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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

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ESTUDO DO POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DA EXTRAÇÃO


DE ESMERALDAS NA FABRICAÇÃO DE CERÂMICA DE
REVESTIMENTO.

RONALDO FONSECA CAVALCANTE

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: Introdução
: Objetivo
: O Resíduo da extração de esmeraldas
na Serra da Carnaíba
: A cerâmica de revestimento
: Procedimento Experimental
: Resultados e discussões
: Conclusões
: Sugestões para trabalhos futuros.
Objet
O presente trabalho tem o objetivo de estudar os efeitos da
substituição de FELDSPATO por RESÍDUO DA EXTRAÇÃO DE
ESMERALDAS na fabricação de cerâmica de revestimento.
Para atingir esta meta, foram seguidas as seguintes etapas:
 Seleção do resíduo de esmeraldas, argila e feldspato para a
formulação da massa cerâmica.
 Caracterização das matérias-prima.
 Preparação das matérias-prima.
 Formulação, conformação e queima das amostras.
 Caracterização das amostras e análise de conformidade das
massas.
 Comparação dos resultados da análise com o padrão da cerâmica
de revestimento.
 Validação do potencial tecnológico do resíduo de esmeralda para
a produção de massas para revestimentos cerâmicos.
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Para a ocorrência da
esmeralda no local
vistado, temos:

1- Filão relacionado à falhas


e fraturas
2 ± Filão relacionado aos
contatos entre as rochas
ultramáficas e os quartzitos
ou granito, comprovadas em
ambas as situações e nos
contatos, Superior e inferior.
3- Cruzamentos das falhas e
ou fraturas cortando os
contatos

` -*++./ Portanto no resíduo teremos


no mínimo os minérios:
QUARTZO, FELDSPATO E
MICA.
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Extração
³Shaft´ de 50
a 300 m de
profundidade.

³gruna´ e
vista do
veio

Bloco
retirado c/
explosivo
³salão´ e
novo shaft
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Destino

Gema ³biribas´

Artesanato

³Ganga´
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Destino

Determina-
ção, na
prática, do
percentual
de
³estanho´

Molibdenita
³estanho)

³Quijilas´ ou quijileiros.
Geralmente são mulheres que
quebram as ³gangas´ em partes
menores em busca de pequenas
esmeraldas para trocar por comida
ou vender aos ³faisqueiros´
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Beneficiamento

³britadeira´

³flotadora´
³moínho´
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Produto

O DISSULFETO DE MOLIBDÊNIO
(MoSO2) exposto à venda

O RESÍDUO ³concentrado´
GERADO PELAS FLOTADORAS
RÚSTICAS.
A GERAÇÃO DO RESÍDUO DE ESMERALDA - Beneficiamento

FLOTADORA INDUSTRIAL DA O RESÍDUO ³concentrado´


REGIÃO. GERADO PELA FLOTADORA
INDUSTRIAL DA REGIÃO.

LOCAL DA COLETA DO RESÍDUO


USADO NO PRESENTE TRABALHO
Cerâmica de revestimento

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Classificação segundo a absorção de
água. (ANFACER, 2002)
Ia: < 0,5% = Grês Porcelanato
Ib: de 0,5 à 3,0% = Grês
IIa: de 3,0 à 6,0 = Semi-Grês
IIb: de 6,0 à 10,0 Semi-poroso
III: >10,0 = Poroso
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: Há no Brasil 94 empresas ativas, e 117 plantas


industriais, com capacidade instalada para produzir
651 milhões de m2 de revestimentos cerâmicos.
: Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica
para Revestimentos (ANFACER),

: Em 2004, geraram 25 mil empregos diretos e estima-se 250 mil


indiretos em toda cadeia produtiva. As empresas são, em
quase sua totalidade, de capital nacional e de pequeno e médio
porte.
` os `rodutores
: As indústrias de revestimento cerâmico, se instalam
próxima às jazidas de argila

: No Brasil, os principais pólos estão localizados nas


Regiões Sul e Sudeste:

( Criciúma, em Santa Catarina

( Mogi Guaçu e Santa Gertrudes, em São Paulo


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MATÉRIAS-PRIMAS UTILIZADAS:

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: As matérias-primas utilizadas neste trabalho foram


caracterizadas por técnicas de:

( Fluorescência de Raios-X (FRX)

( Difração de Raios X (DRX)

( Analise Termogravimétrica (ATG)

( Analise Termodiferencial (ATD)

( Analise Granulométrica (AG)


: A Análise Química utilizada foi a fluorescência de
raios X por energia dispersiva FRX EDX 700

: Analise Mineralógica DRX XRD 6000 tubo de Cu (` =


1,54056 Å)

: Análise Térmica utilizados Analisador


Termogravimétrico TGA-51H e Analisador
Termodiferencial RB 300-20

: Analise Granulométrica difração a laser ±


Granulometro Mod. 920 Cilas, programa de The
Particle Expert fornecer resultado
Formulação das matérias-primas testadas
MASSAS % EM PESO DAS MATÉRIAS-PRIMAS
CERÂMICAS
ARGILA FELDSPATO CAULIM RESIDUO

