Você está na página 1de 111

EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR


PROFESSOR ROGEVANDO NUNES
2023.1

1
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS
Emergência. Condição médica de agravo à saúde que implica sofrimento intenso e/ou risco
iminente de morte, exigindo tratamento médico imediato.

2
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS

Exemplos:

1. Doença inflamatória pélvica (DIP) aguda


2. Sangramento uterino anormal (SUA) agudo
3. Torção anexial
4. Cisto ovariano hemorrágico roto
5. Bartholinite aguda

3
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
1. Mulher de 23 anos, sem parceiro fixo, refere dor pélvica moderada a intensa, discreta disúria e
secreção vaginal amarelada. Refere que esse quadro teve início há 14 dias. Refere vida sexual
ativa, que utiliza DIU de cobre e nega atraso menstrual. Ao exame físico: moderada dor durante a
palpação pélvica profunda em topografia dos anexos uterinos e moderada dor à mobilização do
colo uterino, pelo toque vaginal. Presença de secreção amarelada fluindo através do OE do colo
uterino.
a) Quais os possíveis diagnósticos?
b) Qual o diagnóstico mais provável?

4
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
1. Mulher de 23 anos, sem parceiro fixo, refere dor pélvica moderada a intensa, discreta disúria e
secreção vaginal amarelada. Refere que esse quadro teve início há 14 dias. Refere vida sexual
ativa, que utiliza DIU de cobre e nega atraso menstrual. Ao exame físico: moderada dor durante a
palpação pélvica profunda em topografia dos anexos uterinos e moderada dor à mobilização do
colo uterino, pelo toque vaginal. Presença de secreção amarelada fluindo através do OE do colo
uterino.
a) Quais os possíveis diagnósticos? Apendicite, DIP, diverticulite, cisto ovariano hemorrágico
roto.
b) Qual o diagnóstico mais provável?

5
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
1. Mulher de 23 anos, sem parceiro fixo, refere dor pélvica moderada a intensa, discreta disúria e
secreção vaginal amarelada. Refere que esse quadro teve início há 14 dias. Refere vida sexual
ativa, que utiliza DIU de cobre e nega atraso menstrual. Ao exame físico: moderada dor durante a
palpação pélvica profunda em topografia dos anexos uterinos e moderada dor à mobilização do
colo uterino, pelo toque vaginal. Presença de secreção amarelada fluindo através do OE do colo
uterino.
a) Quais os possíveis diagnósticos? Apendicite, DIP, diverticulite, cisto ovariano hemorrágico
roto.
b) Qual o diagnóstico mais provável? DIP.

6
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Doença inflamatória pélvica (DIP) aguda
A DIP pode se apresentar como abscesso tubo-ovariano, endometrite, salpingite, peritonite ou ooforite.

Prevalência: 2 a 12%. Incide mais entre mulheres de 15 a 25 anos.

Obs.: 60% das DIP são silenciosas. O tratamento deverá ser realizado, inclusive, quando houver baixa
suspeita clínica.
Etiologia. Polimicrobiana. Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasmas e Bacteroides.

Diagnóstico de DIP

Deve ser cogitado em mulheres com dor pélvica com menos de 30 dias de evolução, sem outras
patologias pélvicas, que apresentem qualquer dos seguintes critérios abaixo:
• Dor à mobilização do colo uterino.
• Dor uterina.
• Dor anexial.

7
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Diagnóstico diferencial de DIP (principais)
• Cisto ovariano hemorrágico roto.
• Pneumonia de base.
• Miomatose uterina.
• Gravidez ectópica.
• Infecção urinária.
• Litíase urinária.
• Dor ovulatória.
• Gastrenterite.
• Diverticulite.
• Apendicite.

Exames complementares à história clínica e exame físico


• Exame a fresco da secreção vaginal. Cocos gram negativos arranjados aos pares (gonococos).
• Hemograma completo.
• Sumário de urina.
• Beta-hCG.
• VHS, PCR.
• USTV.
8
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Obs.: a biópsia de endométrio é um dos principais critérios diagnósticos, porém é pouco utilizada.
Quando internar?
• Instabilidade hemodinâmica.
• Ruptura de abscesso.
• Dúvida diagnóstica.
• Irritação peritoneal.
• Comorbidades.
• Abscesso.
• Gravidez.
Possíveis consequências
• Dor pélvica crônica.
• Gravidez tubária.
• Infertilidade.
Tratamento hospitalar
• Ceftriaxona: 1g, EV, 1xdia, por 14 dias +
• Metronidazol, 500mg, EV, 12/12 horas, por 14 dias +
• Doxiciclina. 1 comprimido de 100mg, VO, 2xdia, por 14 dias +
• Sintomáticos.
9
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
ou
• Clindamicina: 900g, EV, 8/8h +
• Gentamicina: 240mg, EV, 1xdia +
• Ampicilina: 1g, EV, 6/6h (quando houver abcesso tubo-ovariano). Após a alta,
• Metronidazol, 500mg, VO, 2xdia, por 14 dias +
• Doxiciclina. 1 comprimido de 100mg, VO, 2xdia, por 14 dias +
• Sintomáticos.
ou
• Ampicilina + Sulbactam: 3g, EV, 6/6h +
• Doxiciclina. 1 comprimido de 100mg, VO, 2xdia, por 14 dias +
• Metronidazol, 500mg, VO, 12/12 horas, por 14 dias +
• Sintomáticos.

Obs.: tratar o parceiro sexual: Ceftriaxona: 500mg, IM, dose única + Azitromicina: 1g, VO, dose
única.

10
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Tratamento ambulatorial
1. Ceftriaxona: 500mg, IM, dose única (1 ampola=500mg ou 1g). Pega gonococo.
2. Azitromicina: 1g, VO, dose única (1 comprimido=500mg ou 1g). Pega clamídia.
3. Doxiciclina: 1 comprimido de 100mg, VO, 12/12h, por 14 dias consecutivos. Pega clamídia e flora mista.
4. Metronidazol: 500mg, VO, 12/12h, por 14 dias consecutivos (1 comprimido=250mg e 400mg). Pega
anaeróbios.
5. Levofloxacino: 500mg, VO ou EV, 1xdia, por 14 dias consecutivos (1 comprimido=500mg e 750mg). Pega
clamídia.
Esquemas utilizados: (1+3+4) ou (1+2) ou (3+4)? ou (4+5) + sintomáticos.
Obs.: solicitar: VDRL, anti-HIV, HBsAg, anti-HBs, sorologia para hepatite C. Tratar o parceiro sexual (1+2).
Obs.: orientar o retorno com 48 a 72h, se:
• Não houver melhora da dor.
• Dúvida diagnóstica.
• Vômitos.
• Febre.

Obs.: tratar o parceiro sexual: ceftriaxona: 500mg, IM, dose única + azitromicina: 1g, VO, dose única.

11
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
2. Mulher 45 anos com sangramento transvaginal moderado com duração de 16 dias. Refere
vários episódios semelhantes nos últimos 12 meses. Refere LT há 4 anos.
a) Cite possíveis causas desse quadro clínico.
b) Que tratamento emergencial pode ser feito?

12
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
2. Mulher 45 anos com sangramento transvaginal moderado com duração de 16 dias. Refere
vários episódios semelhantes nos últimos 12 meses. Refere LT há 4 anos.
a) Cite possíveis causas desse quadro clínico.
b) Que tratamento emergencial pode ser feito?
a) Sistema PALM-COEIN para classificação das causas de SUA.

