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CORREÇÃO DA

ACIDEZ DO SOLO
Minicurso - Correção da acidez do solo

APRESENTAÇÃO
O solo deve ser bem preparado para receber a se-
mente de pastagem. Ele deve ser protegido contra
erosão, a vegetação indesejada deve ser retirada
e uma análise de solo deve ser feita para deter-
minar o uso de corretivos. Também é necessário
fazer o controle de pragas, cuidar da umidade do
solo, promover a distribuição de calcário e fósfo-
ro, arar, gradear, distribuir potássio e nitrogênio e
fazer gradagem niveladora. Com esses cuidados,
é possível utilizar mais cedo a pastagem para ali-
mentação animal.

A correção da acidez, realizada na etapa de preparação do solo, é uma operação es-


sencial quando se pretende estabelecer uma pastagem. Essa prática garante um
ambiente adequado para a germinação das sementes ou para a brotação de gemas
de forrageiras já implantadas.

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MÉTODO DE ELEVAÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES


DO SOLO (CALAGEM)

NC (t/ha) = {(V2 – V1) *CTC Total} / (PRNT * 100)

Onde:

NC é a necessidade de calagem calculada para a camada de 0-20 cm de solo.

V1 é a saturação por bases original do solo em porcentagem.

V2 é a saturação por bases pretendida (ideal para a cultura) em porcentagem.

CTC Total (mmolc/dm³) é a capacidade de troca de cátions total do solo, obtida por
solução tampão de acetato de cálcio 0,5 mol/L a pH 7,0.

PRNT (poder relativo de neutralização total – %) é obtido em função do tipo de calcá-


rio utilizado.

FÓRMULA PARA APLICAÇÃO DE GESSO (GESSAGEM)

DG (KG/HA) = 50 X ARGILA

Onde:

DG – dose de gesso a ser aplicado em kg por ha.

ARGILA – teor de argila obtido pela análise da superfície do solo, expresso em por-
centagem (%).

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Em solos com argila mais ativa e maiores teores de matéria orgânica, ocorre maior
poder tampão, ou seja, menor variação do pH, mesmo com valores mais elevados de
saturação por bases. Já nos solos arenosos (teor de argila < 15%), o poder tampão
é baixo, assim como os teores de micronutrientes. Nesses solos, deve-se trabalhar
com saturações por bases mais baixas, para evitar o desequilíbrio nos níveis de mi-
cronutrientes.

Outros métodos para a recomendação das doses de calcário,


como a neutralização de alumínio e a solução tampão
SMP, serão recomendadas pelo técnico de acordo com as
características do solo.

ESCOLHA DO CALCÁRIO COM BASE NO BALANÇO


ENTRE CA E MG NO SOLO

CALCÁRIO CALCÍTICO (<5,0% de MgO)

Esse tipo de calcário deve ser utilizado somente quando a relação Ca/Mg estiver baixa.

CALCÁRIO MAGNESIANO (ENTRE 5,0 E 12,0% DE MgO)

Caso o teor de magnésio esteja abaixo de 0,8 cmolc/dm³, ou a relação Ca/Mg


esteja alta, recomenda-se a utilização desse tipo de calcário.

CALCÁRIO DOLOMÍTICO (> 12,0% DE MgO)

Recomenda-se a utilização desse tipo de calcário quando o teor de magnésio está


abaixo de 0,8 cmolc/dm³, ou a relação Ca/Mg é alta.

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Para resultados mais eficientes, pode-se realizar o parcelamento da dose recomen-


dada de calcário em duas aplicações. Durante a etapa de preparo do solo, após a
primeira mão de grade pesada, deve-se proceder a aplicação da primeira parcela da
dose recomendada de calcário. Dessa forma, o tempo de reação será maior, e a incor-
poração será mais eficiente.
Deve-se sempre fazer a distribuição do calcário na ausência de ventos. Em determi-
nadas situações, a aplicação poderá ocorrer à noite, reduzindo assim as perdas.

MÃO NA TERRA
Na gessagem, recomenda-se a aplicação em superfície, não
havendo a necessidade de incorporação. Para solos arenosos (teor
de argila inferior a 15%), recomenda-se que a correção do solo seja
feita no final da estação chuvosa. A necessidade de novas calagens
deverá ser conferida e monitorada periodicamente, e sugere-se que
as novas amostragens de solo sejam feitas na área anualmente, ou
a cada dois anos.

Após sua aplicação, deve-se revolver o solo no-


vamente com grade niveladora ou equipamento
equivalente, com objetivo de levar o calcário da
superfície para as camadas mais profundas.
Tanto para áreas de formação ou renovação de
pastagens quanto para áreas de reforma de pasta-
gens já consolidadas, o calcário deve ser aplicado
em área total, sendo uniformemente distribuído e
incorporado na camada de 0-20 cm. A distribuição
deverá ser realizada com calcareadeira tipo lan-
cer, que espalha homogeneamente o produto na
superfície, enquanto a incorporação poderá ser feita com arados mais grade nivela-
dora, ou grades pesadas.

Os solos da região central do Brasil geralmente apresentam acidez, não somente na


camada superficial, mas também em profundidade. A calagem corrige com sucesso
os primeiros 20 cm do solo, profundidade geralmente atingida pela incorporação do
calcário.

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A acidez na camada abaixo dos 20 cm pode significar elevados níveis de alumínio,


restringindo o crescimento radicular à camada superficial corrigida.
Nessas situações, a aplicação de gesso agrícola (sulfato de cálcio) tem apresenta-
do bons resultados, condicionando melhor a camada subsuperficial, e permitindo o
aprofundamento de raízes.

MÃO NA TERRA
Recomenda-se a aplicação em superfície, não havendo a necessidade
de incorporação. O ideal é que o gesso seja aplicado pelo menos dois
meses após o início do período de reação do calcário, iniciado pela
presença de umidade no solo. Dessa forma, haverá tempo de reação
do calcário e consequente aumento nos teores de cálcio e magnésio
na camada superficial, antes que o gesso promova a descida das
bases para a camada subsuperficial. Na prática, no entanto, observa-
se que, em áreas de abertura, o gesso é aplicado juntamente com
o calcário e incorporado. Não há sérias restrições a essa prática,
embora o gesso reaja prontamente e promova a migração de bases
antes da reação do calcário.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SOUSA, D. M. G.; LOBATO, E. Correção do solo e adubação da cultura da soja.
EMBRAPA-CPAC, Circular Técnica, 33. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1996. 30p.

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