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História da Igreja
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Direitos autorais: essas apostilas foram compiladas por mim a partir de material pesquisado em livros, apostilas e sites da internet, e a
maioria está com as notas de rodapé apontando seus autores.
Erros: caso perceba algum erro ou tenha alguma sugestão, eu ficarei agradecido se entrar em contato.
A PLENITUDE DO TEMPO
Gálatas 4 : 4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho,
nascido de mulher, nascido sob a lei,
A Palestina onde o cristianismo deu seus primeiros passos ocupava uma posição geográfica
privilegiada pois ocupava uma área onde era a encruzilhada das grandes rota comerciais que uniam o Egito
à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor. Por isso vemos na história descrita no Velho Testamento,
esta área tão cobiçada sendo invadida por vários impérios.
A língua predominante na época era o grego. Uma língua universal, apesar do império dominante
ser o império Romana, que unia em um só governo boa parte do mundo conhecido. Era um governo
pacífico e próspero e suas cidades estavam em progresso e viajar não era mais difícil pois muitas estradas
foram construídas.
Apesar de haver muitas religiões e filosofias ( A política dos romanos era, em geral, tolerante em
relação a religião e aos costumes dos povos conquistados. ) o mundo estava vazio espiritualmente, Assim
o mundo estava pronto para a recepção de uma nova religião.
Jesus nasceu dentro deste contexto e que biblicamente se conhece como "plenitude dos tempos"
Gl:4:4-5. A igreja, respondendo às ansiedades da época com a revelação de Deus em Jesus, conseguiu
rapidamente conquistar o Império.
Recomendamos a leitura de Gonzales, Justo. A Era dos Mártires. S.Paulo. Vida Nova. p.1-30.
Cairns, Earl; O Cristianismo Através dos Séculos. S. Paulo. Vida Nova, p29-44.
A "plenitude do tempo" não quer dizer que o mundo estivesse pronto a se tornar cristão, mas
quer dizer que, nos desígnios de Deus, havia chegado o momento de enviar o seu filho ao mundo.
Embora seja, em certa medida, artificial e errado quebrar a história da igreja Cristã em distintos
períodos ou épocas, é, todavia, uma ferramenta útil para visualizar o desenvolvimento da vida da igreja
nos dois milênios passados. A maioria dos historiadores da igreja reconhece três períodos gerais:
ERA SOMBRIA
A última geração do primeiro século, a que vai do ano 60 ao 100 AD, chamamos de "Era
Sombria", em razão de as trevas da perseguição estarem sobre a igreja, e a falha de muitas informações
sobre este período.
Ao longo dos primeiros três séculos do cristianismo havia tanto competição entre as religiões como
o espírito de tolerância. Embora nunca tomaram recursos de armas para se defenderem, os cristãos foram
o único elemento social perseguido por período prolongado.
A falta de participar em festas e ritos idolatras dos templos bem como sua hostilidade a outras
religiões levou o mundo da época consideram os cristãos de ateus e inimigos dos deuses. Também os
cristãos passaram a se reunir de noite e em segredo e começaram a mostrar afeição uns pelos outros. Ao
mesmo tempo celebravam a ceia do Senhor (comer o sangue e o corpo de Jesus), deu margem às acusações
de antropofagia ou canibalismo.
Assim durante décadas foi lhes atribuído as seguintes acusações: ateísmo, licenciosidade e
canibalismo.
O cristianismo chocou a sensibilidade dos filósofos e mais educados, justamente pelo entusiasmo
de seus adeptos. Pior, entraram em conflito com os vendedores de ídolos e os comerciantes da idolatria.
Trouxe assim contra eles a má vontade duma classe poderosa.
O Paganismo em suas práticas aceitava as novas formas e objetos de adoração que iam surgindo,
enquanto o Cristianismo rejeitava qualquer forma ou objeto de adoração.
A adoração aos ídolos estava entrelaçada com todos os aspectos da vida. As imagens eram
encontradas em todos os lares, e até em cerimônias cívicas, para serem adoradas. Os cristãos, é claro, não
participavam dessas formas de adoração. Por essa razão o povo considera os cristãos como Antissociais e
ateus que não tinham deuses.
A adoração ao Imperador era considerada como prova de lealdade. Havia estátuas dos imperadores
reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Os cristãos recusavam-se a prestar tal adoração.
As reuniões secretas dos cristãos despertaram suspeitas de praticarem atos imorais e criminosos,
durante a celebração da Santa Ceia. Era vetada a entrada dos estranhos.
O Cristianismo considerava todos os homens iguais. Não havia distinção entre seus membros, nem
em suas reuniões, por isso foram considerados como "niveladores da sociedade", portanto anarquistas,
perturbadores da ordem social.
Enquanto o cristianismo parecia aos olhos de todos, apenas mais uma seita judaica, não havia nenhuma
censura como religio illicita, pois o judaísmo gozava do privilégio de religio licita (religião legal) dado a todas as
religiões já existentes no império pela Pax Romana, mas quando foi se solidificando cada vez mais como uma
religião autônoma e separada do judaísmo, o Estado então, começou a perseguir os cristãos, pois havia uma lei que
interditava novas religiões por temer agitações sociais, provocadas por essas invasões religiosas. Um texto citado
por Cícero (De Legibus II, 8) asseverava: “Que ninguém tenha deuses particulares, nem novos, se eles não tiverem
sido admitidos pelo Estado” . Isto teve inicio em 64 quando Nero põe fogo em Roma e acusa os cristãos, os quais
são perseguidos e mortos. Esse foi apenas um preâmbulo do que aconteceria nos séculos posteriores. Até o ano 250,
tais perseguições foram locais e esporádicas para depois se tornarem gerais e constantes. Foram várias as causas
que desencadearam essa onda de perseguição que perdurou por mais de 2 séculos, a saber:
1. Políticas: Marcando o início do império e o final da república, formou-se um regime político, caracterizado pelo
absolutismo teocrático. O estado estava ligado umbilicalmente à religião, todos os sucessos obtidos eram creditados
aos deuses, até mesmo os imperadores deram a si mesmo o título de “Augustus”, isto é, divino e seus súditos eram
impelidos por lei a prestar culto ao imperador. A estabilidade política dependia da unidade religiosa. Toda e qualquer
religião que se insurgisse contra a religião estabelecida pelo estado era tida como anarquista e inimiga de César, e
2
http://www.cacp.org.br/as-perseguicoes-contra-a-igreja/
2. Religiosas: A religião adotada por Roma era sincretista. Todo vez que o império conquistava outros povos,
absorvia tanto sua cultura como sua religião. Tinha deuses para todos os tipos e gostos. O povo era obrigado a
queimar incenso perante as imagens e prestar-lhes tributo. Contra isso, os cristãos mantinham a convicção de que
só existia um único Deus e sua adoração não se dirigia a objeto material algum. Esta postura valeu-lhes muitas vezes
a acusação infundada de que eram ateus.
3. Sociais e econômicas: O cristianismo também pregava a igualdade entre todos e por isso ganhou mais facilmente
a amizade das camadas mais pobres, especialmente dos escravos. Temendo a influência do cristianismo na
sociedade, muitos aristocratas, que não queriam que o modelo social vigente mudasse, começou a empenhar-se na
campanha de difamação da religião cristã. Pois viam que até mesmo seus lucros provindo da exploração das
crendices populares, estava correndo perigo. Naquela época a sociedade romana era dividida em: Patrícios
(membros da aristocracia), Plebeus (O povo composto por trabalhadores em geral) e escravos. Somado a tudo isto,
havia também os boatos populares que se levantava contra os cristãos e sua religião. Todos os tipos de calúnias
eram impostas contra eles. As acusações iam, desde a adoração de um asno até a difamação de praticarem
canibalismo e incesto.
OS PRINCIPAIS MÁRTIRES
Inácio Provável discípulo de João, bispo em Antioquia, foi condenado no ano 107 AD por não
adorar a outros deuses. Foi morto como mártir, lançado para as feras no anfiteatro romano, no ano 108 ou
110 enquanto o povo festejava. Ele estava disposto a ser martirizado, pois durante a viagem para Roma
escreveu cartas às igrejas manifestando o desejo de não perder a honra de morrer por seu Senhor
Policarpo Bispo em Esmirna, na Ásia Menor, morreu no ano 155. Ao ser levado perante o
governador, e instado para abandonar a fé e negar o nome de Jesus, assim respondeu: " Oitenta e seis anos
o servi, e somente bens recebi durante todo o tempo, Como poderia eu agora negar ao meu Salvador ?
Policarpo foi queimado vivo.
Justino Mártir Era um dos homens mais competente de sue tempo, e um dos principais defensores
da fé. Seus livros, que ainda existem, oferecem valiosas informações acerca da vida da igreja nos meados
do segundo século. Seu martírio deu-se em Roma, no ano 166.
O Cânon Bíblico
Os escritos do Novo Testamento foram terminados, entretanto a formação do Novo Testamento
com os livros que o compõem, como cânon, não foi imediata. Algumas Igreja aceitavam somente alguns
livros como inspirados e outra igrejas livros diferentes.
Gradualmente os livros do Novo Testamento, tal como usamos hoje, conquistaram a proeminência
de escritura inspirada.
Marcion
Nativo de Porto, foi a Roma perto de 138 e se tornou membro da Igreja de Roma. Não conseguiu
leva a igreja a aceitar seu ponto de vista, assim que organizou os seus seguidores numa igreja cismática e
expandiu a obra até ter congregações em quase todas as províncias. Embora talvez não seja correto chamar
Marcion de gnóstico, ele compartilhou vários de seus pontos de vista: judaísmo é mau. Jeová não é o
mesmo Deus do NT. Baseou-se quase que exclusivamente em Paulo. Contrastou a imoralidade e
crueldade do AT., com a espiritualidade, misericórdia, bondade e alta moral do NT.
Embora conceba o nascimento, vida e morte de Jesus como apenas aparente, Marcion insiste na
obra redentora de Cristo como necessária para a salvação dos homens. O marcionismo achou fácil
aceitação na Mesopotâmia e na Pérsia e sobreviveu lá durante alguns séculos.
Montanismo
É uma reação às inovações que foram introduzidas nas igrejas pelo gnosticismo e paganismo em
geral às custas da fé e da moral. Foi organizado na Frígia entre 135 e 160 por Montano com Priscila e
Maximinia (profetizas do movimento) em resposta a uma iluminação do Paracletos, para proclamar o
estabelecimento do reino de Cristo e pregar contra o mundanismo das igrejas. Algumas das doutrinas
desenvolvidas ( e pelas quais foram rejeitados) tornaram-se ensino básico da Igreja católica 2 séculos
depois: exaltação da castidade e viuvez; divisão dos pecados em mortal e venial, exaltação do martírio.
Tornou-se o precursor do cristianisno ascético. Suas doutrinas em geral eram as mesmas do
cristianismo católico. Reivindicaram ter recebido revelações divinas enquanto em estado de êxtase. O
espírito lhes dava a interpretação ascética de certas passagens bíblicas. O montanismo é uma explosão de
profetismo, dando importância especial a visões e revelações. Tem caráter essencialmente escatológico.
Para eles o período do Parácletos (Espírito Santo) se iniciou com Montano. A nova Jerusalém será
inaugurada para o reino de 1.000 anos. Assim que é necessário viver em continência e prepara-se para
tanto. Nenhum dos que escreveram contra o montanismo vê neles uma heresia. Ao contrário vê nele
"tendências arcaicas"
O Novacionismo
Foi o montanismo reaparecendo numa outra época, sem as reivindicações proféticas que
desapareceram. Novaciano foi condenado em 251 por um concílio romano que reunia 60 bispos. Após a
perseguição de Décio, quando muitos negaram a fé, Novaciano liderou os que queriam muito rigor para
Os Donatistas
Como os montanistas e novacionistas, estavam preocupados principalmente com questões de
disciplina. O movimento surgiu após a perseguição de Diocleciano e especificamente em relação ao que
entregaram as Escrituras as autoridades. Os donatistas insistiram numa disciplina eclesiástica rigorosa e
numa membresia pura.
Rejeitaram ministros indignos (os "lapsi"traidores). O donatismo não trata dos caídos em geral e sim
apenas da sorte dos bispos que teriam consentido na entrega das Escrituras imposta pelo primeiro edito
de Dioclesiano. O simples fato de estar em comunhão com um dos culpados bastava para contrair mancha
e tornar-se traídos, apóstata. Todos os sacramentos administrados ou recebido pelos "traditores" eram
considerados nulos. Quanto a regeneração batismal, foram além dos católicos, crendo que a natureza
humana de Cristo também precisava ser purificada pelo batismo. Naturalmente rebatizaram os católicos
que vieram a eles como condição de comunhão.
Heresias primitivas
https://icp.com.br/df51materia2.asp
A palavra Concílio significa “assembleia reunida por convocação”. É uma instituição tradicional
na vida da Igreja desde os tempos apostólicos, quando vimos os apóstolos reunidos em Jerusalém para
discutirem a questão da disciplina a ser aplicada aos judeus-cristãos e aos pagãos convertidos à fé cristã.
SINODO - Igreja Ortodoxa preferiu a palavra Sínodo para as reuniões eclesiais, o mesmo
acontecendo com as Igrejas da Reforma protestante e calvinista.
Após o Vaticano II, a palavra Sínodo adquiriu grande força na organização pastoral da Igreja
Católica, que realiza sínodos diocesanos, regionais, nacionais e
continentais.
Paulo VI, em 1965, instituiu o Sínodo dos Bispos, uma
assembléia internacional de bispos para auxiliar o Papa no
governo da Igreja.
O Sínodo Diocesano, a partir de 1983, significa a
reunião do bispo com os delegados dos presbíteros, diáconos,
religiosos e leigos. É a Igreja que, sobretudo depois do Concílio
Vaticano II, se caracteriza como comunhão.
OS CONCÍLIOS MEDIEVAIS
9) Lateranense I (1123) - Celebrado em São João de Latrão. Este concílio limitou o poder imperial
na vida interna da Igreja e acentuou a centralização da Igreja em Roma.
10) Lateranense II (1139) - Condenou Arnaldo de Bréscia e publicou os decretos de reforma.
11) Lateranense III (1179) - Discutiu os procedimentos para a eleição de um Papa.
12) Lateranense IV (1215) - Condenou o maniqueísmo, a publicação dos decretos de reforma e
instituiu o Tribunal da Inquisição para o combate à heresia. Foi o maior Concílio medieval e sinalizou o
apogeu do poder papal.
13) Lyon I (1245) - Destronizou Frederico II, imperador insubmisso à autoridade papal.
14) Lyon II (1274) - Buscou reunificar a Igreja oriental e ocidental, mas com sucesso limitado.
Procurou-se solucionar as questões disciplinares na vida da Igreja e alargar a ação reformadora dos papas.
Cresce o poder pontifício.
15) Vienne (1311-1312) - Discutiu o problema da Ordem dos Templários, vítimas de acusações
injustas, a cobiça dos reis e a pobreza franciscana.
16) Constança (1414-1417) - Fim do grande Cisma do Ocidente, mas logo tornado sem efeito,
pois a Igreja passa a ser governada por dois – num tempo três - papas.
17) Ferrara-Florença (1437-1439) - Buscouse alcançar a reunificação com a Igreja do Oriente,
mas, devido aos condicionamentos políticos – Constantinopla necessitava da ajuda militar do Ocidente
contra os turcos – não foi aceito pelo povo e pelo clero bizantino. Em 1453 Constantinopla caiu nas mãos
dos turcos, terminando o Império Romano do Oriente.
18) Lateranense V (1512-1517) - Debateu-se a reforma da Igreja, assolada pela corrupção em
Roma e em muitas dioceses e mosteiros. As decisões sobre a reforma foram ignoradas porque atingiam
privilégios da Cúria romana e o papa estava mais preocupado com a política eclesiástica. O final do
Concílio coincide com o início da pregação reformadora de Martinho Lutero.
No ano 305, quando Diocleciano abdicou o trono imperial, a religião cristã era terminantemente
proibida, e aqueles que a professassem eram castigados com torturas e morte. Logo após a abdicação de
Diocleciano, quatro aspirantes à coroa estavam em guerra.
Os dois rivais mais poderosos eram Majêncio e Constantino. Constantino afirmou ter visto no céu
uma cruz luminosa com os seguintes dizeres: "Por este sinal vencerás". Constantino ordenou que seus
soldados empregassem para a batalha o símbolo que se conhece como " Labarum ", e que consistia na
superposição de duas letras gregas, X e P.
Em batalha travada sobre a ponte Mílvio, Constantino venceu o exercito de Majêncio e este morreu
afogado caindo nas águas do rio. Após este vitoria Constantino fez aliança com Licínio e posteriormente
com Maximino os outros dois pretendentes a coroa.
Em 323 AD, Constantino alcançou o posto supremo de Imperador, e o Cristianismo foi então
favorecido. Os templos das Igrejas foram restaurados e novamente abertos em toda parte. Em muitos
lugares os templos pagãos foram dedicados ao culto cristão. Em todo o império os templos pagãos eram
mantidos pelo Estado, mas, com, a conversão de Constantino, passaram a ser concedido às Igrejas e ao
clero cristão.
O Domingo foi proclamado como dia de descanso e adoração. Como se vê, do reconhecimento do
Cristianismo como religião preferida surgiram alguns bons resultados, tanto para o povo como para a
igreja:
- As perseguições acabaram - O infanticídio foi reprimido
- A crucificação foi abolida - As lutas de gladiadores foram proibidas
- Templos restaurados e muitos construídos
Apesar de os triunfos do Cristianismo haverem proporcionado boas coisas ao povo, contudo a sua
aliança com o Estado, inevitavelmente devia trazer, como de fato trouxe, maus resultados para a igreja.
- As Igrejas eram mantidas pelo Estado e seus ministros privilegiados, não pagavam impostos, os
julgamentos eram especiais.
- Iniciou-se as perseguições aos pagãos, ocorrendo assim muitas conversões falsas.
- Todos queriam ser membros da Igreja e quase todos eram aceitos. Homens mundanos, ambiciosos e sem
escrúpulos, todos desejavam postos na Igreja, para, assim obterem influência social e política.
- Os cultos de adoração aumentaram em esplendor, é certo, porém eram menos espirituais e menos sinceros
do que no passado.
- Aos poucos as festas pagãs tiveram seus lugares na Igreja, porém com outros nomes. A adoração a Vênus
e Diana foi substituída pela adoração a virgem Maria. As imagens dos mártires começaram a aparecer nos
templos, como objeto de reverência.
No ano 363 AD todos os governadores professaram o Cristianismo e antes de findar o quarto século
o Cristianismo, foi virtualmente estabelecido como religião do Império.
A Fundação de Constantinopla
O Imperador Constantino compreendeu que a cidade de Roma estava intimamente ligada à
adoração pagã, cheia de templos e estátuas pagãs. Ele desejava uma capital sob os auspícios da nova
religião. Na nova capital, a igreja era honrada e considerada, não havia templos pagãos.
Logo depois da fundação da nova capital, deu-se a divisão do império. As fronteiras eram tão
grande que um imperador sozinho não podia defender seu vastíssimo território.
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https://portugues.ucg.org/ferramentas-de-estudo-da-biblia/guias-de-estudo/a-igreja-que-jesus-edificou/o-surgimento-de-um-
falso-cristianismo
AS CONTROVÉRSIAS
A Primeira Controvérsia Apareceu por causa da doutrina da Trindade. O Presbítero Ario de
Alexandria defendia a tese de que Jesus era superior aos homens porém inferior ao Pai, não admitia a
existência eterna de Cristo. Seu principal opositor foi Atanásio também de Alexandria afirma a unidade
de cristo com o Pai e sua divindade.
Constantino não teve êxito em resolver a questão por isso convocou o concílio de Nicéia em 325
AD onde a doutrina de Ário foi condenada.
A Controvérsia de Apolinário Apolinário era Bispo em Laodicéia quando declarou que a natureza
divina tomou lugar da natureza humana de Cristo. Este Heresia foi condenada no Concílio de
Constantinopla em 381 AD.
A Controvérsia de Nestor Nestor era sacerdote em Antioquia quando se opôs a aplicação do
termo " Mãe de Deus ", a Maria, afirmou que as duas natureza de Cristo agiam em harmonia. No Concílio
de Éfeso em 433 Nestor foi banido e suas obras foram queimadas e aprovado o termo " Mãe de Deus "
O CONCÍLIO DE NÍCEIA
Este concílio reuniu 318 bispos por um período de 3 meses para resolver as diferenças entre
Alexandre e Ário. Segundo Ário, presbítero de Alexandria, somente Deus Pai seria eterno não gerado. O
Logos, o Cristo preexistente, seria mera criatura. Criado a partir do nada, nem sempre existiria. O Cristo
existiria num tempo anterior à nossa existência temporal, mas não era eterno. Por outro lado estavam
Alexandre e o jovem Atanásio que afirmava que o Logos era eterno e era o próprio Deus que apareceu em
Jesus.
Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com
o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho.
A cristologia de Ário foi rejeitada pelo concílio de Nicéia afirmando que a igreja acreditava em:
"um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus; gerado do pai, unigênito da essência do Pai, Deus de Deus,
Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não feito, consubstancial com o Pai, por quem
todas as coisas foram feitas no céu e na terra; o qual , por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu
e encarnou e foi feito homem" "todos os que dizem que houve um tempo que ele não existiu, ou que não
existiu antes de ser feito, e que foi feito do nada ou de alguma outra substância ou coisa, ou que o Filho
de Deus é criado ou mutável, ou alterável, são condenados pela Igreja Católica".
CONTROVÉRSIA CRISTOLÓGICA
A questão do relacionamento entre o Filho e o Pai foi resolvida em Nicéia. Porém isto gerou
novos questionamentos, agora em torno do relacionamento entre as naturezas humanas e divina de
Cristo. Em geral os teólogos ligados a Alexandria salientaram a divindade de Cristo, enquanto que os
relacionados a Antioquia, a sua humanidade, às expensas de Sua deidade. A controvérsia se iniciou no
ensino de Paulo de Samosata, bispo de Antioquia. Este ensinava o que se chama de adocionismo ou
monarquismo dinâmico. Jesus era um homem "energizado"pelo Espírito no batismo e assim exaltado à
dignidade divina. Apolinário de Laodicéia foi o primeiro a negar formalmente que Jesus teve uma alma
racional. No seu lugar estava o divino Logos.
O Concílio de Calcedônia (451) definiu a cristologia afirmando que Jesus Cristo era: "perfeito em
divindade e perfeito em humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, de alma racional e corpo, da
mesma substância com o Pai segundo a divindade; e da mesma substância conosco segundo a humanidade,
semelhante a nós em todos os aspectos, sem pecado, gerado do Pai antes de todos os tempos segundo a
divindade..."
OS "TEÓLOGOS" DA IGREJA
Por que o nome "pais da igreja"? Os "pais da igreja" foram a geração de crentes que surgiram após
a era apostólica. O termo "pais" é geralmente usado em referência a alguém mais velho, mais experiente,
mais sábio, é neste sentido que o termo "pais da igreja" surge. Foi aravés destes homens e mulheres que
as principais doutrinas cristãs existentes hoje se moldaram, eles foram os primeiros teólogos e apologistas
cristãos, e comumente eram: antigos, ortodoxos na doutrina, santo no viver e aprovados por outros cristãos.
Orígenes (185-254). Nasceu de pais cristãos em 185 ou 186 da nossa era, provavelmente em
Alexandria. Escritor cristão de vasta erudição, de expressão grega. Estudou letras e aprendeu de cor textos
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Teologia Crista em Quadros, Wayne House
Sob o nome de Escrituras Sagradas, ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho
e do Novo Testamentos, todos dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e prática, que são os seguintes:
O Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel,
2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes,
Cantares, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
O Novo Testamento: Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos, Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas,
Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemon,
Hebreus, Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João, Judas, Apocalipse.
Os livros geralmente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do Cânon da
Escritura; não são, portanto, de autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou
empregados senão como escritos humanos (Confissão de Fé de Westminster, 1:2-3).
O ensino destes parágrafos da Confissão de Fé de Westminster diz respeito especialmente ao cânon das
Escrituras. Nele não são indicados os critérios empregados. São apenas relacionados os sessenta e seis livros aceitos
como canônicos, ou seja, como inspirados por Deus, que compõem a Bíblia Protestante. Quanto aos livros apócrifos,
que foram incluídos na Bíblia Católica, são explici-ta-mente considerados não inspirados e, portanto, não
autorita-tivos; não devendo ser empregados senão como escritos humanos.
A palavra cânon é mera transliteração do termo grego kanwvn, que significa vara reta, régua, regra.
Aplicado às Escrituras, o termo designa os livros que se conformam à regra da inspiração e autoridade divinas.
Atanásio (séc. IV) parece ter sido o primeiro a usar a palavra neste sentido.[1] São chamados de canônicos, portanto,
os livros que foram inspirados por Deus, os quais compõem as Escrituras Sagradas — o cânon bíblico.
Qual o cânon das Escrituras? Quais são os livros canônicos, ou seja, inspirados? Como se dividem? Há
alguma regra pela qual se pôde averiguar a canonicidade de um livro? Como explicar a diferença entre os cânones
hebraico, católico e protestante? São estas as perguntas que precisam ser respondidas com relação ao presente
assunto.
Origem - O cânon protestante do Antigo Testamento (composto pelos trinta e nove livros relacionados
acima) é exatamente igual ao cânon hebraico massorético. O cânon massorético é a Bíblia hebraica em sua forma
definitiva, vocalizada e acentuada pelos massoretas. A ordem dos livros, entretanto, segue a da Vulgata e da
Septuaginta.
Os Massoretas - Os massoretas eram judeus estudiosos que se dedicavam à tarefa de guardar a tradição
oral (massora) da vocalização e acentuação correta do texto. À medida que um sistema de vocalização foi sendo
desenvolvido, entre 500 e 950 AD, o texto consonantal que receberam dos soferim[2] foi sendo por eles
cuidadosamente vocalizado e acentuado. Além dos pontos vocálicos e dos acentos, os massoretas acrescentavam
também ao texto as massoras marginais, maiores e finais, calculadas pelos soferim. Essas massoras (tradições) eram
esta-tísticas colocadas ao lado das linhas, ao fim das páginas e ao final dos livros, indicando quantas vezes uma
determinada palavra aparecia no livro, o número de versículos, palavras e letras. Elas indicavam até a palavra e letra
central do livro.
O Cânon Massorético - Embora o conteúdo do cânon protestante seja o mesmo do cânon hebraico, a
divisão e a ordem dos livros são diferentes. Eis a divisão e ordem do cânon hebraico:
• O Pentateuco (Torá): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.
• Os Profetas (Neviim):
o Anteriores: Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis.
o Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Profetas Menores.
• Os Escritos (Kêtuvim):
o Poesia e Sabedoria: Salmos, Provérbios e Jó.
o Rolos ou Megilloth (lidos no ano litúrgico): Cantares (na páscoa), Rute (no pentecostes),
Lamentações (no quinto mês), Eclesiastes (na festa dos tabernáculos) e Ester (na festa de purim).
o Históricos: Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas.
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Paulo R. B. Anglada, http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/canon_anglada.htm
Origem - O cânon católico, composto pelos trinta e nove livros encontrados no cânon protestante, acrescido
das adições a Daniel e Ester, e dos livros de Baruque, Carta de Jeremias, 1-2 Macabeus, Judite, Tobias, Eclesiástico
e Sabedoria — 3 e 4 Esdras e a Oração de Manassés são acrescentadas depois do NT — origina-se da Vulgata
latina, que por sua vez provém da Septuaginta.
A Septuaginta - A Septuaginta é uma tradução dos livros judaicos para o grego feita, possivelmente,
durante o reinado de Ptolomeu Filadelfo (285-245 a.C.) ou até meados do século I a.C., para a biblioteca de
Alexandria, no Egito.[10] Os tradutores não se limitaram a traduzir os livros conside-rados canônicos pelos judeus.
Eles traduziram os demais livros judaicos disponíveis. E, a julgar pelos manuscritos existentes, deram um arranjo
tópico à biblioteca judaica, na seguinte ordem:
• Livros da Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
• Livros de História: Josué, Juízes, Rute, 1-2 Samuel, 1-2 Reis (chamados 1-2-3-4 reinados), 1-2 Crônicas,
1-2 Esdras (o primeiro apócrifo), Neemias, Tobias, Judite e Ester.
Conclusão
Por ironia da História, a Vulgata de Jerônimo, o qual não considerava canônicos os livros apócrifos,[13]
veio a ser a principal responsável pela inclusão destes mesmos livros no cânon católico.
A obra dos reformadores foi maior do que se pode pensar à primeira vista. Eles não apenas redescobriram
as doutrinas básicas do evangelho, como a doutrina da salvação pela graça mediante a fé. Eles redescobriram
também o cânon. Graças a eles e ao testemunho do Espírito Santo, a igreja protestante reconhece como canônicos,
com relação ao Antigo Testamento (é claro), os mesmos livros que Jesus e os apóstolos, e os judeus de um modo
geral sempre reconheceram.
Alguns dos apócrifos são realmente úteis como fontes de informação a respeito de uma época importante
da história do povo de Deus: o período inter-testamentário. Os protestantes reconhecem o valor histórico deles.
Por motivos óbvios, os judeus não aceitam os livros do Novo Testamento como canônicos. Se não
reconheceram a Jesus como o Messias, não poderiam aceitar os livros do Novo Testamento como inspirados.
Felizmente, entretanto, não precisamos falar de um cânon protestante e de um cânon católico do NT, visto que todos
os ramos do cristianismo — incluindo a igreja oriental — aceitam exatamente os mesmos vinte e sete livros, como
os temos em nossas Bíblias.
É claro, entretanto, que não se poderia esperar que todos os vinte e sete livros do Novo Testamento viessem
a ser imediata e simultaneamente reconhecidos como inspirados, por todas as igrejas, logo na época em que foram
escritos. Algum tempo seria necessário para que os quatro Evangelhos, o livro de Atos, as epístolas, e o livro de
Apocalipse alcançassem todas as igrejas. Afinal, no final do primeiro século e no início do segundo a igreja já havia
se espalhado por três continentes: Europa, Ásia e norte da África. Além disso, é provável que haja um intervalo de
quase cinqüenta anos entre a data em que o primeiro e o último livro do Novo Testamento foram escritos.[15] Por
fim, deve-se considerar ainda que, embora todos os livros canô-nicos sejam inspirados, nem todos têm a mesma
importância ou volume. É natural esperar que cartas pequenas como Judas, e as duas últimas cartas de João, fossem
bem menos mencionadas do que os Evangelhos, Atos, Romanos, etc.
Também é preciso observar que havia outros livros cristãos antigos: evangelhos, cartas, atos, apocalipses,
etc. Alguns desses livros foram escritos por crentes piedosos do primeiro e segundo séculos, outros eram
indevidamente atribuídos aos apóstolos ou aos seus contemporâneos. Algum tempo, é claro, seria necessário para
que a igreja, de um modo geral, de posse já de todos os livros canônicos, bem como de muitos outros não canônicos,
viesse a avaliar a autoria, teste-munho externo e interno, e discernir, pela ação do Espírito Santo, quais livros
realmente pertenceriam ao cânon. Isso tudo, entretanto, ocorreu de modo surpreendentemente rápido, de maneira
que antes que cem anos se passassem, praticamente todos os livros do Novo Testa-mento já eram conhecidos,
reunidos, reverenciados e tidos como autoritativos, conforme atestam as evidências históricas existentes.
Os Livros Disputados
Como já mencionado, alguns pais da igreja tiveram dúvidas quanto à canonicidade de alguns livros do NT.
Enquanto a maioria dos livros praticamente nunca tiveram a sua canonicidade disputada pela igreja, outros sofreram
alguma resistência, embora parcial, para serem aceitos como canônicos. Os principais foram: Hebreus, Tiago, 2
Pedro, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.
Entretanto, não é difícil compreender as razões desta relutância, pois cada um desses livros apresenta uma
ou outra característica que, de certo modo, justificava o zelo por parte da igreja em averiguar mais cuidadosamente
a canonicidade deles. Afinal, haviam outros livros cristãos, de conteúdo fiel e ortodoxo, que poderiam ser
confundidos, se não houvesse discernimento por parte da igreja; a exemplo do que aconteceu com os apócrifos do
Antigo Testamento, pela Igreja Católica.
Não é muito difícil compreender os motivos que levaram os referidos livros a terem sua canonicidade
disputada. No caso de Hebreus, o problema estava na autoria e estilo. A tradição dizia ser de Paulo, mas não há o
nome do autor, como é costume de Paulo. O estilo também não é exatamente o mesmo, embora haja muita
semelhança. Com relação a Tiago, a aparente discrepância doutrinária com as demais cartas e a possibilidade de
haver sido escrita por outro Tiago certamente dificultaram o reconhecimento da sua canonicidade. A segunda carta
de Pedro, além de, por razões desconhecidas, provavel-mente haver tido circulação limitada, apresenta alguma
diferença de vocabulário e estilo, o que, segundo Jerônimo, foi a causa de alguns pais duvidarem da genuinidade da
epístola.[18] Quanto a Judas e 2 e 3 João, o próprio tamanho, importância relativamente menor, e a natureza mais
pessoal das duas últimas, certamente dificultaram a circulação e reconhecimento delas no cânon — no caso de
Judas, a questão da origem apostólica também pesou. Já o livro de Apocalipse, o qual teve aceitação generalizada
no segundo século, teve sua canonicidade posteriormente disputada, provavelmente pela dúvida lançada por
Dionísio de Alexandria, seguido por Eusébio de Cesaréia, quanto à origem apostólica do livro, devido ao que
consideravam diferenças de estilo entre ele e o Evangelho de João; o que o levou a atribuir o livro a um outro João.
É claro que estas dificuldades são todas aparentes. Estilo não pode ser determinante, pois a natureza do
assunto pode acarretar mudança de estilo. Além disso era comum o uso de amanuenses. Tamanho “também não é
documento;” e assuntos relativamente menos importantes tornam-se importantíssimos em determinadas
circunstân-cias — a História da Igreja tem comprovado isso. Quantas vezes as cartas de Judas, 2 e 3 João têm sido
de valor inestimável para pessoas e igrejas específicas! A “discrepância” doutrinária de Tiago já tem sido
suficientemente explicada: é apenas aparente. A relutância por parte de alguns, no terceiro ou quarto séculos em
reconhecer a canonicidade desses livros não deve de modo algum ser encarada como necessaria-mente depreciativa.
Pelo contrário, por mais que tenham sido submeti-dos a teste, até pelos reformadores, esses livros foram aprova-dos
pela História, e encontraram lugar seguro e imbatível no cânon do Novo Testamento.
Conclusão
Sejam quais forem os critérios que mais influenciaram os pais da igreja no reconhecimento dos livros do
Novo Testamento, e apesar da relutância de alguns em aceitar todos os vinte e sete livros, e não obstante o grande
número de livros apócrifos que surgiram nos primeiros séculos, o verdadeiro cânon teria que prevalecer. E
prevale-ceu. Inspirados que eram, tinham poder espiritual inerente. E este poder manifestou-se de tal modo que
todos os ramos do cristianismo alcança-ram unanimidade espantosa, de modo que desde pelo menos Atanásio, o
primeiro a apresentar uma lista completa do cânon do NT, até nossos dias, não tem havido nenhuma objeção
realmente séria quanto à canonicidade do NT, nos três principais ramos do cristianismo.
PROGRESSO PAPAL - O termo "papa", significa simplesmente "papai", sendo, portanto, um termo de
carinho e respeito, este termo era usado para qualquer bispo, sem importar se ele era de Roma. Como Roma
era, pelo menos de nome, a capital do Império, a igreja e o bispo desta cidade logo se viram em posição de
destaque.
Quando os bárbaros invadiram o Império, a igreja de Roma começou a seguir um rumo bem diferente
Constantinopla. No Ocidente, o Império desapareceu, e a igreja veio a ser a guardiã do que restava da velha
civilização. Por isto, o papa, chegou a Ter grande prestígio e autoridade.
Porém, enquanto que no Oriente duvidava-se de sua autoridade, em Roma e vizinhanças esta autoridade
se estendia até além dos assuntos religiosos. Tudo isto nos mostra que em uma época em que a Europa estava
em caos, o papado preencheu o vazio, proporcionando certa estabilidade.
O período de crescimento do poder papal começou com o pontificado de Gregório I, o Grande, e teve
o apogeu no tempo de Gregório VII, mais conhecido por Hildebrando. Hildebrando reformou o clero que se
havia corrompido, elevou as normas de moralidade de todo o clero, exigiu celibato dos sacerdotes, libertou a
igreja da influência do estado, podo fim à nomeação de papas pelos reis e imperadores. Hildebrando impôs a
supremacia da igreja sobre o Estado.
1. Até Constantino Os antigos autores católicos tenham insistido que a Igreja de Roma foi fundada
por Pedro e que tenha tido uma linha de papas, vigários de Cristo, desde então. Oscar Cullmann, teólogo
protestante, examina detalhadamente a questão de Pedro ter estado em Roma. Conclui que estava lá e lá foi
martirizado. Nega entretanto que tenha fundado a Igreja ou passado seus direitos aos bispos subseqüentes.
A lista dos primeiros bispos consta destes nomes: Lino, Cleto ou Anacleto, Clemente (91-100),
Evaristo, Alexandre (109-119), Sixto I (119-127), Telesforo (127-138), Higino (139-142), Pio I (142-157),
Aniceto (157-168), Soter (168-177), Eleutero (177-193). Estas datas são aproximadas e temos poucas
informações do seu pontificado.
Vitor (193--202). Parece ser o primeiro a procurar estabelecer a autoridade papal além das fronteiras
de sua igreja.
Cipriano. Bispo em Cartago durante o pontificado de Cornêlio e Estevão, contribuiu bastante para
fortalecer a autoridade do bispo de Roma. Defendeu as reivindicações petrinas (Mt:16:18) sem entretanto
colocar o papa sobre os demais bispos.
Estevão (253-257). Procurou forçar as demais igrejas a seguir o costume romano quanto ao cálculo da
data da páscoa.
Um outro elemento que contribuiu para fortalecer a posição de Roma neste período foi a crescente
prática das igrejas rurais ou de pequenas cidades serem relacionadas a alguma igreja em cidade grande ou
incorporadas num sistema diocesano. Esta prática começou no II século como resultado do sistema missionário
das igrejas mães.
→ A coroação de Carlos Magno. Abriu a história política e eclesiástica da Europa um novo período,
no qual os dois poderes o civil e o papal aparecem intimamente ligados, em busca de ideal comum de poderio
e domínio.
Leão III (795-816). O período começa com Leão III assentado na cadeira pontificial. Foi ele quem
colocou Carlos Magno como imperador no ano 800.
Estevão IV (816-817). Este papa coroou o Rei Luiz o Pio, em Roma ato que elevou ainda mais a
posiçao do papa.
Gregório IV (827-844). Foi nos dias desse papa que apareceram falsos documentos a favor da
prerrogativa papal. Gregório defendeu Roma contra os sarracenos.
Nicolau I (858-867). Ascendeu a cadeira papal num momento de agitação e desordens, aproveitando-
se dos documentos falsos a favor da absoluta soberania e irresponsabilidade do papado, procurou firmar os
direitos de supremacia do papa e de sua jurisdição suprema.
Adrião II (867-872). Trabalhou principalmente à sombra a influencia atingida pelo seu antecessor.
João VIII (872-882). O maior problema durante o papado de João VIII foi a ameaça sarracena,
forçando-o a pedir ao novo imperador Carlos a sua proteção, mas Carlos e o papa aceitou o tratado humilhante
com os sarracenos.
O período de 882 a 903 caracteriza-se pela torpe degradação do poder papal. O poder papal
enfraqueceu-se notadamente. As eleições pontifícias feitas nesse período são memoráveis pela torpeza que as
acompanhou. O papa Formoso subiu ao poder em 891 e, dois anos depois de sanguinolento pontificado,
morreu, provavelmente envenenado.
Estevão VI, foi aprisionado e morto. E depois foi eleito o Papa Marino, cujo pontificado durou apenas
meses. João X, feito papa, procurou abrogar os atos de Estevão, e de fato abrogou muitos deles. Leão V, depois
de um breve pontificado, foi morto por seu próprio capelão seu sucessor, Mas ao assassino coube o mesmo fim
trágico, decorrido apenas oito meses.
No período de 903 a 963 Com Sergio III, começa a influência perniciosa de uma aventureira de alta
linhagem sobre o governo papal. De 936 a 956 o papado esteve sob inf1uência de Alberico que nomeou quatro
papas. Um filho do mesmo, sob o nome de João XIII, assumiu o ofício papal sendo o seu pontificado havido
como um dos mais imorais e licenciosos. Este papa morreu assassinado,
Otão, O Grande, fez sentir a sua interferência no papado em 983, com a convocação de um sínodo para
depor o imoral João XIII e substituí-lo por Leão VIII. Durante este período, até 1073, foram nomeados vário
papas e os imperadores ficaram no direito de nomear e controlá-los para evitar a dissolução completa do clero.
