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DA TEOLOGIA
MAXWELL FARJADO
Sumário
1.1 Introdução
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prosseguimento à obra missionária e de fundamentação doutrinária das igrejas
daquele período. Tais cristãos, compõem a segunda e terceira geração de e, por
causa disso, a esses á atribuído o título de “Pais da Igreja”, “Pais Apostólicos”
ou “Patrística”.
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sentido de cuidar e supervisionar o rebanho. Os jovens deveriam obedecer aos
anciãos e os crentes deveriam aprender com seus mestres (GONZALES, 2004,
p. 60).
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1.4.1 Suas Cartas
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A. Sua Cristologia
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1.5 Pais Apostólicos Apologistas
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patrística passa a ser um defensor racional da fé, usando a filosofia grega
clássica para dialogar contra todos que perseguiam os aspectos mais
importantes da fé em Nosso Senhor. Os apologistas foram verdadeiros
“missionários”, agora não mais expandindo a pregação da fé geograficamente,
até os confins da terra, mas na conquista das fronteiras da mente e do
entendimento, até os confins da razão.
Nessa direção, sua principal obra foi “A Primeira Apologia de Justino” (155
d.C), na qual procurou defender, frente ao imperador, a fé em Cristo,
argumentando que a política de perseguição era um insulto à razão, pois, na
verdade, os cristãos eram os melhores cidadãos do império romano.
Embora sua marca principal tenha sido a luta árdua para defender a fé
cristã em diálogo com a cultura e a filosofia, tendo alcançado com sucesso a
síntese da sabedoria humana de sua época com a inerrante revelação das
Escrituras, o título de “o Mártir” também merece atenção. Instado a negar a fé e
sacrificar aos deuses, foi preso e torturado. Quando sua sentença de morte foi
decretada, caso não abandonasse a fé, diante dos horrores que já havia sofrido
e a morte iminente, é atribuída à Justino a seguinte frase: “Ninguém que tendo
um entendimento sadio vai abandonar a verdadeira religião por causa do erro e
da impiedade. Não desejo em minha vida nada mais que suportar qualquer
sofrimento por causa do Nosso Senhor Jesus Cristo!”.
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mais importantes cidades do mundo antigo e segundo maior centro comercial do
norte da África, Atanásio foi um árduo defensor da fé ortodoxa, lutando
incansavelmente pela fé no Cristo encarnado, verdadeiro Deus e verdadeiro
Homem, missão essa que lhe rendeu o título de “Pilar da Igreja”. É, sem dúvida,
o principal teólogo do terceiro século.
Liderados por Ário (250 a 336 d.C.), muitos teólogos defendiam que “O
Pai era maior que o Filho”, e que “O Filho não era eterno”, ensinando nas igrejas
que “houve tempo em que o Filho não existia”. Para Atanásio, tais máximas
colocavam as doutrinas da redenção e da Trindade em sério perigo, e seu
possível progresso seria o fim de uma fé genuinamente cristã.
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A apologia de Atanásio saiu-se vencedora desta controvérsia em torno de
Cristo, seguindo, basicamente, a seguinte tese: um redentor semi-Encarnado,
semi-Deus e semi-Homem não poderia nos ter alcançado a plena-Salvação!
Agostinho de Hipona escrevendo: olhos em Deus, mente iluminada e coração em brasas – pt.wikipedia.org – 23/03/20
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Nascido na África e tendo partido para viver em Milão, estudou Artes e
Filosofia, tendo se interessado, em especial, pelo neoplatonismo. Após uma vida
de devassidão moral, esse seguidor convicto e contumaz do paganismo e da
filosofia hedonista, ou seja, um idolatra que vivia pelo prazer, Agostinho foi
atraído pelo evangelho através das pregações de Ambrósio de Milão (340 a 397
d.C.), tendose convertido à fé cristã aos trinta e dois anos de idade, ao meditar
sobre Romanos 13.14, “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.”
1.8.1 As Confissões
Pelágio (350-423), por sua vez, foi um monge asceta que enfatizava a
responsabilidade do ser humano frente ao pecado e a santidade, baseando toda
sua argumentação na doutrina do livre arbítrio e na total liberdade do homem
para fazer suas escolhas.
