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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA

REFERÊNCIA
2º ano 2024

Arte Linguagens e suas Tecnologias

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:
Competência 3: Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com
autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa,
ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Valorização de identidades, (EM13LGG302). Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de


tradições e patrimônio cultu- mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em
rais por meio de apreciação, conta seus contextos de produção e de circulação.
fruição e posicionamento crí-(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social,
tico em arte. analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e
Pluralidade e diversidade de sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.
perspectivas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: De outros carnavais
A) APRESENTAÇÃO:
A arte proporciona “a vivência e a reflexão crítica, afastando-se de concepções restritas à ludicidade, à
recreação ou ao entretenimento […] contribuindo na formação integral dos jovens da rede.” (MINAS
GERAIS, 2022, p.74). A BNCC propõe práticas pedagógicas que proporcionem aos estudantes o
desenvolvimento de autoria e autonomia nas práticas de linguagens, conduzindo o educando ao
conhecimento, apreciação que ativa o cérebro, aumenta a imaginação, gera reflexão e o pensamento
crítico. Formando cidadãos leitores, conscientes do mundo ao redor e sua participação, capazes de
tomarem decisões equilibradas no campo artístico e generalizar o conhecimento adquirido para outras
áreas da vida.
O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para o estudo de arte:
(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em
diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação; (EM13LGG303)
Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para
formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.
Nosso propósito é que o estudante tenha conhecimentos que possam servir de base para o
desenvolvimento do pensamento crítico sobre os vários aspectos envolvidos na festa do carnaval, bem
como saber se posicionar e debater questões polêmicas de relevância social. Além de instigar a pesquisa,
provocar busca por relações entre “os carnavais” do Brasil, construir conhecimentos que fazem parte da
formação de identidade de nosso povo. Ampliar o estudo sobre a festa e conhecer a diversidade de temas
que podem ser relacionados a ela.

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Exploraremos vários aspectos da maior festa do Brasil como suas origens, os diferentes tipos de festa de
carnaval, analisando as suas formas de composição, organização, expressões artísticas presentes e o
impacto do carnaval em várias áreas da sociedade. Além dos momentos pedagógicos baseados em aula
expositiva, propomos a pesquisa, apresentação em grupos e debates dos estudantes sobre essa festa.
Que o carnaval é um símbolo nacional, já estamos acostumados a falar sobre isso. Faremos uma
abordagem mais ampla, observando o evento como patrimônio cultural do Brasil, sua importância como
tal, estudando com o objetivo de conhecer e entender melhor essa festa recheada de significados e
diferentes expressões artísticas. Inserindo, também, na discussão os vários aspectos da sociedade que
“afetam” ou são “afetados” pelo evento.
Será proposto a análise de textos, discursos com diferentes intenções, posicionamentos, visões de
mundo e interesses para conhecer diferentes pontos de vista sobre o tema estudado com o objetivo de
levar o estudante à reflexão com respeito à pluralidade e diversidade de perspectivas. Após leitura,
reflexão e discussão, oriente os estudantes a serem os protagonistas da organização, concepção e
criação de uma fantasia de carnaval que será apresentada num desfile.
O objetivo desse planejamento é auxiliar você professor(a) a trabalhar o tema carnaval de modo amplo
com seus estudantes. E a partir dele você poderá planejar suas aulas de modo que os estudantes
conheçam as origens do carnaval, tenham acesso a diferentes leituras que apresentem várias vertentes
ligadas ao festejo e a partir dessas análises o estudante será capaz de construir um pensamento crítico
a respeito do que foi apresentado. É interessante que você, professor(a), tenha claro que pode fazer as
adaptações necessárias para a realidade de sua escola de modo que as aulas façam sentido para os
estudantes.
Ao final deste planejamento, espera-se que o estudante seja capaz de apreciar os vários tipos de
acontecimentos no período do carnaval, analisar, as expressões artísticas presentes na festa; e os
diversos aspectos da sociedade brasileira que são envolvidos pelo carnaval; refletir sobre quais são os
impactos que o país tem antes, durante e depois desse período e o que pode ser feito para minimizar os
danos causados, de modo que haja mais ganhos/lucros/alegrias como resultado e criar fantasias com
material reciclado tendo consciência da importância da sustentabilidade.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma Em duplas.

Recursos e providências Lousa e pincel. Apito.

Olá, professor(a), converse com os estudantes sobre carnaval! Essa é uma grande festa brasileira, mas
o que será que seus estudantes sabem e pensam sobre o carnaval? O que eles costumam fazer nesse
período? E com quem eles estão? Inicie sua aula fazendo essas perguntas aos estudantes. Ouça e anote
no quadro algumas palavras-chave. Comente sobre as diferentes formas que existem de aproveitar esse
período.
Peça que cada estudante pense numa experiência pessoal vivida durante algum carnaval. Explique que a
atividade será feita em duplas. Combine um sinal com os estudantes e a cada 2 minutos faça o sinal
(som apito, ou palmas, por exemplo). Esse é o tempo que eles terão para compartilhar suas histórias de
carnaval com um colega e depois ouvir a história desse colega. Os estudantes andarão pela sala
trocando as duplas para realizar a atividade: ouvir e ser ouvido. Deixe bem claro para eles que cada um

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terá até 2 minutos para falar.

Atividade em duplas:
· Conte uma história de carnaval: onde foi, com quem foi, o que fez/aconteceu?
Sinal 1: a primeira pessoa da dupla compartilha uma história que aconteceu com ele durante algum
período de carnaval.
Sinal 2: a segunda pessoa fala.
Sinal 3: trocar as duplas.
Se a turma for muito grande permita que eles troquem várias vezes de duplas. Peça que todos voltem
aos seus lugares, pergunte-lhes como se sentiram ao contar sua história e como se sentiram ao ouvir a
história dos colegas. Deixe que compartilhem suas percepções da atividade. Conclua essa parte falando
sobre a importância de ouvir o outro, de se permitir falar, de perceber a diversidade de experiências
acontecidas durante o mesmo período e os diferentes pontos de vista sobre o mesmo evento: carnaval.

2º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso, slides, projetor multimídia.

O propósito desta parte é que os estudantes conheçam a história do carnaval e percebam que hoje
existem diversas possibilidades para aproveitar esse período.
Neste momento do planejamento, apresente aos estudantes a história do carnaval destacando alguns
pontos importantes, por exemplo: como surgiu, onde, quando, com quem, quando chegou ao Brasil, o
processo até se tornar como é hoje. Em seguida explique aos estudantes que existem vários tipos de
comemorações ou programações no período do carnaval. Como exemplo podemos citar: desfile de
escolas de samba, trio elétrico, blocos de rua, frevo, bailes, festival de música, acampamentos, viagens
para lugares afastados etc. Tem evento para todos: os que querem aproveitar a folia de várias formas e
os que querem fugir da folia.
Disponibilize um texto com o resumo desses tópicos para os estudantes (origem e tipos de festejos
nesse período). Para falar sobre as origens e os tipos de festas de carnaval, o professor poderá
organizar o material da aula em slides, se a escola dispuser dos equipamentos necessários para a
realização da apresentação ou compartilhar com os estudantes por meios eletrônicos como e-mails,
WhatsApp, Google Classroom etc.
Exemplo de material de consulta para o(a) professor(a):
& História e origem do carnaval - Toda Matéria.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/historia-e-origem-do-carnaval/.
& História do Carnaval - Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/carnaval/historia-do-carnaval.htm.
& Carnaval - Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/carnaval.
& Confira 10 cursos e profissões para quem gosta de Carnaval - Brasil Escola.
Disponível em: https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/noticias/confira-10-cursos-para-quem-
gosta-de-carnaval/354186.html.

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& Carnaval - Wikipédia.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval
& Carnaval do Brasil – Wikipédia.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carnaval_do_Brasil

Professor(a), peça aos estudantes que se sentem em duplas e façam uma lista dos tipos de eventos de
carnaval que acontecem em sua região, pontuando quais já participou. Essa atividade é para trazer ao
estudante a consciência de que a festa acontece em todo o Brasil, com muitas características, que sua
região também faz parte disso e que, ele também, é protagonista nesse evento tão importante para a
nação. Essa tarefa vai trazer um senso de pertencimento, pois a maioria das famílias têm seus “rituais” e
costumes de carnaval, nesse momento ele poderá compartilhar suas práticas, será incentivado a ter
coragem de se posicionar e ouvir os colegas, conhecer o diferente e aprender a respeitar e conviver com
essas diferenças. Depois peça que as duplas falem sobre os eventos que pontuaram. Conversar com a
turma sobre as diferentes percepções sobre o mesmo evento. Explicar que isso é diversidade e
pluralidade.

3º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) Professor(a).

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), inicie relembrando os estudantes sobre as principais expressões artísticas, faça um resumo
de cada uma delas: música, dança, teatro, pintura, escultura, fotografia, cinema, literatura, história em
quadrinhos (HQ), Jogos eletrônicos (games) e arte digital.

4 TEXTO: PRINCIPAIS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS ( ícone clicável)

Peça que os estudantes falem o que encontram no carnaval relacionado a cada expressão artística. E na
sua cidade quais são as expressões artísticas presentes nas festividades de carnaval? Quais as que ficam
mais em evidência? Vemos nas fantasias e carros alegóricos: pintura e escultura; dança e música como
por exemplo: marchinha, samba-enredo, frevo. Toda a teatralidade da festa. Peça que os estudantes
registrem em seus cadernos todas as expressões artísticas que aparecem no evento e como aparecem.
E que organizem a lista por categorias.
Fale para os estudantes pesquisarem, em grupo, pelo menos um exemplo de imagem de cada expressão
artística presente no carnaval e peça-os para montarem um mural com fotos, desenhos e pinturas.
Poderão utilizar revistas, jornais, fotos impressas etc. Esse mural ficará em exposição na escola. A turma
deverá decidir o tema da exposição e conversar o porquê dessa escolha.

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4º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Reservar com antecedência um espaço para promover um “desfile


de fantasias”: um salão, ou a quadra ou o pátio, caixa de som,
microfone, convidar as outras turmas para assistirem.
Recursos e providências
Caderno e materiais de uso individual do estudante; Materiais
recicláveis para montar a fantasia, celular com marchinhas de
carnaval.

O propósito deste momento é que os estudantes entendam como funciona a organização de um evento,
como é o trabalho em equipe e a produção de uma fantasia produzida apenas com materiais recicláveis
para apresentar num desfile.
Esse ponto do planejamento vai avaliar com os estudantes a organização do carnaval. Será analisado o
antes, o durante e o depois da festa. Peça que organizem essas categorias do evento. Registrem tudo
no caderno. Essa atividade vai trazer ao estudante a noção da grandiosidade desta festa para cada
cidade brasileira e da quantidade de pessoas que envolve.
Professor(a), peça aos estudantes que reflitam, como se fossem os organizadores do festejo e façam
uma lista do que precisa para organizar um evento como por exemplo: patrocinadores, marketing, local,
estrutura, segurança, apresentações, montadores, hotel para os convidados, transporte, alimentação,
credenciar vendedores de alimentos para local do evento, etc. Nesse momento é importante a sua
intervenção, construindo junto com os estudantes uma lista indicando os vários detalhes importantes
para que um evento ocorra e seja um sucesso.
Neste contexto, a turma escolherá um tema de carnaval para organizar e desfilar. Criarão uma fantasia
sustentável (produzida com materiais reutilizáveis) que será apresentada em um desfile, na escola.
Nesse momento, professor, decida quantas fantasias cada turma produzirá, se fará o evento com 2 ou
mais turmas juntas.
Para a organização do desfile a turma se dividirá de modo que no dia tenham equipes para: desfilar,
ornamentar, tocar e cantar música ou executá-la em um aparelho de som, um locutor, filmagem de
vídeo e fotografia, organização e limpeza.

5º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), converse com os estudantes sobre o impacto que o carnaval tem para o Brasil. Do mesmo
modo que temos várias expressões artísticas presentes na festa do carnaval, o evento está relacionado
com vários temas que vão além da folia.
Para o pós-evento, explique aos estudantes que existem diversos temas relacionados com o carnaval
como: cultura e memória (Patrimônio Histórico Cultural), turismo, economia (indústria, comércio,
serviços), política, religião, impacto ambiental, sustentabilidade, inclusão social, segurança pública,
violência, entretenimento, saúde pública, educação, infraestrutura, trânsito, poluição sonora,
acampamentos/retiros, família. Lembre-os de que, a maioria das coisas que acontecem no mundo gera

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efeito cascata, e também é assim com o carnaval. É certo, que alguns efeitos repercutem com maior
visibilidade que os outros.
Divida a turma em grupos. Distribua textos sobre alguns desses temas relacionados ao carnaval. Peça
que leiam, conversem em equipe e depois os grupos deverão apresentar para a turma o tema que
estudou. Faça perguntas para cada grupo, de modo que eles criem sugestões de como melhorar os
impactos do carnaval nas várias esferas do Estado, de modo que o pós-evento produza cada vez
melhores resultados para a sociedade. Os estudantes também podem opinar sobre os temas dos outros
grupos. O importante é que todos tenham voz na elaboração de um “Manifesto do Carnaval”, que será o
resultado dessa discussão em aula.
Exemplo de material de consulta para o professor organizar a sua aula:

4 TEXTO 1: O CARNAVAL E A ECONOMIA BRASILEIRA ( ícone clicável)

4 TEXTO 2: COMO O SEGUNDO ANO SEM CARNAVAL DEVE IMPACTAR A ECONOMIA


BRASILEIRA ( ícone clicável)

4 TEXTO 3: O IMPACTO DO CARNAVAL NA ECONOMIA BRASILEIRA ( ícone clicável)

4 TEXTO 4. QUAL A RELAÇÃO ENTRE O CARNAVAL E A ECONOMIA NO BRASIL? VEJA OS


NÚMEROS DE 2023 E ENTENDA ( ícone clicável)

4 TEXTO 5: CARNAVAL! 7 DICAS DE COMO APROVEITAR O PERÍODO DE FOLIA COM


SAÚDE ( ícone clicável)

4 TEXTO 6: CARNAVAL DE BH: PM FAZ BALANÇO PARCIAL POSITIVO DA SEGURANÇA


( ícone clicável)

4 TEXTO 7: IMPACTOS DO CARNAVAL NO MEIO AMBIENTE ( ícone clicável)

4 TEXTO 8. CARNAVAL: DICAS PARA CAIR NA FOLIA COM MÍNIMO IMPACTO


AMBIENTAL ( ícone clicável)

4 TEXTO 9: IMPACTO DE CARNAVAL ( ícone clicável)

4 TEXTO 10: O QUE O CARNAVAL TEM A VER COM O CATOLICISMO? ( ícone clicável)

4 TEXTO 11: ACAMPAMENTO CATÓLICO REÚNE 10 MIL FIÉIS NO CARNAVAL EM


CACHOEIRA PAULISTA ( ícone clicável)

4 TEXTO 12: EVENTOS RELIGIOSOS DO CARNAVAL 2023 DE CAMPINA GRANDE


CHEGAM AO FIM NESTA TERÇA ( ícone clicável)

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ANEXO
TEXTO: PRINCIPAIS EXPRESSÕES ARTÍSTICAS ( ícone clicável)

As principais expressões artísticas:

1. Música: a arte dos sons produzidos por vozes ou instrumentos musicais.


2. Dança: a arte do movimento corporal.
3. Pintura: depositar pigmentos sobre uma superfície.
4. Escultura: modelar materiais como argila, madeira, pedra criando um objeto.
5. Teatro: arte de representar uma história para um público.
6. Literatura: é a expressão através da escrita.
7. Fotografia: a arte de captar imagens.
8. Cinema: surgiu com os irmãos Lumière que desenvolveram uma máquina para passar as
fotografias rapidamente dando ideia de movimento. É a arte de fazer filmes.
9. História em Quadrinhos (HQ): é uma história contada numa sequência de desenhos feitos
dentro de quadros/tirinhas.
10. Jogos eletrônicos: ou games - são programas nos quais as pessoas interagem com objetos
virtualmente, tendo que ultrapassar desafios, cumprindo metas e se divertindo. Fonte: (ADAIR,
2023).
11. Arte digital: arte feita com computador, celular e outras tecnologias.
Fonte: (Minas Gerais, 2023)

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TEXTO 1: O CARNAVAL E A ECONOMIA BRASILEIRA ( ícone clicável)

Texto 1: O carnaval e a economia brasileira, (PAIVA, [2023]).

O Carnaval e a economia brasileira


O Carnaval é um dos maiores eventos culturais do Brasil e tem efeitos significativos na economia do
país.
Alguns dos principais efeitos são:

Turismo
O Carnaval atrai milhares de turistas nacionais e estrangeiros para o Brasil, gerando uma grande
demanda por serviços turísticos, como hospedagem, alimentação, transporte e entretenimento. Essa
demanda gera empregos temporários e movimenta a economia local.

Comércio
Durante o período do Carnaval, o comércio de produtos e serviços relacionados ao evento, como
fantasias, adereços, bebidas e comidas típicas, aumenta significativamente. Esse aumento nas vendas
gera mais empregos e movimenta a economia em geral.

Eventos culturais
Além dos desfiles das escolas de samba, há diversas outras atividades culturais que acontecem
durante o Carnaval, como shows, blocos de rua, festas e eventos turísticos. Esses eventos atraem
mais pessoas para as cidades e geram receitas para os organizadores e para as empresas envolvidas
na produção desses eventos.

Impostos
O aumento das atividades econômicas relacionadas ao Carnaval gera mais arrecadação de impostos
para os governos federal, estadual e municipal. Isso pode ajudar a financiar projetos sociais e de
infraestrutura em áreas como saúde, educação e transportes.
Em resumo, o Carnaval tem um impacto significativo na economia brasileira, gerando empregos,
movimentando o comércio e o turismo, e aumentando a arrecadação de impostos.

Previsão para 2023


O Carnaval deve movimentar cerca de R$ 8,2 bilhões no turismo em 2023, segundo estimativa da CNC
(Confederação Nacional do Comércio). O valor representa um aumento em relação aos 2 anos
anteriores, quando a comemoração do feriado foi impactada pela pandemia de covid-19.
Em Belo Horizonte, por exemplo, foram cadastrados 16,1 mil ambulantes para trabalhar nas
festividades do Carnaval que deve contar com um público de 5 milhões de pessoas.
Voltando aos dados nacionais, em 2019, antes do coronavírus, o montante movimentado fechou em
R$ 7,8 bilhões. Em 2020 quando as folias se deram antes do período de isolamento social no Brasil, ou
seja, sem impedimentos alcançou um recorde de movimento de R$ 8,5 bilhões.

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TEXTO 2: COMO O SEGUNDO ANO SEM CARNAVAL DEVE IMPACTAR A ECONOMIA
BRASILEIRA ( ícone clicável)

Texto 2: Como o segundo ano sem carnaval deve impactar a economia brasileira, (Braun, 2022).

