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Diplomas principais: Constituição Federal (art. 225), Constituições Estaduais, Lei 6.938/81 (Política
Nacional do Meio Ambiente), Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), Declarações Internacionais de
Estocolomo/72 e Rio/92
Legislação setorizada: Lei 4.771/65 (Código Florestal); Lei 5.197/67 (Lei de Proteção à Fauna);
Resoluções CONAMA etc.
- Art. 225 da CF: o meio ambiente ecologicamente equilibrado é essencial à sadia qualidade de vida
e, portanto, à dignidade humana (art. 1º, inc. III da CF)
- direitos de 1ª geração (Revolução Francesa): vida, liberdade e igualdade (direitos do indivíduo frente o
Estado/direitos civis e políticos)
- direitos de 2ª geração (Revolução Industrial): bem-estar social (direitos de obter prestações do Estado)
- direitos de 3ª geração (Segunda Guerra Mundial): fraternidade ou solidariedade (proteção dos
grupos humanos)
Art. 3º, inc. I da Lei 6938/81: "O conjunto de condições, leis, influências e interações da ordem física,
química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas" (art. 3º, inc. I)
Princípio 1 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992): “Os
seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma
vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”
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TRABALHAR INDIVIDUAL E COLETIVAMENTE E BUSCA DE SOLUÇÕES PARA RESOLVER OS
PROBLEMAS ATUAIS E PREVENIR OS FUTUROS” (Carta de Belgrado, escrita em 1975 por 20
especialistas em educação ambiental de vários países)
Art. 2º, inc. X da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81): "A Política Nacional do
Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia
à vida, (...) atendidos os seguintes princípios: educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente"
Art. 225, §1º, inv. VI da CF/88: “...incumbe ao Poder Público: promover a educação ambiental em todos
os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”
Lei 9.795, de 27 de abril de 1999 e Decreto 4.281/02: Política Nacional da Educação Ambiental
Resolução CONAMA 422/10: Estabelece diretrizes para conteúdos e procedimentos em ações, projetos,
campanhas e programas de informação, comunicação e educação ambiental no âmbito da educação
formal e nãoformal, realizadas por instituições públicas, privadas e da sociedade civil:
“POLUIÇÃO E ECOLOGIA
Não podendo a publicidade ficar alheia às atuais e prementes preocupações de toda a humanidade com
os problemas relacionados com qualidade de vida e a proteção do meio ambiente, serão vigorosamente
combatidos os anúncios que direta ou indiretamente estimulem:
a. a poluição do ar, das águas, das matas e dos demais recursos naturais;
b. a poluição do ambiente urbano;
c. a depredação da fauna, da flora e dos demais recursos naturais;
d. a poluição visual dos campos e da cidade;
e. a poluição sonora;
f. o desperdício de recursos naturais.”
Art. 1º da Declaração sobre o Direito ao Desenvolvimento – Resolução 41/128, ONU (1986): "1. O
direito ao desenvolvimento é um inalienável direito humano, em virtude do qual toda pessoa humana
e todos os povos têm reconhecido seu direito de participar do desenvolvimento econômico, social, cultural
e político, a ele contribuir e dele desfrutar, e no qual todos os direitos humanos e liberdades fundamentais
possam ser plenamente realizados"
Princípio 18 da Declaração de Estocolmo sobre Meio Ambiente: "como parte de sua contribuição ao
desenvolvimento econômico e social, devem ser utilizadas a ciência e a tecnologia para descobrir, evitar
e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente, para solucionar os problemas ambientais e para o
bem comum da humanidade"
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- greenwashing: apelo marqueteiro e falso
Princípio da prevenção
Princípio da precaução
Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992): “Para
proteger o meio ambiente medidas de precaução devem ser largamente aplicadas pelos Estados segundo
suas capacidades. Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica
absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a adoção de medidas efetivas visando a prevenir a
degradação do meio ambiente”
Na Lei 10.650/03:
Art. 2o Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta, indireta e fundacional, integrantes do
Sisnama, ficam obrigados a permitir o acesso público aos documentos, expedientes e processos
administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as informações ambientais que estejam
sob sua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico, especialmente as relativas a:
I - qualidade do meio ambiente;
II - políticas, planos e programas potencialmente causadores de impacto ambiental;
III - resultados de monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de poluição e de atividades
potencialmente poluidoras, bem como de planos e ações de recuperação de áreas degradadas;
IV - acidentes, situações de risco ou de emergência ambientais;
V - emissões de efluentes líquidos e gasosos, e produção de resíduos sólidos;
VI - substâncias tóxicas e perigosas;
VII - diversidade biológica;
VIII - organismos geneticamente modificados.
§ 2o É assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro sigilo protegido por lei, bem
como o relativo às comunicações internas dos órgãos e entidades governamentais.
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§ 5o No prazo de trinta dias, contado da data do pedido, deverá ser prestada a informação ou facultada a
consulta, nos termos deste artigo.
Art. 4o Deverão ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de fácil
acesso ao público, listagens e relações contendo os dados referentes aos seguintes assuntos:
I - pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão;
II - pedidos e licenças para supressão de vegetação;
III - autos de infrações e respectivas penalidades impostas pelos órgãos ambientais;
IV - lavratura de termos de compromisso de ajustamento de conduta;
V - reincidências em infrações ambientais;
VI - recursos interpostos em processo administrativo ambiental e respectivas decisões;
VII - registro de apresentação de estudos de impacto ambiental e sua aprovação ou rejeição.
Art. 9o As informações de que trata esta Lei serão prestadas mediante o recolhimento de valor
correspondente ao ressarcimento dos recursos despendidos para o seu fornecimento, observadas as
normas e tabelas específicas, fixadas pelo órgão competente em nível federal, estadual ou municipal.
Princípio 2 da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992): “Os
Estados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de Direito Internacional,
têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio
ambiente e desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sua jurisdição ou
controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição
nacional”
Princípio da ubiqüidade
Senadora Marina Silva: “...queremos que [a consciência ambiental] seja compreendida pela sociedade
brasileira e situado nas ações de governo: não como a preocupação exclusiva de um setor, um Ministério,
mas como um componente de todos os setores. A política ambiental do governo deve estar no Ministério
dos Transportes, da Agricultura, de Minas e Energia, em todas as ações de todos os setores. Dessa forma,
poderemos planejar a infra-estrutura pensando desde o princípio nas questões socioambientais e não
mais somente quando, uma vez o projeto pronto, o Governo tiver de submetê-lo ao processo de
licenciamento ambiental” (In: Justiça e Cidadania, edição 42, janeiro de 2004, p. 7/8)
Princípio do poluidor-pagador
- Definição dada pela Comunidade Econômica Européia: “as pessoas naturais ou jurídicas, sejam
regidas pelo direito público ou privado, devem pagar os custos das medidas que sejam necessárias para
eliminar a contaminação ou para reduzi-la ao limite fixado pelos padrões ou medidas equivalentes que
assegurem a qualidade de vida, inclusive os fixados pelo Poder Público competente”
Princípio 16 da Declaração da Rio/92: “Tendo em vista que o poluidor deve, em princípio, arcar com o
custo decorrente da poluição, as autoridades nacionais devem esforçar-se para promover a internalização
dos custos de proteção do meio ambiente e o uso dos instrumentos econômicos, levando-se em conta o
conceito de que o poluidor deve, em princípio, assumir o custo da poluição, tendo em vista o interesse
do público, sem desvirtuar o comércio e os investimentos internacionais”
Art. 170, inc. VI da CF: institui como princípio da ordem econômica a defesa do meio ambiente
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Princípio do protetor-recebedor -Pagamento ou compensação por serviços ambientais
art. 38 da Lei 9.605/98: Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo
que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: [...]
Art. 29 da Lei 9.605/98. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em
desacordo com a obtida:
[...]
§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado:
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração;
Art. 32 da Lei 9.605/98. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos
ou domesticados, nativos ou exóticos:
CRIMES DE DANO E DE PERIGO
- perigo abstrato (ou presumido) e perigo concreto
- críticas aos crimes de perigo abstrato: ferem o princípio da lesividade
Ex. de crime de perigo: Art. 42 da lei 9.605/98: “Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que
possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer
tipo de assentamento humano:
Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.”
Antes da Lei 9.605/98, somente a Lei 7.802/89 previa crimes culposos, nos artigos 15 e 16
CRIMES DE BAGATELA
- ofensa real ou potencial a bem jurídico, só merecendo atenção do direito penal os fatos que importem
em lesão ou, ao menos em perigo de lesão a um bem jurídico.
- lesividade e necessidade: não havendo lesão ou perigo de lesão a nenhum bem jurídico, a intervenção
do ordenamento jurídico penal não se faz necessária
Princípio da insignificância
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Sendo o crime uma ofensa a um bem jurídico relevante, a doutrina preocupou-se em estabelecer um
princípio para excluir do Direito Penal certas lesões insignificantes. A excludente da tipicidade pelo
princípio da bagatela não está prevista na lei brasileira, mas é aceita por analogia ou interpretação
integrativa (desde que não seja contra legem)
- O crime é um fato TÍPICO e ANTIJURÍDICO. A tipicidade se divide em formal (subsunção do fato ao tipo
penal) e material (lesividade a um bem jurídico).
- A finalidade do princípio da insignificância: exclusão da tipicidade material do fato (não se trata, portanto,
de exclusão da antijuridicidade, como dizem alguns)
“DIREITO PENAL AMBIENTAL. CAÇA. LEI 5.197/67, ART. 27, § 1º E ART. 10, LET. J. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA.
“Crime contra a fauna – Abate de apenas um animal da fauna silvestre – Ilícito penalmente
irrelevante se não demonstrado o dano ao equilíbrio ecológico e à preservação da espécie –
Interpretação da Lei 5.197/67 – Voto vencido.
a) inimputabilidade
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Art. 26 do Código Penal: “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
“Se o índio já é aculturado e tem desenvolvimento mental que lhe permite compreender a ilicitude de seus
atos, é plenamente imputável” (STF, Rel. Min. Carlos Madeira. In: RT 614/393)
b) semi-imputabilidade
- redução de pena
Art. 26, parágrafo único do Código Penal: “A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não
era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento”
c) imputabilidade
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL/88
Art. 225, §3º da CF: As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
Art. 3º da Lei 9.605/98: “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente
conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-
autoras ou partícipes do mesmo fato”
a) Teoria da Ficção: criada por Savigny, professa que a pessoa jurídica é uma ficção, uma abstração,
sendo incapaz de delinqüir por faltar-lhe vontade e ação.
b) Teoria da Realidade Objetiva: criada por Otto Gierke, entende que a pessoa jurídica é um ente real,
com existência real, independente dos indivíduos que a compõem. Possui personalidade real e VONTADE
PRÓPRIA, a qual emite por meio de seus órgãos.
