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20/10/2019 Carta às 7 igrejas: Esmirna – Rei Eterno

Carta às 7 igrejas: Esmirna


Eu quero chamar a sua atenção para a mensagem contida no 2º capítulo de Apocalipse. Temos
visto nas últimas semanas o fato de a igreja estar em um mundo pagão, em um ambiente hostil.
E isso é exatamente o que temos nos três primeiros capítulos do livro do Apocalipse. Temos provas
de que a igreja está sob perseguição. Uma perseguição severa.

No capítulo 1, João se apresenta dizendo: “Eu, João, que também sou vosso irmão, e
companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada
Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (v.9).
Era o final do primeiro século, João era o último apóstolo vivo. Permaneceu fiel como um apóstolo e
pregador.
O Senhor o usou para liderar as igrejas da Ásia Menor, atual Turquia. Mas, como ele mesmo
declarou, estava agora no exílio. João foi enviado para uma ilha-prisão, uma colônia penal. Ali ele
era obrigado a quebrar pedras e não tinha nenhuma esperança de escapar.
João diz que ele estava lá por causa de duas coisas: a Palavra de Deus e o testemunho de
Jesus.

Ele foi fiel a proclamar a Palavra de Deus e o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Isto significa que
João foi alvo de perseguição.
Ele foi, certamente, a pessoa mais importante nas sete igrejas da Ásia Menor.
Ele recebeu essas palavras do Senhor: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o
que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a
Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia” (1:11).

Cinco daquelas igrejas receberam uma condenação muito dura, somente escapando Esmirna e
Filadélfia.
Essas duas igrejas não sucumbiram à pressão da hostilidade e do paganismo no qual
estavam inseridas. Eles eram faróis em um mundo escuro de idolatria, paganismo e de
filosofia satânica.

Para cada uma dessas igrejas chega uma carta do próprio Senhor, transcritas no livro de
Apocalipse.
Podemos supor, então, que quando João recebeu o livro de Apocalipse do Espírito Santo, ele fez
cópias completas para cada um dos sete pastores.
Após recebê-las de João, aqueles pastores leram o conteúdo delas para aquelas igrejas.

O contexto é perseguição, mas parece que uma das igrejas recebeu a maior quantidade de
perseguição. Apenas pela leitura através das sete cartas, parece que Esmirna estava
recebendo a maior quantidade de perseguições.
Por quê? Bem, a exceção de Filadélfia, as outras cinco igrejas estavam sucumbindo diante da
pressão do mundo.
No caso da igreja de Éfeso, como vimos na semana passada, ela havia deixado o seu
primeiro amor. Houve um esfriamento no zelo por Cristo. Depois de terem esfriado no seu
amor a Cristo, deixaram de ser uma ameaça às trevas.

As igrejas que não pareciam sofrer perseguições eram igrejas que tinham chegado a uma situação
de acomodação com o mundo. Tolerantes para com o pecado e espiritualmente sem vida. O
mundo tinha entrado na igreja e já exercia algum controle sobre ela.
Mas Esmirna e Filadélfia foram aprovadas pelo Senhor. E quando olhamos para Esmirna, notamos
que era uma igreja extremamente perseguida.

Apocalipse 2
8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi
morto, e reviveu:
9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza ( mas tu és rico ), e a blasfêmia dos que se
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dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.


10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na
prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-
te-ei a coroa da vida.
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano
da segunda morte.

Quando nosso Senhor disse que construiria sua igreja, em Mateus 16, Ele também disse: “As
portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
“As portas do inferno” é uma forma de se falar da morte. O que ele estava dizendo era que Satanás
iria atacar a igreja com força mortal. Literalmente, haveria martírio.
Mas mesmo que a fidelidade ao Senhor exigisse uma caminho de morte do corpo, o poder da morte
e as mãos de Satanás não poderiam dominar a igreja, não prevaleceriam contra ela.
O mundo odeia a Deus, a Cristo, a Palavra de Deus, os seguidores de Cristo, os pregadores
da Escritura; e, consequentemente, a perseguição é uma realidade.
No cenáculo, Jesus disse: “No mundo tereis aflições” (João 16:33). Paulo escreveu: “Todos os
que vivem piamente em Cristo sofrerão perseguições” (II Timóteo 3:12).

