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Ligacao, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Eucariotos PANORAMA > Ligacdo, recombinacdo e crossing over » Mapeamento cromossémico > Mapeamento citogenético > Anilise de ligacdo em seres humanos > Recombinacdo e evolucéo Primeiro mapa cromossémico do mundo ‘A imager moderna da organizagdo dos cromossomos surgiu de uma combinagio de estudos genéticos ¢ citolégicos. T. H. Mor gan estabeleceu os aicerces para esses estudos quendo mostrou ‘que 0 gene para olhos brancos em Drosophila estava localizado 1 eromessome X. Loge depois 02 olunos de Morgan mastrarem ‘que outros genes estavam ligados ao X e, por fim, conseguiram localizar cada um desses genes em um mapa do cromossome. Esse rmape ere ume linha reta, na qual cada gene estava situado em determinado porto, ou locus (Figura 7.1). Portanto, a estrutura do mapa indicava que um cromossomo era um simples arranjo threor de genes. (© método de mapeamento dos cromossomos foi inventado por Alfted H. Sturtevant, aluno de graduacSo que trabalhava no laboratsrio de Morgen. Uma noite, em 1911, Sturtevant pds de lado o dever de algebra para avaliar alguns dados experimentais. Antes que o sol nascesse no dia seguinte, ele havia construido 0 preity maps ures Buiu determinar as localizacées de cada gene no mapa? Nenhum rmicroscépio era suficientemente eficiente para ver os genes, nem havia apareo preciso o bastante para metir as distanias entre cles. Na verdade, Sturtevant no usou instrumentos sofisticados ‘em seu trabalho, apenas empregou a andlise de dados de cruza- rmentos experimentals com Drosophila. Seu método era simples € refinado, e ele explorou um fenémeno que acorre com regu- laridade durante a meiose. Essa metodologia criou as condigdes para todas as tentativas subsequentes de estudar a organizacao Flor vermelna, péen longo 4 Moiose ‘Sem crossing over Crossing over Ro ROL = = = “N,N, dat Cromassomos recombnantes ‘Cromossomos io recombintes 1m FICURA 7 Hipdtese de ligacto entre cs genes para cor das flores comprimento do péien em ervihas-de-cheio, Nas plantas de F., 2: doi leas dominanter, Re L doz genes ecto stuados no mesmo ‘romossome; Seu ales ecesios re, esto stuados no cromos- soma homdiogs A ap G=D ror xX ry a=> a=D Flryermehe, Fler banca Ad ‘dlen cur ‘\ RERo] eo RT aqme | aoe | ooo ob ro rot rot ama | cmap | axa | aoa Flor vermelba,| Fly branca, | For vermelha,| Flr banca, paleniongo’| pébneurin | phlenciria "| palenlongn 450 40, 2 By 920 parents, 80 recombinantes 'm FIOURA 7.4 Crizamento-teste da ligagdo entre genes na ervi- lha-de-chelro. Como a prole recombinante na F, representa 8% do total, hi ligagdo estrelta entre os genes que determinam a cor das flores eo cormprimento do pélen. 137 de de ligacio entre genes. Os genes com ligacio estreita raramente se recombinam, enquanto os genes com liga- a0 frouxa recombinam-se com frequéncia. Aqui a tre- quéncia de recombinacio é bastante baixa. Isso significa ‘que 0 crussing over entre os dois genes é muito raro. A fiequéutia de recumbinayau de duis gees quais- quer nunca é maior que 50%. Esse limite maximo é alcangado quando os genes estio em cromossomos di- ferentes; a recombinacio de 50% é, na verdade, 0 que ocorre quando dizemos que ha distribuicao indepen- dente dos genes. Vor exemplo, suponhamos que 0s ge- nes Ae Bestejam em cromossomos diferentes e que um individuo AA BB seja cruzado com um individuo aa bb, Depois, faz-se © cruzamento-teste da prole Ae Bb deasc cruzamento com 0 genitor recessivo duplo. Em razio da distribuicao independente dos genes Ae B, a F, seri compaeta de duas classes (Aa Rho aa BB), cujne fondtipo io iguais aos dos pais no cruzamento original, e de duas Classes (Aa 00€ aa Bo), com fendtipo recombinante. Além disso, cada classe da F, ocorrera com uma frequéncia de 25% (ver Figura 5.7). Assim, a frequéncia total de prole recombinante de um eruzamento-teste de dois genes em cromossomos diferentes sera de 50%. Uma frequéncia de recombinacio inferior 2 50% significa que os genes esto ligados no mesma cramossoma. (Os cruzamentos de genes ligados geralmente sio apre- sentados em diagrama para mostrar a fase de ligacao ~ 2 disposicio dos alelos em individuos heterozigotos ( ra 7.5). No experimento de Bateson € Punnett com ervi- Ihas de cheiro, at plantas heterozigotas da F, receberam dois alelos dominantes, Re L, de um genitor ¢ dois alelos recessivos, r€ do outro, Assim, escrevemos 0 gendtipo dessas plantas R L/r lem que a barra (/) separa os alelos herdados de cada genitor. Outra maneira de interpretar essa slunbutizayu € dizer que usalelus a exquerta €a dite ta da barra entraram no genétipo em diferentes cromosso- ‘mos homdlogos, um de cada genitor. Sempre que todos os alelos dominantes esto de um lado da barra, como nesse exemplo, o gen6tipo tem a fase de ligacio de acoplamento, Quando os alelos dominantes ¢ recessivos estao divididos nos dois lados da barra. como em R W/r L. 0 genétipo tem a fase de ligacao de mpulsdo, Esses termos possibilitam dis- tinguir os dois tipos de heterozigotos duplos. CROSSING OVER COMO BASE FISICA DA RECOMBINACAO Os gametas recombinantes so produzidos em conse- quéncia do emssing over entre cromossomos homéloges, Heterozigoto Heterozigoto fem acoplamento em repulso Roo Ri a= 5 a=pD ro roe a=pD =p 1m FIGURA 7.5 Fases de ligacio de acoplamento e repulséo em hete- rozigotos duplos. 188 Fundamentos de Genética Quatre produtos da meiose Cuonmssune ‘omni ec a=ID ro eeombiante Cromossoro ga recone — Cromessoro qi recombi Cromossono Croressoro qx 1m FIGURA 7.6 Crossing over como base da recombinacao entre genes. A permuta entre cromossomos paréados durante @ meiose produ cro- ‘mossomos recombinantes no fim da melose Nesse proceso hi permuta fisica entre 05 cromossomos, como mostra. higura /6.A permuta ocorre durante a pré- fase da primeira divisio meistica, depois do pareamento dos cromossomos duplicados. Embora haja quatro cromé- tides homéloges, formando uma tétraée, apenas duas par- ticipam do crasing over em determinado ponto. Cada uma dessas cromatides € quebrada no local do crossing over, € 08 fragmento se fixam newamente, prachizinda oe recambi- nantes, As outras duas cromiétides nao sio recombinantes nesse local. Portanto, cada cmssing over prodiuz duas croma- tides recombinantes de um total de quatro. Préfase! A Crossing over plo B Crossing over ‘mp0 © Crossing over uidhuplo | B Crossing ever cromstdes ime Observe que apenas duas crométides participam da permutta em determinado ponto. Mas pode haver crossing ‘ver das outras duas cromatides em outro ponto. Assim, ‘existe a possibilidade de miltiplas permutas em uma té- trade de crométides (Figura 7.7). Por exemplo, pode haver das, tés ou até quatro permutas separadas, habitualmen- te denominadas crssing overs duplo, triplo ou quédruplo. (lremas comentar a significada genética deseas permitas adiante neste capitulo.) Observe, porém, que uma permu- ‘a entre