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
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- não é verdade que a criminalização da pessoa jurídica ultrapassa a pessoa do condenado, violando,
assim, o princípio da individualização da pena (artigo 5º, inciso XLV, da Constituição). Mas é verdade que
os seus sócios podem sofrer os efeitos da pena.
- silêncio da norma
A via correta para o trancamento da ação penal contra pessoa jurídica é o mandado de segurança e não
o habeas corpus.
SANÇÕES PENAIS NA LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS
- no Código Penal, tem direito ao sursis apenas aquele que foi condenado a pena de até 2 anos de reclusão
ou detenção (1 Segundo o art. 77, §2º do CP, a execução da pena privativa de liberdade, não superior a
quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta
anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de
25.11.1998). Trata-se do sursis etário e do sursis humanitário), que não seja reincidente em crime doloso.
A pena ficará suspensa por 2 a 4 anos e o criminoso ficará sujeito ao cumprimento de determinadas
condições, durante o período do sursis, como a prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de
semana.
Art. 16 da Lei 9.605/98: “Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da pena pode ser
aplicada nos casos de condenação a pena privativa não superior a três anos”
art. 17 da Lei 9.605/98 as condições do sursis a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a
proteção ao meio ambiente
Podem ser:
a) diretas: aplicadas diretamente pelo juiz por previsão legal
b) substitutivas: aplicadas em substituição à pena privativa de liberdade
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II – perda de bens e valores;
III – recolhimento domiciliar (VETADO);
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V – interdição temporária de direitos;
VI – limitação de fim de semana”
- substituição: de acordo com o art. 44 do CP a substituição da pena de prisão pela restritiva de direitos
só será possível se:
(a) a pena privativa de liberdade aplicada não for superior a 4 anos E o crime não tiver sido praticado com
violência ou grave ameaça à pessoa;
(b) o crime for culposo, independentemente da pena aplicada;
(c) o réu não for reincidente em crime doloso (isso se aplica às hipóteses “a” e “b”) e
(d) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição será suficiente.
- condenação igual ou inferior a um ano: a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva
de direitos;
- condenação superior a um ano: a substituição pode ser feita por uma pena restritiva de direitos e multa
ou por duas restritivas de direitos.
Art. 7º da Lei 9.605/98: “As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as penas privativas
de liberdade quando:
I – tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a 4 anos;
II – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social, a personalidade do agente, bem como os motivos
e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e
prevenção do crime.
Parágrafo único da Lei 9.605/98: As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a
mesma duração da pena privativa de liberdade substituída”
Art. 10 da Lei 9.605/98: “As penas de interdição temporária de direitos são a proibição de o condenado
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como
de participar de licitações, pelo prazo de 5 anos, no caso de crimes dolosos, e de 3 anos, no caso de
crimes culposos”
Art. 11 da Lei 9.605/98: “A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem
obedecendo às prescrições legais”
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Prestação pecuniária
Art. 12 da Lei 9.605/98: “A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à
entidade pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário
mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
reparação civil a que for condenado o infrator”
(o CP foi mais feliz pois, permite a dedução “se coincidentes os beneficiários” – art. 45, §1º).
Recolhimento domiciliar
Pena de multa
- a fixação da multa é feita em duas etapas: 1ª fixa-se a QUANTIDADE DOS DIAS-MULTA (CP, art. 49,
caput), que varia entre dez e trezentos e sessenta; 2ª: fixa-se o VALOR DO DIA MULTA, de acordo com
a situação econômica do réu (CP, art. 60, caput), sendo o valor de cada dia-multa entre 1/30 e 5 vezes o
salário-mínimo.
Art. 6º, inc. III da Lei 9.605/98: “Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente
observará: III) a situação econômica do infrator, no caso de multa”
Art. 18 da Lei 9.605/98: “A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal (arts. 49 e 60*); se
revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em
vista o valor da vantagem econômica auferida”
●Art. 49 do CP: “A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na
sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 e, no máximo, de 360 dias-multa”
●Art. 60 do CP: “Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente à situação econômica
do réu.
§1º: A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica
do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo”
Multa
Art. 18 da Lei 9.605/98: “A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal (art. 49); se revelar-
se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo em vista o
valor da vantagem econômica auferida”
Restritiva de direitos:
Art. 22 da Lei 9.605/98: “As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são:
I - suspensão parcial ou total de atividades (quando estiverem desobedecendo as disposições legais ou
regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente, segundo o §1º);
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; (quando estiver em funcionamento sem
a devida autorização ou em desacordo com esta, ou ainda com violação de disposição legal ou
regulamentar, segundo o §2º);
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações
(pelo prazo máximo de 10 anos, segundo o §3º)
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Prestação de serviços à comunidade
Art. 23 da Lei 9.605/98: “A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em:
I - custeio de programas e de projetos ambientais;
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
III - manutenção de espaços públicos;
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas
TRANSAÇÃO PENAL
- crimes de menor potencial ofensivo: contravenções penais e crimes que tenham pena máxima, em
abstrato, não superior a 2 anos
Art. 72 da Lei 9.099/95: “Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor
do fato e a vítima, e se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o juiz esclarecerá
sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena
não privativa de liberdade”
- a pena restritiva de direitos ou a multa aplicadas na transação penal não importarão em reincidência,
sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de 5 anos. E não constarão
de certidão de antecedentes criminais e não terão efeitos civis (i.e, não autorizam a execução no cível).
Enunciado nº 6: “O Juiz pode propor transação penal ou suspensão condicional do processo ao autor do
fato ou réu, quando o Ministério Público se recusar a fazê-lo sem justa motivação, inclusive nas hipóteses
de ação penal privada”
- oferecimento da denúncia (desde que não homologada a transação com caráter extintivo)
Art. 27 da Lei 9.605/98: “Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação
imediata de pena restritiva de direito ou multa, prevista no art. 76 da Lei 9.099, de 26 de setembro de
1995, somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de
que trata o art. 74 da mesma Lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade”
- composição do dano
- crimes de médio potencial ofensivo: crimes que tenham pena mínima, em abstrato, igual ou inferior a
1 ano
Art. 89 da Lei 9.099/95: “Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão
do processo, por 2 a 4 anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena (art. 77 do Código Penal)”
§1º da Lei 9.099/95: “Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este,
recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as
seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de frequentar determinados lugares;
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III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades”
(as três últimas condições existem também para o sursis do art. 78, §2º)
Art. 28 da lei 9.605/98: “As disposições do art. 89 da lei 9.099/95, aplicam-se aos crimes de menor
potencial ofensivo definidos nesta lei, com as seguintes modificações...”
Extinção da punibilidade:
Art. 89, §5º da lei 9.099/95: “Expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade”
destinação: FDDD (regulamentado pela Lei Federal 9.008/95 (gerido pelo Conselho Federal Gestor
do Fundo de Defesa de Direitos Difusos)
Art. 13 da LACP: “Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariam ente
o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição
dos bens lesados”
compensação ambiental
NEXO DE CAUSALIDADE
- SUBJETIVA
Art. 927 do Código Civil de 2002: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187)*, causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo”
*Art. 186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”
Art. 187 do Código Civil: “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes”
A responsabilidade subjetiva, ou aquiliana, tem como pressupostos: (a) ato ou omissão (ilícito) violador de
direito alheio; (b) dano a bem jurídico; (c) nexo de causalidade entre o ato ou omissão e o dano; (d) culpa
do agente.
- OBJETIVA (responsabilidade sem culpa) - aquele que causar um dano, é obrigado a repará-lo
INDEPENDENTEMENTE DE CULPA
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Art. 927, §único do Código Civil de 2002: “Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem” (não havia dispositivo dessa natureza
no Código Civil de 1916)
- a insuficiência da culpa
- o risco
Art. 14, §1º da Lei 6.938/81: “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor
obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”
Art. 225, §3º da CF: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos”
Art. 393 do Código Civil: “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era
possível evitar ou impedir”
SOLIDARIEDADE
Art. 942 do Código Civil: “Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação”
A solidariedade entre poluidores
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- dano preexistente
- por ação e por omissão (FAUTE DU SERVICE: a falta do serviço é diferente da falta do servidor).
Art. 80 do CPC: “A sentença que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título
executivo, em favor do que satisfizer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada
um dos co-devedores a sua cota, na proporção que lhes tocar”
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Clóvis Beviláqua: “a prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade
defensiva, em conseqüência do não uso dela, durante determinado espaço de tempo”.
Art. 4º da lei 9.605/98: “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente”
Anexo I da Resolução Conama 237/97 (rol exemplificativo) e art. 57 do Decreto estadual/SP 8.468/76
(com a redação dada pelo Decreto estadual 47.397/02:
Extração e tratamento de minerais
Indústrias em geral
Rodovias, ferrovias, hidrovias
Estações de tratamento de água
Recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
Marinas, portos e aeroportos
Complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos
Parcelamento do solo
Projetos de assentamento e colonização
Introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas
Art. 1º, inciso II da Resolução CONAMA 237/97: LICENÇA AMBIENTAL é o “ato administrativo pelo qual
o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que
deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental”
LICENÇA PRÉVIA
Art. 8º da Resolução CONAMA 237/97: O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
I - LICENÇA PRÉVIA (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os
requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
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LICENÇA DE INSTALAÇÃO
Art. 8º da Resolução CONAMA 237/97: O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
II - LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo
com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de
controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
LICENÇA DE OPERAÇÃO
Art. 8º da Resolução CONAMA 237/97: O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,
expedirá as seguintes licenças:
III - LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes determinados para a operação.
CONCESSÃO DA LICENÇA
Licenças ambientais não dispensam a exigência de outras licenças:
16
O licenciamento ambiental não dispensa outras licenças, como, p.ex., a licença para construir (alvará de
construção, outorgado pelo município), a autorização para supressão de vegetação, a outorga de uso de
recursos hídricos etc.