Quando Pedro escreveu sua epístola, ele avisou que viriam sofrimentos por causa da Palavra de
Cristo. Ele repete isto nos capítulos 3, 4 e 5 de sua primeira carta.
Ele basicamente disse várias vezes: “Você vai sofrer, você vai sofrer, você vai sofrer”.
Ele disse: “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus,
sofra agravos, padecendo injustamente” (I Pedro 2:19).
Mas também falou: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna
glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará,
fortificará e fortalecerá” (I Pedro 5:10).
A perseguição feroz tem o efeito de aperfeiçoamento, confirmando, fortalecendo e estabelecendo a
igreja. A perseguição não destruiria a igreja, iria torná-la forte.

Eu estive muitas vezes na Europa Oriental, atendendo crentes por trás da antiga “Cortina de Ferro”
[países comunistas] para ministrar em lugares onde os pastores foram presos e enviados para a
Sibéria.
Os cristãos eram perseguidos constantemente, eles não podiam ter acesso a muitos serviços
essenciais e não podiam manter um emprego.
Eles estavam sob terrível vigilância. Eles eram abusados pelas autoridades. O comunismo ateu que
dominou a Europa Oriental voltou-se contra a igreja do Senhor.
Mas, ali eu vi cristãos devotos, dedicados, comprometidos com Cristo, que eram fortes e
confirmados na fé. Exatamente o que Pedro disse o que o sofrimento faz.

A igreja em Esmirna foi purificada pelo sofrimento. Um sofrimento que veio como uma forma
de perseguição.
Ela foi purificada do pecado pelo sofrimento. O preço de ser cristão naquela cidade era muito, muito
alto.
Esmirna ficava a cerca de 60 quilômetros a norte de Éfeso e era um lugar hostil ao Evangelho e a
Deus. Mas Jesus só teve elogios para a igreja.

Historicamente, César era o perseguidor, e este César [título dado aos imperadores romanos] foi um
homem chamado Domiciano.
Ele foi um cruel ditador romano, assassino, que lançou extensas perseguições contra a Igreja,
provocando banhos de sangue.
Ele exerceu forte perseguição contra a igreja do primeiro século, por todo o Império Romano. E ele
desceu com força na cidade de Esmirna.

“E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi
morto, e reviveu” (v.8).
A carta foi dirigida ao anjo da igreja, muito provavelmente um ancião ou um pastor na congregação.
Nas cartas às igrejas, Jesus se apresenta com todos seus atributos descritos no primeiro capítulo de
Apocalipse.
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Na carta à Éfeso Jesus fala sobre si como “aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que
anda no meio dos sete castiçais de ouro” (v.1).
A Esmirna, como “o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu” (v.8).
A Pérgamo, como “o que tem a espada aguda de dois fios” (Apocalipse 2:12)
A Tiatira, como “o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés
semelhantes ao latão reluzente” (Apocalipse 2:18)
A Sardes, como “o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas” (Apocalipse 3:1).
A Filadélfia, como “o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e
ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Apocalipse 3:7).
A Laodicéia, como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”
(Apocalipse 3:14).

A introdução aqui: “O primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”.


São a mesmas palavras que estão no capítulo 1: “Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui
morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém” (1:17-18).
Assim também Cristo está se apresentado em sua magnífica glória. Não há nada semelhante a Ele.

Deus chama a si mesmo de o primeiro e o último (Isaías 41:4; 44: 6 e 48:12). Ele é o Alfa e o
Ômega, o Eterno, que sempre foi e sempre será, o primeiro e o último.
Isto é usado novamente no livro de Apocalipse em referência a Cristo: “Eu sou o Alfa e o Ômega,
o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (22:13).
Isso é para falar da eternidade de Deus e da eternidade de Cristo. O Senhor da igreja é o infinito
Deus eterno, o criador. Não só isso, mas que ‘estava morto e reviveu’.