crométidesirmas nao produz recombinantes ge- néticos porque as cromatidesirmas sio idénticas. Produtos da meiose | FIGURA 7.7 Consequéncias de miltilas permutas entre cromossomos e da permuta entre crométides-inmas durante a préfase | da meiose. Captuo 7 | Ligacdo, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Euctiotos Qual & 0 responsiivel pela quebra de crométides du- ante 0 crossing ove? As quebras sio causadas por enzimas ‘que atuam no DNA das cromatides. As enzimas também sio responsiveis pelo reparo dessas quebras, isto é, pela refixacao dos fragmentos a outra cromdtide. Apresenta- semus us detalles uiuleculaies dese procesu uu Capi tulo 13, EVIDENCIAS DE QUE O CROSSING OVER CAUSA RECOMBINACAO Em 1991, Harriet Creighton € Barbara McClintock obi veram evidéncias de que a recombinacio genética estava associada A troca de material entre cromossomos. Crei- _ghton e McClintock estudaram cromossomos homélogos morfologicamente distinguiveis em milho. O objetivo era determinar se havia correlacio entre a permuta fisica en- tre esses homélogos e a recombinacio entre alguns dos genes presentes neles. Tlavia duas formas de cromossomo 9 disponiveis para anélise; uma era normal, e a outra tinha aberracGes cito- légicas em cada extremidade ~ um knob heterocromatico ‘em uma extremidade ¢ um trecho de um cromossomo diferente na outra (Figura 78). Essas duas formas de cro- ‘mossomo 9 tambem foram marcadas geneticamente para detectar a recombinacao. Um gene marcador controlava acor do grio (C, colorido; ¢ incolor), € 0 outro controla- vaatenuua do pido (Wa amllscou; on cdreu): Creighton € McClintock realizaram o seguinte cruzamento-test @ ce ¢ e ° x ry wom x Depois, examinaram a prole recombinante para pes- squisas ude de pemula entse a9 dias formas difer cates de cromossomo 9. Os resultados mostraram que os recom- binantes C We cwxtinham um cromossomo com apenas ‘um dos marcadores citolégicos anormais; © outro marca- dor anormal havia sido evidentemente perdido por per ‘muta com 0 cromossomo ¥ normal na geracao anterior: c c c c we We Wk we Esses achados eram um forte indicio de que a causa da recombinagao era uma permuta fisica entre cromos- somos pareados. 139 nat on (knob — a | : ; s 1m FIGURA 7.8 Duas formas de cromassomo $ no milho usadas nos experimentos de Creighton e Mcclintock. QUIASMAS E O MOMENTO DO CROSSING OVER As evidéncias citol6gicas do. crossing over so. observadas no final da préfase da primeira divisio meiética, quando 6 possivel ver claramente os quiasmas. Nese momento, 0 cromossomos pareados repelem-se ligeiramente, man- tendo contato proximo apenas no centromero ¢ em cada uiasma (Figura 7.9). Essa separacio parcial torna possivel contar com preciso 0s quiasmas. Como seria de se espe- rar, 0s cromossomos grandes geralmente tém mais quias- ‘mas que os cromossomos pequenos. Assim, o niimero de ‘quiasmas € aproximadamente proporcional ao compri- mento do cromostomo. O surgimento de quiasmas no fim da primeira profa- ‘se mei6tica poderia significar que € nesse momento que ocorre © crossing over. No entanto, dados de diferentes experimentos sugerem que 0 crassing over ocorre antes. Alguus cesses capes para alterar a frequéncia de recombinacao. Quando os Q Leia a resposta do problema no site hntp:/geiogrupogen comb. nas feémeas da F, estavam presentes na configuracao em acoplamento. ‘As moscas da F, do intereruzamento eram de oito clas- sea fenotipicas, diuas parentais ¢ seis recombinantes. Aa classes pareniais eram, sem duivida, as mais numerosas. As classes recombinantes, menos numerosas, represen- tavam diferentes tipos de cromossomos produridos por ‘crnssing ver, Para identificar os orassing overs que produ ‘Aram cada po de recombinant, precisamos primeira determinar a ordem dos genes no cromossomo, Determinagao da ordem dos genes Esker Mero amae Rie PEE Linea 2s 3. eceu-se Outras posibilidades, como aHer—G sio dessas porque nio ha distincdo entre as extremidades cesquerda € direita do cromossomo. Qual das ordens € a Para responder a essa pergunta, precisamos analisar meticulosamente as seis classes recombinantes. Quatro delas foram produzidas obrigatoriamente por um crossinge ‘ver simples em uma das duas regides delimitadas pelos genes. As outras das forain produsidtas obs igator ian te por crossing over duplo ~ uma permuta em cada uma das duas regides, Como um crossing over duplo altera 0 gene do meio em relacio aos mareadores genéticos de cada lado dele, temos, em prinefpio, um método para determinar a ordem dos genes, Intuitivamente, também sabemos que im crossing aver duplo deve ser muito menos Captuo 7 | Ligacdo, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Euctiotos Cordae om escudo thos equinos 143 fat som nerura ransvertals Tipo selvagem ctv sot ect cr Bridges Obyctt sap trun noses p Gleretes em redo om °°? mmm Mec peres se 20x. cnc / NH cortas om excuse Shoe eee Ape ners fem noruras este casoo ealete “Tpoeeager transversais um cruzamentoteste — sev Sc ec cv pargestaro grade _, =p Teer sess 1 : comme °° * um 0" el AY Fe ‘endpode eromossomoX ———_Nimero Clese — Fenito Giemermelsei — (oomads 1 Cardas em escudo, tas eas, acassemnonuastansemas, sc ec Lise 2 Tra savages stmt ot LAS 3 cerdas em esuto Pars 163 A iOgpeten seaeingaer sn nerwaas tensersis sew 120 > Cedusemescul, otws eqines se eo 1 6 —AsassemnemrastvanserelsSe* ect Cy ue 7 Cerdas em esa, ass sem nerwaas tanversis se 1 8 Ohos equinos sot ec cyt _t rota 3208 1m FICURA7 12 Cruzamento de trés pontos de Bridges e Ollxycht com os} ‘sem nervurestransversals) em Drosophila. Dados retirados de Bridges C.. frequente que um crossing oversimples. Consequentemen- te, entre assis classes recombinantes, as duas rras tem de representar 08 eromossomos com emissing oner duplo. Em nossos dados, as classes de crossing overduplo, raras, slo 7 (scec*cu) 8 (se* ec cv"), cada unr delas com apenas ‘uma mosca (Figura 7.12). Comparando essas classes com as classes parentais 1 (sce cu) € 2 (sc* ec* cu"), verificamos que 0 alelo achinus foi trocado om relagio a se veinless. Consequentemente, o gene echinus tem de estar Crossing overs entre see 0c Classe Namero ebservado —— L au 3 3 | om «on see ow) ee x= | — 7 1 | om =: 1 ee rr Distncia de mapa = 23; = 0,091 Morgan = 9,1 centiMorgans genes ligados 20 X sc (erdas em escudo} ec (olhos equinos) ev(asas B, e Olbrycht, TM, 1926. Genetics 11:41, localizado entre os outros dois. Assim, a ordem correta ddos genes & (I) sc-ec-cx Célculo das distancias entre genes Estabelecida a orem dos genes, podemos determinar as distincias entre genes adjacentes. Mais uma vez, 0 méto- do é ealeular o niimera médio de crossing overs em cada regido cromossOmica (Figura 7.13). Crossing overs entre ee ev Classe Nimera : bservado sew \« wg tw els | qu cs sme se ecto | i 7 1 ainda | ummm st er me a wz Distancia de mapa = 396; = 0,105 Morgan = 10,5 centiMorgans 1m FIGURA 7.13 Céleulo de distncas de mapa genético a partir dos dados de Bridges e Olbxycht. distancia entre cada par de genes é obtida por estimative do ndmero mésio de cassing overs. 