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25/10/2022 14:42 Carta às 7 igrejas: Esmirna

Carta às 7 igrejas: Esmirna


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By Site Rei Eterno - ADM 20 de junho de 2016

Eu quero chamar a sua atenção para a mensagem contida no 2º capítulo de Apocalipse.


Temos visto nas últimas semanas o fato de a igreja estar em um mundo pagão, em um
ambiente hostil. E isso é exatamente o que temos nos três primeiros capítulos do livro do
Apocalipse. Temos provas de que a igreja está sob perseguição. Uma perseguição
severa.

No capítulo 1, João se apresenta dizendo: “Eu, João, que também sou vosso irmão, e
companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha
chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus
Cristo” (v.9).

Era o final do primeiro século, João era o último apóstolo vivo. Permaneceu fiel como um
apóstolo e pregador. O Senhor o usou para liderar as igrejas da Ásia Menor, atual
Turquia. Mas, como ele mesmo declarou, estava agora no exílio. João foi enviado para
uma ilha-prisão, uma colônia penal. Ali ele era obrigado a quebrar pedras e não tinha
nenhuma esperança de escapar. João diz que ele estava lá por causa de duas
coisas: a Palavra de Deus e o testemunho de Jesus.

Ele foi fiel a proclamar a Palavra de Deus e o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Isto
significa que João foi alvo de perseguição. Ele foi, certamente, a pessoa mais importante
nas sete igrejas da Ásia Menor. Ele recebeu essas palavras do Senhor: “Eu sou o Alfa
e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o
às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e
a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia” (1:11).

Cinco daquelas igrejas receberam uma condenação muito dura, somente escapando
Esmirna e Filadélfia. Essas duas igrejas não sucumbiram à pressão da hostilidade
e do paganismo no qual estavam inseridas. Eles eram faróis em um mundo escuro
de idolatria, paganismo e de filosofia satânica.

Para cada uma dessas igrejas chega uma carta do próprio Senhor, transcritas no livro de
Apocalipse. Podemos supor, então, que quando João recebeu o livro de Apocalipse do
Espírito Santo, ele fez cópias completas para cada um dos sete pastores. Após recebê-
las de João, aqueles pastores leram o conteúdo delas para aquelas igrejas.

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O contexto é perseguição, mas parece que uma das igrejas recebeu a maior quantidade
de perseguição. Apenas pela leitura através das sete cartas, parece que Esmirna
estava recebendo a maior quantidade de perseguições. Por quê? Bem, a exceção
de Filadélfia, as outras cinco igrejas estavam sucumbindo diante da pressão do
mundo. No caso da igreja de Éfeso, como vimos na vez passada, ela havia deixado
o seu primeiro amor. Houve um esfriamento no zelo por Cristo. Depois de terem
esfriado no seu amor a Cristo, deixaram de ser uma ameaça às trevas.

As igrejas que não pareciam sofrer perseguições eram igrejas que tinham chegado a
uma situação de acomodação com o mundo. Tolerantes para com o pecado e
espiritualmente sem vida. O mundo tinha entrado na igreja e já exercia algum
controle sobre ela.  Mas Esmirna e Filadélfia foram aprovadas pelo Senhor. E quando
olhamos para Esmirna, notamos que era uma igreja extremamente perseguida.

Apocalipse 2

8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último,
que foi morto, e reviveu:

9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia


dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.

10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de
vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel
até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não
receberá o dano da segunda morte.

Quando nosso Senhor disse que construiria sua igreja, em Mateus 16, Ele também
disse: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”. “As portas do inferno” é
uma forma de se falar da morte. O que ele estava dizendo era que Satanás iria atacar a
igreja com força mortal. Literalmente, haveria martírio. Mas mesmo que a fidelidade ao
Senhor exigisse uma caminho de morte do corpo, o poder da morte e as mãos de
Satanás não poderiam dominar a igreja, não prevaleceriam contra ela.