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1.9 Credos e Confissões de Fé
a. Didaquê
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divulgado nos primeiros séculos do cristianismo. Ao lado do “Credo Apostólico”,
é considerado um dos mais importantes textos não canônicos da Patrística.
Convém mencionar que a palavra “didaquê”, no grego, significa “ensino” ou
“orientação”, e que, em algumas igrejas da Ásia Menor, o Didaquê também foi
chamado de “instrução dos doze”, menção a autoridade apostólica e semelhança
de seu conteúdo doutrinário com o dos santos apóstolos.
Vejamos:
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Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador de todas as
coisas, visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, o
Filho de Deus, unigênito do Pai, da substância do Pai; Deus de
Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,gerado,
não criado, consubstancial ao Pai; por quem foram criadas todas
as coisas que estãono céu ou na terra. O qual por nós homens e
para nossa salvação, desceu (do céu), se encarnou e se fez
homem. Padeceu e ao terceiro dia ressuscitou e subiu ao céu. Ele
virá novamente para julgar os vivos e os mortos. E (cremos) no
Espírito Santo. E quem quer que diga que houve um tempo em que
o Filho de Deus não existia, ou que antes que fosse gerado ele não
existia,ou que ele foi criado daquilo que não existia, ou que ele é
de uma substância ou essência diferente (do Pai), ou que ele é uma
criatura, ou sujeito à mudança ou transformação, todos os que
falem assim, são anatemizados pelaIgreja Católica e Apostólica.
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CAPÍTULO 2 - IDADE MEDIEVAL
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É por causa disso que o período que agora estudamos também foi
chamado de “Era de Chumbo”, um período pesado e escuro, daí muitos
estudiosos preferirem chamá-lo, não sem causa, de “Era das Trevas”. Por tratar-
se de um período que abrange mais de dez séculos de história, com muitos
nomes, eventos e movimentos importantes, dividiremos o estudo da Idade
Medieval em duas partes: a Alta e a Baixa Idade Média.
A. Monasticismo
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geralmente são chamados de “monges” aqueles que aderem a vida monástica
dentro dos monastérios. A palavra “monástico” vem do grego “monachos”, que
significa, literalmente, “solidão”.
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Universidade, como lugar de formação de alto nível, floresceu na sociedade
europeia.
B. Escolasticismo
Foi nesse ambiente que a Europa Ocidental viu renascer, pelo menos
embrionariamente, a ciência, o estudo sistemático, a tolerância ao debate e a
sustentação racional da fé, sementes que floresceram naqueles que foram
educados nesse contexto, os maiores nomes da Teologia e da Filosofia
Ocidental e os precursores da Modernidade.
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C. Pedro Abelardo (1079 a 1142 d.C.)
O período aqui denominado como Baixa Idade Média teve início no século
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XII e seu fim no século XV. Considerado um período de crise no tocanteà política
do papado romano, um tempo de muitas disputas pelo poder de Roma,por outro
lado, foi bastante profícuo no tocante ao desenvolvimento da “História da
Teologia”.
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“Os professores [pastores] devem ser elevados em suas vidas, de
modo que iluminem aos fiéis com sua pregação, ilustrem aos
estudantes com seus ensinamentos e defendam a fé contra o
erro...” (Tomás de Aquino).
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Do ponto de vista da formação filosófica, cabe ressaltar que Aquino é
também um personagem singular da História da Teologia. Até o século XII a
principal influência filosófica na teologia era o neoplatonismo presente nas obras
de Agostinho. Platão era o ponto de referência mais destacado nas discussões
sobre Metafísica, ou seja, o platonismo era o principal pilar filosófico da teologia
medieval para as questões de transcendência e sentido da vida.
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Destacar as principais obras de um pensador como Aquino é um trabalho
bastante ingrato, pois sua obra é vasta, rica e com muitos pontos importantes de
sua produção literária a serem destacados. Ainda assim, é preciso fazê-lo,
portanto, destacaremos:
2.4.2 Os Pré-Reformadores
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Não bastasse isso, o clero dos séculos XIV ao XV, em geral, tinha conduta
moral duvidosa, bem como eram vistos pelos fieis mais como políticos do que
como pastores, mais interessados no dinheiro do que no espírito. Com esta
combinação, o copo estava ficando cheio e logo iria transbordar.