Como o segundo ano sem Carnaval deve impactar a economia brasileira

O cancelamento pelo segundo ano seguido das festas de Carnaval por conta da pandemia de covid-19
deve trazer impactos intensos para a economia do Brasil, em especial para os setores de eventos e
turismo.
Das 27 capitais brasileiras, 24 mais o Distrito Federal anunciaram oficialmente que a folia deste ano foi
suspensa ou adiada, impondo proibições a blocos de rua e um limite máximo de lotação para eventos
fechados. São Paulo e Rio de Janeiro remarcaram os desfiles das escolas de samba para o feriado de
Tiradentes.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), tudo isso fará com
que o setor de serviços deixe de lucrar algo em torno de R$ 3 bilhões.
A estimativa faz parte de um estudo comandado pela organização todos os anos antes do Carnaval.
Em valores absolutos, a CNC prevê que evento de 2022 terá um faturamento próximo aos R$ 6,45
bilhões.
Antes da crise sanitária, a folia costumava movimentar, em média, R$ 9,5 bilhões em receitas.
Apesar do volume de faturamento previsto para este ano ser 21,5% maior do que o registrado em
2021, quando as celebrações também foram suspensas e o setor de serviços não lucrou, ainda está
33,7% inferior ao observado no Carnaval de 2020, realizado antes da pandemia ser decretada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
"O Carnaval brasileiro ainda tem muito o que recuperar nos próximos anos para voltar ao nível de dois
anos atrás", prevê o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes.
"Se não sofrermos nenhum outro grande golpe no futuro próximo, acredito que os R$ 7 bilhões em
receita perdidos que estimamos que serão perdidos entre 2021 e 2022 possam ser recuperados em
cerca de três anos", diz.

Impactos em todo o país


Segundo Bentes, os Estados que mais serão afetados após dois anos sem folia são aqueles que
recebem mais visitantes por conta do Carnaval, como Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Pernambuco.
Na Bahia, onde ocorre um dos maiores Carnavais do país, deixou-se de arrecadar R$ 1,7 bilhão em
2021 e mais de 60 mil pessoas ficaram sem opção de trabalho. O rombo deve ser ampliado ainda mais
no segundo ano seguido.
Já a economia do Rio de Janeiro deixou de movimentar algo em torno de R$ 5,5 bilhões em 2021,
segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE). O valor equivale
a 1,4% do PIB carioca.
Em 2022, a expectativa é que o faturamento ainda seja 20% menor do que o de 2020, quando a festa
movimentou R$ 4 bilhões na economia do Estado.
Em São Paulo, o último Carnaval movimentou cerca de R$ 3 bilhões, ou 2% do PIB paulista.

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Menos festas e menos viagens
Segundo a Associação Brasileira de Eventos (Abrape), aproximadamente 50 mil eventos relacionados à
folia não foram e não serão realizados no Carnaval (antes, durante e depois).
Para efeitos de comparação, em 2019, foram realizados 90 mil eventos. No Nordeste, por exemplo, o
prejuízo no setor será de 8,1 bilhões de reais que deixarão de circular só nos dias de festa.
"Não são somente os carnavais de rua de Salvador ou Recife que estão deixando de acontecer ou os
desfiles em São Paulo e Rio de Janeiro que foram adiados - festas em todo o país foram canceladas,
ao mesmo tempo em que muitas pessoas estão deixando de viajar", diz Doreni Caramori Júnior,
presidente da Abrape. "A cadeira inteira do setor de eventos e turismo está sendo abalada".
Empresas áreas e do setor de hotelaria também devem lucrar menos. A expectativa da CNC é que o
segmento de serviços de hospedagem em hotéis e pousada movimente cerca de R$ 660 milhões no
feriado, quando no mesmo período de 2020 a previsão era de R$ 860 milhões.
Ainda assim, o setor de turismo espera recuperar parte dos prejuízos de 2021. Em cidades como
Salvador e Rio de Janeiro a ocupação hoteleira está acima dos 80%, mesmo sem a presença das
festas na rua.
Entre empresários do setor de bares e restaurantes também há uma sensação de otimismo. "Bares e
restaurantes estão otimistas com o feriado e a expectativa de faturamento varia de 20 a 30% em
cidades litorâneas", diz Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.
De acordo com o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o
segmento de alimentação fora do domicílio, representado por bares e restaurantes, deve movimentar
algo em torno de R$ 2,78 bilhões nos quatro dias do feriado. Há dois anos atrás a previsão era de R$
4,8 bilhões.
Segundo Solmucci, os consumidores já estão se sentindo mais seguros para frequentar bares e
restaurantes. Muitas pessoas que nos anos pré-pandemia costumavam acompanhar blocos de
Carnaval ou iam a festas também devem trocar essas atividades por saídas com a família e amigos
para locais mais calmos.
"Entretanto, cidades como Belo Horizonte, que não terão a festa na rua, a expectativa de faturamento
do setor tende a ser reduzida devido ao menor número de turistas presentes na capital mineira", diz
ele.

Sem festa, sem trabalho


Mas segundo Fabio Bentes, não há dúvidas de que os trabalhadores, formais e informais, serão muito
impactados pelo segundo ano sem Carnaval.
Um bloco na rua, por exemplo, movimenta uma cadeia de trabalhadores que vai desde locadores e
montadores de trios elétricos a vendedores ambulantes e catadores de materiais recicláveis.
Só em São Paulo, por exemplo, foram abertas 12 mil vagas temporárias para vendedores ambulantes
de bebidas em 2020. Com o cancelamento dos blocos e o adiamento do desfile na cidade, não há
qualquer garantia de lucro com a folia para essas pessoas.
E não são apenas os vendedores que sentem o impacto das ruas vazias durante o Carnaval. Segundo
o presidente da Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat),
Roberto Rocha, a folia é a época do ano mais importante para os catadores.

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"O período das festas sempre foi uma excelente oportunidade de renda extra. E esse 'plus' está
fazendo uma baita diferença na vida de muitas famílias", diz. "No ano de 2020, fizemos uma parceria
com o setor de bebidas e alimentos e, além do valor recebido nas cooperativas pelo material coletado,
os trabalhadores ainda ganharam pelo serviço de limpeza".
Segundo Rocha, os lucros obtidos pelos catadores durante o Carnaval chegavam a representar até
30% de toda a renda mensal.
Apesar das iniciativas de algumas empresas privadas para distribuição de auxílio para catadores e
ambulantes, boa parte dos ganhos previstos para esta época do ano deixarão de fazer parte da receita
familiar desses brasileiros.

'Famílias sofrendo e precisando de ajuda'


Mazinho Twister, como é conhecido Francisco Aparecido de Alencar, de 47 anos, é dono de uma
empresa que fabrica e loca trios elétricos. Todos os anos durante o Carnaval, ele costuma alugar seus
veículos para até 30 eventos realizados por todo o Estado de São Paulo.
Em 2022, Mazinho está com todos os seus 14 trios elétricos parados na garagem. "Meu lucro foi há
zero nos últimos dois anos. Eu tinha 22 funcionários e suspendi todos, com exceção de um rapaz que
cuida da garagem e ajuda na conservação dos trios", conta o empresário, que mora em Campinas.
"A maioria das pessoas dispensadas estão vivendo atualmente apenas do auxílio do governo", diz.
Mazinho lamenta ainda a situação de muitos de seus colegas de ramo, que foram obrigados a vender
seus trios diante da falta de trabalho. "Eu por enquanto estou resistindo, mas estou com o aluguel da
garagem onde guardo os veículos atrasado e 90.000 reais de dívida no banco", conta.
O anseio por sair às ruas é compartilhado por Luiz Adolpho, presidente do clube do Homem da Meia-
Noite, um dos mais tradicionais e famosos blocos de Olinda. "Tenho 57 anos e antes da pandemia não
me lembro de um Carnaval em que não brinquei na rua", conta.
O bloco de 90 anos de história não desfila há dois anos e tomou a decisão de também não participar
de eventos fechados. Mantém contato com o público apenas por meio de clipes lançados pelas redes
sociais e visitações à sua sede, com obrigatoriedade de máscara e apresentação de um comprovante
de vacinação.
Segundo Adolpho, o Homem da Meia-Noite emprega uma média de 450 a 600 pessoas todos os anos,
entre músicos, operadores de som, seguranças e montadores. "Infelizmente não conseguimos manter
todos os funcionários desde o início da pandemia. Fizemos arrecadação de cestas básicas para ajudar
os mais necessitados, mas não é possível atender a todos que foram prejudicados pelo cancelamento
dos blocos em Olinda e Recife", lamenta o pernambucano.
"Na verdade, há uma grande necessidade de acolhimento das pessoas que ficaram sem renda por
conta de todos os eventos de Carnaval que não acontecerão em todo o Brasil. Recebemos relatos de
muitas famílias sofrendo e precisando de ajuda".

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TEXTO 3: O IMPACTO DO CARNAVAL NA ECONOMIA BRASILEIRA ( ícone clicável)

Texto 3: O impacto do carnaval na economia brasileira, (Pascoal, 2023).

O impacto do Carnaval na economia brasileira

Depois de 2 carnavais afetados diretamente pela pandemia, a expectativa para 2023 é grande. E não
é para menos. No último ano, só as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador deixaram de
movimentar R$ 10 bilhões. O setor de serviço, que engloba atividades turísticas e de hospedagens,
bem como os trabalhadores informais, como ambulantes, sentiram na pele os efeitos da
desaceleração.
Para 2023, a expectativa é que 80 mil turistas estrangeiros circulem pelo país. O número já supera a
quantidade de 2020, último Carnaval anterior à pandemia. Na ocasião, o Brasil recebeu 55 mil
estrangeiros, de acordo com levantamento feito pela Gerência de Inteligência Competitiva e
Mercadológica da Embratur, com dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo.
Quando um turista chega na cidade, ele utiliza transporte para se locomover, fica em hotéis, vai em
restaurantes e bares, visita pontos turísticos, faz compras. Todas essas ações não só movimentam a
economia como também geram arrecadação de impostos. Esses são os impactos diretos. Já os
indiretos, diz respeito a salários de novos funcionários contratados, fornecedores de insumos,
indústria, entretenimento e tantos outros.
O Carnaval brasileiro não só incentiva direta e indiretamente a geração de empregos nos mais
diversos setores, bem como mobiliza fornecedores da indústria, comércio e serviços. Sem contar os
valores investidos em campanhas publicitárias de multinacionais, mas também de pequenos e médios
grupos.
Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, fevereiro é o mês de maior arrecadação de ISS de serviços
ligados ao turismo. Além disso, circulam cerca de 45 mil trabalhadores apenas no Sambódromo,
segundo dados do RioTur.
Tudo isso somado a espera ansiosa após dois anos sem Carnaval trazem muito expectativa para o
Carnaval 2023. Em algumas cidades, a comemoração já começou e grupos realizam “esquenta” com
festas e ensaios.
Mais dinheiro circulando, mais oportunidades de lucro. Mais do que nunca sai na frente quem se
prepara para o período. Se trabalha alugando imóveis, que tal pensar em um diferencial ou pacote
especial que seja mais atraente para o turista? Se o foco é comércio, talvez investir em anúncios
focados em geolocalização e bombardear o turista que passa pelo seu comércio com informações e
promoções da sua loja.
Aproveitar o começo do ano e a festa que tanto movimenta a economia para realizar um
planejamento focado e direcionado para consolidar o negócio e aumentar o faturamento, com certeza
vai trazer bons frutos. Essa é uma grande oportunidade para as empresas investirem na comunicação
do negócio, focar no atendimento para impulsionar as vendas e focar no gerenciamento de estoque
que também pode acabar refletindo na venda.
Está mais que provado: Carnaval não é só folia. É desenvolvimento econômico e oportunidade de
crescimento para os negócios!

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TEXTO 4: QUAL A RELAÇÃO ENTRE O CARNAVAL E A ECONOMIA NO BRASIL? VEJA OS
NÚMEROS DE 2023 E ENTENDA

Texto 4: Qual a relação entre o carnaval e a economia no Brasil? Veja os números de 2023 e entenda, (Qual…,
2023)

Qual a relação entre o carnaval e a economia no Brasil? Veja os números de 2023 e


entenda

Veja os números econômicos previstos para o carnaval de 2023 e entenda seu impacto na economia
brasileira.
O carnaval de 2023 tomou as ruas do país desde a última sexta (17). O Ministério do Turismo está
com projeções otimistas, a expectativa é que a festa leve mais de 46 milhões de pessoas às ruas
neste ano. Segundo levantamento do Ministério, a festa deve gerar mais de R$ 8,2 bilhões para a
economia brasileira. As estimativas foram feitas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC). A cifra representa um aumento de 26,9% em relação ao contabilizado em
2022. O levantamento da CNC mostra que a maior parte da receita deve ser gerada por:
- bares e restaurantes, com movimentação de R$ 3,63 bilhões;
- transporte de passageiros, com R$ 2,35 bilhões;
- e serviços de hotelaria e hospedagem, com R$ 890 milhões.
O setor de bares e restaurantes espera faturar 30% a mais que no mesmo período do ano passado,
como informa a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
As cidades que se destacam na economia durante o carnaval são: Recife (PE), Salvador (BA) e Rio de
Janeiro (RJ), tradicionais destinos turísticos durante a festa.

Quanto o Carnaval movimenta na economia?


Na capital carioca, é esperada uma movimentação econômica de R$ 4,5 bilhões, segundo o
levantamento Carnaval de Dados, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e
Simplificação (SMDEIS) em parceria com o Instituto Fundação João Goulart e com a Empresa de
Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur).
A marca representa uma elevação de 12,5% em relação a 2020, último carnaval aos moldes
tradicionais, antes da pandemia. Só os blocos de rua deverão ser responsáveis por R$ 1,2 bilhão deste
montante, 20% a mais que em 2020. A tradicional festa de Momo na capital fluminense é responsável
por um terço de toda a movimentação econômica no país, no período.
A prefeitura carioca estima que a arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS) de turismo alcançará
R$ 23,3 milhões, resultado 20% maior do que o registrado em fevereiro de 2020, da ordem de R$
19,4 milhões. De acordo com o estudo, os quatro dias de folia carnavalesca têm impacto direto sobre
o turismo da cidade. Entre 2011 e 2022 (excluindo 2020 e 2021, em função da pandemia), fevereiro
tem o maior peso (10,2%) entre os 12 meses do ano na arrecadação do ISS ligado ao turismo, dois
pontos percentuais acima da média dos demais meses do ano, o que mostra a força do carnaval
carioca.
A expectativa pelo retorno do carnaval às ruas também é refletida pela movimentação esperada nos
aeroportos brasileiros. A Inframerica, responsável pelo Aeroporto de Brasília, divulgou a estimativa de
um fluxo de aproximadamente 250 mil pessoas e 1.750 pousos e decolagens até a quinta-feira (23).
Os principais destinos procurados por quem embarca em Brasília são São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais.
Outros setores são impactados
O aumento da arrecadação não se restringe apenas aos setores tradicionais da hotelaria, do
transporte e de bares e restaurantes. O carnaval no Brasil é responsável por gerar empregos e
oportunidades para outros pequenos negócios. De vendedores ambulantes a produtores de fantasias e
carros alegóricos, todos contribuem para a festa que mais movimenta a economia brasileira.

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TEXTO 5: CARNAVAL! 7 DICAS DE COMO APROVEITAR O PERÍODO DE FOLIA COM SAÚDE (
ícone clicável)

Texto 5: CARNAVAL! 7 dicas de como aproveitar o período de folia com saúde, (CARNAVAL…, [2023]).

Carnaval! 7 dicas de como aproveitar o período de folia com saúde

Quem gosta de carnaval não pode se esquecer de cuidados básicos com a saúde. Mantenha uma
alimentação leve, use roupas frescas, protetor solar, beba água frequente e vá a um posto de saúde
atualizar a carteira de vacinação.
Antes de enfrentar a maratona de desfiles e blocos ou colocar o pé na estrada, confira alguns
cuidados para curtir o carnaval.

1 – Hidratação:
Estamos no verão e, por isso, é preciso ter atenção especial com a hidratação. Para minimizar os
efeitos do calor e manter o corpo hidratado, beba muita água, sucos naturais, água de coco e
refrescos com frutas frescas como: melancia, melão, tangerinas, laranjas e abacaxi. Atenção: bebida
alcoólica não hidrata. Ao contrário, o álcool tem função diurética, ou seja, estimula o organismo a
eliminar água através da urina, podendo causar desidratação.

2 – Proteção solar:
Os desfiles de escolas de samba acontecem à noite, mas os blocos, em sua maioria, desfilam durante
o dia, sob o sol escaldante do verão. Não deixe de usar protetor solar no rosto e no corpo. Vale,
também, usar chapéus e óculos escuros. Além disso, prefira roupas leves e confortáveis.

3 – Alimentação:
Evite alimentos gordurosos e apimentados, prefira aqueles leves, à base de saladas de folhas e
legumes, macarrão e carnes magras ou ovos, que fornecem energia para pular muito! Como nessa
época o risco de infecções intestinais causadas pelo consumo de água ou alimentos contaminados
aumenta, muita atenção com o que for comer na rua. Observe se os alimentos estão acondicionados
em lugares próprios e com a higiene necessária.

4 – Doenças:
Contatos íntimos como por meio do beijo são uma porta de entrada para vírus e bactérias. Por isso,
tenha cuidado com a transmissão de doenças como gripe, resfriado e herpes. E não esqueça a
camisinha! Além da Aids, o uso do preservativo previne a contaminação por outras infecções
sexualmente transmissíveis (ISTs), como a sífilis e hepatites virais (B e C).

5 – Dengue, zika e chikungunya:


Antes de viajar, identifique os locais onde a água pode ficar parada em sua casa. Calhas, declives no
terreno e ralos que possam estar entupidos devem ser vistoriados e limpos. O mesmo vale para a
caixa d’água e para os recipientes que possam acumular água, como garrafas, potes, latas, pneus,
que devem ficar sempre protegidos da chuva.

6 – Vacinação:
Manter as vacinas em dia é sempre importante para garantir a sua saúde e a de quem você ama.
Procure um posto de saúde e atualize seu cartão de vacinação.

7 – Doação de sangue:
Com a queda nas doações nos períodos de feriado prolongado, os hemocentros do país promovem
campanhas para que as pessoas continuem doando, a fim de manter os estoques. Em São Paulo, por
exemplo, o Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) lançou a ação “Faça o
estoque do Banco de Sangue brilhar antes e depois da folia. Doe sangue! ” Para mais informações,
procure o Hemocentro ou unidade de saúde de sua cidade!

Fontes: Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro

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TEXTO 6: CARNAVAL DE BH: PM FAZ BALANÇO PARCIAL POSITIVO DA SEGURANÇA ( ícone
clicável)

Texto 6: Carnaval de BH: PM faz balanço parcial positivo da segurança, (Costa; Estillac, 2023).

