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Introdução à Economia

Correntes de Pensamento
Econômico
Antiguidade

• Grécia: ideias econômicas sem destaque, apenas citações


em obras de filosofia, política, ética (áreas relevantes
naquele momento). Apesar disso, o termo economia surgiu
nessa época (oikos = casa; nomos = administração, lei).

• Roma: nenhum pensamento econômico de destaque.


Todavia, na prática, já havia grandes progressos
econômicos com várias províncias interligadas por estradas
e transacionando produtos de diversas áreas, dado a
extensão do domínio do Império Romano.
Idade Média

• Idade Média: o pensamento econômico ainda estava


subordinado à questões éticas ou filosóficas (orientado pela
moral cristã).

• Todavia, houve uma intensificação da atividade econômica.


Surgiram as rotas de comércio que cruzavam a Europa, as
feiras onde aconteciam as trocas e acabaram dando
origem a muitas cidades. As próprias cidades foram se
fortalecendo e impulsionando o comércio. Destacam-se as
cidades-estados italianas e o comércio no mediterrâneo.
Mercantilismo (1450 até 1750)

• Período que trouxe grandes mudanças na atividade


econômica.

• Mercantilismo: Também chamado de Capitalismo


comercial. Época da expansão marítima europeia e a
consequente descoberta de novas terras que aumentou o
mercado consumidor e possibilitou que novos produtos
fossem trazidos para a Europa. Assim, intensificou-se
sobremaneira o fluxo comercial ao redor do mundo.
Mercantilismo (1450 até 1750)
• Objetivo do Mercantilismo: acumular riquezas (metais
preciosos)

• Acumular metais preciosos (ouro e prata) via aumento das


exportações. (Metais descobertos no “novo mundo”. Os
países queriam vender cada vez mais para acumular ouro e
prata).

• Com o mercantilismo a economia assumiu pela primeira vez


um caráter nacional (formação dos Estados).

• Todavia, apesar de ser um período de grandes mudanças


nas práticas econômicas, houve poucos avanços teóricos.
Fisiocracia (1756 até 1777)
• Fisio → natureza; Cracia → poder. Ou seja, valorizavam o
poder da natureza.

• Riqueza → Terra
– A riqueza de um país era criada na produção agrícola
– Portanto, quanto maior a produção, maior a riqueza
(Obs.: lembre-se que para os mercantilistas → a riqueza vinha do
acúmulo de metais preciosos)

• Surgiu na França e é considerado o primeiro grupo de


pensamento econômico. Ou seja, já se observava um grupo
de pensadores voltados à defesa de princípios comuns.
Fisiocracia (1756 até 1777)
• Acreditavam na Doutrina da Ordem Natural:

– Universo era regido pelas leis de Deus, que eram as Leis


Naturais (influência da filosofia e religião).

– Essas leis garantiriam a máxima felicidade.

– Economia deveria seguir livremente no ritmo dessas leis


sem a intervenção do Governo. A intervenção prejudicaria
as leis naturais que traziam a máxima felicidade.
(Liberalismo).
Escola Clássica (Fim do Séc. XVIII)
• Adam Smith:
– Considerado o “pai” da Economia.
– Morou na França (1764 – 1766), onde teve contato com os
Fisiocratas, aumentando seu interesse por economia.
– Principal obra: A Riqueza das Nações (1976) → procurava
explicar os determinante do desenvolvimento econômico.
– Acreditava na Ordem Natural e no egoísmo dos homens (para
alcançar o melhor resultado econômico).

• Ordem Natural: sem interferência do governo (Liberalismo).

• Egoísmo: todo mundo busca o melhor para si mesmo. E nesse


sentido estarão buscando o melhor para a sociedade (do ponto
de vista econômico). (Conceito chamado de mão invisível, que
será descrito mais pra frente).
Adam Smith
• Fonte de Riqueza → trabalho humano (na produção):
Logo, quanto mais trabalho for necessário para se fazer uma
mercadoria, maior seria seu valor.