Causas estruturais Causas não estruturais


Pólipo Coagulopatia
Adenomiose Ovulatória
Leiomioma Endometrial
Malignas e hiperplasia Iatrogênica
Não classificada

13
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
2. Mulher 45 anos com sangramento transvaginal moderado com duração de 16 dias. Refere
vários episódios semelhantes nos últimos 12 meses. Refere LT há 4 anos.
a) Cite possíveis causas desse quadro clínico.
b) Que tratamento emergencial pode ser feito?
b) 1. Tratamento medicamentoso emergencial
- Ácido tranexâmico EV, 10mg/kg a cada 8 horas ou
- Ácido aminocaproico 4g a 5g, EV, com 1g/h como dose de manutenção.

Tratamento medicamentoso ambulatorial


- Contraceptivo oral combinado monofásico ou
- Progesterona oral isolada ou
- SIU-LNG.
- Ácido tranexâmico oral, 250mg a 750mg, via oral a cada 8h, por 4 a 5 dias consecutivos.
- AINE.

14
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS

Opções de tratamento ambulatorial (via oral)


Contraceptivo oral combinado 1 comprimido 3xdia até parar o sangramento (pelo menos 2 dias)
(30 a 35mcg EE) Após isso, 1 comprimido ao dia por 3 a 6 semanas
(exemplo: ciclo 21) ou
1 comprimido a cada 6 horas, até parar o sangramento
Após isso, 1 comprimido a cada 8 horas, por 2 a 7 dias
Após isso, 1 comprimido a cada 12 horas, por 2 a 7 dias
Após isso, 1 comprimido ao dia

15
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
b) 2. Tratamento cirúrgico. Paciente instável ou falha no tratamento clínico.

• Balão intrauterino.
• Histeroscopia.
• Curetagem uterina.
• Embolização uterina.
• Ablação endometrial.
• Histerectomia.

16
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
A história clínica e o exame físico são importantíssimos para orientar os exames
complementares e até mesmo a conduta emergencial.
Costumam fazer parte do arsenal de exames complementares na investigação do
sangramento uterino anormal (SUA), durante um atendimento emergencial:

- USTV.
- Beta-HCG.
- Hemograma completo.

17
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
3. Mulher com 23 anos, 158cm, 55kg, evoluindo há 18 horas com dor pélvica intensa e súbita,
mal localizada, associada a náuseas e vômitos. Refere ser portadora de cisto ovariano. Refere
vida sexual inativa há 14 meses. Durante o exame físico foi palpada uma massa pélvica dolorosa
com volume aproximado de 350cm3 (aprox. 9cm de diâmetro). PA 120x80, FC 92.
a) Qual a suspeita diagnóstica mais provável?
b) Que exames complementares ao exame físico você solicitaria?

18
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
3. Mulher com 23 anos, 158cm, 55kg, evoluindo há 18 horas com dor pélvica intensa e súbita,
mal localizada, associada a náuseas e vômitos. Refere ser portadora de cisto ovariano. Refere
vida sexual inativa há 14 meses. Durante o exame físico foi palpada uma massa pélvica dolorosa
com volume aproximado de 350cm3 (aprox. 9cm de diâmetro). PA 120x80, FC 92.
a) Qual a suspeita diagnóstica mais provável? Torção tubo-ovariana.
b) Que exames complementares ao exame físico você solicitaria?

19
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
3. Mulher com 23 anos, 158cm, 55kg, evoluindo há 18 horas com dor pélvica intensa e súbita,
mal localizada, associada a náuseas e vômitos. Refere ser portadora de cisto ovariano. Refere
vida sexual inativa há 14 meses. Durante o exame físico foi palpada uma massa pélvica dolorosa
com volume aproximado de 350cm3 (aprox. 9cm de diâmetro). PA 120x80, FC 92.
a) Qual a suspeita diagnóstica mais provável? Torção tubo-ovariana.
b) Que exames complementares ao exame físico você solicitaria? USTV.

20
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Torção anexial

Chamamos de “anexo” os órgãos e estruturas compostos pelos ovários, tubas uterinas e pelos
seus vasos sanguíneos e ligamentos.

Quando ocorre uma rotação completa ou parcial do ovário ou tuba, há diminuição do aporte
sanguíneo e o consequente comprometimento da vascularização do órgão afetado.

Representa de 2,5% a 5,0% das emergências ginecológicas e está relacionada a cistos ovarianos
e paraovarianos em 64% a 82% dos casos, sendo a indução da ovulação e a hiperestimulação
ovariana fatores de risco associados.

21
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Quais são os sintomas?

Dor e distensão abdominal. Dependendo do grau de torção e do tempo decorrido, pode levar a sintomas
como taquicardia, náuseas, vômitos, queda de pressão arterial e fraqueza.

Como é feito o diagnóstico?

A suspeita de abdome agudo pode ser feita pelo quadro clínico e exame físico. Muitas pacientes têm história
de ser portadora de cisto ovariano. A ultrassonografia transvaginal ou pélvica auxilia no diagnóstico, muitas
vezes permitindo a visualização do cisto e do comprometimento da vascularização do ovário.

Como é o tratamento?

Laparoscopia ou laparotomia, dependendo do caso. Embora a literatura médica descreva haver


possibilidade de distorção do anexo com posterior reavaliação do fluxo sanguíneo em casos selecionados,
frequentemente a torção anexial leva a importante prejuízo da vascularização do anexo, sendo necessária a
retirada da tuba uterina, do ovário ou de ambos.
22
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
4. Mulher de 34 anos refere dor pélvica súbita e moderada, iniciada há 7 horas. Refere vida
sexual ativa, com utilização de preservativo masculino. Nega secreção vaginal. UR há 20 dias.
Beta-HCG negativo. Sem massas palpáveis no abdome/pélvis.
a) Qual o provável diagnóstico?
b) Cite 2 diagnósticos diferenciais.

23
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
4. Mulher de 34 anos refere dor pélvica súbita e moderada, iniciada há 7 horas. Refere vida
sexual ativa, com utilização de preservativo masculino. Nega secreção vaginal. UR há 20 dias.
Beta-HCG negativo. Sem massas palpáveis no abdome/pélvis.
a) Qual o provável diagnóstico? Cisto ovariano hemorrágico roto.
b) Cite 2 diagnósticos diferenciais.

24
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
4. Mulher de 34 anos refere dor pélvica súbita e moderada, iniciada há 7 horas. Refere vida
sexual ativa, com utilização de preservativo masculino. Nega secreção vaginal. UR há 20 dias.
Beta-HCG negativo. Sem massas palpáveis no abdome/pélvis.
a) Qual o provável diagnóstico? Cisto ovariano hemorrágico roto.
b) Cite 2 diagnósticos diferenciais. Torção anexial e apendicite aguda.

25
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Cisto ovariano hemorrágico roto

Durante o ciclo menstrual, os ovários produzem os chamados folículos, também conhecidos


como cistos foliculares ou cistos funcionais. Existem outros tipos de cistos ovarianos, como os
cistos de corpo lúteo, os teratomas e os endometriomas. Todos guardam em comum o fato de
serem cistos, ou seja, “bolsas” que possuem conteúdo líquido.

A rotura de um cisto ovariano pode ocorrer, deixando o líquido que estava em seu interior cair
dentro do abdome. Acontece com frequência nos cistos funcionais e nos cistos de corpo lúteo,
sendo menos encontrado nos teratomas e nos endometriomas.

Quais são os sintomas?

A mulher sente dor, geralmente súbita, intensa e costuma estar associada a distensão abdominal.
Taquicardia, náuseas, vômitos, queda de pressão arterial e fraqueza podem estar presentes e
indicar a existência de perda sanguínea.

26
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Como é feito o diagnóstico?

Além dos sintomas descritos, o médico pode suspeitar de rotura de cisto ovariano durante o
exame físico e solicitar exames de imagem (como as ultrassonografias transvaginal e pélvica) ou
laboratoriais para auxiliá-lo na confirmação do diagnóstico.

Como é o tratamento?

