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Um estudo sobre os sistemas de arquivos: Windows e Linux

Gustavo dos Santos Canapa (gustavo.s.canapa@gmail.com) –Mestre Luciano Santos Cardoso


(lucianoscardoso@gmail.com)

Resumo
Este documento apresenta os principais sistemas de arquivos dos principais sistemas
operacionais da atualidade, Windows e Linux, um sistema de arquivo ou file system é um
conjunto de estruturas lógicas, ou seja, feitas diretamente via software, que permite ao sistema
operacional ter acesso e controlar os dados gravaods no disco. Cada sistema operacional lida
com um sistema de arquivo diferente e cada sistema de arquivos possui suas peculiaridade,
como limitações, qualidade, velocidade, gerenciamento de espaço.

Palavras-chave: Sistem de arquivos. Linux. Windows.

Introdução
Um sistema de arquivo ou file system é um conjunto de estruturas lógicas, ou seja,
feitas diretamente via software, que permite ao sistema operacional ter acesso e controlar os
dados gravaods no disco.
Cada sistema operacional lida com um sistema de arquivo diferente e cada sistema de
arquivos possui suas peculiaridade, como limitações, qualidade, velocidade, gerenciamento de
espaço e entre outras caracteristicas. É o sistema de arquivos que define como os bytes que
compõem um arquivo serão armazenado no disco e de que forma o sistema operacional terá
acesso aos dados.
No universo Windows, o número de sistemas de arquivos é mais limitado. Na época
do Windows 95, a Microsoft usava o sistema de arquivos FAT16, porém deviado as suas
limitações, foi substituído pelo FAT32 que, após alguns anos foi substituido pelo NTFS, que é
usado até os dias de hoje.
Já no universo Linux, onde é possível encontrar uma enorme quantidade e variedade
de distribuições, o leque de sistemas de arquivos é bem maior, os mais utilizados são o EXT3
e o EXT4 (ALENCAR, 2016).

1 FAT
FAT é sigla para File Allocation Table, em portugues, Tabela de alocação de arquivos.
A primeira versão do FAT surgiu no ano de 1977. Nesta época era utilizado o sistema
operacional MS-DOS e permaneceu padrão até o Windows 95. O FAT tem seu
funcionamento baseado em uma tabela representativa que possui a capacidade de indicar onde
estão os dados de arquivo. A tabela usada possui funções para guiar até onde está localizado
cada bloco e também aonde estão divididos os arquivos gravados. Com o passar dos tempos
foi surgindo a necessidade de aperfeiçoamento do FAT, e assim surgiram seus sucessores, o
FAT12 e FAT16.
O FAT12, por sua vez não foi muito utilizado, porém, o FAT16 foi padrão de sistemas
operacionais da Microsoft por bastante tempo.
Algumas das vantagens do FAT, não é possível executar um não-preenchimento em
Windows NT em nenhum dos sistemas de arquivos com suporte. Utilitários não-completos
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tentam acessar diretamente o hardware, o que não pode ser feito em Windows NT. No
entanto, se o arquivo estiver localizado em uma partição FAT e o sistema for reiniciado em
MS-DOS, o arquivo poderá ser selecionado. O sistema de arquivos FAT é melhor para
unidades e/ou partições com aproximadamente 200 MB, pois o FAT começa com pouca
sobrecarga.
Algumas das desvantagens do FAT, preferencialmente, ao usar unidades ou partições
de mais de 200 MB, o sistema de arquivos FAT não deve ser usado. Isso porque conforme o
tamanho do volume aumenta, o desempenho com FAT diminuirá rapidamente. Não é possível
definir permissões em arquivos que são partições FAT. As partições FAT são limitadas em
tamanho a um máximo de 4 Gigabytes (GB) em Windows NT e 2 GB no MS-DOS
(MICROSOFT, 2020).