Você diz: “Espere um minuto, se Deus é eterno, como Ele pôde estar morto para reviver?”.
Só na encarnação de Jesus Cristo, o Eterno Deus vivo entrou no tempo e no espaço sob a forma de
Cristo, para morrer e ressuscitar.
Ele morreu como um homem para remissão do pecado e agora vive. Ele ressuscitou para nos trazer
a justificação.

Há uma declaração interessante sobre isto no livro de Hebreus, que reúne a eternidade de Deus e a
morte de Cristo.
Ele diz em Hebreus 7:16 diz que Cristo ressuscitou pelo poder de uma vida infinita
(incorruptível). Que grande declaração!
A morte não pôde segurá-Lo. O corpo de Jesus morreu e foi para o túmulo. O Filho de Deus
não morreu. E pelo poder daquela vida sem fim, levantou o corpo que morreu em
ressurreição.

Portanto, este é o escritor, que não é outro senão o nosso Senhor Jesus.
Agora, imagine aquela igreja, em Esmirna, sitiada, pobre, oprimida, odiada, desprezada, sentindo-se
pequena e insignificante, sob perseguição, tribulação, enfrentando a possibilidade de martírio e
morte.
Mas, recebendo uma carta do Senhor, sem qualquer crítica ou condenação. Quão reconfortante e
encorajadora foi!

Primeiro de tudo, foi encorajadora porque esta carta veio do Eterno, aquele que conhece todas as
coisas.
Foi encorajadora porque Jesus tinha morrido e ressuscitado, e tem o poder da morte e do inferno
em Suas mãos.
Então, o pior que poderia acontecer com eles, a morte, não poderia segurá-los mais do que pôde
segurar o próprio Jesus.

Não sabemos quando aquela igreja foi fundada. Talvez durante os três anos que Paulo esteve em
Éfeso (cerca 60 quilômetros de distância).
Ela não é mencionada no livro de Atos. A única referência possível é que “todos os que habitavam
na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (Atos 19:10), referindo-se
ao período de Paulo em Éfeso.

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Bem, isso é a Ásia Menor, e que inclui Esmirna. Podemos supor que a pregação da Palavra de Deus
pelo apóstolo Paulo tinha alcançado toda a Ásia Menor. Possivelmente, alguns em Esmirna se
converteram e a igreja nasceu ali.
A vida era muito perigosa para aquela igreja, porque eles não falavam o que todos eram obrigados a
falar: que César é o Senhor.
E não dizer que ‘César é o Senhor’ poderia ser fatal. Execuções em massa de cristãos
ocorreram ao longo daquele primeiro século por esta causa. O testemunho dos cristãos era
“Jesus é o Senhor”. Isso poderia ser uma sentença de morte.

E, a propósito, Esmirna significa “mirra”. É uma palavra grega para mirra.


Mirra era um unguento que vinha de uma árvore espinhosa. Ela era usada para criar fragrâncias que
eram colocadas nos corpos, para cobrir o mau cheiro.
Era uma bela fragrância. Mateus diz que os sábios trouxeram esmirra (ou mirra) para Jesus (Mateus
2:11). O Deus encarnado que veio para morrer na cruz.
Durante a crucificação, ofereceram a Jesus vinho como mirra, mas Ele não tomou (Marcos 15:23).
Possivelmente a mirra tinha algum efeito calmante.
No enterro de Jesus, seu corpo foi coberto de mirra e aloés (João 19:39).
Então Esmirna ou mirra, realmente a mesma coisa, tornou-se uma imagem de sofrimento.

