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Prof.

Drª Marília Brasil Xavier


REITORA

Prof. Rubens Vilhena Fonseca


COORDENADOR GERAL DOS CURSOS DE MATEMÁTICA
MATERIAL DIDÁTICO

EDITORAÇÃO ELETRONICA
Odivaldo Teixeira Lopes

ARTE FINAL DA CAPA


Odivaldo Teixeira Lopes

REALIZAÇÃO

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

F676p Fonseca, Rubens Vilhena


Pré-cálculo / Rubens Vilhena Fonseca, Adriano Santos
de França – Belém: UEPA / Centro de Ciências Sociais
e Educação, 2011.
100 p.; iI.

ISBN: 978-85-88375-65-9

1.Cálculo – Estudo e ensino. 2. Geometria – Estudo e


ensino. 3. Números reais – Estudo e ensino. I. França,
Adriano Santos de. II. Universidade Estadual do Pará. III.
Título.
CDU: 517
CDD: 515
Índice para catálogo sistemático
1. Cálculo – Estudo e ensino: 517

Belém - Pará - Brasil


- 2011 -
Universidade Estadual do Pará
Centro de Ciências Sociais e Educação

TEORIA DOS CONJUNTOS


 Introdução aos conjuntos  Interseção de conjuntos
 Alguns conceitos primitivos  Propriedades dos conjuntos
 Algumas notações p/ conjuntos  Diferença de conjuntos
 Subconjuntos  Complemento de um conjunto
 Alguns conjuntos especiais  Leis de Augustus de Morgan
 Reunião de conjuntos  Diferença Simétrica

INTRODUÇÃO AOS CONJUNTOS Símbolo de pertinência: Se um elemento pertence


a um conjunto utilizamos o símbolo  que se lê:
"pertence".

N o estudo de Conjuntos, trabalhamos com


alguns conceitos primitivos, que devem ser
entendidos e aceitos sem definição. Para
um estudo mais aprofundado sobre a Teoria dos
Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1
pertence ao conjunto dos números naturais,
escrevemos:
Conjuntos, pode-se ler: Naive Set Theory, P.Halmos
ou Axiomatic Set Theory, P.Suppes. O primeiro 1N
deles foi traduzido para o português sob o título Para afirmar que 0 não é um número natural ou que
(nada ingênuo de): Teoria Ingênua dos Conjuntos. 0 não pertence ao conjunto dos números naturais,
escrevemos:
Alguns conceitos primitivos 0N
Conjunto: representa uma coleção de objetos. Um símbolo matemático muito usado para a
negação é a barra / traçada sobre o símbolo normal.
a. O conjunto de todos os brasileiros.
b. O conjunto de todos os números naturais.
ALGUMAS NOTAÇÕES PARA
c. O conjunto de todos os números reais tal que
x²-4=0.
CONJUNTOS
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra Muitas vezes, um conjunto é representado com os
maiúscula do alfabeto: A, B, C, ..., Z. seus elementos dentro de duas chaves { e } através
de duas formas básicas e de uma terceira forma
Elemento: é um dos componentes de um conjunto.
geométrica:
a. José da Silva é um elemento do conjunto dos
Apresentação: Os elementos do conjunto estão
brasileiros.
dentro de duas chaves { e }.
b. 1 é um elemento do conjunto dos números
a. A={a,e,i,o,u}
naturais.
b. N={1,2,3,4,...}
c. -2 é um elemento do conjunto dos números
reais que satisfaz à equação x²-4=0. c. M={João,Maria,José}
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado Descrição: O conjunto é descrito por uma ou mais
por uma letra minúscula do alfabeto: a, b, c, ..., z. propriedades.
Pertinência: é a característica associada a um a. A={x: x é uma vogal}
elemento que faz parte de um conjunto.
b. N={x: x é um número natural}
a. José da Silva pertence ao conjunto dos
c. M={x: x é uma pessoa da família de Maria}
brasileiros.
Diagrama de Venn-Euler: (lê-se: "Ven-óiler") Os
b. 1 pertence ao conjunto dos números naturais.
conjuntos são mostrados graficamente.
c. -2 pertence ao conjunto de números reais que
satisfaz à equação x²-4=0.

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Departamento de Matemática, Estatística e Informática
Licenciatura em Matemática Modalidade a Distância

SUBCONJUNTOS por A  B e a interseção de A e B, denotada


por A  B, ainda são conjuntos no universo.
Dados os conjuntos A e B, diz-se que A está
contido em B, denotado por A  B, se todos os
elementos de A também estão em B. Algumas 2. Reflexiva: Qualquer que seja o conjunto A,
vezes diremos que um conjunto A está tem-se que:
propriamente contido em B, quando o conjunto B, AA=A e AA=A
além de conter os elementos de A, contém também
outros elementos. O conjunto A é denominado 3. Inclusão: Quaisquer que sejam os conjuntos A
subconjunto de B e o conjunto B é o superconjunto e B, tem-se que:
que contém A. A  A  B, B  A  B,
A  B  A, A  B  B
ALGUNS CONJUNTOS ESPECIAIS
4. Inclusão relacionada: Quaisquer que sejam os
Conjunto vazio: É um conjunto que não possui conjuntos A e B, tem-se que:
elementos. É representado por { } ou por Ø. O A  B equivale a A  B = B
conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.
A  B equivale a A  B = A
Conjunto universo: É um conjunto que contém
todos os elementos do contexto no qual estamos 5. Associativa: Quaisquer que sejam os conjuntos
trabalhando e também contém todos os conjuntos A, B e C, tem-se que:
desse contexto. O conjunto universo é representado
por uma letra U. Na sequência não mais usaremos o A  (B  C) = (A  B)  C
conjunto universo. A  (B  C) = (A  B)  C
6. Comutativa: Quaisquer que sejam os
REUNIÃO DE CONJUNTOS conjuntos A e B, tem-se que:

A reunião dos conjuntos A e B é o conjunto de AB=BA


todos os elementos que pertencem ao conjunto A AB=BA
ou ao conjunto B.
7. Elemento neutro para a reunião: O conjunto
A  B = { x: x  A ou x  B } vazio Ø é o elemento neutro para a reunião de
Exemplo: Se A = {a,e,i,o} e B = {3,4} então conjuntos, tal que para todo conjunto A, se
A  B = {a,e,i,o,3,4}. tem:
AØ=A
INTERSEÇÃO DE CONJUNTOS 8. Elemento "nulo" para a interseção: A
interseção do conjunto vazio Ø com qualquer
A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de outro conjunto A, fornece o próprio conjunto
todos os elementos que pertencem ao conjunto A e vazio.
ao conjunto B.
AØ=Ø
A  B = { x: x A e x B }
9. Elemento neutro para a interseção: O
Exemplo: Se A={a,e,i,o,u} e B={1,2,3,4} então conjunto universo U é o elemento neutro para a
A  B=Ø. interseção de conjuntos, tal que para todo
conjunto A, se tem:
AU=A
10. Distributiva: Quaisquer que sejam os
Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjuntos A, B e C, tem-se que:
conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos são A  (B  C ) = (A  B)  (A  C)
disjuntos.
A  (B  C) = (A  B)  (A  C)
PROPRIEDADES DOS CONJUNTOS Os gráficos abaixo mostram a distributividade.

1. Fechamento: Quaisquer que sejam os


conjuntos A e B, a reunião de A e B, denotada

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2. O complementar da reunião de uma coleção


finita de conjuntos é a interseção dos
complementares desses conjuntos.
(A1  A2 ...  An)c = A1c  A2c ...  Anc
3. O complementar da interseção de dois
conjuntos A e B é a reunião dos
complementares desses conjuntos.
(A  B)c = Ac  Bc
DIFERENÇA DE CONJUNTOS
4. O complementar da interseção de uma coleção
finita de conjuntos é a reunião dos
A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto
complementares desses conjuntos.
de todos os elementos que pertencem ao conjunto A
e não pertencem ao conjunto B. (A1  A2 ...  An)c = A1c  A2c ...  Anc
A-B = {x: x  A e x B}
Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista
DIFERENÇA SIMÉTRICA
como:
A diferença simétrica entre os conjuntos A e B é o
conjunto de todos os elementos que pertencem à
reunião dos conjuntos A e B e não pertencem à
interseção dos conjuntos A e B.
A  B = {x: x A  B e x  A  B}
O diagrama de Venn-Euler para a diferença
COMPLEMENTO DE UM CONJUNTO simétrica é:

O complemento do conjunto B contido no conjunto


A, denotado por CAB, é a diferença entre os
conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os
elementos que pertencem ao conjunto A e não
pertencem ao conjunto B.
Exercício: Dados os conjuntos A, B e C, pode-se
CAB = A-B = {x: x  A e x B} mostrar que:
Graficamente, o complemento do conjunto B no 1. A = Ø se, e somente se, B = A  B.
conjunto A, é dado por:
2. O conjunto vazio é o elemento neutro para a
operação de diferença simétrica. Usar o ítem
anterior.
3. A diferença simétrica é comutativa.
Quando não há dúvida sobre o universo U em que 4. A diferença simétrica é associativa.
estamos trabalhando, simplesmente utilizamos a
5. A  A = Ø (conjunto vazio).
letra c posta como expoente no conjunto, para
indicar o complemento deste conjunto. Muitas 6. A interseção entre A e B  C é distributiva, isto
vezes usamos a palavra complementar no lugar de é:
complemento.
A  (B  C) = (A  B)  (A  C)
Exemplos: Øc = U e Uc = Ø.
7. A  B está contida na reunião de A  C e de B
 C, mas esta inclusão é própria, isto é:
LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN
A  B  (A  C)  (B  C)
1. O complementar da reunião de dois conjuntos
A e B é a interseção dos complementares
desses conjuntos.
(A  B)c = Ac  Bc

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Exercícios resolvidos
1. Determinar o conjunto X tal que: a) 384 e 52
b) 332 e 31
1) {a,b,c,d} U X = {a,b,c,d,e}
c) 332 e 83
2) {c,d} U X = {a,c,d,e}
d) 384 e 83
3) {b,c,d} ∩ X = {c}
e) Nenhuma das respostas anteriores
a) {a,b}
b) {a,c,e} Solução:
c) {b,d,e)
d) {c,d,e} U = {alunos da escola}
e) {a,b,c,d}
E = {alunos que estudam inglês}

Solução: F = {alunos que estudam francês}

De {b,c,d} ∩ X = {c} tiramos da definição de Dados da questão:


interseção de conjuntos que:
n(U) = 415, onde n(U) representa o número de
c ε X e que b e d não pertencem a X elementos de U

Da igualdade {c,d} U X = {a,c,d,e} e da n(E) = 221


definição de união de conjuntos pode-se
concluir que:
n(F) = 163
a, c, d e e são possíveis elementos de X
n(E ∩ F) = 52
Mas como d não pode pertencer a X em
decorrência da primeira igualdade acima, Logo para determinar quantos alunos
temos, até aqui, que X = {a,c,e} estudam inglês ou francês - n(E U F) - basta
utilizar a seguinte propriedade dos conjuntos,
E finalmente, de {a,b,c,d} U X = {a,b,c,d,e}, cuja demonstração não será feita aqui. No
concluímos de forma análoga à colocada para a entanto você pode verificar, intuitivamente, a
segunda igualdade que: sua veracidade através de um diagrama de
Euler-Venn:
a, b, c, d e e são possíveis elementos de X
n(E U F) = n(E) + n(F) - n(E ∩ F) = 221 + 163
- 52 = 332
E, como b e d não pertencem a X, concluímos
então que X = {a,c,e}.
Como 332 são os alunos que estudam uma
língua, vem que o número de alunos que não
Para comprovar verifique que as três estudam nenhuma das duas é:
igualdades dadas são verdadeiras para X =
{a,c,e}
n(U) - n(E U F) = 415 - 332 = 83

2. Em uma escola que tem 415 alunos, 221


3. Sejam A, B e C três conjuntos finitos.
estudam inglês, 163 estudam francês e 52
Sabendo-se que:
estudam ambas as línguas. Quantos alunos
estudam inglês ou francês? Quantos alunos
n(X U Y) = n(X) + n(Y) - n(X ∩ Y) [1]
não estudam nenhuma das duas?

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é verdadeira para quaisquer conjuntos finitos X e Y, e) {2, 3, 4}  (A  C) _ V, pois A  C = {0,


onde a notação n(Z) representa a quantidade de 2, 3, 4, 5}
elementos do conjunto Z, então n(A U B U C) é f) {2, 3} C _ F, a relação é entre conjuntos
igual a: g) 2  A _ F, a relação é de pertinência

4. Dado o conjunto {a, b, c, d, e, f, g} o número 7. O conjunto intersecção de {2, 4, 6, 8, 10} e {1,


máximo de subconjuntos distintos é: 2, 3, 5, 7} é:
a) 21 a) {0}
b) 128 b) 
c) 64 c) {2}
d) 32 d) {1}
e) 256 e) {6}

Solução: Solução:
a) {0}
 Este exercício envolve o cálculo do b) 
Conjunto das Partes do conjunto dado e a c) {2}
fórmula para este cálculo é n(P(A)) = 2 n(A) d) {1}
onde: P(A) = Conjunto das partes do conjunto e) {6}
A; e n = número de elementos de A, logo:
 Se n = 7 8. Se A e B são dois conjuntos não vazios e
 n(P(A)) = 2 7 = 128 ocorrer A  B, então:
 Resposta: letra b) 128 a) A  B = B
b) A  B =B
5. Utilizando os símbolos  ou , relacione os c) B  A
conjuntos A = {0, -1, - 3, -5}, B = {-3, 5} e C = d) A B = 
{0, -1}.
a) A e B Solução:
b) B e A
c) A e C
a) A  B = B
d) C e A
b) A  B =B  A  B = A
c) B  A _ só ocorre se A = B
Solução: d) A  B =  _ A  B = A

a) AeB_AB 9. Depois de n dias de férias, um estudante


b) B e A _ B A observa que:
c) A e C _ A C
d) C e A _ C A a) choveu 7 vezes, de manhã ou à tarde;
b) quando chove de manhã não chove à tarde;
6. Dado os seguintes conjuntos: A = {0, 2, 4}, B c) houve 5 tardes sem chuva;
= {x  x é par}, C = {2, 3, 4, 5} classifique em d) houve 6 manhãs sem chuva.
F(falso) ou V(verdadeiro). Podemos afirmar então que n é igual a:
a) 2  B
b) {4, 5}  C a) 7
c) B  A b) 8
d) A  B c) 9
d) 10
e) {2, 3, 4}  (A  C)
e) 11
f) {2, 3}  C
g) 2  A
Solução:
Solução:
Seja M, o conjunto dos dias que choveu pela
manhã e T o conjunto dos dias que choveu à
a) 2  B _ V, 2 é par
tarde. Chamando de M' e T' os conjuntos
b) {4, 5}  C _ F, a relação é entre conjuntos
complementares de M e T respectivamente,
c) B A _ F, B não está contido em A temos:
d) A  B _ V, A está contido em B
n(T') = 5 (cinco tardes sem chuva)

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n(M') = 6 (seis manhãs sem chuva) x+y+z+w = 52


n(M T) = 0 (pois quando chove pela manhã, y+z = 4y
não chove à tarde) y+z = 2(x+y)
y+z = w/2
Daí:
n(M  T) = n(M) + n(T) – n(M T) 7 = n(M) Desenvolvendo e simplificando, vem:
+ n(T) – 0 x+y+z+w = 52 (eq.1)
z = 3y (eq. 2)
Podemos escrever também: z = 2x + y (eq. 3)
n(M') + n(T') = 5 + 6 = 11 w = 2y + 2z (eq. 4)

Temos então o seguinte sistema: Substituindo o valor de z da eq. 2 na eq. 3,


n(M') + n(T') = 11 vem: x = y Podemos também escrever: w = 2y
n(M) + N(T) = 7 + 2(3y) = 8y

Somando membro a membro as duas Expressando a eq. 1 em função de y, vem:


igualdades, vem: y + y + 3y + 8y = 52 e, daí vem: 13y = 52, de
n(M) + n(M') + n(T) + n(T') = 11 + 7 = 18 onde vem y = 4.
Observe que n(M) + n(M') = total dos dias de
férias = n Temos então por simples substituição:
Analogamente, n(T) + n(T') = total dos dias de z = 3y = 12
férias = n x=y=4
Portanto, substituindo vem: w = 8y = 32
n + n = 18
2n = 18 A partir daí, é que vem a sutileza do problema.
n=9 Vejamos:
O problema pede para determinar o número de
pessoas que não gostam dos produtos A e B. O
10. 52 pessoas discutem a preferência por dois conectivo e indica que devemos excluir os
produtos A e B, entre outros e conclui-se que o elementos da interseção A  B. Portanto, a
número de pessoas que gostavam de B era: resposta procurada será igual a:
w + x + z = 32 + 4 + 12 = 48 pessoas.
I. O quádruplo do número de pessoas que A resposta seria 32 (como muitos acham como
gostavam de A e B; resultado), se a pergunta fosse:
II. O dobro do número de pessoas que Quantas pessoas não gostam do produto A ou
gostavam de A; do produto B? Resp: 48 pessoas
III. A metade do número de pessoas que não
gostavam de A nem de B.
11. 35 estudantes estrangeiros vieram ao Brasil. 16
Nestas condições, o número de pessoas que visitaram Manaus; 16, S. Paulo e 11, Salvador.
não gostavam dos dois produtos é igual a: Desses estudantes, 5 visitaram Manaus e
a) 48 Salvador e , desses 5, 3 visitaram também São
b) 35 Paulo. O número de estudantes que visitaram
c) 36 Manaus ou São Paulo foi:
d) 47
e) 37 a) 29
b) 24
c) 11
Solução: d) 8
Considere a figura abaixo, onde estão
e) 5
representados os conjuntos A e B, e a
quantidade de elementos x, y, z e w.
Solução:

Observe o diagrama de VENN abaixo:

Pelo enunciado do problema, poderemos


escrever:

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Pode-se garantir que a resposta correta é:


a) a
b) b
c) c
d) d
e) e

SOLUÇÃO:
Veja os seguintes comentários:
As alternativas (A) e (B): não há elementos
para se concluir por uma delas, inicialmente.
Podemos escrever: A alternativa (E) não pode ser verdadeira, pois
implicaria - pelo enunciado - que o escritor
x + y + 5 = 16 ; logo, x + y = 11 .Eq. 1
nem teria nascido!
x + w + z + 3 = 16; logo, x + w + z = 13.Eq. 2 Para visualizar isto, veja a figura abaixo.
A alternativa (D) não pode ser verdadeira, pois
t + w + 5 = 11; logo, t + w = 6.Eq. 3
implicaria concluir-se pelos séculos XIX ou
x + y + z + w + t + 2 + 3 = 35; logo, x + y + z + XX e, pelo enunciado, só existe uma
w + t = 30.Eq. 4
alternativa verdadeira.
Substituindo as Eq. 1 e 3, na Eq. 4, vem: POR EXCLUSÃO, a alternativa verdadeira só
pode ser a C.
11 + z + 6 = 30; logo, z = 13.Eq. 5
Veja o esquema abaixo, para ajudar no seu
Substituindo o valor de z na Eq. 2, vem: x + w entendimento dos argumentos acima.
+ 13 = 13; logo, x + w = 0, de onde se conclui
que x = 0 e w = 0, já que x e w são inteiros
positivos ou nulos.

Substituindo o valor de x encontrado acima na


Eq. 1, vem: 0 + y = 11; logo, y = 11.

Observando que o número de elementos de M


U SP é igual a x + y + z + w + 2 + 3, vem
imediatamente, substituindo os valores: n(M U
SP) = 0 + 11 + 13 + 0 + 2 + 3 = 29

Observe que n(M U SP) representa o conjunto


dos estudantes que visitaram Manaus OU São
Paulo, conforme foi solicitado no problema.

Portanto, a alternativa correta é a letra A.

12. Um teste de literatura, com 5 alternativas em


que uma única é verdadeira, referindo-se à
data de nascimento de um famoso escritor,
apresenta as seguintes alternativas:
a) século XIX
b) século XX
c) antes de 1860
d) depois de 1830
e) nenhuma das anteriores

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NÚMEROS RACIONAIS
RELACIONANDO NÚMEROS 2. 1,6666666... = 1,6

RACIONAIS COM FRAÇÕES 3. 12,121212... = 12,12


4. 0,9999999... = 0,9
Um número racional é o que pode ser escrito na
5. 7,1333333... = 7,13
forma
Uma dízima periódica é simples se a parte decimal
é formada apenas pelo período. Alguns exemplos
são:
onde m e n são números inteiros, sendo que n deve
ser não nulo, isto é, n deve ser diferente de zero. 1. 0,333333... = 0,(3) = 0,3
Frequentemente usamos m/n para significar a 2. 3,636363... = 3,(63) = 3,63
divisão de m por n. Quando não existe
possibilidade de divisão, simplesmente usamos uma Uma dízima periódica é composta se possui uma
letra como q para entender que este número é um parte que não se repete entre a parte inteira e o
número racional. período. Por exemplo:

Como podemos observar, números racionais podem 1. 0,83333333... = 0,83


ser obtidos através da razão (em Latim: 2. 0,72535353... = 0,7253
ratio=razão=divisão=quociente) entre dois números
inteiros, razão pela qual, o conjunto de todos os Uma dízima periódica é uma soma infinita de
números racionais é denotado por Q. Assim, é números decimais. Alguns exemplos:
comum encontrarmos na literatura a notação: 1. 0,3333...= 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...
Q = {m/n : m e n em Z, n diferente de zero} 2. 0,8333...= 0,8 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + ...
Quando há interesse, indicamos Q+ para entender o 3. 4,7855...= 4,78 + 0,005 + 0,0005 + ...
conjunto dos números racionais positivos e Q_ o
conjunto dos números racionais negativos. O A conexão entre números racionais e números reais
número zero é também um número racional. Um fato importante que relaciona os números
No nosso link Frações já detalhamos o estudo de racionais com os números reais é que todo número
frações e como todo número racional pode ser posto real que pode ser escrito como uma dízima
na forma de uma fração, então todas as periódica é um número racional. Isto significa que
propriedades válidas para frações são também podemos transformar uma dízima periódica em uma
válidas para números racionais. Para simplificar a fração.
escrita, muitas vezes usaremos a palavra racionais O processo para realizar esta tarefa será mostrado
para nos referirmos aos números racionais. na sequência com alguns exemplos numéricos. Para
pessoas interessadas num estudo mais aprofundado
DÍZIMA PERIÓDICA sobre a justificativa para o que fazemos na
sequência, deve-se aprofundar o estudo de séries
Uma dízima periódica é um número real da forma: geométricas no âmbito do Ensino Médio ou mesmo
estudar números racionais do ponto de vista do
m,npppp... Cálculo Diferencial e Integral ou da Análise na
onde m, n e p são números inteiros, sendo que o Reta no âmbito do Ensino Superior.
número p se repete indefinidamente, razão pela qual
usamos os três pontos: ... após o mesmo. A parte A GERATRIZ DE UMA DÍZIMA PERIÓDICA
que se repete é denominada período.
Em alguns livros é comum o uso de uma barra Dada uma dízima periódica, qual será a fração que
sobre o período ou uma barra debaixo do período dá origem a esta dízima? Esta fração é de fato um
ou o período dentro de parênteses, mas, para nossa número racional denominado a geratriz da dízima
facilidade de escrita na montagem desta Página, periódica. Para obter a geratriz de uma dízima
usaremos o período sublinhado. periódica devemos trabalhar com o número dado
pensado como uma soma infinita de números
Exemplos: Dízimas periódicas decimais. Para mostrar como funciona o método,
1. 0,3333333... = 0,3 utilizaremos diversos exemplos numéricos.

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1. Seja S a dízima periódica 0,3333333..., isto é, Manipule a soma "infinita" como se fosse um
S=0,3. Observe que o período tem apenas 1 número comum e passe a parte que não se
algarismo. Iremos escrever este número como repete para o primeiro membro para obter:
uma soma de infinitos números decimais da
R-7,1 = 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...
forma:
Multiplique agora a soma "infinita" por 10 1=10
S = 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 + 0,00003 +...
(o período tem 1 algarismo), para obter:
Multiplicando esta soma "infinita" por 101=10 (o
10(R-7,1) = 0,8 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...
período tem 1 algarismo), obteremos:
Observe que são iguais as duas últimas
10 S = 3 + 0,3 + 0,03 + 0,003 + 0,0003 +...
expressões que aparecem em cor vermelha!
Observe que são iguais as duas últimas expressões
Subtraia membro a membro a penúltima
que aparecem em cor vermelha!
expressão da última para obter:
Subtraindo membro a membro a penúltima
10(R-7,1) - (R-7,1) = 0,8
expressão da última, obtemos:
Assim:
10 S - S = 3
10R - 71 - R + 7,1 = 0,8
donde segue que
Para evitar os números decimais,
9S=3
multiplicamos toda a expressão por 10 e
Simplificando, obtemos: simplificamos para obter:
90 R = 647
Obtemos então:
Exercício: Usando o mesmo argumento que antes,
você saberia mostrar que:
0,99999... = 0,9 = 1 4. Um quarto tipo de dízima periódica é
2. Vamos tomar agora a dízima periódica T=7,004004004..., isto é, U=7,004. Observe
T=0,313131..., isto é, T=0,31. Observe que o que o período tem 3 algarismos, sendo que os
período tem agora 2 algarismos. Iremos dois primeiros são iguais a zero e apenas o
escrever este número como uma soma de terceiro é não nulo. Decomporemos este
infinitos números decimais da forma: número como uma soma de infinitos números
decimais da forma:
T =0,31 + 0,0031 + 0,000031 +...
U = 7 + 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
Multiplicando esta soma "infinita" por 10²=100
(o período tem 2 algarismos), obteremos: Manipule a soma "infinita" como se fosse um
número comum e passe a parte que não se
100 T = 31 + 0,31 + 0,0031 + 0,000031 +... repete para o primeiro membro para obter:
Observe que são iguais as duas últimas U-7 = 0,004 + 0,004004 + 0,004004004 +...
expressões que aparecem em cor vermelha,
assim: Multiplique agora a soma "infinita" por
10³=1000 (o período tem 3 algarismos), para
100 T = 31 + T obter:
de onde segue que 1000(U-7) = 4 + 0,004 + 0,004004 +
99 T = 31 0,004004004 +...

e simplificando, temos que Observe que são iguais as duas últimas


expressões que aparecem em cor vermelha!
Subtraia membro a membro a penúltima
expressão da última para obter:
3. Um terceiro tipo de dízima periódica é
T=7,1888..., isto é, T=7,18. Observe que existe 1000(U-7) - (U-7) = 4
um número com 1 algarismo após a vírgula Assim:
enquanto que o período tem também 1
algarismo. Escreveremos este número como 1000U - 7000 - U + 7 = 4
uma soma de infinitos números decimais da Obtemos então
forma:
999 U = 6997
R = 7,1 + 0,08 + 0,008 + 0,0008 +...