Carnaval de BH: PM faz balanço parcial positivo da segurança

Ainda sem estatísticas fechadas, militares entendem que o treinamento realizado surtiu efeito e
foliões também aprovam policiamento.
Com a aproximação do fim do terceiro dia de carnaval, o balanço da Polícia Militar de Minas Gerais é
positivo sobre a segurança do evento na capital e em demais pontos do estado. Embora casos
específicos de crimes violentos tenham começado a ganhar os noticiários durante a festa, a análise é
que o treinamento realizado para o evento está colhendo os frutos de poucas ocorrências graves,
especialmente em BH.
No domingo (19/2), dois jovens morreram após brigas em festa de Carnaval em Juiz de Fora e
Senador Firmino, ambas na Zona da Mata mineira. Em Barroso, na região de Campo das Vertentes, a
folia foi cancelada após um tiroteio.
Mesmo com casos extremos, a PM avalia positivamente o trabalho feito até aqui. O balanço estatístico
do carnaval será produzido ao fim da folia, mas o chefe do Centro de Jornalismo da Polícia Militar de
Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Santiago, aponta que o planejamento realizado para o evento
tem coibido crimes e confusões, especialmente em locais com grandes aglomerações, como em BH.
“O recorte mais próximo que temos mostra uma situação melhor que em 2020 e 2019. Nós temos
cerca de 50 mil postos ativados de policiamento no estado, em uma estratégia de ocupação de
espaço, de estar presente. Temos que pensar que são mais de 500 desfiles só em Belo Horizonte e,
em todos eles, temos policiamento”, afirma.
Presente no bloco Havaianas Usadas neste domingo (20/2), a estudante Lara Magalhães, de 18 anos,
corrobora a visão do tenente-coronel. Ela diz estar se sentindo mais segura na festa deste ano.
“Um elogio para esse carnaval é que, além dos blocos estarem melhores e mais equipados, a polícia
está sempre presente. A gente está sentindo mais segurança. Pela primeira vez eu não tive medo de
ser roubada em momento algum desse carnaval. Tá de parabéns”, disse a foliã no bloco que desfila
pela Avenida dos Andradas, em BH.
A mesma sensação foi descrita pela arquiteta Renata Lara, que destacou a presença do efetivo
policial nos blocos. “Acho que melhorou muito o policiamento. Os blocos estão muito seguros, a gente
não tem visto nada de problemas de segurança, brigas, assaltos. A gente sempre vê a polícia
rondando os blocos”.
De acordo com o tenente-coronel Santiago, o treinamento da PM para a segurança no Carnaval de
Belo Horizonte envolveu trabalhar a compreensão de que a festa já faz parte da cultura da cidade e
que é importante viabilizar a folia sem confusões, crimes e assédio.
O chefe do Centro de Jornalismo da PM destaca que as ações da corporação usam tecnologias como
drones para monitorar os blocos e tornar o trabalho mais localizado. “Com ações cirúrgicas a gente
inibe o furto de celular, um assediador que pensa estar no anonimato”, exemplifica o militar.
Outro ponto destacado pelo tenente-coronel foi a utilização da Praça da Liberdade como um espaço
para relaxamento e pausa na folia. Com o passar dos dias, os foliões podem ficar mais cansados e
aumentam as chances de atitudes violentas, então locais de descompressão da aglomeração ajudam
no trabalho das forças de segurança.
“Foi importante a parceria da PM com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e com
órgãos do município. A integração tem surtido muito efeito. O espaço na Praça da Liberdade pras
pessoas descansarem, por exemplo, ajuda a evitar entroncamentos, separa as aglomerações e
diminui a chance de incidentes. Nossa ação pode ser mais pontual e cirúrgica”, conclui.

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TEXTO 7: IMPACTOS DO CARNAVAL NO MEIO AMBIENTE ( ícone clicável)

Texto 7: Impactos do carnaval no meio ambiente, (Impactos…, 2020)

Impactos do carnaval no meio ambiente

Impactos ambientais do carnaval: como curtir uma folia sustentável

Só a cidade do Rio de Janeiro produziu mais de 1,200 toneladas de lixo durante os cinco dias do
carnaval do ano passado. Lixo que entra em bueiros, segue por rios e desemboca no mar, onde pode
levar até 200 anos para se decompor. Metade do plástico presente no mundo foi produzida nos
últimos 13 anos, o que dá uma exata dimensão do pouco caso que temos com o planeta.

Por ser uma festa de alcance nacional que mobiliza milhões de pessoas, o impacto de pequenas
tradições carnavalescas é imenso: o glitter presente nas maquiagens, ao ser retirado no banho, vai
direto para o mar, contaminando cadeias alimentares com toneladas de microplásticos. O confete,
mesmo feito de papel, entope bueiros e provoca alagamentos.

Pequenas mudanças, grandes impactos

Mas é exatamente pelo alcance nacional do carnaval que o impacto positivo de pequenas mudanças
de comportamento também é imenso! Já existem marcas de glitter ecológico, feito a base de
materiais biodegradáveis. Se você estiver com tempo, é possível fazer seu próprio glitter com gelatina
vegetal e água de beterraba. Caso o glitter de terceiros caia em você durante a festa, retirá-lo do
corpo com lenço umedecido antes de ir para o banho evita a poluição.
Outra maneira de reduzir o seu impacto durante a folia é substituindo copos descartáveis pelos
retráteis, que podem ser guardados no bolso quando não estiverem em uso.
Prefira latas a garrafas: 98% do alumínio produzido no Brasil é reciclado, contra apenas 1,2% do
plástico. E o vidro, além da baixa taxa de reciclagem (40%), também oferece um risco para os
catadores. Se não puder evitar o vidro, leve para casa e faça o descarte adequado, garantindo que ela
chegue a um posto de reciclagem.
Outra solução alternativa e ecológica para um carnaval ecológico é o confete de folhas: basta recolher
folhas secas caídas de árvores e, com um furador de papel, criar diversos padrões que, além de não
poluírem, são muito mais bonitos!
Com medidas simples e educação básica – jogue o seu lixo na lixeira! –, a festa mais bonita do Brasil
pode ser igualmente divertida e muito mais amigável ao meio ambiente!

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TEXTO 8. CARNAVAL: DICAS PARA CAIR NA FOLIA COM MÍNIMO IMPACTO AMBIENTAL (
ícone clicável)

Texto 8: Carnaval: dicas para cair na folia com mínimo impacto ambiental, (MOURA, 2017)

Carnaval: dicas para cair na folia com mínimo impacto ambiental

O Carnaval está chegando. Embora muita gente só consiga pensar em aproveitar da melhor forma
possível a temporada de folia, vale adotar algumas práticas para curtir a festa, com respeito ao meio
ambiente e aos espaços públicos. Veja as dicas que o Sistema Ambiental Paulista preparou para você.

Fantasia
Antes de comprar uma fantasia nova, veja se não dá para usar alguma de anos anteriores ou
transformar alguma peça em desuso no seu guarda-roupa. Uma boa ideia é reunir os amigos e trocar
fantasias, fazer uma espécie de escambo. Além de ser divertido, dá para economizar uma grana. Se
você realmente quiser comprar uma fantasia nova, prefira as produzidas de forma sustentável, com
material ecologicamente correto. Fuja de adereços que usem produtos de origem animal, como penas
e pele.

Maquiagem e glitter
Opte por marcas que utilizem processos de produção sustentáveis, matéria-prima natural e que não
testem seus produtos em animais.
O glitter e a purpurina são a cara do carnaval, mas muitas vezes são feitos de copolímeros de plástico
e folículos de alumínio, o que torna esse pozinho brilhoso bem prejudicial ao meio ambiente. Se você
não abre mão de sair brilhando na avenida, opte por glitter comestível (usado em docinhos de festa)
ou glitter biodegradável.

Confete
Se você vai curtir a festa na rua, evite usar confete e serpentina. Esses enfeites de papel se misturam
a galhos, folhas e outros resíduos das ruas e podem entupir bueiros, dificultando o escoamento das
águas pluviais e gerando enchentes.
Nunca lance confete em espaços naturais, próximo a cursos-d’água ou em locais onde a varrição não
seja possível (gramados, jardins etc.), pois pode prejudicar o equilíbrio ecológico desses espaços e dos
animais que ali vivem.
Para quem vai curtir a festa em casa, clube ou algum ambiente fechado e realmente faz questão de
confete, uma boa ideia é preparar o seu próprio em casa, usando revistas e jornais velhos. No fim da
festa, é só varrer o espaço e descartar o confete junto com os resíduos recicláveis. Se fizer questão de
comprar o confete, opte pelo produzido com papel reciclado, o mais comum no mercado brasileiro e
super fácil de encontrar.

Resíduos sólidos
Em tempos de carnaval, aumenta consideravelmente o consumo e, consequentemente, a produção de
resíduos sólidos (de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a quantidade de resíduos recolhidos
após a festa aumenta 40% a cada ano). Muitas latinhas, garrafas, copos descartáveis, papéis,
embalagens, restos de adereços se acumulam ao longo dos dias de festa. Certifique-se de que os
resíduos dos produtos consumidos por você estão sendo descartados nos espaços adequados para
isso. Separe os resíduos recicláveis dos orgânicos. Jamais os descarte em vias públicas. Além de poder
machucar outros foliões com eventuais garrafas quebradas, latinhas e objetos pontiagudos, os
resíduos podem entupir bueiros, causando enchentes e outros transtornos.

Poluição sonora
Carnaval é festa, mas é importante saber dosar o volume do som para agradar tanto aos que querem
agitar, como àqueles que buscam tranquilidade. Em áreas residenciais, há regras restringindo horário
e volume máximo tolerado. Informe-se sobre as normas vigentes no seu município.

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Água
Embora neste ano a situação dos reservatórios de São Paulo esteja mais confortável que em anos
anteriores, nunca é demais lembrar que é preciso economizar água. A água potável é um recurso
escasso em todo o planeta e absolutamente indispensável para a vida humana. Portanto, evite o
desperdício e brincadeiras com água.

TEXTO 9: IMPACTO DE CARNAVAL ( ícone clicável)

Texto 9: Impacto de carnaval, (IMPACTO, [2023])

Impacto de Carnaval - História

O Bloco Sal da Terra é um bloco evangélico vinculado à Igreja Batista Missionária da Independência
(IBMI), localizada no bairro de Nazaré, que desfila entre a sexta e terça-feira de Carnaval de Salvador
no Circuito Batatinha – Pelourinho.

Criado no ano de 2000, o bloco tem como objetivo evangelizar no Carnaval do Pelourinho, por meio
do projeto Impacto Evangelístico de Carnaval, sendo que já participou de forma ininterrupta de 20
edições da festa, constituindo um dos maiores blocos do circuito, com média de 500 integrantes por
ano. Nesse tempo,tem sido possível perceber que enquanto desfila, o grupo gera uma atmosfera
diferenciada nas ruas do Centro Histórico, pois além da pregação da Palavra de Deus, promove
valores cristãos, como a paz, o amor, a alegria, a valorização da vida, o respeito ao próximo, o
combate às drogas, entre outros, chamando a atenção dos foliões locais e turistas nacionais e
internacionais que frequentam o local.

A estratégia consiste em levar ao percurso do carnaval, no período da tarde, um bloco composto pela
banda de percussão Sal da Terra, acompanhada de instrumentistas de sopro, alas de dançarinos,
personagens infantis e fiéis que tomam conta das ruas do Centro Histórico. Ao longo do trajeto, são
distribuídos folhetos, realizadas orações e abordagens de membros do bloco que compartilham o
Evangelho. Já no período da noite, o bloco conta com um palco instalado na Praça da Sé, no qual são
desenvolvidas diversas atividades artísticas, como apresentações de música e teatro adulto e infantil,
performances de dança, roda de capoeira, tudo com o foco na evangelização. As atividades começam
no turno noturno da sexta-feira e vai até terça-feira de Carnaval, durante a tarde e a noite.

Ao longo do tempo, o projeto evangelístico passou a ser reconhecido em todo Brasil e até em outros
países e atraiu diversos grupos artísticos do segmento evangélico nacional e internacional. É o caso do
bloco de maracatu recifense Rugido do Leão e da Bateria de Escola de Samba da Bola de Neve, de
Santos, que já realizaram intercâmbios musicais no Pelourinho. Além disso, a Praça da Sé tem sido
palco para artistas de grande destaque, como o cantor de samba-reggae Lázaro, o representante do
reggae Nengo Vieira, o sertanejo Marcos Nunes, o sambista Waguinho, bem como a maior banda
internacional de reggae, Christafari.

A notoriedade do Sal da Terra tem rompido as fronteiras do universo religioso e se tornado alvo da
atenção de pesquisadores acadêmicos brasileiros e europeus interessados em conhecer a interação
entre o universo percussivo baiano e a espiritualidade cristã, os quais têm vindo a Salvador para
conhecer o trabalho do bloco.

Quer saber mais sobre a história do Bloco Sal da Terra? Confira a entrevista com o Presidente do
bloco, Pastor Ubirajara Gomes e Silva, e fique por dentro do desenvolvimento do projeto ao longo dos
seus 20 anos.

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TEXTO 10: O QUE O CARNAVAL TEM A VER COM O CATOLICISMO? ( ícone clicável)

TEXTO 10: O que o carnaval tem a ver com o catolicismo? (O QUE…, 2023)

O que o Carnaval tem a ver com catolicismo?

Pelo calendário litúrgico Católico, o Carnaval antecede o início da Quaresma, período de jejum e
introspecção para preparação da Páscoa.

O Carnaval é a festa mais popular do Brasil. Atrelado frequentemente aos tradicionais desfiles e festas,
no entanto, não está apenas ligado à curtição. Tanto a data quanto o nome abrangem o contexto
religioso. Do latim Carnis levale, o nome da festa significa ‘afastar-se da carne’ e surgiu no período
pré-cristão, sendo incorporada ao calendário litúrgico da Igreja Católica como marco para o início da
Quaresma.

“Os dias de comemorações eram realizados em diversas regiões da antiguidade como Egito,
Mesopotâmia, Grécia e Roma, tendo o intuito de festejar aspectos cotidianos da vida: prazer, alegria,
excesso e opulência. Por meio de farsas, teatros, banquetes, danças e festas, eram comemoradas
grandes colheitas e as divindades eram louvadas”, explica o historiador e professor do curso de
Pedagogia da Universidade Tiradentes (Unit), Msc. Ivan Rêgo Aragão.

É durante a Idade Média que as festas consideradas pagãs são incorporadas pela Igreja Católica,
criando-se também restrições como o consumo de carne pela última vez antes do jejum da Quaresma,
ritual comum no catolicismo. “Pelo calendário litúrgico católico, o Carnaval antecede o início da
Quaresma, ou seja, período que antecede os quarenta dias para a Páscoa. É daí surge a denominação
Carnaval: palavra que se origina do latim Carnis levare, que significa ‘afastar-se da carne’”, explica.

“Portanto, o Carnaval seria os dias de exaltação da liberdade antes das restrições do período da
Quaresma estipuladas pela religião. Nesse sentido, as festas carnavalescas estão relacionadas ao
período que antecede ao jejum e introspecção que deve ser realizado durante a Quaresma. No
calendário litúrgico, é a Quarta-feira de Cinzas que possui importância, visto que é celebrado em todo
mundo o rito das cinzas que abre o período da Quaresma como preparação da Páscoa”, acrescenta o
professor.

Neste ano, a Quaresma – período de 40 dias até a Sexta-Feira Santa, dois dias antes da Páscoa –
começa na Quarta-feira de Cinzas, 22 de fevereiro de 2023, e termina na quinta-feira da Semana
Santa, 6 de abril de 2023. Durante esse período, os fiéis são orientados a praticar o jejum, a
penitência, a oração e as obras de caridade a fim de se preparar para a grande festa da Páscoa entre
outras inúmeras práticas devocionais.

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TEXTO 11: ACAMPAMENTO CATÓLICO REÚNE 10 MIL FIÉIS NO CARNAVAL EM CACHOEIRA
PAULISTA ( ícone clicável)

Texto 11: Acampamento católico reúne 10 mil fiéis no carnaval em Cachoeira Paulista, (Acampamento…, 2023).

Acampamento católico reúne 10 mil fiéis no carnaval em Cachoeira Paulista

Até quarta, os católicos participarão de shows, pregações, adorações, grupos de oração e missas.
Um acampamento católico deve reunir mais de 10 mil fiéis durante o carnaval na comunidade Canção
Nova em Cachoeira Paulista (SP). A programação vai até quarta-feira (22).
O acampamento ‘Vem Louvar’ tem como tema "Alegrai-vos e exultai". Até quarta, os católicos
participarão de shows, pregações, adorações, grupos de oração e missas.
O objetivo desse tradicional evento é reunir peregrinos de diversas regiões do Brasil, que ao invés de
irem para as festas de carnaval convencionais, optam por atividades religiosas e de reflexão.
A expectativa é que entre 8 e 10 mil pessoas participem do acampamento, que costuma ser um dos
maiores eventos católicos do Brasil nessa época do ano.
As principais atrações e atividades estão acontecendo no complexo do Rincão do Meu Senhor. Veja a
programação completa no site da Canção Nova.

TEXTO 12: EVENTOS RELIGIOSOS DO CARNAVAL 2023 DE CAMPINA GRANDE CHEGAM AO


FIM NESTA TERÇA ( ícone clicável)

Texto 12: Eventos religiosos do Carnaval 2023 de Campina Grande chegam ao fim nesta terça, (Eventos…,
2023).

Eventos religiosos do Carnaval 2023 de Campina Grande chegam ao fim nesta terça (21)

E-Além foi o primeiro evento a iniciar atividades, que devem seguir até 21 de fevereiro. Consciência
Cristã, Crescer, MIEP e outros também acontecerão durante o Carnaval de Campina Grande.
Chegam ao fim nesta terça-feira (21) os eventos religiosos que acontecem no período carnavalesco
Campina Grande, Agreste da Paraíba. O "Carnaval da Paz" reúne ao menos sete eventos de
diversas religiões.
Este ano, apenas o Encontro para Nova Consciência ocorreu somente pela internet. Os demais
eventos confirmaram a realização presencial, o que não ocorria desde 2020 por conta da pandemia de
Covid-19.
Apesar da programação da Consciência Cristã chegar ao fim nesta terça (21), a Feira do Livro da
Consciência Cristã (FELICC) deve continuar aberta até a quarta-feira (22).
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande, a rede hoteleira da
cidade já sente um impacto positivo nas hospedagens de carnaval por conta dos eventos religiosos.
Os eventos que compõem o Carnaval da Paz 2023 são a Consciência Cristã, Crescer, MIEP, E-Além,
Acampamento Verbo da Vida, A Palavra Revelada e o Encontro da Nova Consciência.

Programação completa dos eventos religiosos de Campina Grande:

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E-Além
O E-Além acontece na Associação Luminar de Magnetismo Humano, em Campina Grande, de 10 a 20
de fevereiro. A programação ocorre na sede da associação, na Rua Dr. João Pequeno, nº 181, no
bairro do Catolé.