144 Fundamentos de Genética Podemos obter © comprimento da regiio entre sce ¢c identificando as classes recombinantes em que havia crossing over entre esses genes. Existem quatro dessas clas- ses: 3 (50 ec* cu"), 4 (sc* ec cw). 7 (se ec* co) € B (sc* ec cv"). As classes 3 e 4 tiveram um crossing oversimples entre sce (6, © ay Classes 7 © 8 Liveran dois orasing over, ull ELE sc e ec € outro entre ee ci. Portanto, podemos usar as frequéncias dessas quatro classes para estimar o néimero miédio de crossing overs entre see 9c Cle % Clase 4 Classe? Classe 8 168 + 130 + 1 + 1 Total = Says = 0091 Assi, a vata 100 Cromossomios originales da meivse as femeas da F,, 9,1 tinham um crossing over entre sc € ec. Portanto, a distincia entre esses genes é de 9,1 unidades de mapa (ou, ve preferir, 91 centiMorgano). Da mesma maneira, podemos calcular a distincia en- tre ec € cv. Quatro classes recombinantes apresentavan sum crassing over nessa regio: 5 (sce cu") 6 (sc" ec” cv), Te 8. Os recombinantes duplos também estio incluidos aqui porque um dos dois crssing overs ovorreu entre ee ct. A frequéncia total dessas quatro classes é: Classe5 Classe 6 Classe7 Classe 8 192 + 148 + 1 i Total 0,105 “3048” Comsequentemente, ee mestia distantes 10,5 wnidades de mapa. Combinrando os dados acerca das duas regioes, obte- ‘mos 0 mapa 50-9,1-co-10,5-c0 [As distancias de mapa calculadas dessas formas sio adi- tivas. Assim, 6 possivel estimar a distincia entre sce cu somando os comprimentos dos dois intervalos entre eles ‘no mapa: 9,1 eM + 10,5 cM. 9,6 cM. ‘Também podemos fazer essa estimativa calculando di- retamonte niimero médio de wsring overs entre esoea genes: Classes com Classes com Classessem ——arssing over erossing over crossing over simples duplo 1e2 3,4,5€6 7e8 (0) X 0,805 + (1) x 0,195 + (2) x 0,0006 = 0,196 Aqui o niimero de crossing overs @ apresentado entre pa- rénteses, € seu multiplicador é a frequéncia combinada das classes com esse ntimero de crossing overs. Em outras palavias, vada ase recumibinante Couuibui para a die tancia de mapa de acordo com o produto de sua fre- quéncia € o ntimero de crossing overs que representa. Bridges ¢ Olbrycht estudaram sete genes ligados 20 X em seu experimento de recombinacao: 56 ecu, ct (asas cortadas |cut]), v (olhos vermethao | vermilion|), g (olhos granada [garnet]) e f (cerdas bifurcadas [forked]). Calcu- Jando as frequéncias de recombinacio entre cada par de ‘genes adjacentes, eles construiram um mapa de um gran- de segmento do cromossomo X (Figura 7.14); scestava em uma extremidade. e fina outra. Todos os sete genes que Bridges e Olbrycht estudaram eram, na verdade, marca- dures Ue sitios esperifitus nu Guuussumy X. Somandy todos os intervalos de mapa entre esses marcadores, eles cestimaram que o comprimento total do segmento mape- ado era 66,8 cM. Assim, o niimero médio de crossing overs nesse segmento era 0,668. Interferdncia e coeficiente de coincidéncia © cruzamento de trés pontos tem uma importante van- tagem em relacdo ao cruzamento de dois pontos: torna possivel detectar crossing overs duplos ¢ determinar se as permutas em regides adjacentes so independentes. Por ‘exemplo, um crassing averna regiao entre sce ec (regiao I ‘no mapa do cromosiomo X) é independente de um cro. sing overna regio entre ece cv (regio II)? Ou um crossing ‘over inibe a ocorrencia de outro préximo dele? Para responder essas perguntas, € preciso calcular a frequéncia esperada de orassing overs duplos, com base no convcity de independéncia, Pudeiys feecs issu multipl= cando as frequéncias de orassing over para duas regides cromoss6micas adjacentes. Por exemplo, na regio I do mapa de Bridges e Olbrycht, a frequéncia de crossing over foi (163 + 130 + 1 + 1)/3.248 = 0,091, e na regio II foi (192 + 148 + 1 + 1)/3.248=0,105. Na hipotese da inde- pendéncia, a frequéncia esperada de orassing overs duplos no intervalo entre sce cv seria, portanto, 0,091 X 0,105 0,0095. Agora podemos comparar essa frequéneia A fre- quéncia observada, que foi de 2/3.248 = 0,0006. Crossing overs duplos entre sce cy eram muito menos frequentes que a experada Fase resnltada sngere que vim emcing overinibia a ocorréncia de outro préximo, um fenémeno enominado interteréncia, O grau de interferéncia € medi- do habitualmente pelo cosfciente de coincdéncla, ¢, que é a razio entre a frequéncia observada e a frequéncia espe- ada de crossing overs duplos: frequéucta ubservacla de craving vvers Uuptos frequéncia esperada de crossing overs duplos 0.0006 0,0095 © 0,063 Cromossomo X de Drosophila 1m FICURA 7.14 Mapa de Bridges e Olbrycht de sete genes ligados 20 X-em Drosophila. As distancia s3o apresentadas em centiMorgen. Captuo 7 | Ligagdo, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Eucatiotos © nivel de interferéncia, cujo simbolo é J, 6 ealeulado por 0,937. Como nesse exemplo 0 coeticiente de coincidencia & préximo de zero, o valor minimo possivel, a interferéncia ‘era muito forte (Festa préximo de 1), No outro extremo, umn coeficiene de coincident igual umn inuplicaria wu sénicia de interferéncia; isto & significaria que os essing ‘vers foram indlependentes. Muitos estudos mostraram que a interferéneia & forte quando as distincias no mapa sio menores que 20 eM; assim, raramente Ind crossing overs duplos em regioes cro- moss6micas curtas. No entanto, em regides longas. a interferéncia enfraquece até o ponto em que os orssing: ers vcore de manera ile Portanto, o grau de interferéncia é uma funcio da dis- tincia no mapa, tis OW lente. lo Jo 0 mapa genético, & posaivel uss para prever os resultados dos experimentos. Veja como ‘ao feltas as previsoes baseadlas em mapa acompanhando © Problema resolvido: Uso do mapa genético para prever resultado de um eruzamento. FREQUENCIA DE RECOMBINAGAO E DISTANCIA NO MAPA GENETICO, Nas secies anteriores, ahordamos a construcio de mapas ‘cromossOmicos a partir de dados sobre a recombinacio de marcadores genéticos. Esses dados tornam.possivel deduzir onde ocorreram os erassing overs em uma amos- tra de cromossomos, Localizando e contando esses cras- PROBLEMA RESOLVIDO 145 sing overs, 6 possivel estimar as distincias entre os genes © representé-los em um mapa cromossomico. Esse método ¢ eficaz desde que os genes estejam bem préximos. Quando estio afastados, porém. a frequéncia de recombinacio pode nao refletir a verdadeira distan- cia no mapa (Figura 7.15). Gonsideremos, por exemplo, os genes nas extremidades clo mapa do cromossomo X fei- to por Bridges e Olbrycht; s¢, na extremidade esquerda, estaya 66,8 eM distante de j; na extremidade dircita. No entanto, a frequéncia de recombinacao entre sce fera de 50%, 0 valor maximo possivel. Usando essa frequéncia para estimar a distancia no mapa, concluirfamos que se € festavam distantes 50 unidades de mapa. E claro que a distancia calculada pela soma dos comprimentos das re- sides