E.B. 2, 3 de Caldas das Taipas (Ano Lectivo 2009/2010) Estava a bela estrelita No seu leite mergulhada. Com a colher de ouro fino Seu leite centrifugava. Deitou os olhos ao armário Viu vir uma nobre salada; Sal que nela vinha; Muito bem a punha salgada. -“Diz-me ó sal Dessa tua nobre salada, Se encontraste meu açúcar Na tigela da boa cevada.” -“Anda tanto açúcar Naquela tigela prateada… Diz-me tu, estrelita, As senhas que ele levava.” -“Levava fato branco, Colher de prata doirada; Em todo o seu corpo levava Glicose enfartada.” -Pelos sinais que me deste Lá o vi numa cebola Sendo metido numa boca: Eu sua morte vingava.” -“Ai triste de mim azeda, Ai triste de mim coitada! De três funções que tenho, Sem nenhuma ser tratada!...” - “Que darias tu, estrelita, A quem no trouxera aqui? -“Dera-lhe baunilha e canela fina, Quanta especiaria há por i.” -“Não quero baunilha nem canela Não nos quero para mi: Que darias mais, estrelita, A quem no trouxera aqui? -“De três canecos que tenho, Todos três tos dera a ti; Um tem a canela e a baunilha, Outro o leite condensado: Rica bebida que fazem! Melhor que um rebuçado.” -“Os teus canecos não quero, Não nos quero para mi: Que darias mais, estrelita, A quem no trouxera aqui?” -“O cartão do meu pacote Que é de papel colorido.” -“O cartão do teu pacote Não no quero para mi: Que darias mais, estrelita, A quem no trouxera aqui?” -“Não tenho mais que te dar, Nem tu mais que me pedir.” -“Tudo, não, estrelita minha, Que inda não te deste a ti.” -“Sal que tal pede, Que tão salgado é de si, Por meus salgados arrastado O farei andar aí, Na beira da minha chávena, À volta do meu leite. Conservantes, os meus conservantes, Acudi-me agora aqui!” -“Este sabor de sete aspectos Que eu contigo reparti… Que é dele a outra metade? Pois a minha vê-la aí!” -“Tantos anos que melei, Tantos mergulhos que tremi!... Leite te perdoe, açúcar, Que me ias azedando aqui.”
Francisco nº3, 6ºA
Estava a Bela Preocupada Na sua cama a dormir, Agarrada a uma foto Da sua filha que não ouviu fugir. Chegou uma agente da polícia Com notícias que a fez saltar Parecia que a mulher Já a tinha ido procurar. - Diz-me minha senhora Se encontraste a minha filha Ela perdeu-se no centro comercial À procura de uma anilha! - No meio de tantas crianças Não a consegui distinguir. Diz-me o que levava vestido Para eu a distinguir. - Levava umas calças castanhas Com os sapatos a condizer E uma túnica amarela Que me custara a cozer. - Pelas pistas que me deste Estava numa joalharia A pegar numa anilha Que o senhor lhe oferecia! - Por favor minha senhora Trá-la para junto de mim Volta para o centro comercial Que eu não consigo viver assim! -Concedo o teu pedido Se me deres algo em troca. Que me darias tu Se eu a trouxer de volta? - Das três casas que tenho Dou-te duas casas de maravilhar, Mas não me faças dar a outra Que essa é junto ao mar! - As tuas casas não quero Elas ficam para ti. Que me darias mais Se eu a trouxer para aqui? - Dou-te o meu carro Que tanto me custou Mas por favor deixa aqui Aquilo o que te pedi. - O teu carro não quero Pois mais parece uma anedota. Que me darias mais Se eu a trouxer de volta? - Está a tocar o telefone Oh, é a minha filha! Não há mais nada para te dar, Ela já encontrou a sua anilha.
Carlota Afonso, n.º 5 – 6.º A
Andava o Super-Herói A passear pelo Espaço Estrelar. Com a sua nave Super-Rápida E os olhos a brilhar. Uma frota de naves azuis Ao longe se aproximava; O chefe que nela vinha Muito bem a comandava: _«Responde-me, ó chefe Dessa equipa tão vistosa, Se viste meu pai querido Na galáxia esplendorosa.» _«Vi tantos Super-Heróis No espaço interestrelar… Diz-me lá, como ele é, Para eu o poder identificar.» _«Fato vermelho, Era o que ele vestia; Uma capa dourada Era o que o distinguia.» _« Pela tua descrição Certo é que o avistei Andava perdido na galáxia E eu, com os meus, o procurei.»