O mundo odeia a Deus, a Cristo, a Palavra de Deus, os seguidores de Cristo, os


pregadores da Escritura; e, consequentemente, a perseguição é uma realidade. No
cenáculo, Jesus disse: “No mundo tereis aflições” (João 16:33). Paulo escreveu:
“Todos os que vivem piamente em Cristo sofrerão perseguições” (II Timóteo 3:12).

Quando Pedro escreveu sua epístola, ele avisou que viriam sofrimentos por causa da
Palavra de Cristo. Ele repete isto nos capítulos 3, 4 e 5 de sua primeira carta. Ele
basicamente disse várias vezes: “Você vai sofrer, você vai sofrer, você vai sofrer”. Ele
disse: “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com
Deus, sofra agravos, padecendo injustamente” (I Pedro 2:19).

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Mas também falou: “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à
sua eterna glória, depois de haverdes padecido um pouco, ele mesmo vos
aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fortalecerá” (I Pedro 5:10). A perseguição feroz
tem o efeito de aperfeiçoamento, confirmando, fortalecendo e estabelecendo a igreja. A
perseguição não destruiria a igreja, iria torná-la forte.

Eu estive muitas vezes na Europa Oriental, atendendo crentes por trás da antiga
“Cortina de Ferro” [países comunistas] para ministrar em lugares onde os pastores
foram presos e enviados para a Sibéria. Os cristãos eram perseguidos
constantemente, eles não podiam ter acesso a muitos serviços essenciais e não
podiam manter um emprego. Eles estavam sob terrível vigilância. Eles eram
abusados pelas autoridades. O comunismo ateu que dominou a Europa Oriental
voltou-se contra a igreja do Senhor. Mas, ali eu vi cristãos devotos, dedicados,
comprometidos com Cristo, que eram fortes e confirmados na fé. Exatamente o que
Pedro disse o que o sofrimento faz.

A igreja em Esmirna foi purificada pelo sofrimento. Um sofrimento que veio como
uma forma de perseguição. Ela foi purificada do pecado pelo sofrimento. O preço de
ser cristão naquela cidade era muito, muito alto.

Esmirna ficava a cerca de 60 quilômetros a norte de Éfeso e era um lugar hostil ao


Evangelho e a Deus. Mas Jesus só teve elogios para a igreja. Historicamente, César
era o perseguidor, e este César [título dado aos imperadores romanos] foi um homem
chamado Domiciano. Ele foi um cruel ditador romano, assassino, que lançou extensas
perseguições contra a Igreja, provocando banhos de sangue. Ele exerceu forte
perseguição contra a igreja do primeiro século, por todo o Império Romano. E ele desceu
com força na cidade de Esmirna.

“E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último,
que foi morto, e reviveu” (v.8). A carta foi dirigida ao anjo da igreja, muito
provavelmente um ancião ou um pastor na congregação. Nas cartas às igrejas, Jesus se
apresenta com todos seus atributos descritos no primeiro capítulo de Apocalipse.

Na carta à Éfeso Jesus fala sobre si como “aquele que tem na sua destra as
sete estrelas, que anda no meio dos sete castiçais de ouro” (v.1).
A Esmirna, como “o primeiro e o último, que foi morto, e reviveu” (v.8).
A Pérgamo, como “o que tem a espada aguda de dois fios” (Apocalipse 2:12)
A Tiatira, como “o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e
os pés semelhantes ao latão reluzente” (Apocalipse 2:18)
A Sardes, como “o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas”
(Apocalipse 3:1).
A Filadélfia, como “o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de
Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Apocalipse 3:7).
A Laodiceia, como “o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da
criação de Deus” (Apocalipse 3:14).

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A introdução aqui: “O primeiro e o último, que foi morto, e reviveu”. São a mesmas
palavras que estão no capítulo 1: “Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui
morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém” (1:17-18). Assim
também Cristo está se apresentado em sua magnífica glória. Não há nada semelhante a
Ele.

Deus chama a si mesmo de o primeiro e o último (Isaías 41:4; 44: 6 e 48:12). Ele é o
Alfa e o Ômega, o Eterno, que sempre foi e sempre será, o primeiro e o último. Isto é
usado novamente no livro de Apocalipse em referência a Cristo: “Eu sou o Alfa e o
Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (22:13). Isso é para falar da
eternidade de Deus e da eternidade de Cristo. O Senhor da igreja é o infinito Deus
eterno, o criador. Não só isso, mas que ‘estava morto e reviveu’.