Consciência Cristã
A Consciência Cristã está em sua 25ª edição e acontece entre 16 e 21 de fevereiro em Campina
Grande. A maior parte das atividades do evento ocorre no Parque do Povo e promove conferências,
programação infantil e eventos paralelos.

Crescer
O Crescer - O Encontro Da Família Católica foi criado em 1997 e tem a maior parte da programação
acontecendo na casa de shows Spazzio, em Campina Grande. O Crescer ocorre entre 17 e 21 de
fevereiro, e também conta com atividades para crianças e programação musical.

Acampamento Verbo da Vida


A igreja Verbo da Vida promove um acampamento anual no período carnavalesco. Este ano, o evento
tem como tema "Experimente o Poder" e é realizado no templo da igreja sede, em Campina Grande,
entre 17 e 21 de fevereiro.

A Palavra Revelada
O 12° Encontro A Palavra Revelada acontece entre 17 e 21 de fevereiro. A programação tem
atividades presenciais e remotas, com transmissão no YouTube, e tem como tema "Cosmovisão
Bíblica".

MIEP
O MIEP completa 50 anos em 2023, e é realizado pela Associação Municipal de Espiritismo de Campina
Grande, entre 18 e 21 de fevereiro. A programação se concentra no Garden Hotel com atividades
específicas para adultos, jovens, crianças e bebês.

Nova Consciência
O Encontro da Nova Consciência confirmou pelas redes sociais que vai realizar em 2023 sua 35ª
edição com programação virtual. A programação ocorre de 16 a 21 de fevereiro.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA:

Competência 6: Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando


suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens
artísticas para dar significado e (re) construir produções autorais individuais e coletivas, de maneira
crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Discussão e reflexão de rotinas (EM13LGG605MG) Compreender lógicas de funcionamento e rotinas


de trabalho em espaços de cri- de diferentes espaços de criação e circulação artística e seus
ação artística (ateliês, olarias, profissionais das artes.
oficinas, marcenarias, salas de
ensaios, estúdios, escolas de
arte, etc.).
Análise das características e
finalidades de diferentes espa-
ços de circulação de arte (gale-
rias, museus, teatros, salas de
exposição e de concertos, par-
ques ecológicos e temáticos,
centros culturais, praças, casas
de cultura, igrejas, dentre
outras).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Da criação à exposição - por trás da obra
A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento de Arte será explorado o trabalho com esculturas e pinturas analisando as suas
dimensões conceituais e práticas, através de momentos pedagógicos baseados em aulas expositivas,
visita técnica, discussão em grupo e práticas criativas de releitura de obras.
O presente planejamento busca desenvolver habilidades para o estudo de vários aspectos envolvidos na
criação e exposição da arte, habilidade (EM13LGG605MG) Compreender lógicas de funcionamento e
rotinas de diferentes espaços de criação e circulação artística e seus profissionais das artes.
Neste planejamento usaremos verbos como apreciar, contextualizar, criar. A proposta é conhecer obras,
artistas, contextos históricos e culturais, buscando conexão com a realidade da turma. Professor(a),
oriente a criação em grupos para realização de releitura de uma obra do artista estudado, exposição,
discussão e reflexão sobre o processo do trabalho, analisando, inclusive, características e finalidades de
espaços de circulação de arte. Essas atividades irão, de diferentes modos, dimensões e percepções,
ampliar o repertório cultural dos estudantes mediante a participação na concepção, construção, vivência,
concretização de ideias e adaptações sofridas pelas obras de arte desde a elaboração até a exposição.
O ensino de arte na escola busca também o conhecimento e a preservação da memória, cultura local,
costumes e saberes do povo. O que permite ao educando se sentir inserido no processo do aprender,
uma vez que é protagonista da história de sua cidade, ainda que nem sempre tenha plena consciência
disso. A arte contribui para independência inventiva dos estudantes mediante a relação entre
conhecimentos, vivências, ideias, pensamento crítico, percepção de mundo e outras interações a que
estão expostos por causa da dinâmica da vida.

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A BNCC propõe a apreciação e estudo de artistas e obras locais e regionais promovendo a identidade
cultural na aprendizagem da matéria de arte. Sugere, ainda, diversas competências que contribuem e
[...] “motivam o estudante a aprender cada vez mais e conhecer as razões para a aquisição e
contextualização do conhecimento. Elas estimulam a realização dos trabalhos de pesquisa e a sua
utilização na solução de problemas pessoais, da comunidade e do mundo para a transformação da
realidade. Oferecem oportunidades para que o estudante não apenas adquira repertório cultural, mas a
capacidade de fruir e produzir arte e cultura, debater a construção identitária e o sentimento de
pertencimento, bem como a multiculturalidade. Pois, é sabido que os estudantes já possuem vivências que
precisam ser conhecidas e reconhecidas, estabelecendo um diálogo entre os saberes, dentro e fora da
escola.”
(FONTE: MINAS GERAIS, 2022, p. 75)

Visando a consolidação da habilidade norteadora deste planejamento, o mesmo tem como objetivo final
de aprendizagem: conhecer a rotina de espaços de construção e exposição de arte, bem como os
profissionais e suas funções exercidas nestes locais. Entender como funciona o espaço de criação e
exposição de arte e todo o processo envolvido. Estimular o estudo e promover debates sobre as relações
entre produção e circulação de arte nesses espaços. Desenvolver uma releitura em grupo sobre alguma
obra estudada.
Este planejamento poderá ser adaptado para a realidade da escola bem como reorganizado em
quantidades de aulas necessárias de modo que o aprendizado seja preservado e alcançado pelos
estudantes.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma Á escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso ou projetor multimídia, computador.

Professor(a), pesquise sobre artistas que estão em sua cidade, quais tipos de arte produzem, quais são
os locais de conceber e criar as suas obras, se fazem exposições, quais são esses locais. Inicie este
assunto conversando com os estudantes sobre locais de exposição de arte, instigue-os para que
participem compartilhando suas vivências. É de grande incentivo iniciar as aulas com questionamentos
sobre o tema para contextualizar o estudante no assunto que será estudado. Quando ele perceber que
ele também tem algo a contribuir para a construção da aula, ficará mais atento, interessado. Faça
perguntas como:
● Onde podemos encontrar arte?
● Espaços públicos ou privados? Cite exemplos dos dois tipos.
● Você conhece algum artista que já fez exposição? Se sim, você foi ver?
● Qual exposição gostou mais, ou marcou de alguma forma? Por quê? Onde foi?
Fale que existem artistas espalhados por vários lugares, no Brasil temos por exemplo:
● Davi de Melo Santos, DMS, grafite, obra ao ar livre como “o abraço” no centro de Belo Horizonte,
já fez exposição.
● Maria Raquel “Bolinho”, grafite, obra ao ar livre em vários lugares de Belo Horizonte, já fez
exposição.

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Figura 1 - O Menino da porteira

Genésio Gomes de Moura, Ceará,


escultura gigante ao ar livre em várias
cidades do Brasil inclusive em MG como o
“Menino da Porteira” em Ouro Fino, no
sul do Estado.

Fonte: (Wikipédia, 2023)

Neste momento, após falar sobre alguns artistas brasileiros, mostre aos estudantes artistas locais,
museus e lugares de exibição dessas obras. O educando vai fazer associações com outras cidades
compreendendo que cada local tem riquezas culturais e suas manifestações.
Professor(a), apresente artistas, obras, seus locais de trabalho e exposição em sua cidade. Peça aos
estudantes que lembrem de pessoas que eles conhecem e que fazem bem algum tipo de arte. Eles
fazem o quê com a arte que produzem? Dão de presente? Vendem? Vendem onde? Os estudantes
deverão fazer pesquisas sobre outros artistas e exposições na cidade ou região. Peça que anotem no
caderno, informações que julgarem importantes sobre os artistas encontrados e apresentem para o
professor.
Sugestões de materiais para o professor consultar:

4 TEXTO 1: A HISTÓRIA DOS BOLINHOS QUE ENFEITAM BH COM ARTE HÁ 10 ANOS


( ícone clicável)

4 TEXTO 2: DAVI DE MELO ( ícone clicável)


4 TEXTO 3: FOTOS: CONHEÇA OS ARTISTAS QUE CONCEBERAM O CRISTO DE
ENCANTADO ( ícone clicável)

4 TEXTO 4: AS DEZ MAIORES OBRAS DE ARTE BRASILEIRAS ( ícone clicável)


4 TEXTO 5: 12 GRANDES ARTISTAS BRASILEIROS E SUAS OBRAS ( ícone clicável)
4 TEXTO 6. 12 ARTISTAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS QUE VOCÊ PRECISA
CONHECER ( ícone clicável)

4 TEXTO 7: ARTISTAS PLÁSTICOS DE MINAS GERAIS ( ícone clicável)


4 TEXTO 8: ESCULTORES DE MINAS GERAIS ( ícone clicável)
4 TEXTO 9: A GALERIA PONTES ( ícone clicável)
4 TEXTO 10: TRÊS MINEIROS UNIVERSAIS ( ícone clicável)

83
2º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), organize uma visita a um ateliê, ou algum local de trabalho de artista e/ou exposição de
obras na cidade. O objetivo da visita é para conhecer a rotina de espaços de construção e exposição de
arte, bem como os profissionais e suas funções exercidas nestes locais. Entender como funciona o
espaço de criação e exposição de arte e todo o processo envolvido. Converse com os estudantes sobre
esses tópicos antes da visita, para que eles possam observar, perguntar e anotar as respostas recebidas.
Como:
● Quem é o dono do local? (particular ou bem público?)
○ Se bem público, qual o processo para poder utilizar o espaço?
○ Se particular, como é feito o acerto pelo lugar? Sublocação por diária/mensal ou
porcentagem nas vendas?
● Abre todos os dias? Quais horários?
● Quais são as regras do lugar?
● Todos têm que fazer o mesmo tipo de arte? (artesanato, pintura, escultura etc)
● Quem faz a aquisição das obras primas para fazer as obras?
● Quantos artistas utilizam o espaço? Eles compartilham o ateliê/sala de trabalho ou as salas são
individuais? São as mesmas pessoas todos os dias?
● Qual é a formação desses artistas? Educação formal (escola de arte) ou informal (família,
amigos, internet etc.)
● As obras em exposição estão à venda?
● Quem coloca preço nas obras? Com base em que (como é feita a precificação)?
● Como é feita a partilha do valor das obras vendidas?
● A exposição e venda acontecem no mesmo local da criação? Tem um momento e área separados
para exposição?
● De quem é a responsabilidade pela escolha de sala, organização/administração, limpeza,
manutenção?
Para os estudantes durante a visita ou aula expositiva: escolha a obra que mais te chamou atenção, tire
uma foto. Explique o porquê. Escreva a resposta no caderno.
A apreciação das obras pode ser feita através da visita ao local/museu/exposição/atelier, ou na
impossibilidade o professor(a) pode escolher algum artista e apresentar suas obras através de material
impresso, vídeos ou projetor. O importante é que de alguma forma eles tenham acesso ao local de
criação e exposição.

3º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), realize mesas redondas ou debates com os estudantes, para estimular o estudo e
promover melhor entendimento sobre as relações entre produção e circulação de arte em vários

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espaços, mas principalmente sobre o local visitado. Entendendo a mesa redonda como um grupo para
conversar sobre um tema vendo/conhecendo várias perspectivas; e, o debate funcionando como várias
pessoas ou equipes defendendo um ponto de vista, contestando outro.
Professor(a), você pode mesclar a argumentação com as duas formas sugeridas, uma parte de
apresentação do local e obra. E em alguns momentos estimular a defesa de ideias, como por exemplo a
forma de precificar a arte, cada grupo tem que apresentar, explicar e indicar a melhor forma de fazer e
embasar e defender sua ideia.
Deixe claro para os estudantes que independente da forma de discussão escolhida, eles precisam ler
bastante e buscar diferentes fontes para ter propriedade para apresentar ou blindar um determinado
ponto de vista deixando o outro grupo sem réplicas, a não ser que tenham alegações melhores. Isso é
importante para que eles tenham ciência de que na vida real é assim, os mais bem preparados terão
fundamentações instigantes que nos farão querer ter estudado mais.
As regras devem ser bem claras. Bem explicadas antes de começar. Pode entregá-las por escrito, aos
estudantes, para que não haja dúvidas. Cada equipe poderá levar suas anotações.

Regras da mesa redonda ou debates


1. O professor será o facilitador/moderador
2. Todas as falas serão sobre o tema central, não serão aceitas falas fora de contexto.
3. Todas as falas deverão estar embasadas em algum autor ou artista.
4. Todos ficarão em silêncio enquanto o outro fala
5. Cada grupo terá direito a réplica e tréplica de acordo com a ordem.
6. Cada grupo organizará a ordem de fala de seus componentes

4º MOMENTO

Organização da turma À escolha do(a) professor(a).

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), oriente os estudantes como desenvolver uma releitura em grupo sobre alguma obra
estudada. Explique a forma de correção: cada grupo irá corrigir e fazer sugestões para outro grupo.
Assim: elaboração - correção por outro grupo - sugestão de correção/melhoria - correção - entrega).
Organize uma exposição com as obras produzidas pelos estudantes. É necessário reservar data, local na
escola e convidar as outras turmas para prestigiarem os trabalhos dos colegas.
Utilizando os mesmos grupos do debate, cada estudante deverá mostrar para sua equipe a imagem da
obra que mais gostou na visita e explicar o motivo da escolha. Em seguida, com base nos
motivos/explicações, o grupo deverá escolher uma obra para fazer uma releitura. Deverão decidir qual
expressão artística irão usar na releitura (pintura, escultura etc.). O professor deverá entregar uma folha
impressa com todos os critérios de avaliação que serão respondidos por escrito por cada grupo.
Os grupos deverão levar, na data combinada, a obra quase pronta. As obras serão trocadas pelos
grupos, que farão uma avaliação prévia baseados em critérios dados pelo(a) professor(a).

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Exemplos de critérios:
1. Respeitaram o estilo da obra?
2. Observaram o tema da obra original?
3. Utilizou a mesma paleta de cores da obra original? Se não, qual a explicação para a mudança?
4. Nome da obra

Nesse caso, cada equipe já deverá saber quantos e quais critérios, e levar as respostas por escrito
explicando cada critério em sua própria obra. As equipes lerão as respostas escritas e conferindo com a
criação. Cada grupo fará sugestões, por escrito, para que a obra do outro grupo se aproxime do que o
próprio grupo concebeu no papel.
Professor(a), leia os trabalhos de todos os grupos, confira e, se necessário, faça ajustes nas orientações
de cada grupo. As obras serão devolvidas aos grupos, que explicarão suas anotações e sugestões de
mudanças ou adaptações para o outro grupo fazer. Assim, será marcada nova data para entrega das
obras já concluídas com os devidos ajustes.
Faça a exposição com as obras. Cada uma deverá ter uma explicação escrita: nome da obra, tipo de
obra, assunto abordado.

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ANEXO
TEXTO 1: A HISTÓRIA DOS BOLINHOS QUE ENFEITAM BH COM ARTE HÁ 10 ANOS ( ícone
clicável)

Texto 1. A história dos bolinhos que enfeitam BH com arte há 10 anos (Pereira, 2019)

A história dos bolinhos que enfeitam BH com arte há 10 anos

O Estado de Minas conversou com a artista que criou e mantém vivos os bolinhos espalhados por
todos os cantos da cidade

Tudo começou quando a estudante de letras, Maria Raquel, hoje com 33 anos, atravessava a cidade
de ônibus para ir para o câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região da
Pampulha.

Ela sempre foi apaixonada com o grafite.


O percurso diário dentro do coletivo, ela fazia debruçada na janela observando as artes coloridas que
decoravam muros, viadutos e espaços públicos da capital. "Eu sempre me perguntava: ‘o que que é
isso que essa pessoa faz? Por que que ela pintou isso aqui? Será que mora aqui perto?’. Queria que
as pessoas tivessem as mesmas curiosidades comigo”, recorda Raquel.
Do devaneio para a realidade foi um pulo. "Resolvi criar algo que fosse a minha cara. Como sempre
gostei de confeitaria, achei que o cupcake tinha uma forma legal. Assim nasceu o bolinho”,
conta a artista.
Dez anos se passaram. Hoje o Bolinho acumula não só uma legião de fãs, de todas as idades,
como também estampa mais de 40 tipos de produtos à venda. “ Com o tempo, as pessoas foram
querendo ter um bolinho em casa não só em forma de pintura. Aí surgiram produtos do bolinho, como
canecas, cadernos, adesivos… e por aí vai”, conta Raquel, que hoje vive com a renda do Bolinho.
Para comemorar a primeira década da arte que enfeita BH, a criadora, em parceria com a galeria de
arte Quartoamado, montou uma programação especial ao longo de todo o mês de agosto.
"Pensamos em um mês de coisa legais. Começa com a exposição", disse. Quem visitar o espaço,vai
fazer uma viagem no tempo e rever os bolinhos mais marcantes neste período, descobrir, vendo
esquetes e caderninhos de desenhos antigos, como é o processo de criação da artista, além de poder
registra o momento ao lado do simpático bolinho numa sala instagramável.

TEXTO 2: DAVI DE MELO SANTOS (DMS)

Texto 2: Davi de Melo Santos (DMS) - (Davi, [2023])

Davi De Melo Santos (DMS)


Davi De Melo Santos começou sua jornada em 1998, ano em que começou a pixar. Trajetória que se
parece com a de muitos artistas urbanos do mundo todo. O grafiteiro começou pintando em sua
cidade natal, Belo Horizonte, e hoje suas pinturas podem ser vistas no mundo todo. Na última
década, colaborou junto a empresas e grandes marcas com ilustrações editoriais, design, ilustrações
de livros, cenários para teatro e televisão, além de ter realizado exposições individuais e coletivas.
Sua obra aborda grandes temas da questão humana como a diferença étnica e cultural e a
espiritualidade.
No CURA, DMS pintou, em dezembro de 2017, o mural O Abraço, de 1.000 m², na fachada cega do
edifício Príncipe de Gales, representando um abraço entre o dia e a noite.

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TEXTO 3: FOTOS: CONHEÇA OS ARTISTAS QUE CONCEBERAM O CRISTO DE ENCANTADO (
ícone clicável)

Texto 3: Fotos: conheça os artistas que conceberam o Cristo de Encantado (Severo, 2021).
Acesse o site.

TEXTO 4: AS DEZ MAIORES OBRAS DE ARTE BRASILEIRAS ( ícone clicável)

Texto 4: As dez maiores obras de arte brasileiras (Márcia, 2023).

