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ESTUDO DE CASO DE ERGONOMIA FÍSICA APLICADO AO 9° BATALHÃO DE
SUPRIMENTO DO EXÉRCITO BRASILEIRO
1. INTRODUÇÃO
A ergonomia tem como origem a obra “De Morbis Artificum” (doenças ocupacionais)
publicada em 1700 por Bernardino Ramazzini, médico italiano que viveu entre 1633 e 1714 e
que fora muito discriminado na época por fazer visitas aos locais de trabalho de seus
pacientes na busca por indícios para as causas de seus problemas.
O termo ergonomia, porém, surge somente em 1857 através de um artigo publicado
por Wojciech Jastrzebowski, tendo sua etimologia nas palavras gregas “ergon” (trabalho) e
“nomos” (lei natural).
As obras “Administração Científica” e “Estudos de Tempos e Movimentos” de
Frederick Winslow Taylor e Frank Bunker Gilbreth, respectivamente, contribuíram para o
aprimoramento dos estudos ergonômicos através da análise das ferramentas e métodos de
trabalho do homem.
A revolução industrial e a Segunda Guerra Mundial trouxeram grandes avanços
tecnológicos e consigo o aumento de máquinas e armas sofisticadas que demandavam
1
Acadêmico do Curso de Administração de Empresas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e
Especialista em Gerenciamento de Projetos (MBA Executivo) pela Universidade Gama Filho.
(lb_rezende@yahoo.com.br).
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muito mais atenção, tomada de decisões, análise situacional e coordenação entre mãos e
olhos.
O desenvolvimento moderno da ergonomia acontece a partir de 1949 com a criação
da primeira associação nacional de ergonomia, a Ergonomic Research Society, pelo inglês
K.F.H. Murrel. A associação reunia fisiologistas, psicólogos e engenheiros que se
interessavam pela adaptação do trabalho ao homem.
Nos tempos atuais, a Associação Internacional de Ergonomia divide o tema em três
domínios específicos, a saber:
Ergonomia Física: lida com a interação do corpo humano com a carga física e
psicológica (arranjo físico de estações trabalho, fatores relacionados à repetição,
vibração, força e postura estática, dentre outros);
Ergonomia Cognitiva: lida com os processos mentais que afetam as interações entre
seres humanos e outros elementos de um sistema (percepção, atenção, cognição,
controle motor, memória, dentre outros);
Ergonomia Organizacional: lida com a otimização dos sistemas socio-técnicos, onde
se incluem estrutura organizacional, políticas e processos (supervisão, trabalho em
equipe, trabalho em turnos, dentre outros).
Nesse estudo de caso, se lida apenas com a ergonomia física, aplicando a teoria,
procurando verificar pontos a melhorar, ao caso da seção de compras do 9° Batalhão de
Suprimento, unidade de logística do Exército Brasileiro, situado em Campo Grande-MS.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
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2.1. FATORES PESSOAIS
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Tabela 1 - Ponto de foco mais próximo em relação à idade
Idade Ponto mais próximo (cm)
10 7
15 8
30 11
45 25
50 50
60 85
70 100
Fonte: ATTWOOD, D.A.; DEEB, J.M.; DANZ-REECE, M.E. Ergonomic Solutions for the Process
Industries. Oxford: Elsevier, 2004. p. 32.
O campo de visão de uma pessoa pode ser definido como “o que ela pode ver
quando seus olhos estão fixos”. Pode-se dividir o campo de visão em três partes conforme
Grandjean (1988 apud ATTWOOD et al., 2004, p. 32-33):
Campo ótimo: ângulo de visão de 1°, onde o objeto tem foco preciso e claro
Campo médio: ângulo de visão variando entre 1° e 40°, onde o objeto não tem foco
preciso e claro, porém movimentos e diferenças de contrastes são notados; e
Campo externo: ângulo de visão variando entre 40° e 70°, onde o foco não é definido
e os objetos precisam movimentar-se para serem percebidos.
