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9ª SENTADA:

CONDIÇÕES MÍNIMAS PARA O PASSO


DO CASAMENTO

1. Após o resumo das 8 sentadas passadas, deu-se por aberta a discussão sobre o
tema: quais as condições que um crente deve ter para entrar no matrimonio. A
questão primaria foi: se um crente estiver abrasado (1Co7) e suas condições
financeiras não forem suficientes para os gastos todos que se esperam da fase do
casamento, não podia a igreja conforme Atos2 suprir sua falta e ele se casar e
posto dentro do lar labutar meios de como sustentar sua família?
2. Para responder a essa pergunta começou-se por definir O QUE DEUS OU A
CULTURA DEMANDAM DO CRENTE?
3. O que define as condições mínimas que um crente deve ter para se casar:
a. A responsabilidade que a Escritura atribui ao homem no lar:
i. A irmã cresceu sendo cuidada, alimentada e tutoreada pelos seus
pais, agora ao tomar a irmã, ela passa a estar sob responsabilidade
deste, seu vestir, sua alimentação e o resto (Nm30:4ss).
ii. “Se alguém não cuida dos seus é pior que o infiel” (1Tm5:8) Paulo
fala isso aos filhos e netos. Em outras palavras, se um filho/neto
desprezar sua mãe/avó faz dele pior que um infiel, quanto mais seus
dependentes direitos como filhos e esposa?!
iii. Analogia de Cristo e a Igreja (Ef5:29): Paulo descreve com base na
analogia de Cristo e a Igreja, que o homem deve cuidar e alimentar a
sua esposa do mesmo jeito que ele faz a si mesmo!
iv. O amor do esposo pela esposa e filhos (Lc11:11ss, Sl103:13):
certamente veríamos o irmão que ama sua família a mendigar até
por pão só para suprir a falta de sua família.
v. A natureza (sem considerar as exceções) nos ensina que o homem
deve ser o provedor do lar;
b. Expectativas da família da mulher (expectativas essas que podem chegar a
ser condições para entregar a filha):
i. Em relação à vida após:
1. Há famílias que não esperam do homem menos que o que
eles deram à sua filha, chegando até mesmo em alguns casos
a interferir levando sua filha de volta, pelas condições
precárias que alguns homens deram:
a. Podendo até exigir do irmão casa onde vão ficar após
casar!
b. Querendo saber em detalhes que emprego o irmão
tem se vai dar para aguentar a sua filha ou não!
2. Há outras famílias cuja expectativa é mínima, sendo de
opinião que as coisas começam sempre assim, uma cozinha e
casa de banho apenas, mas que depois as coisas melhoram;
ii. Em relação à festa, sendo a festa o maior obstáculo em termos
financeiros,
1. Há famílias que colocam exigências sobre a festa do
casamento, não aceitam a simplicidade que os crentes
muitas vezes optam por ter!
a. Em nota que não obstante muitas vezes os custos
serem repartidos, já se deu casos que em ultima da
hora, todo o peso caiu sobre responsabilidade do
homem.
2. Outras deixam à mercê do casal sobre a simplicidade que
quiserem ter.
iii. Nesse aspecto realçou-se ainda que na maioria dos casos as
exigências da família se mostrou flexível, isto é, há espaço para que
haja um debate sadio com a família da esposa e o irmão conseguir
amoldar a situação a seu favor.
4. Uma vez estabelecido e de acordo comum de todos presentes que é DEVER DO
HOMEM PROVER O LAR, CUIDAR DE SUA ESPOSA E DE SEUS FILHOS.
a. Aqui fez-se distinção entre RESPONSABILIDADE DE “TRABALHAR” e
RESPONSABILIDADE DE “PROVER”, onde surgiu a pergunta se é
mandamento do Senhor que o homem trabalhe!
i. Os argumentos em favor do mandamento de trabalhar foram:
1. A ordem do homem “Lavrar o jardim” desde principio – que
se traduz mais numa demanda essencial à sua
sobrevivência—que teve uma brusca mudança após a queda
onde agora, para obter o seu pão seria com dor e suor
(Gn2:5,15 e 3:17,23).
2. A ordenança de Paulo aos Tessalonicenses que, Ele mesmo,
não obstante Ele ter o direito de comer da mão deles, se
abdicou de o fazer só para lhes dar o exemplo de que
TINHAM QUE TRABALHAR e se opôs aos que andavam
desordeiros nada fazendo! (2Ts3:6ss)