Você diz: “Espere um minuto, se Deus é eterno, como Ele pôde estar morto para
reviver?”. Só na encarnação de Jesus Cristo, o Eterno Deus vivo entrou no tempo e no
espaço sob a forma de Cristo, para morrer e ressuscitar. Ele morreu como um homem
para remissão do pecado e agora vive. Ele ressuscitou para nos trazer a justificação.

Há uma declaração interessante sobre isto no livro de Hebreus, que reúne a eternidade
de Deus e a morte de Cristo. Ele diz em Hebreus 7:16 diz que Cristo ressuscitou pelo
poder de uma vida infinita (incorruptível). Que grande declaração! A morte não pôde
segurá-Lo. O corpo de Jesus morreu e foi para o túmulo. O Filho de Deus não
morreu. E pelo poder daquela vida sem fim, levantou o corpo que morreu em
ressurreição.

Portanto, este é o escritor, que não é outro senão o nosso Senhor Jesus. Agora,
imagine aquela igreja, em Esmirna, sitiada, pobre, oprimida, odiada, desprezada,
sentindo-se pequena e insignificante, sob perseguição, tribulação, enfrentando a
possibilidade de martírio e morte. Mas, recebendo uma carta do Senhor, sem
qualquer crítica ou condenação. Quão reconfortante e encorajadora foi!

Primeiro de tudo, foi encorajadora porque esta carta veio do Eterno, aquele que
conhece todas as coisas. Foi encorajadora porque Jesus tinha morrido e ressuscitado,
e tem o poder da morte e do inferno em Suas mãos. Então, o pior que poderia
acontecer com eles, a morte, não poderia segurá-los mais do que pôde segurar o próprio
Jesus.

Não sabemos quando aquela igreja foi fundada. Talvez durante os três anos que Paulo
esteve em Éfeso (cerca 60 quilômetros de distância). Ela não é mencionada no livro de
Atos. A única referência possível é que “todos os que habitavam na Ásia ouviram a
palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos” (Atos 19:10), referindo-se ao
período de Paulo em Éfeso. Bem, isso é a Ásia Menor, e que inclui Esmirna. Podemos
supor que a pregação da Palavra de Deus pelo apóstolo Paulo tinha alcançado toda a
Ásia Menor. Possivelmente, alguns em Esmirna se converteram e a igreja nasceu ali.

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A vida era muito perigosa para aquela igreja, porque eles não falavam o que todos eram
obrigados a falar: que César é o Senhor. E não dizer que ‘César é o Senhor’ poderia
ser fatal. Execuções em massa de cristãos ocorreram ao longo daquele primeiro
século por esta causa. O testemunho dos cristãos era “Jesus é o Senhor”. Isso
poderia ser uma sentença de morte.

E, a propósito, Esmirna significa “mirra”. É uma palavra grega para mirra. Mirra era
um unguento que vinha de uma árvore espinhosa. Ela era usada para criar fragrâncias
que eram colocadas nos corpos, para cobrir o mau cheiro. Era uma bela fragrância.
Mateus diz que os sábios trouxeram esmirra (ou mirra) para Jesus (Mateus 2:11). O
Deus encarnado que veio para morrer na cruz.

Durante a crucificação, ofereceram a Jesus vinho como mirra, mas Ele não tomou
(Marcos 15:23). Possivelmente a mirra tinha algum efeito calmante. No enterro de Jesus,
seu corpo foi coberto de mirra e aloés (João 19:39). Então Esmirna ou mirra,
realmente a mesma coisa, tornou-se uma imagem de sofrimento.

Então aqui está a igreja chamada mirra (Esmirna), que precisa, em certo sentido, ser
ungida porque está enfrentando a morte. Perfeitamente mostra o caráter de uma igreja
sofredora, sofrendo todo o caminho até a morte. A mirra supostamente tinha de ser
esmagada para liberar sua fragrância, para produzir o seu aroma.