Então aqui está a igreja chamada mirra (Esmirna), que precisa, em certo sentido, ser ungida porque
está enfrentando a morte. Perfeitamente mostra o caráter de uma igreja sofredora, sofrendo todo o
caminho até a morte.
A mirra supostamente tinha de ser esmagada para liberar sua fragrância, para produzir o seu
aroma.
Deus permitiu Satanás esmagar a vida de pessoas na cidade de Emirna (mirra), para enviar
adiante a doçura de sua fragrância para o céu.
Assim como uma criança ferida, talvez escapando em direção a um pai amoroso, então os cristãos
esmagados em Esmirna refugiaram-se em seu Senhor.
Eles estavam sofrendo perseguições. A morte era uma realidade, e eles estavam vindo para Cristo
para conforto e refúgio.

Apocalipse 2
9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico)

Era uma igreja pobre. E ao contrário de Éfeso, eles não abandonaram seu primeiro amor. E
persistiram em amar o Senhor com zelo. E esta deve ter sido a razão de tanta perseguição.
Quanto mais eles adoravam o Senhor, mais problema eles tinham com o mundo.
Era um pequeno grupo de santos que amavam a Cristo. Eram esmagados, impotentes e
perseguidos, mas confortados na presença de seu Salvador.

Esmirna, segundo os historiadores, era a mais bela cidade da Ásia Menor (hoje Turquia). Foi
chamada de ‘a coroa da Ásia Menor’.
Por erro de planejamento, não havia drenos na cidade, esgotos corriam pelas ruas, assim, a
fragrância de Esmirna não era como a da mirra.
Foi reconstruída 290 anos antes de Cristo. Sofreu terremotos, incêndios e guerras. Foi reconstruída
algumas vezes. Hoje ela é uma cidade importante na Turquia chamada Izmir.
Se você for a Éfeso, você não encontrará cidade lá, muito menos uma igreja cristã, apenas
ruínas. Na atual Esmirna há verdadeiros cristãos. Deus removeu o castiçal de Éfeso, mas não
o de Esmirna.
Hoje os cristãos de Esmirna são duramente perseguidos pelos muçulmanos. O contexto não
se alterou.

Na época romana, Esmirna era uma grande cidade com um importante porto. Mesmo com o mau
cheiro dos esgotos, foi relatada por alguns como a cidade ideal na terra.
Era dotada de belas paisagens e foi um antigo centro de medicina.
Esmirna era uma cidade livre. Esteve sempre do lado do vencedor em todas as guerras civis
romanas, por isso manteve a sua liberdade.
Era uma fortaleza de culto ao imperador, por isso é que Roma a deixava em paz.

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Foi o centro de todos os tipos de adoração pagã, tais como a Cibele, Apollo, Asclépio, Afrodite,
Zeus. Todas essas divindades tinham templos em Esmirna.

Todos os anos, cada cidadão de Esmirna tinha que queimar incenso a César e obter um
certificado de que tinha feito isso. Sem este certificado, eles seriam perseguidos por estar
violando a lei suprema em Esmirna.
Este foi o terrível contexto para os cristãos em Esmirna. Eles declaravam que Jesus é o
Senhor e não César.

Cerca de cinquenta anos depois de João, o pastor da igreja em Esmirna, Policarpo, que conhecia
João, foi queimado vivo, quando tinha 86 anos.
A cidade de Esmirna fazia tudo que agradava aos romanos. Se os romanos odiavam o Cristianismo,
ela também odiava.

Havia outra comunidade em Esmirna que odiava o cristianismo: a judaica. Os judeus denunciavam
os cristãos às autoridades, incitando ataques do governo.
Mas Jesus diz a igreja de Esmirna: “Conheço a tua tribulação”. No grego, é usada a palavra
“thlipsis”, que quer dizer “ser esmagado, pressionado”. Esmagamento era a forma de se obter a
mirra.

A perseguição havia chegado por três motivos.


Primeiro, a sua oposição ao culto ao imperador. Desde 200 anos antes de Cristo, Roma havia
personificado ‘Dea Roma’, a própria Roma, como uma deusa, e ela tinha sido construída em
Esmirna.
Roma era uma deusa, e César era deus. Esmirna tornou-se um centro do culto a Roma e a César.
Poderia ser dito lá: “Nós não temos nenhum deus, senão César”. Os cristãos, é claro, se recusaram
a oferecer incenso diante do altar do imperador. Um grande busto do imperador estava lá. Eles não
iriam chamá-lo Senhor, então eles estavam em desacordo com o governo.