Nos casos em que a perda sanguínea é estável e os sintomas não são intensos, a conduta
conservadora (não cirúrgica) pode ser uma opção, mas sempre com intensa vigilância médica,
mantendo suporte clínico e controle da dor, muitas vezes resultando em involução do quadro.
Algumas vezes, no entanto, a dor pode ser intensa, acompanhada dos sinais de perda sanguínea
e caracterizar o quadro conhecido como abdome agudo ginecológico.

A via de cirurgia preferencial é a laparoscopia. Nos casos com instabilidade clínica, a opção
pode ser a cirurgia convencional de urgência.
27
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
5. Mulher de 23 anos, com vida sexual ativa, refere tumoração vulvovaginal direita bastante
dolorosa, com quadro álgico de intensidade progressiva há 24 horas. Ao exame físico foi
constatada uma tumoração de 4x4x4cm, com sinais flogísticos intensos (rubor, calor, dor),
conforme a foto abaixo.
a) Qual a hipótese diagnóstica?
b) Qual o tratamento imediato para aliviar a dor?

28
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
5. Mulher de 23 anos, com vida sexual ativa, refere tumoração vulvovaginal direita bastante
dolorosa, com quadro álgico de intensidade progressiva há 24 horas. Ao exame físico foi
constatada uma tumoração de 4x4x4cm, com sinais flogísticos intensos (rubor, calor, dor),
conforme a foto abaixo.
a) Qual a hipótese diagnóstica? Bartholinite aguda.
b) Qual o tratamento imediato para aliviar a dor?

29
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
5. Mulher de 23 anos, com vida sexual ativa, refere tumoração vulvovaginal direita bastante
dolorosa, com quadro álgico de intensidade progressiva há 24 horas. Ao exame físico foi
constatada uma tumoração de 4x4x4cm, com sinais flogísticos intensos (rubor, calor, dor),
conforme a foto abaixo.
a) Qual a hipótese diagnóstica? Bartholinite aguda.
b) Qual o tratamento imediato para aliviar a dor? Drenagem da secreção purulenta.

30
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Bartholinite aguda
A mulher possui 2 glândulas de Bartholin, sendo 1 em cada lado, na parte posterior da abertura
do canal vaginal, no vestíbulo vaginal. São responsáveis pela lubrificação vaginal durante a
atividade sexual. Eventualmente podem ter seus ductos obstruídos, formando cistos que estão
sujeitos a infecção. A Escherichia coli é o principal patógeno responsável pela infecção, sendo
encontrados também gonococo e Clamídia trachomatis. A bartholinite aguda comumente provoca
um quadro doloroso muito intenso quando há uma loja de líquido purulento em quantidade
crescente. O tratamento consiste em drenagem ou marsupialização da glândula, associada a
antibióticos semelhantes aos utilizados na DIP, porém com duração de 7 a 10 dias, a depender da
gravidade do quadro clínico. É importante o tratamento do parceiro sexual pela possibilidade de
envolvimento de microrganismos adquiridos por via sexual (gonococo e clamídia), bem como a
solicitação de sorologias para IST’s (VDRL, HBsAg, anti-HCV, anti-HIV). Também é pertinente
que o casal seja esclarecido sobre as possíveis causas etiológicas da infecção (IST’s).

31
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Exemplos

1. Descolamento prematuro da placenta (DPP)


2. Placenta prévia (PP)
3. Síndrome hipertensiva na gravidez
4. Prolapso do cordão umbilical
5. Sofrimento fetal agudo
6. Distocia de ombro
7. Cabeça derradeira
8. Inversão uterina aguda
9. Hemorragia pós-parto
10. Ameaça de abortamento
11. Abortamento incompleto
12. Prenhez ectópica
32
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. Mulher de 29 anos de idade, com 36 semanas gestacionais, deu entrada com dores
abdominais constantes há 3 horas. Ao exame físico, PA 155x95, bcf 118, útero de aspecto
lenhoso, sem pausa entre as contrações, colo uterino fechado, sangramento transvaginal leve e
escuro. Ultrassom realizado há 10 dias evidenciando placenta corporal posterior.
a) Qual o provável diagnóstico?
b) Qual a conduta recomendada?

33
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. Mulher de 29 anos de idade, com 36 semanas gestacionais, deu entrada com dores
abdominais constantes há 3 horas. Ao exame físico, PA 155x95, bcf 118, útero de aspecto
lenhoso, sem pausa entre as contrações, colo uterino fechado, sangramento transvaginal leve
e escuro. Ultrassom realizado há 10 dias evidenciando placenta corporal posterior.
a) Qual o provável diagnóstico?
b) Qual a conduta recomendada?

34
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. Mulher de 29 anos de idade, com 36 semanas gestacionais, deu entrada com dores
abdominais constantes há 3 horas. Ao exame físico, PA 155x95, bcf 118, útero de aspecto
lenhoso, sem pausa entre as contrações, colo uterino fechado, sangramento transvaginal leve e
escuro. Ultrassom realizado há 10 dias evidenciando placenta corporal posterior.
a) Qual o provável diagnóstico? Descolamento prematuro da placenta e síndrome hipertensiva
na gravidez.
b) Qual a conduta recomendada?

35
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. Mulher com 36 semanas gestacionais deu entrada com dores abdominais constantes há 3
horas. Ao exame físico, PA 155x95, bcf 118, útero de aspecto lenhoso, sem pausa entre as
contrações, colo uterino fechado, sangramento transvaginal leve e escuro. Ultrassom realizado há
10 dias evidenciando placenta corporal posterior.
a) Qual o provável diagnóstico? Descolamento prematuro da placenta e síndrome hipertensiva
na gravidez.
b) Qual a conduta recomendada? Cesariana imediata deverá ser a conduta adotada nos fetos
vivos. Nos quadros de feto morto, avaliar caso a caso.

36
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
DPP
Descolamento prematuro da placenta normalmente inserida (DPP) é conceituado como a
separação súbita, intempestiva e prematura da placenta implantada no corpo do útero, depois da
20ª semana de gestação. O diagnóstico é clínico e o ultrassom pode ser utilizado para
diagnóstico diferencial com placenta prévia.
É clássico atribuir-lhe incidência global de 1%.
A mortalidade materna gira em torno do 1 a 2%. A mortalidade perinatal é superior a 50%.
Principais fatores predisponentes: hipertensão arterial, trauma físico, baixa condição
socioeconômica, multiparidade, idade materna avançada, passado obstétrico ruim, relato de DPP
em gestação anterior, cesárea prévia, restrição do crescimento intrauterino, corioamnionite,
gemelidade, diabetes melito, tempo prolongado de rotura de membranas, tabagismo, etilismo e
uso de drogas ilícitas (principalmente cocaína).
O DPP grave pode consumir fatores de coagulação e levar a um quadro de CIVD.
Em cerca de 80% dos casos a hemorragia é externa.
Quando a área de descolamento placentário for superior a 50% a morte fetal é inevitável.

37
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
2. Mulher de 27 anos de idade, com gestação de 36 semanas, deu entrada na emergência
obstétrica com sangramento transvaginal de moderada intensidade, indolor, iniciado há 60
minutos. Refere 2 crises anteriores nas últimas 7 semanas, porém a intensidade dos
sangramentos era menor. Trouxe ultrassom realizado há 35 dias com placenta margeando o OI
do colo uterino. Exame físico: PA 10x6, FC 104, STV moderado, especular: colo uterino sem
lesões, fechado com saída de moderada quantidade de sangue vermelho claro pelo OE, sem
contrações uterinas em 10 minutos de observação. BCF 148.
a) Qual o diagnóstico?
b) Qual a conduta emergencial?