 :+ I+ :+ #
9 :+ :+ :+ ,+
 :+ *+ :+ *+
 :+ ,+ :+ :+
 :+ # :+ I+
A formulação A foi tomada como referência, idêntica a MJ4
definida como grês-porcelanato no seguinte trabalho:
BRITO, Jorge Ferreira. Produção de grês-porcelanato a partir de
matérias-primas do estado da Bahia, 2009, 107 f. Dissertação
(Mestrado) ± Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica.
: Preparação dos Corpos-de-Prova: Matriz de 60x20x6
mm em aço SAE1025 utilizada prensa Schulz com
capacidade de 76 MPa aplicando-se 31 MPa.
: Secagem e Queima dos Corpos-de-prova utilizadas
estufa, balança analítica Mark-4100 Tecnal, queima
em forno elétrico Flyever com controle de potencia e
controle de temperatura FE 50 RP . Temp. de queima
de 1000, 1100 e 1200 ºC
Caracterização do Produto Final

: Avaliação mineralógica difração de raios X (DRX)

: Absorção de água (AA)

: Retração linear de queima (RL)

: Porosidade aparente (PA)

: Massa específica aparente (MEA)

: Tensão de ruptura à flexão em três pontos (TRF)

: Análise microestrutural por microscopia eletrônica


de varredura (MEV)
ESTUDO PRELIMINAR: FRX de uma amostra aleatória
do resíduo de esmeralda
ESTUDO PRELIMINAR: Moagem, compactação e
sinterização da amostra.

Fig. 4a ± Moinho de bolas usado Fig 4b ± Pó antes(b) e depois de moido(a)

Fig 4d ± Amostras compactadas

Fig. 4c ± Compactador usado

Fig. 4e ± Amostras sinterisadas à 1000ºC, rampa 5ºC/min, patamar 30 min


ESTUDO PRELIMINAR: DRX da amostra do resíduo
sinterizado a 1000ºC

Com base nesse resultado (SANIDINA) decidiu-se optar


pela substituição do feldspato pelo resíduo, na formulação
da massa para cerâmica de revestimento.
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Caracterização das Matérias-
Primas
( Análise Química por
fluorescência de raios
X(FRX) da Argila,
feldspato, caulim e
resíduo de esmeradas.
Caracterização das Matérias-
Matérias-Primas
Caracterização Mineralógica (DRX)
: Argila
( Caulinita ± Al2Si2O5(OH)4
( Quartzo ± SiO2.
Caracterização das Matérias-
Matérias-Primas
: Feldspato
( tos (Microclínio ± KAlSi3O8 e Albita NaAlSi3O8)
( Quartzo (SiO2)
Caracterização das Matérias-
Matérias-Primas
: Caulim
( Caulinita ± Al2Si2O5(OH)4
( Quartzo (SiO2)
Caracterização das Matérias-
Matérias-Primas
: Resíduo de Esmeraldas
Análises Térmicas
: Resultado das análises termogravimétrica e termodiferencial
realizadas na Argila
Curva Termogravimetrica (TG) com derivada (DrTG) da Argila

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Curva Termodiferencial (ATD) da Argila
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Curva Termodiferencial (ATD) do Feldspato

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Curva Termogravimetrica (TG) com derivada (DrTG
(DrTG)) do Caulim

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Curva Termodiferencial (ATD) do Caulim

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Curva Termogravimetrica (TG) com derivada (DrTG
(DrTG)) do Resíduo de Esmeraldas
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Curva Termodiferencial (ATD) do Resíduo de Esmeraldas
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Análise Granulométrica
: Resumo da distribuição granulométrica das matérias-primas
estudadas
Caracterização do Produto Final
: Para avaliar as propriedades do produto final:
: Difração de raios X (DRX)
: Absorção de água (AA)
: Retração linear de queima (RL)
: Porosidade aparente (PA)
: Massa específica aparente (MEA)
: Tensão de ruptura à flexão em três pontos (TRF)
: Análise microestrutural por microscopia eletrônica
de varredura (MEV)