QUANDO OCORRER:
(i) violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais;
(ii) omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença;
(iii) superveniência de graves riscos ambientais e de saúde
LICENCIAMENTO CORRETIVO
Empreendimentos que foram implantados quando não havia legislação exigindo o licenciamento ambiental
Empreendimentos que foram implantados ignorando a exigência legal do licenciamento ambiental
Art. 66 do Decreto 6.514/08. ”Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos,
atividades, obras ou serviços utilizadores de recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, em desacordo com a licença
obtida ou contrariando as normas legais e regulamentos pertinentes (redação dada pelo Decreto
6.686/08):
Art. 67 da Lei 9.605/98: “Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo
com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato
autorizativo do Poder Público”
PENA – detenção, de um a três anos, e multa
Parágrafo único: Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem prejuízo da
multa
Art. 1º, inciso III da Resolução CONAMA 237/97: Estudos ambientais “são todos e quaisquer estudos
relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como:
relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico
ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco”
IMPACTO AMBIENTAL
Art. 1º da Res. CONAMA 001/86: “considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem -
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente e a qualidade dos recursos naturais”
AUSÊNCIA DO EPIA/RIMA
Nulidade do licenciamento e irreversibilidade da obra licenciada
DISPENSA DO EPIA/RIMA
Art. 3º da Resolução CONAMA 237/97: “A licença ambiental para empreendimentos e atividades
consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente
dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente
18
(EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber,
de acordo com a regulamentação.
CONTEÚDO DO EPIA
Art. 5º da Resolução CONAMA 001/86: “O estudo prévio de impacto ambiental, além de atender à
legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente,
obedecerá às seguintes diretrizes gerais:
I - contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a
hipótese de não execução do projeto;
II - identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e
operação da atividade;
III - definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada
área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual s e localiza;
IV - considerar os planos e programas governamentais propostos e em implantação na área de influência
do projeto, e sua compatibilidade
II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão
da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo
prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e
sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais;
III - definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e
sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas;
IV - elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos,
indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
Álvaro Luiz Valery Mirra: “Diante de um EIA, impõe-se verificar se todas as análises previstas nos arts.
5º e 6º da Resolução n. 001/86 foram contempladas, pois o descuido do estudo com relação a qualquer
desses aspectos compromete a validade de todo o processo de licenciamento.
No caso do Rodoanel: “O Rodoanel Mário Covas, como sabido, consiste em obra viária de grande vulto,
sendo inegável sua importância do ponto de vista estratégico e econômico-social. Visa interligar diversas
rodovias federais e estaduais, facilitar o transporte de mercadorias entre os vários Estados da Federação,
além de contribuir para a racionalização e melhoria do intenso tráfego de veículos automotores na região
metropolitana da Grande São Paulo.
Todavia, a implantação do referido projeto, pelo seu porte, características e localização, enseja
impactos ambientais de significativa monta, a exigir um EIA-RIMA bem mais completo e abrangente que
o apresentado.
19
As deficiências do EIA-RIMA elaborado anteriormente são hoje incontroversas, tendo sido
suspensa sua análise em 19/08/03 para reavaliação, adequação e novos estudos, a fim de atender os
reclamos da sociedade civil, bem como analisar alguns aspectos recolhidos nas audiências públicas, as
contribuições da sociedade, da imprensa, das promotorias e de órgãos relacionados com o meio
ambiente.” (TRF, Proc. 2003.03.00.070460-9, AG 192647, Rel. Des. Consuelo Yoshida, j. 19.12.03)
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Art. 11 da Resolução CONAMA 237/97: “Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão
ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.
§único: O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo
serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e
penais”
§ 1o Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao meio ambiente,
em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa."
CUSTOS DO EPIA/RIMA
Art. 8º da Resolução CONAMA 001/86: “Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas
e custos referentes à realização do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados
e informações, trabalhos e inspeções de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e
acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5
cópias”
Art. 17, §2º do Decreto 99.274/90: “O estudo de impacto ambiental será realizado por técnicos habilitados
e constituirá o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, correndo as despesas à conta do proponente do
projeto
AUDIÊNCIA PÚBLICA
Art. 1º da Res. CONAMA 9/87: “A audiência pública referida na Res. CONAMA 001/86, tem por finalidade
expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas e
recolhendo dos presentes críticas e sugestões a respeito”.
20
Exigibilidade:
Art. 11, §2º da Res. CONAMA 001/86: “Ao determinar a execução do estudo prévio de impacto ambiental
e apresentação do RIMA, o órgão estadual competente ou a SEMA ou, quando couber o município,
determinará prazo para o recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais
interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para
informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA”
Realização obrigatória
Art. 2º da Res. CONAMA 9/87: “Sempre que julgar necessário ou quando for solicitado por entidade civil,
pelo MP, ou por 50 ou mais cidadãos, o órgão do meio ambiente promoverá a realização de audiência
pública”
A Constituição do Estado de São Paulo, em seu art. 192, §2º, estabeleceu que, quando da aprovação
do EIA/RIMA, a este se dará publicidade, acrescentando que será “garantida a realização da audiência
pública”
Art. 19, §5º da Lei Estadual 9.509/97: “O CONSEMA convocará Audiência Pública para debater processo
de licenciamento ambiental sempre que julgar necessário ou quando requerido por:
§ 3º. Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão Licenciador, através de correspondência
registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa local.
§5º. Em função da localização geográfica dos solicitantes e da complexidade do tema, poderá haver mais
de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo Relatório de Impacto Ambiental”
Art 4º - Ao final de cada audiência pública será lavrara uma ata sucinta
Parágrafo Único - Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem
entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção.
Art. 5º - A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA,
para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.
21
Art. 225, §1º, inc. III: impõe ao Poder Público o dever de definir, em todas as unidades da Federação,
ESPAÇOS TERRITORIAIS E SEUS COMPONENTES A SEREM ESPECIALMENTE PROTEGIDOS,
sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
Art. 9º, VI da Lei 6.938/81: considera a instituição de espaços territorialmente protegidos um instrumento
da política ambiental, e exemplifica como tais: APA, ARIE e reservas extrativistas
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
espécies de espaços territoriais especialmente protegidos, que, dependendo da categoria na qual se
encartem, terão um regime jurídico mais, ou menos, restritivo.
Art. 2º, inciso I da Lei 9.985/00 define unidade de conservação como: “espaço territorial e seus recursos
ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído
pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”
UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL (uso indireto): seu objetivo básico é “preservar a natureza, sendo
admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei.”
(art. 7º, §1º)
O art. 2º,VI da Lei 9.985/00 define proteção integral como “manutenção dos ecossistemas livres de
alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais”
O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de
conservação:
I - Estação Ecológica (32 federais);
II - Reserva Biológica (29 UCs federais);
III - Parque Nacional (62 UCs federais);
IV - Monumento Natural;
V - Refúgio de Vida Silvestre (3 UCs federais)
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL (USO DIRETO): seu objetivo básico é “compatibilizar a conservação
da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (art. 7º, § 2º da Lei 9.985/00)
O art. 2º, inc. X da Lei 9985/00 define uso direto como “aquele que envolve coleta e uso, comercial ou
não, dos recursos naturais” e o inc. XI define uso sustentável como a “exploração do ambiente de maneira
a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a
biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável”
O grupo das Unidades de Uso Sustentável é composto pelas seguintes categorias de unidade de
conservação:
I - Área de Proteção Ambiental (31 UCs federais);
II - Área de Relevante Interesse Ecológico (17 UCs federais);
III - Floresta Nacional (73 UCs federais);
IV - Reserva Extrativista (50 UCs federais);
V - Reserva de Fauna;
VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável (1 UC federal)
VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural (429 UCs federais).
Ato do Poder Público: lei (Poder Legislativo) ou decreto (Poder Executivo), na esfera federal, estadual ou
municipal
Necessidade de estudos técnicos e de consulta pública (exceto para a criação de Estação Ecológica ou
Reserva Biológica) que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para
a unidade de conservação, devendo o Poder Público fornecer informações adequadas e inteligíveis à
população local e a outras partes interessadas.
Art. 22-A da Lei 9.985/00. “O Poder Público poderá, ressalvadas as atividades agropecuárias e outras
atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma da lei, decretar limitações
administrativas provisórias ao exercício de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente
causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos com vistas na criação de Unidade de
Conservação, quando, a critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos
naturais ali existentes” (incluído pela Lei 11.132/05)
não serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas de
vegetação nativa, na área em que foi estabelecida a limitação, as atividades agropecuárias e outras
atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas
Aumento da área e mudança de categoria da menos para a mais restritiva: lei ou decreto
Redução da área e mudança de categoria da mais para a menos restritiva: (apenas) lei
Art. 22, § 5o da Lei 9.985/00: As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser
transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento
23
normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos
de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus limites originais,
exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do
que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2 o deste
artigo.
§ 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante lei
específica.
ZONA DE AMORTECIMENTO
Todas as unidades de conservação, à exceção das APAs e das RPPNs, devem possuir uma zona de
amortecimento
Art. 2º, inc. XVIII da Lei 9.985/00 define zona de amortecimento como “o entorno de uma unidade de
conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”
A autorização deve ser solicitada pelo próprio órgão ambiental licenciador, antes da emissão da primeira
licença prevista.
PLANO DE MANEJO
O art. 2º, inc.XVII da Lei 9.985/00 define plano de manejo como o “documento técnico mediante o qual,
com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento
e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação
das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade”
24
Participação da população residente: garantida na elaboração do Plano de Manejo das Reservas
Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas de Proteção Ambiental e, quando
couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de Relevante Interesse Ecológico
Art. 28 da Lei 9.985/00: proíbe, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, atividades ou
modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus
regulamentos.
Parágrafo único: dispõe que até que seja elaborado o Plano de Manejo, todas as atividades e obras
desenvolvidas nas unidades de conservação de proteção integral devem se limitar àquelas destinadas a
garantir a integridade dos recursos que a unidade objetiva proteger, assegurando-se às populações
tradicionais porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a satisfação de suas
necessidades materiais, sociais e culturais.
ZONEAMENTO
O Art. 2º, inciso XVI da Lei 9.985/00 conceitua zoneamento como: “definição de setores ou zonas em
uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de
proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de
forma harmônica e eficaz”
Desapropriação obrigatória: parque, reserva biológica, estação ecológica, floresta nacional, reserva
extrativista e reserva de fauna
Art. 45 da Lei 9.985/00. “Excluem-se das indenizações referentes à regularização fundiária das unidades
de conservação, derivadas ou não de desapropriação:
(...)