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que pode ser escrita na forma: Do ponto de vista geométrico, um número que está
à esquerda é menor do que um número que está à
direita na reta numerada.
Todo número racional q exceto o zero, possui um
NÚMEROS IRRACIONAIS elemento denominado simétrico ou oposto -q e ele é
caracterizado pelo fato geométrico que tanto q
como -q estão à mesma distância da origem do
Um número real é dito um número irracional se ele
conjunto Q que é 0. Como exemplo, temos que:
não pode ser escrito na forma de uma fração ou
nem mesmo pode ser escrito na forma de uma (a) O oposto de 3/4 é -3/4.
dízima periódica.
(b) O oposto de 5 é -5.
Exemplo: O número real abaixo é um número
Do ponto de vista geométrico, o simétrico funciona
irracional, embora pareça uma dízima periódica:
como a imagem virtual de algo colocado na frente
x=0,10100100010000100000... de um espelho que está localizado na origem. A
distância do ponto real q ao espelho é a mesma que
Observe que o número de zeros após o algarismo 1
a distância do ponto virtual -q ao espelho.
aumenta a cada passo. Existem infinitos números
reais que não são dízimas periódicas e dois números
irracionais muito importantes, são: MÉDIA ARITMÉTICA E MÉDIA
e = 2,718281828459045..., PONDERADA
Pi = 3,141592653589793238462643... Média aritmética: Seja uma coleção formada por n
que são utilizados nas mais diversas aplicações números racionais: x1, x2, x3, ..., xn. A média
práticas como: cálculos de áreas, volumes, centros aritmética entre esses n números é a soma dos
de gravidade, previsão populacional, etc... mesmos dividida por n, isto é:
Exercício: Determinar a medida da diagonal de um
quadrado cujo lado mede 1 metro. O resultado
numérico é um número irracional e pode ser obtido Exemplo: Se um grupo de 9 pessoas tem as idades:
através da relação de Pitágoras. O resultado é a raiz
quadrada de 2, denotada aqui por R[2] para 12, 54, 67, 15, 84, 24, 38, 25, 33
simplificar as notações estranhas. então a idade média do grupo pode ser calculada
pela média aritmética:
REPRESENTAÇÃO, ORDEM E
SIMETRIA DOS RACIONAIS
Podemos representar geometricamente o conjunto
Q dos números racionais através de uma reta
o que significa que a idade média está próxima de
numerada. Consideramos o número 0 como a
39 anos.
origem e o número 1 em algum lugar e tomamos a
unidade de medida como a distância entre 0 e 1 e Média aritmética ponderada: Consideremos uma
por os números racionais da seguinte maneira: coleção formada por n números racionais: x1, x2, x3,
..., xn, de forma que cada um esteja sujeito a um
peso, respectivamente, indicado por: p1, p2, p3, ...,
pn. A média aritmética ponderada desses n números
é a soma dos produtos de cada um por seu peso,
Ao observar a reta numerada notamos que a ordem
dividida por n, isto é:
que os números racionais obedecem é crescente da
esquerda para a direita, razão pela qual indicamos
com uma seta para a direita. Esta consideração é
adotada por convenção, o que nos permite pensar
em outras possibilidades. Exemplo: Um grupo de 64 pessoas, que trabalha
(com salário por dia), em uma empresa é formado
Dizemos que um número racional r é menor do que por sub-grupos com as seguintes características:
outro número racional s se a diferença r-s é
positiva. Quando esta diferença r-s é negativa, 12 ganham R$ 50,00
dizemos que o número r é maior do que s. Para 10 ganham R$ 60,00
indicar que r é menor do que s, escrevemos:
20 ganham R$ 25,00
r<s

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15 ganham R$ 90,00 em C. O segmento vertical traçado para cima a


partir de B encontrará o ponto D na semi-
7 ganham R$ 120,00
circunferência. A medida do segmento BD
Para calcular a média salarial (por dia) de todo o corresponde à média geométrica das medidas dos
grupo devemos usar a média aritmética ponderada: segmentos AB e BC.
Média harmônica: Seja uma coleção formada por
n números racionais positivos: x1, x2, x3, ..., xn. A
média harmônica H entre esses n números é a
divisão de n pela soma dos inversos desses n
números, isto é:

MÉDIAS GEOMÉTRICA E HARMÔNICA


Média geométrica: Consideremos uma coleção
formada por n números racionais não negativos: x1, Aplicações práticas: Para as pessoas interessados
x2, x3, ..., xn. A média geométrica entre esses n em muitas aplicações do conceito de harmônia,
números é a raiz n-ésima do produto entre esses média harmônica e harmônico global, visite o nosso
números, isto é: link Harmonia.

G = Rn[x1 x2 x3 ... xn]


Exemplo: A a média geométrica entre os números
12, 64, 126 e 345, é dada por:
G = R4[12 ×64×126×345] = 76,013
Aplicação prática: Dentre todos os retângulos com
a área igual a 64 cm², qual é o retângulo cujo
perímetro é o menor possível, isto é, o mais
econômico? A resposta a este tipo de questão é
dada pela média geométrica entre as medidas do
comprimento a e da largura b, uma vez que a.b=64.
A média geométrica G entre a e b fornece a medida
desejada.
G = R[a × b] = R[64] = 8
Resposta: É o retângulo cujo comprimento mede 8
cm e é lógico que a altura também mede 8 cm, logo
só pode ser um quadrado! O perímetro neste caso é
p=32 cm. Em qualquer outra situação em que as
medidas dos comprimentos forem diferentes das
alturas, teremos perímetros maiores do que 32 cm.
Interpretação gráfica: A média geométrica entre
dois segmentos de reta pode ser obtida
geometricamente de uma forma bastante simples.
Sejam AB e BC segmentos de reta. Trace um
segmento de reta que contenha a junção dos
segmentos AB e BC, de forma que eles formem
segmentos consecutivos sobre a mesma reta.

Dessa junção aparecerá um novo segmento AC.


Obtenha o ponto médio O deste segmento e com
um compasso centrado em O e raio OA, trace uma
semi-circunferencia começando em A e terminando

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ÁLGEBRA BÁSICA – POTÊNCIA 30 ÷ 10 = 3,0

DE BASE DEZ Note que ao dividir por 10, o resultado será


composto pelos algarismos do dividendo (número a
ser dividido), sendo que este resulta
Como foi dito no início, podemos ter qualquer tipo
de base para uma potência. Em certos casos é muito do terá um destes algarismos DEPOIS da vírgula.
utilizado a escrita na forma de "BASE DEZ". Que é
o que iremos estudar neste tópico. 254 ÷ 10 = 25,4

Vamos começar mostrando uma propriedade Resultado tem os mesmos algarismos, com UM
SUPER básica de uma multiplicação de um número algarismo APÓS a vírgula.
qualquer por 10. Agora, se pegarmos este resultado e dividirmos
5 x 10 = 50 novamente por 10. O que irá acontecer? Veja o
quadro abaixo:
52 x 10 = 520
25,4 ÷ 10 = 2,54
458 x 10 = 4580
Resultado tem os mesmos algarismos, só que
30 x 10 = 300 agora com DOIS algarismos APÓS a vírgula.
Note que sempre que multiplicamos qualquer
Note que cada vez que dividimos por 10, a vírgula
número inteiro por 10, acrescentamos um zero à
"se movimenta" uma casa para esquerda. Vamos
direita deste número e obtemos o resultado, não
dividir novamente para confirmar.
interessa por quais e por quantos algarismos é
formado este número. 2,54 ÷ 10 = 0,254
Vamos pegar o número 256 e multiplicá-lo por 10 Resultado tem os mesmos algarismos, agora com
três vezes: TRÊS algarismos APÓS a vírgula. Como o
256 x 10 = 2560 número só tinha três algarismos, colocamos um
zero à esquerda, para não ficar ,254
2560 x 10 = 25600
Portanto, podemos dizer que 0,254 é igual a 254
25600 x 10 = 256000 dividido por 10 três vezes, ou seja:
Ao multiplicar por 10 três vezes, acrescentamos três
zeros à direita do número.
Veja que o número 256000 pode ser escrito como Aqui devemos ver que, dividir um número por 10 é
256 x 10 x 10 x 10. Ou seja: a mesma coisa que multiplicar pela fração .
256000 = 256 x 10 x 10 x 10 Aplicando esta propriedade:

Aplicando potênciação na multiplicação do 10,


temos:
256000 = 256 x 103
Bom, este exemplo não foi muito satisfatório, pois
escrever 256000 ou 256 x 103 acaba dando o Agora, aplicando as propriedades de potênciação:
mesmo trabalho. Mas veja agora o número abaixo:
12450000000000000000000000000000
Para representá-lo em uma forma mais compacta,
utilizaremos a potência de base DEZ: Esta notação (forma de apresentar o valor) é
12450000000000000000000000000000 = 1245 x 10 28 também chamada de notação científica. Para
números extremamenta pequenos ou absurdamente
Note que para este tipo de número, o expoente da grandes é muito utilizada.
base 10 será igual ao número de zeros à direita que
existem no número a ser representado. Continuando no exemplo acima. Se multiplicarmos
por 10, iremos desfazer a "movimentação" para
Potências de base DEZ também são utilizadas para esquerda, ou seja, a vírgula irá "se movimentar"
"movimentar a vírgula" de um número decimal. para direita.
Vamos ver agora uma outra propriedade básica de
DIVISÃO por 10. 0,254 x 10 = 2,54
5 ÷ 10 = 0,5
52 ÷ 10 = 5,2
458 ÷ 10 = 45,8

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Então, se multiplicarmos por 10 três vezes, 0,00021 x 10–4 = 0,000000021


voltaremos para 254: "Movimentamos" a vírgula 4 casas para esquerda
0,254 x 10 x 10 x 10 = 254 0,000032 x 10-3 = 0,000000032
"Movimentamos" a vírgula 3 casas para esquerda
0,254 x 103 = 254
RESUMO 32500000 x 10-4 = 3250

Quando temos um número multiplicado por uma "Diminuimos" 4 zeros que estavam à direita
potência de base 10 positiva, indica que iremos Quando temos um número multiplicado por uma
"aumentar" o número de zeros à direita ou potência de base 10 negativa, indica que iremos
"movimentar" para direita a vírgula tantas casas "diminuir" o número de zeros à direita ou
quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns "movimentar" a vírgula para esquerda tantas casas
exemplos: quanto indicar o expoente da base 10. Veja alguns
54 x 105 = 5400000 exemplos:

Acrescentamos 5 zeros à direita do 54 Agora vamos mostrar um exemplo de uso desta


matéria:

2050 x 102 = 205000 – Calcule o valor de :

Acrescentamos 2 zeros à direita do 2050 – Primeiro de tudo vamos colocar todos números
em notação científica (potências de base DEZ):

0,00021 x 104 = 2,1


"Movimentamos" a vírgula 4 casas para direita
– Vamos organizar os termos, para facilitar o
cálculo:
0,000032 x 103 = 0,032
"Movimentamos" a vírgula 3 casas para direita

54 x 10–5 = 0,00054
"Movimentamos" a vírgula 5 casas para esquerda – Agora ficou fácil. É só calcular o lado direito da
multiplicação e aplicar as propriedades de
potênciação no lado esquerdo para calcular.
2050 x 10-2 = 20,5 Fazendo isso, temos:
"Movimentamos" a vírgula 2 casas para esquerda. 1024 x 10-1 = 102,4
Lembrando que 20,5 = 20,50

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RAZÕES, PROPORÇÕES e PORCENTAGEM


 Proporções com números  Regras de três simples direta
 Propriedades das Proporções  Regras de três simples inversa
 Grandezas diret. proporcionais  Regras de três composta
 Grandezas invers. proporcionais  Porcentagem
 Histórico sobre a Regra de três  Juros simples

PROPORÇÕES COM NÚMEROS


Quatro números racionais A, B, C e D diferentes de 4. A soma (diferença) dos antecedentes está
zero, nessa ordem, formam uma proporção quando: para a soma (diferença) dos consequentes,
assim como cada antecedente está para o
seu consequente, isto é:

1. Os números A, B, C e D são denominados


termos
2. Os números A e B são os dois primeiros termos GRANDEZAS DIRETAMENTE
3. Os números C e D são os dois últimos termos PROPORCIONAIS
4. Os números A e C são os antecedentes
Duas grandezas são diretamente proporcionais
5. Os números B e D são os consequentes quando, aumentando uma delas, a outra também
6. A e D são os extremos aumenta na mesma proporção, ou, diminuindo uma
delas, a outra também diminui na mesma
7. B e C são os meios proporção.
8. A divisão entre A e B e a divisão entre C e D, é Se duas grandezas X e Y são diretamente
uma constante K, denominada constante de proporcionais, os números que expressam essas
proporcionalidade K dessa razão. grandezas variam na mesma razão, isto é, existe
uma constante K tal que:
PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES
Para a proporção
Exemplos:
1. Uma torneira foi aberta para encher uma caixa
com água azul. A cada 15 minutos é medida a
valem as seguintes propriedades: altura do nível de água. (cm=centímetros e
1. O produto dos meios é igual ao produto dos min=minutos)
extremos, isto é:
A·D=B·C
15 minutos 30 minutos 45 minutos
2. A soma (diferença) dos dois primeiros termos 50 cm 100 cm 150 cm
está para o primeiro termo, assim como a soma
(diferença) dos dois últimos está para o terceiro
termo, isto é:

3. A soma (diferença) dos dois primeiros


termos está para o segundo termo, assim
como a soma (diferença) dos dois últimos
está para o quarto termo, isto é:

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240 3

2. Construímos uma tabela para mostrar a


9. Notamos que quando duplica o intervalo de
evolução da ocorrência: tempo, duplica também a distância percorrida e
quando o intervalo de tempo é triplicado, a
Tempo (min) Altura (cm) distância também é triplicada, ou seja, quando
o intervalo de tempo aumenta, a distância
15 50 percorrida também aumenta na mesma
proporção.
30 100 10. Observações: Usando razões e proporções,
podemos descrever essa situação de outro
45 150 modo.
11. (a) Quando o intervalo de tempo aumenta de 1
3. Observamos que quando duplica o intervalo de h para 2 h, a distância percorrida varia de 80
tempo, a altura do nível da água também Km para 160 Km, ou seja, o tempo varia na
duplica e quando o intervalo de tempo é razão de 1/2 enquanto a distância percorrida
triplicado, a altura do nível da água também é varia na razão 80/160. Assim temos que tais
triplicada. razões são iguais, isto é:
4. Observações: Usando razões, podemos
descrever essa situação de outro modo.
5. (a) Quando o intervalo de tempo passa de 15 12. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 2 h
min para 30 min, dizemos que o tempo varia na para 3 h, a distância percorrida varia de 160
razão 15/30, enquanto que a altura da água Km para 240 Km. Nesse caso, o tempo varia na
varia de 50 cm para 100 cm, ou seja, a altura razão 2/3 e a distância percorrida na razão
varia na razão 50/100. Observamos que estas 160/240 e observamos que essas razões são
duas razões são iguais: iguais, isto é:

6. (b) Quando o intervalo de tempo varia de 15 13. Concluímos que o tempo gasto e a distância
min para 45 min, a altura varia de 50 cm para percorrida, variam sempre na mesma razão e
150 cm. Nesse caso, o tempo varia na razão isto significa que a distância percorrida é
15/45 e a altura na razão 50/150. Então, diretamente proporcional ao tempo gasto para
notamos que essas razões são iguais: percorrê-la, se a velocidade média do
automóvel se mantiver constante.

7. Concluímos que a razão entre o valor numérico GRANDEZAS INVERSAMENTE


do tempo que a torneira fica aberta e o valor PROPORCIONAIS
numérico da altura atingida pela água é sempre
igual, assim dizemos então que a altura do Duas grandezas são inversamente proporcionais
nível da água é diretamente proporcional ao quando, aumentando uma delas, a outra diminui na
tempo que a torneira ficou aberta. mesma proporção, ou, diminuindo uma delas, a
8. Em média, um automóvel percorre 80 Km em outra aumenta na mesma proporção. Se duas
1 hora, 160 Km em 2 horas e 240 Km em 3 grandezas X e Y são inversamente proporcionais,
horas. (Km=quilômetro, h=hora). Construímos os números que expressam essas grandezas variam
uma tabela da situação: na razão inversa, isto é, existe uma constante K tal
que:
Distância (Km) Tempo (h) X·Y=K
Exemplos:
80 1
1. A professora de um colégio, tem 24 livros para
160 2 distribuir entre os seus melhores alunos, dando
a mesma quantidade de livros para cada aluno.
2. o melhor aluno receberá 24 livros

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3. cada um dos 2 melhores alunos receberá 12 de 12 para 4. Observemos que essas razões não
livros são iguais, mas são inversas:
4. cada um dos 3 melhores alunos receberá 8
livros
5. cada um dos 4 melhores alunos receberá 6 Representamos tais grandezas inversamente
livros proporcionais com a função f(x)=24/x,
6. cada um dos 6 melhores alunos receberá 4 apresentada no gráfico
livros

Alunos Livros para


escolhidos cada aluno

1 24

2 12

3 8

4 6

6 4

7. De acordo com a tabela, a quantidade de alunos 8. Um automóvel se desloca de uma cidade


escolhidos e a quantidade de livros que cada até uma outra localizada a 120 Km da
aluno receberá, são grandezas que variam primeira. Se o percurso é realizado em:
sendo que uma depende da outra e se
relacionam da seguinte forma: 9. 1 hora, velocidade média de 120 Km/h
1. Se o número de alunos dobra, o número de 10. 2 horas, velocidade média de 60 Km/h
livros que cada um vai receber cai para a
11. 3 horas, velocidade média de 40 Km/h
metade.
A unidade é Km/h=quilômetro por hora e
2. Se o número de alunos triplica, o número
uma tabela da situação é:
de livros que cada aluno vai receber cai
para a terça parte.
Velocidade (Km/h) Tempo (h)
3. Se o número de alunos quadruplica, o
número de livros que cada aluno vai 120 1
receber cai para a quarta parte.
4. Se o número de alunos sextuplica, o 60 2
número de livros que cada aluno vai
receber cai para a sexta parte. 40 3
Sob estas condições, as duas grandezas
envolvidas (número de alunos escolhidos e De acordo com a tabela, o automóvel faz o
número de livros distribuídos) são grandezas percurso em 1 hora com velocidade média
inversamente proporcionais. de 120 Km/h. Quando diminui a
velocidade à metade, ou seja 60 Km/h, o
Quando a quantidade de alunos varia na razão
tempo gasto para realizar o mesmo
de 2 para 4, a quantidade de livros distribuídos
percurso dobra e quando diminui a
varia de 12 para 6.
velocidade para a terça parte, 40 Km/h o
Notemos que essas razões não são iguais, mas tempo gasto para realizar o mesmo
são inversas: percurso triplica.
Para percorrer uma mesma distância fixa,
as grandezas velocidade e tempo gasto, são
inversamente proporcionais.
Se a quantidade de alunos varia na razão de 2
para 6, a quantidade de livros distribuídos varia

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ELEMENTOS HISTÓRICOS SOBRE A ordem direta que apareceram na tabela anterior e


desse modo 10·X=15·54, logo 10X=810, assim
REGRA DE TRÊS X=81 e o deslocamento da mola será de 81cm.

Embora os gregos e os romanos conhecessem as


proporções, não chegaram a aplicá-las na resolução
REGRA DE TRÊS SIMPLES INVERSA
de problemas. Na Idade Média, os árabes revelaram
Uma regra de três simples inversa é uma forma de
ao mundo a "Regra de Três". No século XIII, o
relacionar grandezas inversamente proporcionais
italiano Leonardo de Pisa difundiu os princípios
para obter uma proporção.
dessa regra em seu Liber Abaci (o livro do ábaco),
com o nome de Regra dos três números Na resolução de problemas, consideremos duas
conhecidos. grandezas inversamente proporcionais A e B e
outras duas grandezas também inversamente
REGRA DE TRÊS SIMPLES DIRETA proporcionais C e D de forma que tenham a mesma
constante de proporcionalidade K.
Uma regra de três simples direta é uma forma de A·B=K e C·D=K
relacionar grandezas diretamente proporcionais.
segue que
Para resolver problemas, tomaremos duas
grandezas diretamente proporcionais X e Y e outras A·B=C·D
duas grandezas W e Z também diretamente Logo
proporcionais, de forma que tenham a mesma
constante de proporcionalidade K.

Exemplo: Ao participar de um treino de Fórmula 1,


um corredor imprimindo a velocidade média de 180
assim Km/h fez um certo percurso em 20s. Se a sua
velocidade média fosse de 200 Km/h, qual seria o
tempo gasto no mesmo percurso?
(Km/h=quilômetro por hora, s=segundo).
Exemplo: Na extremidade de uma mola (teórica!) Representaremos o tempo procurado pela letra T.
colocada verticalmente, foi pendurado um corpo De acordo com os dados do problema, temos:
com a massa de 10Kg e verificamos que ocorreu
um deslocamento no comprimento da mola de Velocidade (Km/h) Tempo (s)
54cm. Se colocarmos um corpo com 15Kg de
massa na extremidade dessa mola, qual será o
deslocamento no comprimento da mola? 180 20
(Kg=quilograma e cm=centímetro).
200 T
Representaremos pela letra X a medida procurada.
De acordo com os dados do problema, temos:
Relacionamos grandezas inversamente
proporcionais: velocidade e tempo em um mesmo
Massa do Deslocamento da espaço percorrido. Conhecidos três valores,
corpo (Kg) mola (cm) podemos obter um quarto valor T.

10 54

15 X Os números 180 e 200 aparecem na mesma ordem


que apareceram na tabela, enquanto que os números
As grandezas envolvidas: massa e deslocamento, 20 e T aparecem na ordem inversa da ordem que
são diretamente proporcionais. Conhecidos três dos apareceram na tabela acima.
valores no problema, podemos obter o quarto valor Assim 180.20=200.X, donde segue que 200X=3600
X, e, pelos dados da tabela, podemos montar a e assim X=3600/200=18. Se a velocidade do
proporção: corredor for de 200 Km/h ele gastará 18s para
realizar o mesmo percurso.

Observamos que os números 10 e 15 aparecem na


mesma ordem que apareceram na tabela e os
números 54 e X também aparecem na mesma

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REGRA DE TRÊS COMPOSTA


Regra de três composta é um processo de Observação: O problema difícil é analisar de um
relacionamento de grandezas diretamente ponto de vista lógico quais grandezas são
proporcionais, inversamente proporcionais ou uma diretamente proporcionais ou inversamente
mistura dessas situações. proporcionais. Como é muito difícil realizar esta
análise de um ponto de vista geral, apresentaremos
O método funcional para resolver um problema
alguns exemplos para entender o funcionamento da
dessa ordem é montar uma tabela com duas linhas,
sendo que a primeira linha indica as grandezas situação.
relativas à primeira situação enquanto que a Exemplos:
segunda linha indica os valores conhecidos da
segunda situação. 1. Funcionando durante 6 dias, 5 máquinas
produziram 400 peças de uma mercadoria.
Se A1, B1, C1, D1, E1, ... são os valores associados Quantas peças dessa mesma mercadoria serão
às grandezas para uma primeira situação e A2, B2, produzidas por 7 máquinas iguais às primeiras,
C2, D2, E2, ... são os valores associados às se essas máquinas funcionarem durante 9 dias?
grandezas para uma segunda situação, montamos a
tabela abaixo lembrando que estamos interessados Vamos representar o número de peças pela
em obter o valor numérico para uma das grandezas, letra X. De acordo com os dados do problema,
digamos Z2 se conhecemos o correspondente valor vamos organizar a tabela:
numérico Z1 e todas as medidas das outras
grandezas. No. de No. de dias No. de peças
máquinas (A) (B) (C)
Gra Gran Gran Gran Gran
Gra Gran
Situação ndez deza deza deza deza
nd... deza ? 5 6 400
a1 2 3 4 5

Situação 7 9 X
A1 B1 C1 D1 E1 … Z1
1

A grandeza Número de peças (C) servirá de


Situação
A2 B2 C2 D2 E2 … Z2 referência para as outras grandezas.
2 Analisaremos se as grandezas Número de
máquinas (A) e Número de dias (B) são
Quando todas as grandezas são diretamente diretamente proporcionais ou inversamente
proporcionais à grandeza Z, resolvemos a proporcionais à grandeza C que representa o
proporção: Número de peças. Tal análise deve ser feita de
uma forma independente para cada par de
grandezas.
Vamos considerar as grandezas Número de
Quando todas as grandezas são diretamente
peças e Número de máquinas. Devemos fazer
proporcionais à grandeza Z, exceto a segunda
uso de lógica para constatar que se tivermos
grandeza (com a letra B, por exemplo) que é
mais máquinas operando produziremos mais
inversamente proporcional à grandeza Z,
peças e se tivermos menos máquinas operando
resolvemos a proporção com B1 trocada de posição
produziremos menos peças. Assim temos que
com B2:
estas duas grandezas são diretamente
proporcionais.
Vamos agora considerar as grandezas Número
As grandezas que forem diretamente proporcionais de peças e Número de dias. Novamente
à grandeza Z são indicadas na mesma ordem devemos usar a lógica para constatar que se
(direta) que aparecem na tabela enquanto que as tivermos maior número de dias produziremos
grandezas que forem inversamente proporcionais à maior número de peças e se tivermos menor
grandeza Z aparecerão na ordem inversa daquela número de dias produziremos menor número
que apareceram na tabela. de peças. Assim temos que estas duas
grandezas também são diretamente
Por exemplo, se temos cinco grandezas envolvidas:
proporcionais.
A, B, C, D e Z, sendo a primeira A e a terceira C
diretamente proporcionais à grandeza Z e as outras Concluímos que todas as grandezas envolvidas
duas B e D inversamente proporcionais à grandeza são diretamente proporcionais, logo, basta
Z, deveremos resolver a proporção: resolver a proporção:

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Resolvendo esta proporção, obtemos X=4,


significando que para percorrer 500 Km,
rodando 5 h por dia, o motociclista levará 4
que pode ser posta na forma
dias.

