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TA 631 – Operações Unitárias 1

REDUÇÃO DE TAMANHO POR


MEIOS MECÂNICOS

Referência: CAPITULO 14. GEANKOPLIS.


Transport Processes and Separation Process
Principles.
A redução de tamanho
em alimentos ao longo
da Historia
A redução de tamanho
em alimentos ao longo
da Historia
Na produção de alimentos, muitos
materiais sólidos se apresentam em
tamanhos muito grandes que exigem
redução para se tornar úteis.

Os equipamentos usados para


subdividir sólidos são chamados:
esmagadores,
moendas,
trituradores.
Utilização na indústria de alimentos:

• Os grãos de cereais (trigo, milho) são convertidos


em farinha usando moinhos (ternos de rolos).

• A soja é esmagada para produzir flocos que serão


depois torrados e extraídos com solvente para
produzir óleo e torta protéica.

• Os moinhos de martelo são usados para produzir


farinha de batata.

• A cana-de-açúcar é triturada primeiro com moinhos


de facas e depois esmagada em ternos de rolos
giratórios que espremem partículas de bagaço
triturado para extrair o caldo.
Os sólidos podem ser reduzidos no seu
tamanho por vários métodos.

 A compressão
(compactação,
esmagamento). Geralmente a redução
de tamanho em uma
 O impacto (choque). industria exige uma
combinação destas
 O atrito superficial operações em uma
(esfregar). certa seqüência .
 O corte por facas
(cisalhamento agudo).
Medição de tamanho de partícula

Para calcular a potência dos equipamentos é


necessário determinar o tamanho das partícula
para isso, se usam peneiras vibratórias.

Com os dados experimentais se elaboram


gráficos que permitem:
- observar a distribuição de tamanho,
- calcular o diâmetro médio de partícula (mm)
- fazer o gráfico de distribuição acumulativa.
Peneira vibratória industrial

Finos
Peneiras vibratórias
de planta piloto ou
pequena indústria
Peneira de Laboratório
Nas operações de redução de tamanho, o material sólido
particulado é caracterizado pela quantidade que escoa
através de uma certa peneira (“mesh”) , em vez do cálculo
do valor médio que considera a distribuição das frações
que ficam retidas nas peneiras.

D mínimo
%acumulação %

Dp Dp
Potência necessária para
a redução de tamanho
Os parâmetros no cálculo de redução de tamanho são:
(a) a quantidade de energia usada,
(b) o tamanho inicial da partícula e
(c) o tamanho da nova partícula formada.

Precisa-se de energia para:


(1) vencer a resistência interna do material
(2) o trabalho de fragmentação.

O processamento consome energia potencial. A energia


necessária para gerar uma fenda (corte ou fratura) no
sólido depende do tipo de material (tamanho, dureza,
umidade, plasticidade, etc.).
Potência para redução de tamanho

Existe um modelo geral para explicar o


fenômeno da redução de tamanho.
A partir dele vários pesquisadores
desenvolveram leis para predizer a potencia
necessária. Serão apresentadas as leis de
Rittinger, Kick, Bond.
A escolha da lei a usar depende de experiências
práticas. Se se faz a escolha certa, com os
cálculos consegue-se uma aproximação de até
2% na estimativa da potência necessária.
Modelo geral
A quebra de um material cria um novo tamanho (X).
Trituração de partículas de X1 para X2

Supõe-se que a energia 250

200
necessária (E) para produzir E
150

uma modificação dX em uma 100

50

partícula de tamanho X é 0
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10

uma função de X elevado a X1

uma certa potencia n.

dE C
=− n (1)
dX X
Onde X é o diâmetro característico da partícula,
n e C são constantes que dependem do tipo de material e
do tipo de equipamento de redução de tamanho.
E X2 dX
Integrando a Eq. (1):

0
dE = − C ∫
X1 Xn

Obtemos a expressão do modelo geral:

C  1 1 
E=  n −1 − n −1  (2)
n −1  X 2 X1 

Onde:
X1 é o diâmetro médio da matéria-prima
X2 é o diâmetro médio do produto.
Kick assume devido a observações experimentais que n = 1:

dX dX
dE = − C
X
∫ dE = − C ∫ X

X1 X1 (3)
E = C ln = K K log
X2 X2

onde KK é uma constante.