• Comparação das teorias (até esse momento):

– Mercantilistas: fonte de riqueza → acúmulo de metais.

– Fisiocratas: fonte de riqueza → processo de produção (Terra)

– Smith: fonte de riqueza → processo de produção (Trabalho)

• Divisão do trabalho: tema bastante estudado por Smith


(Revolução Industrial)
Neoclássicos
• Devido à influência principalmente de Smith, os estudiosos
que vieram posteriormente (final do século XIX e início do
século XX) foram chamados de neoclássicos.

• Há uma grande disseminação de autores. Mas, pode-se


destacar a obra Princípios de Economia (1890), de Alfred
Marshall.

• Neste período, privilegiam-se os aspectos microeconômicos


da teoria (estudo da oferta e demanda, satisfação no
consumo, maximização de lucro, etc.), pois, a crença no livre
mercado fez com que não se preocupasse tanto com a
política e o planejamento macroeconômicos.
Neoclássicos
• Hipóteses defendidas:

1) Liberalismo Econômico → as forças de mercado


deveriam atuar livremente na economia. O mercado se
auto-regulava, sem a presença do governo.

• Tendência vinda da política: queda dos regimes absolutistas


e ascensão da burguesia.

• Os comerciantes burgueses não queriam que suas


atividades comerciais fossem reguladas e taxadas pelo
Estado.
Neoclássicos
• Economia: Mão invisível (Adam Smith) → ao buscar
nossos interesses individuais cada um beneficia a
sociedade como um todo, como se fôssemos guiados por
uma mão invisível que conduz ao melhor resultado.

• O livre mercado levaria naturalmente à máxima eficiência


econômica e a intervenção governamental só atrapalharia.

• Aos governos restariam zelar pelas funções consideradas


essenciais para a sociedade, tais como: segurança
nacional, justiça; etc.
Neoclássicos
• Sobre o liberalismo econômico (fonte: Adam Smith, “A
Riqueza das Nações”)

“Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do


padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração
que eles têm pelo seu próprio interesse”

“... se os homens forem deixados livres para buscar seus


próprios interesses, eles naturalmente agirão favorecendo o
melhor para a sociedade, pois mesmo o mais ganancioso
dos motivos leva frequentemente aos mais favoráveis
resultados para todos”.
Neoclássicos

• “...embora os indivíduos pudessem agir de forma egoísta e


estritamente em proveito próprio, existia uma “mão invisível”,
decorrente da providência divina, que levava esses conflitos
à harmonia. Assim podemos dizer que a “mão invisível” era o
próprio funcionamento sistemático das leis naturais do
mercado”.
Neoclássicos
2) Pleno Emprego → as forças de mercado tendem a
equilibrar a economia no nível de pleno emprego.

• Pleno Emprego: utilização de toda a capacidade de


produção da economia. Não há recursos ociosos (inclusive
a mão de obra).

• Ou seja, os clássicos não acreditavam na existência de


desemprego. Se alguém estivesse sem trabalhar, seria por
vontade própria (não aceitou o salário vigente) ou um
desemprego decorrente de desequilíbrios temporários no
curto prazo, mas a tendência era retornar ao nível de pleno
emprego.
Neoclássicos
3) Lei de Say: “A oferta cria sua própria demanda”
(Jean Baptiste Say, economista francês dos séculos XVIII e XIX)

• Ou seja: tudo que fosse produzido seria demandado.

• Para os economistas clássicos, o valor (renda) gerado na


produção de bens determina as condições necessárias para
criar a própria demanda do que foi ofertado.

• Sob essa ótica, nunca haveria crises de superprodução.


John M. Keynes
• John M. Keynes: economista Inglês (1883 – 1946).

• Pioneiro nos estudos da macroeconomia.


(É considerado o fundador da teoria macroeconômica
porque foi o primeiro a estudá-la de forma consistente e
organizada)

• Tinha como premissa a observação dos fatos. Ele estava


preocupado com a conjuntura econômica. (Ex.: Pleno
Emprego não condizia com a realidade).