PORCENTAGEM
Resolvendo a proporção, obtemos X=840,
assim, se as 7 máquinas funcionarem durante 9 Praticamente todos os dias, observamos nos meios
dias serão produzidas 840 peças. de comunicação, expressões matemáticas
relacionadas com porcentagem. O termo por cento
2. Um motociclista, rodando 4h por dia, percorre
é proveniente do Latim per centum e quer dizer por
em média 200 Km em 2 dias. Em quantos dias
cem. Toda razão da forma a/b na qual o
esse motociclista irá percorrer 500 Km, se
denominador b=100, é chamada taxa de
rodar 5 h por dia? (h=hora, Km=quilômetro).
porcentagem ou simplesmente porcentagem ou
Vamos representar o número de dias procurado ainda percentagem.
pela letra X. De acordo com os dados do
Historicamente, a expressão por cento aparece nas
problema, vamos organizar a tabela:
principais obras de aritmética de autores italianos
do século XV. O símbolo % surgiu como uma
Quilômetros Horas por No. de abreviatura da palavra cento utilizada nas
(A) dia (B) dias (C) operações mercantis.
Para indicar um índice de 10 por cento, escrevemos
200 4 2 10% e isto significa que em cada 100 unidades de
algo, tomaremos 10 unidades. 10% de 80 pode ser
500 5 X obtido como o produto de 10% por 80, isto é:
Produto = 10%.80 = 10/100.80 = 800 / 100 = 8
A grandeza Número de dias (C) é a que servirá Em geral, para indicar um índice de M por cento,
como referência para as outras grandezas. escrevemos M% e para calcular M% de um número
Analisaremos se as grandezas Quilômetros (A) N, realizamos o produto:
e Horas por dia (B) são diretamente
proporcionais ou inversamente proporcionais à Produto = M%.N = M.N / 100
grandeza C que representa o Número de dias.
Exemplos:
Tal análise deve ser feita de uma forma
independente para cada par de grandezas. 1. Um fichário tem 25 fichas numeradas, sendo
que 52% dessas fichas estão etiquetadas com
Consideremos as grandezas Número de dias e
um número par. Quantas fichas têm a etiqueta
Quilômetros. Usaremos a lógica para constatar
com número par? uantas fichas têm a etiqueta
que se rodarmos maior número de dias,
com número ímpar?
percorreremos maior quilometragem e se
rodarmos menor número de dias percorreremos Par = 52% de 25 = 52%.25 = 52.25 / 100 = 13
menor quilometragem. Assim temos que estas
Nesse fichário há 13 fichas etiquetadas com
duas grandezas são diretamente proporcionais.
número par e 12 fichas com número ímpar.
Na outra análise, vamos agora considerar as
2. Num torneio de basquete, uma determinada
grandezas Número de dias e Horas por dia.
seleção disputou 4 partidas na primeira fase e
Verificar que para realizar o mesmo percurso,
venceu 3. Qual a porcentagem de vitórias
se tivermos maior número de dias utilizaremos
obtida por essa seleção nessa fase?
menor número de horas por dia e se tivermos
menor número de dias necessitaremos maior Vamos indicar por X% o número que
número de horas para p mesmo percurso. representa essa porcentagem. Esse problema
Logo, estas duas grandezas são inversamente pode ser expresso da seguinte forma:
proporcionais e desse modo:
X% de 4 = 3
Assim:
(X/100).4 = 3
que pode ser posta como
4X/100 = 3
4X = 300
X = 75

19
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Na primeira fase a porcentagem de vitórias foi 3. O tempo deve sempre ser indicado na mesma
de 75%. unidade a que está submetida a taxa, e em caso
contrário, deve-se realizar a conversão para que
3. Numa indústria há 255 empregadas. Esse
tanto a taxa como a unidade de tempo estejam
número corresponde a 42,5% do total de
compatíveis, isto é, estejam na mesma unidade.
empregados da indústria. Quantas pessoas
trabalham nesse local? Quantos homens 4. O total pago no final do empréstimo, que
trabalham nessa indústria? corresponde ao capital mais os juros, é
denominado montante.
Vamos indicar por X o número total de
empregados dessa indústria. Esse problema Para calcular os juros simples j de um capital C,
pode ser representado por: durante t períodos com a taxa de i% ao período,
basta usar a fórmula:
42,5% de X = 255
Assim:
42,5%.X = 255
Exemplos:
42,5 / 100.X = 255
42,5.X / 100 = 255 1. O preço à vista de um aparelho é de R$ 450,00.
42,5.X = 25500 A loja oferece este aparelho para pagamento
425.X = 255000 em 5 prestações mensais e iguais porém, o
X = 255000/425 = 600 preço passa a ser de R$ 652,00. Sabendo-se
que a diferença entre o preço à prazo e o preço
Nessa indústria trabalham 600 pessoas, sendo
à vista é devida aos juros cobrados pela loja
que há 345 homens.
nesse período, qual é a taxa mensal de juros
4. Ao comprar uma mercadoria, obtive um cobrada por essa loja?
desconto de 8% sobre o preço marcado na
A diferença entre os preços dados pela loja é:
etiqueta. Se paguei R$ 690,00 pela mercadoria,
qual o preço original dessa mercadoria? 652,00 - 450,00 = 202,50
Seja X o preço original da mercadoria. Se A quantia mensal que deve ser paga de juros é:
obtive 8% de desconto sobre o preço da
202,50 / 5 = 40,50
etiqueta, o preço que paguei representa 100%-
8%=92% do preço original e isto significa que Se X% é a taxa mensal de juros, então esse
problema pode ser resolvido da seguinte forma:
92% de X = 690
X% de 450,00 = 40,50
logo
X/100.450,00 = 40,50
92%.X = 690
92/100.X = 690 450 X / 100 = 40,50
92.X / 100 = 690
450 X = 4050
92.X = 69000
X = 69000 / 92 = 750 X = 4050 / 450
O preço original da mercadoria era de R$ X=9
750,00.
A taxa de juros é de 9% ao mês.
JUROS Simples 2. Uma aplicação feita durante 2 meses a uma
taxa de 3% ao mês, rendeu R$ 1.920,00 de
Juro é toda compensação em dinheiro que se paga juro. Qual foi o capital aplicado?
ou se recebe pela quantia em dinheiro que se O capital que a aplicaçao rendeu mensalmente
empresta ou que é emprestada em função de uma de juros foi de: 1920,00/2=960,00. Se o capital
taxa e do tempo. Quando falamos em juros, aplicado é indicado por C, esse problema pode
devemos considerar: ser expresso por:
1. O dinheiro que se empresta ou que se pede 3% de C = 960,00
emprestado é chamado de capital. 3/100 C = 960,00
2. A taxa de porcentagem que se paga ou se 3 C / 100 = 960,00
recebe pelo aluguel do dinheiro é denominada 3 C = 96000
taxa de juros. C = 96000/3 = 32000,00
O capital aplicado foi de R$ 32.000,00.

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FUNÇÕES
INTRODUÇÃO
O mundo atual experimenta a cada dia inovações tecnológicas
importantes graças às relações funcionais entre variáveis. Podemos
destacar vários exemplos tais como: a função que relaciona voltagem e
corrente numa placa de computador ou a relação funcional entre o saldo
devedor e a taxa num financiamento de um carro ou até uma função
que, a partir de um exame de sangue seu, pode dizer se você tem um
tipo específico de doença.
Uma função ou relação funcional se estabelece quando existe
uma relação de dependência entre incógnitas. Formalmente, uma função
se define através de uma equação matemática relacionando as variáveis
de interesse.
Para o curso de cálculo diferencial e integral, o conhecimento de
funções tem vital importância. Portanto, esse capítulo se dedica a
analisar detalhadamente os mais variados tipos de funções.

VARIÁVEIS DEPENDENTES E REPRESENTAÇÃO DE UMA FUNÇÃO


INDEPENDENTES Uma função com apenas uma variável
independente pode ser representada de duas
Uma função se estabelece quando formas equivalentes:
descrevemos quais são as suas variáveis y = equação da variável x ou f(x) =
independentes e qual é a variável dependente. Por equação da variável x
exemplo, a aceleração de um carro depende da
intensidade com que você pisa no pedal do EXEMPLO
acelerador. Nesse caso, a aceleração é a variável Representar uma função em que a
dependente e a intensidade com que você pisa no variável dependente é igual ao quadrado da
pedal é a variável independente.
variável independente.
Note que você controla uma das variáveis
(controla a sua intensidade) enquanto a outra é
conseqüência da primeira. SOLUÇÃO
Uma função pode conter mais de uma A função pode ser representada das
variável independente mas apenas uma variável seguintes formas:
dependente. Na prática, isso significa que podem y  x 2 ou f (x)  x 2
existir várias causas com apenas uma conseqüência.
A função se encarrega de relacionar a contribuição
de cada causa com a conseqüência final. OBS.:
Por exemplo, a temperatura média de uma As variáveis que aparecem na função
cidade pode depender da umidade, da distância do não precisam ser, necessariamente, iguais a y e
equador e da altitude em que ela se encontra. x. Por
exemplo, a área de uma circunferência
depende do raio segundo a equação:
A    r 2 ou A(r)    r 2
Se quisermos conhecer o valor da
variável dependente, basta substituirmos um
valor onde aparece a variável independente.
Por exemplo, se quisermos saber a área da
circunferência de raio igual a 2 m, basta fazer:

A(r)    r 2
A(2)    2 2  12,56 m2

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GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO


Pela definição dada, é natural pensar
que um único um valor de x se associa a um
O gráfico de uma função é uma curva
único valor de y, porém, não é tão óbvio que
que expressa a relação entre a variável
dois valores diferentes de x possam ser
dependente e as independentes. Estudaremos
associados ao mesmo valor de y. Um exemplo
nesse capítulo somente funções com uma
prático disso é que uma cidade pode ter a
variável independente.
mesma temperatura em dois horários diferentes
durante o dia.
Vejamos essa situação no diagrama de
Venn:

f(x)

Podemos construir o gráfico de uma


função usando um sistema de duas
coordenadas posicionadas no plano cartesiano. Conforme a definição, a única situação
Primeiro, atribuímos valores para a que não pode acontecer é um valor de x ser
variável x e calculamos os valores associado a mais de um valor de y. Por
correspondentes da variável y através da exemplo, uma cidade não pode ter duas
equação da função. Em seguida, posicionamos temperaturas diferentes ao meio-dia não é
essas duas coordenadas no plano cartesiano. mesmo ?
Atualmente, existem vários recursos A conseqüência imediata das
computacionais que possibilitam a construção afirmações anteriores é a seguinte regra:
rápida de gráficos.
Uma curva no plano cartesiano é gráfico de
DEFINIÇÃO MATEMÁTICA DE FUNÇÃO uma função se qualquer reta vertical não
intercepta essa curva mais de uma vez dentro
Definimos uma função como uma do seu domínio.
regra (equação) que permite associar cada
elemento x, de um conjunto A, a um único Vejamos dois exemplos:
elemento y de um conjunto B. O conjunto A é
chamado domínio da função. Já o conjunto B é
denominado imagem da função se cada
elemento seu está relacionado a, pelo menos,
um elemento do conjunto A.
Podemos entender melhor essa
definição usando o diagrama de Venn:

É gráfico de uma função

22
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A segunda, e mais importante,


característica é a impossibilidade de sabermos
o valor da variável dependente para valores
não-tabelados da variável independente. Por
exemplo, não sabemos quantos habitantes
existem na cidade no ano de 1985.
Em geral, as funções discretas são
resultados de medições em intervalos de tempo
regulares. A inflação mensal, a temperatura
diária, o lucro anual e o censo demográfico de
Não é gráfico de uma função dez em dez anos são exemplos de funções
discretas.
Por outro lado, as funções contínuas
FUNÇÕES DISCRETAS E FUNÇÕES são representadas por equações no lugar de
CONTÍNUAS tabelas e é possível saber o valor da variável
dependente para qualquer valor da variável
Estamos freqüentemente em contato independente.
com funções de dois tipos: as funções discretas Um exemplo de função contínua é a
e as funções contínuas. velocidade instantânea de um carro sujeito à
As funções discretas aparecem nos aceleração constante:
jornais, na televisão e nas revistas em forma de V(t)  V0  at
gráficos. Por exemplo, considere que o censo Suponha que estejamos interessados
demográfico de uma cidade forneceu os em calcular a velocidade no instante t=2s
seguintes resultados: sabendo-se que a velocidade inicial V0 é igual
a 3m/s e a aceleração a é igual a 1m/s2:
ANO POPULAÇÃO V(2)  3  1  2  5 m/s
1970 154.000
Qualquer valor de tempo que você
1980 285.000 imaginar tem uma velocidade correspondente.
1990 430.100 Para visualizar melhor, vamos
2000 610.300 construir o gráfico dessa função:

Para visualizar melhor, podemos


transformar essa tabela num gráfico em forma
de barras verticais:

Censo demográfico de uma cidade

700.000
600.000
500.000
Habitantes

DOMÍNIO DE UMA FUNÇÃO


400.000
300.000
200.000
100.000
0 O domínio de uma função é o conjunto
1970 1980 1990 2000
de todos os valores possíveis da variável
Ano
independente.

O exemplo do censo demográfico EXEMPLO


mostra duas características interessantes das
funções discretas. A primeira característica é Encontre o domínio da função:
que toda função discreta é representada por f ( x)  x
uma tabela.

23
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SOLUÇÃO Assim, a imagem da função é


Não são possíveis valores negativos de representada da seguinte forma:
x já que, dentre os números reais, não existe a Im f  {y  R / y  0}
raiz quadrada de um número negativo.
Assim, o domínio da função é
EXEMPLO
representado da seguinte forma:
D f  {x  R / x  0} Encontre a imagem da função:
Devemos ler essa notação matemática f ( x )  x 2
da seguinte forma:
SOLUÇÃO
x pertence ao conjunto dos números reais
tal que x é maior ou igual a zero
Para qualquer valor de x dentro do
domínio da função (todos os números reais), a
EXEMPLO
variável y assume apenas valores negativos
(incluindo o zero).
Encontre o domínio da função:
Assim, a imagem da função é
1
f (x)  representada da seguinte forma:
x Im f  {y  R / y  0}

SOLUÇÃO
Exercícios
Nesse caso, não é possível x=0 já que
1 1 – Encontre o domínio das funções abaixo:
não é definido como um número real.
0 a) f (x)  x 3
Assim, o domínio da função é 1
representado da seguinte forma: b) f (x) 
D f  {x  R / x  0} x3
1
c) f (x) 
OBS.: x2
1 d) f (x)  x2
A expressão não é definida porque
0 e) f (x)  x  1
não existe um número real que multiplicado
1
por zero seja igual a 1. f) f ( x ) 
x
IMAGEM DE UMA FUNÇÃO g) f ( x ) 
1
x 1
A imagem é o conjunto de todos os
resultados que a variável dependente assume FUNÇÃO AFIM
quando usamos os valores do domínio na
equação da função.
A função Afim é aquela que estabelece
uma taxa constante de crescimento (ou
EXEMPLO
decrescimento) da variável dependente.
Encontre a imagem da função:
EXEMPLO
f ( x)  x
O apresentador do jornal da televisão
SOLUÇÃO informa que as exportações do país atualmente
atingiram 300 milhões e estão crescendo 100
Para qualquer valor de x dentro do milhões por ano.
domínio da função (só valores positivos de x),
a variável y assume apenas valores positivos
(incluindo o zero). SOLUÇÃO

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crescendo a uma taxa constante de 2oC a cada


Para entender melhor o problema, hora.
vamos construir a seguinte tabela:
SOLUÇÃO
Total de
Prazo Exportações (em No primeiro caso, o coeficiente
milhões) angular é igual a -2oC/h. Isso significa que a
cada hora a temperatura cai 2oC. Por exemplo,
Hoje 300
se a sala estava inicialmente a 30oC então após
Após 1 ano 400 (= 300 + 1  100) 1 hora a temperatura será de 28oC, após 2
Após 2 anos 500 (= 300 + 2  100) horas a temperatura será de 26oC e assim por
Após 3 anos 600 (= 300 + 3  100) diante.
... ... No segundo caso, o coeficiente angular
é igual a +2oC/h. Isso significa que a cada hora
Após x anos 300 + x  100 a temperatura sobe 2oC. Por exemplo, se a
temperatura do lado de fora da sala estava em
A função que relaciona o total de 30oC então após 1 hora a temperatura será de
exportações e o número de anos é então dada 32oC, após 2 horas a temperatura será de 34oC
por: e assim por diante.
f ( x )  300  100  x O gráfico da temperatura para o lado
de dentro e para o lado de fora da sala é dado
Matematicamente, a função afim é por:
dada pela relação:

f ( x )  ax  b ou y  ax  b

Essa função é caracterizada


graficamente por uma reta. O valor de “a” é
chamado coeficiente angular ( ou taxa de
variação) e o valor de “b” é chamado
coeficiente linear.

COEFICIENTE ANGULAR
O coeficiente angular indica a taxa
constante de crescimento ou decrescimento de Por outro lado, quando analisamos o
y. Podemos analisá-lo de duas formas: coeficiente angular pelo seu valor absoluto
 Pelo seu sinal; (apenas o número sem considerar o sinal)
 Pelo seu valor absoluto. estamos interessados em saber se a taxa de
Quando analisamos o coeficiente crescimento ou decrescimento (dependendo do
angular pelo seu sinal estamos interessados em sinal) é elevada ou não.
saber se a taxa é de crescimento ou de
decrescimento. COEFICIENTE LINEAR
Uma taxa de crescimento é
caracterizada por um valor positivo e uma taxa
O coeficiente linear indica onde a
de decrescimento é caracterizada por um valor função corta o eixo y, ou seja, o valor de y
negativo.
quando x é igual a zero. Podemos encontrar
dois casos:
EXEMPLO
 Coeficiente linear positivo, quando a
Vamos considerar que a temperatura
função corta o eixo y num valor
no interior de uma sala refrigerada decresce a
positivo;
uma taxa constante de 2oC a cada hora
enquanto do lado de fora a temperatura está

25
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 Coeficiente linear negativo, quando a


função corta o eixo y num valor
negativo.

EXEMPLO

Vamos considerar o caso de duas


funções com coeficiente angular positivo, uma
com coeficiente linear positivo e a outra com Coeficiente linear negativo
coeficiente linear negativo:

COMO OBTER A FUNÇÃO


A FUNÇÃO AFIM
Vamos supor que conhecemos dois pontos
( x 0 , y 0 ) e ( x 1 , y1 ) pelos quais a reta passa.

Coeficiente linear positivo

A inclinação da reta é dada pela tangente


do ângulo  no triângulo mostrado no gráfico:

Coeficiente linear negativo cateto oposto


a  tg 
cateto adjacente
EXEMPLO y  y 0 y
a 1 
Agora vamos considerar o caso de duas
x 1  x 0 x
funções com coeficiente angular negativo, uma com
coeficiente linear positivo e a outra com coeficiente
linear negativo:

Fazendo y1  y e x 1  x na fórmula
Coeficiente linear positivo acima podemos encontrar a equação da reta:
y  y0
a
x  x0

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( y  y 0 )  a(x  x 0 )
EXEMPLO
Essa equação é usada quando sabemos y  3x  3
qual é o coeficiente angular e um ponto por onde a coeficiente angular = +3, reta crescente.
reta passa.
y  2x  1
OBS.:
coeficiente angular = +2, reta crescente.
Poderíamos ter feito y0  y e x0  x .
Nesse caso, teríamos a seguinte equação da reta: Definimos uma função decrescente
quando, à medida que x aumenta dentro de um
( y  y1 )  a ( x  x 1 ) intervalo, o valor de y diminui. Um coeficiente
angular negativo caracteriza uma reta decrescente.
Isso significa que qualquer um dos dois
pontos pode ser usado na equação. EXEMPLO
y  3x  1
EXEMPLO coeficiente angular = -3, reta decrescente.

Encontrar a equação da reta que passa y  2x  3


pelos pontos (x 0 , y0 )  (1,0) e coeficiente angular = -2, reta decrescente.
( x 1 , y1 )  (2,3) .
OBS.:
SOLUÇÃO Pode acontecer do valor de “a” ser nulo.
Nesse caso, a reta, que não é crescente e nem
Primeiramente, devemos encontrar o decrescente, é chamada função constante (não
coeficiente angular: possui inclinação).

y1  y 0 3  0
a  3
x1  x 0 2 1 ESBOÇO DO GRÁFICO ATRAVÉS DA
EQUAÇÃO DA FUNÇÃO
Agora, podemos usar a equação da reta:
Podemos usar o nosso raciocínio para
( y  y 0 )  a(x  x 0 ) construir o gráfico da função encontrando as duas
( y  0)  3( x  1) coordenadas mais importantes: onde a função corta
o eixo x e onde corta o eixo y.
y  3x  3 Para encontrar em que ponto a função
corta o eixo x, basta colocar zero onde aparecer y
Por outro lado, poderíamos ter escolhido o na equação. O valor calculado de x deve ser
outro ponto: marcado sobre o eixo x.
Para encontrar em que ponto a função
( y  y1 )  a ( x  x 1 ) corta o eixo y, basta colocar zero onde aparecer x
na equação. O valor calculado de y deve ser
( y  3)  3( x  2) marcado sobre o eixo y. Esse valor é igual ao
y  3x  6  3  3x  3 coeficiente linear da função Afim.
Finalmente, usando uma régua, ligamos
esses dois pontos com uma reta.

CRESCIMENTO OU EXEMPLO
DECRESCIMENTO DA FUNÇÃO
Encontrar o gráfico da função:
Definimos uma função crescente quando, à y  2x  1
medida que x aumenta dentro de um intervalo, o
valor de y também aumenta. Na função Afim, isso é SOLUÇÃO
caracterizado pelo valor positivo do coeficiente
1
angular. Para y  0 , 2x  1  0  2x  1 x  
2

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Para x  0 , y  2  0  1  y  1
Vamos agora posicionar os dois pontos no
gráfico:

A função linear é caracterizada por a0 e


b=0. Isso faz com que o gráfico sempre passe pela
origem do plano cartesiano (x=0 e y=0).

EXEMPLO

Exemplos de funções do tipo linear:


y  2 x (função linear crescente)
Finalmente, devemos traçar a reta que
passa pelos dois pontos:
y  2 x (função linear decrescente)
Esboço do gráfico de uma função linear (crescente):

A função constante é caracterizada por


a=0. Isso faz com que o gráfico da função seja uma
reta horizontal, ou seja, o valor de y não varia com
x.
CLASSIFICAÇÃO
EXEMPLO
A função y = ax + b pode se enquadrar
num dos três tipos listados abaixo: Exemplos de funções do tipo constante:
y  2 (positiva)
 Função Afim;
 Função Linear; y  2 (negativa)
 Função Constante. Esboço do gráfico de uma função constante
(positiva):
A função afim é caracterizada por a0 e
b0. Isso faz com que o gráfico nunca passe pela
origem dos eixos (x=0 e y=0).

