre si por preços mais atrativos e com qualidade muitas vezes
superior aos produtos desenvolvidos nacionais.
No mundo globalizado do século XXI, o trabalhador não mais deverá ter uma só profissão.
Na visão de Jordão (2007), é primordial ter uma profissão e também outra, pois daqui a
cinco a dez anos, para fechar um negócio fora do país, não será suficiente ter um diploma
de administração de empresas. Além de habilidade em outros idiomas o administrador
necessitará conhecer a cultura e a história do lugar para alcançar bons resultados na
negociação, ou seja, será necessário um conhecimento antropológico aliado aos
conhecimentos de administração. Isto poderá ser um diferencial importante.
O que pode ser percebido é que além do disputado diploma universitário o administrador
necessita ter perfil para administrar. Caso contrário, estará sujeito a funções subalternas e
alternativas dentro das organizações, mesmo portando um diploma. Isso corrobora a idéia
de que o administrador não é um profissional formado somente nas salas de aula, com as
melhores notas entre os colegas. O administrador recém-formado precisa apresentar de fato
uma personalidade administrativa, enfim perfil de administrador.
Nos últimos anos houve um aumento na busca pelo entretenimento, e a diversão passou a
ser considerada sinônimo de negócio. O mercado vem se profissionalizando e os
consumidores buscam produtos de qualidade. Cresce a procura pelos serviços em turismo e
cultura. O turismo tem sido promessa de um mercado promissor há anos e reserva um
potencial ainda mal explorado. Entretanto, o Ministério do Turismo, criado no governo
Lula, tem como meta até o ano de 2010, gerar 1,7 milhão de empregos a serem criados por
empresas com fomento do governo no setor e US$ 7,7 bilhões em divisas. Apesar dos
últimos problemas com a infra-estrutura aeroportuária brasileira, segundo dados publicados
na Istoé (2007), o governo pretende promover 217 milhões de viagens domésticas e
estruturar 65 destinos com padrão internacional. Em 2006, este setor gerou 6.04 milhões de
empregos formais e informais. Ainda há espaço para negócios que explorem oportunidades
voltadas para a terceira idade conhecida como “Melhoridade”.
Número de empresas por estado: SP = 689 / RJ = 166 / PR = 148 / RS = 110 /MG = 102
A tecnologia da informação e da comunicação é uma das áreas que envolve todas as demais
possibilidades de trabalho no mundo moderno. Os administradores do futuro terão espaço
em empresas de desenvolvimento tecnológico, produção de softwares, hardwares e
soluções empresariais. Todos estes empreendimentos necessitarão de estratégias aplicadas
às empresas e produção de metodologias de serviços, capacitação e consultoria para o
crescimento sustentável dos negócios.
Pode-se afirmar que o trabalho com carteira assinada está chegando ao fim. Cada vez mais,
os profissionais de outras áreas e sobretudo da administração precisarão trabalhar de forma
autônoma e flexibilizada em termos de horário. Cada administrador passará a agir como um
vendedor de conhecimento aplicado às necessidades das organizações modernas que
esperam resultados. Nesse sentido o caminho da consultoria é uma realidade. O profissional
consultor é aquele que apóia as empresas desenvolvendo relacionamentos duradouros com
as mesmas no sentido de conduzi-las ao caminho da mudança, melhoria contínua através da
proposição e implementação de metodologias aplicadas à realidade e necessidade dos
negócios.
Vale ressaltar que todas as atividades descritas até aqui se encaixam ao perfil do
administrador. Todas exigem capacidade de planejamento, organização, promoção e
divulgação de produtos e serviços, políticas de qualidade, relacionamento e posicionamento
estratégico.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Empreendedorismo corporativo é o conjunto de atitudes do ocupante de cargos internos a organização que trazem como
característica principal a pró-atividade e a iniciativa empreendedora, porém na postura de empregado colaborador. O
profissional que assume a conduta do empreendedor corporativo é aquele que defende o negócio com postura de dono e
investidor, pois sabe que o retorno do negócio afeta diretamente o seu sucesso individual. É aquele que sobressai entre os
demais por antever situações e adotar uma visão ampliada e integrada dos processos organizacionais com foco nos
resultados, não só como benefícios na sua carreira mas resultados melhores para toda a organização.
Cabe aos administradores do futuro um posicionamento pró-ativo voltado ao conhecimento
contínuo e o investimento em educação continuada. É preciso explorar as aptidões e
habilidades de relacionamento e comunicação para explorar novos mercados e criar
possibilidades de sucessso nas áreas mais promissoras que envolvem a profissão do
administrador. Neste artigo procurou-se relatar caminhos de sucesso em áreas como meio
ambiente, entretenimento, meio ambiente, agronegócios, tecnologia, educação executiva e
consultoria empresarial.
Por ser uma profissão dinâmica e generalista, a administração confere aos administradores
do futuro uma gama de possibilidades profissionais. Terão mais chances de sucesso aqueles
que conseguirem desenvolver de forma perspicaz a análise das oportunidades, estarem
preparados para ela acompanhando o comportamento do mercado, tendências da sociedade
e comportamento do consumidor.
REFERÊNCIAS