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8 Liicia Santaella Nesse momento, nds nos damos conta desse primordial, enorma equivoco que, de saida, jA ronda a Semidtica: a confu- 540 entre lingua e linguagem. E para daslinda-la, sabamos que tamos de comegar as coisas de seus comegos, agarrélas pela raiz, caso contrério, lornamo-nos presas de uma rede em cuja tessitura nao nos enredamos a, por nao nos termos enredado, nao saberemos |6-la, traduzi-la Aqui encontro a fungao deste pequeno volume sobre Semidtica: juntos perseguirmos as quesiGes desde Seus co- megos, para que, por fim, chaguemos aum patamar que torne possivel ao meu leitor prosseguir, caso queira, livre no seu préprio caminho de investigagao e de descoberla. Uma definigao ou um convite? Alguns anos atras, em um semindrio sobre Semidtica, realizado em uma das Cidades do Brasil, um aluno que perma- necia ainda muito curioso, apesar de ja ter assistido a algumas palsstras, subitamente me perguntou: — “Mas, afinal, o que 6 Semidtica?”. Assim, de chofre, tomada de surpresa no corredor de passagem de uma sala a outra, devo ter respondido algo parecide com isto: — “Quando aiguma coisa se apresenta em estado nascente, ela costuma ser fragil e delicada, campo aberto a muitas possibilidades ainda nao inteiramente consu- madas 6 consumidas. Esse 6 justamente o caso da Semidtica: algo nascendo e em pracesso de crescimento. Esse algo & uma c/éncia, um territéria do saber e do conhecimenta ainda nao sedimentado, indagagées e investigagoes em progresso. Um processo como tal nao pode ser traduzido em uma tinica definigao cabal, sob pena de se perder justo aquilo que nele vale a pena, isto 6, oengajamento vivo, concreto & real no

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