As dez maiores obras de arte brasileiras

Pode ser que, quando questionado sobre pinturas famosas, a primeira que lhe venha à mente seja a
"Monalisa", do italiano Leonardo da Vinci. Há ainda quem goste de "O grito", do norueguês Edvard
Munch, cuja analogia mais profunda remete à angústia do ser humano.
Entretanto, não são só as obras estrangeiras que se tornam conhecidas no mundo todo, pela sua
beleza e significado. Pintores brasileiros também podem se tornar autores de belos quadros famosos
brasileiros... Como alguns, de fato, se tornaram.
A arte nada mais é que uma forma de expressão. Ela pode relatar emoções, sentimentos ou até
mesmo fatores históricos pertinentes à época em que foi criada. As pinturas brasileiras também
trazem consigo todo esse contexto, e os verdadeiros apaixonados pela arte certamente adorariam
conhecê-las melhor.
Há professores que oferecem aulas de desenho que, vez ou outra, se mesclam com história da arte.
Estão certíssimos! Isso porque ela serve como inspiração para quem está desenvolvendo agora o seu
talento. E se é dessa injeção de ânimo que você precisa, conheça agora as 10 pinturas mais famosas
do Brasil. Vamos lá?

Baile Popular - Di Cavalcanti


Pintado em 1972, o quadro representa uma festa popular brasileira. Se observarmos bem,
perceberemos um registro de pessoas simples, que não fazem da baixa classe social um empecilho
para se divertirem. A sensualidade e o "rebolado" também são fatores presentes.
Pode ser que você se identifique com a cena e o ambiente e essa é a real intenção do quadro. Muitas
vezes, nós, pessoas comuns nos julgamos insignificantes demais e Di Cavalcanti está aí para mostrar
que essa ideia é equivocada, afinal podemos nos tornar até tema de pintura famosa.
Devido ao contexto em que foi pintada, a obra sofreu influências do modernismo e do expressionismo.
Esse último explicaria os traços mais fortes e arrojados. Afinal, é possível observar que, ainda que se
trate de um retrato de uma situação cotidiana para algumas pessoas, a disposição das imagens ainda
é meio caricata.
Entretanto, essa característica não diminui a sua representação. Na época, buscava-se chamar a
atenção para as questões sociais e acredita-se que essa tenha sido a intenção do autor ao pintar essa
bela obra. Deu certo! Hoje ela é uma das mais famosas do Brasil.

Criança Morta - Candido Portinari


Pintada por um dos maiores destaques do modernismo brasileiro (Candido Portinari se tornou
conhecido, inclusive, no exterior), Criança morta também tem lá seu apelo social. A obra faz parte de
uma série intitulada "Os retirantes nordestinos". Tanto que, no quadro, observa-se uma família
nordestina, que foge da seca e vai à procura de melhores condições de vida em outro lugar.
Em 1944, data em que a pintura surgiu, ela causou grande repercussão, afinal nem todos estavam

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preparados para lidar com a crítica social na arte. O mais curioso é que ela não mostra nada diferente
da realidade de muitas pessoas de hoje, o que significa que talvez o seu significado social não tenha
perdido o seu sentido com o passar dos anos. Afinal, ainda hoje há quem enfrente os mesmos
problemas retratados.
A família do quadro chora pela morte da sua criança. As lágrimas foram pintadas em tamanho grande,
como uma forma de mostrar a intensidade do sofrimento desse povo. As mãos do pai, que seguram a
criança morta também estão em tamanho grande. Do ponto de vista artístico, tais características
sofreram influências do expressionismo.
Aprenda a desenhar como um verdadeiro artista em uma aula de desenho online !
O aspecto das pessoas no quadro também é um tanto fantasmagóricos, como uma forma de mostrar
o antagonismo entre vida e morte com o qual eram obrigados a conviver. O fato é que Portinari usava
seu talento para a arte para relatar episódios de desigualdade social e injustiças que observava em
seu dia a dia. Chegou a sofrer perseguições pelo governo à época.
Hoje, entretanto, suas obras continuam impressionando pessoas do mundo todo. O realismo dos seus
pincéis chega a ser comovente, já que é possível enxergar em seus relatos pessoas comuns que talvez
um dia já tenham cruzado o nosso caminho.
Está percebendo por que a história da arte é tão importante? Portanto, da próxima vez que o seu
professor de artes trouxer alguma analogia do tipo, concentre-se nos estudos e perceberá que tais
estudos são uma forma de relacionar seu talento com a realidade do mundo.

Operários - Tarsila do Amaral


Pintado em 1933, a intenção do quadro era mostrar pessoas de diferentes raças e etnias. Nele, estão
retratados 51 operários da indústria da época, na qual as fábricas estavam em ascensão e era comum
que pessoas de todas as partes do Brasil migrassem para os locais nos quais eram concentradas.
Tais trabalhadores eram sofridos e, muitas vezes, até mesmo explorados. O cansaço é representado
em todos os rostos, o que mostra que os sentimentos eram os mesmos, independente da origem de
cada trabalhador.
Os rostos bem juntos, quase sobrepostos, representam a massificação do trabalho e a disposição em
pirâmide deixa à mostra a "paisagem" de chaminés, extremamente fabril.
A obra modernista fez parte da época em que a artista relatava temas sociais em seus quadros.
Alguns dos rostos são anônimos, outros são conhecidos pelo público, enquanto outros faziam parte
somente do cotidiano da pintora, como o administrador da fazenda da família.
Tarsila conheceu o socialismo na União Soviética e chegou, inclusive, a ser presa devido à sua
simpatia pelo regime. Quando pintou "Operários", já tinha grande engajamento e estava filiada ao
partido comunista da época. Hoje, a obra está no Palácio dos Bandeirantes e faz parte do acervo do
Governo do Estado de São Paulo.

Abaporu - Tarsila do Amaral


Uma das maiores obras-primas da autora, o quadro foi pintado em 1928, em homenagem ao seu
então marido, e oferecido a ele como presente de aniversário. Ao recebê-la, ele ficou impressionado e
disse que essa era a melhor obra pintada pela artista. Trata-se de um quadro a óleo, um
verdadeiro clássico do modernismo brasileiro.
Nele, as mãos e pés têm um tamanho bem maior que a cabeça. A partir de figuras desproporcionais, a
autora buscou relatar a supervalorização do trabalho braçal, em detrimento da inteligência. Em uma
outra analogia, é possível interpretar ainda essa cabeça pequena como uma falta de pensamento
crítico: o homem se submetia apenas ao que lhe era imposto.
A expressão facial triste e o grande pé representaria também a ligação do homem com a sua terra. O
sol e o cacto fariam parte do cenário do homem nordestino, castigado pela seca.

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Em tupi-guarani, o nome do quadro pode ser traduzido para o português como "homem que come
gente". Ele teria marcado o início do Movimento Antropofágico, no qual a nossa cultura é deglutida
por outras, que se incorporam a ela, trazendo um novo conceito, mais moderno e diversificado.
O contexto da artista à época mostra bem a imersão nesse período, já que ela utiliza cores fortes e
uma realidade alterada. A obra foi pintada em 1920, época que marcava o fim da República Velha e os
grandes artistas brasileiros estavam buscando um rompimento com o conservadorismo. Tarsila é
um exemplo disso, com a sua crítica social através da pintura.
Estima-se que Abaporu seja a obra de Tarsila de maior valor no mundo e ela é considerada, por
alguns historiadores da arte, como o quadro mais importante pintado no Brasil, chegando até a
influenciar outros pintores, como Romero Brito.

La rentrée - Anita Malfatti


Pintado em 1927, La rentrée (nome em francês, que pode ser traduzido para o português como "o
retorno") marca a época do pós-expressionismo. Na época, Monteiro Lobato fez uma crítica às obras
de alguns pintores, inclusive da artista Anita Malfatti, na qual afirmava que ela estaria desperdiçando
seu talento, já que incorporava o exagero de outros artistas às suas obras.
Embora tenha sido surpreendente para Anita, tal crítica levou a uma reflexão, se não estava realmente
na hora de renovar os conceitos estéticos empregados nas pinturas.
Na obra, é possível reparar um certo exagero, mas já bem contido, representado pelas linhas
sinuosas. No quadro, duas mulheres aparecem dentro de uma casa humilde. A marca registrada da
artista, no entanto, é mantida e pode ser observada pelo uso dos mesmos tons de verde e amarela
que eram empregados há 10 anos da data.
Também trata-se de um período no qual a artista se dedicava mais a pinturas em espaços internos, o
que indicaria uma conexão com o fauvismo e a pintura primitiva. Tal questão mostra ainda a
flexibilidade da artista, que estaria disposta a se reinventar e acompanhar a evolução com a sua obra.
Não é à toa que Anita Malffati é considerada uma das artistas mulheres mais famosas do mundo.

O lavrador de café - Candido Portinari


Essa pintura é uma das mais populares de Candido Portinari. O ano da sua criação é datado de 1939,
período no qual Portinari viveu nos Estados Unidos para estudar sobre arte.
A pintura, em si, é a demonstração de um homem que trabalha na área rural, em uma plantação de
café. Por isso, ele possui uma forte representação em relação à agricultura brasileira e a sua
importância econômica.
Porém, mais do que isso, essa pintura retrata o trabalhador no Brasil. Sendo assim, essa obra é uma
tentativa de Portinari de discutir sobre os problemas sociais do território brasileiro, principalmente em
relação à classe mais baixa.
A imagem de o 'O lavrador de café' apresenta algumas características que chamam atenção: o
trabalhador possui um corpo com "marcas do sol" e braços e pernas musculosos. Além disso, a sua
vestimenta é humilde, e ele carrega uma cesta consigo, retratando o seu trabalho e o seu modo de
vida miserável.
O rosto do lavrador não exprime alegria. Pelo contrário, a sua imagem facial demonstra bastante
cansaço, comprovando como o seu trabalho é "pesado". Sendo assim, pode-se afirmar que essa obra
representa o trabalhador do setor da agricultura no Brasil.
É válido ressaltar que esse é um dos quadros famosos brasileiros que faz parte do expressionismo e
que essa obra encontra-se disponível para observação no MASP (Museu de Arte de São Paulo).
Falando, especificamente de Candido Portinari, podemos citar outras obras desse artista grandioso
para a arte brasileira, como:
● Menino com carneiro (1953);

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● O mestiço (1934);
● Palaninho (1920).
Assim como quadros de Tarsila Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti - ou qualquer outro artista de
nossa lista -, se você tiver a oportunidade de ver os de Portinari, aproveite para deleitar-se em suas
obras primas!

Mulher com galinha - Vicente do Rego Monteiro


Essa obra de arte é datada de 1927. A sua representação é de uma mulher com alguma galinhas (e
uma em seus braços), e o que mais chama atenção são as suas características relacionadas ao
movimento artístico modernista e a sua composição com coloração chamativa.
A 'Mulher com galinha' de Vicente Rego Monteiro representa a mulher nordestina e o amor entre os
seres humanos e os animais. Além disso, essa pintura é repleta de símbolos, uma vez que também
retrata a relação das pessoascom a natureza (em especial, os animais) e a vivência no Nordeste,
região na qual Vicente nasceu.

Independência ou morte - Pedro Américo


Como o nome já diz, esse quadro representa a independência do Brasil. A imagem retrata o exato
instante da independência, o qual D. Pedro proclama a liberdade e autonomia do território brasileiro, o
qual, até então, era dependente de Portugal. No quadro é possível visualizar diversos outros
"participantes" da Proclamação da Independência brasileira, como índios, soldados, entre outros.
Essa obra representa um momento grandioso para o Brasil, e portanto é bastante impactante,
comprovando a sua importância histórica para o país. Além disso, essa pintura salienta a identidade
brasileira e a sua "separação" de Portugal, uma vez que foi pintada em um período no qual o país
buscava exportar essa imagem para o mundo a fim de consolidar a sua independência.
Uma curiosidade interessante é que essa obra foi encomendada em virtude do aniversário da
independência brasileira, de 50 anos. A sua criação é datada de 1888, ou seja, apenas alguns anos
após a independência do Brasil, que ocorreu em 7 de setembro de 1822. É possível ver essa obra no
Museu Paulista, em SP.

A Boba - Anita Malfatti


Essa obra chama atenção pelos elementos de estilo cubista, ou melhor cubo-futuristas, apesar de ser
considerada uma pintura modernista. Essa obra possui cores intensas, como verde, azul, amarelo e
laranja.
A pintura retratada é a imagem de uma mulher, que representa 'A boba'. Ela, por sua vez, demonstra
um sentimento vago, que lembra a anormalidade. Sendo assim, percebe-se que a mulher encontra-se
perdida em seus pensamentos, enquanto está sentada em uma cadeira.
Por conta das cores e técnicas utilizadas, dizem que Anita Malfatti ousou quando pintou 'A Boba'.
Sendo assim, essa obra é um grande marco na carreira profissional da pintora. É possível vê-la no
Museu da Arte Contemporânea, na USP, SP.
É importante ressaltar que Anita Malfatti já pintou também diversos outros quadros magníficos -
inclusive, toda a sua carreira é repleta de sucesso e reconhecimento. Alguns exemplos de quadros
pintados por ela são:
● Samba (1045);
● Tropical (1917);
● A chinesa (1922);
● O homem amarelo (1917).
Então, se você tiver a oportunidade de acompanhar algum dos trabalhos dessa artista, em um museu
ou qualquer galeria, aproveite para vislumbrar seus belos quadros!

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Primeira missa do Brasil - Victor Meirelles
Esse quadro de Victor Meirelles representa a missa realizada pelos portugueses quando chegaram ao
Brasil. Nessa pintura, tem-se Pedro Álvares Cabral, Henrique de Coimbra (padre) outros portugueses
tripulantes que chegaram às terras brasileiras e os indígenas. Estima-se que esse acontecimento tenha
ocorrido em abril de 1500.
Essa pintura chama atenção pelos seus inúmeros detalhes e pelo realismo. Além disso, essa obra é
uma bela representação da natureza brasileira, uma vez que retrata-se o mar brasileiro, a vegetação
nativa do Brasil e o clima tropical.
Nessa obra é possível visualizar diversas representações: a relação de pessoas de diferentes culturas
(os índios e tripulantes portugueses), o processo de catequização indígena e aspectos relacionados à
natureza brasileira. Sendo assim, há diversos aspectos da identidade do Brasil. Dica: é possível
visualizar essa obra no Museu de Belas Artes, no RJ!
Como se pode ver, o Brasil também tem suas obras que se tornaram famosas em todo o país e até
mesmo no mundo. Quando você faz aulas de desenho, é importante estudar também essas questões
históricas, já que, além de servir de inspiração, tais obras também ajudam a conhecer os principais
movimentos artísticos e sua relação com o contexto social no qual vivíamos em cada época.
Além dessas obras pintadas por grandiosos artistas brasileiros, podemos citar diversas outras
pinturas importantes para a arte brasileira, como:
● Coroação de D. Pedro II - Manuel de Araújo;
● Samba - Di Cavalcanti;
● Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro - Oscar Pereira da Silva;
● Morro vermelho - Lasar Segall.
Uma curiosidade interessante é que na Semana Arte Moderna, pintores como Di Cavalcanti, Anita
Malfatti, e diversos outros artistas citados em nosso texto, participaram.
Para ver essas belas obras artísticas, vale a pena visitar os museus brasileiros, apesar de que algumas
pinturas não encontram-se no Brasil - e nem disponíveis para expor ao público, visto que há artes
compradas de "forma particular".
Alguns exemplos de bons museus para visitar são: Museu Ricardo Brennand (Recife - PE), Museu do
Amanhã (Rio de Janeiro - RJ), Pinacoteca (São Paulo - SP), Museu Histórico Nacional (Rio de Janeiro -
RJ) e Museu de Arte de São Paulo - MASP (São Paulo - SP).
É válido ressaltar que a visita a essas obras é uma atividade bastante interessante, uma vez que é
divertido visualizar pinturas grandiosas, e essas nos ajudam a voltar ao passado (como obras que
retratam a história do Brasil), entender os sentimentos humanos, discutir sobre os problemas sociais
ou apenas a vislumbrar algo que nos ensina sobre arte!
Há também muitos artistas da atualidade que têm feito um grande trabalho no setor artístico
brasileiro. Arthur Chaves é um exemplo disso, uma vez que o artista tem realizado exposições
grandiosas mundo afora, Beatriz Milhazes, Sandra Cinto, entre outros.
Portanto, vale a pena conferir, de perto, as exposições desses artistas - e de muitos outros - que têm
como foco levar cultura para o povo brasileiro e a arte brasileira para o mundo inteiro. É importante
ressaltar, também, a questão de que a nossa arte deve ser mais valorizada, inclusive pela própria
população que mora no Brasil!
Se você gostou do post e anda sentindo falta da questão histórica em suas aulas de arte, acesse
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TEXTO 5: 12 GRANDES ARTISTAS BRASILEIROS E SUAS OBRAS ( ícone clicável)

Texto 5: 12 grandes artistas brasileiros e suas obras (FUKS, 2023)

12 grandes artistas brasileiros e suas obras

1. Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral (1886-1973) é considerada uma das maiores pintoras brasileiras. É de autoria dela,
por exemplo, o famoso quadro Abaporu, uma das obras mais importantes da nossa cultura.
A artista plástica, que nasceu no interior de São Paulo (em Capivari), era filha de uma família
tradicional e rica da região, dona de uma série de fazendas.
Apesar de ter nascido no Brasil, Tarsila fez grande parte da sua formação artística na Europa tendo se
mudado para Barcelona aos 16 anos. Além de ter vivido na Espanha, também estudou em Paris, onde
entrou em contato com a arte moderna, que mais tarde ajudou a trazer para o Brasil.
As obras de Tarsila são bastante variadas, mas podemos sublinhar um traço comum que é o desejo
de representar pessoas e paisagens brasileiras. Tarsila foi a pintora de temas tropicais, da área
rural do Brasil, mas também retratou a cidade que se modernizava com as transformações típicas do
processo de industrialização.
A pintora usou muitas vezes nas suas telas as cores da bandeira nacional, além de ilustrar uma série de
personagens folclóricos da nossa cultura como a cuca, por exemplo.
Apesar de ter feito muitos elogios ao nosso país, Tarsila não deixou de fazer também críticas sociais.
Em Abaporu, por exemplo, destacou a desvalorização do trabalho intelectual ao pintar uma pequena
cabeça em oposição aos membros enormes.
Em termos de estilo, Tarsila começou a pintar quadros com inspiração cubista, mas acabou passando
mais tarde a exercitar o estilo mais realista e até experimentou contornos geométricos.
A produção da artista é dividida pelos críticos em três fases bem diferentes: Pau-Brasil, Antropofágica e
Social.