Hildebrando (1073). Foi inquestionavelmente o maior estadista eclesiástico da Idade Media. Seu
objetivo foi tornar um fato o domínio universal e absoluto do papado, e sua política subordinou-se
completamente a este propósito. Este papa tomou o nome de Gregório VII.
INTRODUÇÃO6
Como definição inicial podemos utilizar a conceito da palavra monasticismo (do grego monachos,
uma pessoa solitária) é a prática da abdicação dos objetivos comuns dos homens em prol da prática
religiosa. Os praticantes do monasticismo são classificados como monges (no caso dos homens) e monjas
(no caso das mulheres). Ambos podem ser referidos como monásticos e, por norma, vivem na chamada
clausura monástica.
A clausura monástica é uma expressão que se refere à forma como os praticantes recebem o voto
e aceitam não saírem mais do seu mosteiro ou convento.
A clausura tem a finalidade de manter todos os seguidores em um estado de silêncio e oração e de
outros recursos ascéticos para a perfeita união com Deus. Apesar da separação do mundo, seus seguidores
nunca deixaram de se unir intimamente com a humanidade, oferecendo sempre suas orações em forma de
intercessão.
Vida monástica é fundada sobre a renúncia ao mundo, e assim apresenta-se como a renúncia de
uma natureza decaída em prol de sua superação, a fim de encontrar o que está acima desta natureza.
Em outras palavras, o monasticismo contém em si um elemento profundo de heroísmo exaltado,
próprio da vida real e genuína.
Ao mesmo tempo em que se encontra o mais distante deste mundo, mais o monasticismo é capaz
de ajudar este mundo.
Um monge conhece os segredos da alma humana, a atividade das paixões e da imagem da atividade
da graça de Deus, os mistérios e as dificuldades do caminho espiritual.
O monge é alguém que por seu esforço aprendeu muito. Ele é o melhor psicólogo. Ele entende os
fracos, os antagônicos, o coração partido, o oprimido e o traído, os famintos e os sedentos, os perseguidos
e os injustamente insultados.
CONTEXTO HISTÓRICO
O Monasticismo Cristão deve ser compreendido como uma resposta a secularização da igreja.
Porém não apenas aos motivos religiosos que se teve início o movimento. Boa parte de suas raízes são
políticas, sociais, econômicas e culturais. Todos esses motivos citados contribuíam naquela época para
pessoas se refugiarem nos desertos do Egito, levando uma vida de solidão. Nesta época, a crise no Império
Romano era terrível, o Egito era uma das províncias mais ricas do império, mas os altos impostos,
desvalorização da moeda refletiam em todo o caos em que a sociedade estava enfrentando Neste cenário
existia pessoas que fugiam para o deserto para não pagar dívidas, para evitar problemas judiciais ou ainda
como forma de protestar dos problemas sociais contra o governo.
Podemos ainda citar o fato do desenvolvimento da igreja cristã neste momento, porém a difusão
do cristianismo era parcial em apenas algumas cidades deixando um pouco de lado a área rural além de a
própria igreja ter uma visão paganista dos moradores do campo. Esses moradores acabaram se refugiando
também no deserto.
Contudo, o monasticismo foi um produto resultante de todos esses acontecimentos da época.
Muitos padres que buscavam fora da igreja um cristianismo puro saíram para o deserto e lá iniciaram os
trabalhos de divulgação do cristianismo
Por volta do ano de 305, tem se o registro do primeiro movimento, onde Santo Antônio, mais
conhecido como Santo Antão, ao qual podemos considerar como fundador da Vida Monástica une um
grupo de discípulos e decidem renunciar ao mundo e se agrupar entre eles. Esse agrupamento ainda não
contemplava uma visão perfeita de um mosteiro, mas no máximo uma Laura, um agrupamento de
anacoretas submetidos a uma ascese e a um modo de vida relativamente livre. Esta primeira comunidade
foi estabelecida as margens do rio Nilo não longe da fortaleza e Pispir, perto da atual aldeia de Deir-el-
Maimum.
6
https://teologiaaservicoevangelho.wordpress.com/2013/05/26/monasticismo/
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Dentre os principais personagens do movimento, podemos citar quatro figuras marcantes no
monasticismo, em ordem cronológica podemos citá-los: Santo Antônio ou Santo Antão, São Pacômio, São
Bento, São Basílio.
Santo Antônio ou Santo Antão (251 – 356) - Santo Antônio, o qual nasceu em Qeman, ao sul de
Mênfis no ano de 251, numa família cristã abastada. Aos vinte anos, órfão, abre mão de sua herança e
dedica-se a prática do asceticismo. Sua vida e obra foram divulgadas por Atanásio, aumentando a
influência desses padres no Oriente e no Ocidente, sendo comuns peregrinações no deserto para pedir-lhes
conselhos, orações e benção. Morreu com 105 anos de idade.
São Pacômio (290 – 364) - Pacômio nasceu na Alta Tebaida, aldeia Esne, em 292. De família
pagã, foi recrutado com aproximadamente vinte anos para servir ao exército imperial, onde teve contato
com cristãos, favorecendo sua conversão. Tornou-se um anacoreta tendo como guia Palamón. Depois de
sete anos, conta-nos Paládio que Pacômio ao visitar o deserto de Tabenese um anjo lhe teria entregado as
regras para o mosteiro, assim como o lugar do estabelecimento do mesmo. Apesar do misticismo que
envolve a fundação do primeiro mosteiro pacomiano e formulação das regras, fica evidente que Pacômio,
pela sua experiência, percebeu que o individualismo existente e o número cada vez mais elevado de
monges tornava o anacoretismo ineficaz para suprir as necessidades de todos, tanto espiritual como
materialmente.
São Bento de Núrcia (480 – 547 ) - São Bento nasceu em Núrcia, em 480. Quatro anos antes do
seu nascimento foi assassinado o último Imperador romano; a sobrevivência da cultura romana só foi
possível através do trabalho incansável, no campo religioso e cultural, dos monges.
Não há dúvida de que São Bento foi uma grande figura de monge da antiguidade. A vida monástica
ocidental teve seu início com ele. Foi abade e declarado padroeiro principal da Europa, em 1964, pelo
Papa Paulo VI, reconhecendo, assim, a grande colaboração do santo na civilização europeia.
A regra monástica que São Bento escreveu se resume em três palavras: “Ora et labora”; “ora e
trabalha”, que quer dizer que os seus monges deviam levar vida ativa e contemplativa.
São Basílio Magno (330-379) - Basílio de Cesareia, também chamado de São Basílio Magno ou
Basílio, o Grande oi o bispo de Cesareia Mazaca, na Capadócia (atualmente a cidade de Kayseri, na
Turquia). Ele foi um dos mais influentes teólogos a apoiarem o Credo de Niceia e um adversário das
heresias que surgiram nos primeiros anos do cristianismo como religião oficial do Império Romano
Sua habilidade em balancear suas convicções teológicas com suas conexões políticas fez de Basílio
um poderoso advogado da posição nicena.
Ficou conhecido por seu cuidado com os pobres e necessitados. Ele estabeleceu padrões para a
vida monástica com foco na comunidade, na oração e no trabalho manual. Juntamente com São Pacômio,
ele é lembrando como pai do monasticismo Oriental.
MONASTICISMO OCIDENTAL
O Monasticismo ocidental começou sob a forma eremítica e sob a inspiração de Santo Antão. São
Bento de Nurcia tornou-se o patriarca dos monges do ocidente. E criou a base de todo o Monasticismo
Ocidental. Ela estava composta em 73 artigos ou capítulos e a regra cheia de instruções práticas. Enquanto
os orientais se alimentavam mal, bento pregava refeições diárias contendo dois pratos de frutas ou legumes
e vinho. O sono era fixado em 8 horas diárias e cada monge tem sua coberta e seu travesseiro. Dentro da
regra, existem dois pontos onde a cobrança e incessante: o monge deveria permanecer toda a sua vida no
mosteiro em que o monge fez o seu voto ou o seu abade envie-o a outro mosteiro, E a obediência deve ser
MONASTICISMO ORIENTAL
Também conhecido por Monasticismo Bizantino, Cada monastério tinha suas próprias regras e sua
constituição. Geralmente elaborada dentro de sua fundação ao qual refletia as intenções do seu fundador.
Sexo não era segregado e nem se definia a autoridade superior. São Basílio no século V sugeriu as reformas
e a fim de organizar a vida monástica. Segundo suas ideias, os monges deveriam viver em comunidades
onde os bens eram comuns e obedeceria a autoridade de um superior eleito todos deveriam trabalhar orar
e realizar trabalhos sociais Os monges deveriam abrir mão de todos os seus bens antes de ingressar no
monastério, onde teriam uma vida absolutamente comunitária. Qualquer pessoa poderia tornar-se monge,
ou uma monja, em qualquer idade, a menos que se tratasse de um escravo foragido ou de um funcionário
governamental que ainda não tivesse completado seu tempo de serviço. Pessoas casadas precisariam obter
o consentimento do cônjuge. Em tais casos, era comum que ambos fizessem seus votos simultaneamente.
Ele, ou ela, teria que passar todos os seus bens às mãos dos legítimos herdeiros antes de efetuar os votos
definitivos. O noviciado tinha a duração de três anos, após os quais se faziam os votos finais de castidade,
pobreza e obediência.
O abade, chamado de higumene – líder – aou archimandrite – chefe do rebanho – era eleito por
voto de maioria entre os monges. Mas sua eleição tinha que se confirmada pelo bispo local. Quando da
fundação de um novo monastério, o bispo inspecionava e abençoava o local escolhido e aprovava os títulos
de propriedade.
MONASTICISMO E A TEOLOGIA
O Movimento veio em encontro com um momento onde a igreja estava passando uma
transformação. O caminho do cristianismo estava em direção ao cristianismo controlado pelo governo e
neste processo, o monasticismo contribuiu e muito para a manutenção principalmente do ensinamento,
preservação de documentos, evolução de mecanismos para produção de alimentos, deixando os mosteiros
autossuficiente. Com o processo do monasticismo, também surgiram um trabalho muito eficiente da
criação de documentos contendo dados históricos da época. Creio que dentro deste contexto, a importância
para a teologia atual e considerável, pois até hoje muitos dos ensinamentos monásticos são utilizados em
nosso cotidiano.
2. As Cruzadas.
As cruzadas foram expedições organizadas com objetivo de conter o avanço dos muçulmanos, de difundir
a fé cristã e libertar a Terra Santa (região de Jerusalém) das mãos dos muçulmanos. Muitas pessoas, sem terras e
sem proteção dos senhores feudais, ingressaram nas cruzadas. Assim, as cruzadas podem ser entendidas como uma
tentativa de solução para diferentes setores da sociedade: econômicas (objetivo de conseguir terras e riquezas no
Oriente), religiosas (objetivo de libertar Jerusalém dos muçulmanos).
Entre o final do século XI até o século XIII foram organizadas várias cruzadas rumo ao oriente, mas não
tiveram sucesso. Mesmo não tendo alcançado os objetivos propostos, as cruzadas produziram os seguintes efeitos:
reabertura do Mar Mediterrâneo, contatos com novas culturas, aumento de circulação de pessoas e riquezas na
Europa, renascimento comercial e urbano.
AS SETE CRUZADAS
- A primeira cruzada foi anunciada pelo papa Urbano II, era composta de 275.000 dos melhores guerreiros,
para combater os Sarracenos que tinham invadido Jerusalém. Após grande batalha Jerusalém foi reconquistada.
- A Segunda Cruzada foi convocada em virtude das invasões dos Sarracenos às províncias adjacentes ao
reino de Jerusalém. Sob a influência de Luiz VII da França e Conrado III da Alemanha, um grande exército foi
conduzido em socorro dos lugares reconhecido como santos. Enfrentara grandes dificuldades, mas obtiveram
vitória.
- A terceira Cruzada foi dirigida por Ricardo I " Coração de Leão", da Inglaterra e outros como; Frederico
Barbarroxa, Filipe Augusto. Barbarroxa morrerá afogado e Filipe desentendeu-se com Ricardo I e voltou para
França. A coragem de Ricardo I, sozinho, não foi suficiente para conduzir seu exército para Jerusalém. Contudo fez
um acordo para que os cristãos tivessem direito a visitar o santo sepulcro.
- A Quarta Cruzada foi um completo fracasso, porque causou grande prejuízo a igreja cristã. Os cruzados,
se afastaram do propósito de conquistar a Terra Santa e fizeram guerra a Constantinopla, conquistaram-na e
saquearam-na. Constantinopla ficou, posteriomente, a mercê dos inimigos.
- Na Quinta Cruzada, Frederico II, conduziu um exército até a Palestina e conseguiu um tratado no qual
as cidades de Jerusalém, Haifa, Belém e Nazaré, eram cedidas aos cristãos. Porém 16 anos depois a cidade de
Jerusalém foi tomada pelos maometanos.
- A Sexta Cruzada foi empreendida por São Luiz. Invadiu a Palestina através do Egito, mas não obteve
êxito, foi derrotado pelos maometanos e libertado por uma grande soma .
- A sétima Cruzada teve também a direção de São Luiz juntamente com Eduardo I. A rota escolhida foi
novamente a África, porém São Luiz morreu e Eduardo I voltou para ocupar o trono na Inglaterra e a cruzada teve
um fracasso total. Esta foi considerada a última Cruzada, porém houve outras de menor vulto.
Introdução
Estamos acostumados a ouvir notícias sobre o relacionamento hostil entre palestinos e judeus em Israel.
Vez por outra, também tomamos conhecimento de violentos choques entre muçulmanos e adeptos do hinduísmo e
de outras religiões na Índia e em outros países asiáticos. Todavia, mais antigo e mais pleno de conseqüências para
o mundo tem sido o relacionamento tenso - por vezes abertamente belicoso - entre cristãos e muçulmanos há quase
1400 anos. Os atentados terroristas nos Estados Unidos e outros países, as ações militares norte-americanas no
Afeganistão e posteriormente no Iraque, e as iradas manifestações de muçulmanos em muitos países constituem
mais um capítulo dessa longa história de conflitos.
1. O advento do islamismo
O Islamismo ou Islã foi fundado pelo mercador árabe Maomé (Muhammad, c.570-632) no início do século
sétimo da era cristã. Essa que é a mais recente das grandes religiões mundiais sofreu influências tanto do judaísmo
quanto do cristianismo, mas ao mesmo tempo opôs-se firmemente a ambos, alegando ser a revelação final de Deus
(Alá). O livro sagrado do islamismo, o Corão (Qur`an), teria sido revelado pelo próprio Deus a Maomé, o último e
maior dos profetas. A idéia básica do islamismo está contida no seu nome - islã significa "submissão" plena à
vontade de Alá e "muçulmano" é aquele que se submete. Os preceitos centrais dessa religião incluem a recitação
diária de uma confissão ("Não existe Deus senão Alá e Maomé é o seu profeta"), bem como a prática da caridade e
do jejum, sendo este último especialmente importante durante o dia no mês sagrado de Ramadã. O culto é regulado
de maneira estrita. Os fiéis devem orar cinco vezes ao dia, de preferência em uma mesquita ou então sobre um
tapete, sempre voltados para Meca, a cidade sagrada do islã, na Arábia Saudita. Nas sextas-feiras, realizam-se
cerimônias especiais. A peregrinação a Meca ao menos uma vez na vida também é uma prática altamente valorizada.
Desde o início o islamismo foi uma religião aguerrida e militante, marcada por intenso fervor missionário.
Um conceito importante é o de jihad, ou seja, o esforço em prol da expansão do islã por todo o mundo. Esse esforço
muitas vezes adquiriu a conotação de guerra santa, como aconteceu de maneira especial no primeiro século após a
morte de Maomé, em 632. Movidos por um profundo zelo pela nova fé, os exércitos muçulmanos conquistaram
sucessivamente a península da Arábia, a Síria, a Palestina, o Império Persa, o Egito e todo o norte da África. Nesse
processo, o cristianismo foi enfraquecido ou aniquilado em muitas regiões nas quais havia sido extremamente
próspero nos primeiros séculos. Lugares como Antioquia, Jerusalém, Alexandria e Cartago, onde viveram os Pais
da Igreja Orígenes, Cipriano, Tertuliano e Agostinho, foram permanentemente perdidos pelos cristãos. Em 674, os
muçulmanos lançaram os seus primeiros ataques contra Constantinopla, a grande capital cristã do Império
Bizantino.
No ano 711, os mouros atravessaram o estreito de Gibraltar sob o comando de Tarik (daí Gibraltar, isto é,
"a rocha de Tarik") e invadiram a Península Ibérica, ocupando a maior parte do território espanhol. Em seguida,
atravessaram os Pirineus e penetraram na França, mas foram finalmente derrotados por um exército cristão
comandado por Carlos Martelo, o avô de Carlos Magno, na batalha de Tours, em Poitiers, no ano 732. É verdade
que, tanto no Oriente Médio e no norte da África quanto na Península Ibérica, os sarracenos foram relativamente
tolerantes com os cristãos e os judeus. Estes geralmente não eram forçados a se converterem ao islamismo, mas
tinham de pagar um imposto caso não o fizessem. Em todas essas regiões, muitos acabaram aderindo à nova religião.
Em diversas áreas que conquistaram, os seguidores de Maomé criaram grandes centros de civilização, como foi o
caso de Bagdá, do Cairo e da Espanha. O Califado de Córdova foi marcado por notável prosperidade, destacando-
se pela sua belíssima arquitetura, seus elaborados arabescos, seus avanços nas ciências, literatura e filosofia.
2. As Cruzadas
O avanço islâmico teve profundas repercussões para o cristianismo. Como vimos, a Igreja Oriental ou
Bizantina foi seriamente enfraquecida, tendo perdido algumas de suas regiões mais prósperas. A Igreja ocidental ou
romana voltou-se mais para o norte da Europa. Com isso, o cristianismo tornou-se mais europeu e menos asiático
ou africano. Também foi acelerado o processo de separação entre as Igrejas grega e latina. Outro problema para os
cristãos foi a mudança da sua postura com relação à guerra e ao uso da força. Desde o início, os cristãos tinham
aprendido de Cristo e dos apóstolos a prática do amor e da tolerância no relacionamento com o próximo. Agora,
num mundo cada vez mais hostil à sua fé, eles acabaram abandonando muitos de seus antigos valores e passaram a
elaborar toda uma série de justificativas filosóficas e teológicas para legitimar a violência em certas situações. Esse
processo havia se iniciado com a aproximação entre a Igreja e o Estado a partir do imperador Constantino, no quarto
século, tendo se intensificado nos séculos seguintes. Num primeiro momento, legitimou-se o uso da força contra
7
Alderi Souza de Matos, Mackenzie
3. A Reconquista
É verdade que alguns cristãos daquele período tiveram uma atitude mais construtiva em relação aos
islamitas, procurando ir ao seu encontro com o evangelho e não com a espada. Tal foi o caso de alguns dos primeiros
membros das novas ordens religiosas surgidas no início do século XIII, os franciscanos e os dominicanos. O mais
célebre missionário aos muçulmanos foi o franciscano Raimundo Lull (c.1232-1315), de Palma de Majorca, que fez
diversas viagens a Túnis e à Argélia. Todavia, o espírito predominante do período foi o de beligerância não só contra
os muçulmanos, mas mesmo contra grupos cristãos dissidentes, como foi o caso dos cátaros ou albigenses, no sul
da França, aniquilados por uma cruzada entre 1209 e 1229. Também data dessa época o estabelecimento da temida
Inquisição. Na Espanha, a Reconquista tomou ímpeto no século XIII e a partir de 1248 os mouros somente
controlaram o Reino de Granada. Nos séculos XII e XIII, nesse contexto de luta contra os mouros, houve o
surgimento de Portugal como um reino independente.
O Reino de Granada foi finalmente conquistado pelos reis católicos Fernando e Isabel em 1492, o mesmo
ano do descobrimento da América. Após um período inicial de tolerância, foi lançada contra os mouros uma
campanha de terror visando forçar a sua conversão e finalmente, em 1502, todos os muçulmanos acima de catorze
anos que não aceitaram o batismo foram expulsos, assim como havia acontecido com os judeus dez anos antes. Sob
a liderança de Tomás de Torquemada, a Inquisição espanhola, organizada em 1478, voltou-se de maneira especial
contra os mouriscos e os marranos (muçulmanos e judeus convertidos ao cristianismo) acusados de conversão
insincera.