Esta lei mostra que o mesmo montante de energia deve


reduzir um material de 100 mm a 50 mm como para
reduzir o mesmo material de 50 mm a 25 mm.
Rittinger propôs uma lei na qual o trabalho é proporcional à
superfície criada e como a área é proporcional ao quadrado
do comprimento, um valor de n = 2.

dE C C  1 1 
=− n E=  n −1 − n −1 
dX X n −1  X 2 X1 
Então com n = 2 obtem-se a equação de Rittinger:

 1 1 
E = K R  − 
 X 2 X1  (4)
Onde E é o trabalho para reduzir uma massa que tem o
tamanho X1 para o tamanho X2. KR é uma constante.

Esta lei considera que montante da energia para reduzir um


material de 100 mm a 50 mm é diferente do obtido ao reduzir
de 50 a 25 mm. Seria equivalente a redução do material de 50
mm a 33.3 mm.
Trabalhos experimentais mais recentes de Bond
sugerem que o trabalho necessário para moer partículas
de tamanho grande é proporcional à raiz quadrada da
razão de volume superficial do produto.

Isto corresponde a n = 1.5 na Eq. (1):

dX
∫ dE = − C ∫ X 3/ 2
Obtém-se:
1 1
E = KB − (5)
X2 X1
Onde o KB é uma constante.
Posteriormente, Bond modificou a sua lei para incluir Ei
(índice de trabalho) que seria o trabalho necessário para
reduzir uma unidade de massa de matéria-prima com
diâmetro característico DF a um produto com diâmetro
característico Dp.

A equação prática, em unidades inglesas, é:

P  1 1 
=1.46 Ei  − 
T  D D  (6)
 p F 

P é expresso em hp;
T é a taxa de alimentação em toneladas/min;
DF é o tamanho das partículas alimentadas (ft);
Dp é o tamanho de produto (ft).
Os valores de Ei podem ser encontrados no Manual do
Engenheiro Químico (Perry e Green) e nos textos de Bond.
Principais tipos de redutores de tamanho:
A. Moinhos quebradores (partículas grossas e finas)
1. Triturador de maxila
2. Triturador giratório
3. Moinho de rolos
B. Trituradores (tamanho intermediário e fino)
1. Moinho de martelos
2. Moinho de rolos de compressão
3. Moinhos de discos de atrito
4. Moinho com tambor e bolas
C. Trituradores Ultrafinos
1. Moinho de bolas com classificação interna
2. Trituradores que usam fluidos auxiliares
3. Moinhos giratórios
D. Trituradores de corte
1. Moinho de facas
2. Escova de pinos
Equipamentos para Redução de Tamanho

Esmagadores de maxila
São usados para grandes
volumes de sólidos, atuam a
velocidade baixa.
O material é alimentado entre
duas maxilas pesadas.
A maxila balança-se para frente
e para trás. O material é
esmagado em um espaço que
se estreita.
Os esmagadores de maxila são usados principalmente para o
esmagamento primário de materiais duros e normalmente
este processo é seguido de outro tipo de trituração.
Esmagadores giratórios

Funciona como um pilão


dentro de um morteiro.

A cabeça móvel tem a forma


de um cone truncado e gira
excentricamente dentro de
uma cobertura cônica fixa em
posição inversa.

Um eixo faz girar a cabeça


móvel que esmaga o sólido
entre ela e o cone fixo exterior
(Figura 3 a).
Moinhos de rolo
Na Figura ao lado é mostrado um
moinho de rolo liso típico. Os
rolos giram em direções opostas e
a velocidades diferentes. Sua
superfície sofre muito desgaste.

A proporção de redução
varia de 4:1 a 2,5:1

Também existem os rolos


únicos giram contra uma
superfície fixa.
Os rolos dentados também
são bastante usados.
Moinho de martelo

Os moinhos de martelo são


usados para reduzir o
material de tamanho entre
intermediário a pequeno.
Muitas vezes os produtos
dos esmagadores de maxila
e dos trituradores giratórios
são processados em um
moinho de martelo.

O material é quebrado pelo impacto dos martelos e


pulverizado entre os martelos e a cobertura. O pó então
passa por uma grelha ou a tela de arame na descarga.
Moinhos Giratórios
Uma concha cilíndrica ou cônica e um
eixo giratório são usados junto com
meios de fratura tais como: bolas (aço,
sílex, porcelana), facas ou superfície
de atrito.

Esses moinhos podem funcionar


molhados ou secos.

Em alguns casos dois discos


chatos são usados, onde um ou
ambos os discos giram e moem
o material entre os discos.
Moinhos de bolas giratórias

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