Os olhos têm capacidade de se adaptarem a diferentes níveis de luminosidade,
porém esse processo acontece em tempos diferentes dependendo das situações encaradas.
A completa adaptação à ambientes escuros ocorre entre trinta minutos a uma hora,
dependendo dos níveis iniciais de luminosidade, enquanto o processo reverso, a adaptação a
ambientes claros, acontece entre um ou dois minutos. As implicações ao trabalho da
habilidade de adaptação a diferentes níveis de luminosidade são (ATTWOOD et al., 2004, p.
33)
Destinar tempo suficiente para a adaptação dos olhos quando trabalhando em
ambientes escuros;
Evitar mudanças excessivas entre ambientes escuros e claros para não fatigar os
olhos; e
Evitar diferenças excessivas de brilho em superfícies importantes no campo de visão.
A habilidade de enxergar em cores permite uma infinidade de aplicação no trabalho,
especialmente através de codificações de objetos e medidas. Deve-se considerar na
organização do trabalho que o olho humano tem capacidades diferentes de perceber os tons
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de vermelho e azul sob determinados níveis de iluminação. Em ambientes claros, os olhos
são mais sensíveis ao vermelho e menos ao azul e o contrário em ambientes escuros.
A acuidade visual é a habilidade de ver detalhes em objetos. Os termos visibilidade e
acuidade podem causar certa confusão, porém o primeiro refere-se à habilidade de
identificar um objeto, por exemplo, um medidor de pressão, enquanto a acuidade diz
respeito à capacidade de, no mesmo exemplo, identificar a escala do aparelho. A acuidade
visual varia conforme determinadas capacidades do indivíduo como acomodação dos olhos,
campo de visão, processo de adaptação, visão colorida, idade e fatores situacionais. Esses
últimos são citados por Attwood et al. (2004, p. 34-37) como:
Tamanho e distância: obviamente o tamanho de determinado objeto influencia na
acuidade que com que a pessoa o vê. Soma-se a esta variável a distância, pois
quando mais distante um objeto, maior a dificuldade de focá-lo. Nas organizações, tal
fator se reflete na confecção de sinalizações, no posicionamento do monitor ou
televisão, dentre outros. Pode-se observar claramente na figura 1 um exemplo de
como o tamanho e a distância influenciam a acuidade, pois à distância solicitada a
pessoa não se consegue observar o que está escrito, sendo, portanto, ineficaz o
aviso;
Distância de
segurança: 3 metros
Figura 1 – Influência do tamanho na acuidade visual.
Fonte: Autor
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observar claramente esse efeito na figura 2, onde a sentença escrita em caractere
preto sobre fundo claro é muito mais nítida que sobre o fundo escuro;
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Atenção seletiva: ocorre quando da necessidade de decidir consciente e
voluntariamente sobre atender a informações importantes (relacionadas ao
indivíduo);
Atenção focada: ocorre quando da necessidade de filtrar informações não desejadas
e atender a uma fonte única de informação;
Atenção dividida: ocorre quando da necessidade de atender a diversas fontes de
informação; e
Atenção constante: ocorre quando da necessidade de vigiar determinada situação
por longo período.
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A direção do movimento diz respeito à repetição intuitiva de determinada tarefa, isto
é, se o indivíduo está acostumado a sempre que quiser ascender uma lâmpada apertar o
interruptor para cima, é natural que em todo lugar que vá proceda da mesma forma para
iluminar o ambiente.
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associação da informação a conhecimentos preexistentes facilita o processo de
memorização. Attwood et al. (2004) exemplifica essa habilidade do cérebro através
de números de telefone:
o 8008474869 e 2255252752 (difícil de guardar);
o 800-847-4869 e 225-525-2752 (maior facilidade dado o agrupamento); e
o 800-VISIT-NY e CALL-ALASKA (facílimo de guardar).
