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Minibook
dos Consensos
de UroGinecologia
II · Incontinência Urinária
Estima-se que cerca de 50% da população feminina adulta sofra de incontinência uriná-
ria (IU), mas apenas 25 a 61% procura tratamento.
A Incontinência Urinária de Esforço (IUE) tem uma prevalência de 10 a 39%. A inconti-
nência urinária mista (IUM) é a segunda mais comum, entre 7,5 e 25%. A incontinência
urinária de urgência (IUU) isolada é a menos frequente, entre 1 a 7%. As restantes causas
de incontinência quando reportadas têm uma prevalência inferior ou igual a 1%.
II · 1 - Classificação
Tabela 1 - Classificação do tipo de IU com base na história clínica*.
IUE IUU
Factores Esforço, de acordo com os graus: Espontânea
desencadeantes I – tosse, riso, espirro Por vezes: mudanças de posição,
II – marcha, cargas, desporto percepção de água a correr, “chave
III – mínimo esforço, mudança à porta”, actividade sexual, orgasmo
de posição
Forma de Posição ortostática Variável
aparecimento Inesperadamente (ausência Sensação de urgência miccional
de imperiosidade) intensa e dolorosa
Tipo Jacto urinário breve e pouco Perda abundante
abundante
Sincronia com o esforço
Frequência Normal Polaquiúria
miccional (frequência diurna >8x ou intervalo <2h)
Noctúria
(frequência nocturna ≥2x)
Enurese
Percepção Tentativa de inibição contraindo Perda percepcionada sem
pela doente as coxas inibição possível
Dor associada Ausente Pode estar presente
* Este minibook está baseado nos Consensos em Uroginecologia, disponível em www.spg.pt, e www.Astellas-PRO.com
II · 2 - Orientação inicial de mulheres
com Incontinência Urinária
Incontinência de Incontinência com Incontinência / Frequência
esforço (IUE) sintomas mistos (IUM) com Urgência / Noctúria (IUU)
Antimuscarínicos
Beta-3-agonista - Mirabegrom
Adesão
Eficácia
Avaliação às 4 semanas
Efeitos secundários
Necessidade de ajuste terapêutico
Falha
Escalar dose
♦ – Medidas que tb se aplicam à IUE Antimuscarínicos + PTNS
QoL – Quality of Life Beta-3 agonista
RPM – Resíduo pós-miccional
ITU – Infecção do Tracto Urinário Falha
POP – Prolapso dos Órgãos Pélvicos
IU – Incontinência Urinária
EUD – Estudos Urodinâmicos Considerar opções
PFMT – Pelvic Floor Muscle Training Cirúrgicas
PTNS – Percutaneous Tibial Nerve Stimulation
II · 3 - Orientação especializada
de Mulheres com Incontinência Urinária
Falha de tratamento
Sinais de alerta
conservador / médico
Toxina botulínica
Sling
Neuromodulação Sagrada
suburetral Obstrução infra-vesical
Cistoplastia de aumento
sintético Detrusor hipoactivo
Diversão Urinária
Falha
Considerar:
• Uretrocistoscopia
Reavaliação e considerar cirurgia • Exames de imagem (ECO, RM)
de segunda linha • Urodinâmica
• Corrigir anomalia
• Tratamento dirigido à patologia
a) Uso de pessários
Introdução de pessário
1ª consulta: 2-4 semanas
Reavaliação clínica:
Auto manuseamento -
Recolocação do pessário,
consulta anual*
Ajuste do tamanho do pessário
Cirurgia, atitude expectante
Sem auto
manuseamento: consultas
periódicas - 3 meses
Prolapso Urogenital
Prolapso rectal com
com ou sem outros
ou sem outros sintomas pélvicos
sintomas pélvicos
Abordagem terapêutica
especializada
• Observação • Observação
• Intervenção no estilo de vida • Intervenção no estilo de vida
- Perda de peso • Cirurgia transperineal
- Redução de esforços físicos • Cirurgia transabdominal
- Abstinência tabágica
• PFMT
• Pessário
• Cirurgia reconstrutiva
• Cirurgia obliterativa
III · 4 - Orientação para a abordagem cirúrgica
(especializada) do POP
Objectivos /
Preservação
da Função
Cirurgia
de POP
Cirurgia Cirurgia
reconstrutiva obliterativa
Colpoplastia Colpoplastia
Cúpula Uterino anterior com posterior com
tecidos nativos tecidos nativos /
/rede rede
Histerectomia ± Histerectomia
Sacrocolpopexia Histeropexia
Anexectomia bilateral vaginal
Fixação ao Fixação ao Ao
Sacroespinhoso Histerectomia Sacroespinhoso Sacroespinhoso
subtotal
+ Cervicopexia
Fixação aos Ao sacro
ligamentos
úterosagrados
Histerectomia +
sacrocrolpopexia
Aos ligamentos
abdominal
Fixação ao úterosagrados
íleococcígeo
Op de
Manchester
ICS - International Continence Society
ICUD - International Consultation of Urologic Disease
POP Correcção Correcção Correcção Correcção com Correcção com Correcção por
posterior com tecidos com tecidos com tecidos tecidos nativos/ tecidos nativos/ via vaginal,
nativos nativos nativos correcção por via correcção por via com rede,
vaginal, com rede, vaginal, com rede, com fixação
com fixação com fixação ao ao LSE*
ao LSE* LSE*
POP Correcção Correcção com Correcção Correcção com Correcção com Correcção
posterior com tecidos tecidos nativos / com tecidos tecidos nativos / tecidos nativos / com tecidos
e apical nativos histerectomia nativos histerectomia histerectomia nativos /
vaginal / vaginal / Correcção vaginal / Correcção histerectomia
com
Correcção por via por via vaginal, com por via vaginal, vaginal /
Útero vaginal, com rede, rede, com fixação com rede, com Correcção por
com fixação ao ao LSE* fixação ao LSE* via vaginal,
LSE** com rede,
com fixação
ao LSE*
POP Correcção Correcção com Correcção Correcção com Correcção com Correcção
posterior com tecidos tecidos nativos / com tecidos tecidos nativos / tecidos nativos / com tecidos
e apical nativos Correcção por via nativos Correcção por via Correcção por via nativos /Correcção
vaginal, com rede, vaginal, com vaginal, com rede, por via vaginal,
sem
com fixação ao rede, com fixação com fixação com rede, com
Útero LSE** ao LSE* ao LSE* fixação
ao LSE*
Recomendações para mulheres que pretendem cirurgia de POP e que têm IUE sinto- GR
mática ou oculta
Propor simultaneamente cirurgia de POP e IUE Forte
Informar as mulheres do risco aumentado de eventos adversos com a cirurgia Forte
combinada comparado com a cirurgia de POP isolada
Recomendações para mulheres que pretendem cirurgia de POP e que não têm IUE GR
sintomática ou oculta
Informar as mulheres que existe risco de desenvolver IUE de novo, depois da cirurgia Forte
Avisar as mulheres de que o benefício da cirurgia de IUE pode ultrapassar o aumento Forte
de risco de eventos adversos com a cirurgia combinada
IV · Conclusões