Deus permitiu Satanás esmagar a vida de pessoas na cidade de Esmirna (mirra),


para enviar adiante a doçura de sua fragrância para o céu. Assim como uma criança
ferida, talvez escapando em direção a um pai amoroso, então os cristãos esmagados em
Esmirna refugiaram-se em seu Senhor. Eles estavam sofrendo perseguições. A morte
era uma realidade, e eles estavam vindo para Cristo para conforto e refúgio.

Apocalipse 2

9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico)

Era uma igreja pobre. E ao contrário de Éfeso, eles não abandonaram seu primeiro
amor. E persistiram em amar o Senhor com zelo. E esta deve ter sido a razão de tanta
perseguição. Quanto mais eles adoravam o Senhor, mais problema eles tinham com
o mundo. Era um pequeno grupo de santos que amavam a Cristo. Eram
esmagados, impotentes e perseguidos, mas confortados na presença de seu
Salvador.

Esmirna, segundo os historiadores, era a mais bela cidade da Ásia Menor (hoje Turquia).
Foi chamada de ‘a coroa da Ásia Menor’.  Por erro de planejamento, não havia drenos
na cidade, esgotos corriam pelas ruas, assim, a fragrância de Esmirna não era como a
da mirra. Foi reconstruída 290 anos antes de Cristo. Sofreu terremotos, incêndios e
guerras. Foi reconstruída algumas vezes. Hoje ela é uma cidade importante na Turquia
chamada Izmir.

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Se você for a Éfeso, você não encontrará cidade lá, muito menos uma igreja cristã,
apenas ruínas. Na atual Esmirna há verdadeiros cristãos. Deus removeu o castiçal
de Éfeso, mas não o de Esmirna. Hoje os cristãos de Esmirna são duramente
perseguidos pelos muçulmanos. O contexto não se alterou.

Na época romana, Esmirna era uma grande cidade com um importante porto. Mesmo
com o mau cheiro dos esgotos, foi relatada por alguns como a cidade ideal na terra. Era
dotada de belas paisagens e foi um antigo centro de medicina. Esmirna era uma cidade
livre. Esteve sempre do lado do vencedor em todas as guerras civis romanas, por isso
manteve a sua liberdade. Era uma fortaleza de culto ao imperador, por isso é que
Roma a deixava em paz.  Foi o centro de todos os tipos de adoração pagã, tais
como a Cibele, Apollo, Asclépio, Afrodite, Zeus. Todas essas divindades tinham
templos em Esmirna.

Todos os anos, cada cidadão de Esmirna tinha que queimar incenso a César e
obter um certificado de que tinha feito isso. Sem este certificado, eles seriam
perseguidos por estar violando a lei suprema em Esmirna. Este foi o terrível
contexto para os cristãos em Esmirna. Eles declaravam que Jesus é o Senhor e
não César.

Cerca de cinquenta anos depois de João, o pastor da igreja em Esmirna, Policarpo, que
conhecia João, foi queimado vivo, quando tinha 86 anos.

A cidade de Esmirna fazia tudo que agradava aos romanos. Se os romanos odiavam o
Cristianismo, ela também odiava.

Havia outra comunidade em Esmirna que odiava o cristianismo: a judaica. Os


judeus denunciavam os cristãos às autoridades, incitando ataques do governo. Mas
Jesus diz a igreja de Esmirna: “Conheço a tua tribulação”. No grego, é usada a
palavra “thlipsis”, que quer dizer “ser esmagado, pressionado”. Esmagamento era a
forma de se obter a mirra.

A perseguição havia chegado por três motivos.

Primeiro, a sua oposição ao culto ao imperador. Desde 200 anos antes de Cristo,
Roma havia personificado ‘Dea Roma’, a própria Roma, como uma deusa, e ela tinha
sido construída em Esmirna.

Roma era uma deusa, e César era deus. Esmirna tornou-se um centro do culto a Roma
e a César.

