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Religiões do Mundo I
Introdução à Religião Comparada
Aula 09
Introdução ao Judaísmo.
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Também explicamos, na última aula, que essa relação só pode ter como
base aquilo que é a razão de unidade de uma pessoa, e que qualquer relação
concreta de um indivíduo com Deus depende da disposição do indivíduo para
entregar, voluntariamente, a sua liberdade para Deus – assim como uma relação
com uma pessoa. Uma relação com um indivíduo humano é uma sucessão de
encontros em que você vai lapidando a sua liberdade – seja na direção da
amizade, seja na direção da inimizade. Depois de cada encontro, você toma uma
nova decisão acerca do que você pode ou não fazer em relação àquela pessoa, e
assim aquela pessoa vai se destacando das outras para você; em cada encontro
você vai tomando uma série de decisões. A pessoa, por exemplo, faz uma coisa
que te desagrada, e aí você decide: “nesta pessoa eu aceitarei isso ou não?”. Se
você disser: “nesta pessoa eu aceitarei esse tipo de ofensa, porque vale a pena
manter uma relação com essa pessoa”, você moldou a sua liberdade; você,
voluntariamente, renunciou a um aspecto da sua liberdade, porque a presença
daquela pessoa na sua vida vale a pena. Isso aí vale tanto para as relações de
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vez que ouvimos a palavra “judeu”, essas duas imagens estão presentes, no
fundo, para medir o que estamos percebendo. O fato de olharmos o judeu sob o
ponto de vista de séculos de Cristianismo faz com que a nossa visão do judeu
seja muito imperfeita. Mais ainda: tendemos, como cristãos, ou herdeiros do
Cristianismo, a sentir uma maior simpatia pelos budistas do que pelos judeus e
muçulmanos; os judeus e muçulmanos nos parecem mais estranhos do que os
budistas. Do ponto de vista cristão superficial, tanto um judeu quanto um
muçulmano parecem um pouco materialistas e terrenos, parecem pouco
espirituais – o judeu materialista na direção da avareza, e o muçulmano um
materialista na direção do hedonismo; ou seja, um só pensa em guardar
dinheiro, e o outro só pensa em gastar dinheiro. E onde está Deus nesta
história? Está claro que essa é a lente por meio da qual nós olhamos os judeus e
muçulmanos? Embora as suas religiões – tanto dos judeus quanto dos
muçulmanos – sejam, historicamente, mais próximas da nossa, eles parecem
espiritualmente mais distantes de nós. É difícil, para uma pessoa nascida na
civilização cristã, isolar os judeus da imagem de Judas Iscariotes, dos sacerdotes
que perseguiram o Cristo – “ah, eles são os caras que mataram o Cristo”. É certo
também que depois da 2ª Guerra Mundial é difícil para alguém, na civilização
ocidental, ter fortes, claros e definidos sentimentos anti-semíticos – sabemos
qual foi o preço desses sentimentos. Mas, no fundo, o que sobra é: “eles são
maus, mas não deveríamos ter batido tanto neles pela sua maldade”. A nossa
incompreensão deles como povo, como seres humanos e como pessoas
religiosas é total; não temos a menor idéia do quê eles são como pessoas
religiosas.
Aluna diz que os judeus são fechados e pergunta por que eles raspam a
cabeça.
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chegou para nós e falou: ‘Israel, farei de ti uma luz para as nações; vocês estão
aqui, as nações estão ali’”. Em que sentido Ele fez de Israel uma luz para as
nações? Ele falou: “com esta nação Eu mostrarei para o mundo o quê é um povo
inteiro viver centrado numa relação pessoal com Deus; mostrarei o quê significa
isso”.
