A contabilidade, originada da necessidade de organização financeira do homem desde que
começou a possuir bens, não possui uma data precisa de origem (Ribas; Franco; Andrade, 2013). Apesar de ser uma disciplina social, a contabilidade tem sido negligente em considerar o comportamento humano na avaliação de ativos e nos princípios teóricos que a fundamentam (Marion, 2008). Marion (2008) ressalta que o bem-estar humano não tem sido o foco principal dos estudos em Ciências Contábeis até o momento. Nesse contexto, destaca-se o papel fundamental do curso de Ciências Contábeis na formação de profissionais aptos a lidar com desafios financeiros diversos, tanto corporativos quanto pessoais. No entanto, muitas vezes, o ensino tem se concentrado mais na contabilidade empresarial do que nas finanças comportamentais. A gestão eficaz das finanças pessoais é crucial para o bem- estar econômico dos indivíduos e famílias, mas muitos enfrentam dificuldades devido à falta de conhecimento e habilidades adequadas. Este estudo visa preencher essa lacuna, analisando o impacto da contabilidade mental nas decisões financeiras dos alunos de Ciências Contábeis. Pretende-se compreender a familiaridade dos alunos com os conceitos de contabilidade mental, suas atitudes em relação a essa abordagem, seus comportamentos financeiros e suas experiências práticas na aplicação da contabilidade mental em suas próprias finanças. Marion (2008) define a Contabilidade Mental como a forma pela qual indivíduos acompanham e categorizam mentalmente seus gastos, receitas e metas financeiras, sem recorrer a aplicativos ou planilhas. Ao contrário da contabilidade tradicional, que envolve registros detalhados de cada transação, a contabilidade mental se baseia em categorias mais subjetivas. Profissionais contábeis bem treinados têm o potencial de oferecer orientação valiosa para indivíduos e famílias na gestão de suas finanças pessoais. Compreender como os estudantes de Ciências Contábeis percebem e utilizam a contabilidade mental pode fornecer percepções cruciais para o desenvolvimento de currículos acadêmicos mais alinhados com as demandas do mercado. Isso pode ajudar a aprimorar as habilidades dos futuros profissionais contábeis, contribuindo significativamente para reduzir os altos índices de endividamento das famílias brasileiras.