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vernáculo, bem como insistirnum padrão bíblico apostólico para a conduta de
vida simples para os papas, Wycliff lança mais algumas sementes para aquilo
que viria a ser a Reforma Protestante.
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Martírio de Huss, enquanto clamava: “Jesus, tem misericórdia de mim” – protestantismo.org – 23/03/20
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CAPÍTULO 3 - A Modernidade e a Reforma
Protestante
3.1 Introdução
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Frente à convergência de múltiplos fatores que nos ajudariam a entender
essa revolução no pensamento, desde o surgimento do espírito nacionalista em
várias regiões da Europa Ocidental, passando pelas novas descobertas
marítimas e o intercâmbio comercial e cultural trazidos pelo mercantilismo, não
sem reconhecer a dificuldade em ser seletivo, apontamos apenas dois fatores
preponderantes para o escopo deste trabalho: o renascentismo e a invenção da
imprensa. É no contexto desses fatores que podemos entender este novo
momento.
3.2 O Renascentismo
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A consequência natural, portanto, foi que passaram a buscar mais o texto
bíblico do que a tradição, bem como redescobriram com força a teologia
agostiniana, praticamente a maior referência de teologia entre os principais
reformadores, que eram unanimes em seu desejo de “voltar à igreja
genuinamente apostólica”.
3.3 A Imprensa
O custo do livro baixou, seu acesso tornou-se mais cômodo e sua divulgação
se multiplicou exponencialmente depois da imprensa. Lembremos que o primeiro
livro impresso por Gutenberg foi uma Bíblia! Agora, os reformadores não mais
precisavam que as pessoas procurassem as bibliotecas dos mosteiros ou
universidades, tampouco suas ideias seriam divulgadas apenas presencialmente
através de aulas ou sermões. O livro foi a primeira forma de rede, a www da
Modernidade.
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3.4 Martinho Lutero (1483 a 1546 d.C.)
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(OSIEL, 2013, p. 105).
Após esse impacto espiritual, Lutero ficou muito mais convencido ainda
do questionável valor das indulgências, uma cobrança em dinheiro da igreja
romana para perdoar pecados, escrevendo suas noventa e cinco teses contra
essa prática perversa da Igreja Católica, denominando-as de “Controvérsia sobre
o poder e a eficácia das indulgências”. A fim de levantar debates que, segundo
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pensava, levariam a igreja romanista a corrigir esse abominável erro, fixou suas
teses solenemente na porta da Capela de Wittenberg em 31/10/1517,um marco
significativo, data que passou a ser comemorado o Dia da Reforma Protestante.
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entendia a Escritura, a Segunda Pessoa da Trindade e o poder de Deus
manifesto em toda a criação” (GONZALES, 2015, p. 46).
Lutero foi um escritor voraz e teólogo minucioso. Sua extensa obra trouxe
contribuições bastante significativas para a continuação e consolidação da
Reforma e até os dias atuais mantém-se relevante em diversas áreas da
Teologia. Neles observas-e, pelo menos em seus escritos iniciais, que o monge
agostiniano não teve, jamais, o objetivo de dividir, mas sim reformar a Igreja de
Cristo no Ocidente. Nesse sentido, a reforma luterana foi uma reação à
perseguição da fé evangélica e uma questão de sobrevivência do movimento.
João Calvino nasceu vinte e seis anos após Lutero, na cidade francesa de
Noyon, região da Picardia, norte da França. Juntamente com o monge alemão,
o reformador francês é considerado o mais importante teólogo do século XVI.
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João Calvino – mbcv.org – 23/03/20
Filho de uma família nobre ligada
ao alto clero, o pai de Calvino, em princípio,
queria vê-lo formado em Direito, o que ele seguiu, graduando-se em 1530. Com
o falecimento de seu pai, em 1531, o reformador francês resolveu seguir naquilo
que mais lhe agradava: a cultura e as letras.
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cristã e teologia jamais superados até os dias de hoje.