3. A ordem àquele que furtava que devia FAZER COM AS MÃOS
O QUE É BOM A FIM DE TER O QUE REPARTIR COM O QUE
TIVER NECESSITADO; (Ef4:28)
5. Logo, qual deve ser a preparação mínima que este deve ter antes de ENGRENAR
NO CASAMENTO? QUAIS SÃO OS DIFERENTES MEIOS DE UM IRMÃO RESPONDER A
ESSA RESPONSABILIDADE DE PROVER? Viram-se quatro opções aqui:
a. TRABALHO SECULAR,
b. TRABALHO NO MINISTÉRIO,
c. SUPRIMENTO POR PARTE DA IGREJA,
d. VIDA DE FÉ QUE O SENHOR SUPRIRÁ.
6. VIDA DE FÉ QUE O SENHOR SUPRIRÁ –Apresentou-se como opção, pessoas que
apenas decidiram crer que o Senhor supriria e então decidiram mesmo assim
avançar casando e o Senhor tudo faria.
a. Após prolongada discussão, notou-se que esses casos devem ser tomados
por temporários e não de caracter permanente. O Senhor vem em socorro
de Israel no deserto com o maná, mas cessou após comerem da terra de
Canaã onde agora estariam entregues ao normal da vida.
b. Partindo também do principio que o normal que o Senhor ordenou é que SE
TRABALHE, logo fica descartada essa opção como UMA OPÇÃO NORMAL.
c. Ainda aqui se discutiram quais seriam os motivos que levariam tal pessoa a
optar por entrar com essa “fé” apenas:
i. Uma pessoa a tempo integral na obra do Senhor. Essa categoria não
foi vista como fé propriamente, mas como trabalho mesmo, uma
pessoa que trabalha na obra do Senhor recebe sua recompensa por
ser digno disso, ver o ponto 8.
ii. “Irmão está extremamente abrasado não podendo mais esperar
por condições” aqui debateu-se o sentido de 1co7, argumento
levantado é que se “não peca, case-se” for visto como “casa para
não pecar” além de meter em causa do autodomínio que o Espírito
providencia aos crentes bem como o argumento de combate à
prostituição – sois templos do Espírito – não encaixaria ao contexto
do capitulo que parece ser mais “uma decisão se avança ao celibato
ou enverga a vida normal”, foi dito que a ideia de Paulo era “que
fossem como ele” agora se ao serem como ele, verem que as
paixões continuam acesas e que estariam em continua tentação,
deviam enveredar ao casamento e que seria pecado nenhum se
casassem!
1. Logo, o irmão que apresenta esse argumento deve
considerar a oração, o autodomínio e a noção clara dele
como templo do Espírito, até porque foi dito que casamento
sem autodomínio levaria a pessoa ao adultério! Deve essa
pessoa recorrer àquilo que sempre susteve o crente sendo
que muitos se convertem na adolescência e vêm a casar aos
23, 25, 28, 30 anos!
2. O problema do mesmo é mais espiritual do que de
casamento propriamente. Logo não há necessidade de
avançar sobre esse argumento.
iii. “O emprego não aparece até agora, vou casar e depois aparecerá”,
o que fica implícito nessa pergunta é que na mesma o irmão assume
que precisa do emprego, razão porque crê que virá, então
perguntou-se se pode vir depois, porquê não vir antes?! Aconselhou-
se a esse irmão a colocar-se em oração para que venha e então
avance!
iv. “Irmão só não quer trabalhar sem motivos” embora que depois se
removeu esse argumento, mas ficou claro que a Escritura não dá
espaço para alguém que só não quer mesmo trabalhar. Deve haver
um motivo!
d. ESSE PONTO DE ENTRAR NO CASAMENTO POR “FÉ” PURA APENAS tem suas
motivações em elementos que não têm que necessariamente existir. Logo
ficou descartado essa “FÉ” (ênfase nas virgulas altas) como uma forma de
responder AO DEVER QUE O HOMEM TEM NO LAR.
7. SUPRIMENTO POR PARTE DA IGREJA—Houve ainda quem apresentasse Atos2
como uma resposta ao DEVER EM O HOMEM CUIDAR DO LAR! Como resposta a
esse argumento, viu-se que:
a. Usando a ordem sobre as viúvas (1Tm5:4ss): que só no caso de não terem
como serem sustentadas pelos seus parentes é que deviam optar pela
igreja! O sustento da igreja não vem como primeira opção, mas como
ultimo recurso.
b. A igreja se mostra disponível ajudar e suprir as necessidades dos irmãos.
Porém sob o principio de “QUEM NÃO TRABALHA, NÃO COME” (2Ts3:10),