2 FAT32
O sistema de arquivos FAT32 utiliza 32 bits no endereçamento de dados. No FAT16,
quanto maior o espaço em disco, maior é o tamanho do cluster. Com o FAT32, é possível usar
clusters menores, no geral de 4 KB, mesmo que a unidade ofereça maior capacidade de
armazenamento. Assim, o desperdício acaba sendo menor. O sucesso da grande
compatibilidade do FAT32 com programas, drivers de dispositivo e as redes existentes, foi
reestruturado com o mínimo de alterações na arquitetura do Windows, nas estruturas de dados
internos, em APIs e também no formato no disco. Como o FAT32 precisa de 4 bytes para
poder armazenar valores do cluster, várias estruturas de dados internos e no disco e APIs
publicados foram refeitas ou mesmo expandidas. Ferramentas e drivers existentes continuarão
funcionando em unidades FAT32.
No entanto, o MS-DOS bloqueia drivers de dispositivo, e as ferramentas do disco
precisarão ser revisadas para poder suportar as unidades FAT32. As ferramentas de disco
agrupadas da Microsoft, como o Format, Fdisk, Defrag e ScanDisk com base no MS-DOS e
no Windows, foram revisadas afim de proporcionar um bom funcionamento com o FAT32.
Com o FAT32, o desperdício em disco teve bastante redução. Para ter uma ideia exata, O
FAT16, seu antecessor, usava clusters de até 64 KB, agora, o FAT32 pode utilizar clusters de
4 KB. A grande parte dos drives removíveis como PenDrives, Discos USB e Disquetes,
utilizam o FAT12, 16 ou 32 como sistema de arquivos.
Seguramente podemos dizer que o FAT32 é mais confiável. Ele tem a capacidade de
posicionar o diretório principal em qualquer lugar do disco. Comparando com os sistemas
antigos de FAT, havia uma grande limitação no número de entradas que podiam ser alocadas
no diretório principal. Com o FAT32 não há essa preocupação. O FAT32 tem a capacidade de
suportar partições de até 2 TB (MICROSOFT, 2020).

3 NFTS
Do ponto de vista de um usuário, o NTFS continua a organizar arquivos em diretórios,
que, como o HPFS, são organizados. No entanto, ao contrário de FAT ou HPFS, não há
objetos "especiais" no disco e não há dependência do hardware subjacente, como setores de
512 bytes. Além disso, não há locais especiais no disco, como tabelas FAT ou Super Blocos
HPFS.
As metas do NTFS são fornecer; Confiabilidade, que é especialmente desejável para
sistemas high-end e servidores de arquivos; Uma plataforma para funcionalidades adicionais;
Dar suporte aos requisitos POSIX; Remoção das limitações dos sistemas de arquivos FAT e
HPFS.
Para garantir a confiabilidade do NTFS, três áreas principais foram abordadas:
capacidade de recuperação, remoção de falhas fatais de setor único e correção a quente.
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NTFS é um sistema de arquivos recuperáveis porque mantém o controle de transações


no sistema de arquivos. Quando um CHKDSK é executado em FAT ou HPFS, a consistência
dos ponteiros dentro do diretório, alocação e tabelas de arquivo estão sendo verificadas. Em
NTFS, um log de transações contra esses componentes é mantido para que CHKDSK precise
apenas reverter as transações para o último ponto de confirmação para recuperar a
consistência dentro do sistema de arquivos.
Em FAT ou HPFS, se um setor que é o local de um dos objetos especiais do sistema
de arquivos falhar, ocorrerá uma única falha no setor. O NTFS evita isso de duas maneiras:
primeiro, não usando objetos especiais no disco e monitorando e protegendo todos os objetos
que estão no disco. Em segundo lugar, em NTFS, várias cópias (o número depende do
tamanho do volume) da Tabela de Arquivos Mestre são mantidas.
Algumas das vantagens do sistema NFTS, é melhor para uso em volumes de cerca de
400 MB ou mais. Isso acontece porque o desempenho não se degrada em NTFS, como
acontece em FAT, com tamanhos de volume maiores. A capacidade de recuperação projetada
para NTFS é tal que um usuário nunca deve ter que executar qualquer tipo de utilitário de
reparo de disco em uma partição NTFS.
Algumas das desvantagens do sistema NFTS, não é recomendável usar este sistema de
arquivos em um volume menor que aproximadamente 400 MB, devido à quantidade de
sobrecarga de espaço envolvida no NTFS. Essa sobrecarga de espaço está na forma de
arquivos do sistema NTFS que normalmente usam pelo menos 4 MB de espaço de unidade
em uma partição de 100 MB.
Atualmente, não há criptografia de arquivo criada em NTFS. Portanto, alguém pode
inicializar em MS-DOS ou em outro sistema operacional e usar um utilitário de edição de
disco de baixo nível para exibir dados armazenados em um volume NTFS.
Não é possível formatar um disco flexível com o sistema de arquivos NTFS; Windows
NT formatar todos os discos flexíveis com o sistema de arquivos FAT porque a sobrecarga
envolvida no NTFS não se ajustará a um disco flexível.