III - as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder Público;
IV - expectativas de ganhos e lucro cessante;
V - o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros compostos;
VI - as áreas que não tenham prova de domínio inequívoco e anterior à criação da unidade.
Veto aos dois primeiros incisos, que excluíam da indenização as vegetações de preservação permanente
e as reservas legais que não tivessem plano de manejo
A vegetação não deve ser dissociada da terra, na análise do valor do imóvel, pois não se trata de mera
benfeitoria
25
Prosseguindo o julgamento, a Turma, por maioria, após voto de desempate, afastou da indenização a
parte relativa à cobertura vegetal de mata atlântica. O proprietário desapropriado deverá ser indenizado
apenas pela terra nua. Não se considerou a alegação de impedimento para explorar economicamente a
extração da madeira, pois, mesmo antes dos Decretos Estaduais n. 10.251/77 e n. 13.316/79, que criaram
o Parque Estadual da Serra do Mar, declarando a área de utilidade pública, o Código Florestal (Lei n.
4.771/65) já impunha restrições àquela área. Além desse fato, o aproveitamento econômico da área para
extração de madeira seria inviável devido à topografia da região.” (REsp 122.114-SP, Rel. originário Min.
Paulo Gallotti, Rel. para acórdão Min. Franciulli Netto, julgado em 5/4/2001. In: www.stj.gov.br)
Art. 57 da Lei 9.985/00. “Os órgãos federais responsáveis pela execução das políticas ambiental e
indigenista deverão instituir grupos de trabalho para, no prazo de cento e oitenta dias a partir da vigência
desta Lei, propor as diretrizes a serem adotadas com vistas à regularização das eventuais superposições
entre áreas indígenas e unidades de conservação”
Art. 3º, inc. I do Decreto 6.040/2007 (Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais) - define Povos e Comunidades Tradicionais: “grupos culturalmente
diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que
ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social,
religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos
pela tradição”
Art. 42 da Lei 9.985/00: “As populações tradicionais residentes em unidades de conservação nas quais
sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e
devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e condições acordados entre as partes.”
§1º O Poder Público, por meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações
tradicionais a serem realocadas.
§2º Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas
e ações específicas destinadas a compatibilizar a presença das populações tradicionais residentes com
os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de
moradia destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas normas e
ações.
Apenas as populações tradicionais residentes na unidade no momento da sua criação terão direito ao
reassentamento
Art. 30 da Lei 9.985/00. As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade
civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade, mediante instrumento a ser firmado com o
órgão responsável por sua gestão [termo de parceria]
Decreto estadual 48.766, de 1º de julho de 2004: institui o Programa de Gestão Compartilhada de
Unidades de Conservação do Estado de São Paulo por Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público - OSCIPs
Requisitos: (i) a OSCIP deve ter dentre seus objetivos institucionais a proteção do meio ambiente ou a
promoção do desenvolvimento sustentável; (ii) deve comprovar a realização de atividades de proteção do
meio ambiente ou desenvolvimento sustentável, preferencialmente na unidade de conservação ou no
mesmo bioma e (iii) não pode ter representação no conselho de unidade de conservação
Necessidade de edital (licitação) para seleção da OSCIP
26
ICMS ECOLÓGICO
Não se trata de novo tributo mas de método de distribuição da receita do ICMS para os municípios,
visando compensá-los financeiramente pela existência de espaços territoriais especialmente protegidos
em seu território
Adotado em 10 Estados (p.ex., Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia)
Art. 200 da Constituição do Estado de São Paulo. O Poder Público Estadual, mediante lei, criará
mecanismos de compensação financeira para Municípios que sofrerem restrições por força de instituição
de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Estado.
Lei estadual 8.510/93 (altera a Lei 3.201/81) e Lei estadual 9.146/95: 25% do total arrecadado com o
ICMS arrecadado pelo Estado são repassados aos municípios. Os restantes 75% ficam com o Estado,
conforme determina a Constituição Federal. O ICMS ecológico permite que 0,5% da parcela do ICMS vá
para os municípios com espaços territoriais especialmente protegidos.
o cálculo leva em conta apenas as áreas de preservação estaduais. Ficam de fora as áreas federais,
municipais e privadas
A PROTEÇÃO DA FLORA
Flora: Totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região, sem
qualquer expressão de importância individual (dicionário Cetesb)
A FLORA NA CF/88
Art. 225, §1º, VII da CF/88: incumbe ao Poder Público “proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou
submetam os animais à crueldade”
•Vedação das práticas que impeçam que a vegetação e os animais cumpram sua missão de contribuir
para a manutenção do equilíbrio ecológico, que comprometam a biodiversidade e que imponham dor e
sofrimento aos animais (sem necessidade)
• Missão que as florestas e demais formas de vegetação têm a cumprir para garantir o equilíbrio do
ecossistema, como, p.ex., manutenção da qualidade e quantidade de águas, fornecimento de oxigênio,
captação de carbono, manutenção da umidade do ar, controle de erosões, cadeia alimentar, habitat de
animais silvestres, estruturação e fertilidade do solo
•Art.2º do Código Florestal: APPs ex vi legis - áreas situadas em determinados acidentes geográficos
(topos de morro, áreas com alta declividade, beira de rios, lagos, nascentes etc.) cuja vegetação deve
ser preservada ou recuperada em razão da função que desempenha na proteção do solo e dos corpos
d’água e no combate à erosão.
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•Resolução Conama 303/2002: definições, parâmetros e limites das APPs
Art. 2º, parágrafo único da Lei 4.771/65 (redação dada pela Lei 7.803/89): “No caso de áreas
urbanas, assim entendidas as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei municipal, e nas
regiões metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo o território abrangido, observar-se-á o
disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, respeitados os princípios e limites a que
se refere este artigo”
• utilidade pública, nos termos definidos pelo art. 1º, §2º, inc. IV do Cód. Florestal e art. 2º, inc. I da
Resolução Conama 369/2006
social, nos termos definidos pelo art. 1º, §2º, inc. V do Cód. Florestal e art. 2º, inc. II da
• interesse
Resolução Conama 369/2006 (à exceção da vegetação nativa protetora de nascentes, ou de dunas e
mangues)
• baixoimpacto ambiental, nos termos definidos pelo art. 11 da Resolução Conama 369/2006, limitado
a 5% da APP a ser impactada, localizada na posse ou propriedade. Vide também Decreto estadual (SP)
49.566/2005.
(i) inexistência de alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto (em caso de supressão
de baixo impacto, tal comprovação só será exigida se o órgão ambiental julgar necessário)
(iii) autorização do órgão ambiental estadual e, em caso de APP na área urbana, do órgão municipal,
desde que o município possua conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano diretor
(mediante anuência prévia do órgão estadual competente)
“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. Meio ambiente - Aterros de construção não licenciados à margem de rio - Área
de conservação permanente - Demolição do empreendimento e regeneração da vegetação -
Necessidade - Recurso não provido.
PROVA. Laudo pericial. Nulidade. Inocorrência. Falta de assinatura do termo de encerramento.
Irrelevância. Primeira folha subscrita e demais rubricadas. Preliminar rejeitada. Ementa oficial: Ação Civil
Pública Ambiental. Realização de aterros e de construção não licenciados à margem de rio. 1 - Inexiste
ilegalidade no julgamento antecipado, quando a pretendida prova oral mostra-se insuficiente para
comprovação de fato desconstitutivo. 2 - A ausência de assinatura do termo de encerramento do laudo
longe está de configurar nulidade, estando a primeira folha subscrita pelo responsável e rubricadas as
demais. 3 - As construções levadas a efeito em área de conservação permanente caracterizam dano ao
meio ambiente, subsistindo as obrigações de regeneração e de demolição do empreendimento. 4 -
Apelação desprovida. (TJSP - 1ª Câm. de Direito Público; ACi nº 243.924-5/8-00-Teodoro Sampaio-SP;
Rel. Des. Demóstenes Braga; j. 26/4/2005; v.u.) JTJ 293/29
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EXTINÇÃO DE ESPÉCIES DA FLORA
RESERVA LEGAL: área com cobertura florestal que toda propriedade rural deve ter averbada no
registro do imóvel, na qual não se permitirá a supressão (corte raso), mas tão apenas o manejo florestal
sustentável.
AMAZÔNIA LEGAL – 80% (podendo ser reduzido para 50%, para fins de recomposição, desde que
indicado pelo ZEE e Zoneamento Agrícola e ouvidos o Conama, o MMA e o Ministério da Agricultura)
CERRADO NA AMAZÔNIA LEGAL – 35% (no mínimo 20% na própria propriedade, podendo o restante
estar representado na forma de “compensação”, na mesma micro-bacia)
Art. 16, § 6o do Código Florestal: (acrescentado pela MP 2.166): “Será admitido, pelo órgão ambiental
competente, o cômputo das áreas relativas à vegetação nativa existente em área de preservação
permanente no cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de novas
áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa em área de preservação
permanente e reserva legal exceder a:
A localização da RL é aprovada pelo órgão ambiental estadual, que levará em conta, dentre outros
elementos, a proximidade com outra RL, APP ou unidade de conservação
Art. 16, § 8o do Código Florestal: A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de
matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação,
nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as
exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001)
Art. 11 do Decreto estadual 53.939/09. “A emissão, pelo Departamento Estadual de Proteção dos
Recursos Naturais - DEPRN, de autorizações para a supressão de vegetação nativa ou para intervenção
em áreas consideradas de preservação permanente somente poderá ser efetivada observada a
legislação específica e mediante a comprovação da instituição regular da Reserva Legal.
•Compensação de Reserva Legal: proibida para quem desmatou área de Reserva Legal após
14/12/1998
•transformação, em
RL, de área equivalente em importância ecológica e extensão, desde que pertença
ao mesmo ecossistema e esteja localizada na mesma microbacia ou, excepcionalmente, na mesma
bacia
Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas ou demais formas de vegetação nativa
em unidades de conservação ou outras áreas especialmente protegidas, quando couber, área de
preservação permanente, reserva legal ou demais locais cuja regeneração tenha sido indicada pela
autoridade ambiental competente:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por hectare ou fração. (redação dada pelo Decreto 6.686/08)
Art. 51. Destruir, desmatar, danificar ou explorar floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou de
espécies nativas plantadas, em área de reserva legal ou servidão florestal, de domínio público ou
privado, sem aprovação prévia do órgão ambiental competente ou em desacordo com a aprovação
concedida, inclusive em planos de manejo florestal sustentável:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou fração. (redação dada pelo Decreto 6.686/08)
Penalidade de advertência e multa diária de R$ 50,00 (cinqüenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais)
por hectare ou fração da área de reserva legal.