Diogo Miguel, n.º 8, 6.ºA
Estava a Bela Sereira Na sua praia assentada Com os tentáculos de caranguejo Seus cabelos arranjava. Deitou olhos ao mar Sentiu um cardume chegar E um peixe a se destacar. “- Diz-me ó belo peixe Se encontraste minha concha Na terra onde Peter Pan andava.” “-Anda tanta concha Naquela terra encantada Diz-me tu, ó sereia, As senhas que ela levava.” “- Como o Sol brilhava, Tinha uma mancha acinzentada E uma ponta bicuda que a todos picava.” “- Pelas características que me deste Lá a vi a ser torturada Um menino perdido a partira Sem nunca mais poder ser consertada.” “- Ai triste de mim sozinha Ai triste de mim coitada De perder a minha concha A que nenhuma se compara!” “- Que davas tu sereia A quem a trouxesse aqui?” “- Daria a colecção de conchas, A maior que há por aí.” “- Não quero a maior colecção de conchas Não as quero para mim. Que darias mais sereia Se queres que a traga aqui?” “- De três palácios que tenho Dois dos três te dou a ti!” “- Os teus palácios não quero Não os quero para mim. Que darias mais sereia A quem a trouxer aqui?” “- Não tenho mais nada que te dar Nem tu mais nada que me pedir!” “- Tudo não sereia querida Que ainda não deste esse teu tão belo colar!” “- Nunca te daria a lembrança da minha concha E peixe que tal pede o quanto vilão é de si. Golfinhos, os meus Golfinhos, Acudi-me agora aqui!” “- O colar que te dei Nunca o esqueceste Assim como a mancha que me fizeste Nunca a esquecerei!” “- Concha do meu coração, que Peter Pan te dê perdão Que me ias amargurando aqui!”
Inês Fernandes, n.º 14, 6.ºA
Estava a bela cadela No seu ninho sentada. Com o seu osso limpo Que ele o trincava. Deitou os olhos ao jardim Viu um cão que passeara E perguntou. - Diz-me o cão Dessa tua nobre coleira Se viste o meu marido Que com todos passeara. -Anda tanto cão a passear Diz-me tu, ó cadela, Como ele era. - Tinha mancha castanha e uma trela Doirada. - Passei por ele e viu-o deitado Com uma mancha de sangue que nele O deitara. -Ai triste de mim viúva Ai triste de mim coitada. De três cachorrinhos que tenho ainda Nenhum casado. -Que darias tu, a quem o trouxera aqui? - Daria ossos, e minha coleira. -Os teus ossos e a tua coleira não quero Que darias tu mais a quem o trouxera aqui? -De três empregadas que tenho te daria Uma para te calçar, outra para te vestir E a mais formosa para contigo dormir. -As tuas empregadas não são damas para mim. Dá-me outra coisa minha cadela. -Não tenho mais que te dar, nem tu para me pedir. -Tudo não, cadela minha, ainda te não destes a ti. -Empregadas, minhas empregadas, Acudi-me agora aqui. -Estes ossos contigo reparti. Qual é da outra metade? -Tantos anos que ladrei, tantos anos que tremi. Deus te perdoe, marido, Que me ias matando aqui.
Rafaela Araújo, 6ºA,nº22
Estava a bela Pomba Numa praça comendo. Com o seu lindo bico, Migalhas ia apanhando. Deitou os olhos ao céu Viu vir um bando de pássaros; Pombo que nela vinha Vestia daqueles uniformes bem caros. -“ Diz-me tu, ó pombo, Desse teu bando de aves Se encontraste meu amado Na casa das sete chaves.” -“ Anda tanto cavaleiro Nessa casa sagrada… Diz-me tu, querida pomba, O que é que ele levava.” -“Levava um lindo boné, Que estava sempre de lado; E no seu mp4 Costumava ouvir fado. Mas dos anos que já foram, Não me lembro bem Usava um relógio Mas não sei se ainda o tem!” -“Pelas pistas que me deste, Lá o vi na casa bela Morrera morte de valente Junto a uma cela” -“ Ai triste de mim viúva. Ai triste de mim sozinha! De três ovinhos que tenho Sem nenhum ser nascido!...” -“Que darias tu, pomba, A quem tu trouxesse aqui?” -“ De três ninhos que tenho Dois te daria a ti Mas não peças o outro Que esse é para mi.” -“ Os teus ninhos não quero Não os quero para mi. Que darias mais, pomba, A quem tu trouxesse aqui?” -“ De três ovinhos que tenho, Todos três te dera a ti. Um para o pequeno-almoço, O outro para o almoço, E o maior de todos Para acompanhar com um tremoço.” -“Os teus ovos não quero, Não os quero para mi. Que darias mais, pomba, A quem tu trouxesse aqui?” -“ Não tenho mais que te dar Nem tu mais que me pedir.” -“Tudo não deste, pomba, Que ainda não te deste a ti.” -“ Pombo que tal pede, Que tão vilão é de si, Deixe-me em paz, seu malvado, Que chamo a policia pombal aqui.” -“ Tem calma, querida pomba, Não precisas de a chamar, Sou o teu querido pombo, Que te queria testar.” -“É preciso me testar Para saber o amor que sinto por ti? Perdoo-te agora Mas da próxima não. Da próxima vou-me embora Não me tratem como um cão! Estava só a brincar Sempre te perdoarei. Amo-te como me amas E esse teu amor eu sei!” Sofia Salgado, n.º 25, 6.ºA Autores e Ilustradores: (Alunos da Turma A, 6.º ano)
Francisco
Carlota
Diogo Miguel
Inês Fernandes
Rafaela
Sofia
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa
Escola E. B. 2, 3 de Caldas das Taipas Ano Lectivo 2009/2010