Em segundo lugar, a própria adoração pagã. Eles adoravam os deuses que mencionei
anteriormente, e muitos mais – templos, festivais, deuses, deusas, aos milhares; e os cristãos não.
Eles estavam fora de sincronia com a cultura em todos os sentidos.
Em terceiro lugar, houve oposição por causa dos judeus.

Apocalipse 2
9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se
dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.

Os judeus sempre tinham sido uma sinagoga de Deus. Eles comemoravam o fato de que eles
adoravam o único Deus verdadeiro.
Mas, eles rejeitaram o seu Messias; e em rejeitar seu Messias, o Senhor Jesus Cristo, o Judaísmo
realmente se mostrou tão satânico quanto o culto ao imperador, ou o culto de qualquer outro deus
falso, ou a qualquer religião falsa.

Eles eram blasfemadores. O que é blasfêmia? Palavras ditas contra Deus, difamar Deus. Eles
odiavam a Cristo; portanto, eles odiavam a Deus. Eles blasfemavam contra Cristo; portanto, eles
odiavam Deus.
Paulo diz que nem todo o Israel é Israel. Nem todos os judeus são verdadeiros judeus
(Romanos 2:28-296).
Jesus expressou em sua carta a “blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são…”.

Então havia os judeus que odiavam o Evangelho e a Cristo. As sinagogas deles em Esmirna tornou-
se sinagogas de Satanás e vieram contra os verdadeiros cristãos.
Ali, os judeus se juntaram aos pagãos para caluniar, odiar e provocar sofrimentos e mortes aos
cristãos.
O ódio dos judeus para com os cristãos é uma coisa familiar no livro de Atos. Como em Antioquia
(capítulo 13), Icônio e Listra (capítulo 14) e em Tessalônica (capitulo 17).

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Naquela época tínhamos os judeus, que não eram verdadeiros judeus, perseguindo os
cristãos. Ao longo da história, até nossos dias, temos também cristãos, que não são
verdadeiros cristãos, perseguindo os judeus.

No Império Romano, havia muitos judeus ricos que tinham acesso às autoridades romanas.
Essas autoridades, sabendo que a nação de Israel havia rejeitado Jesus, contavam com muitos
desses judeus para tentar destruir a igreja.
O imperador Nero escolheu dois amigos judeus para matar cristãos. Eles alimentavam o imperador
com calúnias sobre os cristãos.
Em Esmirna, havia uma população judaica significativa, e eles envenenavam as mentes dos líderes
e do povo contra os cristãos.
Eles alegavam ser judeus, mas Jesus disse que eles eram uma sinagoga de Satanás.

Além de serem perseguidos por causa da adoração ao imperador, idolatria pagã e a


hostilidade dos judeus, os cristãos de Esmirna eram pobres, muito pobres. Eles eram
banidos.
Eles não tinham recursos. No grego, a palavra expressa que eles não tinham nada. Eles eram
o mais baixo dos baixos. Isso era parte da perseguição. Eles eram banidos da vida social.

Para ilustrar o ódio aos cristãos em Esmirna, a história nos deixou os detalhes da morte de
Policarpo.
Policarpo conhecia João e trabalhou com ele nas igrejas da Ásia Menor.
Segundo os historiadores, Ele foi pastor da igreja em Esmirna e foi assassinado no ano 155 depois
de Cristo.

Em uma carta enviada pela igreja de Esmirna para as igrejas no mundo cristão, é relatado que os
judeus se juntaram com pagãos, clamando para que Policarpo, o pastor de Esmirna, fosse lançado
aos leões ou queimado vivo.
E vieram trazendo lenha para o fogo, na tentativa de evitar que os restos do mártir fossem entregues
aos seus amigos cristãos para o enterro.
Era a época dos jogos públicos. A cidade estava lotada e as multidões foram animadas. De repente,
o grito saiu “Fora com os ateus! Deixe-se ser buscado Policarpo!”