EXEMPLO

Exemplos de funções do tipo afim:


y  2x  1 (função afim crescente)
y  2x  3 (função afim decrescente)
Esboço do gráfico de uma função afim
(decrescente):

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Exercícios
1. Classifique as funções abaixo em crescentes ou
decrescentes:
JUROS SIMPLES
a) y  3x  1 No regime de capitalização chamado juros
b) y  2 x  1 simples os juros são proporcionais ao tempo da
c) y  x aplicação. Por exemplo, se dobrarmos o prazo de
um empréstimo então os juros dobrarão de valor.
d) y  3x A equação abaixo fornece o valor dos juros
1 de uma aplicação em juros simples:
e) y  x  1
2 Ci  t
1 J
f) y  1  x 100
2
Nessa equação, identificamos os seguintes
2. Classifique as funções abaixo em afim, linear e parâmetros:
constante:
a) y  3x  1 C é o capital aplicado em dinheiro;
b) y3 i é a taxa percentual por unidade de tempo (diária,
c) y  x mensal, anual, etc);
t é o tempo da aplicação (dia, mês, ano, etc)
d) y  1
e) y  3x Definimos o montante de uma aplicação
f) y  2 x  1 como sendo a soma do capital com os juros do
período considerado. Pela definição, a fórmula de
cálculo do montante é dada por:
3. Encontre a equação da reta que passa pelos
pontos:
Ci t
a) (1,3) e (2,6) M  CJ  C
b) (-1,2) e (2, -4) 100
c) (2,5) e (3,5)
d) (1,1) e (3,5) EXEMPLO
e) (3,2) e (4,1)
f) (3,4) e (1,1) Quanto rende de juros uma aplicação de
$10.000,00 a uma taxa de juros de 3% ao mês
4. Com os resultados da questão anterior, durante 2 meses ?
construa o gráfico correspondente a cada uma
das retas.
SOLUÇÃO

MODELOS BASEADOS NA FUNÇÃO AFIM Usando a equação do regime de juros


simples:
Um modelo matemático é uma função que
representa um determinado problema. Existem C  i  t 10.000 ,00  3  2
muitos exemplos de problemas que podem ser J   $600 ,00
modelados por uma função Afim: 100 100

 Juros simples;
 Avaliação de alternativas de consumo de ALTERNATIVAS DE
celular; CONSUMO DE CELULAR
 Movimento uniforme (MU);
 Movimento uniformemente variado (MUV).
Suponha que a sua operadora de celular
tenha duas opções de plano de consumo:

29
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 Plano pós-pago: você paga a assinatura de MOVIMENTO UNIFORME


$30,00 mais $0,40 por minuto de ligação.
 Plano pré-pago: $1,00 por minuto de ligação.
A velocidade é definida como a rapidez
para completar um percurso. Isso é medido em
Baseado nos dois planos acima, explique
termos de quanta distância é percorrida num
até que ponto o plano pré-pago é mais vantajoso
período de tempo. Por exemplo, se um carro
que o pós-pago ?
percorre 100 quilômetros em 2 horas, então a sua
O modelo do plano pós-pago é dado pela
velocidade é de 50 quilômetros por cada hora do
equação:
percurso.
Em física, definimos o movimento
Consumo  30  0,4  t , onde t é o tempo de uniforme como sendo aquele cuja velocidade é
conversação em minutos. constante. Por esse motivo, podemos encarar o
espaço como uma função do 1o grau dada por:
O plano pré-pago pode ser modelado
segundo a equação abaixo: S  S0  V  t
Consumo  1  t , onde t é o tempo de
Note que a velocidade é o coeficiente
conversação em minutos.
angular da reta e o seu valor determina se o espaço
A partir das equações dos modelos,
está crescendo ou decrescendo à medida que o
podemos montar o gráfico a seguir:
tempo passa.

70 EXEMPLO
60
Duas horas após iniciar o movimento, em
50 que ponto estará um automóvel que viaja a uma
Consumo ($)

40 velocidade constante de 50km/h e está situado


inicialmente a 10km da origem ?
30

20 SOLUÇÃO
10
Os dados do problema são:
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 S0  10km , V  50 km / h e t  2h
tempo de conversação (min)
Vamos calcular em que ponto estará o
automóvel a partir da equação do espaço:
A linha tracejada corresponde ao plano
pós-pago e a linha cheia ao plano pré-pago. S  10  50  t
Conforme o gráfico, as duas retas se
encontram no tempo de 50 minutos (marcado com
S  10  50  2  110 km
um círculo). Nesse ponto as duas contas são iguais,
ou seja, se você consumir 50 minutos todo mês O automóvel estará a 110km da origem.
então será indiferente você ter um plano pré-pago Note que 110km não é o espaço percorrido em
ou pós-pago. duas horas, mas onde estará o automóvel em
O valor da conta com o consumo de 50 relação ao ponto de referência.
minutos será de $50,00.
Abaixo de 50 minutos, podemos verificar MOVIMENTO
que a linha cheia está abaixo da linha tracejada. Isso
significa que se você consumir menos de 50
UNIFORMEMENTE VARIADO
minutos por mês, então o plano pré-pago é mais
vantajoso porque a conta é mais barata. A aceleração é definida como sendo a taxa
Já acima de 50 minutos, verificamos que a de variação da velocidade na unidade de tempo.
linha tracejada está abaixo da linha cheia, Isso é medido em termos de quanto aumenta ou
mostrando que se você consumir mais de 50 diminui a velocidade num período de tempo. Por
minutos por mês então o plano de conta é mais exemplo, se um carro tem uma velocidade de 5m/s
interessante já que no final do mês a conta será e 10 segundos depois está com uma velocidade de
menor. 15m/s então a sua aceleração é de 10m/s em 10
segundos, ou seja, 1 m/s2.
Em física, definimos o movimento
uniformemente variado como sendo aquele cuja

30
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aceleração é constante. Dessa forma, podemos O valor de “c” identifica o ponto onde a
modelar a velocidade como uma função do 1 o grau: função quadrática corta o eixo y e o seu
posicionamento é similar ao coeficiente linear na
V  V0  a  t função afim.

É importante perceber que a aceleração é o EXEMPLO


coeficiente angular da reta e o seu valor determina
A função do espaço no MUV é dada pela
se a velocidade está crescendo ou decrescendo à
seguinte equação do 2o grau:
medida que o tempo passa.
at 2
EXEMPLO S  S0  V0 t 
2
Um automóvel viaja a uma velocidade de Note que a maior potência da variável
10m/s e 5 segundos depois está a 20m/s. A que independente t é dois.
velocidade estará o automóvel em 10 segundos
mantendo a aceleração constante ? CONCAVIDADE DA FUNÇÃO
QUADRÁTICA
A concavidade é uma característica
SOLUÇÃO importante da função, já que indica se a abertura da
parábola está para cima ou para baixo. Essa
Os dados do problema são: característica pode ser prevista através do
parâmetro “a” da equação, conforme a
20  10 classificação:
V0  10m / s , a   2m / s 2  a>0 (a positivo): concavidade para cima, ou
5
seja, abertura para cima.
e t  10s
 a<0 (a negativo): concavidade para baixo, ou
seja, abertura para baixo.
Vamos calcular em que velocidade o
móvel estará através da equação da velocidade:
EXEMPLO
V  10  2  t  10  2  10  30 m / s

FUNÇÃO QUADRÁTICA
A função em que a maior potência da
variável independente é igual a dois chama-se
função quadrática. Matematicamente, a função
quadrática é dada pela relação:
Concavidade para cima
f (x)  ax 2  bx  c ou y  ax 2  bx  c

Essa função é caracterizada graficamente


por uma parábola. O gráfico de uma função
quadrática tem a propriedade de ser simétrico em
relação ao seu vértice.

c
Concavidade para baixo

Vértice da Parábola

31
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ZEROS DA FUNÇÃO QUADRÁTICA  Quando >0:

Quando isso acontece, certamente teremos


São os valores de x que anulam a função
2 raízes reais e diferentes, ou seja, a função
quadrática. Assim:
quadrática “cortará” o eixo x nos pontos x’ e x”.
y=0 ou f(x)=0
EXEMPLO
A forma mais usada de resolução da
equação quadrática é através da fórmula de
Baskara:
 b  b 2  4ac
x 
2a
 b  b 2  4ac
x  
2a
Note que na função afim só existe um
único valor que anula a função (corta o eixo x) x 2  5x  6  0
enquanto que na função quadrática existem dois
valores.   (5) 2  4  (1)  (6)
 1
EXEMPLO  (5)  1
x  3
Encontre os zeros da função 2  (1)
y  x  5x  6 .
2
 (5)  1
x   2
2  (1)
SOLUÇÃO
 Quando =0:
x 2  5x  6  0
Quando isso acontece, certamente teremos
 (5)  (5) 2  4  (1)  (6) 5  25  24 5  1 2 raízes reais e iguais, ou seja, a função quadrática
x    3
2  (1) 2 2 “tangenciará” o eixo x no ponto x’=x”.

EXEMPLO
 (5)  (5) 2  4  (1)  (6) 5  25  24 5  1
x     2
2  (1) 2 2

Uma segunda forma de resolver o


problema é através do cálculo do discriminante :

  b 2  4ac

Obteremos então as seguintes raízes como


solução:
b 
x  x 2  4x  4  0
2a
b    (4) 2  4  (1)  (4)
x   0
2a
 (4)  0
A introdução do elemento  simplifica o
x  2
2  (1)
entendimento do resultado de x’ e x”. Podemos
estabelecer a seguinte classificação baseada no  (4)  0
valor de : x   2
2  (1)

32
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OBS.: yv  
4a
Nesse caso, dizemos que a raiz 2 tem
multiplicidade 2 (2 raízes iguais a 2). EXEMPLO

 Quando <0:

Quando isso acontece, certamente não


teremos raízes reais, ou seja, a função quadrática
não “cortará” nem “tangenciará” o eixo x.

EXEMPLO
Gráfico com ponto de mínimo

x 2  4x  5  0
  (4) 2  4  (1)  (5)
  4 Gráfico com ponto de máximo
Portanto:
 x , x   R EXEMPLO

Calcule o valor de xv e yv da função


PONTOS DE MÁXIMO E MÍNIMO DA y  x  5x  6 e diga se xv é máximo ou
2

FUNÇÃO QUADRÁTICA mínimo.

Dependendo da concavidade da função SOLUÇÃO


quadrática, podemos perceber que o vértice da
parábola situa-se no ponto mais baixo ou no ponto A partir da função encontramos os
mais alto do gráfico. seguintes resultados:
Denominamos ponto de máximo ao valor
de x cujo valor de y é máximo, ou seja, quando o   (5) 2  4  (1)  (6)  1
valor de y está no ponto mais alto do gráfico. Isso
b (5) 5
acontece quando a função tem concavidade para
xv       2,5
baixo (a<0). 2a 2 1 2
Denominamos ponto de mínimo ao valor
 1 1
de x cujo valor de y é mínimo, ou seja, quando o yv        0,25
valor de y está no ponto mais baixo do gráfico. Isso 4a 4 1 4
acontece quando a função tem concavidade para
cima (a>0). Observando o gráfico da função podemos
O ponto de máximo ou mínimo pode ser entender melhor o problema:
calculado através do conhecimento das coordenadas
do vértice da parábola:
b
xv  
2a

33
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3) Gráfico para as funções y= x2-x-6 e x= y2-y-6.

Logo, o ponto xv=2,5 é ponto de mínimo já


que a concavidade está voltada para cima (a>0).
Nesse caso, yv=-0,25 é o menor valor que a função
assume.

OBSERVAÇÕES NO GRÁFICO

1) Gráfico para as funções y= x2 e x= y2 4) Alguns gráficos alterando apenas o “b” das


funções:
y=x2-x-6
y=x2-2x-6
y=x2-3x-6
y=x2-4x-6

2) Gráfico para as funções y=-x2 e x=-y2

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5) Alguns gráficos alterando apenas o “a” das 7) Alguns gráficos para as funções:
funções: y+x+4=x2
y=x2-x-6 y-15x+36=y2
y=2x2-x-6
y=3x2-x-6
y=4x2-x-6

MODELOS BASEADOS NA FUNÇÃO


QUADRÁTICA
6) Alguns gráficos alterando apenas o “c” das
funções: Existem muitos problemas que podem ser
y=x2-x-3 modelados por uma função quadrática:
y=x2-x-4  Movimento uniformemente variado (MUV);
y=x2-x-5  Trajetória de projéteis;
y=x2-x-6
MOVIMENTO
UNIFORMEMENTE VARIADO
No movimento uniformemente variado, a
posição do móvel depende do tempo conforme a
seguinte função quadrática:
at 2
S  S0  V0 t 
2
Onde:
S é a posição final do móvel em relação à origem;
S0 é a posição inicial do móvel em relação à
origem;
V0 é a velocidade inicial do móvel;
t é o tempo de percurso desde a posição inicial S0
até a posição final S;

EXEMPLO

Um automóvel começou a mover-se num


ponto que está a 20 metros distante da origem com

35
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aceleração constante de 1m/s2. Encontre a posição sen


final do móvel após 10 segundos. tg 
cos 
SOLUÇÃO Então a altura máxima é dada por:
(V0 sen) 2
A velocidade inicial do automóvel é igual yv 
a zero, já que estava parado e começou a se mover 2g
no ponto inicial. Substituindo os dados do problema Isso significa que a altura máxima
na equação da posição: possível, considerando a velocidade inicial
constante, depende do ângulo de lançamento do
at 2 1 t 2 projétil e acontece quando o ângulo é de 90 o (é um
S  S0  V0 t   20 
2 2 lançamento para cima!), já que sen(90o)=1.
Após 10 segundos, o automóvel estará na
posição:
(10) 2
S  20   70 m
2

TRAJETÓRIA DE PROJÉTEIS
Exercícios
1. Calcule os valores de xv e yv e diga, para cada
Em aplicações militares é interessante caso, se o ponto xv é de máximo ou mínimo:
descobrir a trajetória de projéteis para que um alvo
possa ser atingido com precisão. Galileu foi o a) y  x 2  6x  9
primeiro a demonstrar que a equação da trajetória b) y  x 2  6x  8
de um projétil é dada por:
g c) y  x 2  5x  7
y  ( tg)  x  x 2
2  (V0 cos ) 2
2. A partir das funções da questão anterior,
identifique o número de raízes reais e construa
o seu respectivo gráfico.

3. Considere a função do 2o grau:

f (x)  ax 2  bx  c
b2
Onde: Somando e subtraindo no segundo
4a
y é a altura que o projétil alcança;
membro, obtenha a seguinte expressão:
x é a distância horizontal do projétil; 2
V0 é a velocidade inicial do projétil;  b  
 é o ângulo de lançamento do projétil. f (x)  a   x   
 2a  4a
Em seguida:
EXEMPLO
a) Mostre que se a>0, então o menor valor de
Encontre a altura máxima que pode atingir
b
um míssil lançado de um equipamento de artilharia
f(x) ocorre em x . Substituindo
terrestre. 2a
esse valor na expressão anterior, descubra
SOLUÇÃO o menor valor que a função assume.

A altura máxima é dada pelo valor do yv: b) Mostre que se a<0, então o maior valor de
b
 ( tg) 2  2  (V0 cos ) 2  f(x) também ocorre em x .
yv       2a
4a 4  g  Substituindo esse valor na expressão
anterior, descubra o maior valor que a
função assume.
Fica mais fácil simplificar essa expressão
se soubermos que:

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c) Fazendo f ( x )  0 , demonstre a fórmula EXEMPLO


de Baskara.

FUNÇÃO EXPONENCIAL
A função que representa um crescimento
(ou um decrescimento) multiplicativo é conhecida
como função exponencial.

EXEMPLO

Um capital dobra a cada ano de aplicação.


Encontre a função que expressa a relação entre o
capital e o montante.

SOLUÇÃO

Vamos representar o capital aplicado pela


letra C e o montante pela letra M. A cada ano o
montante será igual ao dobro do valor do capital
aplicado no início do ano anterior, ou seja:

Prazo da Aplicação Montante

Hoje C
Após 1 ano 2C
Após 2 anos 4C (=22C) PROPRIEDADES DA EXPONENCIAL
Após 3 anos 8C (=23C)
... ... Para compreender o comportamento de
uma função exponencial é necessário conhecermos
Após x anos 2xC as seguintes propriedades:

A função que relaciona o capital e o  a 0  1 a  0


montante é então dada por:
EXEMPLO
f ( x)  C  2 x
1000 0  1
A função exponencial é caracterizada pela  a m  a n  a mn
seguinte expressão:
EXEMPLO
f (x)  a x , com a > 0.
2 3  2 2  2 3 2  2 5
Chamamos os parâmetros “a” de base e
am
“x” de expoente. A base de uma função 
n
 a mn
exponencial representa o valor do seu crescimento a
ou decrescimento multiplicativo.
Por exemplo, se uma função triplica a cada EXEMPLO
ano ou reduz-se à metade a cada hora então a base é
representada por esses valores.
23
A característica principal do seu gráfico é
2
 2 3 2  2 1
o seu crescimento (ou decrescimento) rápido. Outra 2
característica é que o gráfico da função exponencial
corta o eixo y no ponto y = +1.
 a m  b m  (ab) m

37
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EXEMPLO SOLUÇÃO

2 3  33  (2  3) 3  6 3 Conforme o enunciado, a função que


representa o problema é:
1

m
 a m y  (10.000 )  3x
a
Como a base é igual a 3, a função é
EXEMPLO crescente. Após 4 horas, o número de bactérias é
igual a:
1 y  (10.000 )  34  810 .000
2
 2 2
2 bactérias.
O gráfico dessa função é dado por:
m
 a n  n am

EXEMPLO

2
3 5  5 32

 (a m ) n  a mn

EXEMPLO

(23 ) 5  235  215


 2o caso: 0<a<1

CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO Quando o valor de a é maior do que zero e


menor do que 1, a função é dita decrescente. O que
EXPONENCIAL acontece nesse caso é que a função representa um
decrescimento multiplicativo.
A função exponencial pode ser classificada
em crescente e decrescente, conforme o valor do EXEMPLO
parâmetro “a” da equação:
Um carro perde 10% do seu valor a cada
ano de uso. Sabendo-se que o valor inicial do carro
f ( x)  a x é $20.000,00, calcule seu valor após 3 anos.

 1o caso: a>1 SOLUÇÃO


Quando o valor de a é maior do que 1, a A cada ano de uso, o valor do automóvel
função é dita crescente. O que acontece nesse caso se torna 90% do valor do ano anterior. Portanto, a
é que a função representa um crescimento função que representa o problema é:
multiplicativo.
x
EXEMPLO  90 
y  (20.000 )     (20.000 )  0,9
x

 100 
Uma colônia de bactérias triplica a cada
hora. Encontre o número de bactérias após 4 horas,
Como a base é igual a 0,9, a função é
sendo que no instante inicial o número de bactérias
decrescente. Após 3 anos, o valor do carro é igual a:
é igual a 10.000.

y  (20.000)  0,93  $14.580,00

38
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O gráfico dessa função é dado por: SOLUÇÃO

Primeiramente, devemos transformar a


taxa percentual em taxa unitária. Nesse caso, uma
taxa de 1% corresponde a:

1
1%   0,01
100
Vamos agora montar um quadro da
aplicação:

Prazo da
Juros Montante
Aplicação

OBS: Hoje $0,00 $10.000,00


A parte em que x é negativo não existe $10.000,00  0,01
Após 1 mês $10.100,00
para os dois exemplos mostrados já que a variável = $100,00
x é o tempo e não é possível existir tempo negativo. Após 2 $10.100,00  0,01
$10.201,00
meses = $101,00
Após 3 $10.201,00  0,01
$10.303,01
O VALOR DE “e” meses
Após 4
= $101,00
$10.303,01  0,01
$10.406,04
meses = $103,03
Quando estamos trabalhando com funções
exponenciais, é muito freqüente aparecerem
A equação abaixo fornece o valor do
expressões em que a base da função é a letra “e”.
montante de uma aplicação financeira:
Essa letra, dada em homenagem ao matemático
Leonard Euler, representa um número irracional
igual a: M  C  (1  i) n
e  2,7182 ...
Nessa equação, identificamos os seguintes
parâmetros:
MODELOS BASEADOS NA FUNÇÃO
C é o capital aplicado em dinheiro;
EXPONENCIAL i é a taxa unitária na unidade de tempo (diária,
mensal, anual, etc);
Existem muitos problemas que podem ser n é o tempo da aplicação (dia, mês, ano, etc)
modelados por uma função exponencial:
 Juros compostos; EXEMPLO
 Financiamento;
 Diodo semicondutor. Quanto rende de juros uma aplicação de
$10.000,00 a uma taxa de 3% ao mês durante 2
JUROS COMPOSTOS meses ?

No regime de capitalização chamado juros SOLUÇÃO


compostos o montante cresce exponencialmente
com a taxa de juros mensal i e o tempo de aplicação Usando a equação do regime de juros
n. compostos:
M  C  (1  i) n
EXEMPLO
M  $10.000,00  (1  0,03) 2  $10.609,00
Calcularemos o montante mês a mês de
uma aplicação de $10.000,00 a uma taxa de 1% ao O montante é definido como sendo a soma
mês durante 4 meses. do capital com os juros do período considerado. A
partir dessa definição, os juros podem ser
calculados da seguinte forma:

39
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J  MC
J  $10 .609 ,00  $10 .000 ,00  $609 ,00 P é o valor da prestação em dinheiro;
VE é o valor emprestado em dinheiro;
i é a taxa unitária na unidade de tempo (diária,
FINANCIAMENTO mensal, anual, etc);
n é o tempo da aplicação (dia, mês, ano, etc).
Quando você está interessado em adquirir
um carro ou uma casa, porém não tem possibilidade
de pagar à vista, uma das soluções é pedir um EXEMPLO
empréstimo a uma instituição financeira através de
uma operação conhecida como financiamento. Construir o plano de financiamento de um
O financiamento é um plano de pagamento carro que custa $10.000,00 a uma taxa de 1% ao
baseado no princípio de que o valor de cada mês (i=0,01) durante 12 meses.
prestação divide-se em duas parcelas: SOLUÇÃO
 Amortização do valor emprestado: uma parte
de cada prestação deve diminuir (amortizar) o Valor da parcelas é calculado da seguinte
valor que foi emprestado. forma:
 Juros sobre o saldo devedor: outra parte da
i  (1  i) n
prestação deve pagar juros sobre a parte do P  VE 
valor emprestado que não foi amortizada (saldo (1  i) n  1
devedor).
A equação do financiamento é dada por:
0,01  (1  0,01)12
i  (1  i)
n
P  10.000 ,00 
P  VE  (1  0,01)12  1
(1  i) n  1
P  $888 ,49

Onde:

PLANO DE FINANCIAMENTO
Tempo Juros Dívida Parcela Amortização Saldo Devedor
(meses) (J=SDi) (D) (P) (A=P-J) (SD=D-P)
Hoje  $10.000,00   $10.000,00
Após 1 mês $100,00 $10.100,00 $888,49 $788,49 $9.211,51
Após 2 meses $92,12 $9.303,63 $888,49 $796,37 $8.415,14
Após 3 meses $84,15 $8.499,29 $888,49 $804,34 $7.610,80
Após 4 meses $76,11 $7.686,91 $888,49 $812,38 $6.798,42
Após 5 meses $67,98 $6.866,40 $888,49 $820,51 $5.977,91
Após 6 meses $59,78 $6.037,69 $888,49 $828,71 $5.149,20
Após 7 meses $51,49 $5.200,69 $888,49 $837,00 $4.312,20
Após 8 meses $43,12 $4.355,32 $888,49 $845,37 $3.466,83
Após 9 meses $34,67 $3.501,50 $888,49 $853,82 $2.613,01
Após 10 meses $26,13 $2.639,14 $888,49 $862,36 $1.750,65
Após 11 meses $17,51 $1.768,16 $888,49 $870,98 $879,67
Após 12 meses $8,80 $888,49 $888,49 $879,69 $0,00* (dívida paga)
Totais $661,85  $10.661,88 $10.000,00* 
* ocorre uma diferença $0,02 por causa do arredondamento nas casas decimais.

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Graficamente, podemos representar a operação por:

900,00
880,00
Valor da Prestação
860,00
840,00
820,00
800,00
780,00
760,00
740,00
720,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Meses
A parte cinza é a contribuição dos juros e a parte preta é a contribuição da amortização no valor da
parcela. Desta forma, concluímos que a amortização deve crescer com o tempo e o valor dos juros deve
decrescer com o tempo.

DIODO SEMICONDUTOR
Chamamos de diodo ao elemento de
circuito eletrônico construído com semicondutores
(em geral são usados o silício, o germânio, o
arsênio e o gálio). O diodo possui dois terminais
conhecidos como catodo e anodo. O catodo é o
terminal negativo e o anodo é o terminal positivo. (LED)
A finalidade do diodo é conduzir a
corrente elétrica somente num sentido e bloquear a A equação que modela o funcionamento
corrente em sentido contrário. O diodo sempre do diodo semicondutor é dada por:
permitirá passagem de corrente elétrica quando a
tensão no anodo for maior que a tensão no catodo. vD
As figuras abaixo mostram o símbolo do
diodo e algumas imagens reais dos componentes: i D  ISe VT
, para vD0V

Símbolo: Onde:
iD é a corrente do diodo;
IS é a corrente de saturação (10-15A);
vD é a tensão sobre o diodo;
VT é a tensão térmica (25mV).

Componentes: A característica exponencial do diodo faz


com que a sua principal aplicação seja o
chaveamento analógico. Isso significa que,
dependendo da tensão vD, o diodo liga ou desliga o
(DIODO) circuito eletrônico ao qual está conectado.
Outra aplicação do diodo é o LED (diodo
emissor de luz) que ilumina as teclas e o display do
seu telefone celular.

41
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Representamos (e resumimos!) toda essa


situação por:

t  log 2 8  3
Exercícios
1. Classifique as funções em crescente e
decrescente e esboce seus gráficos:
x Devemos ler essa expressão da seguinte
1
a) y    forma: “logaritmo de 8 na base 2 é igual a 3”.
2 Calcular o valor do logaritmo acima
x significa responder à seguinte pergunta:
b) y  e
x Devemos elevar a base 2 a que valor de t para que
4
c) y    o resultado seja igual a 8 ?
3
x Definimos então a função logarítmica por:
d) y  3
y  log a x , com a > 0, a  1 e x > 0
2. O estudo da concentração de drogas na
circulação sanguínea é um ramo da farmácia
conhecido como farmacocinética. A redução da O parâmetro “a” é chamado de base do
droga no corpo humano é modelada pela logaritmo. Uma característica importante é que o
seguinte função exponencial: gráfico da função logarítmica corta o eixo x no
ponto x = +1.
C  C0  e kt EXEMPLO
Onde:
C0 é a concentração inicial da droga.
t é o tempo decorrido desde que a droga foi
introduzida no corpo.