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Vamos supor que você tem aqui um grupo de 100 pessoas, e todas elas
têm uma identidade nos seus valores espirituais mais profundos – suas crenças
espirituais mais profundas são iguais. Se elas conseguem expressar essas
crenças em leis, essas leis terão uma força sobre cada indivíduo que é
incalculável, porque é difícil identificar os valores espirituais dos outros,
especialmente os mais profundos, mas a facilidade que eles têm para aderir a
uma mesma lei indica essa identidade de valores espirituais. O processo de
saída do Egito explicitará para o povo hebreu os seus valores espirituais mais
íntimos, e culminará dando para esses valores a forma de leis.
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Professor: não. Por quê? Porque Deus disse: “esses 3.000 não são o meu
povo”. Por quê? Porque o que caracterizava o povo hebreu era essa comunidade
de valores que se expressava naqueles mandamentos. Se o sujeito não era capaz
de, como um todo, na sua vida, sustentar aquelas leis, era porque ele não tinha
aqueles valores íntimos. Se ele não tinha aqueles valores íntimos, ele não era
membro daquela nação. Esse processo de saída do Egito foi a transformação de
um povo em uma nação, com uma identidade real.
Aluna: mas então houve uma guerra? Ele não matou sozinho os 3.000,
então houve uma secção.
Professor: não, não houve uma secção. Ele juntou os levitas [conferir
Êxodo, 32, 26], e eles mataram, sozinhos, os 3.000.
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Aluna diz que na região de onde vieram os judeus não tem abundância
de água.
Professor: não tem tanta água assim. Aliás, essa imagem é outra que
explica muito acerca do espírito judaico. Imagine a sua sensação ao passar anos
e anos andando por um deserto, e, de repente, você chegar num lugar coberto de
relva. Quem não percebe a sutil sensação de caminhar descalço sobre a grama
num dia de verão não entende exatamente como o judeu vê o mundo. Mais
ainda, se olharmos no Gênesis o relato da criação da relva, entenderemos algo
mais sobre o judeu. No terceiro dia Deus diz: “reúna-se a massa das águas num
só volume e surja o elemento seco, a terra”. Ele junta as águas num só
continente para surgir a terra. E aí Ele diz: “faça da terra surgir a erva verde de
todos os tipos”. Disso deriva esse sentimento de contentamento, um misto de
contentamento e gratidão, que é o que o sujeito sente quando é aliviado de um
calor intenso, quando ele sai da areia e vai para a grama, e esse é o sentimento
característico do judeu em relação ao mundo.
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tremenda. Existe algo sobre o ser humano que você não vai entender se não
existir o povo de Israel.
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Então existem duas idéias que como que dominam a mente deles:
primeiro a idéia de que tudo tem um sentido, que se explica depois, na história
mesmo. Percebam que para o budista e para o hindu o sentido está fora da
história, o sentido é supra-histórico; ele não é algo que se revela depois, mas sim
algo que sempre existiu, e que está num plano fora do tempo. Para o povo
hebreu não. Eles dizem: “todo e qualquer sofrimento que você tem agora tem
um sentido que se revela depois, no tempo”. Por quê? Porque é uma restrição à
liberdade, para que você conheça melhor a pessoa com quem você está se
relacionando. É fácil de perceber isso: se você conhece uma pessoa hoje, e, na
primeira coisa que ela faz que te desagrade, você decide: “não quero ver essa
pessoa nunca mais”, você nunca saberá como era aquela pessoa; você não terá a
menor idéia do que ela tinha pra te oferecer, porque você olhou só a massa de
desejos que você tinha em relação a ela, e viu: “essa massa de desejos não está
contente”. Aí o judeu vai te dizer: “é o seguinte, meu filho, você não aprendeu
uma lição sobre a vida: essa massa de desejos não tem um limite por si mesma,
então é impossível contentá-la. O único jeito de contentá-la é criando um limite
para ela”.
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Professor: nós temos a tendência a ver as coisas assim: a ver que, toda
vez que a ganhamos alguma coisa, é Deus que está nos recompensando porque
somos bons, porque somos legais, porque estamos seguindo o caminho Dele.