Poderia ser dito lá: “Nós não temos nenhum deus, senão César”. Os cristãos, é claro, se
recusaram a oferecer incenso diante do altar do imperador. Um grande busto do
imperador estava lá. Eles não iriam chamá-lo Senhor, então eles estavam em desacordo
com o governo.

Em segundo lugar, a própria adoração pagã. Eles adoravam os deuses que


mencionei anteriormente, e muitos mais – templos, festivais, deuses, deusas, aos
milhares; e os cristãos não. Eles estavam fora de sincronia com a cultura em todos os

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sentidos.

Em terceiro lugar, houve oposição por causa dos judeus.

Apocalipse 2:9 Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a


blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás.

Os judeus sempre tinham sido uma sinagoga de Deus. Eles comemoravam o fato de que
eles adoravam o único Deus verdadeiro. Mas, eles rejeitaram o seu Messias; e em
rejeitar seu Messias, o Senhor Jesus Cristo, o Judaísmo realmente se mostrou tão
satânico quanto o culto ao imperador, ou o culto de qualquer outro deus falso, ou
a qualquer religião falsa.

Eles eram blasfemadores. O que é blasfêmia? Palavras ditas contra Deus, difamar Deus.
Eles odiavam a Cristo; portanto, eles odiavam a Deus. Eles blasfemavam contra Cristo;
portanto, eles odiavam Deus. Paulo diz que nem todo o Israel é Israel. Nem todos os
judeus são verdadeiros judeus (Romanos 2:28-296). Jesus expressou em sua carta
a “blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são…”.

Então havia os judeus que odiavam o Evangelho e a Cristo. As sinagogas deles em


Esmirna tornou-se sinagogas de Satanás e vieram contra os verdadeiros cristãos.
Ali, os judeus se juntaram aos pagãos para caluniar, odiar e provocar sofrimentos e
mortes aos cristãos. O ódio dos judeus para com os cristãos é uma coisa familiar no livro
de Atos. Como em Antioquia (capítulo 13), Icônio e Listra (capítulo 14) e em Tessalônica
(capitulo 17).

Naquela época tínhamos os judeus, que não eram verdadeiros judeus,


perseguindo os cristãos. Ao longo da história, até nossos dias, temos também
cristãos, que não são verdadeiros cristãos, perseguindo os judeus.

No Império Romano, havia muitos judeus ricos que tinham acesso às autoridades
romanas. Essas autoridades, sabendo que a nação de Israel havia rejeitado Jesus,
contavam com muitos desses judeus para tentar destruir a igreja. O imperador Nero
escolheu dois amigos judeus para matar cristãos. Eles alimentavam o imperador com
calúnias sobre os cristãos. Em Esmirna, havia uma população judaica significativa, e
eles envenenavam as mentes dos líderes e do povo contra os cristãos. Eles
alegavam ser judeus, mas Jesus disse que eles eram uma sinagoga de Satanás.

Além de serem perseguidos por causa da adoração ao imperador, idolatria pagã e


a hostilidade dos judeus, os cristãos de Esmirna eram pobres, muito pobres. Eles
eram banidos. Eles não tinham recursos. No grego, a palavra expressa que eles
não tinham nada. Eles eram o mais baixo dos baixos. Isso era parte da
perseguição. Eles eram banidos da vida social.

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Para ilustrar o ódio aos cristãos em Esmirna, a história nos deixou os detalhes da morte
de Policarpo. Policarpo conhecia João e trabalhou com ele nas igrejas da Ásia Menor.
Segundo os historiadores, Ele foi pastor da igreja em Esmirna e foi assassinado no ano
155 depois de Cristo.

Em uma carta enviada pela igreja de Esmirna para as igrejas no mundo cristão, é
relatado que os judeus se juntaram com pagãos, clamando para que Policarpo, o
pastor de Esmirna, fosse lançado aos leões ou queimado vivo. E vieram trazendo
lenha para o fogo, na tentativa de evitar que os restos do mártir fossem entregues aos
seus amigos cristãos para o enterro. Era a época dos jogos públicos. A cidade estava
lotada e as multidões foram animadas. De repente, o grito saiu “Fora com os ateus!
Deixe-se ser buscado Policarpo!”