Sem dúvida, diz este historiador, Policarpo poderia ter escapado, mas ele já tinha tido um sonho no
qual viu o travesseiro sob a sua cabeça ardendo em chamas.
Ele tinha se despertado para dizer isso aos seus discípulos: “Eu vou ser queimado vivo”.
Ele foi descoberto e preso pela informação de uma menina que entrou em colapso diante de tortura.
Nem mesmo o capitão dos soldados desejava ver Policarpo morrer.

Aquele capitão pediu para Policarpo confessar que César era o Senhor e oferecer sacrifícios. Ele
queria salvar-lhe a vida.
Mas Policarpo foi inflexível e disse que só Jesus Cristo é o Senhor.
Ele entrou na arena. O procônsul deu-lhe a escolha de amaldiçoar o nome de Cristo e fazer
sacrifício a César, caso contrário seria morto.
Suas famosas palavras são estas: “Oitenta e seis anos venho servindo a Cristo e nenhum mal
me fez. Como posso blasfemar contra meu Rei, que me salvou?”.

O procônsul ameaçou-o com o fogo. Policarpo respondeu:


“Você pode me ameaçar com o fogo que queima por um tempo e rapidamente se apaga. Mas
você não conhece o fogo eterno que espera os iníquos no juízo que virá. Por que você está
esperando? Faça o que você quiser”.

Ele permaneceu impassível. Então a multidão, no meio dela os judeus, que estavam quebrando o
sábado, trouxe lenha para o fogo.
Eles queriam amarrá-lo fortemente na estaca. Policarpo disse-lhes:
“Deixe-me como eu estou, pois Aquele que me dará força para suportar o fogo, também vai
conceder-me a permanecer imóvel em meios às chamas, mesmo sem estar amarrado em uma
estaca”.
Então eles o deixaram amarrado frouxamente em chamas, e lá ele morreu por seu Senhor.
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Isto é o que aconteceu com o pastor da igreja em Esmirna. Este é Policarpo, que conheceu o
apóstolo João. Este é Policarpo, que escreveu uma carta para a igreja em Filipos.

Apocalipse 2
10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na
prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-
te-ei a coroa da vida.

Temos escritos existentes deste homem que dá testemunho da verdade que os apóstolos pregaram.
Aquela igreja não tinha recursos, era pobre, caluniada, acusada, presa e morta. Policarpo era uma
espécie de cumprimento do que o Senhor disse no verso 10.

Era uma igreja humanamente e materialmente pobre, mas diante de Deus rica (v.9).
O oposto de Laodicéia (3:17), que era rica, mas miserável, pobre, cega e nua diante de Deus.
A igreja em Esmirna não tinha nada e era espiritualmente rica; a igreja em Laodicéia tinha
tudo e era espiritualmente falida.
O que é ser realmente rico? Esmirna e Laodicéia respondem bem a esta pergunta.
Assim, como no verso 10, o salmo 56:11 diz: “Em Deus tenho posto a minha confiança; não
temerei o que me possa fazer o homem”.

A referência a uma prisão de dez dias poderia ser especificamente dez dias, ou um longo período,
ou uma ação contínua de prisões.
Alguns comentaristas sugerem que não foi tanto dez dias atuais como um período de perseguição.
Nós sabemos que durou, pelo menos, entre 50 a 60 anos após a revelação desta carta, até a morte
de Policarpo.
O Senhor revelou a perseguição, mas disse: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”
(v.10).

Você sabe, a Bíblia diz muito sobre “se você perseverar até o fim, será salvo”, certo?
É Outra maneira de dizer o que estávamos dizendo esta manhã: permanecer, permanecer. Esta é a
grande verdade da perseverança. Se você resistir e suportar o sofrimento, você é um verdadeiro
cristão.

As palavras de nosso Senhor Jesus me vêm à mente:

“Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis


odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão
escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E
surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a
iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será
salvo” (Mateus 24:9-13).