Essa visão, na verdade, não é especificamente cristã; essa é uma visão pagã que
entrou no ambiente cristão; uma visão que herdamos dos nossos antepassados
pagãos, e não dos nossos antepassados judeus.
O judeu fala: “às vezes você faz o que é justo, e aí Deus te dá uma
recompensa”. Mas a recompensa que Ele te dá depende do quê? Depende da sua
relação efetiva com Ele; se você precisa estreitar a sua relação com Ele, a
recompensa que Ele pode te dar pela sua justiça é uma paulada, como aconteceu
com Jó.
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Aluna diz que o judeu trabalha porque Deus disse que o homem iria
ganhar o pão com o suor do próprio rosto.
Deus os pôs num sofrimento lá, para estreitar a relação com Ele; aí o
sofrimento se intensificou: “então mostrarei mais ainda a relação Comigo. Antes
Eu ia dar uma lição espiritual para vocês – vocês aprenderiam a receber um bem
espiritual –, mas como o sofrimento aumentou, então além do bem espiritual,
vocês ganharão também um bem material”. Eles prosperam economicamente
porque eles mantêm essa relação, como povo. “Mas por que os outros povos não
prosperam, se eles seguem a sua religião?”. Porque a religião dos outros povos
não é do mesmo tipo que a dos judeus. A religião dos judeus consiste numa
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relação com uma “pessoa” transcendente. Isso é a mesma coisa que uma relação
com uma pessoa boa: quanto mais você vai formando uma amizade real com
uma pessoa boa, mais riquezas dela você vai obtendo – materiais e espirituais,
ela não faz diferença. Deus faz a mesma coisa com eles, faz exatamente a mesma
coisa. Deus fala: “todas as riquezas são minhas, mas vocês são meus amigos,
então Eu dou pra vocês”. Ele partilha com eles como um amigo partilha com um
amigo.
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tornando mais consolidada, e mais profunda. Os dois lados vão adquirindo mais
confiança um no outro. A história da perseverança dos judeus no manter essa
relação, sempre cercados de inimigos incalculavelmente mais poderosos do que
eles, não tem explicação. Qualquer outro povo, na mesma circunstância, teria
falado: “é, os deuses dos vizinhos são mais poderosos”.
Então o Deus dos judeus é único em vários sentidos. Ele é único porque
é um só, porque pra eles só tem um único soberano último, absoluto, do mundo:
esse Deus. Ele é único porque Ele se relaciona pessoalmente com aquele povo –
o tipo de relação que eles têm com o seu Deus também é único. Nenhum outro
povo consegue encarar a prosperidade assim, como eles conseguem, porque nós
encaramos a prosperidade como fruto do nosso trabalho, mas e se a
prosperidade fosse o seguinte: seu melhor amigo chegou e falou: “olha, cara,
está aqui: R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais), porque você é meu amigo”,
como você iria encarar esta prosperidade?
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Se vocês olharem as histórias bíblicas, verão que elas são sempre isso:
eles são colocados numa situação de sofrimento, que eles têm que ir suportando,
suportando, aí eles começam a ser avisados: “você está sofrendo isto porque
você esqueceu esta amizade”, até que esse alerta do esquecimento da amizade é
tão forte que eles vão lá e pedem perdão para o amigo: “puxa vida, desculpa ter
te esquecido”, e aí eles entendem algo mais sobre o amigo, porque o amigo
mostra uma faceta que eles não conheciam, que eles só podiam conhecer diante
daquele sofrimento primeiro, passando por aquele sofrimento.