38
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
2. Mulher de 27 anos de idade, com gestação de 36 semanas, deu entrada na emergência
obstétrica com sangramento transvaginal de moderada intensidade, indolor, iniciado há 60
minutos. Refere 2 crises anteriores nas últimas 7 semanas, porém a intensidade dos
sangramentos era menor. Trouxe ultrassom realizado há 35 dias com placenta margeando o OI
do colo uterino. Exame físico: PA 10x6, FC 104, STV moderado, especular: colo uterino sem
lesões, fechado com saída de moderada quantidade de sangue vermelho claro pelo OE, sem
contrações uterinas em 10 minutos de observação. BCF 148.
a) Qual o diagnóstico? Placenta prévia marginal. O diagnóstico inicial de PP é dado por
ultrassom logo após 20 semanas. O diagnóstico definitivo de placenta prévia é dado a partir
de 28 semanas e o tipo de placenta prévia definitivo costuma ser estabelecido a partir de 36
semanas.
b) Qual a conduta emergencial?

39
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
2. Mulher de 27 anos de idade, com gestação de 36 semanas, deu entrada na emergência
obstétrica com sangramento transvaginal de moderada intensidade, indolor, iniciado há 60
minutos. Refere 2 crises anteriores nas últimas 7 semanas, porém a intensidade dos
sangramentos era menor. Trouxe ultrassom realizado há 35 dias com placenta margeando o OI
do colo uterino. Exame físico: PA 10x6, FC 104, STV moderado, especular: colo uterino sem
lesões, fechado com saída de moderada quantidade de sangue vermelho claro pelo OE, sem
contrações uterinas em 10 minutos de observação. BCF 148.
a) Qual o diagnóstico? Placenta prévia marginal. O diagnóstico inicial de PP é dado por
ultrassom logo após 20 semanas. O diagnóstico definitivo de placenta prévia é dado a partir
de 28 semanas e o tipo de placenta prévia definitivo costuma ser estabelecido a partir de 36
semanas.
b) Qual a conduta emergencial? Internamento, providenciar acesso venoso, repouso, solicitar
hemograma, prescrever corticoides para acelerar a maturidade pulmonar (caso ela ainda não
tenha feito uso entre 24 a 37 semanas). Se o sangramento ceder, postergar a resolução da
gravidez para 37 semanas.

40
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

41
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

42
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

43
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Placenta prévia (PP)

• Incidência: 0,5% a 1% (ligeiramente inferior ao DPP).


• Se o sangramento da placenta prévia for ameaçador, deverá ser considerada a resolução da
gravidez.

Resolução da gravidez
• > 37 semanas: indica-se a interrupção da gravidez.
• < 37 semanas sem sangramento intenso: conduta expectante.
• Pacientes com placenta prévia centro total sempre deverão ser submetidas a cesariana.
• Pacientes com placenta de inserção baixa distando mais que 2cm do OI do colo uterino
podem ter chance de parto normal.

44
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
3. Mulher de 43 anos, no curso da 37ª semana gestacional, referindo cefaleia occipital intensa há
2h. PA vinha normal nas consultas de pré-natal. Ao exame físico, PA 170x110, bcf 136, sem
atividade uterina em 10 minutos, FC 114. Após 15 minutos de repouso, PA 160x110. Proteinúria
(ml/dl)/creatinínúria (mg/dl) = 0,5.
a) Qual o diagnóstico?
b) Qual a conduta?

45
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
3. Mulher de 43 anos, no curso da 37ª semana gestacional, referindo cefaleia occipital intensa há
2h. PA vinha normal nas consultas de pré-natal. Ao exame físico, PA 170x110, bcf 136, sem
atividade uterina em 10 minutos, FC 114. Após 15 minutos de repouso, PA 160x110. Proteinúria
(ml/dl)/creatinínúria (mg/dl) = 0,5
a) Qual o diagnóstico? Síndrome hipertensiva na gravidez. Pré-eclâmpsia (DHEG, SHEG).
b) Qual a conduta?

46
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
3. Mulher de 43 anos, no curso da 37ª semana gestacional, referindo cefaleia occipital intensa há
2h. PA vinha normal nas consultas de pré-natal. Ao exame físico, PA 170x110, P: 98, BCF 136,
sem atividade uterina em 10 minutos, FC 114. Após 15 minutos de repouso, PA 160x110.
Proteinúria (ml/dl)/creatinínúria (mg/dl) = 0,5
a) Qual o diagnóstico? Síndrome hipertensiva na gravidez. Pré-eclâmpsia (DHEG, SHEG).
b) Qual a conduta? Iniciar sulfato de magnésio, anti-hipertensivo (nifedipina oral - não utilizar
sublingual), solicitar exames laboratoriais pertinentes ao quadro de hipertensão na gravidez,
tentar estabilizar a paciente e resolver a gestação. Essa estabilização costuma demorar em
torno de 4 a 6 horas e está relacionada à diminuição da mortalidade materno-fetal.

47
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Síndrome hipertensiva na gravidez

Incidência

É a principal causa de óbito materno no Brasil (26%). Acomete, aproximadamente, 12% das
gestações.

Importância

Constitui-se na patologia mais importante da obstetrícia, pela sua frequência e morbimortalidade


elevadas.

Diagnóstico

PAs > 140 e/ou PAd > 90mmHg, verificadas em duas ocasiões, intercaladas por, pelo menos, 4
horas, estando a paciente sentada, em pé ou em decúbito lateral esquerdo, sendo a aferição
realizada no braço direito. Paciente em pico hipertensivo, 15 minutos entre as 2 aferições fecha o
diagnóstico de síndrome hipertensiva na gravidez.
48
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Classificação

• Pré-eclâmpsia. É uma doença progressiva onde há hipertensão arterial e proteinúria/creatininúria > 0,3 (ambas em
mg/dl) ou > 300mg de proteína em urina de 24 horas ou labstix evidenciando > 1+ de proteinúria, surgidos após 20
semanas gestacionais. Na ausência de proteinúria, deve haver pelo menos um dos seguintes achados:
trombocitopenia (< 100.000 plaquetas/mm³), edema pulmonar, TGO elevada (> 2x), TGP elevada (> 2x), creatinina >
1,1mg/dl ou > 2x o valor inicial (na ausência de disfunção renal prévia), alterações cerebrais ou visuais. Pode ser
classificada em Pré-eclâmpsia Leve ou Pré-eclâmpsia Grave.
• Eclâmpsia. É o quadro de pré-eclâmpsia, complicado por crise convulsiva tônico-clônica e/ou coma.
• Hipertensão Arterial Crônica. Existência anterior à gravidez ou foi diagnosticada antes de 20 semanas gestacionais ou
que persista após 12 semanas do parto.
• Pré-eclâmpsia Sobreposta. Ocorre em 10% a 30% das pacientes. Hipertensão crônica que piora durante a gestação
e/ou aparecimento recente de proteinúria anteriormente inexistente. Ou hipertensão crônica com qualquer dos
critérios de gravidade da pré-eclâmpsia.
• Hipertensão Gestacional. É a hipertensão de aparecimento após 20 semanas de gestação. PAS > 140mmHg e/ou
PAD > 90mmHg. Não há proteinúria, sintomas relacionados à pré-eclâmpsia ou alterações laboratoriais. É
classificada, por alguns autores, como uma fase pré-proteinúrica da pré-eclâmpsia.
Obs.: o método de aferir a proteinúria pela fita (labstix) não é muito fidedigno. Utilizar somente em último caso.
49
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE (geralmente, a conduta é resolver a gravidez)

É definida pela presença de alguns achados específicos em pacientes com diagnóstico de pré-eclâmpsia.