2. Anita Malfatti
Uma das grandes responsáveis pela renovação da pintura no nosso país foi Anita Malfatti (1889-
1964), filha de uma professora de pintura norte-americana com um engenheiro italiano.
Anita, que ficou órfã de pai cedo e precisou se formar professora antes de completar os 18 anos,
começou a fazer os seus primeiros trabalhos com as artes plásticas influenciada pela mãe.
Aos 21 anos a moça foi viver em Berlim, patrocinada por um tio, onde desenvolveu o seu talento ao
frequentar a Academia Imperial de Belas Artes. Foi na Europa que Anita conheceu o cubismo e o
expressionismo, que influenciaram a sua arte.
Além da Alemanha, a pintora também estudou em Nova Iorque e em Paris. Quando regressou ao
Brasil, estreou em 1914, reunindo muitos amigos importantes no meio artístico como Di Cavalcanti.
Anita se tornou um dos grandes nomes da pintura moderna reunindo elogios, mas também críticas
como as feitas por Monteiro Lobato.
A boba, um dos seus quadros mais famosos, foi pintado entre 1915 e 1916 e apresenta elementos
cubistas e futuristas. Feito com pinceladas largas, o quadro tem um fundo abstrato e conta com muita
influência do expressionismo por fazer uso do contraste entre as cores e valorizar uma personagem
solitária, possivelmente angustiada.
Anita foi revolucionária no Brasil - e também muito criticada - ao abandonar o realismo e destacar nas
suas obras traços que considerava serem os mais expressivos mesmo que, para isso, precisasse se
distanciar da realidade e usar cores inesperadas.

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A pintora se interessava especialmente por temas cotidianos, muitas vezes do seu universo pessoal,
e não achava que precisava ser refém de um compromisso com o real. O seu trabalho quebrou com o
rigor acadêmico que reinava na sua geração e nas anteriores.

3. Adriana Varejão
Adriana Varejão (1964) é um dos maiores nomes das artes plásticas contemporânea com trabalhos não
só de pintura, mas também de escultura, fotografia e instalação.
Nascida no Rio de Janeiro, a jovem cursou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1983 e abriu
logo o seu primeiro ateliê na zona sul do Rio de Janeiro.
Ainda no princípio da carreira, Adriana viajou para os Estados Unidos onde desenvolveu bastante a sua
linguagem pessoal. Premiada no Brasil e no exterior, a artista vem criando variadas obras que
passeiam por diferentes estilos e meios.
O trabalho Ruínas de carne é um exemplo de muito do que se encontra na obra da artista: peças que
trabalham com a ideia daquilo que sobra (os restos), da violência, do canibalismo, da destruição, da
história e do monumento. Há também muita influência do barroco nas suas criações pela presença
de azulejos, que viraram uma espécie de marca registrada da artista.
Hoje em dia já é possível encontrar os seus trabalhos em grandes centros como Londres (Tate
Modern), Nova Iorque (Guggenheim) e Tokyo (Hara Museum). No Brasil, grande parte das suas peças
estão no Centro Inhotim de Arte Contemporânea, em Minas Gerais.

4. Vik Muniz
Nascido em São Paulo, Vik Muniz (1961) fez a carreira nos Estados Unidos e ficou conhecido por usar
nos seus trabalhos materiais incomuns e cotidianos como geleia e creme de amendoim.
Formado em publicidade, o jovem foi para os Estados Unidos tentar a vida quando tinha 22 anos.
Além dos trabalhos onde recria imagens famosas como a Mona Lisa ou retratos de Freud e Che
Guevara, Vik Muniz também desenvolve um trabalho 100% original a partir de materiais
inesperados.
O maior traço característico do trabalho de Vik Muniz é a composição a partir de materiais perecíveis e
normalmente não utilizados no meio artístico como ketchup, açúcar, feijão, café e sucata. Há também
uma forte consciência social nas suas criações, o artista é um provocador que deseja convocar o seu
público a pensar.
Vik Muniz procura, através das suas obras, chamar a atenção tanto para os problemas sociais como
ambientais do nosso tempo. Um dos seus trabalhos mais famosos ficou registrado no documentário
Lixo extraordinário (2010).

5. Hélio Oiticica
Mais conhecido pelas suas performances, o carioca Hélio Oiticica (1937-1980) também deixou o seu
nome inscrito nas artes plásticas em obras ligadas a pintura e a escultura.
Uma referência da arte concreta, Oiticica aprendeu as suas primeiras lições de artes em casa, com o
pai, que era fotógrafo e pintor.
Hélio começou a fazer as suas primeiras exposições no princípio dos anos 50 e, nessa mesma década,
se reuniu com outros Neoconcretos como Lygia Clark e Ferreira Gullar.
Assim como os colegas, Oiticica acreditava que o público fazia parte da obra artística, e era natural
que pudesse sentir a peça, tocar, usar ou mesmo cheirar a criação do artista.
Parangolé, o seu trabalho mais conhecido, consistia em capas muito coloridas que eram vestidas pelo
público. A ideia era que, ao dançarem com ela, as capas fizessem um movimento libertador.

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6. Beatriz Milhazes
A carioca Beatriz Milhazes (1960) é conhecida por seus quadros coloridos, abstratos, repletos de
formas geométricas, além de frequentemente utilizar arabescos e flores.
Beatriz Milhazes não faz só pintura, também cria gravuras, colagens, ilustrações, instalações e cenários
(muitos para a irmã, Márcia, que está a frente de uma companhia de dança).
Formada em Comunicação Social, a artista plástica começou a criar quando se inscreveu na Escola de
Artes Visuais do Parque Lage.
O sucesso nacional veio a partir de 1984, quando participou de uma exposição dedicada à geração de
80 no Parque Lage. Mais tarde, Beatriz também fez parte das bienais de Veneza (2003), São Paulo
(1998 e 2004) e Shangai (2006). A partir de então a artista plástica conseguiu divulgar cada vez mais
os seus quadros contando atualmente com uma série de peças em importantes museus internacionais
como o MoMa, o Metropolitan, a Fondation Cartier e o Guggenheim.
Em Beleza pura (2006) vemos uma pequena amostra do seu trabalho. O quadro é carregado de
elementos geométricos e muita cor. A tela, de dimensões grandes, permite múltiplas leituras e é rica
em detalhes que ajudam a compor um todo intenso, repleto de informações.
As telas de Beatriz Milhazes são, de modo geral, marcadas pela estética do barroco, pelo excesso de
elementos, pelos ornamentos que impactam o espectador.

7. Lygia Clark
Uma das artistas plásticas mais inovadoras do Brasil foi a mineira Lygia Clark (1920-1988), que criou o
seu trabalho baseado numa arte sensorial e interativa.
Lygia queria que os espectadores interagissem com as obras criadas por ela e que fossem capazes de
experimentar as várias formas dos seus trabalhos, como é o caso das peças criadas para a série Os
Bichos (1960). As esculturas metálicas geométricas são articuladas e permitem diversas montagens
diferentes.
Os Bichos, série mais famosa da artista plástica, fizeram com que Lygia recebesse o prêmio de melhor
escultura nacional durante a VI Bienal de São Paulo.
Lygia Clark, que fez parte do neoconcretismo, acreditava numa arte inclusiva, que convidasse o
público a manipular as peças.

8. Candido Portinari
O pintor, gravador e ilustrador Candido Portinari (1903-1962) é o nome por trás de algumas das obras
mais famosas das artes plásticas brasileira como, por exemplo, o quadro Café (1935).
Engajado politicamente, o pintor usava muitas vezes as suas telas para retratar as dificuldades
enfrentadas pelos brasileiros no dia a dia.
Na tela Café vemos um período áureo do Brasil em contraste com as condições de trabalho pesadas
enfrentadas por homens e mulheres envolvidos no cafezal. Repare como os membros dos
trabalhadores estão desproporcionais, sublinhando o trabalho braçal.
A tela que mencionamos esteve na Exposição Internacional de Arte Moderna em Nova Iorque e foi a
primeira a dar um prêmio internacional ao pintor.
Portinari foi um porta-voz das injustiças sociais e procurou divulgar um Brasil marcado pela
desigualdade usando o pincel e as telas.

9. Di Cavalcanti
O artista modernista Di Cavalcanti (1897-1976) foi um mestre na pintura dos retratos da cultura
brasileira e do dia a dia do nosso povo.

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A tela Samba (1925) é um bom exemplo do trabalho do pintor, que usava muitas cores e fazia questão
de pintar corpos com muitas curvas. Os trabalhos de Di Cavalcanti são especialmente marcados pela
presença de pessoas, que interagem umas com as outras de modo sensual e/ou amoroso.
Na tela Samba vemos uma série de personagens típicos da nossa cultura representados como o
homem com o cavaquinho (fazendo menção a boemia) e as mulheres com os seios a mostra,
lembrando a sensualidade que aflora especialmente no período do carnaval.
Outros temas recorrentes que Di Cavalcanti pintou ao longo da vida foram as favelas, os trabalhadores,
as negras e as festas populares.
Di Cavalcanti foi um nome importante da Semana de Arte Moderna tendo, inclusive, ilustrado o cartaz e
o catálogo do evento. O artista esteve envolvido, ao lado de outros colegas modernistas, no processo
de renovação das artes plásticas no Brasil.

10. Lasar Segall


Nascido na Lituânia, Lasar Segall (1891-1957) veio para o Brasil pela primeira vez em 1923, visitar a
família e, no mesmo ano, resolveu se estabelecer em São Paulo definitivamente.
O pintor, escultor, gravador e desenhista era judeu e encontrou no Brasil um porto seguro longe de
uma Europa conturbada.
Os seus trabalhos eram marcados pela estética moderna e beberam muito das vanguardas
europeias.
Entre os seus temas mais frequentes estavam a emigração, os marginalizados e as paisagens tropicais
que encontrou no Brasil. Eram preocupações evidentes de Segall, que transpareciam nas suas telas, a
desigualdade social, a violência e a pobreza.
Em Perfil de Zulmira (1928) vemos o retrato de uma mulher com um fundo abstrato, geométrico. Na
tela é possível notar influências cubistas e modernistas tanto no fundo do quadro quando nos
contornos da personagem principal. Esses traços eram muito presentes nos pintores brasileiros da
geração modernista.

11. Alfredo Volpi


Conhecido como o mestre das bandeirinhas, Alfredo Volpi (1896-1988) foi um artista que se destacou
na Segunda Geração de Arte Moderna.
Muitas das suas telas carregam bandeirinhas e imagens típicas da cultura brasileira como, por
exemplo, a sereia.
No quadro Sereia (1960) vemos a personagem do folclore nacional retratada com contornos simples,
num exercício aparentemente infantil. Nesse quadro especificamente, Volpi não faz uso de muitas
cores, ficando apenas com tons de azul, verde, preto e branco. Mas em muitos dos seus trabalhos há
um uso de cores mais variadas.
Apesar de ter nascido na Toscana (Itália), Volpi veio para o Brasil com um ano e meio de idade ao lado
dos pais. Em 1911, começou a pintar painéis e murais nas mansões de São Paulo e logo passou para os
quadros.
O reconhecimento como grande pintor só veio em 1940, depois de vencer um concurso do IPHAN.

12. Romero Britto


O pintor contemporâneo brasileiro mais popular é, sem dúvida, Romero Britto (1963). O brasileiro que
saiu do Recife fez carreira nos Estados Unidos, onde até hoje se encontra vivendo em Miami.
Com um inconfundível estilo colorido e neocubista pop, o artista, que se inspira em Picasso, possui
obras espalhadas por uma série de países do mundo como Suíça, Israel e França.
Além dos quadros, Romero Britto também faz instalações e esculturas em espaços públicos e

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particulares.
O estilo do pernambucano é caracterizado pelas cores vibrantes, pelas formas geométricas e
assimétricas e por ser uma arte de fácil entendimento do grande público - como se pode notar a
partir de Heart kids.

TEXTO 6: 12 ARTISTAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS QUE VOCÊ PRECISA CONHECER


( ícone clicável)

Texto 6: 12 artistas brasileiros contemporâneos que você precisa conhecer (Equipe…, 2022)

12 artistas brasileiros contemporâneos que você precisa conhecer

Há uma tendência dominante na cena artística contemporânea em expansão no Brasil.


A efervescência cultural da década de 50 começou a questionar a sociedade do pós-guerra, rebelando-
se contra o estilo de vida difundido no cinema, na moda, televisão e literatura. Os artistas brasileiros
contemporâneos seguiram com esse ideal questionador de valores e padrões.

Há uma tendência dominante na cena artística contemporânea em expansão no Brasil. De fato, é um


lugar muito particular, maduro, com material e inspiração para a experimentação artística. Por isso,
separamos uma lista com 12 dos principais artistas brasileiros nesse segmento da arte.

Lenora de Barros
São Paulo, 1953. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representada pelas galerias: Gomide & Co e Alban
Lenora de Barros é formada em Linguística pela USP e iniciou sua trajetória artística na década de
1970. Suas primeiras obras podem ser colocadas no campo da “poesia visual”.
Lenora construiu uma poética marcada pelo uso de vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e
construção de objetos.
Sua obra faz parte de importantes coleções no Brasil e em diversos países, entre elas a do Hammer
Museum (CA, EUA), Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona (Espanha), Daros Latinamerica
Collection (Suíça), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Espanha), MAM-SP e Pinacoteca do
Estado de São Paulo.
Em 2022, Lenora foi uma das artistas convidadas para a 59ª Bienal de Veneza – The Milk of Dreams,
além de inaugurar a exposição individual na Pinacoteca da Luz “Lenora de Barros: minha língua”.

Cildo Meireles
Rio de Janeiro, 1948. Vive e trabalha em Rio de Janeiro – RJ.
Representado pelas galerias: Luisa Strina, Mercedes Viegas, Mul.ti.plo, Almeida & Dale e Paulo
Kuczynski Escritório de Arte.
Cildo Meireles estudou na Fundação Cultural do Distrito Federal e na Escola Nacional de Belas Artes,
no Rio de Janeiro. Seu trabalho apresenta um interesse profundo na relação entre o sensorial e o
cerebral, o corpo e a mente, visto agora como uma das características definidoras da vanguarda
brasileira pós-guerra, dos quais Meireles surgiu com seus primeiros trabalhos no final da década de
1960.
A obra de Meireles foi exposta no mundo todo, incluindo as 37ª, 50ª, 51ª e 53ª Bienais de Veneza; as
16ª, 20ª, 24ª e 29ª Bienais de São Paulo; as 6ª e 8ª Bienais de Istambul; as 1ª e 6ª Bienais do
Mercosul; o Festival Internacional de Arte de Lofoten, Noruega; a Bienal de Liverpool de 2004, e a

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Documenta de Kassel, em 1992 e 2002. Em 2009, a Tate Modern apresentou uma exposição
retrospectiva de seu trabalho.
Suas instalações trazem claras denúncias políticas, como em Desvio para o Vermelho I, II e III,
apresentadas pela primeira vez no MAM/RJ, em 1967 e que atualmente faz parte do acervo do Museu
do Inhotim. As obras Árvore do Dinheiro (1969), Introdução a uma Nova Crítica (1970) e O Sermão da
Montanha: Fiat Lux (1973) seguem, também, essa narrativa.

Beatriz Milhazes
Rio de Janeiro – RJ, 1960. Vive e trabalha no Rio de Janeiro – RJ.
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale e Arte 57
Figura decisiva da arte brasileira contemporânea, Beatriz Milhazes desenvolve, há mais de três
décadas, uma produção no campo da pintura que se desdobra em suportes correlatos – colagens,
gravuras, esculturas e tapeçarias.
Com formação artística pelo EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, o pensamento pictórico da artista
ocupa o espaço em cores e movimento, dando forma a uma linguagem decorativa. Seus planos
sintetizam elementos típicos da cultura popular brasileira – da exuberância do carnaval à riqueza da
flora tropical.
Desde os anos de 1990, Milhazes tem se destacado em mostras internacionais nos Estados Unidos e
na Europa. Integra acervos de museus como o Museu de Arte Moderna (MoMa), o Museu Solomon R.
Guggenheim, The Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York, Museu de Arte Reina Sofia, em
Madri; entre outros. Seus quadros bateram o recorde de vendas de obras brasileiras no leilão da
Sotheby’s, em Nova York.

Sandra Cinto
Santo André-SP, 1968. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representada pelas galerias: Casa Triângulo, Carbono, Arte 57 e Almeida & Dale.
A artista estudou nas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. Os desenhos de Sandra Cinto geralmente
têm grandes formatos e encontram-se em suportes incomuns, como madeira. Neles, são frequentes
elementos de forte carga simbólica, como escadas, pontes, abismos, candelabros e árvores secas.
Em seus objetos, instalações e assemblages, Sandra Cinto também trabalha com a apropriação de
imagens, como fotografias documentais, jornalísticas ou de sua coleção particular, incluindo suas
próprias fotos de infância.
Em 1997, Sandra Cinto participou da Feira Internacional de Arte Contemporânea, em Madri. Em 2005,
recebeu o Prêmio Residência da Civitella Foundation, em Umbertide, Itália. Ganhou diversas
exposições coletivas e individuais, como o Museu de Arte Moderna (MAM) na Oca e Construção em
2006; e A Cor da Água, em 2010. Sua obra está exposta em coleções como a do Museu de Arte
Moderna de São Paulo (MAM/SP), Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, e na Fundação
ARCO, na Espanha.

Iran do Espírito Santo


Mococa-SP, 1963. Vive e trabalha em São Paulo – SP.
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, 55SP, Almeida & Dale e Arte 57.
A prática multidisciplinar de Iran do Espírito Santo envolve principalmente escultura, desenho e
instalação. Formado na FAAP, o artista investiga o espaço entre concreto e abstrato, questionando os
limites da representação visual e os hábitos perceptivos típicos do regime óptico contemporâneo, que
tende a favorecer o espetacular e o excessivo em lugar do corriqueiro ou do comum.
Espírito Santo mantém um diálogo com a tradição vanguardista brasileira, de nomes como Regina

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Silveira e Waltercio Caldas, aliada aos procedimentos de serialização e formatos anônimos
empregados pelo minimalismo. O seu procedimento sempre tenciona o projeto e sua realização, e o
aspecto pré-fabricado de muitos de seus objetos evocam a composição diagramada do design
industrial.
Iran do Espírito Santo foi artista residente do Tamarind Institute, nos EUA. Em 2007, ganhou uma
mostra em sua homenagem organizada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, em parceria com o
Museo Nazionale delle Arti del XXI Secolo (MAXXI/Roma) e pelo Irish Museum of Modern Art (IMMA
/Dublin).Também atua como ilustrador e artista gráfico.

Adriana Varejão
Rio de Janeiro-RJ, 1964. Vive e trabalha em Rio de Janeiro-RJ.
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale e Paulo Kuczynski Escritório de
Arte.
Com formação artística pelo EAV Parque Lage, Adriana Varejão trabalha com pintura, instalação e
escultura. Sua obra é abertamente política e entretém constantemente um diálogo com a história
colonial e pós-colonial do Brasil. Seu interesse pelo azulejo e seu legado como metáfora da
miscigenação cultural é elemento central de seu corpo de trabalho.
Em 2022, as obras de Adriana Varejão ocuparam todas as salas da Pinacoteca e foi uma das
exposições mais comentadas de 2022. Nas últimas décadas, a projeção que alcançou lhe rendeu a
participação em exposições nacionais e internacionais, como Bienal de São Paulo, Tate Modern em
Londres e MoMA em Nova York.
Suas obras encontram-se em coleções de instituições como Metropolitan Museum of Art (MoMA), Nova
York; Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York; Tate Modern, Londres; Fondation Cartier pour
l’art Contemporain, Paris; Inhotim Centro de Arte Contemporânea, Brumadinho; Museu de Arte
Moderna de São Paulo e o Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro.

