Você está na página 1de 7

Particionamento e Formatação de Disco Rígido Linux

1-Para preparar partições em um disco rígido instalado em um sistema operacional Linux utilizamos
a ferramenta “fdisk” executada através do superusuário “root”, para iniciar o particionamento
vamos listar os discos via comando “#fdisk -l” que exibirá os discos instalados no sistema, neste
exemplo temos o disco principal (SATA-0 /dev/sda) e (SATA-1 /dev/sdb).

2-Neste exemplo vamos manipular o segundo disco que foi instalado posteriormente no sistema que
é indicado como “/dev/sdb”, digite o comando “#fdisk /dev/sdb” digite a opção “F” para listar o
espaço livre não particionado do disco.

Obs: No console do “fdisk” digite “m” para exibir a opções disponíveis para manipulação de disco
rígido, devido as limitações de endereçamento em modo “MBR” do disco rígido em computadores
que utilizam o sistema legado de “BIOS” só é possível dividir o disco em 4 partições primárias ou
3 partições primárias e 1 estendida que podem ser combinadas sendo necessário pelo menos 1
partição primária para instalação do sistema operacional, para criação de mais de 4 partições é
utilizada uma partição estendida que disponibiliza suporte para criação de até 59 partições lógicas,
esta limitação não existe em sistemas modernos com “UEFI” utilizando modo “GPT”.
3-No console do “fdisk” digite a sequência de opções a seguir: “n” para adicionar uma nova
partição, “p” para selecionar partição primária, “1” para o número da partição primária, digite
“Enter” para selecionar o primeiro setor do disco padrão, digite o tamanho desejado para a
partição, neste exemplo “+150G” 150 Gigabytes, no exemplo o disco estava formatado em “NTFS”
e foi necessário remover a assinatura utilizando a opção “S”, para gravar as alterações realizadas na
tabela de partições do disco digite “w” e aguarde a finalização.

4-Novamente no console do “fdisk” digite a sequência de opções, “F” para listar o espaço não
particionado, “n” para adicionar uma nova partição, “e” para selecionar partição estendida, “2”
para o número da partição estendida, digite “Enter” para o primeiro e o último setor, neste exemplo
vamos utilizar todo o espaço restante do disco, para gravar as alterações realizadas na tabela de
partições do disco digite “w” e aguarde a finalização.
5-Execute novamente o comando “fdisk -l” para exibir as novas partições criadas no disco
“/dev/sdb” que seguirão uma sequência padrão no Linux (sdb1 e sdb2).

6-Novamente no console do “fdisk” digite a sequência de opções a seguir: “n” para adicionar uma
nova partição lógica, digite “Enter” para selecionar o primeiro setor do disco padrão, digite o
tamanho desejado para a partição lógica, neste exemplo “+80G” 80 Gigabytes, repita a sequência
para criar uma segunda partição lógica, digite “Enter” para o primeiro e o último setor, neste
exemplo que utilizará o restante do espaço do disco, para gravar as alterações realizadas na tabela
de partições do disco digite “w” e aguarde a finalização.
7-No console do “fdisk” podemos listar todas as partições criadas anteriormente através da opção
“p”, na tela de exemplo abaixo podemos visualizar as novas partições (primária /dev/sdb1,
estendida /dev/sdb2, lógica /dev/sdb5, lógica /dev/sdb6).

8-Após o particionamento do disco é necessário formatar as partições com um sistema de arquivos,


na tela de exemplo abaixo foi determinado o “ext4” padrão atual do Linux Debian 9, para iniciar a
formatação digite o comando “#mkfs -t ext4 /dev/sdb1” e aguarde a finalização.

9-Para que o sistema de arquivos que acabamos de criar seja montado automaticamente na
inicialização do sistema devemos editar o arquivo “/etc/fstab”, é aconselhável fazer uma cópia de
segurança do arquivo “cp -p /etc/fstab /root/backup/fstab.bak”.
10-Primeiro obtemos o “UUID” da partição que será configurada para inicializar automaticamente
no carregamento do sistema digitando o comando “#blkid /dev/sdb1”.

11-Agora é só editar o arquivo “/etc/fstab” via um editor de texto com as seguintes informações,
“UUID” do disco, diretório criado para o ponto de montagem, o tipo de sistema de arquivo
escolhido, as opções de montagem e por fim o comando “dump” e a checagem de disco pelo
“pass” através do “fsck”, reinicialize o sistema para testar o novo ponto de montagem.