Ao mesmo tempo em que o islamismo sofria essas pesadas perdas na Península Ibérica, obtinha estrondosos
sucessos no Oriente Médio e na Europa oriental. Um novo poder islâmico, os turcos otomanos vindos da Ásia
Central, depois de se estabelecerem firmemente na Ásia Menor, invadiram em 1354 a parte européia do Império
Bizantino, gradualmente estendendo o seu domínio sobre os Bálcãs, em regiões que estiveram há alguns anos nos
noticiários (Sérvia, Bósnia-Herzegovina, Albânia). Em 1453, eles tomaram Constantinopla (hoje Istambul), selando
o fim do antigo Império Romano Oriental e impondo novas e pesadas perdas à Igreja Ortodoxa. Nos séculos XVI e
XVII, os exércitos turcos haveriam de cercar por duas vezes Viena, a capital da Áustria (1529 e 1683).
Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada a um tribunal eclesiástico, vigente
na Idade Média e começos dos tempos modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por
meta prioritária julgar e condenar os hereges. A palavra "herege" significa aquele que escolhe, que professa doutrina
contrária ao que foi definido pela Igreja como sendo matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam contra a
autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma eram considerados hereges.
INQUISIÇÃO é o ato de INQUIRIR: indagar, investigar, pesquisar, perguntar, interrogar judicialmente. Os
hereges seriam os "irmãos separados", os "protestante", os "crentes", os "evangélicos" de hoje.
Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal eclesiástico criado com a finalidade de investigar e punir os
crimes contra a fé católica. Da Enciclopédia BARSA, vol 7, pags. 286-287 extraímos o seguinte: " Heresia, no
sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida de uma escolha pessoal, em oposição a um sistema
comumente aceito e acatado. É uma opinião firmemente defendida contra uma doutrina estabelecida. A Igreja
Católica, no seu Direito Canônico, estabelece uma distinção entre heresia, apostasia e cisma. Assim diz este
documento:
"Depois de recebido o batismo, se alguém, conservando o nome de cristão, nega algumas das verdades que
se devem crer com fé divina e católica ou dela duvida, é HEREGE. Se afasta-se totalmente da fé cristã, é
APÓSTATA. Se recusa submeter-se ao Sumo Pontífice (o Papa) ou tratar com os membros da Igreja aos
quais está sujeito, é CISMÁTICO" (Direito Canônico 1.325, párag. 2). “
Então, por esse raciocínio e decreto de Roma, os milhões de crentes no mundo são hereges e cismáticos
porque negam muitas das "verdades" da fé católica, não se submetem ao Sumo Pontífice, e só reconhecem Jesus
Cristo como autoridade máxima da Igreja. De acordo com o que foi noticiado em janeiro/98 pelos jornais, a Igreja
Católica Romana resolveu abrir os arquivos do Santo Ofício ou Inquisição, colocando-os à disposição dos
pesquisadores. Nesses arquivos constam 4.500 obras sob fatos e julgamentos de quatro séculos da Igreja Católica,
conforme noticiado. A abertura desses processos é de muita valia para os pesquisadores, historiadores e interessados
em conhecer um pouco mais do passado negro da Igreja de Roma. Nem por isso a humanidade deixou de conhecer
as crueldades, as chacinas, o extermínio, as torturas que tiraram a vida de milhões de hereges. Os arquivos do
Vaticano vão mostrar, certamente, com mais detalhes, como foram conduzidos os processos sumários e quais os
métodos usados para obter confissões e retratações. Todavia, a guarda a sete chaves dessas informações não impediu
que o mundo tomasse conhecimento dos crimes cometidos pelos tribunais inquisitórios. A História não pode ser
apagada.
MASSACRES
* O Massacre Em Portugal
Diante dos insistentes pedidos de D. João III, o Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do
Santo Ofício em Portugal. As perseguições foram de tal ordem que o comércio e a indústria na Espanha e em
Portugal ficaram praticamente paralisados. "As execuções públicas eram conhecidas como autos-de-fé. No começo,
funcionaram tribunais da Inquisição nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI ficaram apenas os de
Lisboa, Coimbra e Évora. Depois, somente o da capital do reino, presidido pelo inquisidor-geral. Até 1732, em
Portugal, o número de sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados à morte. Na torre do Tombo, em
Lisboa, estão registrados mais de 36.000 processos". Daí porque os 4.500 processos constantes dos arquivos de
terror do Vaticano - Os Arquivos do Santo Ofício - recentemente liberados aos pesquisadores, não contam toda a
história da desumana Inquisição.
* A Inquisição No Brasil
A Inquisição se instalou no Brasil em três ocasiões: Em 09.06.1591, na Bahia, por três anos; em
Pernambuco, de 1593 a 1595; e novamente na Bahia, em 1618. Há notícia de que no século XVIII Inquisição atuou
no Brasil. Segundo o jornal "Mensageiro da Paz", número 1334, de maio/1998, "cento e trinta e nove" pessoas foram
queimadas vivas, no Brasil, entre os anos de 1721 e 1777. Todos os que confessavam não crer nos dogmas católicos
eram sentenciados. Praticamente a metade dos prisioneiros brasileiros cristãos-novos no século 18 era mulheres. Na
Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira em um processo julgado em Lisboa. A Inquisição
interferiu profundamente na vida colonial brasileira durante mais de dois séculos. Um dos exemplos dessa
interferência era a perseguição aos descendentes de judeus. Os que estavam nessa condição podiam ser punidos
com a morte, confisco dos bens e na melhor das hipóteses ficavam impedidos de assumir cargos públicos".
Para finalizar, se tiver curiosidade e coragem (já aviso que é “pesado”, mas real), veja o vídeo
Métodos de torturas da Inquisição Católica = https://www.youtube.com/watch?v=z_Wfk7kSxyI
"Seria possível", pode alguém perguntar: "que as coisas se tornassem tão negras e tristes, que os espíritos
dos homens, repletos de preguiça e cegos pela superstição, se afundassem ainda mais em morbidez e miséria?"
Infelizmente era isso mais que possível. Ao aproximar-se o ano 1000 da igreja, juntou-se o terror. Pela superstição
do povo, apoderou-se de todos um tal pânico como de certo não se tinha visto até então. Não tinha, porventura, o
Senhor dito que depois de mil anos Satanás sairia da sua prisão, e andaria por toda parte enganando as nações nos
quatro cantos da terra? (Ap 20). E, em vista disto, muitos pensavam que o fim do mundo estava verdadeiramente
próximo.
Houve um ermitão de Turíngia chamado Bernhard, que, mal compreendendo estas palavras da Bíblia,
tomou-as para seu tema, e saiu no ano 960 a pregar a aproximação do julgamento. Havia alguma aparência da
verdade nesta doutrina, e a ilusão influiu no ânimo dos supersticiosos de todas as classes. Monges e ermitões
pregavam a doutrina e, muito antes do ano começar, soava este grito terrível por toda a Europa. O povo
encaminhava-se para a Palestina, deixando as suas terras e as suas casas, ou legando-as, como expiação dos seus
pecados, às igrejas ou aos mosteiros. Os nobres vendiam os seus domínios, e até os príncipes e os bispos iam em
peregrinação, preparando-se para o aparecimento do Cordeiro no monte Sião. Um eclipse do Sol e outros fenômenos
no céu contribuíram para aumentar o terror geral, e milhares de pessoas fugiram das cidades para se refugiar nas
covas e cavernas da terra.
Os terríveis vaticínios, que se hão de realizar no dia do julgamento, pareciam ter-se já cumprido; havia
"sinais no sol, e na lua e nas estrelas, e na terra aperto das nações em perplexidade, pelo bramido do mar e das
ondas, homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo" (Lc 2.25,26). Naquele
ano nem as casas dos ricos, nem as dos pobres foram reparadas, e as terras e vinhas ficaram incultas. Não se
recolheram searas, porque não se tinham feito sementeiras! Não se erigiam novas igrejas ou mosteiros, porque em
poucos meses esperavam não haver sequer seres humanos para freqüentá-los.
Por fim começou o último dia do terrível ano. Quando chegou a noite, poucos eram os que estavam em
condições de procurar as suas camas: os vestíbulos e pórticos das igrejas estavam apinhados de gente que esperavam
ansiosamente e com medo esse julgamento tremendo. Foi uma noite sem sono para toda a Europa. Mas despontou
o outro dia: o sol ergueu-se no firmamento como de costume e lançou o seu brilho sobre um mundo que não tinha
acabado mas que estava cheio de fome; não havia sinais sinistros no céu, nem temores na terra: tudo continuava
como dantes. De todos os corações saiu um suspiro de alívio. A multidão iludida voltou para as suas casas e todos
se entregaram às suas ocupações habituais. O ano do terror tinha passado e o século onze da Era Cristã havia
começado!
Desde o início do 1º Milénio que se fazem previsões do "fim do Mundo" que não se cumpriram e se
arranjaram sempre novas datas pelos tempos até ao século actual.
Um dos primeiros personagens foi Santo Hilário que dizia que o mundo acabaria no ano 365 e S. Martin de
Tours anunciou o fim do mundo no ano 400.
Na passagem do ano 1000 se cometeram muitas loucuras porque as pessoas acreditavam que o mundo ia
acabar.
O Papa Inocêncio III chegou a anunciar a data de fim do mundo no ano 1284 e do mesmo modo se acreditava
que o mesmo estava sucedendo nos anos 1346 e seguintes quando a Peste Negra devastou a Europa, tendo perecido
75 milhões de pessoas em todo o mundo. Seria o prelúdio do fim da Humanidade e não do fim do mundo como se
dizia.
Em 1524 vários astrólogos profetizaram o fim do mundo devido a um dilúvio mundial e o mesmo já se
profetiza para o século actual.
Em 1669 os velhos crentes na Rússia acreditavam que o fim do mundo ocorreria nesse ano e 20.000 deles
se imolaram pelo fogo para se proteger do Anticristo.
Em 1736 o teólogo e matemático britânico William Whitson prevê um dilúvio como o de Noé para o dia 13
desse ano que não se realizou, e no ano 1792 os protestantes da United Society of Believers in Christ's Second
Appearing afirmavam que o mundo terminaria nessa altura...
8
HISTÓRIA DO Cristianismo, A. Knight & W. Anglin
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9 maiores pandemias da história da humanidade - Toda Matéria (todamateria.com.br) copiado em 04/2023
Cinco grandes movimentos de reformas surgiram na igreja; contudo, o mundo não estava preparado para
recebê-los, de modo que foram reprimidos com sangrentas perseguições.
Os Albigenses - "Puritanos" surgiram em 1170 no sul da França. Eles rejeitavam a autoridade da tradição,
distribuíam o Novo Testamento e opunham-se às doutrinas romanas do purgatório, à adoração de imagens e às
pretensões sacerdotais. O papa Inocêncio III, promoveu uma grande perseguição contra eles, e a seita foi dissolvida
com o assassinato de quase toda a população da região.
Os Valdenses - Apareceram ao mesmo tempo, em 1170, com Pedro Valdo, que lia, explicava e distribuía
as Escrituras, as quais contrariavam os costumes e as doutrinas dos católicos romanos. Foram cruelmente
perseguidos e expulsos da França; apesar das perseguições, eles permaneceram firmes, e atualmente constituem
uma parte do pequeno grupo de protestante na Itália.
João Wyclif - Nascido em 1324, Recusava-se a reconhecer a autoridade do papa e opunha-se a ela. Era
contra a doutrina da transubstanciação, considerando o pão e o vinho meros símbolos. Traduziu o Novo testamento
para o Inglês e seus seguidores foram exterminados por Henrique V.
João Huss - Nascido em 1369 foi um dos leitores de Wyclif, pregou as mesmas doutrinas, e especialmente
proclamou a necessidade de se libertarem da autoridade papal. Foi excomungado pelo papa, e então retirou para
algum esconderijo desconhecido. Ao fim de dois anos voltou a convite da igreja para participar de um concílio
católico-romana de Constança, sob a proteção de um salvo-conduto. Entretanto, o acordo foi violado sob o pretexto
de que "Não se deve ser fiel a hereges". Assim João Huss foi condenado e queimado.
Jerônimo Savonarola - Nascido em 1452 foi monge Dominicano, em Florença. A grande catedral enchia-
se de multidões ansiosas, não só de ouvi-lo, mas também para obedecer aos seus ensinos. Pregava contra os males
sociais, eclesiásticos e político de seu tempo. Foi preso, condenado e enforcado e seu corpo queimado na praça de
Florença em 1498.
A Queda de Constantinopla - A queda de Constantinopla, em 1453, foi assinalada como linha divisória
entre os tempos medievais e os tempos modernos. Província após província do grande império foi tomada, até ficar
somente a cidade de Constantinopla, que finalmente, em 1453, foi tomada pelos turcos sob as ordens de Maomé II.
O templo foi transformado em mesquita. Constantinopla ( Istambul ) tornou-se a capital do Império Turco e assim
terminou também o período da Igreja Medieval.
Mesmo que seja costume começar os livros da Reforma tratando sobre a Alemanha e a experiência e a
teologia de Lutero, o fato é que o pano de fundo político e eclesiástico da época pode ser melhor entendido tomando
outros pontos de partida. O que aqui temos escolhido, que poderá parecer estranho, tem contudo certas vantagens.
A primeira delas e que mostra a continuidade entre os desejos reformadores com os pré reformadores, os concílios
e os acontecimentos do século XVI. Lutero não apareceu no meio de um vazio, mas foi o resultado dos sonhos
frustrados de gerações anteriores. E seu protesto tomou a direção que é de todos conhecida, devido em parte às
condições políticas que se relacionavam estreitamente com a hegemonia espanhola.
A segunda vantagem do nosso ponto de partida e que nos ajuda a traçar o marco político dentro do qual
tiveram 1ugar acontecimentos que freqüentemente se descrevem num plano puramente teológico. Catarina de
Aragão, a primeira esposa de que Henrique VIII da Inglaterra repudiou, era filha de Isabel. Carlos V, o imperador
a quem Lutero enfrentou em Worms, era neto da grande rainha espanhola, e portanto sobrinho de Catarina. Felipe
II, o filho de Carlos V e bisneto de Isabel, se casou com sua prima em segundo grau, Maria Tudor, rainha da
Inglaterra e neta de Isabel. Tudo isso, apresentado tão rapidamente pode parecer complicado, mas temos entretanto,
mostrar logo de início, importância de Isabel e sua descendência dentro do processo político e religioso do século
XVI.
Por último, a partir de nossa perspectiva espanhola, este ponto de partida nos ajuda a corrigir várias falsas
impressões que possamos ter recebido de uma história escrita principalmente sob uma perspectiva alemã ou anglo-
saxônica. Durante a época da Reforma, a Espanha era um centro de atividade intelectual e reformadora. Embora
seja certo que a Inquisição foi frequentemente uma força opressora, não é menos certo que em muitos outros países,
tanto católicos como protestantes, havia outras forças na mesma índole. Ademais, muito antes do protesto de Lutero,
os desejos reformadores se haviam instalado em boa parte da Espanha; precisamente graças a obra de Isabel e seus
colaboradores. A Reforma católica, que muitas vezes recebe o nome de Contra-reforma é anterior a protestante, se
não nos esquecermos do que estava acontecendo na Espanha nos tempos de Isabel, e nos primeiros anos de reinado
de Carlos V.
O CONTEXTO IMEDIATO
A Reforma religiosa não nasceu na cristandade, religiosamente enfraquecida, mas no mundo cuja as
exigências espirituais cresciam ao lado de uma total incapacidade da igreja.
Para intendermos o movimento reformista, é necessário inicialmente considerarmos o clima de
inquietude religiosa do fim da idade média: todos se sentiam culpados, e o temor do castigo eterno traduzia-se nas
imagens terríveis dos pintores e dos poetas. A guerra da Duas Rosas e crescente ameaça turca acentuaram nos
indivíduos a culpa e a responsabilidade por tamanhas desgraças. Uma angustia, que caracteriza uma época de fé
profunda, dominou todas as camadas sociais. Nos fins do século XV, difundiu-se a crença de que ninguém entraria
no paraíso depois do Cisma do Ocidente. Pregadores e teólogos populares, preocupados com a gravidade do pecado,
viam os últimos anos da idade Média como o preâmbulo do apocalipse.12
Os movimentos reformistas ocorrem paralelamente ao renascimento, à passagem do feudalismo para o
capitalismo e ao fortalecimento das monarquias nacionais européias. São resultados da nova visão sobre o homem
dada pelo o humanismo, assim como do descompasso entre a consciência crítica dos fieis e desmoralização com a
opulência do auto clero e a formação deficiente do baixo clero13.
OS PRÉ REFORMADORES
JOÃO HUS (1372-1415). Antigo Reformador tcheco. Hus (também escrito Huss) nasceu na aldeia de
Husinec, no sul da Boêmia. Estudou na Universidade de Praga, e em 1398 juntou-se ao corpo docente da Faculdade
de Letras, como preletor. Além disso, fez os votos de sacerdote. Durante estes anos, passou pela conversão, embora
não sejam claros os pormenores. Sua escolha de uma vocação sacerdotal tinha sido motivada, em grande medida,
pelo desejo de prestígio, segurança financeira e convivência na sociedade acadêmica. Como resultado de sua
conversão, Hus adotou um estilo mais simples de vida e manifestou mais interesse por seu crescimento espiritual.
Hus foi nomeado reitor e pregador na capela de Belém, em Praga, o centro do movimento da Reforma
Tcheca, em 1402. Durante estes anos, muitas das idéias de João Wycliffe influenciaram Huss, especialmente aquelas
que diziam respeito à espiritualidade da igreja. Hus, no entanto, não era exclusivamente um produto da teologia de
Wycliffe, porque teólogos thecos anteriores, tais como Mateus de Janov, também deram forma ao desenvolvimento
teológico de Hus.
Por volta de 1407 Hus estava claramente identificado com os Reformadores. Sua ala evangélica ameaçava
não somente o equilíbrio teológico na Boêmia como também o status quo étnico, ao desafiar o poderio que os
alemães detinham na Igreja Católica Romana na Boêmia.
Em 1409, o papa Alexandre V autorizou o Arcebispo de Praga a erradicar a heresia na sua diocese. Quando
o arcebispo pediu que Hus deixasse de pregar, ele se recusou e foi excomungado em 1410. Quando Hus continuou
a atacar as políticas papais do Grande Cisma e a venda de indulgências, explodiram motins em Praga contra a
hierarquia eclesiástica. Sem apoio do rei, e com o papa ameaçando interditar Praga, Hus deixou a cidade em 1412
para morar no sul da Boêmia.
Em 1414, com a promessa de salvo-conduto, Hus viajou para o Concílio de Constança, onde foi preso e
julgado por heresia. Recusou-se a reconhecer que as acusações contra ele fossem verídicas, a não ser que fossem
comprovadas pelas Escrituras. Mesmo assim, foi condenado como culpado e queimado a estaca, em 6 de julho de
1415.
Os sermões de Hus atacavam os abusos dos clérigos, especialmente a imoralidade e a luxúria do clero. Sua
10
Justo L. González, A Era dos Reformadores, página 19 – 21.
11
Robert H. Nichols, História da Igreja Cristã, página 148 149.
12
Cláudio Vicentino, Gilberto T. Marone, História, página 74.
13
Nicolino Spina, Almanaque Abril 97, página 681.
14
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 280 - 281.
15
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 651 - 652.
ULRICO
MARTINHO LUTERO JOÃO CALVINO JOÃO KNOX
ZUÍNGLIO
DATAS 1483 – 1546 1484 – 1531 1509 – 1564 1514 - 1572
LOCAL DE
Eisleben, Alemanha Alta Toggenburg, Suíça Noyon, França Haddington, Escócia
NASCIMENTO
FORMAÇÃO Leipzing Viena, Basiléia Paris, Órleans St. Andrews
INGRESSO NO
1507 1506 1536
SACERDÓCIO
95 teses; Sobre o
papado romano; Apelo a
Nobreza germânica; Da O primeiro toque do
servidão babilônica da Da liberdade e da As institutas da religião clarim contra o
ESCRITOS igreja; A prisão da escolha de alimentos; cristã; monstruoso governo por
IMPORTANTES vontade; O catecismo Sessenta e sete Comentários sobre 49 mulheres; História da
ampliado; O catecismo conclusões. livros da Bíblia. reforma da religião no
resumido; Estudos sobre reino da Escócia.
Romanos; Estudo sobre
os Gálatas
Principal líder da Reforma alemã. O pai de Lutero pertencia a uma família de camponeses, mas teve êxito
na indústria de mineração, de maneira que teve condições para pagar uma excelente educação para seu filho. Lutero
começou seus estudos na Ratschule, em Mansfeld, e provavelmente freqüentou a Escola da Catedral em Magdeburg,
onde veio a ser influenciado pelos Irmãos da Vida Comum. Completou sua educação secundária na Goergenschule,
em Eisenach, antes de entrar para a Universidade de Erfurt, em 1501. Recebeu o grau de bacharel em 1502 e o de
mestre em 1505. Em consonância com os desejos do pai, começou a estudar Direito quando um encontro com a
morte, durante uma tempestade acompanhada por raios, em julho de 1505, levou-o a fazer o voto de tornar-se
monge.