Para os ensaios de AA, RL, MEA, PA e TRF,


utilizaram-se os corpos-de-prova nas mesmas
dimensões, que apresentaram após a queima.
Absorção de Água
: A absorção de água é a porcentagem, em peso,
do valor de água absorvido pelo corpo-de-prova
queimado
Porosidade Aparente
: A Porosidade aparente (PA) é a medida, em porcentagem,
do volume de poros aberto do corpo-de-prova em relação
ao seu volume total
Retração Linear
: Retração linear é a variação da dimensão linear do
corpo-de-prova após a queima, em porcentagem,
depois de submetido a condições específicas de
temperatura (Valores positivos indicam que houve
retração, negativos, indicam expansão)
Massa Específica Aparente
: A Massa Específica Aparente (MEA) é a razão da
massa do corpo-de-prova pelo volume.
Tensão de Ruptura à Flexão em 3 Pontos
: Foi utilizada uma maquina universal de ensaios da Shimatzu, modelo
AG-I com 250 kN de capacidade, uma célula de carga com capacidade
de (50-kN) e sensor de carga máxima de 0,5 kN, a fim de se obter maior
precisão dos resultados
@istura A - Comparativo dos DRX da amostra verde e queimadas a
1100 e 1200 ºC
@istura B - Comparativo dos DRX da amostra verde e queimadas a
1100 e 1200 ºC
@istura C - Comparativo dos DRX da amostra verde e queimadas a
1100 e 1200 ºC
@isturas A, B e C
Comparativo dos
DRX das amostras
queimadas a
1200ºC
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5"
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-:%*:* */
A mulita é formada a
partir dos espinélio e
aluminossilicato amorfo
obtidos a 980ºC a partir
de argilas, como
caulinita, ilita, além de
outros aluminosilicatos
e ocorre na faixa de
1150ºC-1250ºC.
Análise Microestrutural

: As amostras foram analisadas, do ponto de vista


da porosidade utilizando-se a microscopia
eletrônica de varredura (MEV) para avaliar as
eventuais transformações de fase

: Identificar as porosidades nos corpos-de-prova

: Foi utilizada uma pequena parte do corpo-de-


prova de cada conjunto de amostras

: Cada parte foi fraturada para submeter a analise


MEV(2700x) da fratura da
formulação A, sem
resíduo de esmeralda,
sinterizada a 1200ºC.

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a) MEV(2700x) da fratura da
formulação C, 20% de
resíduo de esmeralda,
sinterizada a 1200ºC.

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MEV(2700x) da fratura da
formulação B, 10% de
resíduo de esmeralda,
sinterizada a 1200ºC.

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CONCLUSÕES
1. A substituição do feldespato pelo resíduo de mineração
proveniente da extração de esmeralda não influenciou de
forma significativa nos resultados, comparados com
amostra padrão, sendo que estes estão bem superiores
ao especificado pela Norma ABNT 13818 ± 1997.
2. Do ponto de vista da absorção de água, todos os
resultados ficaram dentro do especificado pela Norma
ABNT 13818 ± 1997 e em alguns casos, superaram.
3. A substituição do feldspato pelo resíduo de esmeralda
na temperatura de queima testada (1200ºC) para todas as
formulações estudadas a porosidade aparente ficou
compatível com a amostra padrão.
4. Quanto à massa específica aparente, observa-se que
para todas as amostras queimadas a 1200ºC em todas as
formulações, o valor, também, foi compatível com a
massa padrão.
5. Ficou demonstrado, pelos resultados apresentados, que a
substituição do feldspato pelo resíduo de minérios resultante
da extração de esmeraldas não altera as propriedades do
produto final e se enquadra, conforme a temperatura de
queima e percentual do resíduo, dentro dos valores limites
recomendados pela norma brasileira NBR13818/1997 (ABNT)
nos diversos grupos utilizados na fabricação de
revestimentos cerâmicos.

Isso torna o resíduo de esmeralda uma matéria-prima com


grande potencial de ser utilizado na formulação de cerâmicas
de revestimento, podendo melhorar, inclusive, as qualidades
técnicas das cerâmicas, de uma forma geral, e, em função do
percentual e temperatura de queima, pode ser utilizado como
matéria prima alternativa na fabricação desde cerâmica
porosa até GRÊS PORCELANATO.
SUGESTÕES
Este trabalho estudou a substituição do feldspato pelo resíduo de
esmerada para obtenção de cerâmica de revestimento. Contudo,
a pesquisa ficou restrita no âmbito laboratorial, assim, sugerem-
se outros temas a serem estudados a partir desta dissertação:
Estudar a influencia da temperatura nos patamares de 1050ºC e
1250ºC com 40 e 50 minutos, tempo atual de queima das
cerâmicas, com a finalidade de verificar se as propriedades físicas
melhoram em relação aos resultados obtidos neste trabalho.
Estudar a incorporação desse resíduo na cerâmica vermelha
com vistas ao aumento da resistência e redução da temperatura
de queima.
Estudar a potencialidade desse resíduo na aplicação de cerâmica
eletrônica em uso como sensor de umidade do solo.
Estudo da incorporação desse resíduo em na fabricação de
cerâmica refratária.
AGRADECIMENTOS

î UFRN-PPGEM-CT
î IFBA
î ORIENTADORES (Prof. Rubens e Prof. Martinelli)
î Professores Acchar, Paskocimas, George, Guilherme
î Administração do PPGEM
î Equipe técnica do LABMAT-UFRN
î Equipe técnica do LABCIM-UFRN
î Equipe técnica do CTGÁS-ER

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