O processo de armazenamento de informações na memória de longo prazo recai
sobre a atenção e a repetição ou associação. A retomada de determinadas informações
armazenas na memória de longo prazo pode ser tarefa difícil para a maioria (ex.: hora de
reuniões, nomes, datas de aniversários, etc.), porém o reconhecimento de determinada
informação já armazenada é mais fácil (ex.: faces, fotografia). As limitações sobre o processo
de retomada e reconhecimento de memória armazenada são apresentadas na tabela 2.
Tabela 2 – características da memória de longo prazo
Retomada Reconhecimento
Limitação Limitada Praticamente ilimitada
Capacidade de palavras Cerca de 2.000 palavras Cerca de 100.000 palavras
Capacidade de cores Cerca de 8 cores Cerca de 500 cores
Fonte: ATTWOOD, D.A.; DEEB, J.M.; DANZ-REECE, M.E. Ergonomic Solutions for the Process
Industries. Oxford: Elsevier, 2004. p. 45 (tradução nossa).
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2.1.6. FATORES COGNITIVOS: DECISÃO
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2.1.8. FATORES FÍSICOS: ANTROPOMETRIA
2
Unidade de medida de um lúmen (luminosidade de uma vela) por metro quadrado.
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Tarefa visual com objetos largos e de grande contraste, lendo
200-500
material impresso
Leitura de material de impressão fraca com contraste médio ou
500-1.000
pequenos objetos
Leitura de material de impressão muito fraca com contraste pequeno
1.000-2.000
e objeto muito pequeno por pequeno período de tempo
Leitura de material de impressão muito fraca com contraste pequeno
2.000-5.000
e objeto muito pequeno por longo período de tempo
Tarefa visual difícil com uma inspeção ou montagem minuciosa 5.000-10.000
Tarefa visual difícil com contraste muito pequeno e objetos muito
10.000-20.000
pequenos
Fonte: ATTWOOD, D.A.; DEEB, J.M.; DANZ-REECE, M.E. Ergonomic Solutions for the Process
Industries. Oxford: Elsevier, 2004. p. 115 (tradução nossa).
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45% para os móveis, 30 e 50% para máquinas e equipamentos e 20 e 40%
para o chão.
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controle muscular dos mesmos, a força e a resistência muscular e a destreza
(LOCKHART, 1968; MORTON E PROVINS, 1960; ENANDER, 1989 apud ATTWOOD et
al., 2004). Quando o corpo como um todo é submetido à redução de temperatura, a
taxa de metabolização é reduzida, o que faz o corpo tremer, reduzindo a destreza do
indivíduo.
Os efeitos da temperatura sobre a saúde do ser humano são:
Calor: o aumento da temperatura no corpo humano pode resultar em dois possíveis
danos a saúde: queimadura da pele pela incidência direta de calor (acima de 45°C) ou
hipertermia, que é o aumento da metabolização e conseqüente sobrecarga do corpo
através do aumento da temperatura interna (acima de 42°C). A tolerância ao calor
varia conforme alguns fatores (BURSE, 1979; STRYDOM, 1971; SANDERS E
MCCORMICK, 1993 apud ATTWOOD et al., 2004):
o Sexo: homens são mais tolerantes ao calor que mulheres;
o Idade: jovens são mais tolerantes ao calor que idosos;
o Condicionamento físico: pessoas exercitadas são mais tolerantes ao calor;
o Gordura corporal: a gordura atua como isolante, impedindo a saída do calor e
conseqüente aumento da temperatura interna; e
o Álcool: altera o sistema nervoso causando desidratação.