DIAGNÓSTICO: pode ser clínico e/ou laboratorial.

a) Diagnóstico clínico

Na presença de qualquer um dos achados clínicos descritos a seguir, uma paciente pré-eclâmpsia, pode ser
classificada como portadora de quadro grave; são eles:
• Picos pressóricos após 20 semanas gestacionais em mulheres previamente normotensas; elevação esta que
persiste, mesmo após intervalo de 15 minutos de repouso, com PAs > 160mmHg e/ou PAd > 110mmHg;
• Cefaleia grave ou persistente e progressiva (mesmo após a utilização de analgésicos), confusão mental,
escotomas, diplopia ou visão turva;
• Pré-eclâmpsia diagnosticada com < 34 semanas gestacionais;
• Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito;
• Oligúria: < 500ml de urina/24h;
• Edema pulmonar ou cianose;
• Dor torácica ou dispneia. 50
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
b) Diagnóstico laboratorial

Na presença de > 1 das alterações relacionadas a seguir, a paciente pode ser classificada como sendo portadora
de pré-eclâmpsia grave; são elas:
• Aumento de TGO ou de TGP: pelo menos um incremento de 100%;
• Trombocitopenia < 100.000/mm³;
• Creatinina sérica > 1,1mg/dl.
SINAIS/SINTOMAS DE IMINÊNCIA DE ECLÂMPSIA

• Dor epigástrica e/ou no hipocôndrio direito;


• Perda da consciência;
• Cefaleia persistente;
• Hiperreflexia;
• Escotomas;
• Visão turva;
• Diplopia;
51
• Tontura.
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE: SÍNDROME HELLP
Importância: a mortalidade materna pode atingir 20% e a perinatal 35%.

Exames laboratoriais/complementares que deverão ser solicitados


• LDH (desidrogenase láctica);
• Bilirrubina total e frações;
• Proteinúria de 24 horas;
• Hemograma completo;
• Creatininúria (mg/dl);
• Proteinúria (mg/dl);
• Creatinina sérica;
• Sumário de urina;
• Ureia sérica;
• Ácido úrico;
• TGO; TGP;
• Labstix;
• CTG.
52
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Diagnóstico da síndrome HELLP

É uma forma grave de pré-eclâmpsia caracterizada por:


• Dor epigástrica ou no quadrante superior direito do abdome e com náuseas/vômitos;
• Hemólise (H): LDH > 600 e o esfregaço sanguíneo periférico evidenciando eritrócitos
destruídos;
• Elevação das enzimas hepáticas (EL): ALT (TGP) e AST (TGO) > 70UI/l, ou bilirrubina >
1,2mg/dl;
• Baixa de plaquetas (LP).
Obs.: a Síndrome de HELLP pode se apresentar de maneira completa ou parcial: HELLP, ELLP,
EL ou LP (< 150.000/mm3).

Conduta

• Estabilizar as condições hemodinâmicas da paciente, antes da resolução (isso, geralmente,


demora 4 a 6 horas).
53
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

ECLÂMPSIA

Importância

A taxa de mortalidade materna por eclâmpsia, no Brasil, situa-se em torno de 10 a 15%. O óbito é
consequência, principalmente, de hemorragia cerebral. Em relação ao momento da convulsão,
50% ocorre durante a gestação, 25% no decurso do parto e 25% no pós-parto. Após 48h do
parto é chamada de eclâmpsia pós-parto tardia.

Conduta

• Sulfato de magnésio EV.


• Estabilizar as condições hemodinâmicas da paciente, antes da resolução (isso, geralmente,
demora 4 a 6 horas).

54
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Quando resolver a gestação na hipertensão arterial


Condição Época do parto
Pré-eclâmpsia leve 37 semanas
Pré-eclâmpsia leve sobreposta 37 semanas
Hipertensão gestacional 37 semanas
Hipertensão crônica com bom controle De 37 a 39 semanas
Pré-eclâmpsia grave > 34 semanas Imediatamente1,2
Pré-eclâmpsia grave < 34 semanas Estável: corticoide2
Instável: parto imediato1
Síndrome de HELLP Imediatamente1
Eclâmpsia Imediatamente1
1Após
estabilização hemodinâmica. 2Alguns serviços resolvem a PE grave somente com 37
semanas (se assintomática, vitalidade fetal normal, PA sob controle e sem síndrome de HELLP).
55
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
4. Paciente de 32 anos de idade, com 40 semanas gestacionais, G1P0A0, com 5cm dilatação.
Ocorreu rotura espontânea da bolsa amniótica e exteriorizou-se o cordão umbilical, em
aproximadamente 40cm. BCF 110.
a) Qual o diagnóstico?
b) Qual a conduta?

56
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
4. Paciente de 32 anos de idade, com 40 semanas gestacionais, G1P0A0, com 5cm dilatação.
Ocorreu rotura espontânea da bolsa amniótica e exteriorizou-se o cordão umbilical, em
aproximadamente 40cm. BCF 110.
a) Qual o diagnóstico? Prolapso do cordão umbilical.
b) Qual a conduta?

57
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
4. Paciente de 32 anos de idade, com 40 semanas gestacionais, G1P0A0, com 5cm dilatação.
Ocorreu rotura espontânea da bolsa amniótica e exteriorizou-se o cordão umbilical, em
aproximadamente 40cm. BCF 110.
a) Qual o diagnóstico? Prolapso do cordão umbilical.
b) Qual a conduta? Tentar evitar a compressão do cordão umbilical pelo polo cefálico, fazendo
pressão vaginal para tentar elevar a apresentação. A posição maometana (de 4) pode ser útil,
enquanto se tenta elevar o polo cefálico digitalmente e a sala da cesárea é preparada.

58
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

59
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Prolapso do cordão umbilical

Prolapso do cordão umbilical é a posição anormal do cordão na frente da apresentação fetal,


estando a bolsa rota; dessa maneira, o feto comprime o cordão durante o trabalho de parto,
causando hipoxemia.
É mais frequente quando ocorre amniorrexe e o feto ainda não se encontra encaixado na pélvis.

60
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
5. Paciente de 30 anos de idade, IG 38s, encontra-se em trabalho de parto há 7 horas. G1P0A0,
BCF 102 (94 a 108), mantido após 12 minutos de observação. Ocorreu rotura espontânea da
bolsa amniótica, fluindo aproximadamente 20ml de líquido esverdeado (3+/4+), colo uterino pérvio
4cm. PA 11x8, 2/50’’/10’.
a) Qual a hipótese diagnóstica?
b) Qual a conduta?

61
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
5. Paciente de 30 anos de idade, IG 38s, encontra-se em trabalho de parto há 7 horas. G1P0A0,
BCF 102 (94 a 108), mantido após 12 minutos de observação. Ocorreu rotura espontânea da
bolsa amniótica, fluindo aproximadamente 20ml de líquido esverdeado (3+/4+), colo uterino pérvio
4cm. PA 11x8, 2/50’’/10’.
a) Qual a hipótese diagnóstica? Sofrimento fetal agudo.
b) Qual a conduta?

62
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
5. Paciente de 30 anos de idade, IG 38s, encontra-se em trabalho de parto há 7 horas. G1P0A0,
BCF 102 (94 a 108), mantido após 12 minutos de observação. Ocorreu rotura espontânea da
bolsa amniótica, fluindo aproximadamente 20ml de líquido esverdeado (3+/4+), colo uterino pérvio
4cm. PA 11x8, 2/50’’/10’.
a) Qual a hipótese diagnóstica? Sofrimento fetal agudo.
b) Qual a conduta? Resolução da gravidez, imediatamente.

63
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Sofrimento fetal agudo
Define-se sofrimento fetal agudo como a presença de hipoxemia e hipercapnia (acidose
metabólica) decorrentes do comprometimento da troca de gases. Na maioria das vezes ocorre
durante o trabalho de parto, porém, em algumas situações pode ser observado no período
anteparto.

Diagnóstico

• Alterações da frequência cardíaca fetal (BCF) e do traçado cardiotocográfico.