interpostas no mapa, 66,8 cM, & muito maior. Esse exemplo mostra que a verdadeira distancia gené- tica, que depende do mimero medio de crossing overs em ‘um cromossomo, pode ser muito maior que a frequéncia de recombinacio observada. Pode haver miiltiplos ros sing over entre genes muito afastados, ¢ alguns deles po- dem nao produzir cromossomos geneticamente recom- binantes (Figura 7.16). Para verificar isso, vamos supor que haja um crossing over simples entre duas cromstides em uma tétrade, causando a recombinacdo dos marca- dores genéticos tlanqueadores. Se houver outro omssing ‘over entre essas mesinas duias eromitides, os marcadores flanqueadores voltarao 4 configura¢io original; na pré- tica, © segundo crussing over anula 0 efelto do primetro, reconvertendo as crométides recombinantes em no re- combinantes, Assim, ainda que tenha havido dois omssing Uso do mapa genético para prever o resultado de um cruzamento (s genes 5 @ testio no meio do cromossomo X de Drosophila; resid 15 cM & esquerda de s,e testé 20 cM a direita de s, Nessa regio, © coeficiente de coincidéncis (c) 60,2. Um geneticets quer iar um cromossomo X que tenha 0s alelos mutantes cecessivos dos trés genes. Um estoque & homonigoto para re f,e 0 outro ¢ hhomazigota paras. Cruzando os dos estoques,o geneticista obtém. femeas que sdo heterozigotos trips rs° tr st Essas femeas Leute cuin nls Ue ipy selveye Sev yeretivate ‘examinar 10.000 filhas machos dessas fmeas, uantos deles sera rmutantes triplos, rs ¢? FATOS ECONCETOS 11, Quando os Intervalos no mapa sao pequenos (« 20 cM), a dls- tna no mapa igual & requir de um crossing ovr simples no interalo. 2. O coeficiente de coincidénciaé igual & razdo frequlincia obser- vada/frequBncia esperada de crossing overs duplos. 3. A Trequéncia esperada de crossing overs dupos 6 calelade com, base na syposicio de que os dois crassng overs so independentes. 44, Os machos neraam o cromossoma X das mae. ANAUSEESOLUGAO (Os machos mutantes triples 56 s40 produzidos e houver um cros- sing over duplo nas fémeas rs* tr’ s* cruzadas com machos de ‘ips Sdbiegern: & igus desses anteageciers Maples aris fungao das duas distancias no mapa (15 cM e 20 cM) e do nivel, de interferéncia, medido pelo coeficiente de coincidéncia (aqui ¢ = 0.2). Como © = frequéncia abservadalfrequeéncia esperada de ‘crossing overs duplos, podemos calcular a frequéncia observada ce crossing overs duplos depo's de uma reorganizacao algebrica simples: frequencia observada de crossing avers duplos = fre- quéncia esperada de crossing overs duplos. A frequencia espera- a de crossing overs duplos & calculada a partir dae dstanciaz no ‘mapa, supondo-se que os crossing overs nos intervalos adjacentes do mapa sejam independentes: 0,15 X 0,20 = 0,03. Assim, em 10,000 Filhos machos, 0.2 39% devem ter um cromossoma X {que teve um crossing over entre os genes res e autro crossing over, lenLe os genes s€ LL Nu entanto, apenas elade desses 60 fies isto 6, 30 ~terdo 0 cromossamo X mutante triplo; es outros 30 terdo o tipo selvagem trilo, A fa 146 Fundamentos de Genética a 2° — ==P = oF NS Fenitipe Genitive do imero ‘romossomo X observado ‘de heranga materna Cerdosem ee ‘ excuse, NED 638 bifuroodas, Parentais ct tt 1629 Toosthagen GEEED 931 — sc fe ‘em escudo a Recabinantes + 1619 as a= bircades Total = 3.288 Porcentagem de recombinaco = 1.612 x 100% = 50% Distncia de mapa = 66,8 centMorgans “pemee Crossing ‘overs duplos| de dois filsmertos a Crossing ‘overs dplos| de es flamentos 8 1m FIGURA 7.16 Consequlncias do crossing over duplo eater dei Inc. Ox eremossemns reenmbinantes «40 indicados por um astersco. (A) Os crossing overs du- Crossing ples de dos flamentos produzem apenas cromosco overs diplos ‘mos ndo recombinantes. (8) Crossing overs duplos de d¢ vatro ‘wes flamentos produzem metade dos cromossornos _flamertos recombinantes e metade ndo recombinantes.(C) Os crosing overs dupos de quar flamentos produzem 5 ‘apenas cromossomos recombinantes. 1m FICURA 7-15 Diseropfncia antre 2 ditinela de mapa « a porcen- ‘tagem de recombinacéo. A distancia de mapa entre os genes sce Fé rmior que v purceniual observed de recumnbinayau entre eles, oversnessa tétrade, nenhuma das cromatides dela sera re- combinante para os maicadores Manqueadores. Esse segundo exemplo mostra que um crossing aver du- plo nio pode contribuir para a frequéncia de recombi- nacio, embora contribua para o nimero médio de per mutas em um cromossomo. Um crssing over quédruplo teria o mesmo efeito. Essas e outras permutas multiplas sio responsaveis pela discrepancia entre a frequéncia de recombinacao e a distincia no mapa genético. Na priti- ta, ema distiepaitia € peyuena yuauly a distancia & ferior a 20 cM. Nessas distincias, a interferéncia é grande © suficiente para inibir quase todas as permutas milti- plas, ea frequéncia de recombinagao & uma boa estima- tiva da verdadeira distancia genética. Quando a distancia maior que 20 cM, essas duas quantidades divergem, principalmente porque se torna muito mais provavel a ‘ocorréncia de permutas miiltiplas. A Figura 7.17 mostra a relagio matemitica entre a frequéncia de recombinagio ea distancia no mapa genético. captulo7 Porcentagen de recomainagéo 2 40 | Ugagdo, Crossing over e Mapeamento Cromossomico em Eucatiotos 147 0 80 «100 120 Distncia no mapa (cM) | FICURA 7.17 Relay ene a frequen de reconbinayau ea distin ign inapa yenttien.Abixu de 20 CM, hd in relayav epronimadaren= ‘te linear entre a porcentagem de recombinagdo e a distancia no mapa; acima de 20 cM, a porcentagem de recombinagio subestima a dstancia no mapa, PONTOS ESSENCIAIS. + 0: mapas gents de cromaomas 8 basa no nino iti de crossing overs wear dos durante a meince ‘entre genes em cruzamentos centanto, freuéncas de reco Mapeamento citogenético (Os geneticistas desenvolveram técnicas de localizagao dos genes nos mapas citolégicos dos cromossomos. (© mapeamento da recombinacio torna possivel identificar a posigoes relativas dos genes usando a frequencia de ons sing over como medida de distincia. No entanto, no possi- bilita a localizacdo de genes em relagio aos pontos de re- feréneia citolégicos, como bandas, nos eromossomos. Esse tipo de localizacao requer outro procedimento, com estudo dos efeitos fenotipicos de rearranjos cromossOmicos, como elecies ¢ duplicacies. Como é possivel reconhecer citalo- gicamente esses tipos de rearranjos, pode-se correlacionar seus efeitos fenotipicos a determinadas regides ao longo de ‘um cromossomo. Se for possivel associar esses efeitos feno- tipicos a genes jé posicionados em um mapa de recombina- ‘¢i0, podem se vincular as posigdes dewes gene no mapa a Tocais no mapa citolégico de um cromossomo. Esse proces so de mapeamento ciogenético foi totalmente desenvolvido no estudo genético de Drosophila, cujos grandes cromossomos ppoliténicos com bandas oferecem aos pesquisadores mapas ‘Gol6gicos com devalles exuraoriarios. LOCALIZAGAO DE GENES COM O AUXILIO DAS DELEGOES E