Frio: as baixas temperaturas afetam sensivelmente o corpo humano, sendo o efeito
mais conhecido a hipotermia, que ocorre quando a temperatura interna fica abaixo
de 35°C., momento onde a pessoa começa a sofrer desorientação, alucinação, perda
da consciência e arritmia. Na tentativa de aumentar a temperatura interna o corpo
começa a tremer (até alcançar 30 a 33°C) e realiza a vasoconstrição (direcionamento
do sangue quente das extremidades para os órgãos vitais). Assim como o calor, a
sensibilidade ao frio varia conforme alguns fatores:
o Gordura corporal: como foi visto, a gordura atua como isolante, impedindo a
redução da temperatura corporal através da perda de energia para ambiente;
o Altura e peso: quão maior for o indivíduo, em termos de peso e altura, maior
a possibilidade do mesmo gerar calor tremendo o corpo; e
o Condicionamento físico: pessoas com melhor condicionamento têm maior
resistência quando tremendo o corpo e, por conseqüência, maior capacidade
de gerar calor.
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2.2.3. FATORES AMBIENTAIS: RUÍDO
O ruído pode ser considerado o som não necessário, e, portanto, indesejável para o
cumprimento da tarefa imediata.
A interferência do ruído na performance pode ocorrer de várias formas, sendo as
mais comuns:
Comunicação: a comunicação depende da habilidade do ouvinte em receber e
decodificar a mensagem, portanto o indivíduo precisa receber claramente a
mensagem. O ruído mistura-se a mensagem, tornado-a incompreensiva; e
Atividades cognitivas: conversas e ruídos podem alterar a performance,
especialmente quando o som é acima de 90dBA. A capacidade de monitorar fica
afetada com ruídos longos a partir de 100dBA. A memória de curto prazo é afetada
por ruídos muito altos. A capacidade de interferência é maior em atividades mais
complexas do que simples. Atividades repetitivas sem pausas também são afetadas.
Para a saúde, o efeito mais relevante e previsível é surdez. A definição de qual ruído é
responsável pela perda da capacidade auditiva é muito difícil, pois o ser humano está
diariamente exposto a ruídos no trânsito, trabalho, em casa, em todos os lugares. Apesar
dessa dificuldade, dois tipos de perdas da capacidade auditiva se apresentam com maior
clareza:
Pela idade: a mudança do aparelho auditivo com o avançar da idade provoca
limitações na capacidade de ouvir da pessoa. Essa debilidade é mais pronunciada em
homens do que mulheres, bem como em sons de maior freqüência. A tabela 4
apresenta, tomando por base o experimento de Grandjean (1988 apud ATTWOOD et
al., 2004), que demonstrou a perda da capacidade auditiva com o avançar da idade
(freqüência base de 3.000 Hz); e
Tabela 4 – perda da capacidade auditiva com a idade
Perda auditiva esperada
Idade
(dBA)
50 10
60 25
70 35
Fonte: ATTWOOD, D.A.; DEEB, J.M.; DANZ-REECE, M.E. Ergonomic Solutions for the Process
Industries. Oxford: Elsevier, 2004. p. 138 (tradução nossa).
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Por ruído: a perda da capacidade auditiva em razão de ruídos pode manifestar-se de
forma temporária ou permanente. Na primeira situação o indivíduo recupera a
capacidade após horas ou dias. Para exemplificar, uma pessoa exposta a 90dBA pode
perder 10dBA de audição, enquanto alguém exposto a 100dBA pode perder 60dBA. A
perda definitiva da capacidade auditiva ocorre, geralmente, pela exposição excessiva
e repetitiva a ruídos acima do limite do corpo humano. A manifestação imediata da
perda da capacidade auditiva permanente ocorre com sons na faixa de 4.000 Hz,
onde o corpo é mais sensível. A tabela 5 apresenta o tempo de exposição que o
corpo humano tolera até ser considerado nocivo.