Taquicardia: frequência cardíaca fetal com valores acima de 160 bpm, por período superior a 10
minutos, sinalizará hipoxemia fetal (exceto nos casos de febre materna, uso de drogas
simpaticomiméticas). No traçado cardiotocográfico, poderá estar acompanhada de alterações
como a perda das acelerações, a mudança do traçado (perda das oscilações da linha de base) e
a presença de desacelerações. A oscilação normal na linha de base é de 5 a 25 bpm.

64
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Bradicardia: frequência cardíaca abaixo de 110 bpm, por período superior a 10 minutos. Poderá
converter-se em bradicardia severa evoluindo para óbito fetal. Na cardiotocografia pode
representar sofrimento fetal agudo quando acompanhada de perda das acelerações e/ou das
oscilações da linha de base, e na presença de desacelerações.

Desacelerações (dips) tardias: são as desacelerações retardadas em relação à contração uterina


(o tempo entre o pico da contração e o fundo do dip é igual ou maior que 18 a 30 segundos).
Estão associadas à estase de sangue interviloso e são sempre ominosas para o feto,
acompanhadas de qualquer valor da frequência cardíaca fetal basal. Na ausência de acelerações
e movimentos fetais, com oscilação lisa, evoluem para bradicardia terminal e morte intraparto.

65
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
As desacelerações variáveis: irão adquirir significado patológico quando apresentarem elevada
frequência de aparecimento, forem profundas (60 bpm), apresentarem retorno lento (ausência de
aceleração compensatória), houver perda das acelerações, ocorrer modificação das oscilações
da linha de base (linha de base com padrão liso).

Mecônio

O achado de mecônio, por si só, não é sinal de sofrimento fetal agudo.

Exige maior cuidado do obstetra no acompanhamento da vitalidade fetal.

Sugere sofrimento fetal quando acompanhado de alterações da frequência cardíaca fetal. A


ausência de acelerações e de movimentos fetais, durante o trabalho de parto representam
marcadores importantes de baixa oxigenação fetal.

66
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
6. Mulher deu entrada na emergência com feto em período expulsivo, evoluindo para saída do
polo cefálico, porém o tórax fetal não nasceu.
a) Qual o diagnóstico?
b) Que manobras podem ser empregadas?

67
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
6. Mulher deu entrada na emergência com feto em período expulsivo, evoluindo para saída do
polo cefálico, porém o tórax fetal não nasceu.
a) Qual o diagnóstico? Distocia de ombros.
b) Que manobras podem ser empregadas?

68
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
6. Mulher deu entrada na emergência com feto em período expulsivo, evoluindo para saída do
polo cefálico, porém o tórax fetal não nasceu.
a) Qual o diagnóstico? Distocia de ombros.
b) Que manobras podem ser empregadas? As manobras de primeira linha são McRoberts e
Rubim I. Manobras contraindicada: Kristeller.

69
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

70
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
.

71
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
7. Mulher deu entrada na emergência obstétrica com feto pélvico que nasceu há 2 minutos e polo
cefálico ficou preso na pélvis. IG 38s 3d.
a) Qual o diagnóstico?
b) Qual a conduta?

72
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
7. Mulher deu entrada na emergência obstétrica com feto pélvico, nasceu há 2 minutos e polo
cefálico ficou preso na pélvis. IG 38s 3d.
a) Qual o diagnóstico? Cabeça derradeira.
b) Qual a conduta?

73
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
7. Mulher deu entrada na emergência obstétrica com feto pélvico, nasceu há 2 minutos e polo
cefálico ficou preso na pélvis. IG 38s 3d.
a) Qual o diagnóstico? Cabeça derradeira.
b) Qual a conduta? Proceder manobras para nascimento
do polo cefálico.
- Fórcipe de Piper.
- Manobra de Mauriceau.
- Manobra de Bracht + pressão abdominal.

74
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Feto pélvico
A opção pela cesariana sempre deverá ser considerada. As dificuldades no parto com o feto em
apresentação pélvica são crescentes e muitas vezes imprevisíveis. A versão externa, realizada
entre 34 a 36 semanas tem uma taxa de sucesso em torno de 65%.

75
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
8. Mulher de 34 anos pariu há 55 minutos e o médico que fez delivramento placentário ativo
constatou que a placenta estava fortemente aderida ao útero. Quando a massa placentária saiu
provocou a exteriorização do endométrio e a paciente passou a ter dores intensas, sangramento
pelo útero e hipotensão arterial (PA 75x40mmHg).
a) Qual o diagnóstico?
b) Qual o tratamento?

76
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
8. Mulher de 34 anos pariu há 55 minutos e o médico que fez delivramento placentário ativo
constatou que a placenta estava fortemente aderida ao útero. Quando a massa placentária saiu
provocou a exteriorização do endométrio e a paciente passou a ter dores intensas, sangramento
pelo útero e hipotensão arterial (PA 75x40mmHg).
a) Qual o diagnóstico? Inversão uterina aguda.
b) Qual o tratamento?

77
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
8. Mulher de 34 anos pariu há 55 minutos e o médico que fez delivramento placentário ativo
constatou que a placenta estava fortemente aderida ao útero. Quando a massa placentária saiu
provocou a exteriorização do endométrio e a paciente passou a ter dores intensas, sangramento
pelo útero e hipotensão arterial (PA 75x40mmHg).
a) Qual o diagnóstico? Inversão uterina aguda.
b) Qual o tratamento? Manobra de taxe. A hipotensão arterial é mais por choque neurogênico
(dor).

78
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Inversão uterina aguda
A inversão uterina aguda é uma emergência médica rara na qual o corpo uterino vira pelo
avesso, protraindo-se através do colo do útero até o interior da vagina ou além da abertura
vaginal. O útero é mais comumente invertido quando muita tração é aplicada ao cordão umbilical,
na tentativa de retirar a placenta.

79
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
9. Mulher 29 anos, G4P4A0, parto normal, a termo, há 55 minutos. Evoluindo com sangramento
transvaginal moderado a intenso. Exame físico: PA 90x60mmHg, pulso 110, STV moderado a
intenso, FU ao nível da cicatriz umbilical. Trata-se de um quadro de hemorragia pós-parto.
a) Qual a etiologia mais comum das hemorragias pós-parto?
b) Qual a conduta emergencial recomendada?

80
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
9. Mulher 29 anos, G4P4A0, parto normal, a termo, há 55 minutos. Evoluindo com sangramento
transvaginal moderado a intenso. Exame físico: PA 90x60mmHg, pulso 110, STV moderado a
intenso, FU ao nível da cicatriz umbilical. Trata-se de um quadro de hemorragia pós-parto.
a) Qual a etiologia mais comum das hemorragias pós-parto? Atonia uterina (70% a 90%).
b) Qual a conduta emergencial recomendada?

81
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
9. Mulher 29 anos, G4P4A0, parto normal, a termo, há 55 minutos. Evoluindo com sangramento
transvaginal moderado a intenso. Exame físico: PA 90x60mmHg, pulso 110, STV moderado a
intenso, FU ao nível da cicatriz umbilical. Trata-se de um quadro de hemorragia pós-parto.
a) Qual a etiologia mais comum das hemorragias pós-parto? Atonia uterina (70% a 90%).
b) Qual a conduta emergencial recomendada inicialmente? Cateterismo vesical de demora,
compressão bimanual do útero, acesso venoso, 1g de ácido tranexâmico EV em 20 minutos
(se necessário, pode ser repetido após 30 minutos), ocitocina IV (ataque e manutenção).

82
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Hemorragia pós-parto

• É a perda de > 1.000ml de sangue no período de 24h pós-parto ou de uma quantidade menor,
desde que seja acompanhada de sinais de hipovolemia.
• É a principal causa de óbito materno no mundo.
• Incide em 3% a 5% dos partos vaginais, sendo responsável por 25% das mortes maternas em todo
o mundo.