O valor de k no expoente responde pela


rapidez de redução da droga no corpo e
depende do medicamento considerado.

Descubra a concentração de uma droga


após 4h, se k é igual a 0,45/h e a concentração
inicial é igual a 5 mg/ml.

FUNÇÃO LOGARÍTMICA
Considere o seguinte exemplo:
Se o capital dobra a cada ano de aplicação,
então quantos anos são necessários para o montante
ser 8 vezes o valor do capital?
Já sabemos que a relação de dependência
entre o montante e o número de anos é dada por
uma função exponencial de base igual a 2. Nosso
objetivo agora é descobrir o valor do expoente que
produz o montante conhecido, ou seja:
C  2t  C  8 LOGARITMOS ESPECIAIS
2 2 t 3

t  3 anos Existem dois logaritmos especiais na


matemática  o logaritmo decimal e o logaritmo

42
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natural, também chamado de logaritmo neperiano log c b


em homenagem ao matemático John Napier.  log a b  (mudança de base)
O logaritmo decimal é aquele cuja base é log c a
10. Sempre que nos referirmos a esse logaritmo,
não é obrigatório informar o número 10, ou seja: EXEMPLO
log10 2
log10 2  log 2 log 3 2 
log10 3
O logaritmo natural é aquele cuja base é o  a log a x  x
número “e”. A referência a esse logaritmo é feita
escrevendo-se “ln” no lugar de “loge”, portanto: EXEMPLO
2 log 2 3  3
log e 2  ln 2

OBS.:
É sempre bom olhar a ajuda do software CLASSIFICAÇÃO DA FUNÇÃO
matemático antes de seguir essas notações, já que
alguns usam “log” significando logaritmo LOGARÍTMICA
neperiano e não decimal.
A função logarítmica pode ser classificada
em crescente e decrescente, conforme o valor do
parâmetro “a” da equação:
PROPRIEDADES DO LOGARITMO
Para compreender o comportamento de
y  log a x
uma função logarítmica é necessário conhecermos
as seguintes propriedades:  1o caso: a>1
Quando o valor de a é maior do que 1, a
 Como a
0
 1 , então: log a 1  0 , a>0
função é dita crescente.

EXEMPLO EXEMPLO
log10 1  0
Uma cultura de bactérias em laboratório
Como a  a , então: log a a  1 , a>0
1
 triplica sua população a cada hora. Sabendo-se que
inicialmente existiam 1.000 bactérias encontre
EXEMPLO quanto tempo se passou para que a cultura atingisse
243.000 bactérias.
log 10 10  1
 log a x  log a y  log a (xy ) EXEMPLO

Primeiramente, devemos dividir o número


EXEMPLO
final de bactérias pelo seu número inicial:
log10 2  log10 3  log10 (2  3)  log10 6
x 243 .000
 243
 log a x  log a y  log a  
 y 1.000
Nesse caso, após um tempo t a colônia se
EXEMPLO torna 243 vezes o seu tamanho inicial. O valor
3 procurado é dado pelo seguinte logaritmo:
log10 3  log10 2  log10  
2
t  log 3 243  5 horas
 log a x  n  log a x
n

EXEMPLO A função que representa o problema é dada


log10 2  2  log10 2
2 por:
y  log 3 x

43
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Onde x representa o tamanho final da


colônia em relação ao seu tamanho inicial.
O gráfico dessa função é representado por:

OBS:
A parte em que y é negativo não existe
para os dois exemplos mostrados já que a variável
y é o tempo e não é possível existir tempo negativo.
 2o caso: 0<a<1
Quando o valor de a é maior do que zero e
MODELOS BASEADOS NA FUNÇÃO
menor do que 1, a função é dita decrescente. LOGARÍTMICA
EXEMPLO Vamos analisar um modelo interessante
em que a função logarítmica se aplica:
A concentração de um determinado
fármaco na corrente sanguínea reduz-se à metade a  Resfriamento de corpos;
cada hora. Sabendo-se que a concentração inicial do
fármaco é igual a 6,4mg/ml e que uma
concentração de 0,1mg/ml não fará mais efeito no
RESFRIAMENTO DE CORPOS
combate à doença, encontre quanto tempo levará
para o paciente tomar outra dose. Isaac Newton foi o primeiro a demonstrar
a lei matemática que regula o resfriamento de
corpos. Uma das aplicações dessa lei é a
SOLUÇÃO
determinação pelos peritos policiais da hora
aproximada de um assassinato.
Primeiramente, devemos dividir a
A expressão que fornece a lei do
concentração final pela sua concentração inicial:
resfriamento é dada por:
0,1 1 T  T0  e kt
 Onde:
6,4 64 t é o tempo decorrido desde que o crime aconteceu;
T é a diferença de temperatura entre o corpo e o
Nesse caso, após um tempo t a ambiente no tempo t após o crime;
concentração reduz-se a 1/64 vezes a sua
T0 é a diferença de temperatura entre o corpo e o
concentração inicial. O valor procurado é dado pelo
ambiente na hora do crime;
seguinte logaritmo:
k é a taxa de resfriamento e significa o percentual
de resfriamento do corpo.
1
t  log 1  6 horas
64 A grande limitação desse modelo é que o
2 perito deve chegar ao local do crime enquanto o
corpo ainda está com temperatura acima da
Após 6 horas, o remédio não fará mais temperatura ambiente (T0), caso contrário, o
efeito porque a sua concentração na corrente método perde a sua funcionalidade.
sanguínea ficará abaixo de 0,1mg/ml. A função logarítmica aparece no momento
A função que representa o problema é dada em que desejamos calcular o tempo decorrido desde
por: que o crime aconteceu:
y  log 1 x
1  T 
2 t    ln  
Onde x representa a concentração final do k  T0 
fármaco na corrente sanguínea em relação à sua EXEMPLO
concentração inicial.
O gráfico dessa função é representado por:

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Considere a seguinte notícia: Com:


T  (34,8  20)  14,8o C
Jornal do Dia
Páginas Policiais T0  (36,5  20)  16,5o C
k  0,04845 / h

Substituindo esses valores na equação:


1  14,8 
t  ln    2,244 h  2h
Policiais encontraram às 23:00h o corpo de 0,04845  16,5 
uma mulher aparentando 30 anos dentro de 15min
seu apartamento. Vizinhos acionaram a
polícia após terem ouvidos tiros dentro do A hora aproximada do assassinato foi
prédio. A análise pericial do corpo
20:45h (23:00h  2:15h)
concluiu que a mulher foi assassinada por
volta das 21:00h.
Você, como perito policial que esteve
presente na cena do crime, deve mostrar como
chegou a essa conclusão no seu relatório policial.

SOLUÇÃO
Exercícios
A primeira atitude sua como bom perito foi
medir a temperatura do corpo imediatamente 1. Encontre, se for possível, o valor dos seguintes
quando chegou ao local do crime (23:00h). logaritmos:
Suponha que você tenha encontrado 34,8oC. Uma
a) log10 100
hora mais tarde, você mediu novamente a
temperatura e descobriu que o corpo estava a b) log 1 2
34,1oC.
2
O quarto estava a 20oC e o corpo humano
quando está vivo possui temperatura de 36,5 oC. c) log 10 1
Com esses dados você pode calcular a hora em que d) log 1 16
ocorreu o crime.
2
O primeiro objetivo é encontrar o valor do
parâmetro k de posse da seguinte equação: e) log 9 3
1  T  log5  5
k    ln   f)
t  T0  g) log 1 2
Com: h) log  2 2
T  (34,1  20)  14,1o C
2. Outra aplicação prática da função logarítmica
T0  (34,8  20)  14,8o C é a determinação da concentração segura de um
t  1h fármaco na corrente sanguínea. O problema
matemático se resume a encontrar qual é o
Então, usando uma calculadora, obtemos: tempo mínimo de aplicação da próxima dose
 14,1  sabendo-se que a concentração não pode atingir
k  1  ln    0,04845 / h um determinado valor que é prejudicial à saúde
 14,8  do paciente.
Considere que a concentração do fármaco na
O que significa que o corpo se resfria a corrente sanguínea reduz-se à metade a cada
uma taxa de aproximadamente 4,85% por cada hora hora. Sabendo-se que a concentração inicial do
a partir do momento do crime. fármaco é 6,4mg/ml e que uma concentração
Agora, podemos descobrir quanto tempo de 10mg/ml pode levar o paciente a entrar em
se passou desde a hora do assassinato conforme a estado de coma, calcule o intervalo mínimo
equação: entre duas doses de forma que o paciente não
seja prejudicado.
1  T 
t    ln  
k  T0 

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FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS Seno do ângulo 

A nossa vida está repleta de casos que


envolvem a repetição de um acontecimento no
tempo, tais como: o período do ano em que mais
chove ou faz sol na cidade, de quanto em quanto
tempo ocorre uma recessão no país ou a hora em
que vamos dormir todo dia. Chamamos de rotina a
esse tipo de situação.
Matematicamente, denomina-se periódico
um evento que se repete ao longo do tempo (ou
outra variável independente conforme a situação).
Tais eventos podem ser descritos por uma função
trigonométrica.
As funções trigonométricas mais
importantes são as funções seno e cosseno. A partir
delas são construídas as funções tangente,
cotangente, secante e cossecante. Cosseno do ângulo 

UM POUCO DE GEOMETRIA – O CICLO Um ângulo positivo deve ser medido no


sentido anti-horário e um ângulo negativo deve
TRIGONOMÉTRICO ser medido no sentido horário.

A forma mais simples de enxergar as


funções trigonométricas principais é através do
ciclo trigonométrico: ÂNGULOS NO CICLO TRIGONOMÉTRICO
O ciclo trigonométrico é dividido em 4
partes (ou quadrantes) de 90o. O primeiro quadrante
começa no ângulo 0o e vai até 90o (sobre o eixo
vertical). O segundo quadrante começa do ângulo
de 90o e vai até 180o (sobre o eixo horizontal). O
terceiro quadrante começa do ângulo de 180 o e vai
até 270o (sobre o eixo vertical). O quarto quadrante
começa do ângulo de 270o e vai até o ângulo de
360o (sobre eixo horizontal e coincidente com o
ângulo de 0o):

Sentido
anti-horário
O ciclo trigonométrico é uma
circunferência de raio igual a 1 centrada no
cruzamento dos eixos x e y. O eixo horizontal é
denominado cosseno e o eixo vertical é chamado
seno.
Os valores do seno e do cosseno de um
ângulo são dados pelas medidas sobre cada um dos
eixos do ciclo trigonométrico.

EXEMPLO

Se quisermos saber o valor do seno e do


cosseno de um determinado ângulo  basta fazer:
ÂNGULOS EM GRAUS E RADIANOS
Existem duas medidas principais de
ângulos: o grau e o radiano. O grau é uma unidade
de medida que nasceu da divisão arbitrária de uma

46
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circunferência em 360 partes iguais. Cada grau é


subdividido em 60 minutos e cada minuto em 60
segundos.
Para os matemáticos antigos, dividir a
circunferência em 360 graus seria equivalente a
dividir um ano em 360 dias.
O grau é muito utilizado em Engenharia,
pois existem instrumentos de medição graduados
nesse sistema. Por outro lado, é pouco comum o Então:
grau aparecer em fórmulas matemáticas por causa
G 180  R
do aumento no número de operações. R ou G
Nos cálculos matemáticos, a medida de 180 
ângulo mais usada é o radiano. 1 radiano é definido
como sendo o ângulo cujo raio R do ciclo EXEMPLO
trigonométrico coincide com o comprimento do
arco S: Encontrar os seguintes ângulos em
radianos:
a) 30o
b) 45o
c) 60o

SOLUÇÃO

  30 o 
a) R  
o
180 6
  45 o 
b) R  
180 o 4
  60 o

c) R  
 = 1 radiano 180 o 3

AS FUNÇÕES SENO E COSSENO


O ângulo radiano é um número real que
fornece a relação entre o comprimento do arco C e A partir do ciclo trigonométrico, vamos
o tamanho do raio R: mostrar as características das funções
C trigonométricas seno e cosseno. Imagine o ponto P
Radiano  se deslocando no sentido anti-horário e observe o
R que acontece com a linha cinza vertical:
Essa relação tem ligação com a conhecida
fórmula do comprimento da circunferência:

C  2  R

Ao reorganizarmos essa fórmula, teremos:

C
2 
R
Podemos entender 2 como sendo o
ângulo em radianos correspondente a uma volta
completa na circunferência. Dessa forma, podemos
converter graus em radianos fazendo:

Podemos notar que, quando =0o, a linha


cinza tem comprimento igual a zero.

47
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À medida que o ângulo  aumenta, o


comprimento da linha cinza aumenta até se tornar Se o ponto P continuar se movendo no
igual a 1, quando =90o (/2 rad). mesmo sentido, podemos perceber que o tamanho
O valor do seno é então igual a +1 já que a da linha cinza diminui até chegar em 0 quando o
linha está na parte positiva do eixo. ângulo =360o (2 rad).
A partir ponto, o ciclo do seno se repete.
A partir dessa análise, podemos traçar o
gráfico da função seno no intervalo de 0 a 2:

Se o ponto P continuar se movendo no A função seno é representada da seguinte


mesmo sentido, podemos perceber que o tamanho maneira:
da linha cinza diminui até chegar em 0 quando o
ângulo =180o ( rad).
y  sen( x ) , sendo que x é o ângulo dado em
radianos.

Podemos fazer a mesma análise do ciclo


trigonométrico para a função cosseno (eixo
horizontal). O resultado é o seguinte gráfico no
intervalo de 0 a 2:

O que acontece quando o ângulo 


ultrapassa os 180o é que o comprimento da linha
cinza volta a aumentar, só que no sentido negativo
até chegar em =270o (3/2 rad).
O valor do seno é então igual a -1 já que a
linha está na parte negativa do eixo. A função cosseno é representada da
seguinte maneira:

y  cos(x ) , sendo que x é o ângulo dado em


radianos.

As funções trigonométricas seno e cosseno


são chamadas periódicas, pois a cada ciclo de 360 o
(2) os seus valores se repetem. Dessa forma, os
dois gráficos mostrados anteriormente se repetem
ao longo do eixo x indefinidamente. Vale notar a
característica oscilante das funções seno e cosseno
entre os valores +1 e -1.

48
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OUTRAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS variação da voltagem elétrica conforme a seguinte


função trigonométrica:
A partir das duas funções conhecidas,
podemos definir outras quatro funções importantes: V(t)  Vmáx  sen(2  f  t)
a secante, a cossecante, a tangente e a cotangente.
Essas funções são definidas por: Onde:
1 1 Vmáx é a tensão máxima fornecida pelo sistema,
sec(x )  e cos sec(x )  dada em Volts;
cos(x ) sen( x ) f é a freqüência com que a voltagem varia, dada em
sen(x) ciclos por segundo (Hertz). No Brasil, a freqüência
tg(x)  e adotada é igual a 60 Hertz.
cos(x)
1 cos(x )
cot g( x )  
tg( x ) sen( x )

RELAÇÕES TRIGONOMÉTRICAS O gráfico da voltagem é dado por:


PRINCIPAIS
Esse ciclo se repete 60 vezes a
As funções trigonométricas podem ser cada 1 segundo!
relacionadas entre si através de fórmulas
conhecidas como relações trigonométricas.

As principais relações trigonométricas são:


 sen 2 x  cos 2 x  1
 tg 2 x  1  sec2 x
 1  cot g 2 x  cos sec2 x
 cos(a  b)  cos a  cos b  sena  senb
 cos(a  b)  cos a  cos b  sena  senb
 sen(a  b)  sena  cos b  senb cos a Essa variação da voltagem faz com que a
corrente elétrica dentro dos aparelhos circule ora
 sen(a  b)  sena  cos b  senb cos a num sentido ora no sentido contrário. Portanto, uma
freqüência de 60 Hz (ciclos por segundo) faz com
Todas as fórmulas acima são demonstradas que o sentido da corrente se alterne 60 vezes a cada
com o auxílio do ciclo trigonométrico. Algumas 1 segundo!
dessas demonstrações são mostradas no apêndice 1.
MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES
MODELOS BASEADOS NAS FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS
Vamos analisar dois modelos em que as
funções trigonométricas se aplicam:
 Voltagem elétrica;
 Movimento harmônico simples (MHS).

Se desprezarmos o atrito, o movimento de


VOLTAGEM ELÉTRICA uma massa m presa a uma mola de constante k tem
a característica de se repetir com o tempo. Portanto,
o deslocamento da massa pode ser descrito pela
A maioria dos aparelhos da nossa casa
seguinte função trigonométrica:
funciona no que chamamos corrente alternada
(C.A.). O sistema de corrente alternada se baseia na

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x(t)  A máx  cos(2  f  t) tga  tgb


g) tg(a  b) 
1  tga  tgb
Onde:
Amáx é a amplitude máxima do movimento, dada Dica:
em metros; Você deve partir da relação:
f é a freqüência com que o deslocamento varia,
dada em ciclos por segundo (Hertz).
sen(a  b)
tg(a  b) 
A relação funcional entre o deslocamento e cos(a  b)
o tempo é dada pelo gráfico:

FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
INVERSAS
Considere a seguinte questão:

Qual é o ângulo cujo seno é igual a 1/2 ?

Essa pergunta pode ser respondida através


A amplitude máxima é o maior da definição das funções trigonométricas inversas.
deslocamento que a massa pode atingir em relação Partindo da função seno:
ao ponto de equilíbrio. Determinamos a amplitude
máxima medindo a distância do ponto em que a
y  sen( x )
massa estava parada até o ponto em que foi
deslocada para iniciar o seu movimento. Colocaremos x onde aparece y e y onde
Já a freqüência informa quantas vezes em aparece x:
1 segundo a massa passa por um ponto de x  sen( y)
referência. Esse valor depende da massa m e da
constante k da mola. Quanto maior a massa, para a Separando y, teremos a definição da
mesma mola, mais lento será o movimento e menor função arco-seno:
será a freqüência.
y  arcsen( x ) , onde y é dado em radianos

Podemos definir as outras funções


trigonométricas inversas da mesma maneira.

Exercícios EXEMPLO
1
Quanto vale y  arcsen ?
1. Prove as seguintes relações:
2
a) cos(a  b)  sena  senb  cos a  cos b SOLUÇÃO
b) sen(a  b)  sen a  cos b  sen b  cos a
1
Dica: Interpretando y como o ângulo cujo seno é ,
Comece pela relação trigonométrica fundamental:
2

então, y é igual a (=30o).
sen (a  b)  cos (a  b)  1
2 2 6

c) sen(a  b)  sen a  cos b  sen b  cos a


d) sen 2x  2  sen x  cos x
GRÁFICOS DAS FUNÇÕES
e) cos 2 x  2  cos x  1
2 TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS
f) cos 2 x  1  sen x
2
Os gráficos do arco-seno e do arco-
cosseno são obtidos descobrindo-se os valores de y
quando x varia de –1 a +1.

50
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Esse gráfico deve ser construído por


1.5 partes. Enquanto x for positivo, y é dado pela
primeira função. Já quando x for negativo, y é dado
y  arcsen( x )
1
pela segunda função.
0.5

-1 -0.5 0.5 1 Portanto, o gráfico é dado por:


-0.5

-1

-1.5

EXEMPLO

Encontre o gráfico da seguinte função


condicional:
x 2 , se x  2
y
 6, se x  2
3

2.5
SOLUÇÃO

2
y  arccos(x ) Fazendo da mesma forma que no exemplo
anterior:
1.5

0.5

-1 -0.5 0.5 1

OUTRAS FUNÇÕES ESPECIAIS


 Função condicional Para a primeira função, não é permitido
calcular o valor de y no ponto x=2 (o que daria
A característica mais marcante da função y=4). Essa situação é representada pela bola aberta.
condicional é a definição de uma expressão Conforme a função condicional, quando
diferente para cada trecho do seu domínio. x=2 temos que y=6. Devemos representar esse caso
com uma bola fechada.
EXEMPLO
 Função modular
Encontre o gráfico da seguinte função
condicional: A função modular é definida por:
x 2 , se x  0
y  y, se y  0
- x, se x  0 y 
- y, se y  0
SOLUÇÃO

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A finalidade da função modular é O retificador de onda completa é um


transformar qualquer valor negativo de y em dispositivo eletrônico que implementa a função
positivo. Todas as funções estudadas anteriormente modular. A figura abaixo mostra o circuito do
podem ser convertidas em funções modulares, retificador:
bastando para isso refletir a parte negativa de y para
a parte positiva.
VENTRADA(t) =
EXEMPLO
sen(t)
Construir o gráfico da função y  x .
VSAÍDA(t)
SOLUÇÃO = sen(t)

O primeiro passo consiste em construir o


gráfico da função y  x : A análise dos sinais de entrada e saída
permite entender melhor a função do retificador:
4

VENTRADA(t)
2

-4 -2 2 4

-2

-4

Agora, devemos refletir a parte negativa de


y para a parte positiva:

5 VSAÍDA(t)
4

-4 -2 2 4

Dessa forma, podemos encontrar o gráfico Dizemos que o retificador transforma um


de qualquer função modular. sinal em corrente alternada em um sinal em
corrente contínua pulsada (a corrente elétrica sobe
até um valor máximo e cai até zero).
MODELO BASEADO NA FUNÇÃO
O circuito retificador é utilizado dentro do
carregador da bateria do celular para converter
MODULAR corrente alternada em corrente contínua.

Vamos analisar um modelo onde a função ALTERAÇÕES NO GRÁFICO DA FUNÇÃO


modular se aplica:
 Retificador de onda completa; Podemos alterar o gráfico de uma função
para obtermos um novo gráfico que anda guarda
relação visual com a função que lhe deu origem.
RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA São possíveis as seguintes alterações:
 Ampliar ou comprimir uma função;

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 Refletir uma função em relação aos eixos x e na direção vertical.


y;
 Deslocar uma função.
EXEMPLO
AMPLIANDO OU COMPRIMINDO O
GRÁFICO DA FUNÇÃO Construir os gráficos das funções
f (x)  sen( x ) e g( x )  2  sen( x ) .
Uma função pode ser ampliada ou
comprimida nas direções horizontal e vertical. SOLUÇÃO
Sendo k um número positivo, as alterações na
direção horizontal são feitas através da seguinte Conforme a regra, a função g(x) é igual a
operação: f(x) ampliada duas vezes na direção vertical:
g( x )  f (k  x )
É interessante observar que g(x) é uma
ampliação vertical de f(x) e que, por outro lado, f(x)
Para k>1, a função g(x) é igual a f(x) é uma compressão vertical de g(x).
comprimida k vezes na direção horizontal;
g(x)=2sen(x)
Para 0<k<1, a função g(x) é igual a f(x)
ampliada k vezes na direção horizontal.
f(x)=sen(x)

EXEMPLO

Construir os gráficos das funções


f (x)  sen( x ) e g( x )  sen(2x ) .

SOLUÇÃO

Conforme a regra, a função g(x) é igual a


f(x) comprimida duas vezes na direção horizontal:

Observe que g(x) é uma compressão


horizontal de f(x) e que, por outro lado, f(x) é uma
ampliação horizontal de g(x).
REFLETINDO O GRÁFICO DA FUNÇÃO
Uma função pode ser refletida em relação
g(x)=sen(2x) aos eixos x e y. Uma reflexão em relação ao eixo y
é feita através da seguinte operação:
f(x)=sen(x)
g( x )  f ( x )

EXEMPLO

Construir os gráficos das funções


f ( x )  x e g( x )   x .

SOLUÇÃO
Sendo k um número positivo, as alterações
Conforme a regra, a função g(x) é igual a
na direção vertical são feitas através da seguinte
f(x) refletida em relação ao eixo y:
operação:
g( x )  k  f ( x ) É interessante observar que g(x) é uma
reflexão de f(x) em relação ao eixo y e que, por
Para k>1, a função g(x) é igual outro lado, f(x) é uma reflexão de g(x) em relação
a f(x) ampliada k vezes na ao eixo y.
direção vertical;
Para 0<k<1, a função g(x) é
igual a f(x) comprimida k vezes

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Para k>0, a função g(x) é igual a f(x)


g(x)=-x f(x)=x deslocada k unidades para cima;
Para k<0, a função g(x) é igual a f(x)
deslocada k unidades para baixo.

EXEMPLO

Construir os gráficos das funções


f (x)  sen( x ) e g( x )  sen( x )  2 .

SOLUÇÃO

Conforme a regra, a função g(x) é igual a


Uma reflexão em relação ao eixo x é feita f(x) deslocada duas unidades para cima:
através da seguinte operação:
É interessante observar que g(x) é igual a
g ( x )  f ( x ) f(x) deslocada para cima e que, por outro lado, f(x)
é igual a g(x) deslocada para baixo.
EXEMPLO

Construir os gráficos das funções


f (x)  x e g(x)  x .
2 2

g(x)=sen(x)+2
SOLUÇÃO

Conforme a regra, a função g(x) é igual a f(x)=sen(x)


f(x) refletida em relação ao eixo x:

É interessante observar que g(x) é uma


reflexão de f(x) em relação ao eixo x e que, por
outro lado, f(x) é uma reflexão de g(x) em relação
ao eixo x.
2 As alterações na direção horizontal são
f(x)=x
feitas através da seguinte operação:

g( x )  f ( x  k )

Para k>0, a função g(x) é igual a f(x) deslocada k


unidades para a esquerda;
Para k<0, a função g(x) é igual a f(x) deslocada k
unidades para a direita.