DUPLICACOES ‘Tomemos como exemplo de mapeamento citogenético as técnicas de localizaco do gene white ligado ao X de As distancias no mapa genético sao etimadas pelo cdleulo da frequincia de recombinagio espenmentass Prequincias de recombinacio abaivo de 20% estimam diretomentea distincia na mepa: no miinacao acima de 20% subestiman a distancia no mapa porque crossing overs miliplas nem sempre produzem cromosiomos recombinants. Drosophila, uma cépia de tipo selvagem necesséria para pigmentacao dos olhos. ksse gene ocupa a posi¢ao 1,5 do mapa, perto de uma extremidade do cromossomo X. Mas esta perto de qual das duas extremidades? Ea que Uisviucia, em termus citologicos, esté dessa extremidade? Para responder a essas perguntas, precisamos encontrar a posi¢ao do gene whiteno mapa citolégico do cromosso- mo X politénico. Um método € produzir moscas heterozigotas para ‘uma mutagao nula recessiva do gene white (w) € uma de- lecio (ou deficiéncia, geralmente simbolizada por D/) itologicamente definida em parte do cromossomo X (Figura 7.18). Esses ietexusigotos w/Df serves como teste funcional para localizar 0 gene whiteem relacao a deficiés cia, Se o gene whitetiver sido deletado do cromossomo entio ot heterozigotos w/Dj nio serio capazes de produ zi o pigmento do olho porque nao terdo uma cépia ativa, do gene whiteem nenhum dos cromossomos X. Portanto, 05 olhos dos heterozigotos w/Dfserao brancos (0 fenstipo mutante). Se, porém, o gene white no tiver sido deletado dy WUMUSOMLY Df os hewrueigows u/D/ wu um yen ‘whiteativo em algum lugar desse cromossomo, e seus olhos serdo vermelhos (0 fendtipo selvagem). Portanto, 0 exa- me dos olhos dos heterozigotos u/Dftorna possivel deter minar se uma deficiéncia especifica deletou o gene white. Caso iso tenha acontecido, € preciso localizar 0 gene white dentro dos limites dessa deficiéncia. 148 Fundamentos de Genética Gonétipe w/DF Fonétipo ——_ w << = Dfnio exchiio genre Otis wenettos 1 FICURA 7.18 Pinctpios de mapeamento de delego para localzar tum gine om cromossome de Drotophila.O gone white no cromosso- ‘mo X definido pela mutag recessha w que causa ohes brancos, € te eon exer, Diferentes deficiéncias do cromossomo X possibilita- ram que os pesquisadores localizassem 0 gene while perto daextremidade esquerda do cromossomo X (Figura7.19). Cada deficiéncia foi combinada a uma mutacao white re- cessiva, mas $6 uma das deficiéncias, Di(Z)u", produziu ‘olhos brancos. Como essa deficiéncia “revela” a mutagao white, sabemos que o gene white esté obrigatoriamente localizado no segmento do eromostomo que ela deleta, isto é, entre as bandas 3A1 e 3C2 do cromossomo polité- nico, Em deficiéncias menores, 0 gene white foi localiza- do na banda 3C2 do cromossomo politénico. perto do limite direito de D7)". Heterozigotos w/Dt Deficiéncia ‘Também podemos usar duplicagSes para identificar allocalizacdo citolégica dos genes. O procedimento se- ‘melhante ao que emprega delecoes, exceto por pesqui- sarmos uma duplicacdo que mascara o fendtipo de uma mutacio recessiva. A Figura 7.20 mostra um exemplo de usu de duplitayGes de peyuenus segutentus dy LruiwUs- somo X que foram translocados para outro cromosso- ‘mo. Apenas uma dessas duplicagdes, Dp2, mascara ~ ou, como gostam de dizer os geneticistas, “cobre” —a muta- ‘cdo white, assim, ele tem obrigatoriamente uma cépia de tupo selvagem de whut Isso localiza o gene white entre as secdes 2D € 3D no cromossomo X politénico. o que € compativel com os resultados dos testes de delecio jé ‘expostos. ‘As delecdes © duplicacées foram extraordinari mente titeis para localizar genes nos mapas citolégi- ene de cramnecamos de Dmenpihila 0 prineipi ‘no mapeamento da delecdo é que uma delecao que revela, ‘uma mutagao recessiva nao tem uma copia de tipo se vagem do gene mutante. Esse fato localiza esse gene dentro dos limites da delecdo. O principio basico no mapeamento da duplicagdo € que uma duplicagio que cobreuma mutacio recessiva contém obrigatoriamente uma cépia de tipo selvagem do gene mutante. Esse fato localiza esse gene dentre dos limites da duplicacio, Teste sua capacidade de localizar genes com base em deficiéncias e duplicagdes acompanhando o exercfcio do Boxe Resolva!: Mapeamento citolégico de um gene de Drosophila. bitten: dequebra ——Fenétipo org, 702 (hos vermenos 10C1-2; 1061-2 Obhos vermelhos 14813; 1589 thos vermetnos ORI 2;20A —Ohae vermahas ‘Accor mutant dos chos observada em Dil) indica que o gene white esté entre os pontos de quebra da deficidncia nas bandas 3Al e 3C2 no cromossomo X. 1m FICURA 7.19 Localizacio do gene white no cromossomo X de Drosophila por mapeamento de delecéo. Os pontos de quebra de deficéncia fo apresentados usando as coordenadas do mapa citclégico de Bridges do crormossomo X politénico. Coptlo7 | Pentor Combinagées w/Op Dupicacdo de quebra —Fenétipo —— Dl extvemidade;Onos mt TEA brancos, w iis == = 3 6EZ: TCHS Olhos ~ lacus w <= = bps 3; LUE hos a beancos —=——= >= pS 14813; 1549 Ohos ~ trancos ‘cor dos olnas de tipo selvagem observada em Dp? indica que 0 ‘gore lie ela enne us poo de quelna Ja dupicaau nes regides 2D e 30 no cromossomo X 1m FICURA 7.20 Localizacio do gene white no cromossomo X de Dro sophile por mapeemento de duplicasso, Cada duplicagdo & um 2¢8~ mento do cromossomo X que fo translacado para outro cromosso~ ‘mo. Para simpiincar, porem, 0 outro ctomossomo nao é mostrado. Os pontos de quebra da duplicacio so apresentados por meio das coor denadas do mapa citolégico de Bridges do cromossomo X politico DISTANCIA GENETICA E DISTANCIA FISICA Os procedimentos para medida da distincia genética € construcaio de mapas de recombinacio sio baseados nia de crossing goer eute CLuIUNsONIUS pares ivamente, espera-se que os cromossomos lon- {gos tenham mais crossing overs que 0s curtos e que essa relacao seja refletida no comprimento de seus mapas genéticos, Na maioria das veres, nossa hipétese é verda- (Os genes we ec estdo distantes no mapa genético, mas tréximos no maga fisico do cromossomo. Gromossomo Xpolitenico. | lnel c be F| (s genes ye westéodistantes no maps fsico do ‘romassomo, mas préximos no mapa genético. ie 149 Lgaco, Crossing vere Mapeamento Cromossomico em Eucatotos Resolv. Mapeamento citolégico de um gene de Drosophila Uma mutacéo recessiva ligada ao X produ olhos castanhos em Drosophila hemizigota ou homorigota para ele; os olhos das rmoscas de tipo selvagem séo vermelhos. Um geneticista produ Zu fémeas que tinham essa mutagdo recessiva em um de seus ‘romoasomos X0 outro cromessomo X tine ume delesBo cto logicamente definida. O geneticsta também produziu machos {que tinnam a mutagao de olhos castanhos em seu cromossomo X:0 cromossomo ¥ nesses machos tinha uma duplcagio citolo- _gicamente definida de um pequeno segmento do cromossomo XA extensdo de cada delecdo e duplicacdo é mostrada adiante em relagio a um mapa de 14 bandas no cromossomo X polit ‘ico, Tedes a3 émees com mutagio/delegSo ¢ todes 03 machos com mutagéo/duplicacdo foram classficados de acordo com a or dos olnos. A partir dos resultados, localize 0 gene da cor do calho no menor intervalo possvel ne mapa ctolégico. 