E isto é, num contexto de perseguição. Aquele que perseverar até o fim, será salvo. A verdadeira fé
sobrevive.
A verdadeira fé perdura. A verdadeira fé é comprovada na perseguição, na tribulação.

Jesus disse: “E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar
até ao fim será salvo” (Mateus 10:22).
Os verdadeiros crentes passam por tudo isso de forma triunfante e vitoriosa.

O aviso é este: você vai ser perseguido; você vai sentir a perseguição; ela vai ser grave.
Satanás vai desencadear fortes hostilidades contra vocês. Alguns de vocês irão para a
prisão. Isto vai custar, para alguns de vocês, a própria vida. Vocês serão testados em todo o
caminho até a morte. “Sê fiel e eu te darei a coroa da vida”.
O que é a coroa da vida? A coroa que é a vida, a coroa que é a vida eterna. A promessa do
céu. A coroa é a vida eterna.

Apocalipse 2
11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano
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da segunda morte.

Ao que vencer, ou seja, aquele que supera todas as ameaças, toda perseguição, hostilidade,
tribulação, todos os ataques e mortes.
O que acontecerá com esses? Não serão feridos pela segunda morte. Em outras palavras:
“Você pode morrer a primeira morte, a do corpo, mas nunca vai experimentar a segunda
morte, que é a morte espiritual. Caso você seja um vencedor”.

O significa ser um vencedor?


“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo,
a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?”
(I João 5:4-5).

Se você tem a verdadeira fé no Senhor Jesus Cristo, você vai superar, você vai vencer. Você pode
ser ferido pela morte, a morte física – a primeira morte, mas nunca será ferido pela segunda morte.
A segunda morte é a morte final. É a morte eterna. Ela não vai tocar em você.

Já no final do livro de Apocalipse, temos estas palavras:


“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua
obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro. Bem-
aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para que tenham direito à árvore
da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Apocalipse 22:12-14).

Mas, antes disto, temos outra realidade:


“E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e
abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte
e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas
obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E
aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse
22:12-15).

Você nunca vai experimentar essa segunda morte, se você é um verdadeiro crente, com uma fé que
supera tudo, até mesmo a realidade da morte.
Assim, encontramos uma igreja humanamente pobre, mas rica diante de Deus. Esmagada e
perseguida, mas perfumada e vitoriosa.
Martirizada e presa, mas eternamente vitoriosa; eternamente triunfante. Disposta a morrer uma
só vez, mas nunca morrer duas vezes.
Se você tem ouvidos, ouça esta mensagem.

Senhor, nós Te agradecemos por, mais uma vez, esta visão maravilhosa da vida dos Teus santos
preciosos do passado.
Obrigado pelo testemunho que eles deixaram.
Esse testemunho é para nós um modelo de fidelidade: não importa o que possa nos acontecer, não
importa se enfrentaremos perseguição – pois onde quer que estejamos no mundo, mesmo aqui na
América [EUA], podemos enfrentar a perseguição hostil por causa do Evangelho – que possamos
ser fiéis na tribulação; que possamos ser fiéis em enfrentar a morte, uma vez que nunca teremos
que enfrentá-la duas vezes.
Faça-nos uma igreja triunfante e fiel. Por Tua glória oramos.
Amém.

Este sermão é uma série de 7:

Carta às 7 igrejas: Éfeso


Carta às 7 igrejas: Esmirna
Carta às 7 igrejas: Pérgamo
Carta às 7 igrejas: Tiatira
Carta às 7 igrejas: Sardes
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20/10/2019 Carta às 7 igrejas: Esmirna – Rei Eterno

Carta às 7 igrejas: Filadélfia


Carta às 7 igrejas: Laodiceia

Este texto é uma síntese do sermão “The Lord’s Word to His Church: Esmirna”, de John
MacArthur em 30/08/2015.

Você poderá ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/90-473/the-lords-word-to-his-church-Esmirna

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno

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