Enquanto esteve no mosteiro, Lutero começou o estudo sério de Teologia, em Erfurt. Em 1508, foi enviado
a Wittenberg para fazer preleções sobre Filosofia Moral na recém-fundada Universidade de Wittenberg. EM 1509,
voltou a Erfurt, onde continuou seus estudos e deu preleções sobre Teologia. Seus professores em Erfurt seguiam a
teologia nominalista de William de Occam e seu discípulo, Gabriel BieI, que fazia pouco caso do papel da razão na
busca da verdade teológica, dando mais ênfase do que o escolasticismo clássico ao livre arbítrio e ao papel de seres
humanos iniciarem sua própria salvação. Em 1510-11, Lutero viajou para Roma numa missão para sua ordem.
Enquanto estava ali, ficou chocado com o mundanismo dos clérigos e desiludido pela indiferença religiosa deles.
Em 1511, foi enviado de volta a Wittemberg, onde completou seus estudos para o grau de doutor em Teologia, em
HISTÓRIA DA IGREJA - Escola Bíblica Dominical - Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca 51
outubro de 1512. No mesmo ano, recebeu uma nomeação permanente para a cátedra de ensinos bíblicos naquela
universidade.
Entre 1507-12, Lutero passou por intensas lutas espirituais, enquanto procurava merecer a sua própria
salvação através da observância cuidadosa da regra monástica, a confissão constante e a mortificação de si mesmo.
Provavelmente como resultado da influência da piedade popular e dos ensinos do nominalismo, Lutero considerava
Deus como um juiz irado que esperava que os pecadores obtivessem sua própria justiça, cada um por si.
Parcialmente devido a seu contato com o vigário geral de sua ordem, Johann Von Staupitz, e da sua leitura de
Agostinho, mas principalmente por meio do estudo das Escrituras, enquanto preparava suas preleções universitárias.
Lutero mudou paulatinamente o seu conceito de justificação. Sua experiência na torre, quando fez sua maior
descoberta teológica e chegou ao pleno reconhecimento da doutrina da justificação pela fé somente, em geral tem
sido datada antes de 1517. Estudos recentes, no entanto, têm sugerido que Lutero tinha razão quando declarou, perto
do fim da sua vida, que ela não ocorreu senão em fins de 1518. Esta interpretação sustenta que Lutero progrediu
gradualmente na sua compreensão da justificação, desde o conceito nominalista, que dava aos seres humanos um
papel na iniciação do processo à livre graça de Deus, mas que acreditava que, depois da conversão, os seres humanos
podiam cooperar. A doutrina luterana plenamente desenvolvida, que via a justificação como um ato forense em que
Deus declara que o pecador é justo por causa da expiação vicária de Jesus Cristo sem qualquer mérito humano, em
vez de ser um processo que durasse a vida inteira, não foi expressa claramente nos escritos de Lutero antes do seu
sermão Da Justiça Tríplice, publicado perto do fim de 1518.
A Reforma começou em outubro de 1517, quando Lutero protestou contra um grande abuso na venda de
indulgências, em suas Noventa e Cinco Teses. Estas foram traduzidas para o alemão, impressas, e circularam em
todas as partes da Alemanha, dando origem a uma tempestade de protestos contra a venda de indulgências. Quando
a venda das indulgências havia sido seriamente prejudicada, o papado procurou silenciar Lutero. Primeiramente ele
foi confrontado numa reunião da sua ordem, realizada em Heidelberg em 26 de abril de 1518, mas ele usou o debate
de Heidelberg para defender a sua teologia e fazer novos convertidos. Em agosto de 1518, Lutero foi intimado a ir
a Roma e defender-se contra acusações de heresia, embora ele nada tivesse ensinado de contrário a qualquer doutrina
medieval claramente definida. Por ser improvável que Lutero recebesse um julgamento imparcial em Roma, seu
príncipe, Frederico o Sábio, interveio, e pediu que o papado enviasse representantes para debater com Lutero na
Alemanha. Encontros com o Cardeal Cajetan, em outubro de 1518, e com Karl Von Miltitz, em janeiro de 1519,
não puderam obter de Lutero uma retratação, embora este continuasse a tratar com respeito o papa e seus
representantes.
Em julho de 1519, no debate de Leipzig, Lutero questionou a autoridade do papado, bem como a
infalibilidade dos concílios eclesiásticos, e insistiu na primazia das Escrituras. Isto levou seu oponente, Johann Eck,
a identificá-lo com o herege da Boémia do século XV, Jan Hus, num esforço para desacreditar Lutero. Depois do
debate, Lutero tornou-se bem mais franco e expressava suas crenças com convicção cada vez maior. Em 1520,
escreveu três panfletos de grande relevância. O primeiro, Oração à Nobreza Cristã da Nação Alemã, conclamou os
alemães a reformarem a nação e a sociedade, visto que o papado e os concílios eclesiásticos não tinham conseguido
fazê-lo, O segundo, O Cativeiro Babilônico da Igreja, colocou Lutero claramente nas fileiras dos heterodoxos,
porque atacou a totalidade do sistema sacramental da igreja medieval. Lutero afirmava que havia apenas dois
sacramentos, o batismo e a ceia do Senhor ou três, no máximo, sendo que o arrependimento possivelmente tivesse
qualidades de um terceiro — em vez de sete sacramentos. Ele também negou as doutrinas da transubstanciação e
da missa sacrificial. O terceiro panfleto, A Liberdade do Cristão, foi escrito para o papa. Era não-polêmico, e
ensinava claramente a doutrina da justificação pela fé somente.
Até mesmo antes da publicação destes panfletos, uma bula papal de excomunhão já tinha sido lavrada, para
entrar em vigor em janeiro de 1521. Em dezembro de 1520, Lutero demonstrou seu repúdio à autoridade papal,
queimando a bula. Embora tivesse sido condenado pela Igreja, Lutero ainda foi ouvido diante de uma dieta imperial
em Worms, em abril de 1521. Na Dieta de Worms, foi conclamado a retratar-se quanto aos seus ensinos, mas ficou
firme, desafiando, assim, a autoridade do imperador também, sendo que este o submeteu ao interdito imperial e
ordenou que todos os seus livros fossem queimados. Na sua volta de Worms, Lutero foi seqüestrado por amigos
que o levaram ao castelo de Wartburg, onde permaneceu escondido durante quase um ano. Enquanto estava em
Wartburg, escreveu uma série de panfletos atacando práticas católicas, e começou sua tradução da Bíblia para o
alemão. Em 1522, Lutero voltou para Wittemberg para tratar das desordens que tinham irrompido na sua ausência,
e permaneceu ali pelo resto da sua vida. Em 1525, casou-se com Catarina Von Borla, uma ex-freira, que lhe deu
seis filhos. Lutero tinha uma vida familiar extremamente feliz e rica, mas sua vida em geral foi prejudicada por
doenças freqüentes e controvérsias amargas.
Lutero quase sempre respondia a seus oponentes de modo polémico, usando linguagem extremamente
ríspida. Em 1525, quando os camponeses do sul da Alemanha se revoltaram, e rejeitaram seu apelo no sentido de
negociarem pacificamente as suas queixas, Lutero os atacou violentamente num panfleto chamado Contra a Horda
Pai da doutrina e da teologia reformadas e presbiterianas. Calvino nasceu em Noyon, Picardia. Seu pai era
um tabelião que servia o bispo de Noyon e, como resultado, Calvino, embora ainda criança, recebeu uma conezia
na catedral, a qual pagaria as despesas de sua educação. Embora tivesse começado o treinamento para o sacerdócio
na Universidade de Paris, seu pai, por causa de uma controvérsia com o bispo e os clérigos da catedral de Noyon,
resolveu que seu filho deveria tornar-se advogado, e o mandou para Orléans, onde estudou sob a orientação de
Pierre I’Etoile. Posteriormente, estudou em Bourges com o advogado humanista Andrea Alciati. Provavelmente
quando estava em Bourges se tornou protestante.
Com a morte do pai, Calvino voltou para Paris, onde se envolveu com os protestantes e, como resultado,
teve de ir embora e acabou passando algum tempo na Itália e em Basiléia, na Suíca. Nesta última cidade publicou a
primeira edição das Institutas da Religião Cristã (1536). Depois de andar pela França, resolveu ir para Strasbourg,
uma cidade protestante, mas, ao pernoitar em Genebra, no caminho para la, foi abordado por Guilherme Farel, que
tinha introduzido o movimento protestante ali. Depois de muita argumentação, Calvino foi persuadido a ficar ali
para prestar ajuda. Calvino e Fio 1 no en tanto, logo tiveram de enfrentar forte oposição e foram obrigados a sair da
cidade. Calvino foi para Strasbourg, onde permaneceu durante três anos (1538-41), ministrando a uma congregação
de refugiados protestantes franceses. Chamado de volta para Genebra em 1541, permaneceu ali durante o restante
da sua vida como líder da Igreja Reformada.
Enquanto Calvino foi o pastor da Église St. Pierre, tendo passado parte do seu tempo pregando, sua maior
influência veio dos seus escritos. Tanto seu conhecimento de latim como de francês eram bons e seu raciocínio era
lúcido. Escreveu comentários sobre vinte e três dos livros do AT e sobre todos do NT menos o Apocalipse. Além
disso, produziu um grande número de panfletos — devocionais, doutrinários e polêmicos. Perdei, acima de tudo,
suas Institutas passaram por cinco edições, expandindo-se de um volume pequeno com seis capítulos para uma
grande obra de setenta e nove capitules, em 1559. Além disso, Calvino traduziu para o francês as edições originais
em latim. Todas estas obras foram amplamente distribuídas e lidas em todas as partes da Europa
Não somente a influência de Calvino era muito divulgada nos seus próprios dias, através de seus escritos,
mas seu impacto sobre a igreja cristã tem continuado até o dia de hoje. Suas obras foram traduzidas em muitas
línguas diferentes, inclusive em tempos recentes, a tradução das Institutas para o japonês e o português. O resultado
tem sido que seus ensinos teológicos, bem como suas opiniões políticas e sociais, têm exercido forte influência
sobre os cristãos bem como sobre os não-cristãos desde a Reforma17.
Depois de Lutero e Calvino, o mais importante dos primeiros reformadores protestantes. Zuínglio nasceu
em Wildhaus, St. Gallen, na Suiça, e mostrou-se promissor desde cedo em educação. Estudou em Berna e Viena
antes de matricular-se na Universidade de Basíléia, onde foi cativado pelos estudos humanistas. Em Basiléia
16
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 455 - 458.
17
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 228 – 229.
Reformador, teólogo e educador alemão. Nascido em Bretten Bacien formou-se Bacharel em Letras, em
Heidelberg, à idade de quatorze anos, e Mestre em Letras, em Tübingen, com dezesseis anos de idade. Desde cedo.
demonstrou sua perícia na língua grega e estabeleceu sua reputação como excelente gramático, e depois como
humanista bíblico, sendo finalmente incluído no circulo de Erasmo. Tornou-se catedrático na Universidade de
Wittemberg, em 1518. Sua primeira preleção pública estabeleceu uma estreita ligação com Lutero que perdurou
durante a vida dos dois. Em 1519 foi com Lutero para a Disputa de Leipzig. Por volta de 1521, escreveu Loci
Communes, a primeira declaração sistemática de idéias luteranas, que obteve ampla circulação, devido a seu estilo
claro e tom conciliador - duas características de Melanchthon que eram típicas de seus escritos e muito úteis em
seus contatos com outros luteranos, protestantes e católicos romanos.
Em 1528, seus Artigos de Visitação para as escolas foram promulgados como lei na Saxônia, e sua obra
como educador público passou a ser uma dimensão adicional na sua vida. Pelo menos cinquenta e seis cidades
procuraram a sua ajuda na reforma de suas escolas. Ele ajudou a reformar oito universidades e a fundar outras
quatro. Escreveu numerosos livros didáticos para uso nas escolas e mais tarde foi chamado o Instrutor da Alemanha.
18
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 656 – 657.
19
Walter A. Elwell, Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã, página 494 - 495.
CAUSAS RELIGIOSAS
Um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre diversos cristãos europeus. Com
a utilização da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos. A divulgação da
Bíblia e de outras obras religiosas contribuiu para a formação de urna vontade mais pessoal de entender as verdades
divinas, sem a intermediação dos padres. Desse novo espírito de interiorização e individualização da religião, que
levou ao livre exame das Escrituras, surgiram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos
citar, por exemplo, urna corrente religiosa que, buscando apoio na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação
do homem somente era alcançada pela fé. Essas idéias opunham-se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo
Tomás de Aquino, na qual a salvação era alcançada pela fé e pelas boas obras.
Analisando o comportamento do clero, esses cristãos passaram a condenar energicamente uma série de
abusos e de corrupções que estavam sendo praticados. O alto clero de Roma estimulava inúmeros negócios
envolvendo a religião, como, por exemplo, o comércio de relíquias sagradas (espinhos que coroaram a fronte de
Cristo, panos que embeberam o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos Santos etc.). Além do comércio de
relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências isto é, o perdão dos pecados. Assim, mediante certo
pagamento destinado a financiar obras da Igreja, Os fiéis poderiam comprar a sua salvação.
No plano moral, a situação de inúmeros membros da Igreja também era lastimável, sendo objeto de varias
críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges que vivam bêbados
como vagabundos e de bispos que somente acumulavam riquezas pessoais, vendiam os sacramentos e pouco se
importavam com a religião.
CAUSAS SÓCIO-ECONÔMICAS
A Concepção teológica da igreja desenvolvida durante o Período Medieval, estava adaptada ao sistema
feudal, que se baseava na economia fechada e na auto-suficiência dos feudos, onde o comércio subsistia apenas
como atividade marginal. Por isso, a teologia tradicional católica condenava a obtenção do lucro excessivo, da
usura, nas operações de comércio, defendendo a prática do preço justo.
Com o inicio dos tempos modernos, desenvolveu-se a expansão marítima e comercia!, e dentro desse novo
contexto a moral econômica da Igreja começou a entrar em choque com a atividade da grande burguesia. Essa
classe, empenhada em desenvolver ao máximo as atividades comerciais, sentia-se incomodada com as concepções
tradicionais da igreja, que taxava de pecado a busca impetuosa do lucro. Assim, essa burguesia começou a sentir
necessidade de uma nova ética religiosa, mais adequada ao espírito do capitalismo comercial. Essa necessidade
ideológica da burguesia foi satisfeita, em grande parte, com a ética protestante, que surgiria com a Reforma..
Convém frisar, entretanto, que nem todos os líderes reformistas estavam dispostos a incentivar as práticas do
capitalismo. É o caso, por exemplo, de Lutero, que condenava severamente o luxo e a usura, propondo para os
cristãos um ideal de vida modesto, em que não existiria a ansiedade pelo lucro e a vaidade pelas riquezas materiais.
CAUSAS POLÍTICAS
20
Earle E. Cairns, O Cristianismo através dos Séculos, página 221.
Nem todos os ramos do protestantismo, parecem ter tido forte influência depois da Reforma. O ramo do
calvinismo foi, ao que parece um dos mais fortes, inclusive na Alemanha, e a religião Reformada, mais do que
outras, parece ter promovido o desenvolvimento do espírito do capitalismo, no Wupperthal como em outras regiões.
Muito mais do que o luteranismo, como bem o provam comparações, tanto genéricas como específicas, e como
parecem prová-lo estudos feitos no Wupperthal.22
Todo o mundo protestante desde os tempos da Reforma, tem se dividido em duas grandes famílias de igrejas
– a Luterana, incluindo todas aquelas que receberam sua impressão característica do grande homem cujo nome
exibem; a Reformada, incluindo todas aquelas que, em contrapartida, derivaram seu caráter de Calvino.23
Durante a Reforma a Bíblia passou a ser a única fonte legítima a nortear a fé e a prática. Os reformadores
basearam—se no método literal da escola antioquina e dos vitorinos. A Reforma foi uma época de distúrbios sociais
e eclesiásticos, mas, como destacou Ramm, foi essencialmente uma reforma hermenêutica, uma reforma da maneira
de ver a Bíblia.
Há dois princípios desenvolvidos pelos reformadores, tanto bíblicos como da máxima importância, que são
especialmente suscetíveis a abuso em tempo de excitação popular.
O primeiro consiste no direito de juízo privado. Este, como entendido pelos reformadores é o direito de todo
homem decidir o que a revelação feita a ele por Deus requer que ele creia. Foi um protesto contra a autoridade
pretendida pela igreja (isto é, os bispos), de decidir pelo povo em que este devia crer. Era muito natural que os
fanáticos, ao rejeitar a autoridade da igreja, rejeitassem também toda a autoridade externa em questões de religião.
Entenderam por direito de juízo privado o direito de todo homem determinar em que deve crer à luz das operações
de sua própria mente e à luz da experiência pessoal, independentemente das Escrituras. Mas, como é palpavelmente
absurdo esperar, no tema como o de religião, com uma convicção que seja satisfatória a nós mesmos e autoritativa
para outros, à luz de nossa própria razão ou sentimentos, era inevitável que estas convicções subjetivas se referissem
a uma fonte supernatural. Revelações privativas, um luz interior, o testemunho do Espírito, viriam a ser exaltados
acima da autoridade da Bíblia.
Em segundo lugar, os Reformadores ensinaram que a religião é uma matéria do coração, que a aceitação
que alguém faz de Deus não depende de sua condição de membro em alguma sociedade externa, da obediência aos
seus oficiais e da assídua observância de seus ritos e ordenanças; mas dá regeneração de seu coração, bem como de
sua fé pessoal no filho de Deus, manifestando-se numa vida santa. Esse foi um protesto contra o principio
fundamental do romanismo de que todos os que tomam parte da organização externa à qual os romanistas chama
de igreja estão salvos; e todos os de fora estão perdidos. Não causa surpresa que homens maus tenham torcido este
princípio como fazem com todas as demais verdades, para sua própria destruição. Visto que a religião não consiste
no que é externo, muitos chegaram à conclusão de que o externo - a igreja, suas ordenanças, seus oficiais, seu culto
– era destituído de valor. Esses princípios foram logo aplicados além da esfera da religião. Os que se consideram
instrumentos de Deus, emancipados da autoridade da Bíblia e exaltados acima da igreja, comparecem para
reivindicar isenção da autoridade do estado. A grave e duradoura opressão dos camponeses contribuiu grandemente
para tal insurreição, de modo que o espírito de fanatismo e revolta rapidamente eclodiu por toda a Alemanha, Suíça
e Holanda24.
21
Gilberto Cotrim, História Geral, página 127 – 128.
22
Max Weber, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, página 26.
23
Alexander A. Hodge, Confissão de Fé de Westminster Comentada, página 29.
24
Charles Hodge, Teologia Sistemática, página 60 - 61.
a) MUDANÇAS GEOGRÁFICAS
O conhecimento geográfico do homem medieval sofreu mudanças fundamentais entre 1492 e 1600. A
civilização do mundo antigo é tida como potâmica, por estar ligada aos sistemas fluviais do mundo antigo. A
civilização da Idade Medieval tem sido chamada de talássica, por ter-se desenvolvido em torno dos mares
Mediterrâneo e Báltico. Em 1517 as descobertas de Colombo e de outros exploradores inauguraram uma época de
civilização oceânica, em que os mares do mundo tornaram-se as estradas do mundo. Ao tempo em que Lutero
traduzia o Novo Testamento para o alemão, em 1522, o navio de Magalhães completava a sua volta ao mundo. As
rotas rnarítimas para as riquezas do Oriente Antigo eram já uma realidade. Países católicos romanos, como
Portugal, França e Espanha, tornaram-se líderes nas navegações, enquanto as nações protestantes, como Inglaterra
e Holanda, logo os alcançariam em exploração e colonização.
Dois continentes novos e ricos do hemisfério ocidental estavam abertos à exploração pelo Velho Mundo.
Espanha e Portugal tinham o monopólio na América Central e na América do Sul, mas a maior parte da América
do Norte, depois de um confronto entre a França e a Inglaterra, acabou por ser a nova terra dos anglo-saxões.