§ 1o O autuado será advertido para que, no prazo de cento e vinte dias, apresente termo de
compromisso de averbação e preservação da reserva legal firmado junto ao órgão ambiental
competente, definindo a averbação da reserva legal e, nos casos em que não houver vegetação nativa
suficiente, a recomposição, regeneração ou compensação da área devida consoante arts. 16 e 44 da Lei
no 4.771, de 15 de setembro de 1965.
§ 3o Caso o autuado não apresente o termo de compromisso previsto no §1o nos cento e vinte dias
assinalados, deverá a autoridade ambiental cobrar a multa diária desde o dia da lavratura do auto de
infração, na forma estipulada neste Decreto.
§ 4o As sanções previstas neste artigo não serão aplicadas quando o prazo previsto não for cumprido
por culpa imputável exclusivamente ao órgão ambiental (redação dos parágrafos e da penalidade dada
pelo Decreto 6.686/08)
30
Art. 152. O disposto no art. 55 entrará em vigor em 11 de dezembro de 2009. (Redação dada pelo
Decreto nº 6.686, de 2008).
BIBLIOGRAFIA
• COSTA NETO, Nicolau Dino de Castro e. Proteção Jurídica do Meio Ambiente I – Florestas. Belo
Horizonte: Del Rey, 2003
• DEUS, Teresa Cristina de. A tutela da flora no Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Juarez de
Oliveira
• FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A Propriedade no Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Adcoas,
2004
PROTEÇÃO DA FAUNA
A FAUNA NA CF/88
Art. 225, §1º, VII da CF/88: incumbe ao Poder Público “proteger a flora e a fauna, vedadas, na forma da
lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou
submetam os animais à crueldade”
- tratamento uniforme para toda a fauna (silvestre, aquática e doméstica. A diferenciação - fauna
silvestre, fauna aquática e fauna doméstica existe apenas nas leis ordinárias. Ex: Lei de Proteção à
Fauna (Lei 5.197/67) e Código de Pesca (Decreto-lei 221/67)
Missão que os animais têm a cumprir para garantir o equilíbrio do ecossistema, como, p.ex.,
polinização de plantas, manutenção da cadeia alimentar etc.
Os morcegos, por exemplo, exercem sua função ecológica de várias formas: algumas espécies de
morcegos carnívoros comem escorpiões (e estima-se que em algumas regiões, a população de
escorpiões seria até 100% maior não fosse a intervenção dos morcegos); os morcegos insetívoros
auxiliam no combate às pragas; os morcegos frugívoros ajudam a espalhar sementes e os morcegos
nectarívoros prestam-se a polinizar as plantas.
Espécie: grupo de organismos que se cruzam na natureza e cujos descendentes são férteis
Causas da extinção das espécies: destruição do habitat, caça e comércio ilegal, introdução de
espécies exóticas e extinção em cadeia
Os perigos da introdução de uma espécie exótica (de outro ecossistema) ou alienígena (de outro país)
no ecossistema: causa de desequilíbrio ecológico e, eventualmente, extinção das espécies nativas.
Espécies invasoras no Brasil: mexilhão dourado (Ásia), javali (Europa), Aedes aegypti (Egito), caramujo
gigante (África), pombo (Europa)
Art. 4º da Lei 5.197/67 (Lei de Proteção à Fauna): “Nenhuma espécie poderá ser introduzida no país,
sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida na forma da lei”
Art. 31 da Lei 9.605/98: “Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e
licença expedida por autoridade competente – PENA: detenção de 3 meses a 1 ano e multa
Art. 25 do Decreto 6.514/08. Introduzir espécime animal no País, ou fora de sua área de distribuição
natural, sem parecer técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente:
Multa de R$ 2.000,00 (dois mil reais), com acréscimo por exemplar excedente de:
I - R$ 200,00 (duzentos reais), por indivíduo de espécie não constante em listas ofic iais de espécies em
risco ou ameaçadas de extinção;
II - R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira
ameaçada de extinção, constante ou não da CITES.
§ 1o Entende-se por introdução de espécime animal no País, além do ato de ingresso nas fronteiras
nacionais, a guarda e manutenção continuada a qualquer tempo.
§ 2o Incorre nas mesmas penas quem reintroduz na natureza espécime da fauna silvestre sem parecer
técnico oficial favorável e licença expedida pela autoridade ambiental competente.
Art. 38 do Decreto 6.514/08. Importar ou exportar quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio
de desenvolvimento, bem como introduzir espécies nativas, exóticas ou não autóctones em águas
jurisdicionais brasileiras, sem autorização ou licença do órgão competente, ou em desacordo com a
obtida:
Multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), com acréscimo de R$ 20,00
(vinte reais) por quilo ou fração do produto da pescaria, ou por espécime quando se tratar de espécies
aquáticas, oriundas de produto de pesca para ornamentação.
§ 1o Incorre na mesma multa quem introduzir espécies nativas ou exóticas em águas jurisdicionais
brasileiras, sem autorização do órgão competente, ou em desacordo com a obtida.
§ 2o A multa de que trata o caput será aplicada em dobro se houver dano ou destruição de recife de
coral.
32
TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES
Tráfico de animais silvestres: movimenta de 15 a 20 bilhões de dólares por ano, sendo que o Brasil
participa com cerca de 10% deste valor (no Brasil, 12 milhões de animais são extraídos anualmente da
natureza)
Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens em Perigo de
Extinção - CITES (Washington, 1973)
objetivo: evitar e/ou controlar a o comércio internacional de espécies da flora e da fauna ameaçados
de extinção
Decreto 54, de 24 de junho de 1975 (ratificação da Convenção pelo Brasil) e Decreto 76.623, de
novembro de 1975 (promulgação)
EXTINÇÃO EM CADEIA
Há espécies que dependem de outras espécies para sobreviver. As primeiras são as espécies
“afiliadas” e as segundas, espécies “hospedeiras”. O desaparecimento da hospedeira provoca a extinção
da afiliada.
Instrução
Normativa MMA 3, de 27 de maio de 2003: Lista de Espécies da Fauna Brasileira
Ameaçadas de Extinção (revogou a Portaria Ibama 1.522, de 19/12/89)
conceito jurídico da crueldade: extraído a partir do critério da necessidade: crueldade, para a CF, é
submeter os animais a um mal (maltrato) além dos limites do estritamente necessário
Helita Barreira Custódio: pondera que a razão de ser da repressão à crueldade contra os animais ”é
a dupla exigência de tutelar o sentimento comum de piedade para com os animais e promover a
educação civil, evitando exemplos de crueldade que habituam a pessoa humana à dureza e à
insensibilidade para a dor dos outros” (parecer jurídico elaborado a requerimento da UIPA - União
Internacional Protetora dos Animais, fevereiro de 1997)
Art. 64 da Lei das Contravenções Penais: “Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho
excessivo:
Pena - prisão simples, de 10 dias a 1 mês, ou multa
§1º: Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza, em lugar
público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo”
33
§2º: Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado
com crueldade, em exibição ou espetáculo público”
Art.32, caput da Lei 9.605/98: “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou EXÓTICOS”
Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano e multa
Art.29 do Decreto 6.514/08: Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais) por indivíduo.
Art. 30 do Decreto 6.514/08: Molestar de forma intencional qualquer espécie de cetáceo [p.ex.baleia,
boto e golfinho], pinípede [p.ex., lobo e leão-marinho, foca e morsa] ou sirênio [p.ex., peixe-boi] em
águas jurisdicionais brasileiras:
Multa de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).
Art. 33. Explorar ou fazer uso comercial de imagem de animal silvestre mantido irregularmente em
cativeiro ou em situação de abuso ou maus-tratos:
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica ao uso de imagem para fins jornalísticos,
informativos, acadêmicos, de pesquisas científicas e educacionais.
Lei estadual (SP) 11.977, de 25 de agosto de 2005: institui o Código Estadual de Proteção dos
animais.
O PL foi vetado pelo Governador Geraldo Alckmin mas a Assembléia Legislativa derrubou o veto.
ADIN 127.275-0 (TJSP), proposta pela Federação da Agricultura do Estado de São Paulo: suspensão
de vários artigos da lei, liminarmente. Improvido o Agravo Regimental interposto pela ALESP contra a
liminar, com voto vencido do Des. Vallim Belocchi (fevereiro/2006)
Art. 32, §1º da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais): diz que é crime sujeito a pena de 3 meses
a 1 ano e multa realizar “experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou
científicos, quando existirem recursos alternativos”
Recursos/métodos alternativos: de acordo com o art. 2º, II do Decreto 6.899/09 (regulamenta a Lei
11.794/08): procedimentos validados e internacionalmente aceitos que garantam resultados
semelhantes e com reprodutibilidade para atingir, sempre que possível, a mesma meta dos
procedimentos substituídos por metodologias que:
a) não utilizem animais;
b) usem espécies de ordens inferiores;
c) empreguem menor número de animais;
d) utilizem sistemas orgânicos ex vivos; ou
e) diminuam ou eliminem o desconforto;
Lei 6.638/79 - dispõe sobre a vivissecção de animais (operação feita em animais vivos para estudos de
Lei 11.794/08: regula a criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica,
em todo o território nacional
34
Decreto 6.899/09: regulamenta a Lei 11.974/08
Segundo a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada aos 27 de janeiro de 1978, em
Assembléia da UNESCO (Bruxelas/Bélgica), “se a supressão de um animal é necessária, deve ser
instantânea, sem dor nem angústia” (art. 3º, 2).
A mesma Declaração pontifica que “no caso de criação para alimentação, o animal deve ser nutrido,
alojado, transportado e morto sem que disto resulte para ele ansiedade ou dor” (art. 9º).