12-Para verificar o novo ponto de montagem digite o comando “$df -h”, na tela de exemplo abaixo
podemos visualizar suas informações.

13-Para criar um ponto de montagem manual basta criar um diretório no disco principal e montar o
dispositivo digitando o comando “#mount /dev/sdb5 /mnt/sdb5”, podemos verificar as
informações através do comando “#df -h” como o exemplo da tela abaixo.
Tabela de Opções para manipulação de disco do console Fdisk:

Opção Ação
-a Ativa partição inicializável
-d Deleta uma partição
-F Lista o espaço não particionado
-l Lista os tipos de partições
-n Adiciona uma nova partição
-p Mostra a tabela de partições criadas
-t Altera o tipo de uma partição
-i Informações detalhadas de uma partição específica
-m Mostra o menu de opções do “fdisk”
-w Salva as alterações na tabela de partições e sai do “fdisk”
-q Sai sem salvar as alterações na tabela de partições do “fdisk”

Tabela de tipos de sistemas de arquivos Linux para edição do arquivo “/etc/fstab”:

Tipo Descrição
ext2 Sistema de arquivos padrão Linux Kernel 2.4
ext3 Sistema de arquivos padrão Linux Kernel 2.6 – suporte a journaling
ext4 Sistema de arquivos padrão Linux atual e melhorado (evolução do ext2/ext3)
reiserfs Sistema de arquivos Linux tipo journaling
xfs Sistema de arquivos Linux desenvolvido pela Silicon Graphics-Ideal para DBs
btrfs Sistema de arquivos Linux criado pela Oracle
vfat Sistema de arquivos compatível com sistemas Windows FAT32
swap Sistema de arquivos padrão Linux para memória virtual
iso9660 Sistema de arquivos padrão para CD/DVD ROM
nfs Usado para montar dispositivos compartilhados em rede

Ex: Arquivo “/etc/fstab” do Linux CentOS 7 utilizando sistema de arquivos padrão “xfs”.
Tabela de opções de montagem para edição do arquivo “/etc/fstab”:

Opção Descrição
auto Habilita montagem automática na inicialização do sistema operacional.
noauto Desabilita montagem automática na inicialização do sistema operacional.
ro Montagem de sistema de arquivos como somente leitura.
rw Montagem de sistema de arquivos como leitura e gravação.
exec Habilita execução de arquivos específicos.
noexec Desabilita execução de arquivos específicos.
user Habilita montagem do dispositivo para usuários do sistema.
users Habilita montagem e desmontagem do dispositivo para usuários do sistema.
nouser Somente o usuário “root” possui permissão para montar e desmontar o dispositivo.
sync Habilita transferência síncrona de dados no dispositivo.
async Habilita transferência assíncrona de dados no dispositivo.
suid Habilita bits suid/sgid para executáveis rodarem como “root”.
nosuid Desabilita bits suid/sgid para executáveis rodarem como “root”.
defaults Habilita as opções de montagem padrão (auto, rw, exec, nouser, async, suid).

Obs: Para adicionar novos pontos de montagem de dispositivos crie antes um diretório para a nova
partição em “/mnt”, e adicione as seguintes opções conforme o modelo abaixo no arquivo
“/etc/fstab”.

Modo clássico:
<Tipo de sistema> <ponto de montagem> <Tipo> <Opções> <Dump> <Pass>
/dev/sdb1 /mnt/sdb1 ext4 defaults 0 0
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Modo atual: (Para obter o UUID digite o comando “#blkid /dev/sdb1”)
<Tipo de sistema> <ponto de montagem> <Tipo> <Opções> <Dump><Pass>
UUID=5c5a3aff-d8a3-4794-c4956bd2b8fd /mnt/sdb1 ext4 defaults 0 0

Lista detalhada das opções do arquivo “/etc/fstab”:

• Tipo de sistema-File system: referente ao dispositivo, partição ou diretório compartilhado


em rede.
• Ponto de montagem-mount point: referente ao diretório destinado a montagem do
dispositivo, partição ou diretório compartilhado em rede.
• Tipo-type: referente ao tipo de sistema de arquivos utilizado na formatação do dispositivo.
• Opções-options: referente as regras de montagem que serão aplicadas no dispositivo,
partição ou diretório compartilhado em rede.
• Dump: referente ao backup do sistema de arquivos (0 desativado, 1 ativado).
• Pass: referente a verificação de erros do dispositivo no boot do sistema (0 sem verificação, 1
verificação partição raiz “/”, 2 verificação em outras partições).

Você também pode gostar