Sem dúvida, diz este historiador, Policarpo poderia ter escapado, mas ele já tinha tido
um sonho no qual viu o travesseiro sob a sua cabeça ardendo em chamas. Ele tinha se
despertado para dizer isso aos seus discípulos: “Eu vou ser queimado vivo”. Ele foi
descoberto e preso pela informação de uma menina que entrou em colapso diante
de tortura. Nem mesmo o capitão dos soldados desejava ver Policarpo morrer.

Aquele capitão pediu para Policarpo confessar que César era o Senhor e oferecer
sacrifícios. Ele queria salvar-lhe a vida. Mas Policarpo foi inflexível e disse que só
Jesus Cristo é o Senhor. Ele entrou na arena. O procônsul deu-lhe a escolha de
amaldiçoar o nome de Cristo e fazer sacrifício a César, caso contrário seria morto. Suas
famosas palavras são estas: “Oitenta e seis anos venho servindo a Cristo e nenhum
mal me fez. Como posso blasfemar contra meu Rei, que me salvou?”.

O procônsul ameaçou-o com o fogo. Policarpo respondeu: “Você pode me ameaçar


com o fogo que queima por um tempo e rapidamente se apaga. Mas você não
conhece o fogo eterno que espera os iníquos no juízo que virá. Por que você está
esperando? Faça o que você quiser”.

Ele permaneceu impassível. Então a multidão, no meio dela os judeus, que estavam
quebrando o sábado, trouxe lenha para o fogo. Eles queriam amarrá-lo fortemente na
estaca. Policarpo disse-lhes: “Deixe-me como eu estou, pois Aquele que me dará
força para suportar o fogo, também vai conceder-me a permanecer imóvel em
meios às chamas, mesmo sem estar amarrado em uma estaca”. Então eles o
deixaram amarrado frouxamente em chamas, e lá ele morreu por seu Senhor.

Isto é o que aconteceu com o pastor da igreja em Esmirna. Este é Policarpo, que
conheceu o apóstolo João. Este é Policarpo, que escreveu uma carta para a igreja em
Filipos.

Apocalipse 2 10 Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo
lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação
de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.

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Temos escritos existentes deste homem que dá testemunho da verdade que os


apóstolos pregaram. Aquela igreja não tinha recursos, era pobre, caluniada, acusada,
presa e morta. Policarpo era uma espécie de cumprimento do que o Senhor disse no
verso 10.

Era uma igreja humanamente e materialmente pobre, mas diante de Deus rica (v.9).
O oposto de Laodicéia (3:17), que era rica, mas miserável, pobre, cega e nua diante
de Deus. A igreja em Esmirna não tinha nada e era espiritualmente rica; a igreja em
Laodicéia tinha tudo e era espiritualmente falida. O que é ser realmente rico?
Esmirna e Laodiceia respondem bem a esta pergunta.

Assim, como no verso 10, o salmo 56:11 diz: “Em Deus tenho posto a minha
confiança; não temerei o que me possa fazer o homem”.

A referência a uma prisão de dez dias poderia ser especificamente dez dias, ou um
longo período, ou uma ação contínua de prisões. Alguns comentaristas sugerem que não
foi tanto dez dias atuais como um período de perseguição. Nós sabemos que durou, pelo
menos, entre 50 a 60 anos após a revelação desta carta, até a morte de Policarpo. O
Senhor revelou a perseguição, mas disse: “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa
da vida” (v.10).

Você sabe, a Bíblia diz muito sobre “se você perseverar até o fim, será salvo”, certo? É
Outra maneira de dizer o que estávamos dizendo esta manhã: permanecer, permanecer.
Esta é a grande verdade da perseverança. Se você resistir e suportar o sofrimento,
você é um verdadeiro cristão.

As palavras de nosso Senhor Jesus me vêm à mente:

Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e


sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo
muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros
se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por
se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo (Mateus 24:9-13).