Cao Guimarães
Belo Horizonte-MG, 1965. Vive e trabalha em Belo Horizonte-MG.
Representado pela galeria Nara Roesler.
Cao Guimarães estudou na Universidade de Westminster, no Reino Unido. Seus trabalhos são peças
audiovisuais expandidas, frequentemente estabelecidas no trânsito entre a película, a partir do uso de
Super-8, e o vídeo. Desse modo, sua obra constrói fortes conexões com as artes visuais, sem,
contudo, filiar-se de modo determinante a nenhum grupo ou vertente específica.
Seja capturando a utopia inóspita de Brasília, formigas carregando confetes no fim do carnaval, ou
bolhas de sabão flutuando pelos corredores de uma casa vazia, seus trabalhos expandem a ideia e o
vocabulário da forma documental através dos meios utilizados.
Seus filmes foram exibidos em inúmeros festivais, no Brasil e no exterior, tais como Berlin
International Film Festival (2014); Sundance Film Festival (2007); Cannes Film Festival (2005);
Rotterdam International Film Festival (2005, 2007 e 2008), entre outros. A obra de Guimarães está
representada internacionalmente em museus e coleções privadas, incluindo: Fondation Cartier Pour
L’art Contemporain, Paris, França; Tate Modern, Londres, Reino Unido; Guggenheim Museum, Nova
York, EUA; Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museum of Moderm Art (MoMA),
Nova York, EUA.

Lucia Koch
Porto Alegre – RS, 1966. Vive e trabalha em São Paulo-SP.
Representada pelas galerias: Nara Roesler e Carbono.
O trabalho de Lucia Koch investiga questões relativas ao espaço e propõe novas formas de

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experienciá-lo.
A artista estabelece um intenso diálogo com a arquitetura – tanto pelo modo como suas obras
interferem nos lugares onde são instaladas quanto pela criação de espaços imaginários a partir de
objetos banais, o que desafia e reorienta a percepção do espectador.
Suas obras integram numerosas coleções, como: Musée d’Art Contemporain de Lyon, na França;
Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, Brasil; Museum of Contemporary Art San Diego, San
Diego, EUA; The J. Paul Getty Museum, Los Angeles, EUA; além da Pinacoteca do Estado de São
Paulo, em São Paulo, Brasil.

Vik Muniz
São Paulo- SP, 1961. Vive e trabalha em New York – EUA e no Rio de Janeiro – RJ. Representado pela
galeria Nara Roesler
Formado pela FAAP, Vik Muniz questiona os limites da representação. Apropriando-se de matérias-
primas como algodão, açúcar, chocolate e até lixo, o artista meticulosamente compõe paisagens,
retratos e imagens icônicas retiradas da história da arte e do imaginário da cultura visual ocidental,
propondo outros significados para esses materiais e para as representações criadas.
O artista ganhou notoriedade mundial por suas fotografias que incorporam materiais recicláveis à arte.
Ele subverte o tamanho das obras, aumentando ou reduzindo, tornando impossível saber quais são as
dimensões originais.
Suas obras integram acervos como os do Centre Georges Pompidou, Paris, França; Guggenheim
Museum, Nova York, Estados Unidos; Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (MNCARS), Madri,
Espanha; The Tate Gallery, Londres, Reino Unido; entre outros.

Rosana Paulino
São Paulo-SP, 1967. Vive e trabalha em São Paulo-SP.
Representada pela galeria Mendes Wood DM
Formada pela USP, Rosana Paulino desenvolve um trabalho centrado em torno de questões sociais,
étnicas e de gênero, concentrando-se em particular nas mulheres negras da sociedade brasileira e nos
vários tipos de violência sofridos por esta população devido ao racismo e ao legado duradouro da
escravatura.
Paulino explora o impacto da memória nas construções psicossociais, introduzindo diferentes
referências que intersectam a história pessoal da artista com a história fenomenológica do Brasil, tal
como foi construída no passado e ainda persiste até hoje.
A sua pesquisa inclui a construção de mitos – não só como pilares estéticos mas também como
influenciadores psíquicos.
Em 2022, Rosana Paulino participou da 59th Bienal de Veneza, com curadoria de Cecilia Alemani.

Ernesto Neto
Rio de Janeiro-RJ, 1964. Vive e trabalha em Rio de Janeiro-RJ.
Representado pelas galerias: Fortes d’aloia Gabriel, Almeida & Dale, Arte 57, Mercedes Viegas e Paulo
Kuczynski Escritório de Arte
Ernesto Neto estudou artes no EAV Parque Lage. Seu trabalho envolve principalmente instalações e
esculturas e mantém um diálogo longevo com as interações espaciais promovidas pela arquitetura. O
procedimento arquitetônico de Neto não ergue paredes ou bloqueios, mas erige membranas e peles,
redes e invólucros. Há embutido nos seus espaços uma relação com a natureza, seja nas formas
orgânicas que as estruturas assumem, seja no acolhimento que as instalações permitem.
Em 2019, a Pinacoteca do Estado de São Paulo apresentou uma grande mostra dedicada à sua obra.

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Os espaços de Ernesto Neto, que são percorridos, atravessados, habitados, também remetem aos
penetráveis de Oiticica, precursores de seus ambientes plurisensoriais. As redes, material central na
sua obra, permitem envolver, abarcar, pendurar, mas também são uma estrutura para deitar, uma
ferramenta do descanso, da preguiça e da contemplação.

Saint Clair Cemin


Cruz Alta-RS, 1951. Vive e trabalha entre Paris e Nova York.
Representado pela galeria Millan
Saint Clair estudou gravura na École des Beaux-Arts, além de ter vivido em Nova York nos anos 70,
onde se aproximou da cena artística local, lhe proporcionando encontros importantes para sua
formação. Na década de 1990, ganha destaque no circuito artístico como escultor.
Cemin realiza esculturas em diversos materiais, como bronze, aço, vidro e mármore em obras que
variam de pequenas a grandes dimensões. Combinando referências da estatuária grega antiga, do Art
Nouveau e do Surrealismo a formas incorporadas de objetos cotidianos, muitos de seus trabalhos
tensionam as noções de uso e função.
Cemin já desenvolveu diversos projetos de arte pública, entre eles na cidade de Reston, Virginia, e na
Broadway, em Nova York, bem como elaborou as peças de decoração em bronze do Musée de la
chasse et de la nature, em Paris.

TEXTO 7: ARTISTAS PLÁSTICOS DE MINAS GERAIS ( ícone clicável)

Texto 7: Artistas Plásticos de Minas Gerais (Artistas, 2022)


Nessa indicação tem uma lista de artistas mineiros. Para cada artista tem um link diferente.

TEXTO 8: ESCULTORES DE MINAS GERAIS ( ícone clicável)

Texto 8: Escultores de Minas Gerais (Escultores, 2022)


Nessa indicação tem uma lista de artistas mineiros. Para cada artista tem um link diferente.

TEXTO 9: A GALERIA PONTES ( ícone clicável)

Texto 9: A Galeria Pontes (Pontes, 2020)


Essa indicação é uma galeria de arte online dedicada à arte popular brasileira com obras de autores de várias
regiões.

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TEXTO 10: TRÊS MINEIROS UNIVERSAIS ( ícone clicável)

Texto 10: Três mineiros universais (PERKTOLD, [2023])

Três mineiros universais

Inimá de Paula viveu intensamente os últimos setenta anos de sua vida e do século XX como pintor e
foi sempre colocado em lista dos mais consagrados artistas brasileiros. Ao falecer, em 1999, aos 81
anos de idade, deixou legado primoroso de pouco menos de cinco mil quadros a óleo, acrescidos de
desenhos e aquarelas a representar a sua origem nas paisagens rurais mineiras, além de percorrer as
naturezas mortas, flores e cenas urbanas do Rio, Belo Horizonte e cidades históricas de Minas.
Confirmava seu talento nos retratos dos amigos ou de encomenda e nos autorretratos; estes, a
representar cada passagem de sua vida, como se estivesse escrevendo sua autobiografia com as cores
nos suportes. É acervo que honra o Brasil e Minas, em particular.
Inimá nasceu em 7 de dezembro de 1918, em Itanhomim, pequena cidade no interior do nosso
Estado, mas cedo sua família mudou para Vitória, Espírito Santo, onde o pai, depois da falência de seu
negócio de secos e molhados, se tornou fotógrafo, numa época em que a atividade era mistério para
poucos iniciados. Foi com ele que Inimá aprendeu a retocar as fotografias dos clientes paternos, algo
que lhe deu a desenvoltura para ser retratista a óleo anos depois. Foi também com o pai e com as
reproduções de pintura europeias vistas em raros livros em preto e branco, comprados onde e quando
era possível encontra-los, que Inimá compreendeu o que é uma composição equilibrada, com ritmo e
tensão, e entendeu a importância do número de ouro neste conjunto, algo que, já idoso e
lamentando, imaginava superado pela nova geração. Viveu em várias cidades do Brasil, convivendo
com colegas de paletas como Antonio Bandeira, Aldemir Martins, Flávio Shiró, Kaminagai e outros. As
cidades de fortaleza e Rio foram fundamentais no aprendizado e na consolidação de amizades a durar
para sempre, mas Belo Horizonte era onde ele se sentia em casa, cercado por familiares, pelos
admiradores, pelos amigos, e amparado pela consagração nacional.
Seu caminho de grande artista é cheio de vicissitudes pessoais e objetivas. Elas começaram na morte
do pai em 1935. Foi e é duro golpe para qualquer adolescente ser órfão aos 17 anos de idade, mas,
jovem guerreiro da vida, hábil na técnica do desenho, começando a ter intimidade com as cores e
autodidata talentoso, percorreu tenazmente o seu desejo de ser pintor. Em pouco tempo era artista.
Treze anos depois do falecimento do pai, em 1948, já se havia profissionalizado e percorrido rota tão
brilhante, que foi apresentado por Portinari, na sua exposição no Instituto dos Arquitetos do Brasil, no
Rio. A garantia oferecida na apresentação era um aval que Portinari daria somente para aqueles em
quem percebesse talento e garra pessoais, capazes de expor com brilhantismo, no futuro. Portinari era
então, como é até hoje, o mais consagrado artista brasileiro. O embaixador Josias Leão, amigo e
admirador do jovem Inimá, o apresentou ao muralista, que imediatamente endossou a opinião do
diplomata. Ambos sabiam que mostravam ao Brasil um pintor brilhante e que, aos trinta anos de
idade, trazia pintura de quem percorria caminho reservado aos escolhidos de Deus. Brilhantismo que
foi merecedor de vários prêmios de pintura ao longo de sua vida, inclusive o de viagem ao exterior
vivendo em Paris como aluno de André Lhote.
Leo Christiano Editorial Ltda publicou, em 1987, “Inimá”, o primeiro livro dedicado aos trabalhos do
pintor de Itanhomim. É um volume primoroso pela qualidade gráfica, pela seleção de obras
representativas de sua trajetória, e uma homenagem que o editor prestava aos então setenta anos de
vida do pintor. O texto de Frederico Morais – também mineiro, que desde os anos 1960 vive no Rio,
onde exerce jornalismo, curadorias diversas e crítica de arte – enriquece o livro. Além da amizade que
os unia, havia em Inimá, e há em Morais, a vantagem de ambos terem conhecido literalmente todo
mundo no métier artístico brasileiro do século XX. O privilégio dessa vivência, além do talento de
ambos, e os conhecimentos sobre a nossa história da arte garantiram a Inimá a convivência com
artistas tão talentosos quanto ele próprio; e a Frederico, o acervo intelectual necessário para escrever
não somente o volume editado por Leo Christiano, mas centenas de outros, sobre arte e artista
brasileiros. O texto é biográfico, didático e crítico, explicando com clareza por que Inimá foi é

102
importante para Minas e para o Brasil.
Inimá foi paisagista pictórico e é com esse tema que o leitor encontrará o melhor de sua produção.
Qualquer cena majestosa, pitoresca, humilde ou devastada se transformava em peça de cores
exuberantes de um mestre fauvista que lidava com elas com intimidade de amante. Todo artista tem o
raro privilégio de trabalhar naquilo que ama, por isso, a maioria não se cansa de produzir prazer para
os espectadores e para si. Inimá trabalhou, produziu, e teve consciência da importância de sua
contribuição para o acervo intelectual do país. Mas nunca se arvorou em se chamar de “artista” ou se
colocou com arrogância no que fazia. Pelo contrário. Colocava-se em posição de gente comum,
atribuindo-se a si mesmo uma importância menor que efetivamente tinha. Apesar de valorizado
pessoalmente, durante a maior parte de sua vida, recebeu de seu país menos do que merecia. Artistas
como Inimá deveriam ser louvados diariamente. Seu início de carreira, como, de resto, de todos os
artistas de sua geração, foi marcado por uma época na qual o Brasil vivia em busca de preencher
necessidades vitais e a arte, como se sabe, está no nível de desejo. Chegar a este, nacional ou
individualmente, significa ter superado aquele. Para que isso ocorresse, ao longo das décadas do
século passado, o país cresceu na sua economia e na vida intelectual, fazendo surgir estratificações
sociais capazes de entender a dimensão da arte como investimento no desenvolvimento próprio e dos
filhos, apreciá-la a ponto de frequentar museus, galerias e leilões, desejar coleciona-la e chegar a não
poder viver ser ela, como se cada peça da pinacoteca pessoal ou institucional fosse uma amante de
um harém sem preferida.
Na página 20 do livro “Inimá” há um retrato, de 1937, do artista aos 19 anos de idade. Ele está ao
lado de um dos seus trabalhos no cavalete. A cena deveria ser de contentamento pelo êxito de algum
evento, mas nela o jovem pintor de paletó e gravata exibe um olhar melancólico e triste. Numa leitura
atenta desta primeira foto, ele, jovem demais e vivendo num país onde se valorizavam pouco as
coisas do espírito, parece transmitir a tristeza de um saber não sabido, inconsciente, de alguém que
sentia a sua alma mergulhada num passado que não compreendia – e o seu futuro como artista
definitivo estava longe demais.
Na abertura do primeiro volume das Obras Catalogadas de Inimá de Paula (Fundação Inimá de Paula,
2002), há duas outras fotografias do pintor. Na primeira ele está com o fusain nas mãos e, com
certeza, esboçava uma obra. É uma foto em preto e branco e deve ser do final dos anos 1960 ou
princípio da década de 1970, período muito produtivo e de alta qualidade do pintor. Nela e naquele
momento ele é um homem forte, expõe sua vitalidade para o trabalho e seus poucos cabelos brancos
da barba nos fazem imaginá-lo alguém em torno de 55 anos. Seus olhos contêm grande parcela
daquele olhar do jovem de dezenove anos, possível retrato de sua alma angustiada por algo interno e
que lhe era incompreensível. Na segunda deste volume, a cores, ele aparece com paleta e pincéis nas
mãos, informando ao espectador que trabalhava no quadro pintado com suas cores preferidas e
visíveis no fundo da imagem. A foto, pela boa impressão gráfica e pelo sentimento nela registrado, é
uma espécie de fechamento da biografia pictórica do artista fauvista. Ela foi clicada um ano antes de
sua morte.
Entre as três fotos, há evidentes diferenças físicas, não apenas pela objetividade da vida, mas pela
doença que, nos últimos anos, o havia marcado. Nesta última, a sua barba é toda branca e os cabelos
são ralos, apresentando acentuada calvície. O leitor interessado e atento perceberá que nas três há
um denominador comum: o olhar de sempre do jovem que desde cedo fez perguntas sobre tormentos
internos – e que estavam externadas no seu jeito taciturno, retraído e tímido. As perguntas – nunca
respondidas, mas sempre demonstradoras de sua angústia – produziram reação formativa na sua bela
produção e na essência do seu inesgotável talento. Vistas hoje, suas obras com cores vivas e a sua
própria biografia estavam perto demais dele mesmo para que ele entendesse que as respostas
estavam nos seus próprios trabalhos. É possível que todos nós tenhamos perguntas semelhantes no
nosso inconsciente, essa “caixa-preta” que credita e debita os nossos desejos, ao longo da vida. É
dentro desse postulado freudiano que encontramos ambas, perguntas e respostas, e é inútil
procurarmos fora. Para que Inimá formulasse para si a pergunta contida do seu olhar e de tal forma
que ele recebesse a resposta, seria preciso que o pintor tomasse certa distância emocional do que
vivia e sentia. Não conseguiu. Sorte dele, maior ainda aquela do Brasil. Dessa forma o brilhante artista

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mineiro viveu a sua produtiva perplexidade. Talvez seja semelhante àquela que muitos de nós temos,
mas, sem talento, não embalamos nela nossa produção profissional e não a expomos nem mesmo
para implacáveis câmeras fotográficas.
Para parte de seus amigos e dos muito admiradores que o conheceram pessoalmente, essas reflexões
podem soar como invenção literária. Não são. Em suas pinturas sempre houve uma contradição entre
a alegria de suas telas e a tristeza de seus olhos. A sua exposição de 1968, na Galeria Guignard, em
Belo Horizonte, então dirigida por Sálvio de Oliveira é, até o momento do nascimento deste texto, uma
das mais belas exposições brasileiras e foi a mais provável resposta à pergunta que ficava dentro de
sua alma de mineiro talentoso, pelo primoroso desenho, pela força das cores aplicadas aos suportes e
pela capacidade de transformar qualquer paisagem, flores, frutas, cenas marítimas, figuras humanas
ou abstratos em obras que, num relance, nos aprisionam, levando-nos da admiração ao desejo de
possuí-las e as vermos diariamente, como se fossem amados integrantes da família.
Toda essa descrição de sua arte o leitor poderá comprovar no livro editado por Leo Christiano, em
1987, e nos dois volumes editados em 2002 e 2006 pela Fundação Inimá de Paula, sediada em Belo
Horizonte, contendo suas obras ali registradas por colecionadores particulares e instituições públicas.
Os livros da Fundação devem ser consultados sempre que se quiser obter imagens de um pintor
mineiro que, pelo talento, se tornou universal, transformando suportes e cores em objetos de desejo e
arte. Os volumes contêm centenas de reproduções de boa qualidade, distribuídas de acordo com cada
temas. Se, num exercício imaginário, suas obras desaparecessem e ficassem somente os três volumes,
eles garantiriam a imortalidade do artista. Essas edições são fundamentais para a compreensão de
trajetória de Inimá, uma vez que sua produção está dispersa em coleções particulares e museus, pelo
Brasil afora. Serão úteis também para pesquisas do conjunto no futuro, ou referências para seleção de
suas obras e exposições posteriores. Mas os volumes da Fundação, para serem consultados, precisam
ser deitados sobre uma mesa. São difíceis de manusear, pelo tamanho e peso, e pecam pela ausência
de um artista gráfico digno de Inimá, que distribuísse as reproduções sem monotonia e diminuísse a
grave perda de espaço em cada página. O primeiro dele contém texto de autoria de José Roberto
Teixeira Leite, crítico de arte e ensaísta, que expõe com clareza aspectos da pintura de Inimá de
Paula.
Esses três volumes são refeências para que deseja conhecer o trabalho de Inimá de Paula, pintor e
artista brasileiro, nascido em Minas Gerais.