Espanha, Portugal e mais tarde a França, exportaram uma cultura latina com o catolicismo da Contra-
Reforma levado por conquistadores e cléricos a Quebec, no Canada e a America Central e do Sul, formando uma
cultura homogênea. O povo do noroeste europeu exportou a cultura Anglo-Saxônica, ou teotônica, e o
protestantismo pluralista para formar a cultura dos Estados Unidos e do Canadá. Estas culturas tem persistido até o
presente no Hemisfério Ocidental.
b) MUDANÇAS POLÍTICAS
As perspectivas mudaram também no campo político. O conceito medieval de um estado universal estava
dando lugar ao novo conceito de nação estado. Os estados a partir do declino da Idade Media, começaram a se
organizar em bases nacionais. Estas nações-estados, com poder central e com governos fortes, servidas por uma
força militar e civil, eram nacionalistas opondo-se ao domínio de um governo religioso universal. Alguns daqueles
estavam interessados em apoiar a reforma afim de poderem controlar mais efetivamente as igrejas nacionais. A
unidade política do mundo medieval foi substituída pelas nações-estados, todas empenhadas em sua independência
e soberania. A descentralização feudal (prática) do mundo medieval foi substituída por urna Europa fundada sobre
nações-estados centralizadas. Diante da independência de cada estado, o novo princípio do balanço do poder,
orientador das relações internacionais, tomou o seu lugar de importância nas guerras religiosas do século XVI e de
princípios do XVII.
c) MUDANÇAS ECONÔMICAS
Surpreendentemente, algumas mudanças econômicas ocorreram um pouco antes da Reforma. Durante a
Idade Média, a economia dos países da Europa baseava-se na agricultura, sendo que fazia do solo a base da riqueza.
25
Earle E. Cairns, O Cristianismo através dos Séculos, página 359.
26
Earle E. Cairns, O Cristianismo através dos Séculos, página 315.
27
Timothy George, Teologia dos Reformadores, página 306.
d) MUDANÇAS SOCIAIS
A organização social horizontal da sociedade medieval, onde se morria na classe em que se nascia, foi
substituída por uma sociedade organizada sob traços verticais. Era possível a alguém da classe baixa emergir à alta.
Nos tempos medievais, quem fosse filho de servo teria pouquíssimas chances de mudar de condição, exceto se fosse
servir na Igreja. Em 1500, os homens estavam ascendendo, por força dos negócios, a altos níveis sociais. A servidão
estava desaparecendo e uma nova classe média, inexistente na sociedade medieval, formada especialmente por
proprietários livres, pela pequena nobreza da cidade e pela classe mercantil começou a surgir. Em linhas gerais, foi
essa classe média fortalecida que garantiu as mudanças introduzidas pela Reforma no noroeste da Europa.
e) MUDANÇAS INTELECTUAIS
As transformações intelectuais provocadas pelo Renascimento, ao norte e ao sul dos Alpes, criaram um
clima intelectual que favoreceu o desenvolvimento do protestantismo. O interesse pela volta as fontes do passado
levou os humanistas cristãos do norte ao estudo da Bíblia nas línguas originais. Deste modo, as diferenças entre a
Igreja do Novo Testamento e a Igreja Católica Romana tornaram-se claras, para prejuízo da organização eclesiástica,
medieval e papista.
A ênfase renascentista no indivíduo foi um fator preponderante do desenvolvimento do ensino protestante
de que a salvação era uma questão pessoal, a ser resolvida pelo indivíduo em íntima relação com seu Deus, sem a
interferência de um sacerdote como mediador humano. O espírito crítico do renascimento foi usado pelos
reformadores para justificar sua crítica à hierarquia e aos sacramentos, mediante comparação com as Escrituras.
Embora o Renascimento na Itália tivesse contornos humanistas e pagãos, as tendências que gerou foram assumidas
no norte da Europa pelos humanistas e reformadores cristãos e por eles usadas para justificar o estudo da Bíblia no
original como documento básico da fé cristã.
f) MUDANÇAS RELIGIOSAS
A uniformidade religiosa medieval deu lugar, no início do século XVI à diversidade religiosa. A túnica
inconsútil da Igreja Católica Romana, internacional e universal, estava rasgada de novo, como acontecera em 1054,
pelos cismas que resultaram na formação de igrejas protestantes nacionais. Estas igrejas, especialmente a anglicana
e a luterana, estavam em geral sob o controle dos governos das nações-estados. Só depois de 1648 e que as
denominações e a liberdade religiosa surgiram.
A autoridade da igreja Romana foi substituída pela autoridade da Bíblia, de leitura livre a qualquer um. O
crente, individualmente, seria agora o seu próprio sacerdote e o mentor de sua própria vida religiosa em comunhão
com Deus, depois de aceitar seu Filho como seu Salvador, pela fé somente.
Entre a época da descoberta da América, por Colombo, e a fixação das 95 teses na porta da igreja em Wittenberg,
em 1517, por Lutero, transformações surpreendentes aconteceram ou começaram a acontecer. Os padrões estáticos
da civilização medieval foram substituídos pelos padrões dinâmicos da sociedade moderna. As mudanças no setor
religioso não foram as menos importantes que ocorreram na civilização européia ocidental. O cristão é impelido à
reverência quando nota a mão de Deus nos problemas dos homens daquele tempo.28
OS PÓS REFORMADORES
28
Earle E. Cairns, O Cristianismo através dos Séculos, página 221 - 223.
➢ 1520 LUTERANOS;
➢ 1525 ANABATISTAS;
➢ 1534 ANGLICANOS;
➢ 1560 PRESBITERIANOS;
➢ 1612 BATISTAS;
➢ 1787 METODISTAS.
29
Roy B. Zuck, A Interpretação Bíblica , página 57.
Mencionaremos algumas das doutrinas que não tem apoio nas Escrituras Sagradas, e quando foram
implantadas na igreja.
1. DE TODAS AS TRADIÇÕES HUMANAS ensinadas e praticadas pela Igreja Católica Romana, que são contrárias à 310
Bíblia, as mais antigas são as preces aos mortos e o sinal da Cruz. Ambas surgiram 300 anos depois de Cristo .
5. A Adoração a Maria, mãe de Jesus, e o uso do termo, "Mãe de Deus", como aplicado a ela, teve origem no 431
conselho de Eféso em
7. A doutrina do Purgatório foi estabelecida primeiro, por Gregório o Grande, cerca do ano de 593
8. O Latim, como língua das orações e dos cultos nas igrejas, foi também imposto pelo Papa Gregório I. 600 anos 600
depois de Cristo . A palavra de Deus proíbe a oração e a pregação em uma língua desconhecida. ( I Cor. 14:9).
9. A Bíblia ensina que oremos a Deus apenas. Na igreja primitiva, nunca houveram orações dirigidas a Maria, nem 600
aos santos mortos. Esta prática começou na Igreja Romana cerca de (Mateus 11:28; Lucas 1:46; Atos 10: 25-26; 14:
14-18).
10. O Papado é de origem pagã. O título papa ou bispo universal, foi dado ao bispo de Roma, pelo cruel imperador 610
Phocas, primeiramente no ano de .
Ele deu-lhe este nome com o objectivo de causar um descontentamento ao Bispo Ciriacus de Constantinopla, que
justamente o excomungou por ter causado a morte do seu antecessor, imperador Mauritus. Gregório I, o então bispo
de Roma, recusou o título, mas o seu sucessor, Bonifácio III, foi o primeiro a assumir o título de "papa." Nota: - Não há
qualquer menção nas Escrituras, nem na história, que afirme que Pedro em algum momento esteve em Roma,
tão pouco que ele fora papa lá por 25 anos; Clemente, 3º Bispo de Roma, ressalta que não há nenhuma
evidência real do século I, para afirmar que Pedro em algum momento tenha estado em Roma.
13. Veneração da cruz, de imagens e relíquias foi autorizada em Isto foi por ordem da Imperatriz Irene de 788
Constantinopla, que causou a extirpação dos olhos de seu próprio filho, Constantino VI, e então convocou um conselho
da igreja, por solicitação do papa de Roma Hadrian I, naquele tempo. Na Bíblia tal prática é simplesmente chamada de
IDOLATRIA, e é severamente condenada. (Leia Êxodo 20:4; 3:17; Deuteronómio 27:15: Salmo 115).
14. A Água Benta, misturada com uma pitada de sal e abençoada pelo padre, foi autorizada em . 850
17. A Canonização dos santos mortos, foi feita pelo Papa João XV. . Na Bíblia todos os crentes e seguidores de 995
Cristo, são chamados de santos. (Leia Romanos 1:7; I Coríntios 1:2).
18. Jejuar às sextas-feiras e durante as Quaresmas, foram tradições impostas no ano de 998
pelos papas, que se disseram interessados pelo comércio de peixe. (bula papal, ou permitir que se coma carne),
algumas autoridades dizem, que começou no ano de 700. Isto é contra o claro ensino do Evangelho. (Leia Mateus
15:10; I Coríntios 10:25; I Timóteo 4:1-3).
19. A Missa foi desenvolvida gradualmente como um sacrifício; passou a ser obrigatória no Século XI.
O Evangelho ensina que o sacrifício de Cristo foi oferecido uma vez para todos, e não é para ser repetido, mas apenas
lembrado na Ceia do Senhor. (Leia Hebreus 7:27; 9:26-28; 10:10-14).
20. O celibato do sacerdócio foi decretado pelo Papa Hildebrand, Bonifácio VII, no ano de 1079
Jesus não impôs nenhuma regra parecida, nem os seus apóstolos. Pelo contrário, São Pedro foi um homem casado, e
São Paulo diz que convém que os bispos tenham mulher e filhos. (Leia I Timóteo 3:2,5, e 12; Mateus 8: 14-15).
21. O Rosário, ou o terço de oração, foi introduzido pelo Pedro o Eremita, no ano de 1090. Copiado dos Hindus e 1090
Muçulmanos
A diversidade de orações é uma prática pagã, e é expressamente condenada por Cristo. (Mateus 6 :5-13).
22. A Inquisição dos hereges foi instituída pelo Conselho de Verona, no ano de 1184. Jesus nunca ensinou o uso da 1184
força para difundir a fé.
23. A venda de Indulgências, usualmente considerada como a compra do perdão que permite indultar o pecado, 1190
começou no ano de O Cristianismo, conforme o que ensina o Evangelho, condena tal comércio, e foi o protesto contra
este tráfico que trouxe à tona a Reforma Protestante no Século XVI.
24. O Dogma da Transubstanciação foi decretado pelo Papa Inocêncio III, no ano 1215
Através desta doutrina, o padre pretende fazer um milagre diário, de transformar uma hóstia no próprio corpo de Cristo,
e então, ele finge comê-Lo vivo na presença do povo durante a Missa. O Evangelho condena tais absurdos; A Ceia do
Senhor é simplesmente um memorial do sacrifício de Cristo. A presença espiritual de Cristo está implicada no
Sacramento. (Leia Lucas 22: 19-20; João 6:35; I Coríntios 11:26).
25. A Confissão dos pecados ao padre, uma vez ao ano, foi instituída pelo Papa Inocêncio III, no Conselho de 1215
Latrão, no ano de . O Evangelho ordena-nos que confessemos os nossos pecados directamente a Deus. (Leia Salmos
51: -10; Lucas 7:48; 15:21; I João 1:8-9).
26. A adoração à Hóstia, foi decretada pelo Papa Honório, no ano de Deste modo, a Igreja Romana adora um Deus 1220
feito pelas mãos do homem. Isto é grossa idolatria, e absolutamente contrária ao espírito do Evangelho. (Leia João
4:24).
27. A proibição da Bíblia aos leigos, e a sua inclusão na lista de livros proibidos pelo conselho de Valência em 1287
Jesus ordena que as Escrituras sejam lidas por todos. (João 5:39; I Timóteo 3:15-17).
28. O Escapulário foi inventado por Simon Stock, um monge inglês, no ano de Trata-se de uma tira de tecido marrom, 1287
com o desenho da Virgem, que supõe conter virtudes sobrenaturais para proteger de todos os perigos, aqueles que as
vestirem sobre a pele nua. Isto é feiticismo.
29. A Igreja Romana proibiu o cálice aos fieis, pela instituição de um tipo só no Conselho de Constância em . O 1414
Evangelho ordena que celebremos a Ceia do Senho com pão e fruto da vide. (Leia Mateus 26:27; I Coríntios 11: 26-
29).
30. A Doutrina do Purgatório foi proclamada como dogma de fé, pelo Conselho de Florença em . 1439
Não existe nenhuma palavra na Bíblia que ensine o purgatório dos padres. O sangue de Jesus Cristo nos purifica
(purga) de todos os pecados. (Leia I João 1:7-9; 2:1-2; João 5:24, Romanos 8:1).
33. O Conselho de Trento, ocorrido no ano de 1545, declarou que a Tradição tivesse autoridade igual à Bíblia 1545
Pela tradição quer dizer os ensinamentos dos homens. Os Fariseus creram do mesmo modo, e Jesus amargamente os
condenou, pois por ensinar tradições humanas, eles negaram os mandamentos de Deus. (Leia Marcos 7:7-13;
Colossenses 2-8; Apocalipse 22:18).
34. Os livros apócrifos também foram incluídos na Bíblia pelo Conselho de Trento, em . Estes livros não foram 1546
reconhecidos como canônicos pela Igreja primitiva (Leia Apocalipse 22: 8-9).
35. O Credo do Papa Pius IV, foi imposto como credo oficial 1560 anos após Cristo e os Apóstolos, em . 1560
Os verdadeiros Cristãos mantêm as Escrituras Sagradas e o Credo dos Apóstolos, como seus únicos credos. Sendo
assim, o credo deles é 1.500 anos mais antigo do que o credo dos Católicos Romanos. (Leia Gálatas 1:8).
36. A Concepção Imaculada da Virgem Maria foi proclamada pelo Papa Pius IX no ano de O Evangelho diz que todos 1854
os homens, com a única excepção de Cristo, são pecadores. A própria Maria, necessitou de um Salvador. (Leia
Romanos 3:23; 5:12; Salmos 51:5; Lucas 1:30; 46-47.)
37. No ano 1870 depois de Cristo, o Papa Pius IX proclamou o dogma da Infalibilidade Papal 1870
Isto é uma blasfémia, e um sinal da apostasia e do anticristo, previstos pelo apóstolo São Paulo. (Leia II
Tessalonicenses 2:2-12; Apocalipse 17:1-9; 13:5-8, 18). Muitos estudiosos da Bíblia vêem o número da besta 666
(Apocalipse 13:18), nas letras Romanas do título Papal: "VICARUS FILII DEI." – V-5, I-1; C-100, I-1; V-5, I-1; L-50, I-1;
D-500, I-1 – Total, 666.
38. O Papa Piu X, no ano de 1907, condenou juntamente com o "Modernismo", todas as descobertas da ciência 1907
moderna, as quais não eram aprovadas pelas Igreja . Pius IX fez a mesma coisa no Sílabo de 1864.
40. No ano de 1931, o mesmo Papa, Pius XI, reafirmou a doutrina a qual Maria era "a Mãe de Deus" Esta doutrina foi 1931
primeiramente inventada pelo o Conselho de Eféso, no ano de 431. Isto é uma heresia, que contradiz as próprias
palavras de Maria. (Leia Lucas 1:46-49; João 2:1-5).
41. No ano de 1950, o último dogma foi proclamado pelo Papa Pius XII, a Assunção da Virgem Maria ao céu 1950
O HOLOCAUSTO
[Do grego holokauston, de hólos, completo + kaio, eu queimo] = Sacrifício levítico que consistia na queima
completa da vítima animal sobre o altar. Quando da Segunda Guerra Mundial, o termo passou a designar a
matança sis-temática dos judeus pela Alemanha de Hitler
O Holocausto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1941 e 1945. Na época do Holocausto,
estima-se que a população judaica mundial fosse de cerca de 11 milhões de pessoas. Portanto, os seis milhões de
judeus mortos representam aproximadamente 55% a 60% da população judaica daquela época. Essa devastadora
perda teve um impacto profundo na comunidade judaica em todo o mundo.
CAUSAS
As causas do Holocausto são complexas e multifacetadas, mas podem ser atribuídas a uma combinação
de fatores históricos, políticos, econômicos e ideológicos. Aqui estão algumas das principais causas:
1. Antissemitismo arraigado: O antissemitismo existia há séculos na Europa e estava enraizado na cultura,
na religião e nas crenças populares.
2. Ascensão do nazismo: O Partido Nazista, liderado por Adolf Hitler, assumiu o poder na Alemanha em 1933,
promovendo uma ideologia de superioridade racial ariana e ódio aos judeus.
3. Crise econômica e instabilidade política: A Alemanha enfrentava dificuldades econômicas após a Primeira
Guerra Mundial, e o descontentamento popular alimentou o crescimento do nazismo.
4. Propagação de teorias eugenistas: Ideias eugenistas sobre purificação racial ganharam popularidade,
buscando eliminar grupos considerados "inferiores" ou "indesejáveis".
5. Políticas de exclusão e perseguição: A implementação de leis discriminatórias restringiu os direitos e
liberdades dos judeus e de outros grupos considerados indesejáveis pelo regime nazista.
6. Propaganda e controle da informação: O governo nazista utilizou propaganda intensiva para difamar os
judeus, espalhando estereótipos negativos e promovendo a ideia de sua eliminação.
7. Guerra e expansão territorial: Com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, a Alemanha nazista
buscou expandir seu domínio, usando a guerra como uma oportunidade para implementar suas políticas
genocidas.
JULGAMENTOS E PENALIDADES
A Alemanha sofreu penalidades e consequências decorrentes do Holocausto e de seus crimes durante a
Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, as principais penalidades e medidas tomadas incluíram:
Julgamentos de Nuremberg: Os principais líderes nazistas foram julgados e condenados por crimes de guerra,
crimes contra a humanidade e crimes contra a paz durante os Julgamentos de Nuremberg, realizados de 1945 a
1946.
1. Reparações e compensações: A Alemanha foi obrigada a pagar reparações e compensações às vítimas do
Holocausto e a outros países afetados pela guerra. Isso incluiu o Acordo de Luxemburgo em 1952 e o
Acordo de Reparação Israelo-Alemão em 1952.
2. Desnazificação: A Alemanha passou por um processo de desnazificação, no qual os membros do Partido
Nazista foram removidos de posições de poder e influência na sociedade alemã.
Essas são apenas algumas das principais penalidades e medidas tomadas em relação à Alemanha após o
Holocausto. É importante ressaltar que o Holocausto teve um impacto duradouro nas relações internacionais e na
consciência global, influenciando políticas de direitos humanos e ações de combate ao racismo e à discriminação
em todo o mundo.
Além da Alemanha, outras pessoas e organizações foram responsabilizadas pelo Holocausto e pelos crimes
cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Alguns exemplos incluem:
1. Membros do alto escalão do regime nazista: Além dos líderes nazistas julgados nos Julgamentos de
Nuremberg, outros membros do alto escalão do regime nazista foram responsabilizados por seus papéis
no Holocausto e em outros crimes de guerra.
2. Oficiais e colaboradores nazistas: Oficiais e colaboradores nazistas que estiveram diretamente envolvidos
na implementação e execução das políticas do Holocausto foram identificados, julgados e condenados em
diferentes países.
3. Organizações nazistas: Além das punições individuais, organizações como as SS (Schutzstaffel) e a Gestapo
(Polícia Secreta do Estado) foram consideradas responsáveis por suas ações durante o Holocausto.
4. Empresas e instituições envolvidas: Algumas empresas e instituições alemãs foram consideradas
responsáveis por sua participação no Holocausto, seja através de trabalho forçado, fornecimento de
materiais ou apoio financeiro ao regime nazista.
5. Colaboradores e cúmplices em outros países ocupados: Indivíduos e organizações em outros países
ocupados pelo regime nazista, que colaboraram ou foram cúmplices nas ações do Holocausto, também
foram responsabilizados por seus atos.
ATUALMENTE
Atualmente, estima-se que a população judaica mundial esteja em torno de 14,7 milhões de pessoas. No
entanto, é importante observar que a população judaica é diversa e está dispersa em diferentes países ao redor
do mundo, com variações em termos de afiliação religiosa, identidade cultural e práticas observadas.
Os países com as maiores populações judaicas atualmente são:
1. Israel: Como o Estado judaico, Israel possui a maior população judaica concentrada em um único país,
com cerca de 6,9 milhões de judeus.
2. Estados Unidos: Os Estados Unidos abrigam a segunda maior população judaica, estimada em cerca de
5,7 milhões de judeus.
3. França: A França possui uma comunidade judaica significativa, com aproximadamente 450.000 a 500.000
judeus.
4. Canadá: O Canadá é o lar de uma comunidade judaica próspera, com uma população judaica estimada em
torno de 400.000.
5. Reino Unido: O Reino Unido também tem uma comunidade judaica substancial, com cerca de 290.000 a
340.000 judeus.
30
https://avozprofetica.webnode.com.br/news/epitome-cronologico-da-hitoria-do-cristianismo/
→ Deve-se considerar que, os acontecimentos aqui descritos são basicamente relacionados em termos de mais ou
menos. Podendo ser questionados e analisados com base relevante da arqueologia no mais esse resumo com
toda certeza é aceito e toleravel pela maioria dos Teologos.