• Principal Obra: “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da


Moeda” (1937).
John M. Keynes
• Contexto histórico estudado por Keynes: Crise de 1929 e a
Grande Depressão que afetou todo o mundo, mas, principalmente
os países mais industrializados.

• Se iniciou com a quebra da Bolsa de Nova York, levando à falência


diversos bancos e indústrias.

• Maior crise de toda história do sistema capitalista.

• Desemprego chegou a atingir 25% da força de trabalho nos EUA, o


país mais afetado pela crise (no auge da crise, em 1933).

• A renda caiu cerca de 50 % nos EUA (No Brasil a queda foi de


30%).
John M. Keynes
• Período anterior à Grande Depressão:

• Grande prosperidade econômica dos EUA no pós 1ª Guerra:


desenvolvimento tecnológico, aumento da produção em novas
áreas como a automobilística, geração de emprego e elevação do
nível de consumo das camadas médias urbanas.

• Com início da recuperação do setor produtivo dos países europeus,


a produção norte americana entrou em declínio.

• Houve um grande acúmulo de estoques, uma crise de


superprodução, acumulada enquanto o mercado consumidor norte-
americano estava em expansão. Em seguida, a crise espalhou-se
rapidamente pelo mundo, devido a interdependência do sistema
capitalista.
John M. Keynes
• Esse contexto da Grande Depressão estava em
conformidade com os conceitos defendidos pelos (neo)
clássicos?
A Teoria Clássica parecia incapaz de explicar a Grande
Depressão já que eles defendiam a inexistência de desemprego
(ou que este era apenas temporário). O livre mercado não parecia
capaz de recolocar a economia no caminho do crescimento e do
pleno emprego.

• Por esse motivo, Keynes irá defender a adoção de políticas


governamentais para corrigir os desequilíbrios causados
pelas crises.
John M. Keynes
1) Livre Mercado

• Clássicos: os agentes econômicos deveriam agir


livremente sem qualquer intervenção do governo (que só
causaria ineficiências).

• Keynes: o mercado por si só era incapaz de corrigir as


falhas existentes na economia. O governo deveria intervir
através de políticas econômicas para conduzir ao melhor
resultado ou para atenuar os efeitos das crises.
John M. Keynes
2) Desemprego

• Clássicos: não há desemprego involuntário. Se alguém


estiver sem trabalhar é porque voluntariamente não aceitou
o salário vigente. Ou então seria desemprego decorrente
de desequilíbrios temporários de curto prazo.

• Keynes: haveria desemprego involuntário. Em muitos


momentos, a demanda seria insuficiente para o total de
oferta, isso levaria à existência de capacidade ociosa e de
recursos inutilizados (inclusive a própria mão-de-obra).
John M. Keynes
3) Lei de Say

• Clássicos: → diziam que a “oferta é que era importante”.


(toda produção seria demandada).

• Keynes: a “demanda é que era importante”. Sua


insuficiência é que gerava queda ou flutuações no PIB de
um país.
• Poderia haver crises de superprodução: se não houvesse
demanda suficiente, a oferta seria excessiva, levando a um
excedente do produto.
John M. Keynes
• As políticas keynesianas de elevação dos gastos do governo e de
uma participação mais ativa no desenvolvimento econômico
predominaram até os anos 1970.
• Mas, a consequência foi um grande déficit em muitas economias do
mundo e a aceleração da inflação. Com a incapacidade de pagar
suas dívidas, muitos países necessitavam contrair volumes cada
vez maiores de empréstimos internacionais.

• Nesse momento as ideias liberais retornam com força nos EUA e na


Inglaterra como resposta ao endividamento dos países. Há uma
defesa da redução da participação do Estado na economia para ser
mais eficiente, defendo políticas como contenção de gastos e
privatizações de estatais ineficientes.

• No campo político, o neoliberalismo ganhou ainda mais força com a


queda dos regimes comunistas no Leste Europeu.

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