Guignard
Como se sabe, o modernismo nasceu para influências pictóricas de exposições de Lasar Segall e Anita
Malfatti, realizadas em 1917. A idéia da Semana da Arte de 1922 foi de Di Cavalcanti, apoiada por
intelectuais paulistas interessados na revitalização do Brasil agrícola. Mas a importância desse
acontecimento só repercutiu pelo Brasil afora um ano depois, quando o embaixador Graça Aranha, em
agressivo discurso na Academia Brasileira de Letras, mostrou o seu horror ao tanto que o país negava
ou ignorava o movimento intelectual mais importante do século XX. Seu discurso repercutiu mais que
o movimento de São Paulo. Apesar da insistência de Aranha, o modernismo somente seria aceito no
Rio de Janeiro, capital intelectual do país de então, no início dos anos 1950, coo informa Antonio
Bento. Se o modernismo foi de difícil aceitação, o abstracionismo, irmão caçula daquele, foi ainda pior.
O abstracionismo brasileiro ocorreu somente em 1953, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis.
A primeira exposição modernista de Minas realizou-se catorze anos depois da famosa semana – em
1936, no subsolo do antigo Cinema Brasil, em plena Praça Sete, em Belo Horizonte. Como toda
novidade, foi mal recebida. Mas em 1944 um médico mineiro, nascido em Diamantina, chamado
Juscelino Kubtscheck se tornou prefeito da Capital mineira, por indicação de Benedito Valadares,
interventor no nosso Estado, representante máximo de Getúlio Vargas, ditador então. JK era um
homem aberto às novas idéias e foi cercado de jovens que lhe apresentaram alguns artistas que
marcariam a sua vida político e de homem público e o tornariam eternamente associado ao
modernismo brasileiro. Oscar Niemeyer trouxe as linhas arquitetônicas cheias de curvas herdadas do
barroco mineiro, Ceschiatti e José Pedrosa contribuíram com as esculturas, Athos Bulcão com os

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azulejos, e Candido Portinari com os murais. Esse grupo de artista criou o conjunto arquitetônico da
Pampulha, a ratificar o modernismo e revolucionar a construção em concreto, com suas inacreditáveis
linhas.
Com todas as vantagens desse grupo, JK sabia que findos os trabalhos, todos voltariam para o Rio.
Nosso prefeito de então estava interessada em artista que aqui ficasse, criasse escola e desse à cidade
dimensão de importância nacional e continuasse a revolução das artes plásticas iniciadas por aquele
grupo. Pensando assim, JK trouxe do Rio de Janeiro Alberto da Veiga Guignard, um brilhante e
consagrado pintor cuja formação europeia desde criança garantia o conhecimento do que ocorria no
Velho Mundo. JK trouxe não somente os modernistas e Guignard para nosso Estado, mas a idéia de
desenvolvimento do interior do país, até então vivendo apenas do litoral. É incrível, mas,
emoldurando-nos no tempo, nota-se que o Brasil dos anos 1940 existia a partir de Recife, passava por
Salvador, Rio, São Paulo e chegava aos pampas, em Porto Alegre. O interior era quase vazio. JK veio
para mudar tudo isso.
E Alberto da Veiga Guignard veio para mudar a idéia acadêmica e conservadora da pintura que se
fazia em Minas. Ele Nasceu em 1896 em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, mas não há um único mineiro
que considere fluminense. Minas Gerais está eternamente associada a sua vida e obra, fazendo crer
que nascer lá foi um acidente geográfico, assertiva com a qual o pintor, por certo, concordaria, tão
grande era sua paixão pela nossa terra.
Guignard teve vida trágica, iniciada no nascimento com lábio leporino e todas as consequências físicas
e emocionais desse defeito. A tragédia continuou no suicídio do pai, quando ele era criança, acrescido
de novo casamento da mãe com certo nobre alemão, sempre lembrado pelo enteado como alguém
perdulário e explorador. A família foi morar em Munique, Alemanha, e lá nosso herói recebeu
esmerada educação artística, sobretudo da técnica do desenho e da pintura. Tornou-se um artista
importante pelo talento e beleza de seus trabalhos. Adulto, voltou ao Brasil em 1929 e se admirou
com a ausência das escolas europeias – do cubismo ao surrealismo – na pintura que era feita no Rio
de Janeiro de então. Dos pintores presentes na Capital Federal daqueles anos, Guignard via apenas
nas obras de Ismael Nery as qualidades da pintura que consagraria o século XX.
Cheio de entusiasmo pela nova pintura e desejoso de transformar a jovem e provinciana capital da
qual era prefeito, JK convida o artista para fundar e dirigir uma escola de arte em Belo Horizonte. A
visita de Guignard às cidades históricas mineiras, em especial Ouro Preto, o torna mineiro para
sempre. Vila Rica foi especial, pelo que preserva do século XVIII, um museu a céu aberto, onde cada
pedra nas íngremes ruas ou cada armário de suas velhas casas têm algum segredo bem guardado e
qualquer inconfidência será objeto de avaliação histórica. Foi especial ainda pela luz que ilumina a
cidade de forma tão suave, como se as montanhas tivessem sido postas em locais calculados por
Deus, com a finalidade de ser um rebatedor da luz celestial. Este cenário, as cidades e Mariana,
Sabará, o balneário de Lagoa Santa e a Serra do Curral, no esplendor de sua virgindade, deixaram o
artista apaixonado por Minas. Sua carreira se consagraria pintando essas paisagens e sua gente.
O leitor encontrará muitos textos sobre a vida e a obra de Guignard e é possível que sinta em todos
eles a ausência de dados biográficos mais detalhados. Por certo, não é responsabilidade dos autores.
A vida do pintor foi marcada pelas tragédias descritas acima, outras jamais contadas em livros ou
textos, e pela falta de informações registradas em documentos ou depoimentos dele ou de amigos
europeus que, provavelmente, morreram sem saber da sua importância no Brasil. Poucos mortais se
imaginam imortais e, por isso, não deixam registros, dificultando a vida dos seus biógrafos, quando
aqueles se projetam para a posteridade. Quando Guignard chega a Belo Horizonte, o mestre era
artista consagrado no Brasil e havia, inclusive, vendido um quadro para o Museu de Arte Moderna de
Nova Iorque. A compra do quadro, além do reconhecimento implícito, era e é um privilégio para
qualquer pintor. Aqui chegando, construiu não somente uma escola no sentido literal, mas outras,
metafóricas. Parte de seus alunos vive e viveu o suficiente para depor sobre o mestre – dados,
passagens biográficas e vivências compartilhadas com o professor altruísta, o que o consagraria ainda
mais.

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O livro mais importante sobre Guignard A Escola Guignard na Cultura Modernista de Minas 1944-1962,
foi editado em 1988 pela CESA-Cia. Empreendimentos Sabará, com incentivos fiscais da então Lei
Sarney. O grupo empresarial foi generoso com o artista e com Ivone Luiza Vieira, sua autora. Ivone é
mineira, estudiosa da nossa cultura e de nossas cidades históricas. É um livro literalmente lindo, que o
mestre aplaudiria, bem escrito, revelador da biografia do pintor, e traz a vantagem de apresentar
algumas reproduções de trabalhos de ex-alunos do artista, ajudando o leitor a compreender a
influência do mestre nas obras deles. Sua beleza começa pela capa dura e sobrecapa, reproduzindo
detalhe de um girassol, pinçado de um dos seus óleos sobre madeira, “Vaso de Flores”, célebre e
valorizado tema do artista, pertencente a colecionador de São Paulo. A diagramação, de Dan Fialdini,
é digna do biografado. As propositais reproduções de alguns quadros, impressas em meia página,
garantem a leveza do volume. O leitor perceberá o caminho de Guignard, que, das obras surrealistas
dos anos 1930, passou aos poemas pictóricos das cidades históricas, após sua chegada a Minas.
Notará diferença na linha do horizonte de seus quadros, em épocas diferentes. Em alguns o céu (e
que céu!) tem o predomínio de mais de dois terços do suporte, ficando a paisagem restrita ao
restante. Neste particular, Guignard antecedeu a Gabriel Figueroa, célebre fotógrafo de westerns
americanos que, filmando, deixava na tela o mesmo registro de espaço guignardiano par ao céu e a
paisagem. Em outras obras não há linha do horizonte, apenas as Paisagens Imaginárias, como as
chamou Lélia Coelho Frota. São cenas de rara beleza e vistas em qualquer manhã de inverno na Ouro
Preto de hoje, quando a neblina entrelaça a cidade, impedindo o espectador de vê-la por inteiro e, por
isso, se vêem as suas casas, igrejas e serrania flutuando em diferentes camadas transparentes. A
pintura de cenas como essa é transposição da magia do acontecimento na cidade. Em outro texto
sobre o velho pintor, assegurei que “essas paisagens imaginárias ainda estão lá como adolescente
apaixonada, aguardando a volta do poeta que as imortalizou”. O registro pictórico delas foi possível
pela beleza de sua transparência, feita com técnica apuradíssima e temperada com amor sobre a
cidade que o amava e o consagrou. Essa técnica foi um de seus belos legados para alunos que ainda
fazem uso dela: Yara Tupinambá, Maria Helena Andrés, Sara Ávila e Chanina.
Se não se conhece pelo menos parte da biografia de Guignard, o leitor se surpreenderá em saber que
artistas consagrados – e tão distantes do conteúdo e forma do que o mestre fazia – estão na sua lista
de ex-alunos: Farnese, Amílcar de Castro, Mary Vieira, Maria Helena Andrés, Mário Silésio, Solange
Botelho, Sara Ávila, Chanina, Álvaro Apocalypse, Heitor Coutinho, Yone Fonseca, Wilde Lacerda, Lisete
Meinberg, Gavino Mudado e muita gente mais. Alguns ficaram conhecidos pelo desenvolvimento do
talento pessoal e beleza de seus trabalhos, influenciados ou não pelo velho professor. Em quase todos
ficou o registro de gratidão ao mestre e a certeza de que fazer parte do diário de classe dele é motivo
de inveja entre os que não fizeram.
Mas Guignard não é pintor apenas de belas paisagens e professor generoso. Seu acervo pictórico vai
desse tema, passa pela natureza morta, temas religiosos, incluindo célebre via sacra em capela do
Rio, dezenas d óleos e desenhos de Cristo, e chega naquilo que ele chamou “da arte mais difícil”: o
retrato. Neles, Guignard deixava registrado o caráter do criador e criatura, sabedor de que uma
paisagem diz muita coisa, assim como qualquer natureza morta, mas somente o retrato diz tudo do
artista e do retratado. Seus autorretratos são exemplos da realista percepção de si próprio, mesmo
quando tenta se proteger do defeito congênito com um vasto bigode branco. Como o seu belo
autorretrato de 1961, reproduzido na página onze do livro de Ivone e pertencente ao acervo do Museu
de Arte da Pampulha (MAP), composição embelezada por sinfonia de cores ao fundo. Ele próprio, o
autorretrato e todas as cores nos dão o recado do tanto que o mestre sabia de si e delas. E a
percepção de detalhes, em qualquer tema, o leitor constatará no livro de Ivone Vieira. Ainda que não
se tenha oportunidade de conhecer os originais do artista fluminense (e mineiro de escolha), poderá
ser percebido, nas reproduções deste livro, o requinte no fundo de cada figura religiosa ou de certos
retratos de amigos queridos. Guignard enriquece suas composições também com folhagens, flores,
balões de festa de São João ou paisagens surrealistas, na certeza de compor um quadro importante
nos detalhes, fazendo, do todo, obra imortal.
As reproduções no livro são em números suficiente para o leitor perceber a grandeza do mestre e tem
qualidade gráfica para o leitor sentir a textura das cores, como se o original estivesse à sua frente.
Mas não se deixe enganar pelas reproduções do requintado livro: os originais são insuperáveis e

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causam rara emoção no espectador sensível e interessado nas coisas criadas por artistas imortais.

Carlos Bracher
Carlos Bracher é um dos poucos artistas de sua geração que não foi aluno de Guignard nem o
conheceu pessoalmente. De comum entre os dois há uma mesma paixão pela Vila Rica de sempre,
cidade onde Bracher foi para morar dois anos e está há trinta e cinco. Filho de família presbiteriana
interessada nas coisas do espírito, Bracher nasceu em 1940, em Juiz de Fora. Seu pai era querido
professor de química e figura huma ímpar na Manchester mineira, e vida artística na família não é
privilégio do filho ilustre.
Para compreender a sua biografia, o primeiro passo é a leitura de dois livros sobre o pintor. Comece
pelo Bracher, editado em 1989 pela Métron, com textos de Moacyr Laterza, Ferreira Gullar e Olívio
Tavares de Araújo, acrescido de poemas de Affonso Romano de Sant’Anna e Haroldo de Campos. Mas
não os leia na ordem em que foram editados. Comece pelo afetivo texto de Olívio Tavares, crítico e
autor de vários livros sobre a arte e artistas brasileiros. Olívio, cujo pai foi amigo do avô de Carlos
Bracher, tem a sorte de ser seu amigo de infância, desde que foi colega de grupo escolar da irmã de
Bracher. Em cidades do interior de Minas, como a Juiz de Fora dos dois amigos, assim com a Belo
Horizonte dos anos 1950, a intimidade com todos nos fazia sentir como se tivéssemos relação de
parentesco com o vizinho de anos. Olívio e Bracher são irmãos de escolha e o fraterno e afetivo texto
comprova a assertiva. Pela descrição e sinceridade do autor, o leitor descobrirá que Carlos nasceu
para brilhar desde o dia em que seu pai, que afirmava viver em planos cósmico e terreno, previu
promissor futuro para o filho. Carlos, cuidadoso com o pai, cumpriu o desejo dele, se tornando quem
é: um dos mais importantes e brilhantes pintores de Minas e, como tantos mineiros, universal.
Agora que o leitor foi apresentado a parte da família, folheou o belo volume contendo reproduções
que começam na sua madura produção dos vinte e um anos de idade, parte dela nos lembrando e nos
remetendo ao futurismo de Marinelli com sua paixão pelos movimentos, presente nos quadros de
1961 – Chegada à estação e Locomotiva em Movimento – está pronto para ler o didático texto de
Ferreira Gullar sobre a luz e sua influência na obra de Carlos Bracher. Depois, leia o cerebral Moacy
Laterza falando sobre as mãos e do que elas são capazes de produzir quando são de gente talentosa.
Leia em seguida o belo poema de Affonso Romano de Sant’Anna, outro amigo da juventude na velha
Manchester mineira, que, escrito em 1979, expões a sua emoção após ver o seu retrato pintado.
Quem conhece o poeta pessoalmente, sabe que ele e o seu retrato pintado por Bracher convivem
como se Dorian Gray juntos: Affonso Romano pessoalmente hoje é o mesmo do retrato de então.
Nenhum envelheceu.
Percorra as páginas desse livro para conhecer outra versão de Vila Rica, tão bonita quanto a de
Guignard, mas com alterações significativas, no conteúdo e na forma, da velha cidade. São dois
olhares diferentes para temas afetuosos, como só os amantes de cidades são capazes. O leitor
perceberá ainda que Bracher é também colhedor de flores e frutas que, misturadas com violinos em
caixas abertas, transpostas para o suporte, registram bela passagem do pintor e artista de nosso
tempo fazendo a sua “pintura de sempre”, como a denominou Olívio. Pintura de sempre quer dizer o
belo figurativo, identificado de longe como obra do autor, mas já beirando a abstração em certas
passagens. Bracher é grande figura humana, de convívio fácil entre amigos e não se acanha em pintar
em público. Sorte de quem já teve oportunidade de vê-lo pintar, verdadeira aula para quem se
interessa pela técnica pictórica e pura perplexidade para o invejoso sem talento. Ele começa sempre
por um concerto que deve ser ouvido alto. Mahler é perfeito. Afinal, a palavra maler, sem “h”, mas
com a mesma pronúncia na língua de Goethe quer dizer “pintor”. Suporte no cavalete, fusain nas
mãos, modelo ou composição na frente, é hora de o maestro dar o sinal de começar um outro
concerto. Pictórico. Em poucos minutos, o objeto está esboçado no suporte e, a partir daí, é uma
sucessão de movimentos que o fazem aparecer e desaparecer no suporte. A cada momento, a obra
cresce de qualidade e fica pronta em menos de uma hora. Cinquenta anos de pintura diária é o tempo
necessário para fazer bela obra em cinquenta minutos.
O segundo volume de importância sobre Carlos Bracher é Homenagem a Van Gogh, e foi editado em
1994, com o patrocínio de um pool de galerias brasileiras. A edição coincidiu com a exposição, em

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várias capitais brasileiras, do conjunto de cem obras pintadas por Bracher nos mesmos locais e, com
frequência, com os mesmos temas executados por Vicent, numa homenagem ao gênio holandês. É
uma série especial no acerto pictórico de Bracher, porque foi pensada, projetada e pintada durante,
literalmente, uma vida. Bracher afirma que, muito antes de sua primeira exposição, pensou em fazer a
série que se encontra editada. Amadureceu a idéia durante anos. As pinturas de Van Gogh são a
grande paixão da vida de Bracher, o que fica evidente em sua Homenagem a Van Gogh, quando o
pintor mineiro registra e redescobre aquelas mesmas paisagens. Como o conjunto se dispersou, com a
venda das peças para diferentes colecionadores, o belo volume traz a vantagem da série completa dos
quadros. As cidades de Saint-Rémy e Auvers-sur-Oise, com seus boulevards e seus trigais, a região de
Les Baux de Provence, com suas paisagens multicoloridas, tudo registrado antes por Van Gogh,
voltaram a ser objeto de estudo e de beleza, nas mãos do juiz-forano tornado universal. Todo curador
sabe que, passada a exposição, o que fica como registro dela são as lembranças dos espectadores e o
seu catálogo. Portanto, nada mais apropriado que imprimir um livro da exposição construída com
veneração ao velho colega de paleta.

Google Arts & Culture - Brasil (GOOGLE, [2023.]), SUGESTÃO PARA O ESTUDANTE EXPLORAR O SITE.

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REFERÊNCIAS
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