EXEMPLO
2
g(x)=-x Construir os gráficos das funções
f (x)  x 2 e g(x)  (x  5) 2 .
DESLOCANDO O GRÁFICO DA FUNÇÃO SOLUÇÃO

Uma função também pode ser deslocada Conforme a regra, a função g(x) é igual a
nas direções horizontal e vertical. As alterações na f(x) deslocada cinco unidades para a direita:
direção vertical são feitas através da seguinte
operação: Podemos observar que g(x) é igual a f(x)
g( x )  f ( x )  k deslocada 5 unidades para a direita e que, por outro

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lado, f(x) é igual a g(x) deslocada cinco unidades


para a esquerda. Encontrar f g, sabendo-se que
f ( x)  x 2 e g ( x )  x  2 .

SOLUÇÃO

Devemos substituir g(x) onde aparecer a


f(x)=x
2
g(x)=(x-5)
2 variável x na função f(x):

f (g(x))  [g(x)] 2  (x  2) 2  x 2  4x  4
f  g  f (g(x))  x 2  4x  4
FUNÇÃO COMPOSTA
A função composta é o resultado da
substituição de uma função g(x) no lugar da
variável independente de uma outra função f(x).
Representamos essa situação por:
f  g  f (g( x ))

Devemos ler f  g da seguinte maneira:“f


bola g” ou função composta de g(x) em f(x).

Podemos entender melhor a função


composta usando os diagramas de Venn:

Maneira mais trabalhosa

Maneira mais rápida

Conforme o primeiro diagrama de Venn, o


cálculo de z é feito em duas partes. Primeiro,
substituímos x em g(x) para obtermos y. Em
seguida, usamos o resultado de y na função f(y)
para encontrarmos o valor de z. Essa é a forma mais
trabalhosa de calcular uma função composta.
Como pode ser visto no segundo diagrama
de Venn, podemos utilizar a definição de função
composta para poupar o trabalho de calcularmos o
valor intermediário y.

EXEMPLO

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USANDO SOFTWARE MATEMÁTICO

MATHEMATICA®
O Mathematica é um software matemático com funções internas
que auxiliam as mais diversas tarefas em que o cálculo necessita ser
simplificado.
Atualmente, é um dos softwares mais utilizados tanto na área
Matemática como na Física, Computação, Engenharia, Biologia, etc.

O AMBIENTE DO MATHEMATICA
O ambiente do Mathematica é composto por uma janela de edição (em branco), onde os comandos são
digitados e executados. Possui ainda uma barra de menu e uma barra de comandos com as operações
matemáticas mais comuns.

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EXECUTANDO UM COMANDO
Para executarmos um comando no Mathematica basta clicar na área de edição e começar a digitar o
código. Em seguida, devemos pressionar a combinação de teclas: Shift e Enter.
Todo comando digitado e executado recebe uma numeração de ordem de execução especificada entre
colchetes após a palavra In.

EXEMPLO

Digite o comando:

Plot[x^2,{x,-2,2}]
Após pressionar Shift + Enter, aparecerá na janela de edição:

In[1]:=Plot[x^2,{x,-2,2}]

O símbolo In significa que é um comando de entrada e [1] é a sua ordem na execução, ou seja, In[1] é o
primeiro comando de entrada executado.

O resultado da execução é precedido do símbolo Out[1] que significa resultado da execução do primeiro
comando. Se o comando for executado corretamente, a janela de edição se parecerá exatamente com a figura
abaixo:

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SIMBOLOGIA DAS OPERAÇÕES


O Mathematica utiliza os seguintes símbolos na construção de equações:

SÍMBOLO DESCRIÇÃO EXEMPLO


. Indica início das casas decimais do número 2.3 (=2,3)
* ou espaço Indica multiplicação entre os números 2*3 ou 2 3
/ Indica divisão entre os números 2/3
^ Indica potência 2^3 (=23)
*^ Indica potência de dez 2*^3 (=2x103)

O Mathematica possui ainda um conjunto de constantes:

SÍMBOLO DESCRIÇÃO EXEMPLO


E Indica o valor de e=2,7182... E^2
Pi Indica o valor de =3,1415... Pi/2
I Indica o número complexo i I^2
Infinity Indica o símbolo  -Infinity

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Degree Fator de conversão de graus para radianos: 90*Degree (=Pi/2)
180

ALGUMAS FUNÇÕES DO MATHEMATICA


No quadro abaixo estão descritas algumas das funções básicas do Mathematica.

COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Sqrt[x] Raiz quadrada de x Sqrt[2]
Exp[x] Exponencial de base “e” Exp[1]
Log[x] Logaritmo de base “e” (logaritmo neperiano) Log[E]
Log[b,x] Logaritmo de base b Log[2,8] (=log28)
n! Fatorial de n 3!

COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO


Abs[x] Módulo de x Abs[-2] (=|-2|)
Mod[n,m] Resto da divisão de n por m Mod[5,2] (=1)
Sin[x] Seno de x (x em radianos) Sin[Pi/2]
Cos[x] Cosseno de x (x em radianos) Cos[Pi]
Tan[x] Tangente de x (x em radianos) Tan[Pi/2]
ArcSin[x] Arco-Seno de x (resultado em radianos) ArcSin[1/2]*1/Degree
ArcCos[x] Arco-Cosseno de x (resultado em radianos) ArcCos[Sqrt[3]/2]*1/Degree
ArcTan[x] Arco-Tangente de x (resultado em radianos) ArcTan[Infinity]*1/Degree

OBS.:
É importante observar que todos os comandos começam com letra maiúscula e
os seus argumentos são fechados por colchetes.

REUSANDO RESULTADOS
Os resultados de uma execução podem ser reaproveitados de forma que o seu comando possa ficar mais
compacto.

COMANDO DESCRIÇÃO EXEMPLO


% Aproveita o último resultado calculado %+2
%n Aproveita o resultado que está em Out[n] %3+2 (=Out[3]+2)

OBS.:
Cuidado com a reutilização de comandos, principalmente com o comando %n.
Tenha certeza que Out[n] é o resultado que você deseja utilizar.

Em seguida digite e execute o comando:


EXEMPLO
%+(Cos[x])^2
Digite e execute o comando:

(Sin[x])^2 COMPUTAÇÃO SIMBÓLICA

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Esse comando coloca a expressão sob o mesmo


O Mathematica consegue fatorar, expandir denominador.
e operar uma equação algébrica das mais diversas
formas. Essa facilidade é conhecida como EXEMPLO
computação simbólica.
Digite e execute o comando:
EXEMPLO
Together[1/x+1/(x-1)]
Digite e execute o comando:
O resultado será:
3*x2-x+x2  1  2x
O resultado após a execução: x (1  x )

4*x2-x  Apart[expressão]

 Factor[expressão] Esse comando separa a expressão em vários


termos com denominadores simples.
Esse comando fatora a expressão entre
colchetes. EXEMPLO

EXEMPLO Digite e execute o comando:

Digite e execute o comando: Apart[(-1+2*x)/(x*(-1+x))]


Factor[3*x2-x+x2]
O resultado será: O resultado será:
1 1
x(-1+4x) 
1 x x
 TrigExpand[expressão_trigonométrica]
 Expand[expressão] Esse comando coloca expressões
Esse comando expande a expressão entre trigonométricas como soma de termos.
colchetes.
EXEMPLO
EXEMPLO
Digite e execute o comando:
Digite e execute o comando:
Expand[(1+x)^2] TrigExpand[Cos[2*x]]
O resultado será:
O resultado será:
2
1+2x+x
Cos[x]2-Sin[x]2
 Simplify[expressão]
Esse comando simplifica ao máximo a
expressão entre colchetes. ENCONTRANDO AS RAÍZES
EXEMPLO
DE UMA EQUAÇÃO

Digite e execute o comando: O Mathematica pode encontrar as raízes de


uma determinada equação. Isso é feito através do
Simplify[1+2x+x2] comando:
Solve[expressão = = 0,variável_da_equação]
O resultado será:
EXEMPLO
(1+x)2
Digite e execute o comando:
 Together[expressão]
Solve[x2-5x+6= = 0,x]

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6
O resultado será:
5
{{x2},{x3}}
4

DEFININDO FUNÇÕES 3

2
Uma função pode ser definida para
posterior uso. Isso é feito através do seguinte 1
comando:
f[ x_ ]:=expressão em x 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Note que existe um traço após a ocorrência É possível colocar várias funções no
de x dentro dos colchetes. mesmo gráfico através do seguinte comando:
EXEMPLO Plot[{expressão1,
expressão2,...},{variável_independente, mínimo,
Digite e execute os comandos: máximo}]

f[ x_ ]:=x2-5x+6
f[2] EXEMPLO
O resultado será igual a: Digite e execute o comando:

0 Plot[{x^2, x^3, x^4},{x,-3,3}]


O resultado será um único gráfico com as
Agora, digite e execute o comando: funções f(x)=x2, g(x)=x3 e h(x)=x4 para x variando
de -3 a 3.
f[x^2]

O resultado será:
4
4 2
x -5x +6
2

PLOTANDO FUNÇÕES
-3 -2 -1 1 2 3
Uma função pode ser colocada num
gráfico usando o comando: -2

Plot[expressão,{variável_independente, mínimo,
máximo}]

EXEMPLO

Digite e execute o comando:


Plot[x2-5x+6,{x,0,3}]
O resultado será o gráfico da função
f(x)=x2-5x+6 no intervalo de x=0 a x=3.

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ANÁLISE COMBINATÓRIA
 Introdução Análise Combinatória  Combinações simples
 Arranjos  Arranjos c/ repetição
 Permutações  Permutações c/ repetição
 Combinações  Combinações c/ repetição
 Regras gerais Combinatória  Propr. das combinações
 Arranjos simples  Número binomial
 Permutações simples  Teorema binomial

INTRODUÇÃO À ANÁLISE Arranjo com repetição: Todos os elementos


podem aparecer repetidos em cada grupo de p
COMBINATÓRIA elementos.
Fórmula: Ar(m,p) = mp.
Análise Combinatória é um conjunto de
procedimentos que possibilita a construção de Cálculo para o exemplo: Ar (4,2) = 42=16.
grupos diferentes formados por um número finito
Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os
de elementos de um conjunto sob certas
arranjos com repetição desses 4 elementos tomados
circunstâncias.
2 a 2 são 16 grupos que onde aparecem elementos
Na maior parte das vezes, tomaremos conjuntos Z repetidos em cada grupo. Todos os agrupamentos
com m elementos e os grupos formados com estão no conjunto:
elementos de Z terão p elementos, isto é, p será a
taxa do agrupamento, com p<m. Ar={AA,AB,AC,AD,BA,BB,BC,BD,CA,CB,CC,
CD,DA,DB,DC,DD}
Arranjos, Permutações ou Combinações, são os três
Arranjo condicional: Todos os elementos
tipos principais de agrupamentos, sendo que eles
aparecem em cada grupo de p elementos, mas
podem ser simples, com repetição ou circulares.
existe uma condição que deve ser satisfeita acerca
Apresentaremos alguns detalhes de tais
de alguns elementos.
agrupamentos.
Fórmula: N=A(m1,p1).A(m-m1,p-p1)
Observação: É comum encontrarmos na literatura
termos como: arranjar, combinar ou permutar, mas Cálculo para o exemplo: N=A(3,2).A(7-3,4-
todo o cuidado é pouco com os mesmos, que às 2)=A(3,2).A(4,2)=6×12=72.
vezes são utilizados em concursos em uma forma
Exemplo: Quantos arranjos com 4 elementos do
dúbia!
conjunto {A,B,C,D,E,F,G}, começam com duas
letras escolhidas no subconjunto {A,B,C}?
ARRANJOS Aqui temos um total de m=7 letras, a taxa é p=4, o
subconjunto escolhido tem m1=3 elementos e a taxa
São agrupamentos formados com p elementos, que este subconjunto será formado é p1=2. Com as
(p<m) de forma que os p elementos sejam distintos letras A,B e C, tomadas 2 a 2, temos 6 grupos que
entre sí pela ordem ou pela espécie. Os arranjos estão no conjunto:
podem ser simples ou com repetição.
PABC = {AB,BA,AC,CA,BC,CB}
Arranjo simples: Não ocorre a repetição de
qualquer elemento em cada grupo de p elementos. Com as letras D,E,F e G tomadas 2 a 2, temos 12
grupos que estão no conjunto:
Fórmula: As(m,p) = m!/(m-p)!
PDEFG = {DE,DF,DG,ED,EF,EG,FD,FE,FG,GD,GE,GF}
Cálculo para o exemplo: As(4,2) = 4!/2!=24/2=12.
Usando a regra do produto, teremos 72
Exemplo: Seja Z={A,B,C,D}, m=4 e p=2. Os possibilidades obtidas pela junção de um elemento
arranjos simples desses 4 elementos tomados 2 a 2 do conjunto PABC com um elemento do conjunto
são 12 grupos que não podem ter a repetição de PDEFG. Um típico arranjo para esta situação é
qualquer elemento mas que podem aparecer na CAFG.
ordem trocada. Todos os agrupamentos estão no
conjunto:
As={AB,AC,AD,BA,BC,BD,CA,CB,CD,DA,DB,DC}

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PERMUTAÇÕES Se considerássemos todas as permutações simples


possíveis com estas 4 pessoas, teriamos 24 grupos,
apresentados no conjunto:
Quando formamos agrupamentos com m elementos,
de forma que os m elementos sejam distintos entre Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB,
sí pela ordem. As permutações podem ser simples, BACD,BADC,BCAD,BCDA,BDAC,BDCA,CAB
com repetição ou circulares. D,CADB,CBAD,CBDA,CDAB,CDBA,DABC,D
ACB,DBAC,DBCA,DCAB,DCBA}
Permutação simples: São agrupamentos com
todos os m elementos distintos. Acontece que junto a uma mesa "circular" temos
que:
Fórmula: Ps(m) = m!.
ABCD=BCDA=CDAB=DABC
Cálculo para o exemplo: Ps(3) = 3!=6.
ABDC=BDCA=DCAB=CABD
Exemplo: Seja C={A,B,C} e m=3. As permutações ACBD=CBDA=BDAC=DACB
simples desses 3 elementos são 6 agrupamentos que ACDB=CDBA=DBAC=BACD
não podem ter a repetição de qualquer elemento em ADBC=DBCA=BCAD=CADB
cada grupo mas podem aparecer na ordem trocada. ADCB=DCBA=CBAD=BADC
Todos os agrupamentos estão no conjunto:
Existem somente 6 grupos distintos, dados por:
Ps={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}
Pc={ABCD,ABDC,ACBD,ACDB,ADBC,ADCB}
Permutação com repetição: Dentre os m
elementos do conjunto C={x1,x2,x3,...,xn}, faremos
a suposição que existem m1 iguais a x1, m2 iguais a
COMBINAÇÕES
x2, m3 iguais a x3, ... , mn iguais a xn, de modo que
Quando formamos agrupamentos com p elementos,
m1+m2+m3+...+mn=m.
(p<m) de forma que os p elementos sejam distintos
Fórmula: Se m=m1+m2+m3+...+mn, então entre sí apenas pela espécie.
Pr(m)=C(m,m1).C(m-m1,m2).C(m-m1-m2,m3) ... C(mn,mn) Combinação simples: Não ocorre a repetição de
Anagrama: Um anagrama é uma (outra) palavra qualquer elemento em cada grupo de p elementos.
construída com as mesmas letras da palavra original Fórmula: C(m,p) = m!/[(m-p)! p!]
trocadas de posição.
Cálculo para o exemplo: C(4,2)=4!/[2!2!]=24/4=6
Cálculo para o exemplo: m1=4, m2=2, m3=1, m4=1
e m=6, logo: Pr(6)=C(6,4).C(6-4,2).C(6-4- Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. As
1,1)=C(6,4).C(2,2).C(1,1)=15. combinações simples desses 4 elementos tomados 2
a 2 são 6 grupos que não podem ter a repetição de
Exemplo: Quantos anagramas podemos formar qualquer elemento nem podem aparecer na ordem
com as 6 letras da palavra ARARAT. A letra A trocada. Todos os agrupamentos estão no conjunto:
ocorre 3 vezes, a letra R ocorre 2 vezes e a letra T
ocorre 1 vez. As permutações com repetição desses Cs={AB,AC,AD,BC,BD,CD}
3 elementos do conjunto C={A,R,T} em Combinação com repetição: Todos os elementos
agrupamentos de 6 elementos são 15 grupos que podem aparecer repetidos em cada grupo até p
contêm a repetição de todos os elementos de C vezes.
aparecendo também na ordem trocada. Todos os
agrupamentos estão no conjunto: Fórmula: Cr(m,p)=C(m+p-1,p)

Pr={AAARRT,AAATRR,AAARTR,AARRTA,AART Cálculo para o exemplo: Cr(4,2)=C(4+2-


TA,AATRRA,AARRTA,ARAART,ARARAT,ARAR 1,2)=C(5,2)=5!/[2!3!]=10
TA,ARAATR,ARAART,ARAATR,ATAARA,ATAR
Exemplo: Seja C={A,B,C,D}, m=4 e p=2. As
AR}
combinações com repetição desses 4 elementos
Permutação circular: Situação que ocorre quando tomados 2 a 2 são 10 grupos que têm todas as
temos grupos com m elementos distintos formando repetições possíveis de elementos em grupos de 2
uma circunferência de círculo. elementos não podendo aparecer o mesmo grupo
com a ordem trocada. De um modo geral neste
Fórmula: Pc(m)=(m-1)!
caso, todos os agrupamentos com 2 elementos
Cálculo para o exemplo: P(4)=3!=6 formam um conjunto com 16 elementos:
Exemplo: Seja um conjunto com 4 pessoas Cr={AA,AB,AC,AD,BA,BB,BC,BD,CA,CB,CC,
K={A,B,C,D}. De quantos modos distintos estas CD,DA,DB,DC,DD}
pessoas poderão sentar-se junto a uma mesa
mas para obter as combinações com repetição,
circular (pode ser retangular) para realizar o jantar
deveremos excluir deste conjunto os 6 grupos que
sem que haja repetição das posições?

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já apareceram antes, pois AB=BA, AC=CA,


AD=DA, BC=CB, BD=DB e CD=DC, assim as
NÚMERO DE ARRANJOS SIMPLES
combinações com repetição dos elementos de C
Seja C um conjunto com m elementos. De quantas
tomados 2 a 2, são:
maneiras diferentes poderemos escolher p
Cr={AA,AB,AC,AD,BB,BC,BD,CC,CD,DD} elementos (p<m) deste conjunto? Cada uma dessas
escolhas será chamada um arranjo de m elementos
REGRAS GERAIS SOBRE A ANÁLISE tomados p a p. Construiremos uma sequência com
os m elementos de C.
COMBINATÓRIA
c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
Problemas de Análise Combinatória normalmente Cada vez que um elemento for retirado,
são muito difíceis mas eles podem ser resolvidos indicaremos esta operação com a mudança da cor
através de duas regras básicas: a regra da soma e a do elemento para a cor vermelha.
regra do produto.
Para escolher o primeiro elemento do conjunto C
Regra da soma: A regra da soma nos diz que se que possui m elementos, temos m possibilidades.
um elemento pode ser escolhido de m formas e um Vamos supor que a escolha tenha caído sobre o m-
outro elemento pode ser escolhido de n formas, ésimo elemento de C.
então a escolha de um ou outro elemento se
realizará de m+n formas, desde que tais escolhas c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
sejam independentes, isto é, nenhuma das escolhas
Para escolher o segundo elemento, devemos
de um elemento pode coincidir com uma escolha do
observar o que sobrou no conjunto e constatamos
outro. que agora existem apenas m-1 elementos.
Regra do Produto: A regra do produto diz que se Suponhamos que tenha sido retirado o último
um elemento H pode ser escolhido de m formas elemento dentre os que sobraram no conjunto C. O
diferentes e se depois de cada uma dessas escolhas, elemento retirado na segunda fase é o (m-1)-ésimo.
um outro elemento M pode ser escolhido de n
formas diferentes, a escolha do par (H,M) nesta c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
ordem poderá ser realizada de m.n formas. Após a segunda retirada, sobraram m-2
Exemplo: Consideremos duas retas paralelas ou possibilidades para a próxima retirada. Do que
concorrentes sem que os pontos sob análise estejam sobrou, se retirarmos o terceiro elemento como
em ambas, sendo que a primeira r contem m pontos sendo o de ordem (m-2), teremos algo que pode ser
distintos marcados por r1, r2, r3, ..., rm e a segunda s visualizado como:
contem n outros pontos distintos marcados por s1, c1, c2, c3, c4, c5, ..., cm-2, cm-1, cm
s2, s3, ..., sn. De quantas maneiras podemos traçar
segmentos de retas com uma extremidade numa Se continuarmos o processo de retirada, cada vez
reta e a outra extremidade na outra reta? teremos 1 elemento a menos do que na fase
anterior. Para retirar o p-ésimo elemento, restarão
m-p+1 possibilidades de escolha.
Para saber o número total de arranjos possíveis de
m elementos tomados p a p, basta multiplicar os
números que aparecem na segunda coluna da tabela
abaixo:

Retirada Número de possibilidades

1 m

É fácil ver isto ligando r1 a todos os pontos de s e 2 m-1


assim teremos n segmentos, depois ligando r2 a
todos os pontos de s e assim teremos n segmentos, e 3 m-2
continuamos até o último ponto para obter também
n segmentos. Como existem m pontos em r e n ... ...
pontos em s, teremos m.n segmentos possíveis.
p m-p+1

No.de arranjos m(m-1)(m-2)...(m-p+1)

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Denotaremos o número de arranjos de m elementos


tomados p a p, por A(m,p) e a expressão para seu m-2 3
cálculo será dada por:
m-1 2
A(m,p) = m(m-1)(m-2)...(m-p+1)
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso m 1
alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de
dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos No.de m(m-1)(m-2)...(m-
diferentes? O conjunto solução é: permutações p+1)...4.3.2.1
{AE,AI,AO,AU,EA,EI,EO,EU,IA,IE,
Denotaremos o número de permutações de m
IO,IU,OA,OE,OI,OU,UA,UE,UI,UO}
elementos, por P(m) e a expressão para seu cálculo
A solução numérica é A(5,2)=5×4=20. será dada por:
Exemplo: Consideremos as 5 vogais de nosso P(m) = m(m-1)(m-2) ... (m-p+1) ... 3 . 2 . 1
alfabeto. Quais e quantas são as possibilidades de
Em função da forma como construímos o processo,
dispor estas 5 vogais em grupos de 2 elementos
(não necessariamente diferentes)? podemos escrever:

Sugestão: Construir uma reta com as 5 vogais e A(m,m) = P(m)


outra reta paralela à anterior com as 5 vogais, usar a Como o uso de permutações é muito intenso em
regra do produto para concluir que há 5x5=25 Matemática e nas ciências em geral, costuma-se
possibilidades. simplificar a permutação de m elementos e escrever
simplesmente:
O conjunto solução é:
{AA,AE,AI,AO,AU,EA,EE,EI,EO,EU,IA,IE,II, P(m) = m!
IO,IU,OA,OE,OI,OO,OU,UA,UE,UI,UO,UU} Este símbolo de exclamação posto junto ao número
m é lido como: fatorial de m, onde m é um número
Exemplo: Quantas placas de carros podem existir
natural.
no atual sistema brasileiro de trânsito que permite 3
letras iniciais e 4 algarismos no final? Embora zero não seja um número natural no
sentido que tenha tido origem nas coisas da
XYZ-1234
natureza, procura-se dar sentido para a definição de
Sugestão: Considere que existem 26 letras em fatorial de m de uma forma mais ampla, incluindo
nosso alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10 m=0 e para isto podemos escrever:
algarismos que podem ser dispostos 4 a 4 e em
0!=1
seguida utilize a regra do produto.
Em contextos mais avançados, existe a função
NÚMERO DE PERMUTAÇÕES SIMPLES gama que generaliza o conceito de fatorial de um
número real, excluindo os inteiros negativos e com
estas informações pode-se demonstrar que 0!=1.
Este é um caso particular de arranjo em que p=m.
Para obter o número de permutações com m O fatorial de um número inteiro não negativo pode
elementos distintos de um conjunto C, basta ser definido de uma forma recursiva através da
escolher os m elementos em uma determinada função P=P(m) ou com o uso do sinal de
ordem. A tabela de arranjos com todas as linhas até exclamação:
a ordem p=m, permitirá obter o número de
permutações de m elementos: (m+1)! = (m+1).m!, 0! = 1
Exemplo: De quantos modos podemos colocar
Retirada Número de possibilidades juntos 3 livros A, B e C diferentes em uma estante?
O número de arranjos é P(3)=6 e o conjunto
1 m solução é:
P={ABC,ACB,BAC,BCA,CAB,CBA}
2 m-1
Exemplo: Quantos anagramas são possíveis com as
... ... letras da palavra AMOR? O número de arranjos é
P(4)=24 e o conjunto solução é:
p m-p+1 P={AMOR,AMRO,AROM,ARMO,AORM,AOMR,M
ARO,MAOR, MROA, MRAO, MORA, MOAR,
OAMR,OARM,ORMA,ORAM,OMAR,OMRA,RAM
... ...
O,RAOM,RMOA,RMAO,ROAM,ROMA}

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NÚMERO DE COMBINAÇÕES SIMPLES