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bens materiais se explica pelo fato de eles perceberem imediatamente esses bens
como presentes de um amigo. Eles perceberam que o indivíduo humano é uma
coisa muito fraca, qualquer desequilíbrio cósmico que ocorra, a espécie humana
acaba. O fato de não acontecer isso mostra justamente que tem uma “pessoa”
cuidando deles, um amigo cuidando deles, e que simplesmente manter essa
amizade é capaz de garantir a continuidade da existência deles diante de
qualquer inimigo. O número de vezes na história em que eles estiveram diante
de inimigos muito mais poderosos que eles também não tem igual entre os
outros povos. Por exemplo, os gauleses. Os gauleses eram um pequeno povo,
nesse sentido semelhante ao judeu. Os romanos ganharam uma guerra, os
dominaram, e eles acabaram: “já não somos mais gauleses; 100 anos depois,
somos todos romanos” – acabou a religião gaulesa, acabou a roupa, acabou
tudo, tudo, tudo. Quantas vezes na história os judeus se viram na situação dos
gauleses?
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justamente desses valores íntimos”. A lei é para o povo como um todo, para a
nação, aquilo que o diálogo era para Abraão.
Isso significa que a salvação, para o judeu, tem dois aspectos. Por um
lado, o aspecto que possibilita a salvação. Este aspecto é a preservação da
memória dessa amizade, não esquecer esta amizade história, porque esta
amizade já está constituída há séculos. Segundo, ativá-la pessoalmente pelo
cumprimento da lei. Não é a aceitação de uma doutrina, é a lembrança de uma
sucessão de fatos e a aceitação de um determinado comportamento.
Pense: você tem Deus do seu lado. Ele fala o seguinte: “se você fizer tal
coisa, você é meu amigo”. Você precisa se preocupar com o quê vai acontecer
depois da sua morte? Deus é seu amigo aqui, agora; a questão do que vai
acontecer depois da sua morte é irrelevante. Ora, se Deus cuida de você agora,
Ele cuidará depois também; se Ele é seu amigo agora, Ele não se tornará seu
inimigo depois. Se um judeu perde essa noção de que ele tem esse amigo, e ele
começa a se preocupar com o futuro pessoal dele depois da morte, isso aí por si
já é romper a amizade, é já não ter a recordação da amizade. Um judeu que
cumpre sua religião não tem essa preocupação. Assim como, quando você tem
um grande amigo, você não se preocupa com o quê ele fará no ano que vem:
“será que ano que vem ele vai me trair?” – é descabida essa noção. Se essa coisa
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passa pela sua mente, é porque a amizade não é tão profunda assim, ou o amigo
não é tão bom.
Professor: não, será o inferno. Mas e daí? É difícil que vocês nunca
tenham tido um sentimento semelhante para com uma pessoa: “ah, se eu estiver
com tal pessoa, dane-se tudo o mais! Vamos juntos para o inferno, mas juntos”.
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Professor: exatamente, você explica tudo pelo quê eles passaram por
essa idéia: “estávamos apanhando dos egípcios, mas Deus estava conosco”. É
claro que, quando eles estavam lá, sendo escravos dos egípcios, eles desejavam
sair da escravidão, é evidente. Mas se sair dessa escravidão tiver como preço
perder a amizade com o Deus de Abraão, Isaac e Jacó? “Aí não, aí eu não quero”.
Esses são os pensamentos judaicos acerca das coisas, mas eles mesmos
falam: “esses pensamentos não são importantes”.
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Professor: existem aqueles que não têm como formar essa relação. Ou
são judeus que não conseguem mais, porque já perderam o núcleo da religião na
alma deles, ou porque não são de origem judaica. Então quando o Cristo
chegava e falava: “e aí o pastor foi atrás daquela ovelhinha”, o sujeito pensava:
“putz, você está falando de mim! Está falando comigo! [ênfase em “comigo”] Eu
sou o sujeito que fazia parte do rebanho, me desviei e não consigo mais achar o
rebanho”. Mas o outro sujeito, que sabia que ainda estava dentro do rebanho,
pensava: “tá bom, tem aquela ovelhinha lá, mas eu estou aqui no rebanho!”.