123456789 W1i2I3 4 ‘Cor dos ols A —4 HL castarne gJe —4 + castarma Z)¢ ——4A /— castarta D ——————4_ FF wermetna aff Castrta ale H Vermeha 2c —l Castarha ola K+—“ Vermeha > Leia aresposta do problema nosite tp: /gon-io-grupogen.com-br. deira: no entanto, algumas regides de um cromossomo io mais propensas ao crossing over que outras. Assim, as distincias no mapa genético nav corresponder mente as distancias fisicas no mapa citolégico do ero- mossomo (Figura 721). E menos proxiivel que 0 crassing ‘over ocorta perto das extremidades de um cromossomo € também proximo do centrémero; por isso, essas re- 1m FIGURA 7.21 Extremidade cesquerda do cromassomo X aliténien de Diner a porcéo correspondente do mapa genético mostrando| (s genes pare corpo ame- Talo (), olhos brancos (w), calhos equines (ec), asas cortades (ct) e cerdas cha- rmuscadas (sn). 150 Fundamentos de Genética sides estio condensadas no mapa genético. Outras 1 ides, nas quais os crassing overs sio mais frequentes, es- tao expandidas. Embora nio haja relacio uniforme entre distincia fi- sica € genética, os mapas genéticos ¢ citolégicos de wn PONTOS ESSENCIAIS. cromossomo sto colineares; isto 6, locais especificos tém ‘mesma ordem. Portanto, o mapeamento de recombina- (cao revela a verdadeira ordem dos genes ao longo de um cromossomo. No entanto, ndo mostra as distincias fisicas reais entre eles. + Bm Drosophila, as genes poten ser localizados em mapas dos eromossomas poitinicos por combinacéo de mutaciesrcesivas com dleres e duplicacdes citlogicamente defnidas + Ua deecao roetao fentipo de uma mutacao recess locatizada entre seus limits, ao passo que uma duplcacio ocultao fenstipo mutante + Os mepas genticosecitldgios so colineares entrtanto, as distncias gendticas nao so froparcionais ds dstincias citlégicas. Anilise de ligacao em seres humanos A anélise do heredograma torna possivel localizar genes nos cromossomos humanos. Para detectar e analisar a ligacio génica em seres huma- nos, 05 geneticistas precisam colher dados de heredogra- mas, Muitas veces esses dados sio limitadlos ou incom pletos, ou oferecem informacdes ambiguas. Portanto, a tarefa de elaborar mapas de ligaco humana cria muitos desafios para os peaquisadores, Estudos eléssicos de liga ‘ao em seres humanos concentraram-se em heredogra- ‘mas nos quais era possivel acompanhar simultaneamente a heranca de dois genes ou mais. Hoje, gracas aos mé- todos moleculares moderos, os pesquisadores podem analisar a heranca de dezenas de marcadores diferentes ‘no mesmo conjunto de heredogramas. Essa andlise mul filocus aumentou muito a capacidade de detectar a liga- Gio ¢ de claborar mapas cromossémicos detalhados. As relagies de ligagdo génica mais faceis de estudar em se- res humanos sao aquelas entre genes no cromossomo X. Fase genes seguem iim padrin de heranga prontamen- te identificado. Se dois genes tiverem esse padrao, eles estao ligados. & muito mais dificil 1dentincar a gacao entre genes autoss6micos. O genoma humano tem 22 au- tossomos diferentes, ¢ um gene no ligado ao X poderia estar em qualquer um deles, Em que autossomo esti 0 gene? Que outros genes esto ligados a ele? Quais sio as osigdes desses genes no mapa? Essas so questoes que desafiam o pesquisador em genética humana ara saber como a ligacdo génica é detectada em here- dogramas humanos, examinemos parte do trabalho de J. H. Renwick e §. D. Lawler. Em 1955 esses pesquisadores relataram evidéncias de ligacdo entre o gene controla- dur du grupo sanguiicy du sisteita ABO (Capfulu 4) © uma mutacao dominante responsavel por um distirbio autoss6mico raro denominado sindrome unha-patela. As pessoas com essa sindrome tém anormalidade das unhas das patelas. A Figura 722A mostra parte de um dos he- redogramas estudados por Renwick ¢ Lawler. ‘Todos os individuos nese heredograma foram caracterizados quanto & presenca ou auséncia da mutacio da sindrome ‘unha-patela, designada NPS/; além disso, determinou-se © tipo sanguinco ABO da maioria dos individuos. A mulher da geracao I representa uma nova ocor- réncia da mutacao NPS7. Nenhum de seus pais nem de seus 11 irmios tinha 0 fendtipo da sindrome unha-pa- tela. Entre os cinco individuos que tinham a sindrome ‘unha-patela nesse heredograma, todos eles, exceto um (11-6). tinham sangue tipo B. Essa observacio sugere que amutacio NPSI esta ligada geneticamente ao alelo B do Zocus do grupo sangutuey ABO. Se presuanisinus que ess eréncia esta correta, a mulher na geracdo II tem 0 ge- n6tipo NPSI B/+O; isto é, ela é um heterozigoto em re- pulsio. Sem diivida, o gendtipo de seu marido € + 0/+0. ‘A Figura 7.228 ilustra os fenémenos genéticos desse he- redograma e sugere uma estratégia para estimar, ainda 1e gmsvo mnda, a distancia entre os lori NPST # ABO. O casamento indicado na Figura 7.22B é praticamente um cruzamento-teste. A mulher Il pode produrir quatro tipos diferentes de gametas, dois com cromossomos re- combinantes € dois com cromossomos nao recombinan- es. A vomibinayay dese gacias Lun y tipo simples Ue gameta (+0) produzido pelo homem IF2 produz quatro {gen6tipos diferentes. Como mostra o heredograma na Figura 7.22A, IL-1 ¢ IL2 tiveram todos os quatro tipos de filhos. No entanto, apenas 3 (IIF3, 11-6, IIF-12, indicados por asteriscos na Figura 7.22A) de seus 10 filhos eram recombinantes: 0s ontros 7 eram nao recombinantes. As sim, podemos estimar a frequéncia de recombinagao en- {es loci NPSI € ABO como 3/10= 30%. No entanto, essa cestimativa nao usa todas as informacdes do heredogra- ‘ma. Para aprimoréla, podemos incorporar as informa- ‘sca dos trés netos dos casais, dos quais apenas um (IV) era recombinante. Ao todo, entio, 3 + 1=4 dos 10 + 3 = 13 individuos da prole no heredograma eram recombi- nantes. Assim, concluimos que a frequéncia de recombi- nacdo entre os loci NPS/ € ABO € de 4/13 = 31%. Em ter mos de um mapa de ligacao, estimamos que a distancia centre esses genes é de aproximadamente 31 cM. Renwick Captuo 7 | Ligacdo, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Euctiotos 151 80| 00 1 | 2 a3 I [ [ m B0|60 80 80| AAuAo Oo G0 GO BO 00 6O BO 1/2 3 4|5 67 8 8 0 H 12 Tl sindrome unra-oatela Coe v 2 % Austoda de sinome 1 % 3 A Gonsipo de Nest 8 ‘a op . 0 canes Nao recombinantes Recombinantes : —s «=> «=> a= BeSesgestn as is | li wsiep | + 0 |ws o | + 8 Sy ee | ce | Se | coe —_ Ls oe f ee | ee | * 0’ ammp| + o| + o|+ of + 0 Sinks Anemia inhome Atte Unha-patela—de'sindrome —unhapatela de sindrome Tipo Tipo Tipo Tipo ” Tinguineo B eguines © anguinen 0 eangulneo B 1m FICURA 7.22 Anslize da liga génica em heredograma humano. A. Parte de um heredograma mostrando 9 ligagso entre os (oc! do sistema ‘ABO e da sindrome unha-patela, Os indviduos afetados pela sindrome unha-patela so indicados por s ‘0 genotipo do focus ABU e apresentaco abaixo de cada simpolo, US astenscos Inicam os recomoinantes (0s genotipos produzidos pelo casal na geracéo I, ¢ Lawler analisaram a ligacio entre os genes NPSI.