→ Fonte: Revista Defesa da Fé
Nos últimos séculos, nossa atenção dirigir-se-á especialmente para as igrejas que nasceram da
Reforma. Pouco depois da Reforma apareceram três grupos diferentes na igreja inglesa:
➢ Os elementos romanistas que procuravam fazer amizade e nova união com Roma;
➢ O anglicanismo, que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de
Henrique VIII e da rainha Elisabete;
➢ E o grupo protestante radical que desejava uma igreja igual às que se estabeleceram em Genebra e
Escócia. Este último grupo ficou conhecido, cerca do ano de 1654, como "os puritanos", e opunha-
se de modo firme ao sistema anglicano no governo de Elisabete, e por essa razão muitos de seus
dirigentes foram exilados.
* Os puritanos
Os puritanos também estavam divididos entre si: uma parte mais radical, era favorável à forma
presbiteriana; a outra parte desejava a independência de cada grupo local, conhecidos como
"independentes" ou "congregacionais". Apesar dessas diferenças, continuavam como membros da igreja
inglesa.
Na luta entre Carlos I e o Parlamento, os puritanos eram fortes defensores dos direitos populares. No
início o grupo presbiteriano predominava. Por ordem do Parlamento, um concílio de ministros reunido em
Westminster, em 1643, preparou a "Confissão de Westminster" e os dois catecismos, considerados durante
muito tempo como regra de fé por presbiterianos e congregacionais. Após a Revolução de 1688, os
puritanos foram reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito de
organizarem-se independentemente.
Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas, a saber, a Presbiteriana, a
Congregacional, e a Batista.
* A Igreja Episcopal
A igreja, nos Estados Unidos, tomou o nome oficial de Igreja Protestante Episcopal. O crescimento da
igreja Episcopal desde então tem sido rápido e constante. Atualmente conta quase três milhões e meio de
membros.
A igreja Episcopal reconhece estas três ordens no ministêrio: bispos, sacerdotes e diáconos, e aceita
quase todos os trinta e nove artigos da Igreja da Inglaterra, modificados para serem adaptados à forma de
governo norte-americano. Sua autoridade legislativa está concentrada em uma convenção geral que se
reúne cada três anos. Trata-se de dois corpos, uma câmara de bispos e outra de delegados clérigos e leigos
eleitos por convenções nas diferentes dioceses.
* Os Batistas
Uma das maiores igrejas existentes na América do Norte é a denominação Batista, a qual conta
com mais de vinte milhões de membros. Seus princípios distintivos são dois: (1) Que o batismo deve ser
ministrado somente àqueles que confessam sua fé em Cristo; por conseguinte, as crianças não devem ser
batizadas. (2) Que a única forma bíblica do batismo é a imersão do corpo na água, e não a aspersão ou
derramamento.
Os batistas são congregacionais em seu sistema de governo. Cada igreja local é absolutamente
independente de qualquer jurisdição externa, fixando suas próprias regras. Surgiram os batistas
pouco depois da Reforma, na Suíça, e espalharam-se rapidamente no norte da Alemanha e na Holanda.
No princípio foram chamados anabatistas, porque batizavam novamente aqueles que haviam sido
batizados na infância. Na Inglaterra, a princípio, estavam unidos com os independentes ou
congregacionais, mas pouco a pouco tornaram-se um corpo independente. Com efeito, a igreja de Redford,
da qual João Bunyan era pastor, cerca do ano 1660, e que existe até hoje, considera-se tanto batista como
congregacional.
Na América do Norte a denominação batista iniciou suas atividades com Roger Williams, clérigo
da Igreja da Inglaterra expulso de Massachusetts porque se recusou a aceitar as regras e opiniões
* A Igreja Luterana
Depois da Reforma iniciada por Martinho Lutero, as igrejas nacionais que se organizaram na
Alemanha e nos países escandinavos tomaram o nome de luteranas. No início da história da colonização
holandesa da Nova Amesterdã, hoje Nova lorque, que se supôe haja sido em 1623, os luteranos, ainda que
da Holanda, chegaram a essa cidade. Em 1652, solicitaram licença para fundar uma igreja e contratar um
pastor. Entretanto, as autoridades da Igreja Reformada da Holanda opuseram-se a esse desejo, e fizeram
com que o primeiro ministro luterano voltasse à Holanda, em 1657. Os cultos continuaram a ser realizados,
embora não oficialmente. Contudo, em 1664, quando a Inglaterra conquistou Nova Amsterdã, os luteranos
conseguiram liberdade de culto.
Em 1638, alguns luteranos suecos estabeleceram-se próximo ao rio Delaware, e construíram o
primeiro templo luterano na América do Norte, perto de Lewes. Porém a imigração sueca cessou até ao
século seguinte. Em 1710, uma colônia de luteranos exilados do Palatinado, na Alemanha, estabeleceu a
sua igreja em Nova Iórque e na Pensilvânia. No século dezoito os protestantes alemães e suecos emigraram
para a América do Norte, aos milhares. Isso deu motivo à organizaçãodo primeiro Sínodo Luterano na
cidade de Filadélfia, em 1748. A partir daí as igrejas luteranas cresceram, não só por causa da imigração,
mas também pelo aumento natural, sendo que atualmente há aproximadamente nove milhões e meio de
membros nas igrejas luteranas.
* A Igreja Metodista
As igrejas metodistas do Novo Mundo existem desde o ano de 1766, quando dois pregadores
wesleyanos locais, naturais da Irlanda, se transferiram para os Estados Unidos e começaram a realizar
cultos segundo a ordem metodista. Não se sabe ao certo se Filipe Embury realizou o primeiro culto em
sua própria casa em Nova lorque ou se foi Roberto Strawbridge, em Fredrick County, Maryland. Esses
dois homens organizaram sociedades, e, em 1768, Filipe Embury edificou uma capela na Rua João, onde
funciona ainda um templo metodista episcopal. O número de metodistas na América do Norte cresceu.
Por essa razão, em 1769, João Wesley enviou dois missionários, Ricardo Broadman e Tomás Pilmoor, a
fim de inspecionarem a obra e cooperarem na sua extensão. Outros pregadores, sete ao todo, foram
enviados da Inglaterra, dentre os quais se destacou Francisco Asbury, que chegou aos Estados Unidos em
1771. A primeira Conferência Metodista nas colônias foi realizada em 1773, presidida por Tomás Rankin.
Porém, em razão do início da Guerra de Independência, todos os pregadores deixaram o país; exceto
Asbury, e a maior parte do tempo, até que a paz foi assinada em 1783, ele esteve afastado.
Quando o governo dos Estados Unidos foi reconhecido pela Grã-Bretanha, os metodistas da
América do Norte alcançavam o número de quinze mil.
* A Assembléia de Deus
A maior igreja pentecostal de todos os tempos foi fundada a 18 de junho de 1911 na cidade
brasileira de Belém, capital do estado do Pará. Toda a sua história está marcada por fatos sobrenaturais,
acontecimentos evidenciadores da presença do Espírito Santo, o que a coloca como fiel e digna sucessora
da igreja nascida no Dia do Pentecoste.
Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, este ex-pastor da Swedish Baptist Church, (Igreja
Batista Sueca), de Menominee, Michigan, EUA, foram os apóstolos tomados por Deus para o lançamento
das primeiras sementes, o Senhor os aproximou por ocasião de uma convençáo de igrejas batistas
reavivadas, em Chicago, quando sentiram o chamado para terras distantes. Em mensagem profética, o
Senhor lhes falou, mais tarde, na cidade de South Bend, quando pela primeira vez ouviram o nome "Pará".
Consultaram um mapa e souberam, então, que se tratava de uma "Província" (estado) do Brasil.
Empreenderam uma jornada em que muitos acontecimentos surpreendentes se verificaram, constituindo
todos eles evidentes provas de que Deus lhes testava a fé. A 5 de novembro de 1910, os dois suecos
deixavam Nova lorque, a bordo do navio "Clement", oportunidade em que promoveram a evangelização
Denominações Pentecostais:
• Assembleia de Deus - Fundada por Daniel Berg e Gunnar Vingren em 1911, em Belém, Pará.
• Congregação Cristã no Brasil - Estabelecida em 1910 por Luigi Francescon e Louis Francescon, em
São Paulo.
• Igreja do Evangelho Quadrangular - Fundada por Aimee Semple McPherson em 1922, em Chicago,
Estados Unidos, e chegou ao Brasil em 1951.
• Igreja Deus é Amor - Fundada por David Miranda em 1962, em São Paulo.
• Outras: O Brasil para Cristo, Evangélica Nova Vida, Voz da Verdade, Casa da Bênção, Manancial da
Vida, .....
Denominações Neopentecostais:
• Igreja Universal do Reino de Deus - Fundada por Edir Macedo em 1977, no Rio de Janeiro.
• Igreja Internacional da Graça de Deus - Fundada por R.R. Soares em 1980, no Rio de Janeiro.
• Igreja Renascer em Cristo - Fundada por Estevam Hernandes e Sônia Hernandes em 1986, em São Paulo.
• Igreja Mundial do Poder de Deus - Fundada por Valdemiro Santiago em 1998, em Sorocaba, São Paulo.
➢ Igreja Fonte da Vida - teve origem em Goiânia, Goiás, e é liderada pelo apóstolo César Augusto e sua
esposa, bispa Rúbia de Sousa.
➢ Igreja Videira, também conhecida como Comunidade Cristã Videira, teve origem em Goiânia, Goiás.
Ela foi fundada pelo apóstolo Luiz Hermínio.
➢ Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra - teve origem em Brasília, no Distrito Federal, Brasil. Foi
fundada pelo apóstolo Robson Rodovalho em 1992
➢ Comunidade da Graça: Fundada pelo pastor Caio Fábio, a Comunidade da Graça é uma denominação
neopentecostal no Brasil que enfatiza a graça divina, a vida em comunidade e o discipulado cristão.
➢ Comunidade Evangélica Internacional Zona Sul
➢ Comunidade Evangélica Vida Nova
➢ Outras: Igreja Bola de Neve, Plenitude do Trono de Deus, Igreja Cristã Maranata,
A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma federação de igrejas que têm em comum uma história, uma
forma de governo, uma teologia, bem como um padrão de culto e de vida comunitária. Historicamente, a
IPB pertence à família das igrejas reformadas ao redor do mundo, tendo surgido no Brasil em 1859, como
fruto do trabalho missionário da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos.
Suas origens mais remotas encontram-se nas reformas protestantes suíça e escocesa, no século 16,
lideradas por personagens como Ulrico Zuínglio, João Calvino e João Knox. O nome “igreja presbiteriana”
vem da maneira como a igreja é administrada, ou seja, através de “presbíteros” eleitos democraticamente
pelas comunidades locais. Essas comunidades são governadas por um “conselho” de presbíteros e estes
oficiais também integram os concílios superiores da igreja, que são os presbitérios, os sínodos e o Supremo
Concílio. Os presbíteros são de dois tipos: regentes (que governam) e docentes (que ensinam); estes
últimos são os pastores. Atualmente, a Igreja Presbiteriana do Brasil tem aproximadamente 3.840 igrejas
locais, 228 presbitérios, 55 sínodos, 2.660 pastores, 370.500 membros comungantes e 133.000 membros
não-comungantes (menores), estando presente em todos os estados da federação.
Quanto à sua teologia, as igrejas presbiterianas são herdeiras do pensamento do reformador João
Calvino (1509-1564) e das notáveis formulações confessionais (confissões de fé e catecismos) elaboradas
pelos reformados nos séculos 16 e 17. Dentre estas se destacam os documentos elaborados pela
Assembléia de Westminster, reunida em Londres na década de 1640. A Confissão de Fé de Westminster,
bem como os seus Catecismos Maior e Breve, são adotados oficialmente pela IPB como os seus símbolos
de fé ou padrões doutrinários. Outras igrejas presbiterianas adotam documentos adicionais, como a
Confissão Belga e o Catecismo de Heidelberg. O conjunto de convicções presbiterianas, conforme
expostas no pensamento de Calvino, de outros teólogos e dos citados documentos confessionais, é
denominado teologia calvinista ou teologia reformada. Entre as suas ênfases estão a soberania de Deus, a
eleição divina, a centralidade da Palavra e dos sacramentos, o conceito do pacto, a validade permanente
da lei moral e a associação entre a piedade e o cultivo intelectual.
No seu culto, as igrejas presbiterianas procuram obedecer ao chamado princípio regulador. Isso
significa que o culto deve ater-se às normas contidas na Escritura, não sendo aceitas as práticas proibidas
ou não sancionadas explicitamente pela mesma. O culto presbiteriano caracteriza-se por sua ênfase
teocêntrica (a centralidade do Deus triúno), simplicidade, reverência, hinódia com conteúdo bíblico e
pregação expositiva. Na prática, nem todas as igrejas locais da IPB seguem criteriosamente essas normas,
embora as mesmas tenham caracterizado historicamente o culto reformado. Os problemas causados pelo
afastamento desses padrões têm levado muitas igrejas a reconsiderarem as suas práticas litúrgicas e
resgatarem a sua herança nessa área fundamental. Quando se diz que o culto reformado é solene e
respeitoso, não se implica com isso que deva ser rígido e sem vida. O verdadeiro culto a Deus é também
fervoroso e alegre.
Finalmente, a vida das igrejas presbiterianas brasileiras não se restringe ao culto, por importante
que seja. Essas igrejas também valorizam a educação cristã dos seus adeptos através da Escola Dominical
e outros meios; congregam os seus membros em diferentes agremiações internas para comunhão e
trabalho; têm a consciência de possuir uma missão dada por Deus, a ser cumprida através da evangelização
e do testemunho cristão. Muitas igrejas locais se dedicam a outras atividades em favor da comunidade
mais ampla, como a manutenção de escolas, creches, orfanatos, ambulatórios e outras iniciativas de
promoção humana. Cada igreja possui um grupo de oficiais, os diáconos, cuja função primordial é o
exercício da misericórdia cristã. O presbiterianismo tem uma visão abrangente da vida, entendendo que o
evangelho de Cristo tem implicações para todas as áreas da sociedade e da cultura.
31
http://www.ipb.org.br/portal/historia/75-oqueeipb
1. Igreja Presbiteriana do Brasil = A IPB é a mais antiga denominação reformada do país, tendo sido fundada
pelo missionário Ashbel Green Simonton (1833-1867), que aqui chegou em 1859. Mais tarde, ao longo do século
20, surgiram outras igrejas congêneres que também se consideram herdeiras da tradição calvinista. Elas são as
seguintes, por ordem cronológica de organização: Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (1903), com sede em
São Paulo; Igreja Presbiteriana Conservadora (1940), com sede em São Paulo; Igreja Presbiteriana Fundamentalista
(1956), com sede em Recife; Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil (1975), com sede em Arapongas, Paraná, e
Igreja Presbiteriana Unida do Brasil (1978), com sede no Rio de Janeiro. www.ipb.org.br
2. Igreja Presbiteriana Independente do Brasil = Surgiu em 1903 como uma denominação totalmen-te nacional,
sem vinculação com igrejas estrangeiras. Resultou do projeto nacionalista do Rev. Eduardo Carlos Pereira (1856-
1923), que entrou em conflito com o Sínodo da IPB em torno das questões missionária, educacional e maçônica.
Em 1907, a IPI tinha 56 igrejas e 4.200 membros comungantes. Fundou um seminário em São Paulo. Em 1908 foi
instalado o seu Sínodo, inicialmente com três presbitérios; em 1957 foi criado o Supremo Concílio, com três sínodos,
dez presbitérios, 189 igrejas locais e 105 pastores. O Estandarte, fundado em 1893, é até hoje o jornal oficial. Após
o Congresso do Panamá (1916), a IPI aproximou-se da IPB e das outras igrejas evangélicas. A partir de 1930, surgiu
um movimento de intelectuais (entre eles o Rev. Eduardo Pereira de Magalhães, neto de Eduardo C. Pereira) que
pretendia reformar a liturgia, certos costumes eclesiásticos e até mesmo a Confissão de Fé. A questão eclodiu no
Sínodo de 1938. Um grupo organizou a Liga Conservadora, liderada pelo Rev. Bento Ferraz. A elite liberal retirou-
se da IPI em 1942 e formou a Igreja Cristã de São Paulo.
3. Igreja Presbiteriana Conservadora = Foi fundada em 11-02-1940 pelos membros da Liga Conservadora da
IPI, sob a liderança do Rev. Bento Ferraz. Outros líderes conhecidos foram o Dr. Flamínio Fávero, o Rev. Rafael
Pages Camacho, ex-pastor da 2ª I. P. Independente de São Paulo, e o Rev. Francisco Augusto Pereira Júnior. Em
1957, contava com mais de vinte igrejas, em quatro estados. Tem um seminário em Riacho Grande, município de
São Bernardo do Campo. Seu órgão oficial é O Presbiteriano Conservador (1940). Por alguns anos foi filiada à
Aliança Latino-Americana de Igrejas Cristãs e à Confederação de Igrejas Evangélicas Fundamentalistas do Brasil.
Hoje tem cerca de oitenta igrejas e congregações, em dez estados da federação. Sua sede nacional está localizada
em São Paulo.
4. Igreja Presbiteriana Fundamentalista = Na década de 1950, Israel Furtado Gueiros, pastor da histórica 1ª
Igreja Presbiteriana de Recife (1878) e ligado ao Concílio Internacional de Igrejas Cristãs, fundado por Carl
McIntire, liderou uma campanha contra o Seminário do Norte sob a acusação de modernismo. Gueiros fundou outro
seminário e foi deposto pelo Presbitério de Pernambuco em julho de 1956. Em 21 de setembro do mesmo ano foi
organizada a IPFB com quatro igrejas locais (incluindo elementos batistas e congregacionais), que formaram um
presbitério com 1800 membros. A pequena denominação tem igrejas no Nordeste, na Amazônia e apenas uma no
sul do país. Há alguns anos, a igreja-mãe de Recife retornou à IPB.
5. Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil = Em 1968, como resultado do "movimento de renovação" na IPB,
surgiu em Cianorte, no Paraná, a Igreja Cristã Presbiteriana. Em 1972, um segmento separou-se da IPI para formar
a Igreja Presbiteriana Independente Renovada, em Assis, São Paulo. Em 1975, os dois grupos se uniram, criando a
Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil.
6. Igreja Presbiteriana Unida do Brasil = Foi fundada por elementos que discordaram da postura conservadora
da IPB durante a administração do Rev. Boanerges Ribeiro (1966-1978). Surgiram dois grupos dissidentes. Em
1974, membros do Presbitério de São Paulo criaram a Aliança de Igrejas Reformadas. Em 1978, foi criada a
Federação Nacional de Igrejas Presbiterianas (FENIP), em Atibaia. Em 1983, na cidade de Vitória, a FENIP adotou
o nome de Igreja Presbiteriana Unida do Brasil. Essa igreja adota uma postura teológica liberal e pluralista.
32
Alderi Souza de Matos, http://www.mackenzie.br/10175.html
1. A França Antártica
Os primeiros calvinistas chegaram ao Brasil ainda no começo da sua história. No final de 1555, um grupo
de franceses liderados por Nicolas Durand de Villegaignon instalou-se em uma das ilhas da baía de Guanabara.
Um ano e meio mais tarde, chegou à "França Antártica" um grupo de colonos e pastores reformados enviados
pelo próprio João Calvino, em resposta a um pedido de Villegaignon. No dia 10 de março de 1557 esses evangélicos
realizaram o primeiro culto protestante do Brasil e possivelmente do Novo Mundo. Eventualmente, surgiram
desavenças teológicas entre Villegaignon e os calvinistas. Cinco deles foram presos e forçados a escrever uma
declaração de suas convicções. O resultado foi a bela "Confissão de Fé da Guanabara." Com base nessa declaração,
três dos calvinistas foram executados e outro foi poupado por ser o único alfaiate da colônia. O quinto autor da
confissão de fé, Jacques le Baleur, conseguiu fugir, mas eventualmente foi preso e mais tarde enforcado. Dentre
os que conseguiram retornar para a França estava o sapateiro Jean de Léry, que mais tarde tornou-se pastor e
escreveu a célebre obra Viagem à Terra do Brasil (1578).