Seja C um conjunto com m elementos distintos. No
estudo de arranjos, já vimos antes que é possível
escolher p elementos de A, mas quando realizamos
NÚMERO DE ARRANJOS COM
tais escolhas pode acontecer que duas coleções com REPETIÇÃO
p elementos tenham os mesmos elementos em
ordens trocadas. Uma situação típica é a escolha de Seja C um conjunto com m elementos distintos e
um casal (H,M). Quando se fala casal, não tem considere p elementos escolhidos neste conjunto em
importância a ordem da posição (H,M) ou (M,H), uma ordem determinada. Cada uma de tais escolhas
assim não há a necessidade de escolher duas vezes é denominada um arranjo com repetição de m
as mesmas pessoas para formar o referido casal. elementos tomados p a p. Acontece que existem m
Para evitar a repetição de elementos em grupos com possibilidades para a colocação de cada elemento,
a mesma quantidade p de elementos, logo, o número total de arranjos com repetição de m
introduziremos o conceito de combinação. elementos escolhidos p a p é dado por mp.
Indicamos isto por:
Diremos que uma coleção de p elementos de um
conjunto C com m elementos é uma combinação de Arep(m,p) = mp
m elementos tomados p a p, se as coleções com p
elementos não tem os mesmos elementos que já
apareceram em outras coleções com o mesmo
NÚMERO DE PERMUTAÇÕES COM
número p de elementos. REPETIÇÃO
Aqui temos outra situação particular de arranjo,
Consideremos 3 bolas vermelhas, 2 bolas azuis e 5
mas não pode acontecer a repetição do mesmo
bolas amarelas. Coloque estas bolas em uma ordem
grupo de elementos em uma ordem diferente.
determinada. Iremos obter o número de
Isto significa que dentre todos os A(m,p) arranjos permutações com repetição dessas bolas. Tomemos
com p elementos, existem p! desses arranjos com os 10 compartimentos numerados onde serão
mesmos elementos, assim, para obter a colocadas as bolas. Primeiro coloque as 3 bolas
combinação de m elementos tomados p a p, vermelhas em 3 compartimentos, o que dá C(10,3)
deveremos dividir o número A(m,p) por m! para possibilidades. Agora coloque as 2 bolas azuis nos
obter apenas o número de arranjos que contem compartimentos restantes para obter C(10-3,2)
conjuntos distintos, ou seja: possibilidades e finalmente coloque as 5 bolas
amarelas. As possibilidades são C(10-3-2,5).
C(m,p) = A(m,p) / p!
O número total de possibilidades pode ser calculado
Como
como:
A(m,p) = m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)
então:
C(m,p) = [ m.(m-1).(m-2). ... .(m-p+1)] / p! Tal metodologia pode ser generalizada.
que pode ser reescrito
C(m,p)=[m.(m-1).(m-2)...(m-p+1)]/[(1.2.3.4....(p- NÚMERO DE COMBINAÇÕES COM
1)p] REPETIÇÃO
Multiplicando o numerador e o denominador desta
fração por Considere m elementos distintos e ordenados.
Escolha p elementos um após o outro e ordene estes
(m-p)(m-p-1)(m-p-2)...3.2.1 elementos na mesma ordem que os elementos
que é o mesmo que multiplicar por (m-p)!, o dados. O resultado é chamado uma combinação
numerador da fração ficará: com repetição de m elementos tomados p a p.
Denotamos o número destas combinações por
m.(m-1).(m-2).....(m-p+1)(m-p)(m-p-1)...3.2.1=m! Crep(m,p). Aqui a taxa p poderá ser maior do que o
e o denominador ficará: número m de elementos.
Seja o conjunto A=(a,b,c,d,e) e p=6. As coleções
p! (m-p)!
(a,a,b,d,d,d), (b,b,b,c,d,e) e (c,c,c,c,c,c) são
Assim, a expressão simplificada para a combinação exemplos de combinações com repetição de 5
de m elementos tomados p a p, será uma das elementos escolhidos 6 a 6.
seguintes:

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Podemos representar tais combinações por meio de


símbolos # e vazios Ø onde cada ponto # é repetido
(e colocado junto) tantas vezes quantas vezes
aparece uma escolha do mesmo tipo, enquanto o A função envolvida com este contexto é a função
vazio Ø serve para separar os objetos em função gama. Tais cálculos são úteis em Probabilidade e
das suas diferenças Estatística.
(a,a,b,d,d,d) equivale a ##Ø#ØØ###Ø
(b,b,b,c,d,e) equivale a Ø###Ø#Ø#Ø# TEOREMA BINOMIAL
(c,c,c,c,c,c) equivale a ØØ######ØØ
Se m é um número natural, para simplificar um
Cada símbolo possui 10 lugares com exatamente 6# pouco as notações, escreveremos mp no lugar de
e 4Ø. Para cada combinação existe uma C(m,p). Então:
correspondência biunívoca com um símbolo e
reciprocamente. Podemos construir um símbolo (a+b)m = am+m1am-1b+m2am-2b2+m3am-3b3+...+mmbm
pondo exatamente 6 pontos em 10 lugares. Após
Alguns casos particulares com m=2, 3, 4 e 5, são:
isto, os espaços vazios são prenchidos com barras.
Isto pode ser feito de C(10,6) modos. Assim: (a+b)2 = a2 + 2ab + b2
(a+b)3 = a3 + 3 a2b + 3 ab2 + b3
Crep(5,6) = C(5+6-1,6)
(a+b)4 = a4 + 4 a3b + 6 a2b2 + 4 ab3 + b4
Generalizando isto, podemos mostrar que: (a+b)5 = a5 + 5 a4b + 10 a3b2 + 10 a2b3 + 5 ab4 + b5
Crep(m,p) = C(m+p-1,p) A demonstração segue pelo Princípio da Indução
Matemática.
PROPRIEDADES DAS COMBINAÇÕES Iremos considerar a Proposição P(m) de ordem m,
dada por:
O segundo número, indicado logo acima por p é P(m): (a+b)m=am+m1am-1b+m2am-2b2+m3am-
conhecido como a taxa que define a quantidade de 3 3
b +...+mmbm
elementos de cada escolha.
P(1) é verdadeira pois (a+b)1 = a + b
Taxas complementares
Vamos considerar verdadeira a proposição P(k),
C(m,p)=C(m,m-p) com k>1:
Exemplo: C(12,10) = C(12,2)=66. P(k): (a+b)k=ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-3b3+...+kkbk
Relação do triângulo de Pascal para provar a propriedade P(k+1).
C(m,p)=C(m-1,p)+C(m-1,p-1) Para que a proposição P(k+1) seja verdadeira,
Exemplo: C(12,10)=C(11,10)+C(11,9)=605 deveremos chegar à conclusão que:
(a+b)k+1=ak+1+(k+1)1akb+(k+1)2ak-
NÚMERO BINOMIAL 1 2
b +...+(k+1)(k+1)bk+1

O número de combinações de m elementos tomados (a+b)k+1= (a+b).(a+b)k


p a p, indicado antes por C(m,p) é chamado
Coeficiente Binomial ou número binomial, (a+b).[ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-
= 3 3
denotado na literatura científica como: b +...+kkbk]

a.[ak+k1ak-1b+k2ak-2 b2+k3ak-
3 3
b +...+kkbk]
=
+b.[ak+k1ak-1b+k2ak-2b2+k3ak-
Exemplo: C(8,2)=28. 3 3
b +...+kk bk]
Extensão: Existe uma importante extensão do
conceito de número binomial ao conjunto dos ak+1+k1akb+k2ak-1b2+k3ak-
2 3
números reais e podemos calcular o número b +...+kkabk
=
binomial de qualquer número real r que seja +akb+k1ak-1b2+k2ak-2 b3+k3ak-
3 4
diferente de um número inteiro negativo, tomado a b +...+kkbk+1
uma taxa inteira p, somente que, neste caso, não
ak+1+[k1+1]akb+[k2+k1]ak-
podemos mais utilizar a notação de combinação 1 2
b +[k3+k2]ak-2b3+[k4+k3] ak-
C(m,p) pois esta somente tem sentido quando m e p = 3 4
b +...+[kk-1+kk-2]a2bk-1+[kk+kk-
são números inteiros não negativos. Como k k+1
1]ab +kkb
Pi=3,1415926535..., então:

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kk+kk-1=C(k,k)+C(k,k-1)=C(k+1,k)=(k+1)k
ak+1+[k1+k0] akb+[k2+k1]ak-
1 2
b +[k3+k2]ak-2b3 E assim podemos escrever:
=
+[k4+k3]ak-3b4+...+[kk-1+kk-2]a2bk-
1
+[kk+kk-1]abk+kkbk+1 ak+1+(k+1)1akb + (k+1)2ak-1b2 +
(k+1)3ak-2b3
Pelas propriedades das combinações, temos: (a+b)k+1=
+(k+1)4ak-3b4 +...+ (k+1)k-1a2bk-
1
k1+k0=C(k,1)+C(k,0)=C(k+1,1)=(k+1)1 + (k+1)kabk + kkbk+1
k2+k1=C(k,2)+C(k,1)=C(k+1,2)=(k+1)2
k3+k2=C(k,3)+C(k,2)=C(k+1,3)=(k+1)3 que é o resultado desejado.
k4+k3=C(k,4)+C(k,3)=C(k+1,4)=(k+1)4
... ... ... ...
kk-1+kk-2=C(k,k-1)+C(k,k-2)=C(k+1,k-1)=(k+1)k-1

BINÔMIO DE NEWTON
1º) Cada linha começa e termina por .
O binômio do tipo ( x + a )n , onde x  IR, a
 IR e n  IN , é conhecido como binômio de 2º) Adicionando dois elementos consecutivos de
Newton. uma linha obtemos o elemento situado abaixo
do segundo elemento somado.
Para o desenvolvimento do binômio de Newton
usaremos os números binomiais.
DESENVOLVIMENTO DO BINÔMIO DE
NÚMEROS BINOMIAIS NEWTON
Dados dois números naturais n e p, tais que p  n, Devemos usar a fórmula :
chama-se número binomial n sobre p , indicado ( x + a )n =
por  n  , ao número definido por:
 p  n  n 0  n  n 1 1  n  n  2 2 n
    x  a    x  a   x  a  ...    x 0  a n
0 1  2 n
n  n! 
  =   Exemplo:
 p   p!(n  p)!  (2x + 3)5 =
5  5 5  5
 0   2x    1   2x   3   2   2x   3   3   2x 
5 4 3 2

TRIÂNGULO DE PASCAL        
 5   5 
3     2x   34     35
2 3
Os números binomiais podem ser dispostos em  4  5
linhas e colunas, numa disposição triangular, de
modo que em cada linha fiquem os termos de (2x + 3)5 = 1.32x5 + 5.16x4.3 + 10 . 8x3.9 + 10 . 4x2.
ordem “n” e em cada coluna os termos de ordem 27 + 5.2x . 81 + 1 . 243
“p”. (2x+3)5 = 32x5 + 240x4 + 720x3 + 1.080x2 + 810x +
1. 
0
0
243

1. 1  
1
0
1
0 FÓRMULA DO TERMO GERAL
1. 2 1   
2
0
2
1
2
2
T p+1 =  n  x n  p a p
1331    
3
0
3
1
3
2
3
3
p
 
14641    
4
0
4
1
4
2
4
3
4
4 Exercício: Calcular o 5º. termo no

1 5 10 10 5 1      
5
0
5
1
5
2
5
3
5
4
5
5
desenvolvimento de ( 3x + 2 )9 .


p+1=5 → p=4
6 6 6 6 6 6 6
1 6 15 20 15 6 1 0 1 2 3 4 5 6

Observar que :

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 9  9-4
T5 =   (3x) . 24 → T 5 = 9! (3x)5 . 16 =
 4 4!.5!
489.888 x5

PONTOS E RETAS

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INTRODUÇÃO

Entre os pontos de uma reta e os números reais existe uma correspondência


biunívoca, isto é, a cada ponto de reta corresponde um único número real e
vice-versa.
Considerando uma reta horizontal x, orientada da esquerda para direita
(eixo), e determinando um ponto O dessa reta ( origem) e um segmento u,
unitário e não-nulo, temos que dois números inteiros e consecutivos
determinam sempre nesse eixo um segmento de reta de comprimento u:

MEDIDA ALGÉBRICA DE UM SEGMENTO


Fazendo corresponder a dois pontos, A e
B, do eixo x os números reais xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento


orientado é o número real que corresponde à
diferença entre as abscissas da extremidade e da
origem desse segmento.

PLANO CARTESIANO
EXEMPLOS
A geometria analítica teve como principal
idealizador o filósofo francês René Descartes (  A(2, 4) pertence ao 1º quadrante
1596-1650). Com o auxílio de um sistema de eixos (xA > 0 e yA > 0)
associados a um plano, ele faz corresponder a cada
ponto do plano um par ordenado e vice-versa.  B(-3, -5) pertence ao 3º quadrante
Quando os eixos desse sistemas são ( xB < 0 e yB < 0)
perpendiculares na origem, essa correspondência
determina um sistema cartesiano ortogonal ( ou Observação: Por convenção, os pontos localizados
plano cartesiano). Assim, há uma reciprocidade sobre os eixos não estão em nenhum quadrante.
entre o estudo da geometria ( ponto, reta,
circunferência) e da Álgebra ( relações, equações DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS
etc.), podendo-se representar graficamente relações
algébricas e expressar algebricamente Dados os pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) e
representações gráficas. sendo dAB a distância entre eles, temos:

Observe o plano cartesiano nos quadros quadrantes:

70
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Como o , podemos escrever:

Aplicando o teorema de Pitágoras ao


triângulo retângulo ABC, vem: Vejamos alguns exemplos:
 Considerando os pontos A(2, 3), B(5, 6) e P(3,
4), a razão em que o ponto P divide é:

Como exemplo, vamos determinar a


distância entre os pontos A(1, -1) e B(4, -5):

Se calculássemos rp usando as ordenadas


dos pontos, obteríamos o mesmo resultado:

RAZÃO DE SECÇÃO
Dados os pontos A(xA, yA), B(xB, yB),
C(xC, yC) de uma mesma reta (A  B  C), o ponto  Para os pontos A(2, 3), B(5, 6) e P(1, 2),
temos:
C divide AB numa determinada razão, denominada
razão de secção e indicada por:

em que , pois se , então A = B.


Observe a representação a seguir:

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Assim, para um ponto P qualquer em relação a , respectivamente. Portanto, são


as medianas desse triângulo:
um segmento orientado contido em um eixo,
temos:
 se P é interior a , então rp > 0
 se P é exterior a , então rp < 0

 se P = A, então rp =0
 se P = B, então não existe rp (PB = 0)
 se P é o ponto médio de , então rp =1

Chamamos de baricentro (G) o ponto de


intersecção das medianas de um triângulo.
PONTO MÉDIO Esse ponto divide a mediana relativa a um
lado em duas partes: a que vai do vértice até o
Dados os pontos A(xA, yA), B(xB, yB) e P, baricentro tem o dobro da mediana da que vai do
baricentro até o ponto médio do lado.
que divide ao meio, temos:
Veja:

Assim:
CÁLCULO DAS COORDENADAS DO
x  XB BARICENTRO
XP – XA = XB – XP  2XP = XA + XB  A
2
(média aritmética de XA e XB) Sendo A(XA, YA), B(XB, YB) e C(XC, YC)
vértices de um triângulo, se N é ponto médio de
YP –YA =YB –YP  2YP = YA + YB  YP , temos:
Y  YB
= A (média aritmética de YA e YB)
2
Logo, as coordenadas do ponto médio são dadas
por:

BARICENTRO DE UM TRIÂNGULO
Observe o triângulo da figura a seguir, em
que M, N e P são os pontos médios dos lados

72
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Mas: e o determinante é nulo, pois a 1ª e a 3ª coluna são


proporcionais.

c) três pontos numa reta não-paralela aos eixos

Analogamente, determinamos . Assim:

CONDIÇÕES DE ALINHAMENTO
DE TRÊS PONTOS
Se três pontos, A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC,
yC), estão alinhados, então:
Pela figura, verificamos que os triângulos
ABD e BCE são semelhantes. Então:

Para demonstrar esse teorema podemos Desenvolvendo, vem:


considerar três casos:

a) três pontos alinhados horizontalmente

Como:

Neste caso, as ordenadas são iguais:

yA = yB = yC
então .
e o determinante é nulo, pois a 2ª e a 3ª coluna são
proporcionais. Observação: A recíproca da afirmação demonstrada

b) três pontos alinhados verticalmente


é válida, ou seja, se ,

então os pontos A(xA,yA), B(xB,yB) e C(xC, yC)


estão alinhados.

EQUAÇÕES DE UMA RETA

EQUAÇÃO GERAL
Podemos estabelecer a equação geral de
Neste caso, as abscissas são iguais: uma reta a partir da condição de alinhamento de
três pontos.
xA = xB = xC Dada uma reta r, sendo A(xA, yA) e B(xB,
yB) pontos conhecidos e distintos de r e P(x,y) um
ponto genérico, também de r, estando A, B e P
alinhados, podemos escrever:

73
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A equação geral de r é dada por:

Fazendo yA - yB = a, xB - xA = b e xAyB -
xByA=c, como a e b não são simultaneamente nulos
Dividindo essa equação por pq ,
, temos: temos:
ax + by + c = 0
(equação geral da reta r)

Essa equação relaciona x e y para qualquer ponto P


genérico da reta. Assim, dado o ponto P(m, n): (equação segmentári a da reta r)

Como exemplo, vamos determinar a


 se am + bn + c = 0, P é o ponto da reta;
equação segmentária da reta que passa por P(3, 0) e
 se am + bn + c 0, P não é ponto da reta.
Q(0, 2), conforme o gráfico:
Acompanhe os exemplos:
 Vamos considerar a equação geral da reta
r que passa por A(1, 3) e B(2, 4).

Considerando um ponto P(x, y) da reta, temos:

 Vamos verificar se os pontos P(-3, -1) e Q(1,


2) pertencem à reta r do exemplo anterior.
Substituindo as coordenadas de P em x - y + 2
= 0, temos:

-3 - (-1) + 2 = 0 -3 + 1 + 2 = 0

Como a igualdade é verdadeira, então P r. EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS


Substituindo as coordenadas de Q em x - y + 2
= 0, obtemos:
São equações equivalentes à equação geral da
1-2+2 0 reta, da forma x= f(t) e y= g(t), que relacionam as
Como a igualdade não é verdadeira, então coordenadas x e y dos pontos da reta com um
Q r. parâmetro t.

EQUAÇÃO SEGMENTÁRIA Assim, por exemplo, , são equações


paramétricas de uma reta r.
Considere a reta r não paralela a nenhum Para obter a equação geral dessa reta a partir das
dos eixos e que intercepta os eixos nos pontos P(p, paramétricas, basta eliminar o parâmetro t das duas
equações:
0) e Q(0, q), com :
x=t+2 t = x -2
Substituindo esse valor em y = - t + 1, temos:
y = -(x - 2) + 1 = -x + 3 x + y - 3 = 0 ( equação
geral de r)

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EQUAÇÃO REDUZIDA EXEMPLOS

Considere uma reta r não-paralela ao eixo Oy:

Isolando y na equação geral ax + by + c =


0, temos:

Fazendo , vem:

y = mx + q

Chamada equação reduzida da reta, em que

fornece a inclinação da reta em relação ao


eixo Ox.

Quando a reta for paralela ao eixo Oy, não


existe a equação na forma reduzida.

COEFICIENTE ANGULAR
Chamamos de coeficiente angular da reta r
o número real m tal que:

O ângulo é orientado no sentido anti-


horário e obtido a partir do semi-eixo positivo Ox
até a reta r. Desse modo, temos sempre DETERMINAÇÃO DO
.
COEFICIENTE ANGULAR
Assim:
Vamos considerar três casos:
 para 0º  <90º . m > 0 (a tangente é positiva a) o ângulo é conhecido
no 1º quadrante)
 para 90º <  < 180º . m < 0 ( a tangente é
negativa no 2º quadrante)

75
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Substituindo esses valores em

,
temos:

b) as coordenadas de dois pontos distintos da reta


são conhecidas: A(xA, yA) e B(xB, yB)

EQUAÇÃO DE UMA RETA R,


CONHECIDOS O COEFICIENTE ANGULAR
E UM PONTO DE R
Seja r uma reta de coeficiente angular m.
Sendo P(X0, Y0), P r, e Q(x,y) um ponto
qualquer de r(Q P), podemos escrever:

Como 1 =  ( ângulos correspondentes) temos que Como exemplo, vamos determinar a


equação geral da reta r que passa por P(1, 2), sendo
m=3. Assim, temos X0=1 e Y0=2. Logo:
. y-y0 = m(x-x0) = y-2 = 3(x - 1) =
y-2 = 3x - 3 = 3x - y - 1 = 0
Mas, m = tg Então:
que é a equação geral de r.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE RETAS


Assim, o coeficiente angular da reta que
passa, por exemplo, por A(2, -3) e B(-2, 5) é: Para representar graficamente as retas de
equação ax + by + c = 0 ( b 0), isolamos a
variável y e atribuímos valores a x, obtendo pares
ordenados que são pontos da reta.
Assim, é mais conveniente usar a equação
na forma reduzida, já que ela apresenta o y isolado.
c) a equação geral da reta é conhecida
Se uma reta passa por dois pontos distintos
A(XA, YA) e B(XB, YB), temos:
COORDENADAS DO PONTO DE
INTERSECÇÃO DE RETAS
A intersecção das retas r e s, quando
existir, é o ponto P(x, y), comum a elas, que é a
Aplicando o Teorema de Laplace na 1ª solução do sistema formado pelas equações das
linha, vem: duas retas.
Vamos determinar o ponto de intersecção, por
(YA - YB)x + (XB - XA)y + XAYA - XBYB = 0 exemplo, das retas r: 2x +y - 4 =0 e s: x -y +1=0.
Montando o sistema e resolvendo-o, temos:
Da equação geral da reta, temos:

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Substituindo esse valor em x -y = -1, temos:


1 - y = -1
y=2
Logo, P(1, 2) é o ponto de intersecção das retas r e s. PERPENDICULARISMO
Graficamente, temos: Se r e s são duas retas não-verticais, então
r é perpendicular a s se, e somente se, o produto de
seus coeficientes angulares for igual a -1. Lê-se
. Acompanhe o desenho:

POSIÇÕES RELATIVAS ENTRE RETAS


ÂNGULO ENTRE DUAS RETAS
PARALELISMO
Sendo r e s duas retas não-verticais e não-
Duas retas, r e s, distintas e não-verticais, perpendiculares entre si, pelo teorema do ângulo
são paralelas se, e somente se, tiverem coeficientes externo ( =+), temos:
angulares iguais.

CONCORRÊNCIA
Dadas as retas r: a1x +b1y + c1 = 0 e s: a2x
+ b2y + c2 = 0, elas serão concorrentes se tiverem
coeficientes angulares diferentes:

Como exemplo, vamos ver se as retas r: 3x


- 2y + 1 = 0 e s: 6x + 4y + 3 = 0 são
concorrentes:

77
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Dependendo da posição das duas retas no


plano, o ângulo pode ser agudo ou obtuso. Logo:

Essa relação nos fornece o ângulo agudo


entre r e s, pois . O ângulo obtuso
será o suplemento de .

DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA


Dados um ponto P(x1, y1) e uma reta r:ax + by + c
= 0, a distância entre eles (dpr)é dada por:

Considerando o sinal positivo, obtemos


uma bissetriz; considerando o sinal negativo,
obtemos a outra.

Vejamos um exemplo:

Se r: 3x + 2y - 7 = 0 e s: 2x - 3y + 1 = 0,
então suas bissetrizes são:

Vamos calcular a distância, por exemplo,


do ponto P(-1,2) à reta r: x - 2y + 1 = 0.

Temos P(-1, 2) = P(x1, y1), a = 1, b= - 2 e c=1.

Assim:

BISSETRIZES
Dadas as retas concorrentes r: a1x + b1y + c1 = 0 e
s: a2x + b2y + c2 = 0, o que se interceptam em um
ponto Q, se P(x, y) é um ponto qualquer de uma
das bissetrizes, P Q, então P equidista de r e s:

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NÚMEROS COMPLEXOS
A UNIDADE IMAGINÁRIA RESOLUÇÃO DE ALGUMAS EQUAÇÕES
No século XVI o matemático italiano A partir da criação da unidade imaginária
Girolamo Cardano, com o auxílio de seu i, vamos resolver algumas equações cuja solução
compatriota Tartáglia, descobriu uma fórmula para era impossível no conjunto universo dos número
resolver equações cúbicas do tipo x3 + px = q. reais.
A fórmula era:
1a) Resolver a equação: x2 + 9 = 0

Resolução
De posse dessa fórmula, Rafael Bombelli, Como essa é uma equação de segundo
matemático italiano e da mesma época de Tartáglia grau incompleta, não há necessidade de
e Cardano, ao resolver a equação: utilizarmos a fórmula de Bhaskara.
x3 – 15x = 4
x2 + 9 = 0 x2 = – 9 x2 = 9 · (–1)

encontrou: o que Como i2 = –1, temos: x2 = 9i2 x = ± 3i


mostrava que x não deveria ser um número real,
pois

No entanto, Bombelli percebeu que o 2a) Resolva a equação: x2 – 6x + 13 = 0


número real x = 4 era raiz da equação, pois 4 3 – 15
· 4 = 4, e isso o intrigou bastante. Resolução
Continuando suas pesquisas, Bombelli
descobriu que: = b2 – 4ac = (–6)2 – 4 · 1 · 13 = –16 = 16i2

Assim: x = 3 + 2i ou x = 3 – 2i
Portanto, o valor encontrado com o uso da
fórmula passava a ser:
S = {3 + 2i, 3 – 2i }

O CONJUNTO DOS
Um valor coerente com as expectativas. NÚMEROS COMPLEXOS
A partir desse momento, começou-se a
Com a criação da unidade imaginária i,
trabalhar com raízes quadradas de números
surgiu um novo conjunto numérico C, o conjunto
negativos e, mais tarde, já no século XVIII, o
dos números complexos, que engloba o conjunto R
matemático suíço Leonhard Euler passou a
dos números reais.
representar 1 por i, convenção que utilizamos
até os dias atuais. Assim, por meio de um diagrama Euler-
Venn, temos:
Assim: 1  i que passamos a denominar
unidade imaginária. Normalmente utilizamos a
igualdade:

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O surgimento desse novo conjunto (2a – b) + 3i = – 2 + (– a + b)i


numérico foi de grande utilidade para a superação
de alguns obstáculos na matemática e, por Resolução
conseguinte, nas aplicações diretamente ligadas a
ela.