Classificação
• Primária (ou precoce): ocorre nas primeiras 24h após o parto.
- Causas: atonia uterina, restos placentários, acretismo, inversão uterina, lacerações e hematomas
no canal do parto, rotura uterina e distúrbios de coagulação.
• Secundária (ou tardia): ocorre após 24h até seis semanas após o parto.
- Causas: infecção puerperal, doença trofoblástica gestacional, retenção de tecidos placentários,
distúrbios da coagulação.

83
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
Causas de hemorragia pós-parto

A regra mnemônica dos “4Ts” descreve as quatro principais causas de hemorragia pós-parto
(HPP) e a frequência dessas causas guiam a sequência de medidas terapêuticas a serem
adotadas.

• TÔNUS – Atonia uterina. Corresponde a 70 a 90% das causas de hemorragia pós-parto.

• TRAUMA – Lacerações cervicais, vaginais e perineais, hematomas, inversão e roturas uterinas.


Causam 19% das hemorragias pós-parto.

• TECIDO – Tecidos retidos e acretismo placentário. Responsáveis por 10% destas hemorragias.

• TROMBINA – Coagulopatias. Envolvidas em 1% destas ocorrências.

84
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

85
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

86
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
- Balão de Alves. https://www.youtube.com/watch?v=3tBvjcRZBHk
- Cateter-balão de Bakri

87
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

10. Mulher 27 anos, G1P0A0, 160cm altura, 78kg, realizou USTV há 3 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 7 semana de evolução. Refere que há 6 horas vem com
sangramento transvaginal discreto acompanhado por leves cólicas no baixo ventre. Ao exame
físico, PA 11x7, FC 94, STV leve, especular: colo uterino sem lesões, fechado, puntiforme, com
saída de pequena quantidade se sangue vermelho claro pelo OE, toque vaginal combinado:
discreta dor no baixo ventre e útero de volume aparentemente normal. Colo uterino fechado.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal?
b) Qual a conduta recomendada?

88
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

10. Mulher 27 anos, G1P0A0, 160cm altura, 78kg, realizou USTV há 3 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 7 semana de evolução. Refere que há 6 horas vem com
sangramento transvaginal discreto acompanhado por leves cólicas no baixo ventre. Ao exame
físico, PA 11x7, FC 94, STV leve, especular: colo uterino sem lesões, fechado, puntiforme, com
saída de pequena quantidade se sangue vermelho claro pelo OE, toque vaginal combinado:
discreta dor no baixo ventre e útero de volume aparentemente normal. Colo uterino fechado.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal?
b) Qual a conduta recomendada?

89
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

10. Mulher 27 anos, G1P0A0, 160cm altura, 78kg, realizou USTV há 3 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 7 semana de evolução. Refere que há 6 horas vem com
sangramento transvaginal discreto acompanhado por leves cólicas no baixo ventre. Ao exame
físico, PA 11x7, FC 94, STV leve, especular: colo uterino sem lesões, fechado, puntiforme, com
saída de pequena quantidade se sangue vermelho claro pelo OE, toque vaginal combinado:
discreta dor no baixo ventre e útero de volume aparentemente normal. Colo uterino fechado.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal? Ameaça de abortamento.
b) Qual a conduta recomendada?

90
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

10. Mulher 27 anos, G1P0A0, 160cm altura, 78kg, realizou USTV há 3 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 7 semana de evolução. Refere que há 6 horas vem com
sangramento transvaginal discreto acompanhado por leves cólicas no baixo ventre. Ao exame
físico, PA 11x7, FC 94, STV leve, especular: colo uterino sem lesões, fechado, puntiforme, com
saída de pequena quantidade se sangue vermelho claro pelo OE, toque vaginal combinado:
discreta dor no baixo ventre e útero de volume aparentemente normal. Colo uterino fechado.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal? Ameaça de abortamento.
b) Qual a conduta recomendada? Repouso, antiespasmódicos, abstinência sexual,
hormonioterapia (polêmica), acompanhamento ambulatorial.

91
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Ameaça de abortamento

Características

• Feto vivo.
• Colo uterino fechado.
• Sangramento discreto.
• Cólicas leves (contrações uterinas).
• O tamanho do útero é compatível com a idade gestacional.
• Feto com menos de 500g (aproximadamente 20 a 22 semanas).
• 40% a 50% dos casos de ameaça de abortamento podem evoluir para perda gestacional.
• Cerca de 75% dos ovos fertilizados são abortados, sendo grande parte sem diagnóstico de
abortamento.
• Destino das gestações clinicamente diagnosticadas: 15 a 20% terminam em abortamento.
• USTV tem utilidade para avaliar a vitalidade fetal (se não houver sangramento ou dores
intensas, é ambulatorial).

92
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

11. Mulher 26 anos, G2P1(N)A0, 170cm altura, 74kg, realizou USTV há 5 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 10 semana de evolução. Refere que há 8 horas vem com
sangramento transvaginal moderado acompanhado por moderadas a intensas cólicas no baixo
ventre. Ao exame físico, PA 11x8, FC 92, STV leve, especular: colo uterino sem lesões,
aparentemente pérvio 1cm, puntiforme, com saída de moderada quantidade se sangue vermelho
claro pelo OE, toque vaginal combinado: discreta dor no baixo ventre e útero de volume
aparentemente normal. Colo uterino pérvio a 1 polpa digital. Material ovular no canal vaginal.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal?
b) Qual a conduta recomendada?

93
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

11. Mulher 26 anos, G2P1(N)A0, 170cm altura, 74kg, realizou USTV há 5 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 10 semana de evolução. Refere que há 8 horas vem com
sangramento transvaginal moderado acompanhado por moderadas a intensas cólicas no baixo
ventre. Ao exame físico, PA 11x8, FC 92, STV leve, especular: colo uterino sem lesões,
aparentemente pérvio 1cm, puntiforme, com saída de moderada quantidade se sangue vermelho
claro pelo OE, toque vaginal combinado: discreta dor no baixo ventre e útero de volume
aparentemente normal. Colo uterino pérvio a 1 polpa digital. Material ovular no canal
vaginal.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal?
b) Qual a conduta recomendada?

94
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

11. Mulher 26 anos, G2P1(N)A0, 170cm altura, 74kg, realizou USTV há 5 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 10 semana de evolução. Refere que há 8 horas vem com
sangramento transvaginal moderado acompanhado por moderadas a intensas cólicas no baixo
ventre. Ao exame físico, PA 11x8, FC 92, STV leve, especular: colo uterino sem lesões,
aparentemente pérvio 1cm, puntiforme, com saída de moderada quantidade se sangue vermelho
claro pelo OE, toque vaginal combinado: discreta dor no baixo ventre e útero de volume
aparentemente normal. Colo uterino pérvio a 1 polpa digital. Material ovular no canal vaginal.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal? Abortamento incompleto.
b) Qual a conduta recomendada?

95
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

11. Mulher 26 anos, G2P1(N)A0, 170cm altura, 74kg, realizou USTV há 5 dias que evidenciou
gestação tópica no curso da 10 semana de evolução. Refere que há 8 horas vem com
sangramento transvaginal moderado acompanhado por moderadas a intensas cólicas no baixo
ventre. Ao exame físico, PA 11x8, FC 92, STV leve, especular: colo uterino sem lesões,
aparentemente pérvio 1cm, puntiforme, com saída de moderada quantidade se sangue vermelho
claro pelo OE, toque vaginal combinado: discreta dor no bx ventre e útero de volume
aparentemente normal. Colo uterino pérvio a 1 polpa digital. Material ovular no canal vaginal.
a) Qual a hipótese diagnóstica principal? Abortamento incompleto.
b) Qual a conduta recomendada? Curetagem uterina.