Tabela 5 – exposição aceitável a ruídos
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2.3.1. CONDIÇÕES AMBIENTAIS
A zona de conforto ideal para o corpo humano no que tange a temperatura é entre
20 e 25°C, com umidade relativa entre 30 e 70% e velocidade do ar entre 0,1 e 0,3m/s
(ATTWOOD et al., 2004), porém a NR-17 (BRASIL, 2007) coloca como índices aceitáveis a
temperatura entre 20 e 23°C, a umidade relativa não inferior a 40% e a velocidade do vento
não superior a 0,75m/s. A climatização do ambiente deve ser projetada para ocorrer de
forma homogênea quanto a temperatura e fluxo de ar.
A iluminação de ambientes de trabalho tem sua matéria regida pela NBR-5413 e a
NR-9 (normas de prevenção de riscos ambientais). A tabela 7 exemplifica as necessidades de
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iluminação conforme o ambiente e tarefa realizada. A figura 4 apresenta como evitar o
reflexo indesejado da iluminação ambiente em locais de trabalho.
Tabela 7 – iluminâncias em lux, por tipo de atividade (valores médios em serviço).
SITUAÇÃO3
AMBIENTE
A B C
Armazéns de volumes grandes 150 200 300
Auditório: platéia 100 150 200
Auditório: tribuna 300 500 700
Banheiros 100 150 200
Barbearias 150 200 300
Corredores e escadas 75 100 150
Local para leitura ou escrita 300 500 750
Sala de estar geral 100 150 200
Fonte: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: iluminância de
interiores. Rio de Janeiro, 1992. p. 3-13.
3
A: situação onde refletância ou contrastes são relativamente altos, a velocidade e/ou precisão não são
importantes ou a tarefa é executada ocasionalmente; B: valor que deve ser utilizado em todos os casos; C:
situação onde a tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastantes baixos, erros são de difícil
correção, o trabalho visual é critico, alta produtividade ou precisão são de grande importância ou a capacidade
visual do observador está abaixo da média.
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2.3.2. POSIÇÃO PESSOAL DE CONFORTO
Reclinada Reta Em pé
Figura 5 – posições de trabalho
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
Os pés devem ficar em pleno contato com o chão, sendo necessário, portanto, cadeia
ajustável aos diversos tipos de pessoas que compartilham o ambiente. Além da colocação
dos pés diretamente ao chão, a pessoa pode optar por utilizar suporte para os pés, sendo
esse adequado ao tamanho dos mesmos e de altura suficiente para não alterar
significativamente a posição das pernas, as quais devem permanecer em um ângulo entre 90
e 110°. A figura 6 mostra as posições correta e incorreta dos pés.
Correta Incorreta
Figura 6 – posições dos pés
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
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As costas da pessoa devem estar apoiadas no encosto da cadeira, a qual deve
possuir, preferencialmente, suporte ajustável para as costas. Deve-se, sempre, buscar apoiar
a curva natural da espinha dorsal à cadeira, visando distribuir o peso do corpo no mobiliário.
A figura 7 ilustra as posições corretas e incorretas das costas em uma cadeira.
Correta Incorreta
Figura 7 – posições das costas
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
Correto
Figura 8 – posições dos cotovelos
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
Cada pessoa possui um modo mais confortável de digitar, portanto outra opção é que
o cotovelo esteja ligeiramente mais alto que o teclado e este regulado para baixo, de modo
que se continue mantendo a linha reta anteriormente citada, não quebrando o pulso em
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hipótese alguma. A entorse dos pulsos pode ser realizada somente quando em uma pausa
para observar o monitor, por exemplo. Ao digitar, o indivíduo deve manter os pulsos
seguindo a linha cotovelo-teclado, sem dobrá-lo para baixo ou para os lados, conforme se
pode na figura 9.
Correto Incorreto
Correto Incorreto
Figura 9 – posições dos pulsos
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
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para trás. O modo prático de ajustar a altura do monitor é colocar o centro do mesmo na
altura dos ombros, fazendo que o indivíduo, quando olhar reto, veja a parte superior do
texto digitado, e quando olhar pro centro do monitor incline somente um pouco da cabeça.