E isto é, num contexto de perseguição. Aquele que perseverar até o fim, será salvo. A
verdadeira fé sobrevive. A verdadeira fé perdura. A verdadeira fé é comprovada na
perseguição, na tribulação. Jesus disse: “E odiados de todos sereis por causa do
meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mateus 10:22). Os
verdadeiros crentes passam por tudo isso de forma triunfante e vitoriosa.

O aviso é este: você vai ser perseguido; você vai sentir a perseguição; ela vai ser
grave. Satanás vai desencadear fortes hostilidades contra vocês. Alguns de vocês
irão para a prisão. Isto vai custar, para alguns de vocês, a própria vida. Vocês
serão testados em todo o caminho até a morte. “Sê fiel e eu te darei a coroa da
vida”. O que é a coroa da vida? A coroa que é a vida, a coroa que é a vida eterna. A
promessa do céu. A coroa é a vida eterna.

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Apocalipse 2 11 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que
vencer não receberá o dano da segunda morte.

Ao que vencer, ou seja, aquele que supera todas as ameaças, toda perseguição,
hostilidade, tribulação, todos os ataques e mortes.

O que acontecerá com esses? Não serão feridos pela segunda morte. Em outras
palavras: “Você pode morrer a primeira morte, a do corpo, mas nunca vai
experimentar a segunda morte, que é a morte espiritual. Caso você seja um
vencedor”.

O significa ser um vencedor? “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo;
e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo,
senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5:4-5).

Se você tem a verdadeira fé no Senhor Jesus Cristo, você vai superar, você vai vencer.
Você pode ser ferido pela morte, a morte física – a primeira morte, mas nunca será ferido
pela segunda morte. A segunda morte é a morte final. É a morte eterna. Ela não vai
tocar em você.

Já no final do livro de Apocalipse, temos estas palavras:

E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um
segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o
derradeiro. Bem-aventurados aqueles que guardam os seus mandamentos, para
que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas”
(Apocalipse 22:12-14).

Mas, antes disto, temos outra realidade:

E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os


livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas
coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os
mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e
foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram
lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado
escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo (Apocalipse 22:12-15).

Você nunca vai experimentar essa segunda morte, se você é um verdadeiro crente,
com uma fé que supera tudo, até mesmo a realidade da morte. Assim,
encontramos uma igreja humanamente pobre, mas rica diante de Deus. Esmagada
e perseguida, mas perfumada e vitoriosa. Martirizada e presa, mas eternamente
vitoriosa; eternamente triunfante. Disposta a morrer uma só vez, mas nunca
morrer duas vezes. Se você tem ouvidos, ouça esta mensagem.

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25/10/2022 14:42 Carta às 7 igrejas: Esmirna

Senhor, nós Te agradecemos por, mais uma vez, esta visão maravilhosa da vida dos
Teus santos preciosos do passado. Obrigado pelo testemunho que eles deixaram. Esse
testemunho é para nós um modelo de fidelidade: não importa o que possa nos
acontecer, não importa se enfrentaremos perseguição – pois onde quer que estejamos
no mundo, mesmo aqui na América [EUA], podemos enfrentar a perseguição hostil por
causa do Evangelho – que possamos ser fiéis na tribulação; que possamos ser fiéis em
enfrentar a morte, uma vez que nunca teremos que enfrentá-la duas vezes. Faça-nos
uma igreja triunfante e fiel. Por Tua glória oramos. Amém.

Este sermão é uma série de 7:

Carta às 7 igrejas: Éfeso

Carta às 7 igrejas: Esmirna

Carta às 7 igrejas: Pérgamo

Carta às 7 igrejas: Tiatira

Carta às 7 igrejas: Sardes

Carta às 7 igrejas: Filadélfia

Carta às 7 igrejas: Laodiceia

Este texto é uma síntese do sermão “The Lord’s Word to His Church: Esmirna”, de
John MacArthur em 30/08/2015.

Você pode ouvi-lo integralmente (em inglês) no link abaixo:

http://www.gty.org/resources/sermons/90-473/the-lords-word-to-his-church-
Esmirna

Tradução e síntese feitos pelo site Rei Eterno

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