96
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

Abortamento incompleto

Características

• Comum após 8 semanas.


• Há eliminação parcial do ovo.
• As cólicas e o sangramento transvaginal persistem.
• Colo uterino aberto, podendo haver protusão de restos ovulares.
• Feto com menos de 500g (aproximadamente 20 a 22 semanas).
• Útero menor que o esperado para a IG.
• USTV pode ser útil se houver dúvida diagnóstica (Exemplo: colo de avaliação difícil).

97
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
12. Mulher de 19 anos com dor pélvica intensa, discreto sangramento transvaginal vermelho
claro, palidez e hipotensão arterial. Refere ciclos menstruais irregulares e que faz uso da
tabelinha como método contraceptivo. Refere UR há 8 semanas. O colo uterino encontra-se
fechado e confirmado discreto sangramento através do OE do colo. Após punção de acesso
venoso:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica?
b) Que exames complementares você solicitaria?

98
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
12. Mulher de 19 anos com dor pélvica intensa, discreto sangramento transvaginal vermelho
claro, palidez e hipotensão arterial. Refere ciclos menstruais irregulares e que faz uso da
tabelinha como método contraceptivo. Refere UR há 8 semanas. O colo uterino encontra-se
fechado e confirmado discreto sangramento através do OE do colo. Após punção de acesso
venoso:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica?
b) Que exames complementares você solicitaria?

99
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
12. Mulher de 19 anos com dor pélvica intensa, discreto sangramento transvaginal vermelho
claro, palidez e hipotensão arterial. Refere ciclos menstruais irregulares e que faz uso da
tabelinha como método contraceptivo. Refere UR há 8 semanas. O colo uterino encontra-se
fechado e confirmado discreto sangramento através do OE do colo. Após punção de acesso
venoso:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica? Prenhez ectópica.
b) Que exames complementares você solicitaria?

100
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
12. Mulher de Mulher de 19 anos com dor pélvica intensa, discreto sangramento transvaginal
vermelho claro, palidez e hipotensão arterial. Refere ciclos menstruais irregulares e que faz uso
da tabelinha como método contraceptivo. Refere UR há 8 semanas. O colo uterino encontra-se
fechado e confirmado discreto sangramento através do OE do colo. Após punção de acesso
venoso:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica? Prenhez ectópica
b) Que exames complementares você solicitaria? Hemograma completo, beta-HCG, ultrassom
transvaginal.

101
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
.

102
EMERGÊNCIAS
GINECOLÓGICAS

103
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Prenhez ectópica (PE ou GE)

Incidência: 1% a 2%.

É quando ocorre implantação da gestação (blastocisto) em local inadequado, ou seja, diferente


da cavidade uterina.

O feto pode crescer por algumas semanas. Pode ocorrer a ruptura do local (tuba uterina, por
exemplo), levando a uma hemorragia interna que pode ser fatal.

Fatores de risco para prenhez ectópica


Patologia tubária, cirurgia tubária prévia, gestação ectópica prévia, LT, endometriose, DIP,
tabagismo, falha em DIU ou a utilização de reprodução assistida.

104
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Como é feito o diagnóstico?

105
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
Como é feito o diagnóstico?

Suspeita ou confirmação de gestação, associada a dor abdominal, sangramento transvaginal,


mal-estar, náuseas e fraqueza, que podem ser confundidos com os sintomas de
outros diagnósticos, como a rotura de cisto ovariano e a torção anexial.

O diagnóstico é feito pela história clínica, exame físico auxiliado por exames laboratoriais
(beta hCG, hemograma) e ultrassonografia transvaginal.

Como é feito o tratamento?

• Metotrexato: realizado em casos selecionados. Dose: 50mg/m2, IM, dose única.


• Expectante: para casos selecionados, com ausência de SG e beta-hCG baixo.
• Cirúrgico: é frequente e costuma ser realizado preferencialmente por laparoscopia.
Salpingectomia ou salpingostomia.
• Recorrência: 10% a 25%.

106
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS

Tratamento clínico (conduta expectante)

- Declínio dos títulos de beta-hCG no intervalo de 24 a 48h.


- Massa tubária < 5cm e desejo de gravidez futura.
- Sem evidência de vitalidade embrionária.
- Estabilidade hemodinâmica.
- Beta-hCG < 2000 mUI/ml.

107
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
.

Tratamento medicamentoso

- Declínio dos títulos de beta-hCG no intervalo de 24 a 48h.


- Sem evidência de vitalidade embrionária.
- Termo de consentimento assinado.
- Beta-hCG inicial < 5000 mUI/ml.
- Estabilidade hemodinâmica.
- Ausência de dor abdominal.
- Desejo de gravidez futura.
- Massa tubária < 3,5cm.

108
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS
A gravidez ectópica pode evoluir com feto vivo?

A gestação ectópica abdominal pode gerar feto vivo. É um evento raríssimo sendo um número em
torno de 10 para 100.000 nascidos vivos e que raramente leva a sobrevivência neonatal.
Deformidades em membros e na cabeça fetal também são verificadas.

A mulher cursa com sintomas importantes decorrentes da gravidez extrauterina como dores
abdominais, sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e constipação) e pode levar a
hemorragia materna grave devido a inserção da placenta em órgãos nobres como o fígado.

Devemos enfatizar a importância de procurar o médico tão logo se tenha a suspeita ou a


confirmação da gravidez, pois o exame físico e a ultrassonografia viabilizam o diagnóstico
precoce da gravidez ectópica e a imediata intervenção, melhorando as chances de preservação
tubária.

109
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS
Bibliografia consultada

1. BRASIL, Ministério da Saúde. Manual de Gestação de Alto Risco. Brasília: MS, 2022.
2. CAMPANER Adriana Bittencourt et al. Protocolos de Emergências em Ginecologia e Obstetrícia. Barueri [SP]: Manole, 2019.
3. CORDEIRO, Denise Ellen Francelino; PAIVA, Jordana Parente; FEITOSA, Francisco Edson de Lucena. Protocolos Assistenciais
em Obstetrícia - Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2020.
4. CREASY & RESNIK’S. Maternal-Fetal Medicine: Principles and Practice. Ninth edition. Philadelphia: Elsevier, 2023.
5. FERNANDES, César Eduardo et al. Tratado de Ginecologia Febrasgo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
6. FERNANDES, César Eduardo et al. Tratado de Obstetrícia Febrasgo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
7. LIAO, Adolfo et al. Ginecologia e Obstetrícia Febrasgo para o médico residente. 2a ed. Barueri [SP]: Manole, 2021.
8. MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa et al. Emergências em obstetrícia e ginecologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
9.REZENDE FILHO J, BRAGA A, AMIM JUNIOR J, PEREIRA MK, AMORIM M, NOMURA R. Rezende - Obstetrícia. 14ª edição.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
10. RIBEIRO, Camila; ROMOE, Gabriela; CEDRO, Marina. Yellowbook – Fluxos e Condutas – Ginecologia e Obstetrícia. Salvador:
Editora Sonar, 2019.
11. SILVA FILHO, Agnaldo Lopes da; D'ABREU, Bárbara Flecha. Protocolos e Condutas em Ginecologia e Obstetrícia. Rio de
Janeiro: MedBook, 2021.
12. URBANETZ, Almir Antônio. Urgências e Emergências em Ginecologia e Obstetrícia. Barueri [SP]: Manole, 2019.
13. ZUGAIB, Marcelo. Zugaib Obstetrícia. 4a ed. Barueri [SP]: Manole, 2020.

110
EMERGÊNCIAS GINECOLÓGICAS E OBSTÉTRICAS
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR
PROFESSOR ROGEVANDO NUNES
2023.1

111

Você também pode gostar