Abate humanitário: É o conjunto de diretrizes técnicas e científicas que garantam o bem-estar dos
animais desde a recepção até a operação de sangria (IN 3/2000, Ministério da Agricultura)
Lei paulista 7.705/92 (alterada pela Lei 10.470/99): institui normas para o abate de animais para o
consumo (abate humanitário)
Ex:“O choque elétrico, para mover animais no corredor de abate, terá a menor carga possível, usado
com o máximo critério, e não será aplicado, em qualquer circunstância, sobre as partes sensíveis do
animal, como mucosa, vulva, ânus, nariz e olhos” (art. 2º, §2º); “O corredor de abate será adequado à
espécie do animal a que se destina, visando facilitar seu deslocamento, sem provocar ferimentos ou
contusões” (art. 5º); “Os animais quando estiverem aguardando o abate, não poderão ser alvo de maus -
tratos, provocações ou outras formas de falsa diversão pública, ou ainda, sujeitos a qualquer condição
que provoque estresse ou sofrimento físico e psíquico” (art. 6º)
Art. 18 - É vedado:
I - privar os animais da liberdade de movimentos, impedindo-lhes aqueles próprios da espécie;
II - submeter os animais a processos medicamentosos que levem à engorda ou crescimento artificiais;
III - impor aos animais condições reprodutivas artificiais que desrespeitem seus respectivos ciclos
biológicos naturais.
“Reconhece-se o altruísmo de propósito na proteção dos animais, que tanto têm contribuído com a
subsistência e evolução do ser humano. Entretanto, os dispositivos legais hostilizados, ao interferir na
atividade de produção animal e no agronegócio, revela desarrazoada interferência na exploração
35
pecuária, ainda dependente de manejo que, pese o esforço na modernização do trato, não atenderiam
as exigências legais.
O excesso da proibição, para os fins almejados, aponta para a desproporcionalidade das normas
e recomenda a suspensão liminar, para evitar a ocorrência de dano de difícil reparação, caso mantida a
norma hostilizada no ordenamento jurídico, pela possibilidade de risco à ordem econômica do Estado,
alijado da competitividade da exploração agropecuária, não só nas pesquis as tecnológicas como
também na produção, tudo a atingir diretamente a população dependente da atividade cerceada pela
novel legislação.” (Des. Rel. Luiz Tâmbara, j.02.02.06)
Rodeios
-Lei 10.519/2002: dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sanitária animal quando da
realização de rodeio
-Lei estadual 10.359/1999: Dispõe sobre normas a serem observadas na promoção e fiscalização da
defesa sanitária animal quando da realização de rodeios.
Artigo 8º da Lei estadual 10.359/1999: “Ficam especialmente proibidas as seguintes práticas lesivas às
condições de sanidade dos animais:
I - privação de alimentos;
II - uso, na condução e domínio dos animais, ou durante as montarias, dos seguintes equipamentos:
a) qualquer tipo de aparelho que provoque choques elétricos;
b) esporas com rosetas que contenham pontas, quinas ou ganchos perfurantes;
c) sedém fora de especificações técnicas, que cause lesão física ao animal;
d) barrigueira que igualmente não atenda às especificações técnicas ora recomendadas.
Art. 22 da Lei estadual/SP 11.977/05: “São vedadas provas de rodeio e espetáculos similares que
envolvam o uso de instrumentos que visem induzir o animal à realização de atividade ou comportamento
que não se produziria naturalmente sem o emprego de artifícios.”
Art. 1º da Lei municipal (São Paulo) nº 11.359/93: “Fica proibido, no âmbito deste Município, a
realização de rodeios, touradas ou eventos similares que envolvam maus-tratos e crueldade de animais
§único: Excetua-se do disposto neste artigo, a exposição de animais, provas hípicas, utilização de
animais em procissões religiosas e desfiles cívicos e militares’
(Sanção: multa no valor de 200 Unidades Fiscais do Município (UFMs)
“Com efeito, a utilização daqueles instrumentos cruéis nos rodeios não servem ao atendimento
de nenhuma necessidade humana que não possa ser atendida de outra forma, sem o emprego da
violência comprovada pelo autor e com respeito à legislação em vigor.
De ressaltar-se que não se pretende aqui proibir a realização dos rodeios, nem esse é o objetivo da
ação civil pública ajuizada. O que não se admite, e a Lei terminantemente proíbe inclusive no âmbito
penal, é que os animais sejam tratados com a crueldade demonstrada pelo emprego dos instrumentos
mencionados.
A importância cultural dos rodeios bem com a sua indiscutível relevância econômica não constituem
salvo-conduto daqueles espetáculos ”
36
(Processo 326/1990 – 5ª Vara de Itu, Juiz Fábio Marcelo Holanda, j. 31.3.00)
Prova do laço
(imagem extraída de http://verdedentro.wordpress.com/2009/03/04/Verde Dentro)
Farra do boi
O Supremo Tribunal Federal decidiu, em pronunciamento definitivo, que a “Farra do Boi” é uma prática
INCONSTITUCIONAL, por submeter os animais à crueldade e, via de consequência, infringir o disposto
no art. 225, §1º, inc. VII, in fine da Lei Maior. (RE 153.531-8/SC - j. 03.06.97)
Votovencido: arrimado nos arts. 215 e 216 da Constituição Federal, sustentou que a “Farra do Boi” era
uma manifestação cultural.
Lei estadual nº 11.365/2000: permitia a farra do boi, mas foi declarada inconstitucional pelo TJSC
(dezembro/2002)
Farra do boi
Apesar disso:
“Desde o início de 2009, a Polícia Militar (PM) registrou 223 ocorrências de farra do boi em Santa
Catarina, 25,9% a mais do que em 2008. Apenas na Semana Santa, 81 farras foram identificadas. A
apreensão de bois usados na prática também aumentou de 14 para 57.
De acordo com o capitão do Centro de Comunicação Social da PM, Alessandro Marques, o aumento
das ocorrências deve-se a um maior monitoramento da atividade. Apesar disso, o número de farristas
detidos caiu de 28 para 13.
Marques ressalta que em 9 de abril as viaturas policiais foram recebidas com pedradas em Governador
Celso Ramos, na Grande Florianópolis. Cerca de 300 farristas enfrentaram a PM, mas ninguém foi
preso.” (Diário Catarinense de 13 de abril de 2009)
“Quando um homem quer matar um tigre, diz que é esporte. Quando um tigre quer matá-lo, diz que é
ferocidade” (George Bernard Shaw, escritor irlandês)
Lei Estadual/SP 7.407/91: proíbe “a realização de qualquer concurso, competição, torneio, certame,
disputa ou treinamento que tenha por finalidade a prática de tiro ao alvo, com sacrifício de aves ou
animais”
Art. 8º da Lei estadual/SP 11.977/05: “São vedadas, em todo território do Estado, as seguintes
modalidades de caça:
[...]
II - amadorista ou esportiva, aquela praticada por prazer, sem finalidade lucrativa ou de caráter
competitivo ou simplesmente recreativo.
O Decreto 50.620/61 proibia em todo o território nacional a realização ou promoção de ‘brigas de galo’
ou quaisquer outras lutas entre animais da mesma espécie ou de espécies diferentes , mas foi revogado
pelo Decreto 1.233/62
O Decreto federal 24.645/34 proíbe a prática de maus-tratos aos animais, como, por exemplo “realizar
ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécie diferente, touradas e simulacros,
ainda mesmo em lugar privado” (art. 3º, inc.XXIX)
Art. 20 da Lei estadual/SP 11.977/05: “É vedado realizar ou promover lutas entre animais da mesma
espécie ou de espécies diferentes, touradas, simulacros de tourada e vaquejadas, em locais públicos e
privados”
criação, exposição e realização de competições entre aves combatentes da espécie "Galus-Galus” (j.
29.6.05)
ADIN 3776: STF julgou inconstitucional lei estadual de Rio Grande do Norte, que autorizava a “criação,
a realização de exposições e as competições entre aves das raças combatentes (fauna não silvestre)
para preservar e defender o patrimônio genético da espécie Gallus-Gallus". (j. junho.07)
ADIN 880-8: TJBA julgou inconstitucional a Lei municipal de Salvador 4.149/90, que autorizava a briga
de galos
TJRS: julgou inconstitucional diversas leis municipais que autorizavam a briga de galo
Circos
Os animais vivem fora de seu habitat, em acomodações inadequadas e realizando atividades que não
são inerentes a sua espécie
Art. 10 da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, promulgada pela Unesco em 1978:
"Nenhum animal deve ser explorado para divertimento do homem. As exibições e espetáculos que
utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal".
Lei estadual/SP 11.977/05 (art. 21): veda a apresentação ou utilização de animais em espetáculos
circenses.
Lei municipal/SP 14.014/05: proíbe, no âmbito do Município de São Paulo, a utilização de animais de
qualquer espécie em apresentação de circos e congêneres. O descumprimento ao disposto nesta lei
implicará em multa no valor de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), dobrada na reincidência, com
a posterior cassação da licença de funcionamento, sem prejuízo de outras penalidades previstas em lei.
Decreto municipal/SP 46.987/06, alterado pelo Decreto 47.803/06 (regulamenta a Lei 14.014/05):
condiciona o licenciamento para circos e congêneres que possuam animais à assinatura de Termo de
Compromisso e Responsabilidade de Não-Exibição de Animais
38
POLUIÇÃO POR RESÍDUOS SÓLIDOS
1. Legislação:
2. Conceito
Art. 3º, XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e
recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada;
Art. 3º, XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível;
- proliferação de parasitas (moscas, baratas, ratos - peste negra), odores incômodos, exposição à doenças
e poluição do lençol freático e do solo pelo chorume
- Artigo 14 da Lei estadual 12.300/06 (PERS): “São proibidas as seguintes formas de destinação e
utilização de resíduos sólidos:
I - lançamento "in natura" a céu aberto;
II - deposição inadequada no solo
- Art. 47 da Lei 12.305/2010 (PNRS): São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição
final de resíduos sólidos ou rejeitos:
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
- Art. 62 do Decreto 6.514/2008: Incorre nas mesmas multas do art. 61 [Multa de R$ 5.000,00 a R$
50.000.000,00] quem:
[...]
X - lançar resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração;
(Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010)
3.2. Aterro
a) Sanitário;
b) Controlado;
c) Energético
- drenagem de gás metano e sulfuroso (contribuem para o aquecimento global e podem causar explosões
e incêndios), para geração de energia
- Lei 12.305/2010:
Art. 9o , § 1o Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos resíduos sólidos
urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade técnica e ambiental e com a implantação de
programa de monitoramento de emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
Decreto 6.514/2008:
Art. 62: Incorre nas mesmas multas do art. 61 [Multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00] quem:
[...]
