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A Doutrina da Salvação

A Reforma Protestante
 Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero
fixou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo
de Wittenberg, protestando contra vários
pontos da doutrina da Igreja Católica Romana.
 Outros teólogos, como Ulrico Zuínglio e João
Calvino, além dos anabatistas, foram os
defensores dos princípios da Reforma.
 A Igreja Católica Romana convocou o Concílio
de Trento (1545-1563), que resultou no início
da Contrarreforma ou Reforma Católica.
 A doutrina da salvação foi um dos pontos
centrais das divergências.
A soteriologia católica
 Para a Igreja Romana, “mérito” era a palavra
chave. A salvação seria conquistada pela fé e
por boas obras.
 A salvação se iniciava no batismo (lavagem de
pecados) e dependia dos demais sacramentos:
eucaristia, confissão, penitência, além das
indulgências, peregrinações, esmolas e práti-
cas devocionais, como oração e jejum.
 O mérito podia ser obtido por outros. A igreja
era a depositária do “tesouro dos méritos”.
 Para eles, a Igreja é a instituição salvadora; só
por ela a salvação é apresentada aos homens.
A soteriologia católica
 O ensino católico afirma que “A Igreja é a Mãe
de todos os crentes. Ninguém pode ter a Deus
por Pai, se não tem a Igreja por Mãe”.
 Eles ensinavam ainda que “A Virgem Maria
cooperou livremente, pela sua fé e obediência,
na salvação dos homens”.
 A salvação era considerada, assim, a recom-
pensa que se recebia por ter alcançado mérito
diante de Deus, cooperando com a Sua graça.
 Os reformadores se opuseram a todo o sistema
penitencial e idólatra católico.
A soteriologia da Reforma
 A doutrina da salvação defendida pelos refor-
madores magisteriais (Lutero, Zuínglio e Calvi-
no) é resumida nos 5 “solas”:
 SOLA SCRIPTURA: A Bíblia é a única fonte de
revelação divina escrita, que ensina tudo o que
é necessário para nossa salvação, e é o padrão
pelo qual todo comportamento cristão deve
ser avaliado.
 A tradição da igreja, o magistério eclesiástico,
ou a razão natural não pode ser a base da
doutrina cristã.
A soteriologia da Reforma
 SOLO CHRISTUS: A salvação é realizada unica-
“Porque
“Emente há um
a condenação
pela sóé Deus,
obra esta: e uma de
Que
mediadora só
luzMediador
veio ao
Cristo entre
(Atmundo,
4.12).
eDeus e os homens,
os homens amaramCristo
mais Jesus, homem”
as trevas do que(1aTmluz,
 O porque
homemasé incapaz,
suas obrasporeram
2.5) si só,más.”
de alcançar
(Jo 3.19)a
“Esalvação.
em nenhum outro há salvação; porque debaixo
 do céu nenhum
O evangelho outro nome
é inclusivo há, dadoInclui
e exclusivo. entre os
homens,
todos que emrecebem
que devamos
a Jesusser salvos”
Cristo como(Atúnico
4.12)
mediador entre Deus e os homens, e exclui
todos que resistem à graça de Deus (1 Tm 2.5;
Jo 3.19; 12.37; Mt 22.3; 23.37).
 O Cristo que salva é aquele que é revelado nas
Escrituras: histórico, divino, humano, eterno,
profeta, sacerdote, rei.
A soteriologia da Reforma
 SOLA GRATIA: A salvação é unicamente pela
graça; a obra sobrenatural do Espírito Santo é
que leva o homem a Cristo; a salvação não é,
em qualquer sentido, uma obra humana (Ef
2.8-9; Rm 11.6).
 A graça é o favor divino que o homem não
“Porque
merece,pela
masgraça
que, sois salvos,
em sua por meio
soberania e da fé; e
isto não vem
bondade, de quer
Deus vós; édar-lhe.
dom de Deus. Não vem
das obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8,9)
 O homem estende a mão vazia para receber.
Não tem nada a oferecer em troca de sua
salvação.
A soteriologia da Reforma
 SOLA FIDE: a justificação é somente pela graça,
somente por intermédio da fé, somente por
causa de Cristo; a retidão de Cristo é imputada
ao homem como o único meio possível de
satisfazer a perfeita justiça de Deus (Rm 5.1;
3.24).
 A grande descoberta de Martinho Lutero nas
Escrituras
“SENDO poisfoijustificados
que “o justo viverá
pela pela fé”
fé, temos paz(Rm
com
1.17).por nosso SENHOR Jesus Cristo.” (Rm 5.1)
Deus,
 SOLI DEO GLORIA: Devemos viver a vida inteira
perante a face de Deus, sob a Sua autoridade, e
para Sua glória somente.
A soteriologia da Reforma
 Para os reformadores, tudo vem da Graça e a
salvação é efetivamente realizada por Deus; ela
reside, não na Igreja enquanto instituição
humana, mas inteira e unicamente em Cristo.
 Lutero, Calvino e Zuínglio eram monergistas,
criam que Deus determina tudo o que aconte-
ce, bem e mal. Melânchthon foi sinergista.
 Os reformadores radicais, como os anabatistas
(Baltasar Hubmaier) criam na salvação ofereci-
da a todos, e na graça preveniente (a graça
resistível de Deus que chama, convence e
capacita o pecador a vir a Cristo).
A soteriologia da Reforma
 Lutero, Calvino e Zuínglio continuaram a práti-
ca do batismo de crianças. Os anabatistas
insistiam na necessidade da fé pessoal antes
do batismo.
 Os reformadores criam na salvação unicamente
pela graça, mediante a fé em Cristo, mas
enfatizavam também que a fé genuína e
sincera sempre se reverte em vida de retidão.
A soteriologia de Armínio
 “Desta maneira, atribuo à graça o início, a
continuidade e a consumação de todo o bem, de
tal forma que, sem a sua influência, um homem,
mesmo já estando regenerado, não pode
conceber, nem fazer bem algum, nem resistir a
qualquer tentação do mal, sem esta graça
emocionante e preventiva, que coopera com o
homem.” Armínio (As Obras de Armínio, vol. 1, p. 232).
 “O autor da graça decidiu não obrigar os homens,
pela sua graça, a consentir, mas influenciá-los, por
uma mansa e gentil persuasão, influência que não
apenas não remove o livre consentimento do
livre-arbítrio, mas até mesmo o estabelece”. (vol. 3, p.
454).
Conclusão
 A Reforma Protestante restaurou a centralidade
da Salvação em Cristo, mostrando que o homem
tem completa dependência da graça divina
alcançada pela fé.
 Os reformadores pregaram o retorno às
Escrituras e à simplicidade do evangelho.
 Nós somos herdeiros da Reforma Protestante,
defendendo seus postulados e combatendo os
mesmos desvios da fé apostólica.
Soli Deo Gloria!

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