Na sua primeira edição ainda era um livro pequeno, não era ainda
o tratado que veio a ser depois; era apenas uma declaração
sistemática da verdade cristã sustentada e defendida pelos
protestantes e inicialmente destinado para o uso popular. O livro
de Calvino foi muito útil aos protestantes como instrumento da sua
luta e dos seus esforços para alcançar novos conversos; e
também era uma vindicação das suas crenças contra as falsas
acusações que lhe eram feitas.
Não era objetivo de Calvino ter uma vida pública ou notória como líder do
movimento reformado. Aliás, segundo seus principais biógrafos, seu
temperamento era manso e reservado e, em sua infância e juventude, era
descrito como “tímido”. Queria dedicar-se aos estudos e às letras. Todavia, em
uma de suas viagens, hospedou-se na cidade de Genebra, evento que mudou
completamente sua vida e futuro:
Calvino não se sentia atraído por outra coisa a não ser dedicar-se
inteiramente ao estudo das Escrituras Sagradas e ao ofício de
escrever sobre elas. No entanto, ao sair da França para
Estrasburgo, na Alemanha, onde pretendia viver seu sonho de
tranquilidade, teve que passar por Genebra. Planejava ficar ali
apenas uma noite, mas um pregador da cidade, Guilherme Farel,
que encabeçava a reforma na cidade, soube que o grande teólogo
estava ali e de uma forma muito convincente o fez permanecer e
abraçar a reforma na cidade de Genebra. (SUANA, 2019, p. 109)
O resultado foi que, não sem lutas, oposição ou falhas iniciais, algumas
idas e voltas, em poucos anos Genebra tornou-se uma cidade modelo, que
serviria de inspiração de “cidade cristianizada” no molde protestante para outros
lugares. Portanto, aquilo que poderíamos tratar como modelo calvinista de
liderança pastoral e política, Genebra tornou-se como um “cartão de visitas” da
fé reformada.
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Cinco Solas: resumo da convergência da fé dos reformadores
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3.6 A Contrarreforma
Máxima da física, “toda a ação gera uma reação”, também poderia ser
aplicada aos movimentos históricos. É por isso que estudar a Modernidade nas
questões de teologia implica em falar também sobre a reação romanista ao
movimento da Reforma.
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“Muito do que aceitamos ou rejeitamos hoje está diretamente
relacionado com os postulados teológicos que permearam a
história após oséculo XVI” (Hermisten da Costa)
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 O Iluminismo
4.3 O Liberalismo
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Iniciando com uma definição bastante generalizada, é possível definir o
movimento liberal teológico como uma adaptação teórica da fé cristã, moldada,
e por que não dizer também, acomodada, dentro dos pressupostos racionalistas
dos iluministas. Partindo deste princípio, a fé deveria estar sujeita à ciência e a
teologia deveria abraçar os critérios vigentes, baseados apenas na razão, para
interpretar de uma maneira nova a herança bíblica e ortodoxa.
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“desmitologizar” a Bíblia;
4.4 O Fundamentalismo
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sempre seguindo a seguinte linha mestra: a) as Escrituras Sagradas são
inspiradas, infalíveis e inerrantes, portanto nela não há erros; o erro pode estar
no interprete ou no conceito científico, nunca na Bíblia; b) o nascimento virginal
e a ressurreição são literais, um milagre; aceitar que esses conceitos sejam mitos
arruínam todo o edifício; c) os milagres são suprarracionais e não irracionais,
portanto a razão humana não pode abranger, sozinha, toda a compreensão
sobre a vida.
4.5 A Neo-ortodoxia
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Filho de um pastor protestante de teologia conservadora, ainda jovem,
Barth foi ordenado pastor no ano de 1908, em sua terra natal, a Suíça,
pastoreando uma igreja de língua alemã.
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O resultado inevitável foi a decepção de Barth com a religião, mas não
com Deus: “Certamente é fato que Barth, em suas primeiras obras, adota uma
atitude extremamente negativa em relação à religião, por ele entendida como
uma invenção humana.” (MCGRATH, 2013, p. 610).
B. As Escrituras Sagradas
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, J.F. Bíblia ARA, Sociedade Bíblica do Brasil: São Paulo,
1994.