XIV - destinar resíduos sólidos urbanos à recuperação energética em desconformidade com o § 1o do art.
9o da Lei no 12.305, de 2010, e respectivo regulamento; (Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010)
3.2.1 Vedações
Art. 48 da Lei 12.305/2010. São proibidas, nas áreas de disposição final de resíduos ou rejeitos, as
seguintes atividades:
- Resolução Conama 001/86: art. 2º, inc. X e Resolução Conama 237/97: Anexo I
3.3 Incineração
40
Art. 26: “Fica proibida a queima ao ar livre de resíduos sólidos, líquidos ou de qualquer outro material
combustível, exceto mediante autorização prévia da CETESB, para:
I) treinamento de combate a incêndio;
II) evitar o desenvolvimento de espécies indesejáveis, animais ou vegetais, para proteção à agricultura e
à pecuária
- Lei 12.305/2010:
Art. 47. São proibidas as seguintes formas de destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou
rejeitos:
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para essa
finalidade;
§ 1o Quando decretada emergência sanitária, a queima de resíduos a céu aberto pode ser realizada,
desde que autorizada e acompanhada pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e, quando
couber, do Suasa.
- Decreto 6.514/2008:
Art. 62: Incorre nas mesmas multas do art. 61 [Multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00] quem:
[...]
XI - queimar resíduos sólidos ou rejeitos a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não
licenciados para a atividade; (Incluído pelo Decreto nº 7.404, de 2010)
3.4 Compostagem
Art. 9o da Lei 12.305/10: Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
41
- Lei 12.305/10:
Art. 35. Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos e na aplicação do art. 33, os consumidores são obrigados a:
I - acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados;
II - disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
Parágrafo único. O poder público municipal pode instituir incentivos econômicos aos consumidores que
participam do sistema de coleta seletiva referido no caput, na forma de lei municipal.
- Lei estadual (SP) 12.528/2007: obriga a implantação da coleta seletiva em shoppings centers e outros
estabelecimentos:
Artigo 1º - Ficam os shopping centers do Estado, que possuam um número superior a cinqüenta
estabelecimentos comerciais, obrigados a implantar processo de coleta seletiva de lixo.
Art. 62 do Decreto 6.514/2008: Incorre nas mesmas multas do art. 61 [Multa de R$ 5.000,00 a R$
50.000.000,00] quem:
[...]
XIII - deixar de segregar resíduos sólidos na forma estabelecida para a coleta seletiva, quando a referida
coleta for instituída pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;
§ 3o No caso de reincidência no cometimento da infração prevista no § 2o, poderá ser aplicada a penalidade
de multa, no valor de R$ 50,00 (cinquenta reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais).
§ 4o A multa simples a que se refere o § 3o pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e
recuperação da qualidade do meio ambiente.(inciso e parágrafos introduzidos pelo Decreto 7.404/10)
4. Importação de resíduos
- Convenção da Basiléia: ratificada pelo Brasil pelo Decreto 875/93: estabelece mecanismos de
controle de movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos e seu depósito
Artigo 40: As Partes devem proibir a exportação de resíduos perigosos para as Partes que baniram sua
importação; para resíduos que não tenham sido especificamente proibidos pelo país importador, as Partes
42
devem proibir a exportação de resíduos perigosos se o país destinatário não consentir por escrito com
aquela importação; as Partes devem impedir a importação de resíduos perigosos se acreditarem que os
resíduos em questão não serão gerenciados de forma ambientalmente adequada; as Partes não devem
permitir a exportação ou importação de resíduos perigosos envolvendo um país que não é Parte da
Convenção;
- Lei 12.305/2010:
Art. 49. É proibida a importação de resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como de resíduos sólidos
cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal,
ainda que para tratamento, reforma, reúso, reutilização ou recuperação.
- Decreto 6.514/2008:
Art. 71-A. Importar resíduos sólidos perigosos e rejeitos, bem como os resíduos sólidos cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que
para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação:
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais).” (introduzido pelo
Decreto 7.404/10)
(i) Resolução CONAMA 23/1996 e Resolução CONAMA 235/97: proíbem a importação de pneumáticos
usados (resíduos classe III – inertes)
Art. 70. Importar pneu usado ou reformado em desacordo com a legislação: (O pneu reformado não pode
ser remanufaturado, por isso tem vida útil muito curta)
§ 1o Incorre na mesma multa quem comercializa, transporta, armazena, guarda ou mantém em depósito
pneu usado ou reformado, importado nessas condições.
§ 2o Ficam isentas do pagamento da multa a que se refere este artigo as importações de pneumáticos
reformados classificados nas NCM 4012.1100, 4012.1200, 4012.1300 e 4012.1900, procedentes dos Estados
Partes do MERCOSUL, ao amparo do Acordo de Complementação Econômica n o 18.”
- Tribunal Arbitral do MERCOSUL: obrigou o Brasil a aceitar a importação de pneus remoldados (2003)
- OMC aceitou a proibição do Brasil mas determinou que a proibição se estendesse também aos países
do Mercosul
43
Artigo 17 - A importação, a exportação e o transporte interestadual de resíduos, no Estado, dependerão
de prévia autorização dos órgãos ambientais competentes.
Parágrafo único - Os resíduos sólidos gerados no Estado somente poderão ser enviados para outros
Estados da Federação, mediante prévia aprovação do órgão ambiental do Estado receptor.
- Resolução Conama 257/1997, substituída pela 401/2008. Ambas determinam redução nos limites de
mercúrio, cádmio e chumbo permitidos na composição das pilhas e baterias (esta última, a partir de julho
de 2009). Além disso, impõem aos fabricantes ou importadores o dever de dar destinação final adequada
à 100% das pilhas e/ou baterias usadas, recolhidas em estabelecimentos comerciais e/ou redes de
assistência técnica autorizada
5.1.2 Pneumáticos
- resíduos inertes
- Resolução Conama 258/1999: metas para coleta, destinação final e reciclagem pneus, para fabricantes
e importadores de pneus novos e reformados. Substituída pela Resolução 416/2009:
Art. 3º A partir da entrada em vigor desta resolução, para cada pneu novo comercializado para o mercado
de reposição, as empresas fabricantes ou importadoras deverão dar destinação adequada a um pneu
inservível.
Art. 5º, § 3º Cumprida a meta de destinação estabelecida no art. 3º desta Resolução, o excedente poderá
ser utilizado para os períodos subsequentes.
Art. 14. É vedada a destinação final de pneus usados que ainda se prestam para processos de reforma,
segundo normas técnicas em vigor.
- reaproveitamento dos pneus: (i) reforma; (ii) combustível para fornos de cimento; (iii) asfalto; (iv) processo
Petrobras-six (mistura de pneus e xisto betuminoso para obtenção de óleo e gás natural)
Artigo 1º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar, em parceria com a iniciativa privada, condições para
as empresas, que comercializem produtos potencialmente perigosos ao resíduo urbano, adotarem um
sistema de coleta em recipientes próprios, que acondicionem o referido lixo.
44
§ 1º - Para fins do cumprimento desta lei, entende-se por produtos potencialmente perigosos do resíduo
urbano, pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes e frascos de aerosóis em geral.
Parágrafo único - Os recipientes de coleta serão instalados em locais visíveis e, de modo explícito,
deverão conter dizeres que venham alertar e despertar a conscientização do usuário sobre a importância
e necessidade do correto fim dos produtos e os riscos que representam à saúde e ao meio ambiente
quando não tratados com a devida correção.
Parágrafo único - A Secretaria do Meio Ambiente publicará, mediante resolução, a relação dos produtos
a que se refere o “caput” deste artigo.
Artigo 3º - para fins de cumprimento do disposto nesta Resolução, os produtos de que trata o artigo 1º,
sujeitos à responsabilidade pós-consumo estabelecida pelo artigo 19 do Decreto Estadual 54.645, de 05-
08-2009, consistem em:
Parágrafo único - a relação de produtos de que trata o caput poderá ser atualizada pela Comissão
Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos.
45
Artigo 4º - Ficam os fabricantes, distribuidores ou importadores dos produtos relacionados nos incisos I a
VII do artigo 3º desta Resolução obrigados a:
I - Manter, individualmente ou sob a forma de parcerias, postos de entrega voluntária para os resíduos
pós-consumo;
II - Orientar os consumidores quanto à necessidade de devolução dos resíduos pós -consumo;
III - Cumprir metas de recolhimento;
IV - Declarar a quantidade de produtos listados nos Incisos de I a VII do artigo 3º produzidos, a
quantidade de resíduos recolhidos e sua destinação no Sistema Declaratório Anual de Resíduos
Sólidos, a partir do estabelecimento das metas de recolhimento.
§ 2º - As metas de recolhimento de que trata o inciso III deste artigo deverão ser estabelecidas pela
Comissão Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos até 31-12-2010.
Parágrafo único - A responsabilidade pela destinação final é solidária entre as empresas que produzam,
comercializem ou importem produtos e componentes eletroeletrônicos.
Artigo 2º - Para os efeitos desta lei, consideram-se lixo tecnológico os aparelhos eletrodomésticos e os
equipamentos e componentes eletroeletrônicos de uso doméstico, industrial, comercial ou no setor de
serviços que estejam em desuso e sujeitos à disposição final, tais como:
I - componentes e periféricos de computadores;
II - monitores e televisores;
III - acumuladores de energia (baterias e pilhas);
IV - produtos magnetizados.
46
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso,
constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em
lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em
normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
§ 4o Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos
produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de outros produtos ou
embalagens objeto de logística reversa, na forma do § 1o.
§ 7o Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial
ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de
responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística
47
reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão
devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.
- descumprimento:
Decreto 6.514/2008
Art. 62. Incorre nas mesmas multas do art. 61 [Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000.000,00
(cinqüenta milhões de reais)] quem:
(...)
VI - deixar, aquele que tem obrigação, de dar destinação ambientalmente adequada a produtos,
subprodutos, embalagens, resíduos ou substâncias quando assim determinar a lei ou ato normativo.
(...)