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entrar só o sacerdote, e quando ele entrava lá ele tinha que se despir de todas as
vestes, e, portanto, de todas as armas também. Quando ele estava saindo dali,
esquartejaram-no.
Professor: tem uns sujeitos que a lei manda você matar. Não é
relativizado. Veja bem, aquele sujeito ali é um inimigo da sua amizade com
Deus, ele é a semente da destruição da sua amizade com Deus, então você tem
que se livrar dele. Quando você mata esse sujeito, quem está matando-o não é
você, é Deus como soberano do povo que está mandando. Não é uma infração
do mandamento, porque não é o sujeito [ênfase em “o sujeito”] que está
matando, ele está cumprindo uma ordem do soberano. Deus não chegou com o
mandamento seguinte: “Eu não posso matar ninguém”. Ele não estabeleceu essa
regra.
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preservar uma amizade com Deus. E é por isso que Ele fala: “o meu testemunho
é verdadeiro, porque não é de Mim que eu dou testemunho”. Mas isso nós só
entenderemos na aula sobre Cristianismo.
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fugiram, e uma ficou”. O rebanho é o quê? São os judeus, os bons judeus, que
estão lá dentro da guarda de Deus. Ele falou: “destes 100 (cem), só escapou um;
a minoria escapou, a minoria não está mais na relação de amizade”. Ele não
falou “a maioria”. Quando lemos as palavras do Cristo, pensamos: “a maioria
dos judeus era canalha”, mas não foi isso que Ele falou.
É isso que o primeiro cristão sabia, é isso que, por exemplo, São Pedro
sabia. É o seguinte: “Deus tem um povo inteiro, e eu me perdi, aí Ele veio aqui e
me salvou. Ele já tinha um povo inteiro, que não estava perdido; eu é que estava
perdido. Se fosse o povo inteiro que estava perdido, é óbvio que Deus ia mandar
alguém pra salvar; Ele sempre mandou alguém pra salvar aquele povo, toda vez
que aquele povo se desviou, Ele mandou alguém”.
É por isso que Ele fala: “Abraão viu o meu dia e exultou”. Se vocês
olharem um pouco mais pra trás, na Bíblia, tem um diálogo de Abraão com
Deus que explica esta passagem. Nesta passagem Deus promete a Abraão que
Ele vai lhe dar uma descendência numerosíssima, e Abraão pede que Deus
mantenha a aliança com todos os seus descendentes; e aí Deus fala: “minha
bênção não se estende aos iníquos”. Isso significa que tem alguns descendentes
de Abraão que iriam sair dessa aliança, e Abraão ficou com aquilo na cabeça. E
aí ele contempla o dia do Cristo e vê: “mas esses aí que saíram o Cristo veio e
trouxe de volta pra mim!”. É nisso que Abraão exulta.
Já está na hora? [de acabar a aula] Então agora só ano que vem [a
próxima aula].
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Mas deu pra entender um pouco melhor os judeus? Deu pra perceber
como eles encaram Deus, como eles encaram o mundo, e como eles se encaram
como povo? Então sempre que nos relacionarmos com um judeu, temos que
lembrar isso. Se eles são fechados, não é porque eles são fechados, é porque
Deus estabeleceu uma separação pra eles, e que seria o maior dos pecados eles
abandonarem. Então agora Deus disse: “Eu serei seu amigo”, e aí você, pra não
ser diferente dos outros, renuncia à amizade com Deus, porque os outros vão te
achar diferente porque você tem isso aí. Dá pra você imaginar que
monstruosidade é essa? Pois é, é assim que o judeu se sente quando ele trai
aquele negócio, porque é isso que ele está fazendo: ele está trocando a amizade
de Deus pela sua! Isso é uma idolatria sem precedentes, e é por isso que é quase
orgânico, pra ele, não fazer isso.
Então bom final de ano para todos, bom Natal, e até o ano que vem, se
Deus quiser.
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