¢ ABO ‘em outros heredogramas. Combinando todos os dados, cles estimaram que a frequéncia de recombinacio & de aproximadamente 10%. Assim, a distancia entre os genes NPSI © ABO € de aproximadamente 10 cM. estudo de Renwick ¢ Lawler dos loci NPSI © ABO estabeleceu que esses dois genes esto ligados, mas nao Hdentificou © autosomo expecifico om que ectio localt zados. A primeira localizacgio de um gene em um autos- somo humano especitico ocorreu em 1968, quando K. P. Donahue € colaboradores mostraram que 0 lacus do grupo sanguineo Dufly, designado FY, esté no cromos- sumiy 1, Essa demuusu.ayau Laeuuse na Uescuberia de ‘uma variante do cromossomo 1 que era mais longa que 0 bolos vermethos. Quando conhecido, 3. (uaarado de Punnett mostrando normal. A anilise do heredograma mostrou que, em de- terminada familia, esse cromossomo longo era segregado com alelos FY especificas. Assim. 0 lacus FY foi localizado no cromossomo 1. A pesquisa subsequente localizou esse ocus 1 regia 1p31 desse cromossomo, Usando t€cnicas diferentes, os loci NPSI € ABO foram situados perto da extremidade do braco longo do cromossomo 9. Aié 0 infeio da década de 1080, o avango no mape mento génico humano foi lentissimo porque era difi- al encontrar heredogramas com segregacao de marca- dores ligados. como duas doencas genéticas diferentes. Na década de 1980, porém, tornou-se possivel identi at variaites yen€ivas uy piSpiiv DNA. Essas variates resultam de diferencas na sequéncia de DNA em partes 152. Fundamentos de Genética dos cromossomos. Por exemplo, em um individuo, de- terminada sequéncia poderia ser GAATTC em um dos filamentos de DNA, , em outro individuo, a sequéncia de DNA correspondente poderia ser GATTTC, uma di- ferenga de apenas um nucleotfdio. Embora precisemos alias pata Us Lapftulus posterivies 4 discussau das 1- nicas usadas para revelar essas diferencas moleculares, aqui podemos analisar como elas ajudaram a mapear os genes humanos, muitos deles implicados em doencas he- reditarias graves. Se, além da andlise fenotipica habitual, ‘0s membros de um heredograma sao analisados quanto & presenca ou auséncia de marcadores moleculares no DNA, um pesquisador pode procurar a ligacio entre cada mareador ¢ 0 gene em estudo. Entio, com técnicas cstatisticas apropriadas, pode estimar as distincias entre ‘gene ¢ os marcadores ligadios 2 ele. ‘Rese métndo permit um grande mimero de genes implicados em doeneas hu- ‘manas. Um dos exempios mais expressivos € a pesquisa que localizou no cromossomo 4 0 gene da doenca de Huntington (HD), um distirbio neurolégico debilitan- te c, por fim, fatal. Nessa pesquisa, analisouse a ligagio entre o gene HD e um conjunto de marcadores mole- culares em grandes heredogramas. A custa de trabalho {ne 08 ppentichetas teapaneten PONTOS ESSENCIAIS. meticuloso, 0 gone HD foi mapeado a 4 eM de um desses marcadores. Essa localizacio precisa estabeleceu os ali- ccerces para 0 isolamento ¢ a caracterizacao molecular do préprio gene HD. Os marcadores moleculares também tornaram pos- sivel Cian mapas de Wumussunius humans 4 paitit de andlises totalmente independentes. Caso se tenha de- monstrado que o gene A esté ligado ao marcador x em ‘um conjunto de heredogramas e que o gene B esté liga do ao marcador xem outro conjunto de heredogramas, centao @ Obwo que existe uma ligacao entre o gene Ae o gene B. Assim, a andlise desses marcadores faculta aos geneticistas humanos determinar as relagdes de ligacao fentre genes que nao so segregados nos mesmos here- dogramas. ‘A anilise de dados de recombinagio dos heredogra- mas poecihilita que ns genetici ‘gacdo génica dos cromossomos. Contudo, exceto no caso de ligacao ao X, essa analise nao nos diz. que cromossomo std sendo mapeado, ou onde esté determinado gene na imagem fisica desse cromossomo. Esses desafios foram enirentados pelo desenvolvimento de téenieas citolégi- ‘cas como bandeamento cromossémico e pintura cromos- sbmica (Capitulo 6). ‘laborer weapas de'Re A ligaio entre genes humanos pode ser detecada por anise dos heredogramas A anélise do heredograma também possibilita estinar as frequéncias de reombinagio para ‘mapeor genes nos eromossomos humans Recombinacao e evolucao ‘A recombinaggo — ou sua auséncia - tem um papel es- sencial na evolugéo. A recombinacéo € uma caracteristica essencial da repro- Angie sewnada Durante a meinge, par acasiaa da aprowi- ‘maco dos cromossomos e do crossing over, ha uma opor- tunidade de criar novas combinagbes de alelos, Algumas delas podem beneficiar o organismo por aumento da so- brevivéncia ou da capacidade reprodutiva. Com 0 tempo, © experado & que eases combinagies ben: nem na populacio e se tornem caracteristicas usuais da constituicao genética da espécie. Portanto, a recombina- cio meiétiea é uma maneira de emharalhar a variagio genética para potencializar as mudangas evolutivas. cas ac dissemi SIGNIFICADO EVOLUTIVO DA RECOMBINAGAO i ponsival alias vantogash eyohntina da reccmabinagi ‘mediante comparacio de duas espécies, uma capaz de se reproduzir de maneira sexuada ¢ outra, nao. Suponha- ‘mos que tenha surgido uma mutacio benéfica em cada cespécie. Ao longo do tempo, o esperado seria a dissem!- nacio dessas mutacSes. Suponhamos também que, en- quanto elas estio se disseminando, ocorra outra mutacao bbenéfica em um individuo nao mutante de cada espécie. No organismo assexuado, nao ha possibilidade de que ‘essa segunda mutacao seja recombinada com a primeira, ‘mas, no organismo sexuado, as duas mutagdes podem ser recombinadas com a producao de uma linhagem melhor que qualquer um dos mutantes isolados. Essa linhagem recamhinante serd eapar de se disseminar par tada a pre pulacdo da espécie. Em termos evolutivos, a recombina- ‘cao pode permitir a reuniao de alelos tavoravers de dite- rentes genes no mesmo organismo. SUPRESSAO DA RECOMBINACAO POR INVERSOES efeito de embaralhamento de genes na recombina- ‘cio pode ser impedido por rearranjos do cromossomo. © orassing over geralmente € inibido perto dos pontos de quebra de um rearranjo em condi¢ao heterozigota, provavelmente porque o rearranjo desorgarniza 0 pare- Captuo 7 | Ligacdo, Crossing over e Mapeamento Cromossémico em Euctiotos amento dos cromosomos. Portanto, muitos rearranjos esto associadas & reducdo na frequéncia de recombina- ‘cao. Esse efeito € mais acentuado em heterozigotos por inversio porque a inibicio do omssing over que ocorre perto dos pontos de quebra da inversio € complicada pela pera seletiva de Cromussumius que Gverait erasing ‘verna regiio invertida. Para analisar esse efeito de supressio da recombi: nagio, consideremos uma inversio no brago longo de ‘um cromossomo (Figura 7.23). O crossing over entre cro- matides mvertidas € nao mveridas na tetrade produz duas crométides recombinantes, mas provavelmente as duas cromatides serao