A inclinação do monitor deve ser paralela ao rosto do operador, ou seja, com o
monitor desligado a pessoa deve ser capaz de ver seu reflexo, quando sentada
corretamente, no centro da tela. Ao inclinar o monitor a pessoa deve ter cuidado para evitar
pontos de reflexo, podendo, para tal, minimizar o impacto através do uso de protetores de
tela. A figura 10 ilustra a posição que o monitor deve estar em relação à cabeça da pessoa.
O mouse e o teclado devem estar em posição que permitam o uso com o corpo de
forma relaxada e confortável.
O teclado deve estar diretamente a frente do operador, evitando que o mesmo tenha
que mover o corpo, saindo da posição de conforto, para digitar.
O mouse deve estar colocado imediatamente ao lado do teclado, seja ao lado
esquerdo ou direito, evitando que o braço tenha que ser esticado para alcançá-lo ou que ao
usá-lo a pessoa acabe dobrando o pulso.
A figura 11 mostra qual a posição correta do teclado e do mouse.
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Correto
Incorreto
Figura 11 – posição do teclado e do mouse
Fonte: ABOUT.COM. Ergonomic. Disponível em: <http://ergonomics.about.com/>. Acesso
em: 23 nov. 2008; HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo,
2002. 62 p.
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Incorreto
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Correto Incorreto
Figura 13 – headfone e telefone
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p.
Incorreto Solução
Figura 14 – suporte para notebook e postura sem suporte
Fonte: MERCADOLIVRE. Suporte Vertical Ergonômico para notebook – notebook stand:
catálogo. Disponível em: <http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-84126968-suporte-
vertical-ergonmico-para-notebook-notebook-stand-_JM>. Acesso em: 23 nov. 2008; PORTAL
EM FOCO. Notebooks merecem nota zero no quesito ergonomia. Disponível em:
Página 29-49
<http://www.portalemfoco.com.br/artigos.php?pag=artigo&artigoid=654>. Acesso em: 23
nov. 2008.
1. Levante;
2. Lentamente rode os ombros para trás algumas vezes; e
3. Repita o exercício no sentido inverso.
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1. Entrelace os dedos atrás da cabeça e force-a para
frente;
2. Use o peso do braço para intensificar o alongamento,
se necessário;
3. Sinta o alongamento;
4. Segure e conte até 10; e
5. Repita o exercício.
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3 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado com o objetivo de uma pesquisa teórica e prática, aos
modos de uma pesquisa descritiva e como forma de objeto a pesquisa bibliográfica e
pesquisa de campo.
A parte bibliográfica e teórica alicerçou-se sobre os estudos “Soluções Ergonômicas
para Processos Industriais” de Attwood et al. (tradução nossa) e na “Enciclopédia de Saúde e
Segurança no Trabalho” da Organização Internacional do Trabalho (tradução nossa) no que
diz respeito a como e quais fatores afetam o ser humano na sua percepção, bem como no
“Guia de Segurança e Conforto” da empresa Hewlett-Packard Company, para a
determinação dos padrões ideais de um ambiente de trabalho.
A parte prática e de pesquisa de campo foi realizada através de questionário sobre a
percepção das conseqüências de um ambiente não ergonômico e da observação in loco de
uma seção de trabalho dentro do aquartelamento estudado.
Para identificar os possíveis benefícios da implementação de um projeto de
ergonomia no 9° Batalhão de Suprimento somaram-se aos dados provenientes da pesquisa
de campo, os indicadores do estudo “Resultado da Intervenção Ergonômica em Usuários de
Computador XI INIC / VII EPG – UNIVAP 2007” de LOPES et al.
A amostra da pesquisa de campo foi de 45 pessoas, sendo 44 homens e 1 mulher,
variando entre 22 e 52 anos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Tabela 8 – lista de verificação de segurança e conforto
QUESITO SIM NÃO
POSIÇÃO DO ASSENTO
Você encontrou opções de postura e de assento nas quais se sente
X
mais confortável?