4 EXT3
O EXT3, que foi desenvolvido pelo DR. Stephen Tweedie juntamente com outros
colaboradores, na Red Hat, este sistema de arquivos é basicamente o sistema de arquivos ext
com recursos de Journaling. O EXT3 passou a ser efetivamente suportado pelo Kernel do
Linux a partir da versão 2.4, o que consequentemente todas as distribuições Linux lançadas
com este Kernel ou superior, tem suporte com o mesmo. No EXT3, o código de Journaling
usa uma camada chamada de “Journaling Block Device” (JBD), A JBD foi criada com
propósito de implementar Journal em qualquer tipo de dispotivo com base em blocos de
dados. Por exemplo, o código EXT3 informa e “pede autorização” a JDB para efetuar
mudanção, antes de modificar/adicionar qualquer dado ao disco.
Sendo assim, é o JDB que basicamente gerencia o Jounal, uma curiosidade sobre JDB
é que ele funciona como uma entidade independente, permitindo que não só o EXT3 a use,
mas também outros sistemas de arquivos. O mesmo é um dos sistemas mais utilizados nas
distros do Linux, tendo como seu “rival”o ReiserFS, que também possui recursos de
Journaling como uma de suas principais caraterísticas.
O EXT3 suporte 3 diferentes modos de trabalho do Journaling, são eles:
Journal: Grava todas as mudanças em sistema de arquivos. É o mais lento dos três
modos, mas é o que possui maior capacidade de evitar perda de dados;
Ordered: Grava somente mudanças em arquivos metadata (arquivos que guardam
informações sobre outros arquivos), mas guarda as atualizações no arquivo de dados antes de
fazer as mudanças associadas ao sistema de arquivos. Este Journaling é o padrão nos sistemas
de arquivos ext3; O modo Ordered é o padrão no ext3, mas é possível especificar qual o
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modo que você deseja usar, através da atualização do arquivo fstab. Por exemplo, pode ser
que a linha /dev/hda1/opt tenha sua opção data com o valor ordered. Você pode mudar este
valor para writeback ou journal.
Writeback: também só grava mudanças para o sistema de arquivo em metadata, mas
utiliza o processo de escrita do sistema de arquivos em uso para gravação. É o mais rápido
Journaling ext3, mas o menos confiável (ALECRIM EMERSON, 2003).

5 EXT4
O EXT4 é a evolução do sistema de arquivos mais usado no Linux, o EXT3, de
diversas maneiras o EXT4, é auma profunda melhoria sobre o seu antecessor, sendo que o
EXT#, com muitas melhor ao EXT2. No EXT3 foi principalmente a adição de Journaling
sobre o EXT2, mas no EXT4 teve mudanças importantes sobre a estrutura do sistema de
arquivos destinado ao armazenamento de dados. O resultado foi um sistema de arquivos com
um design aperfeiçoado, melhor performace, e mais confiável.
A compatibilidade do EXT4, um sistema de arquivos existente em EXT3 pode ser
migrado para o EXT4 com um procedimento fácil aonde consiste a execução de um casal de
comando em modo “read-only”. Por meio disto você melhora a perfomace, limites de
armazenamentos e recursos do sistema de arquivos corrente, com ou sem a “reformatação”
e/ou reinstalação do SO e softwares. Se você precisar da vantagens do EXT4 em um sistema
de produção, você pode atualizar o sistema de arquivos, o processo é seguro e não apresenta
risco aos seus dados.
Ext4 usa “multiblock allocator” (mballoc), no qual, aloca muitos blocos em uma
simples chamada, em vez de um simples bloco por chamada, evitando um monte de overhead.
Isto melhora a performance, e é especialmente útil com “alocação atrasada” e extends. Este
novo recurso não afeta o formato do disco.
Fsck é uma operação muito lenta, especialmente o primeiro passo: checagem de todos
os inodes em um sistema de arquivos. No Ext4, até o fim de cada grupo da tabela de inode
estará armazenado uma lista de inodes inutilizados ( com checksum, por segurança), assim o
fsck não irá checar estes inodes. O resultado final é que o tempo do fsck melhorou de 2 a 20
vezes, dependendo do número usado de inodes. Deve-se notar que é o fsck, e não o Ext4, que
irá montar a lista de inodes inutilizados. Isso significa que você deve executar o fsck para
obter a lista de inodes inutilizados construída, e só na próxima execução do fsck será mais
rápida (você precisa passar o fsck, a fim de converter um ext3 filesystem para Ext4 de
qualquer forma) (ANDREM, 2008).

6 Referências
ALECRIM EMERSON. Sistema de arquivos ext3. Disponível em:
<https://www.infowester.com/linext3.php>. Acesso em: 20 set. 2021.
ALENCAR, F. Entenda o que é sistema de arquivos e sua utilidade no PC e no celular.
Disponível em: <https://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2016/02/entenda-o-
que-e-sistema-de-arquivos-e-sua-utilidade-no-pc-e-no-celular.html>. Acesso em: 20 set.
2021.
ANDREM. EXT4. Disponível em: <https://andrem.wordpress.com/2008/12/26/ext4/>.
Acesso em: 20 set. 2021.
MICROSOFT. Visão geral dos sistemas de arquivo FAT, HPFS e NTFS. Disponível em:
<https://docs.microsoft.com/pt-br/troubleshoot/windows-client/backup-and-storage/fat-hpfs-
and-ntfs-file-systems>. Acesso em: 20 set. 2021.
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