perdidas durante a meiose ou depois dela. Uma das crométides nao tem eentromero = € um fragmento acéntrico~ e, portanto, € incapaz de se deslocar até a devida posicao durante a anéfase da Primeira division meiética A outra ernmétide tem daie centrémeros e, portanto, sera puxada em direcdes opos- 'as, formando uma ponte de cromaride dicéntrica. Por fim, essa ponte se quebra ¢ divide a crométide em pedacos. Ainda que as cromatides acéntrica e dicéntrica produzi- das por crossing over na inversio sobrevivam & meiose, é improvavel que os zigotos sejam vidveis. As duas cromé- tides so aneuploides — com duplicacio de alguns genes fe deficiéncia de otros ~ ea anenploidia geralmente letal. Portanto, essas cromatides serio eliminadas por sele¢do natural na préxima geracio. O efeito final des- sa perda de cromatides é a supressio da recombinacao entre cromossomos invertidos ¢ nao invertidos em he- terozigotos. (Os geneticistas exploraram as propriedades de su- pressdo da recombinacdo pelas inversdes para manter alelos de diferentes genes juntos no mesmo cromosso- ‘mo. Suponhamos, por exemplo, que um cromossomo cua esuuLure € uUIAl Lelia U9 alelus reLEssivus 4 0, 6 de &. Se houver pareamento desse cromossomo com ‘outro de estrutura normal que tenha os alelos selvagens correspondentes a*, b*, ¢*, d* ee", os alelos recessivos ¢ 1m FICURA 7.23 Supressto da recombinagdo em heterozigoto para 153 selvagens serio misturados por recombinagio. Para evi- tar essa mistura, 0 cromossomo com os alelos recessivos pode ser pareadio com 0 cromossomo de tipo selvagem que tem uma inversio. A menos que haja ressing overs duplos na regio invertida, essa heterozigosidade estru- (ural suprinind a recombinayay. O uumursuuiy mutate multiplicado entio pode ser transmitido para a prole na forma de uma unidade genética intacta. Muitas vezes, essa técnica de supressio da recombina- fo foi usada em experimentos com Drosophila, na qual © cromossomo mvertido geralmente tem uma mutacao dominante que permite seu acompanhamento duran- te uma série de cruzamentos sem exames citolégicos. Esse cromossomo marcado por inversio ¢ denominado balanceador, pois permite manter um cromossomo de in- teresse em condigao heterozigota sem quebra e recom- hinagia Asupressio da recombinacio por inversio parece ter tido um papel importante na evolucao dos cromosso- mos sexuais em mamfferos. Os dados provém das anali- sses de Bruce Lahn e David Page, que estudaram 19 ge- nes presentes nos cromossomos X ¢ Y humano. Esses {genes em comum ocupam posigdes diferentes nos cro- mossomos X e Y, indicando que foram rearranjados por inversies durante a evahicia. Além disso, as sequéncias de DNA das c6pias ligadas ao X ¢ ao Y desses genes em comum divergiram em diferentes graus. Pela andlise da variacdo no grau de divergéncia, Lahn e Page distingui- ram quatro “niveis evolutivos” nos cromossomos sextais hhumanos — regides nas quaie a recombinagio foi supri mida por diferentes perfodos durante a evolucao. Lahn € Page presumem que os cromossomos X € Y se origina- ram de um par de autossomos algum tempo depois que linha evolutiva dos mamiferos divergiu da linha de an- igus 1€ptcis que Tevou av surgineni dos dinussautus, crocodilos e aves. Entre 240 e 320 milhées de anos atras, uma inversio no que deveria se tornar 0 cromossomo 'Y causou a supressio regional da recombinagio entre — Ee Ponte fragmento detnvica 3 acomen rs80, Os cromossomos dicéntricas (1 2 31) e acéntrcos (43 24) forma- dos a partir das crométides que tiveram crossing over sio aneuploides e causam inviablidade da geragdo subsequente. Consequentemente, os Produtos do crossing ver entre os cromossornos invertidos endo invertidos néo so restabelecidos. 154. fundamentos de Genética X @ ¥. Na linhagem que originou os seres humanos, houve no minimo tés outras inversées, duas delas em algum momento entre 80 [30 milhoes de anos atras e uma delas entre 30 e 50 milhdes de anos atris. O efeito final dessas inversdes foi suprimir a recombinacio en- ue a4 day regiGes Huy ciunissuiius X © ¥, Por forca da selecio natural, genes ativos foram preserva- dos no cromossomo X, mas no cromossomo Y houve degeneracio da maioria dos genes pelo acimulo de mutacdes aleat6rias. Assim, hoje © cromossomo Y tem muito menos genes ativos que © cromossomo X, € 0s genes remanescentes esto arranjados em outra ordem, (Figura 7.24). CONTROLE GENETICO DA RECOMRINACAO, Nao surpreende que um processo tio importante quan- twa recombinacio esteja sob controle genético. Estudos com varios organismos, entre eles leveduras © Drosophila, mostraram que produtos de muitos genes participam da recombinacao. Alguns desses produtos génicos partici pam do pareamento dos cromostomos, outros eatalizam © processo de permuta, e ainda outros ajudam a reunir ‘os segmentos das cromatides quebradas. Abordaremos algumas dessas atividades com mais detalhes no Capit 1013. Un fendieny cusivsy, ai la ineaplivaly, € 4 nau ocorréncia de crossing overem machos de Drosophila. Nes se aspecto, a Drosophila & diferente da maioria das espé. EFIAK ZK resay— swox — RPSIY sucy— eFIAY rauy—| RPSAX Y REN x | FICURA 7.24 Ordem de genes compartthados fora das regides pseudoautossémicas nos cromossomos X eY humanos, ies, inclusive da nossa, nas quais © crossing over ocorre ‘em ambos os sexos, Além disso, sabemos que o grau de recombinagio varia entre as c9péi eventos que causa recombinacio estejam sujeitos a mu- dancas evolutivas. ca. Talver a8 préptios PONTOS ESSENCIAIS + A ncn emir maces ovr Exercicios (Os rearvanjos cromossamicos, soretuco as tnvesces, podem suprimtr a recombonacto A recombinacio est sujeita a controle genético. 1. Tima Tinhagem endagimica de haradelein de flores roxas e folhas foscas foi cruzada com outra Iinhagem endogamica de tlores brancas € tolhas brilhantes. As plantas da F,, todas as quais tinham flores roxas e folhas foscas, foram retrocruzadas com a linhagem de flores brancas € folhas Ihantes, ¢ ohtiveramae as seguintes plantas a F, 10 com flores roxas e folhas foscas; 46 com flores brancas ¢ folhas brilhantes; 12 com flores roxas € folhas brilhantes e 10 com flores brancas e folhas foscas. (a) Quais das quatro classes da F, so recom= binantes? (b) Qual e a evidencia da igacao entre os genes para cor das flores e textura das folhas? (6) Faca 0 diagrama dos erizamentos desse expe. rimento. (4) Qual é a frequéneia de recombinacao centre os genes que determinam a cor das flores € a textura das folhas? (e) Qual é a distincia de mapa genético entre esses genes? Resposta: (a) As duas titimas classes ~ flores roxas com folhas brilhantes ¢ flores brancas com folks fox cas ~ na F, sio recombinantes. Nenhuma dessas combinacées de fendtipos estava presente nas Tinhagens usadas no eruzamento inicial. (b) Os recombinantes sio 18,6% das plantas da F, ~ mui to menos que os 50% que seriam esperados se ‘os genes da cor das flores e da textura das folhas

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