Você costuma mudar de posição dentro da sua “área pessoal de
X
conforto” ao longo do dia, especialmente à tarde?
Os pés estão totalmente apoiados no chão? X
Os músculos posteriores das coxas, perto dos joelhos, estão
X
relaxados?
Os músculos das panturrilhas estão relaxados? X
Existe espaço suficiente para os joelhos e as pernas embaixo da área
X
de trabalho?
A parte inferior das costas está apoiada? X
OMBROS, BRAÇOS, PULSOS E MÃOS
Os ombros estão relaxados? X
As mãos, os pulsos e os antebraços estão em uma posição neutra e
X
confortável?
Caso utilize suportes para os braços, esses suportes estão ajustados
de forma que os ombros permaneçam relaxados e os pulsos X
mantenham-se em uma posição neutra e confortável?
Os cotovelos estão aproximadamente na mesma altura da base do
X
teclado?
Você evita apoiar as mãos e os pulsos enquanto digita ou utiliza o
X
dispositivo apontador?
Você evita apoiar as mãos e os pulsos em quinas ou outras superfícies
X
pontiagudas?
Você evita segurar o telefone entre o ouvido e o ombro? X
Os itens utilizados com mais freqüência, como o telefone ou
X
materiais de referência, estão em um local de fácil acesso?
OLHOS
Você costuma descansar os olhos com freqüência focalizando-os em
X
um ponto distante?
Você consulta um oftalmologista regularmente? X
Você pisca os olhos com uma freqüência suficiente? X
ESTILO DE DIGITAÇÃO
Você costuma se policiar no sentido de digitar de forma mais suave
X
quando percebe que está pressionando as teclas com muita força?
Caso não conheça as técnicas de datilografia, está tentando aprendê-
X
las?
Você costuma alongar e massagear todos os dedos, inclusive os que
não utiliza para digitar e mover o dispositivo apontador, para relaxá- X
los quando estão tensos?
Você movimenta todo o braço para alcançar as teclas que estão
X
distantes da base do teclado?
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TECLADO E DISPOSITIVO APONTADOR
O teclado está posicionado diretamente na sua frente? X
A altura e a inclinação do teclado estão ajustadas de forma que os
ombros permaneçam relaxados e os pulsos mantenham-se em uma X
posição neutra e confortável?
Se costuma utilizar um mouse ou um TrackBall separado, ele está
X
colocado logo à direita ou à esquerda do teclado?
Se costuma utilizar um dispositivo apontador, você está segurando
X
esse dispositivo suavemente com a mão relaxada?
Você solta o dispositivo apontador quando não o está utilizando? X
Você costuma clicar suavemente nos botões do dispositivo apontador
X
(mouse, trackball, touchpad ou bastão apontador)?
Você costuma limpar o mouse ou o trackball com freqüência? X
MONITOR
O monitor está posicionado na sua frente a uma distância de
visualização confortável de, aproximadamente, um braço? Ou, se
você costuma olhar mais para documentos impressos do que para o X
monitor, o suporte para documentos está na sua frente com o
monitor posicionado em um dos lados?
Os brilhos e reflexos de luz do monitor foram eliminados sem
X
comprometer a sua postura?
Toda a área de visualização do monitor está posicionada logo abaixo
X
da altura dos olhos?
O monitor está inclinado paralelamente ao seu rosto? X
Você ajustou os controles de brilho e contraste para melhorar a
X
qualidade de textos e gráficos?
O suporte para documentos está posicionado perto e na mesma
X
distância, altura e ângulo do monitor?
NOTEBOOK
Você muda de postura com freqüência, procurando deixar os ombros
relaxados ao mesmo tempo em que mantém o pescoço em uma X
postura confortável?
Ao trabalhar durante longos períodos, você já experimentou levantar
o notebook com um suporte ou livro ou já tentou utilizar um teclado X
e um dispositivo apontador externos?