XII - descumprir obrigação prevista no sistema de logística reversa implantado nos termos da Lei n o
12.305, de 2010, consoante as responsabilidades específicas estabelecidas para o referido sistema (inciso
introduzido pelo Decreto 6.514/10)
ÁGUAS
Legislação Principal: Lei 9.433/97 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos; Lei Estadual (SP)
7.663/97 – Política Estadual de Recursos Hídricos
Enquadramento: Todo curso d’água existente no Brasil tem que ser enquadrado numa classe
específica, de acordo com a pureza.
Usos múltiplos;
Diferentes graus de pureza para diferentes usos;
Resolução Conama 357/05 (águas superficiais) e Resolução Conama 369/08 (águas
subterrâneas).
Balneabilidade: quando o Poder Público percebe que as águas estão impróprias para o banho, ele
pode interditá-las.
Resolução Conama 274/00;
Interdição
Poluição:
Destruição de habitats aquáticos. Ex: poluição por plástico;
Crise no abastecimento
Doenças de Veiculação Hídrica. Ex: Cólera, leptospirose, etc..
Poluentes:
a) Detergentes: os biodegradáveis são altamente prejudiciais aos corpos d’água. Eles criam
membranas nos corpos d’água que prejudicam a fauna e a flora;
Lei 7.365/85: Lei que proíbe a importação, produção e utilização de detergente biodegradável;
b) Óleo de cozinha
c) Esgotos Domiciliares e Industriais: Demanda bioquímica de Oxigênio e DBO (microrganismos
na água que consomem muito oxigênio e se proliferam muito devido excesso de esgoto);
Tratamento obrigatório (art. 208 da CESP e art. 3º da Resolução Conama 430/11. O esgoto
somente segue para o corpo d’água após o tratamento e isso é obrigação do poder público;
Ocupação de Mananciais
d) Agrotóxico.
48
Reuso da água: pegar água de esgoto, submetê-la a tratamento e usá-las em coisas que não exijam
que tenha 100% de potabilidade.
Outorga: art. 11 a 18 da Lei 9433/97: água é sempre um bem público. Mesmo que as águas estejam
em propriedade privada. Lençóis freáticos também não podem ser de particulares.
Cobrança: art. 19 e seguintes da Lei 9433/97: hoje, paga-se apenas o serviço de tratamento de água
e esgoto, mas não pela quantidade de água usada. Futuramente, há intenção de ser cobrada, pois está
previsto em lei, restando apenas ser implantada.
ÁGUAS
1. Legislação aplicável
Art. 1º, inc. IV da Lei 9.433/97: “A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos:
[...]
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas”
c) enquadramento
Resolução Conama 357/2005 (alterada pela Resolução 430/2011): águas doces (5 classes),
salinas (4 classes) e salobras (4 classes)
Art. 38, § 1º da Res. 357/2005: “O enquadramento do corpo hídrico será definido pelos usos
preponderantes mais restritivos da água, atuais ou pretendidos.”
Art. 38, § 2º da Res. 357/2005: Nas bacias hidrográficas em que a condição de qualidade dos
corpos de água esteja em desacordo com os usos preponderantes pretendidos, deverão ser
estabelecidas metas obrigatórias, intermediárias e final, de melhoria da qualidade da água para
efetivação dos respectivos enquadramentos, excetuados nos parâmetros que excedam aos
limites devido às condições naturais.”
Artigo 3º “Os trechos das praias e dos balneários serão interditados se o órgão de controle
ambiental, em quaisquer das suas instâncias (municipal, estadual ou federal), constatar que a má
qualidade das águas de recreação de contato primário justifica a medida.
§1º Consideram-se como passíveis de interdição os trechos em que ocorram acidentes de médio
e grande porte, tais como: derramamento de óleo e extravasamento de esgoto, a ocorrência de
toxicidade ou formação de nata decorrente de floração de algas ou outros organismos e, no caso
de águas doces, a presença de moluscos transmissores potenciais de esquistossomose e outras
doenças de veiculação hídrica.”
- divulgação
Lei estadual (SP) 10.484/1999: dispõe sobre a análise das águas nas praias do Estado:
Art. 2º: “A cada ano, no período entre 15 de dezembro a 15 de março do ano seguinte, a CETESB
deverá efetuar e divulgar os resultados das análises realizadas nas águas das mencionadas
Estâncias.
§único: A divulgação será feita através da publicação no Diário Oficial do Estado, bem como da
remessa dos resultados das análises a, pelo menos, 3 (três) órgãos de comunicação de massa”
Art. 3º: “A CETESB deverá colocar painéis, próximos às praias, informando das condições
próprias ou impróprias para banho, de forma que os usuários possam orientar-se a respeito das
condições de balneabilidade das praias”
- crise no abastecimento
50
- doenças de veiculação hídrica (cerca de 80% das doenças dos países em desenvolvimento
(como o Brasil) são provenientes da água de qualidade ruim. Enfermidades mais comuns
transmitidas pela água: Febre Tifóide, Disenteria, Cólera, Diarréia, Hepatite, Leptospirose e
Giardíase)
a) Código de Águas
Art. 109: “A ninguém é lícito conspurcar ou contaminar as águas que não consome, com prejuízo
de terceiros”
Art. 110: “Os trabalhos para a salubridade das águas serão executados à custa dos infratores,
que, além da responsabilidade criminal, se houver, responderão pelas perdas e danos que
causarem e pelas multas que lhes forem impostas nos regulamentos administrativos”
b) Lei 6.938/1981
5.1 Poluentes
b) óleo de cozinha (Um litro de óleo pode poluir mais de 20 mil litros de água)
- morte de pessoas: a falta de saneamento causa a morte de 42.000 pessoas no mundo por
semana
Art. 208 da Constituição do Estado de São Paulo: “Fica vedado o lançamento de efluentes e
esgotos urbanos e industriais, sem o devido tratamento, em qualquer corpo d’água”
51
Art. 45. Ressalvadas as disposições em contrário das normas do titular, da entidade de
regulação e de meio ambiente, toda edificação permanente urbana será conectada às redes
públicas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeita ao
pagamento das tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses
serviços.
§ 3º - Fica estabelecida a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) devida pelo não cumprimento
do disposto na presente lei, que terá seu valor dobrado na reincidência.
Art. 1º. O Município de São Paulo utilizará água de reuso, não potável, proveniente das Estações
de Tratamento de Esgoto, para a lavagem de ruas, praças públicas, passeios públicos, próprios
municipais e outros logradouros, bem como para a irrigação de jardins, praças, campos
esportivos e outros equipamentos, considerando o custo benefício dessas operações.
6. Outorga e cobrança
LEI 9.433/97:
Art. 11 da Lei 9.433/97: “O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como
objetivos assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício
dos direitos de acesso à água”
Art. 12:”Estão sujeitos à outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
I) derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II) extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo
produtivo; (p.ex., poços)
III) lançamento em corpo d’água de esgotos e demais resíduos líquidos e gasosos, tratados ou
não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV) aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V) outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo
d’água.
§1º: Independem da outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:
I) o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos
populacionais, distribuídos no meio rural;
II) as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
52
III) as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes” 1
Art. 16: “Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á pelo prazo não excedente
a 35 anos, renovável”
Art. 18: “A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples
direito de seu uso”
- suspensão da outorga
Art. 15 da Lei 9.433/97: “A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa
parcial ou totalmente, em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as
decorrentes de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se
disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.”
9. COBRANÇA
LEI 9.433/97:
1Conjugando-se este §1º com o art. 20 desta mesma Lei, percebe-se que os usos da água aqui descritos não estão
sujeitos à qualquer tipo de cobrança.
53
III) obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos”
Art. 20. “Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga nos termos do art. 12
desta lei”
Art. 22 da Lei 9.433/1997. “Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos
hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica2 em que foram gerados e serão
utilizados:
I) no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos
Hídricos;
II) no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”
§1º. A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a 7,5% do total
arrecadado.
Art. 2º, § 1° - O produto da cobrança estará vinculado às bacias hidrográficas em que for
arrecadado, e será aplicado em financiamentos, empréstimos, ou a fundo perdido, em
conformidade com o aprovado pelo respectivo Comitê de Bacia, tendo como agente financeiro
instituição de crédito designada pela Junta de Coordenação Financeira, da Secretaria da
Fazenda do Estado de São Paulo, nas condições a serem definidas em regulamento.
§ 3° - Desde que haja proporcional benefício para a bacia sob sua jurisdição, o Comitê poderá,
excepcionalmente, decidir pela aplicação em outra bacia de parte do montante arrecadado.
Art. 3° - A implantação da cobrança prevista nesta lei será feita com a participação dos Comitês
de Bacia, de forma gradativa e com a organização de um cadastro específico de usuários de
recursos hídricos.
2 Bacia hidrográfica: um rio principal, diversos afluentes e mesma foz (lugar no qual o rio desemboca) É a área cujo
escoamento das águas superficiais contribui para um único exutório, ou, ainda, grande superfície limitada por
divisores de águas e drenadas por um rio e seus tributários.
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§2°- Os responsáveis pelos serviços públicos de distribuição de água não repassarão a parcela
relativa à cobrança pelo volume captado dos recursos hídricos aos usuários finais residenciais,
desde que seja comprovado o estado de baixa renda do consumidor, nas condições a serem
definidas em regulamento.
§ 4° - A utilização de recursos hídricos por micro e pequenos produtores rurais será isenta de
cobrança, conforme dispuser a regulamentação.
Art. 9º, § 3° - Serão adotados mecanismos de compensação e incentivos para os usuários que
devolverem a água em qualidade superior àquela determinada em legislação e normas
regulamentares.
Art. 1° (das disposições transitórias)- Os usuários urbanos e Industriais dos recursos hídricos
estarão sujeitos à cobrança efetiva somente a partir de 1º de janeiro do ano de 2006.
§ 2º - Serão considerados usuários finais de baixa renda, aos quais os serviços públicos de
distribuição de água não repassarão a parcela relativa à cobrança pelo volume captado dos
recursos hídricos, nos termos do § 2º do artigo 5º da Lei nº 12.183 de 29 de dezembro de 2005,
aqueles que se enquadrarem nas seguintes condições:
1. os classificados na categoria .tarifa social. ou equivalente, nos respectivos cadastros das
concessionárias públicas ou privadas dos serviços de água e esgoto no seu município;
2. nos municípios onde a estrutura tarifária não contemple a .tarifa social. Ou equivalente, os
inscritos nos cadastros institucionalmente estabelecidos dos programas sociais dos Governos
Municipais, Estadual ou Federal ou que estejam cadastrados como potenciais beneficiários
desses programas
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