2. O Brasil Holandês
A próxima tentativa de introdução do calvinismo no Brasil ocorreu em meados do século XVII através dos
holandeses. No contexto da guerra contra a Espanha, a Companhia das Índias Ocidentais ocupou o nordeste
brasileiro por vinte e quatro anos (1630-1654). O mais famoso governante do Brasil holandês foi o príncipe João
Maurício de Nassau-Siegen, que aqui esteve apenas sete anos (1637-1644). Embora os residentes católicos e
judeus tenham gozado de tolerância religiosa, a igreja oficial da colônia era a Igreja Reformada da Holanda, que
realizou uma grande obra pastoral e missionária. Ao longo dos anos foram criadas 22 igrejas e congregações, dois
presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Além da assistência
aos colonos europeus, a igreja reformada fez um notável trabalho missionário junto aos indígenas. Ao lado da
pregação e ensino, houve a preparação de um catecismo na língua nativa. Outros projetos incluíam a tradução
das Escrituras e a ordenação de pastores indígenas, o que não chegou a efetivar-se. Com a expulsão dos
holandeses, as igrejas nativas vieram a extinguir-se e por um século e meio desapareceram os vestígios do
calvinismo no Brasil.
3. O Protestantismo de Imigração
O protestantismo em geral e o presbiterianismo em particular só puderam estabelecer-se definitivamente
no Brasil após a chegada da família real, em 1808. Em 1810, Portugal e a Inglaterra firmaram um Tratado de
Comércio e Navegação cujo artigo XII pela primeira vez em nossa história concedeu liberdade religiosa aos
imigrantes protestantes. Logo, muitos deles começaram a chegar de diversas regiões da Europa, inclusive
reformados franceses, suíços e alemães. Em 1827, por iniciativa do cônsul da Prússia, foi fundada no Rio de Janeiro
a Comunidade Protestante Alemã-Francesa, que congregava luteranos e calvinistas.
Durante várias décadas, o calvinismo ficou restrito às comunidades imigrantes, sem atingir os brasileiros.
Os poucos pastores reformados ou presbiterianos que por aqui passaram restringiram suas atividades religiosas
aos estrangeiros. Tal foi o caso do Rev. James Cooley Fletcher, um pastor presbiteriano norte-americano que teve
uma longa e frutífera ligação com o Brasil a partir de 1851. Ele deu assistência religiosa a marinheiros e imigrantes
europeus, procurou aproximar o Brasil e os Estados Unidos nas áreas diplomática, comercial e cultural e escreveu
o livro O Brasil e os Brasileiros, publicado em 1857. Através de seus contatos com políticos e intelectuais
brasileiros, Fletcher contribuiu indiretamente para a introdução do protestantismo no Brasil. Foi por sua sugestão
33
Histórico da Igreja Presbiteriana do Brasil (thirdmill.org)
1. Implantação (1859-1869)
O surgimento do presbiterianismo no Brasil resultou do pioneirismo e desprendimento do Rev. Ashbel
Green Simonton (1833-1867). Nascido em West Hanover, na Pensilvânia, Simonton estudou no Colégio de Nova
Jersey e inicialmente pensou em ser professor ou advogado. Alcançado por um reavivamento em 1855, fez a sua
profissão de fé e pouco depois ingressou no Seminário de Princeton. Um sermão pregado por seu professor, o
famoso teólogo Charles Hodge, levou-o a considerar o trabalho missionário no estrangeiro. Três anos depois,
candidatou-se perante a Junta de Missões da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, citando o Brasil como campo
de sua preferência. Dois meses após a sua ordenação, embarcou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12
de agosto de 1859, aos 26 anos de idade.
Em abril de 1860, Simonton dirigiu o seu primeiro culto em português. Em janeiro de 1862, recebeu os
primeiros conversos, sendo fundada a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro. No breve período em que viveu no
Brasil, Simonton, auxiliado por alguns colegas, fundou o primeiro periódico evangélico do país (Imprensa
Evangélica, 1864), criou o Presbitério do Rio de Janeiro (1865) e organizou um seminário (1867). O Rev. Ashbel
Simonton morreu vitimado pela febre amarela aos 34 anos, em 1867 (sua esposa, Helen Murdoch, havia falecido
três anos antes).
Os principais colaboradores de Simonton nesse período foram seu cunhado Alexander L. Blackford, que
em 1865 organizou as Igrejas de São Paulo e Brotas; Francis J. C. Schneider, que trabalhou entre os imigrantes
alemães em Rio Claro, lecionou no seminário do Rio e foi missionário na Bahia; e George W. Chamberlain, grande
evangelista e operoso pastor da Igreja de São Paulo. Os quatro únicos estudantes do "seminário primitivo" foram
eficientes pastores: Antonio Bandeira Trajano, Miguel Gonçalves Torres, Modesto Perestrelo Barros de Carvalhosa
e Antonio Pedro de Cerqueira Leite.
Outras poucas igrejas organizadas no primeiro decênio foram as de Lorena, Borda da Mata (Pouso Alegre)
e Sorocaba. O homem que mais contribuiu para a criação dessas e outras igrejas foi o notável Rev. José Manoel
da Conceição (1822-1873), um ex-sacerdote que tornou-se o primeiro brasileiro a ser ordenado ministro do
evangelho (1865). Conceição visitou incansavelmente dezenas de vilas e cidades no interior de São Paulo, Vale do
Paraíba e sul de Minas, pregando o evangelho da graça.
2. Consolidação (1869-1888)
Simonton e seus companheiros eram todos da Igreja Presbiteriana do norte dos Estados Unidos (PCUSA).
Em 1869 chegaram os primeiros missionários da igreja do sul (PCUS): George Nash Morton e Edward Lane. Eles
fixaram-se em Campinas, região onde residiam muitas famílias norte-americanas que vieram para o Brasil após a
Guerra Civil no seu país (1861-1865). Em 1870, Morton e Lane fundaram a igreja de Campinas e em 1873 o famoso,
porém efêmero, Colégio Internacional. Os missionários da PCUS evangelizaram a região da Mogiana, o oeste de
Minas, o Triângulo Mineiro e o sul de Goiás. O pioneiro em várias dessas regiões foi o incansável Rev. John Boyle,
falecido em 1892.
Os obreiros da PCUS também foram os pioneiros presbiterianos no nordeste e norte do Brasil (de Alagoas
até a Amazônia). Os principais foram John Rockwell Smith, fundador da igreja do Recife (1878); DeLacey Wardlaw,
pioneiro em Fortaleza; e o Dr. George W. Butler, o "médico amado" de Pernambuco. O mais conhecido dentre os
primeiros pastores brasileiros do nordeste foi o Rev. Belmiro de Araújo César, patriarca de uma grande família
presbiteriana.
Enquanto isso, os missionários da Igreja do norte dos Estados Unidos, auxiliados por novos colegas, davam
continuidade ao seu trabalho. Seus principais campos eram Bahia e Sergipe, onde atuou, além de Schneider e
Blackford, o Rev. John Benjamin Kolb; Rio de Janeiro, que inaugurou seu templo em 1874, e Nova Friburgo, onde
trabalhou o Rev. John M. Kyle; Paraná, cujos pioneiros foram Robert Lenington e George A. Landes; e
especialmente São Paulo. Na capital paulista, o casal Chamberlain fundou em 1870 a Escola Americana, que mais
tarde veio a ser o Mackenzie College, dirigido pelo educador Horace Manley Lane. No interior da província
destacou-se o Rev. João Fernandes Dagama, português da Ilha da Madeira. No Rio Grande do Sul, trabalhou por
algum tempo o Rev. Emanuel Vanorden, um judeu holandês.
3. Dissensão (1888-1903)
Em setembro de 1888 foi organizado o Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, que assim tornou-se
autônoma, desligando-se das igrejas-mães norte-americanas. O Sínodo compunha-se de três presbitérios (Rio de
Janeiro, Campinas-Oeste de Minas e Pernambuco) e tinha vinte missionários, doze pastores nacionais e cerca de
60 igrejas. O primeiro moderador foi o veterano Rev. Blackford. O Sínodo criou o Seminário Presbiteriano, elegeu
seus dois primeiros professores e dividiu o Presbitério de Campinas e Oeste de Minas em dois: São Paulo e Minas.
Nesse período a denominação expandiu-se grandemente, com muitos novos missionários, pastores brasileiros e
igrejas locais. O Seminário começou a funcionar em Nova Friburgo no final de 1892 e no início de 1895 transferiu-
se para São Paulo, tendo à frente o Rev. John Rockwell Smith. O Mackenzie College ou Colégio Protestante foi
criado em 1891, sendo seu primeiro presidente o Dr. Horace Manley Lane. Por causa da febre amarela, o Colégio
Internacional foi transferido de Campinas para Lavras, e mais tarde veio a chamar-se Instituto Gammon, numa
homenagem ao seu grande líder, o Rev. Samuel R. Gammon (1865-1928).
A primeira escola evangélica do nordeste foi o Colégio Americano de Natal (1895), fundado por Katherine
H. Porter, esposa do Rev. William C. Porter. Na mesma época, a cidade de Garanhuns começou a tornar-se um
grande centro da obra presbiteriana. Além do trabalho evangelístico, foram lançadas as bases de duas importantes
instituições educacionais: o Colégio Quinze de Novembro e o Seminário do Norte, hoje sediado em Recife. No final
desse período, além de estar presente em todos os estados do nordeste, a Igreja Presbiteriana chegou ao Pará e
ao Amazonas.
No sul, foi iniciada a obra presbiteriana em Santa Catarina (São Francisco do Sul e Florianópolis). A igreja
também iniciou a sua marcha vitoriosa no leste de Minas. O primeiro obreiro a residir em Alto Jequitibá foi o Rev.
Matatias Gomes dos Santos (1901). As igrejas de São Paulo e do Rio de Janeiro passaram a ser pastoreadas por
dois grandes líderes, respectivamente Eduardo Carlos Pereira (1888) e Álvaro Emídio G. dos Reis (1897).
Infelizmente, os progressos desse período foram em parte ofuscados por uma grave crise que se abateu
sobre a vida da igreja. Inicialmente, surgiu uma diferença de prioridades entre o Sínodo e a Junta de Missões de
Nova York. O Sínodo queria apoio para a obra evangelística e para instalar o Seminário, ao passo que a Junta
preferiu dar ênfase à obra educacional, principalmente através do Mackenzie College. Paralelamente, surgiram
desentendimentos entre o pastor da Igreja Presbiteriana de São Paulo, Rev. Eduardo Carlos Pereira, e os líderes
do Mackenzie, Horace M. Lane e William A. Waddell.
Com o passar do tempo, o Rev. Eduardo C. Pereira passou a tornar-se mais radical em suas posições,
perdendo o apoio até mesmo de muitos dos seus colegas brasileiros. Como uma alternativa ao jornal do Rev.
Eduardo, O Estandarte, o Rev. Álvaro Reis criou O Puritano em 1899. Em 1900 foi organizada a Igreja Presbiteriana
Unida de São Paulo, que resultou da fusão de duas igrejas formadas por pessoas que haviam saído da igreja do
Rev. Eduardo. Na mesma época, um novo problema veio complicar ainda mais a situação: o debate acerca da
maçonaria.
Em março de 1902, Eduardo C. Pereira e seus partidários começaram a divulgar a sua Plataforma, com
cinco tópicos sobre as questões missionária, educativa e maçônica. Após pouco mais de um ano de debates
acalorados, a crise chegou ao seu lamentável desfecho em 31 de julho de 1903, durante a reunião do Sínodo. Após
serem derrotados em suas propostas, Eduardo Carlos Pereira e seus colegas desligaram-se do Sínodo e formaram
a Igreja Presbiteriana Independente.
4. Reconstituição (1903-1917)
No início de agosto de 1903, os independentes organizaram o seu presbitério, com quinze presbíteros e
sete pastores (Eduardo C. Pereira, Caetano Nogueira Jr., Bento Ferraz, Ernesto Luiz de Oliveira, Otoniel Mota,
Alfredo Borges Teixeira e Vicente Temudo Lessa). Seguiu-se um triste período de divisões de comunidades, luta
pela posse de propriedades, litígios judiciais. Uma pastoral do Presbitério Independente chegou a vedar aos
sinodais a Ceia do Senhor. O período mais conflitivo estendeu-se até 1906. Nessa época, o Sínodo contava com 77
igrejas e cerca de 6500 membros; em 1907, os independentes tinham 56 igrejas e 4200 comungantes.
O prédio do seminário, no bairro Higienópolis, foi ocupado sem solenidade em setembro de 1899. Os
principais professores eram os Revs. John R. Smith e Erasmo Braga (este a partir de 1901); o membro mais
5. Cooperação (1917-1932)
O maior líder presbiteriano desse período foi o Rev. Erasmo de Carvalho Braga (1877-1932), professor do
Seminário e secretário da Assembléia Geral. Em 1916, participou com dois colegas do Congresso de Ação Cristã
na América Latina, no Panamá. Poucos anos depois, tornou-se o dinâmico secretário da Comissão Brasileira de
Cooperação, entidade que liderou um grande esforço cooperativo entre as igrejas evangélicas do Brasil na década
de 1920. As principais áreas de cooperação foram literatura, educação cristã e educação teológica. Foi fundado
no Rio de Janeiro o Seminário Unido, que existiu até 1932.
Outros esforços cooperativos desse período foram: (1) Instituto José Manoel da Conceição, fundado pelo
Rev. William A. Waddell na cidade de Jandira, perto de São Paulo (1928); visava preparar os jovens que depois
seguiriam para o seminário. (2) Associação Evangélica de Catequese dos Índios (1928), depois Missão Evangélica
Caiuá: idealizada pelo Rev. Albert S. Maxwell e instalada em Dourados, Mato Grosso, num esforço cooperativo
das igrejas presbiteriana, independente, metodista e episcopal.
O Seminário de Campinas correu o risco de ser extinto por causa do Seminário Unido, mas finalmente
superou a crise. Em 1921, o Seminário do Norte foi transferido para o Recife. As principais instituições
educacionais das missões eram o Colégio Agnes Erskine, em Recife; Colégio 15 de Novembro (Garanhuns); Escola
de Ponte Nova (Bahia); Colégio 2 de Julho (Salvador); Instituto Gammon (Lavras); Instituto Cristão (Castro) e
principalmente o Mackenzie College. Os principais periódicos presbiterianos eram O Puritano e o Norte
Evangélico.
Em 1924, a Assembléia Geral encerrou o trabalho missionário em Lisboa. No mesmo ano, Erasmo Braga e
alguns amigos fundaram a Sociedade Missionária Brasileira de Evangelização em Portugal, que enviou para aquele
país o Rev. Paschoal Luiz Pitta e sua esposa Odete. O casal ali esteve por quinze anos (1925-1940), regressando ao
Brasil devido à constante falta de recursos.
Em 1921, morreu o Rev. Antonio Bandeira Trajano. Com ele desapareceu a primeira geração de obreiros
presbiterianos no Brasil, os da década de 1860. Outros obreiros falecidos nesse período foram: Eduardo Carlos
Pereira (1923), Álvaro Reis (1925), Carlota Kemper (1927), Samuel Gammon (1928) e Erasmo Braga (1932). Além
do seu trabalho na área religiosa, vários dos pioneiros presbiterianos deram valiosa contribuição de ordem
6. Organização (1932-1959)
Nas décadas de 1930 a 1950, a IPB continuou a crescer e a aperfeiçoar a sua estrutura, criando entidades
voltadas para o trabalho feminino, mocidade, missões nacionais e estrangeiras, literatura e ação social. O período
terminou com a comemoração do centenário do presbiterianismo no Brasil.
Nessa época, a igreja era constituída dos seguintes sínodos: (1) Setentrional: estendia-se de Alagoas até a
Amazônia, estando o maior número de igrejas no Estado de Pernambuco; (2) Bahia-Sergipe: criado em 1950,
quando o Presbitério Bahia-Sergipe, antigo campo da Missão Central, dividiu-se nos presbitérios de Salvador,
Campo Formoso e Itabuna; (3) Minas-Espírito Santo: surgiu em 1946, abrangendo o leste de Minas e o Espírito
Santo, a região de maior crescimento da igreja; (4) Central: formado em 1928, incluía o Estado do Rio de Janeiro,
bem como o sul e o oeste de Minas Gerais; (5) Meridional: sínodo histórico (1910-47), abrangia São Paulo, Paraná
e Santa Catarina; (6) Oeste do Brasil: foi formado em 1947, abrangendo todo o norte e oeste de São Paulo. No
final da década de 50, foram entregues pelas missões os Presbitérios do Triângulo Mineiro, Goiás e Cuiabá.
Nesse período, as missões norte-americanas continuaram o seu trabalho: (1) PCUS: (a) Missão Norte:
atuou no nordeste, onde o principal obreiro foi o Rev. William Calvin Porter (†1939); o campo mais importante
era o de Garanhuns, onde estavam o Colégio 15 de Novembro e o jornal Norte Evangélico; (b) Missão Leste: atuou
no oeste de Minas e depois em Dourados, Mato Grosso, cuja igreja foi organizada em 1951. (c) Missão Oeste:
concentrou-se mais no Triângulo Mineiro, onde o casal Edward e Mary Lane fundou em 1933 o Instituto Bíblico
de Patrocínio. (2) PCUSA: (a) Missão Central: seus principais campos eram Ponte Nova/Itacira, a bacia do Rio São
Francisco, o sul da Bahia e o norte de Minas.; (b) Missão Sul: atuou no Paraná e Santa Catariana, fundindo-se com
a Missão Central por volta de 1937. O Rev. Filipe Landes foi grande evangelista no Mato Grosso (norte e sul). Em
Rio Verde, Goiás, atuou o Rev. Dr. Donald Gordon, que fundou um importante hospital.
Trabalho feminino: as primeiras sociedades de senhoras surgiram em 1884-85 e as primeiras federações,
na década de 1920. Os primeiros secretários gerais do trabalho feminino foram o Rev. Jorge T. Goulart e as sras.
Genoveva Marchant, Blanche Lício, Cecília Siqueira e Nady Werner. O primeiro congresso nacional reuniu-se na I.
P. Riachuelo, no Rio de Janeiro, em 1941; o segundo congresso realizou-se também no Rio em 1954. A SAF em
Revista foi criada em 1954.
Mocidade: algumas entidades precursoras foram a Associação Cristã de Moços (Myron Clark), o Esforço
Cristão (Clara Hough) e a União Cristã de Estudantes do Brasil (Eduardo P. Magalhães). Benjamim Moraes Filho foi
o primeiro secretário do trabalho da mocidade, em 1938. O primeiro congresso nacional reuniu-se em Jacarepaguá
em 1946, quando foi criada a confederação. Entre os líderes da época estavam Francisco Alves, Jorge César Mota,
Paulo César, Waldo César, Tércio Emerique, Gutemberg de Campos, Paulo Rizzo e Billy Gammon.
Missões Nacionais: em 1940 foi organizada na I. P. Unida a Junta Mista de Missões Nacionais, com
representantes da IPB e das missões norte-americanas. Entre os primeiros líderes estavam Coriolano de Assunção,
Guilherme Kerr, Filipe Landes, Eduardo Lane, José Carlos Nogueira e Wilson N. Lício. Até 1958, a Junta ocupou
quinze regiões em todo o Brasil, com cerca de 150 locais de pregação. Em 1950 foi criada a Missão Presbiteriana
da Amazônia.
Missão em Portugal: os primeiros obreiros foram João da Mota Sobrinho (1911-1922) e Paschoal Luiz Pitta
(1925-1940). Em 1944 a IPB assumiu o trabalho e foi criada a Junta de Missões Estrangeiras, com o apoio das
igrejas norte-americanas. Os primeiros missionários foram Natanael Emerique, Aureliano Lino Pires, Natanael
Beuttenmuller e Teófilo Carnier.
Outras organizações: (a) Casa Editora: começou a ser organizada em 1945, no início da Campanha do
Centenário, sob a liderança do Rev. Boanerges Ribeiro. A primeira sede foi instalada em dependências cedidas
pela I. P. Unida, na Rua Helvetia. (b) Orfanatos: em 1910, a Assembléia Geral planejou um orfanato para Lavras;
em 1919, passou a funcionar em Valença, e em 1929 veio a ocupar uma propriedade da I. P. de Copacabana em
Jacarepaguá. O orfanato foi denominado Instituto Álvaro Reis. (c) Conselho Interpresbiteriano (CIP): foi criado em
1955 para superintender as relações da IPB com as missões e as juntas missionárias dos Estados Unidos. Tinha
mais autoridade que o "modus operandi" de 1917.
Outras igrejas: (a) Igreja Presbiteriana Independente: em 1957, foi criado o Supremo Concílio, com três
sínodos, dez presbitérios, 189 igrejas, 105 pastores e cerca de 30 mil membros comungantes; O
Estandarte continuou a ser o jornal oficial. No final dos anos 30 houve um conflito teológico. Em 1942, um grupo
Para uma versão mais completa, acesse: História da Igreja Presbiteriana do Brasil I (1859-1959)
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