PRECAUÇÕES GERAIS
Você faz intervalos e caminha um pouco, pelo menos uma vez por
X
hora?
Você pratica exercícios regularmente? X
Você avalia periodicamente os momentos de estresse pelos quais já
X
passou e tenta mudar tudo o que estiver no seu alcance?
Se você apresenta qualquer sintoma que possa estar relacionado ao
uso do computador, seja durante o trabalho ou em outras ocasiões,
X
já consultou um médico e, se disponível, o departamento de saúde e
segurança da sua empresa?
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FATORES AMBIENTAIS
O nível de ruído está abaixo de 65 dBA? X
A temperatura ambiente está entre 20 e 23°C? X
A temperatura ambiente está distribuída igualmente? X
A velocidade do vento está abaixo de 0,75m/s? X
A umidade do ar está entre 40 e 70%? X
A iluminação é adequada? X
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62 p
(adaptado).
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Figura 23 – fotografia do ambiente estudado n° 2
Fonte: Autor.
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Figura 30 – condições mínimas de ergonomia
Fonte: SDT1. Conselhos ergonômicos. Disponível em: <http://studium.ppg.br/blog/index.
php?s=posicion%C3%A1>. Acesso em: 23 nov. 2008.
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Tabela 10 – dores X possíveis causas
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realizar a pausa, deve-se instalar um software que dê alerta quando
transcorrido o tempo designado.
Capacitação:
o Orientação: orientar os colaboradores dos benefícios a saúde e os resultados
do trabalho em ambientes ergonômicos, contribuindo para que os próprios
funcionários se policiem e busquem sempre estar em posições adequadas de
trabalho.
o Organização: organizar as estações de trabalho para que cumpram os
requisitos mínimos de ergonomia, proporcionando condições adequadas de
conforto e segurança, resultando em melhor performance e saúde dos
colaboradores.
Mobiliário:
o Cadeiras, mesas e apoios: criar políticas de compras de mobiliários
ergonômicos. Dentre os itens a serem contemplados no estudo destacam-se
cadeiras e mesas ajustáveis, apoios para os pés e pulsos (mouse e teclado),
suporte de monitores e documentos, monitores com caixa de som integrada
(liberar espaço nas mesas), suporte para notebooks, dentre outros.
Grande parte das intervenções são possíveis de serem realizadas apenas com o
treinamento e orientação dos colaboradores, sendo poucas as medidas que demandam
investimento de recursos financeiros. A alocação de recursos para ergonomia não se
configura como custo, mas sim como investimento. A revista Exame (1995) apresenta que a
cada dólar investido em ergonomia, obtém-se o retorno de 4 dólares em produção. A
instituição analisada tem como ponto forte, que colabora para a redução dos custos de
implantação de um projeto dessa matéria, a existência de uma seção de marcenaria, a qual
seria capaz de confeccionar os apoios para monitor, pés e notebooks (conforme figura 31), o
que reduz drasticamente o número de itens e valor a ser investido.
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Apoio para os pé Suporte de monitor Suporte para notebook
Figura 31 – acessórios para ergonomia
Fonte: GOOGLE. Imagens. Disponível em: <www.google.com.br>. Acesso em: 23 nov. 2008.
5 CONCLUSÃO
ATTWOOD, D.A.; DEEB, J.M.; DANZ-REECE, M.E. Ergonomic Solutions for the Process
Industries. Oxford: Elsevier, 2004.
PORTAL EM FOCO. Notebooks merecem nota zero no quesito ergonomia. Disponível em:
<http://www.portalemfoco.com.br/artigos.php?pag=artigo&artigoid=654>. Acesso em: 23
nov. 2008.
Página 48-49
ROADLINGUA: dicionário eletrônico Aurélio. Versão 1.0. AbsoluteWord, 2000. Palm OS 4.0.
Página 49-49