isto é, sendo que a igreja tinha um sistema de distribuição de alimentos
para os santos devia participar dele aquele que também ajudava
colaborando com alguma coisa. Claro que se referindo aos que
voluntariamente se escusavam de trabalhar.
c. Conclusão: no caso de desempregados que ainda não aderiram ao
casamento, seus motivos devem ser analisados à luz do ponto 6. Aos
demais que ficaram desempregados dentro do casamento é dever da igreja
suprir.
8. TRABALHO DO MINISTÉRIO –E aqueles homens que estão inteiramente entregues
à obra do Senhor?
a. Deviam os homens cuja obra os leva a entregarem completamente seu
tempo, colocados na categoria de “trabalhadores”, pode seu trabalho na fé
responder ao dever de cuidar do lar que pesa sobre eles?
i. Definitivamente sim. “Digno é obreiro de seu salário”(1Co9;9) todas
vezes foi usada se referindo aos obreiros na ceara do Senhor.
ii. Os homens na obra do Senhor são por direito sustentados pelos
santos que o acolhem podendo mesmo receber sustento de outros
locais enquanto trabalha noutros locais. (2Co11:9)
iii. O mesmo se diz do presbítero que quando trabalha bem receber
dupla honra. (1Ts5:17)
b. No entanto, aos obreiros na ceara nem sempre tal remuneração poderá
existir, especialmente no começo de sua obra, aqui somente os aspetos fé e
suprimento da igreja são aplicáveis (Mt10:9ss)
c. No que tange ao aspeto familiar certamente poderá haver objeções por
parte da família da esposa, podendo até mesmo se recusar em entregar a
filha:
i. Nesses casos, além da fé e oração, aconselhou-se que tal irmão
optasse por um arranjar trabalho secular, desde que tal não
prejudicasse sua obra, para satisfazer as condições impostas pela
família, e após tomá-la se entregar novamente por completo à obra
(ver exemplo em At18:3,5 e 2Ts3:10).
9. TRABALHO SECULAR –Certamente esse é o caminho mais natural de satisfazer às
exigências do dever sobre o lar. No entanto algumas considerações foram
consideradas:
a. Fé e o trabalho. Não devia Mateus6:25-33 e a fé que o Senhor suprirá nos
levar a não trabalhar? Viu-se que devemos como Paulo conciliar o
suprimento divino no meio do trabalho (2Ts3:8).
b. Postos no lar, visto ser exigência do homem o suprimento, qual a posição
da mulher nesses casos? Pode ela trabalhar igualmente?
i. Opinou-se que sua tarefa como adjutora poderá se estender a isso
se necessário;
ii. Ao exemplo da Mulher virtuosa (Pv.31), que negociava e ajudava
nas questões financeiras de casa (v.16,24) sem, todavia, “comer o
pão da preguiça” concluiu-se que Ela poderá trabalhar desde isso
não afete suas responsabilidades domésticas.
10. CONDIÇÕES BÁSICAS:
a. Resumidamente as condições importantes e cruciais a se ter para adentrar
o casamento são “Onde ficar” e “O que comer”. A relação
“moradia/alimentação/salario” dependerá em grande medida das
exigências do próprio casal, devendo se acomodarem com o salário que têm
e não almejar coisas além do que podem.
i. Notas no “Onde Ficar”
1. “Casa própria” é sem duvidas a melhor opção, no entanto,
na sua impossibilidade deve se precaver com “casa de
renda”,
2. Uma casa disponibilizada por alguém temporariamente ou
mesmo algum espaço na casa dos pais, porém por
consentimento mutuo.
b. Festa de casamento:
i. Aconselha-se igualmente que as irmãs mantenham o irmão
atualizado sobre as exigências que comumente a sua família pede
nas primas, irmãs já casadas de modo a dar antecipação sobre as
condições ao irmão.
ii. Na possibilidade de haver espaço na família, aconselha-se
fortemente que se faça algo simples e com poucos gastos de modo
a dar espaço para os primeiros meses da vida de casado e poder até
avançar com aspetos mais importantes como casa.

Por fim que se tome por conselho sábio:“Cuide primeiro de seus negócios, defina sua
situação financeira e depois comece a construir sua casa e formar sua família.
(Pv.24:27)”

Calemba aos 18 de Junho de 2016

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