Definições
Resolvendo o sistema, temos:
Chamamos de número complexo na
forma algébrica, todo número na forma a + bi, em
que a e b são números reais e i é unidade
imaginária (i2 = –1).
Da mesma forma que, quando nos
referimos a um número natural, usamos a letra n
para representá-lo, a letra z será usada para Substituindo a = 1 na equação –a + b = 3, temos:
representarmos um número complexo.
Assim, no número complexo z = a + bi, –1 + b = 3 b=4
dizemos que a é a parte real de z, e bi é a parte
imaginária de z. Assim: a = 1 e b = 4

Representamos:
a = Re(z) OPERAÇÕES COM NÚMEROS
COMPLEXOS
b = Im(z)

Em particular, temos:
ADIÇÃO
1o) Se Im(z) = 0, dizemos que z é um número
real. Dados os complexos z1 = a + bi e z2 = c +
di, com a, b, c e d reais, a soma z1 + z2 será um
EXEMPLO complexo tal que:
– 5 = – 5 + 0i ; 2  2  0i

2o) Se Re(z) = 0 e Im(z) 0, dizemos que z é um


imaginário puro.
EXEMPLO
EXEMPLO Sendo z1 = – 3 + 4i e z2 = 2 – i, calcular z1 + z2

2i = 0 + 2i ; 3i  0 3i Resolução

z1 + z2 = (– 3 + 4i) + (2 – i) = (– 3 + 2) + (4 – 1)i

IGUALDADE DE NÚMEROS COMPLEXOS Assim: z1 + z2 = – 1 + 3i

Dois números complexos, na forma SUBTRAÇÃO


algébrica, são iguais quando suas partes reais e
imaginárias forem respectivamente iguais. (As Dados os complexos z1 = a + bi e z2 = c +
partes imaginárias são iguais, quando os di, com a, b, c e d reais, a diferença z1 – z2 será um
coeficientes forem iguais). complexo, tal que:

Assim, sendo z1 = a1 + b1i e z2 = a2 + b2i, com a1,


b1, a2 e b2 reais, dizemos:

EXEMPLO

Sendo z1 = 5 + 3i e z2 = 3 + 2i, calcular z1 – z2


EXEMPLO
Resolução
Calcular a e b de modo que:
z1 – z2 = (5 + 3i) – (3 + 2i) = (5 – 3) + (3 – 2)i

80
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Assim: z1 – z2 = 2 + i 3o) z3 = –3i = 3i


4o) z4 = 2 =2
MULTIPLICAÇÃO
Propriedade
Dados os complexos z1 = a + bi e z2 = c +
di, com a, b, c e d reais, o produto z 1 · z2 será um O produto de um número complexo pelo
complexo, tal que: seu conjugado é sempre um número real.

Demonstração
De fato, usando a propriedade
distributiva, temos: Sendo z = a + bi e = a – bi (a R e b R) temos:

Como i2 = – 1, temos:
Como a e b são reais, z · R.
(a + bi) · (c + di) = ac + adi + bci – bd

Agrupando a parte real e a parte DIVISÃO


imaginária, temos:
Dados dois números complexos z1 e z2,
z1 · z2 = (ac – bd) + (ad + bc)i com z2 0, efetuar a divisão de z1 por z2 é
encontrar um terceiro número complexo z3 tal que
EXEMPLO z1 = z2 · z3, ou seja:

Sendo z1 = 3 + 2i e z2 = 2 + 4i, calcule z1 · z2

Resolução
EXEMPLO
z1 · z2 = (3 + 2i) · (2 + 4i)
z1 · z2 = 3 · 2 + 3 · 4i + 2i · 2 + 2i · 4i Efetuar a divisão de z1 = 2 – 3i por z2 = 1 + 2i.
z1 · z2 = 6 + 12i + 4i + 8i2
z1 · z2 = 6 + 12i + 4i – 8 Resolução
z1 · z2 = – 2 + 16i
Devemos encontrar um número complexo z3 = a +
Observação – As propriedades da adição, subtra- z1
ção e multiplicação válidas para os números reais bi tal que z3  . Assim,
continuam válidas para os números complexos. z2
2  3i
= a + bi
CONJUGADO DE UM NÚMERO 1  2i
COMPLEXO
2 – 3i = (a + bi) · (1 + 2i)
2 – 3i = a + 2ai + bi + 2bi2
Chamamos de conjugado do número
2 – 3i = a + 2ai + bi – 2b
complexo
2 – 3i = (a – 2b) + (2a + b)i
z = a + bi, com a e b reais,
o número complexo

= a – bi.

EXEMPLOS

1o) z1 = 2 – 3i = 2 + 3i
Substituindo em a – 2b = 2, temos:
2o) z2 = –1 – 4i = –1 + 4i

81
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POTÊNCIAS DE I
Assim: Calculemos algumas potências de i com
expoente natural:

i0 = 1
i1 = i
i2 = – 1
Então i3 = i2 · i = (– 1) · i = – i
i4 = i2 · i2 = (– 1) · (– 1) = 1
i5 = i4 · i = 1 · i = i
i6 = i4 · i2 = 1 · (– 1) = – 1
i7 = i4 · i3 = 1 · (– i) = – i

REGRA PRÁTICA Notamos que, a partir de i4 as potências de


i vão repetindo os quatro primeiros resultados;
Dados os complexos z1 = a + bi e z2 = c + assim, de um modo mais geral, com n N,
di, a, b, c e d reais e z2 0, para efetuarmos a podemos afirmar que:
divisão de z1 por z2, basta multiplicarmos o
i4n = (i4)n = 1n = 1
z i4n + 1 = i4n · i1 = 1 · i = i
numerador e o denominador da fração 1 pelo
z2 i4n + 2 = i4n · i2 = 1 · (–1) = –1
i4n + 3 = i4n · i3 = 1 · (– i) = – i
conjugado do denominador z  .
2
Esta conclusão sugere-nos o seguinte:
Assim, temos:
Propriedade

Demonstração

Assim:
Assim:

im = i4q + r = i4q · ir = (i4)q · ir

EXEMPLO
im = 1q · ir
Efetuar a divisão de z1 = 2 – 3i por z2 = 1 + 2i
Observação
Resolução Notamos que r {0, 1, 2, 3}, então, com m N, a
potência im é sempre igual a i0 ou i1 ou i2 ou i3, ou
seja, 1, i, – 1, – i, respectivamente.

EXEMPLOS

1o) Calcular i359

Resolução

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2o) Calcular i130

Resolução

Exercícios Resolvidos
1. Resolva a equação: x4 – 1 = 0 a) k = t = – 2 d) k = 2 e t = – 2
Resolução b) k = t = 2 e) k + t = 1
x4 – 1 = 0 (x2 + 1) (x2 – 1) = 0 c) k = –2 e t = 2

x2 + 1 = 0 x2 = – 1 x2 = i2 x= i Resolução
ou Se (1 – i) é raiz, temos:
x2 – 1 = 0 x2 = 1 x= 1 (1 – i)2 + k(1 – i) + t = 0
S = { + i, + 1, – 1, – i} 1 – 2i – 1 + k – ki + t = 0
(k + t) + (–2 – k)i = 0 + 0i
2. Resolva a equação: x2 – 2x + 10 = 0
Resolução
Logo:
= (–2)2 – 4 · 1 · 10 = – 36
5. (UCMG-MG) O número complexo z, tal que
5z + = 12 + 16i, é igual a:
a) – 2 + 2i d) 2 + 4i
b) 2 – 3i e) 3 + i
c) 1 + 2i
x=1 3i
Resolução
S = {1 – 3i, 1 + 3i} Fazendo z = a + bi e = a – bi, temos:
5z + = 12 + 16i
3. Se Z = 4 + 2i e W = 3 – 5i, então, calcular: 5(a + bi) + a – bi = 12 + 16i
a) Z + W
b) Z – W 5a + 5bi + a – bi = 12 + 16i
c) Z · W

Resolução
Z + W = (4 + 2 i ) + (3 – 5 i ) = 4 + 2 i + 3 –
5i=7–3i Logo: z = 2 + 4i
Z – W = (4 + 2 i) – (3 – 5 i) = 4 + 2 i –3 + 5 i
=1+7i 6. Determine o inverso do número complexo z =
3 – 2i.
Z · W = (4 + 2 i) · (3 – 5 i) = 12 – 20 i + 6 i –
10 i2 = Resolução
12 – 14 i + 10 = 22 – 14 i O inverso de z será z–1, tal que z · z–1 = 1, ou
1
seja, z 1 
4. (FCC-BA) O número complexo 1 – i é raiz da z
equação x2 + kx + t = 0 (k, t R ) se, e
somente se: Assim:

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Representaremos cada número complexo


z = a + bi pelo ponto do plano de coordenadas
(a, b).

Dessa forma, o número complexo z = 2 +


Assim, 3i, por exemplo, será representado pelo ponto
P (2, 3).

Resposta:
2  3i
7. Determinar m R para que z seja
2  mi
um imaginário puro.
Resolução

Quem pela primeira vez fez essa


interpretação geométrica foi Wessel, num artigo
publicado em 1798, mas sua obra ficou quase
desconhecida; por isso, este plano onde
representamos os números complexos é conhecido,
Para que z seja imaginário puro, devemos ter: até hoje, como plano de Gauss, embora este tenha
publicado a mesma idéia cerca de trinta anos
depois. No plano de Gauss, os números reais são
Re (z) = 0 representados por pontos que pertencem ao eixo
Assim: Ox e, por isso, esse eixo será chamado de eixo
real, enquanto o eixo Oy será chamado de eixo
imaginário. O ponto P(a, b), que representa o
=0 4 + 3m = 0 m=–
número complexo z = a + bi, será chamado de
afixo ou imagem deste número complexo.
Resposta: m =

8. Calcular: i14 – 3i9 + 2i26 MÓDULO DE UM NÚMERO COMPLEXO


Resolução
Dado um número complexo z = a + bi,
com a e b reais, chamamos de módulo de z e
indicamos |z| ou à distância entre a origem O do
i2 – 3 i1 + 2 i2 = –1 – 3i – 2 = – 3 – 3i plano de Gauss e o afixo de z.

9. Calcular i4n – 2
Resolução

Resposta: – 1

O PLANO DE ARGAND-GAUSS
Sendo O (0, 0) e P ( a, b)
Já sabemos que cada número real pode ser
associado a um ponto de uma reta e que cada ponto
da reta é imagem de um único número real. Para
representarmos geometricamente os números
complexos (entre os quais se encontram todos os Assim:
números reais), utilizaremos um plano. Assim
sendo, considere um plano no qual se fixou um
sistema de coordenadas retangulares.

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Observação Assim: |z1 · z2| = |z1 · z2|


A definição de módulo no conjunto dos números
complexos é coerente com a definição dada em R,
ou seja:
3 a)

Demonstração

EXEMPLOS

Observação
Existem outras propriedades que são válidas para
os números complexos e que serão demonstradas
no próximo módulo.

4 a)
Propriedades

Sendo z1 = a + bi e z2 = c + di dois números 5 a)


complexos quaisquer, então:
Importante
Todos os números complexos com módulo r têm
1 ) | z1 |  | z1 |
a
os seus afixos em uma circunferência de centro na
origem e o raio r.
Demonstração

Assim:

2a) |z1 · z2| = |z1 · z2|

ARGUMENTO DE UM
NÚMERO COMPLEXO
Sendo z = a + bi um número complexo
não-nulo e P o afixo de z no plano de Gauss de
origem O, chamamos argumento do número
complexo z a medida do arco com centro em O
tomado a partir do semi-eixo real positivo até a

semi-reta OP no sentido anti-horário.

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Assim: Da trigonometria concluímos que:

em que é o módulo de z.
Em particular quando:

EXEMPLOS

1o) Calcular o argumento do número complexo

z = 2 – 2i.

Resolução

Assim: = 315º

2o) Calcular o argumento de z = – 1 + .

Resolução

3o) Calcular o argumento de z = – 4i.

Resolução

4o) Calcular o argumento de z = – 2.

Resolução

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Resolução

Assim: = 180º

Importante
2o) Escreva na forma trigonométrica z = –2i.
Todos os números complexos com argumento
têm os seus afixos em uma semi-reta de origem O. Resolução

3o) Escreva na forma trigonométrica z = – 4.

Resolução

FORMA TRIGONOMÉTRICA DE UM
NÚMERO COMPLEXO
Podemos determinar um número complexo de dois
modos:

1o) Conhecendo a = Re (z) e


bi = Im (z) e temos:
z = a + bi, que é a forma algébrica de z.

2o) Conhecendo = |z| e o = argumento de z,


temos:

Assim:

Então:

que é a forma trigonométrica de z.

EXEMPLOS

1o) Colocar o número complexo z = 1 + i na forma


trigonométrica.

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Exercícios Resolvidos
1. Sendo z1 = 2 + 3i e z2 = 1 – 2i, verificar a
veracidade das sentenças abaixo.

Resolução

2. Obter o argumento dos complexos:

Resolução

a)

b)

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OPERAÇÕES NA FORMA
TRIGONOMÉTRICA

ADIÇÃO
Sejam os números complexos z1 e z2 na forma
trigonométrica:

Vamos efetuar a adição de z1 e z2:

O módulo de z1 + z2 será:

3. Escrever o número z=–1– na forma


trigonométrica.
Simplificando, encontramos:
Resolução

Este último resultado mostra-nos que o


módulo de soma é o maior possível quando cos (1
- 2) for máximo, o que se dará para cos (1 - 2) =
1, e neste caso teremos:

ou seja:

Assim, podemos afirmar que

REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA
DA ADIÇÃO
Consideremos dois números complexos z 1 e z2, na
forma algébrica:

z1 = a 1 + b 1 i
z2 = a 2 + b 2 i

Vamos construir as imagens respectivas de z1 e z2


que representamos por M1 e M2.

89
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Com os pontos O, M1, M2 e M vamos construir o Agrupando convenientemente, temos:


paralelogramo OM1MM2, cuja diagonal é .

Assim:

Podemos observar que:


A partir da figura, podemos concluir que:
1o) o módulo de z1 · z2 é igual ao produto dos
módulos de z1 e z2 ;

2o) o argumento de z1 · z2 é igual à soma dos


argumentos de z1 e z2.
Como OP1 = a1 e OP2 = a2, temos que:

EXEMPLO

Analogamente, provamos que: Calcular o produto dos números complexos

z = 2 (cos 50° + i sen 50°) e


w = 3 (cos 20° + i sen 20°).

Dessa forma, concluímos que o ponto M é o afixo Resolução


do número complexo (a1 + a2) + (b1 + b2) i que é a
soma z1 + z2. z · w = 2 · 3 · [cos (50° + 20°) + i sen (50° + 20°)]
Assim: z · w = 6 · (cos 70° + i sen 70°)
Assim, concluímos que: Importante – Se tivermos n fatores, será fácil
verificarmos que:
A soma de dois números complexos é representada
geometricamente pela diagonal do paralelogramo
construído sobre os vetores correspondentes aos
dois complexos dados.
Escrevemos que:

EXEMPLOS

Calcular o produto dos números complexos:


MULTIPLICAÇÃO
Consideremos os números complexos não-nulos:

A multiplicação de z1 por z2 ficará:

90
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Resolução POTENCIAÇÃO
Sendo z = r (cos + i sen ) e n um número natural
não-nulo, temos:

DIVISÃO
Consideremos os números complexos não-nulos: Assim:

A divisão de z1 por z2 ficará: FÓRMULA DE MOIVRE


Podemos observar que:

1o) o módulo de zn é igual ao módulo de z


elevado ao expoente n;

2o) o argumento de zn é igual ao argumento de z


multiplicado por n.

Logo: EXEMPLOS

1 3
1o) Dado  i, calcular z6.
2 2

Podemos observar que: Resolução


z1
1o) o módulo de é igual ao quociente dos
z2
módulos de z1 e z2;
z1
2o) o argumento de é igual à diferença dos
z2
argumentos de z1 e z2.

EXEMPLOS

Calcular o quociente dos números complexos

z = 6 (cos 70° + i sen 70°) e


w = 2 (cos 20° i sen 20°).

Resolução z6 = 1 · (cos 2 + i sen 2 )


z6 = 1 · (1 + i · 0)
z6 = 1

91
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Exercícios Resolvidos
1. Dados os números complexos: 3. Determinar o menor valor de n N*, tal que

 
n
z = 8 (cos 75° + i sen 75°) e w = 2 (cos 15° + i 2  2 i seja real.
sen 15°), pode-se dizer que:
Resolução
a) zw = 16 d) zw = –16i
b) z  2  2 3i e) nra
w
z
c) 4 (sen 60º + i cos 60º)
w
Resolução

Para que zn seja real, devemos ter:


Resposta: B Im (zn) = 0
7
1 Assim: sen ( n )=0
2. Dado z = 2  cos   i sen   , calcular . 4
  z6
 3 3
7
Resolução Então n =k ,k Z
Sabendo que zn = pn · (cos n · + i sen n · )
4
Se n é natural, devemos ter que n seja
múltiplo de 4. Então o menor valor de n é :

4. Sendo z = cos + i sen , obtenha as fórmulas


de sen (2 ) e cos (2 ) utilizando a fórmula
de Moivre.

Resolução

Sabemos que:

Fazendo n = 2, temos:

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Então:

Igualando as partes reais e imaginárias, obtemos


:

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VETORES
RETA ORIENTADA - EIXO Observações

a. Os segmentos nulos têm comprimento igual a


Uma reta r é orientada quando fixa nela zero
um sentido de percurso, considerado positivo e
indicado por uma seta. b. AB = BA

DIREÇÃO E SENTIDO
Dois segmentos orientados não nulos AB e
CD têm a mesma direção se as retas suportes desses
segmentos são paralelas:
SEGMENTO ORIENTADO
Um segmento orientado é determinado por
um par ordenado de pontos, o primeiro chamado
origem do segmento, o segundo chamado
extremidade.

SEGMENTO NULO
Um segmento nulo é aquele cuja
extremidade coincide com a origem.

SEGMENTOS OPOSTOS
Se AB é um segmento orientado, o
segmento orientado BA é oposto de AB.

MEDIDA DE UM SEGMENTO
ou coincidentes
Fixada uma unidade de comprimento, cada
segmento orientado pode-se associar um número
real, não negativo, que é a medida do segmento em
relação aquela unidade. A medida do segmento
orientado é o seu comprimento ou seu módulo. O
comprimento do segmento AB é indicado por AB .
Assim, o comprimento do segmento AB
representado na figura abaixo é de 5 unidades de
comprimento:

AB = 5 u.c.

Observações
a. Só se pode comparar os sentidos de dois
segmentos orientados se eles têm mesma
direção.

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b. Dois Segmentos orientados opostos têm Se indicarmos com v este conjunto,
sentidos contrários.
simbolicamente poderemos escrever:

v = {XY/XY ~ AB}
SEGMENTOS EQUIPOLENTES
onde XY é um segmento qualquer do conjunto.
Dois segmentos orientados AB e CD são
equipolentes quando têm a mesma direção, o O vetor determinado por AB é indicado
mesmo sentido e o mesmo comprimento. 
Se os segmentos orientados AB e CD não por AB ou B - A ou v .
pertencem à mesma reta. Na segunda figura abaixo, Um mesmo vetor AB é determinado por
para que AB seja equipolente a CD é necessário uma infinidade de segmentos orientados, chamados
que AB//CD e AC/BD, isto é, ABCD deve ser um representantes desse vetor, e todos equipolentes
paralelogramo. entre si. Assim, um segmento determina um
conjunto que é o vetor, e qualquer um destes
representantes determina o mesmo vetor. Usando
um pouco mais nossa capacidade de abstração, se
considerarmos todos os infinitos segmentos
orientados de origem comum, estaremos
caracterizando, através de representantes, a
totalidade dos vetores do espaço. Ora, cada um
destes segmentos é um representante de um só
vetor. Conseqüentemente, todos os vetores se
acham representados naquele conjunto que
imaginamos.

As características de um vetor v são as
mesmas de qualquer um de seus representantes, isto
é: o módulo, a direção e o sentido do vetor são o
Observações módulo, direção e o sentido de qualquer um de seus
a. Dois segmentos nulos são sempre equipolentes. representantes.
b. A equipolência dos segmentos AB e CD é  
representada por AB ~ CD. O módulo de v se indica por | v |.

VETORES IGUAIS
PROPRIEDADES DA EQUIPOLÊNCIA  
Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se,
I. AB ~ AB (reflexiva). AB ~ CD.
II. Se AB ~ CD, CD ~ AB (simétrica).
III. Se AB ~ CD e CD ~ EF, AB ~ EF
(transitiva). VETOR NULO
IV. Dado o segmento orientado AB e um
ponto C, existe um único ponto D tal que Os segmentos nulos, por serem
AB ~ CD. equipolentes entre si, determinam um único vetor,
chamado vetor nulo ou vetor zero, e que é indicado

VETOR por 0 .

Vetor determinado por um segmento VETORES OPOSTOS


orientado AB é o conjunto de todos os segmentos
orientados equipolentes a AB. Dado um vetor = , o vetor é o oposto

de e se indica por ou por .

VETOR UNITÁRIO

Um vetor é unitário se | | = 1.

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VERSOR

Versor de um vetor não nulo é o vetor


unitário de mesma direção e mesmo sentido de .
Por exemplo, tomemos um vetor de módulo 3.

Dois vetores e quaisquer são são


sempre coplanares, pois podemos sempre tomar um
ponto no espaço e, com origem nele, imaginar os

dois representantes de e pertencendo a um


plano p que passa por este ponto.

Três vetores poderão ou não ser


coplanares.
Os vetores e da figura são vetores
unitários, pois ambos têm módulo 1. No entanto,

apenas tem a mesma direção e o mesmo sentido


de . Portanto, este é o versor de .

VETORES COLINEARES , e são coplanares

Dois vetores e são colineares se

tiverem a mesma direção. Em outras palavras: e


são colineares se tiverem representantes AB e
CD pertencentes a uma mesma reta ou a retas
paralelas.

, e não são coplanares

SOMA DE VETORES
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a soma de v e w,
por:
v + w = (a+c,b+d)

PROPRIEDADES DA SOMA DE VETORES

I) Comutativa: Para todos os vetores u e v de


R2:
VETORES COPLANARES v+w=w+v

Se os vetores não nulos , e (não II) Associativa: Para todos os vetores u, v e w


importa o número de vetores) possuem de R2:
representantes AB, CD e EF pertencentes a um u + (v + w) = (u + v) + w
mesmo plano , diz-se que eles são coplanares.

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III) Elemento neutro: Existe um vetor O=(0,0) Existem dois vetores unitários que formam
em R2 tal que para todo vetor u de R2, se a base canônica para o espaço R2, que são dados
tem: por:

O+u=u i = (1,0) j = (0,1)

IV) Elemento oposto: Para cada vetor v de R2, Para construir um vetor unitário u que
existe um vetor -v em R2 tal que: tenha a mesma direção e sentido que um outro vetor
v, basta dividir o vetor v pelo seu módulo, isto é:
v + (-v) = O

DIFERENÇA DE VETORES
Se v=(a,b) e w=(c,d), definimos a Observação:
diferença entre v e w, por:
Para construir um vetor u paralelo a um vetor v,
v - w = (a-c,b-d) basta tomar u=cv onde c é um escalar não nulo.
Nesse caso, u e v serão paralelos.

PRODUTO DE UM ESCALAR Se c = 0 então u será o vetor nulo.


Se 0 < c < 1 então u terá comprimento menor do
POR UM VETOR que v.
Se c > 1 então u terá comprimento maior do que v.
Se v=(a,b) é um vetor e c é um número Se c < 0 então u terá sentido oposto ao de v.
real, definimos a multiplicação de c por v, como:

c.v = (ca,cb) PRODUTO ESCALAR


Dados os vetores u=(a,b) e v=(c,d),
PROPRIEDADES DO PRODUTO DE definimos o produto escalar entre os vetores u e v,
ESCALAR POR VETOR como o número real obtido por:

u.v = a.c + b.d


 Quaisquer que sejam k e c escalares, v e w
vetores:
1v=v
EXEMPLOS
 (k c) v = k (c v) = c (k v)
 k v = c v implica k = c, se v for não nulo O produto escalar entre u=(3,4) e v=(-2,5) é:
 k (v+w) = k v + k w
 (k + c)v = k v + c v u.v = 3.(-2) + 4.(5) = -6+20 = 14

O produto escalar entre u=(1,7) e v=(2,-3) é:


MÓDULO DE UM VETOR
u.v = 1.(2) + 7.(-3) = 2-21 = -19
O módulo ou comprimento do vetor
v=(a,b) é um número real não negativo, definido
por: PROPRIEDADES DO PRODUTO ESCALAR
Quaisquer que sejam os vetores, u v e w e k escalar:

v.w = w.v
v.v = |v| |v| = |v|2
VETOR UNITÁRIO u.(v+w) = u.v + u.w
(kv).w = v.(kw) = k(v.w)
Vetor unitário é o que tem o módulo igual |kv| = |k| |v|
a 1. |u.v|  |u| |v| (desigualdade de Schwarz)
|u+v|  |u| + |v| (desigualdade triangular)

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ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES


O produto escalar entre os vetores u e v pode ser
escrito na forma:

u.v = |u| |v| cos(x)

onde x é o ângulo formado entre u e v.

Através desta última definição de produto escalar,


podemos obter o ângulo x entre dois vetores
genéricos u e v, como:

desde que nenhum deles seja nulo.

VETORES ORTOGONAIS
Dois vetores u e v são ortogonais se:

u.v = 0

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