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Centro Universitário do Cerrado – UNICERP

Escola de Engenharia
Curso de Engenharia Civil

ESCOAMENTO EM SISTEMAS DE
CONDUTOS FORÇADOS

Hidráulica Geral – 4º Período

Ibrahim A. Daura Neto


Condutos Equivalentes
 Definição: um conduto é equivalente a outro quando transporta a
mesma vazão sob a mesma perda de carga. Este conceito é
utilizado para simplificar os cálculos hidráulicos de tubulações
interligadas, cujas características dos condutos são diferentes,
quer pelo coeficiente de perda de carga, quer pelo seu diâmetro;

 Os condutos interligados podem estar em série ou em paralelo, e


podemos usar o conceito de condutos equivalentes,
transformando os mesmos em condutos simples, cuja maneira de
calcular já é conhecida.
Condutos em Série
 Quando uma tubulação é formada por trechos de características
distintas, colocados na mesma linha e ligados pelas extremidades,
de tal maneira a conduzir a mesma vazão, é considerada
constituída por condutos em série;

 Δhe = Δh1 + Δh2 + Δh3 + ... + Δhn

 Q 1 = Q2 = Q3 = Qn

 A figura a seguir ilustra o caso de uma tubulação formada pelos


trechos 1, 2 e 3 colocados em série e a substituição destes, para
efeito de cálculo, por outro equivalente.
Condutos em Série
Condutos em Paralelo
 Os condutos em paralelo são aqueles cujas extremidades de
montante estão reunidas num mesmo ponto, o mesmo
acontecendo com as extremidades de jusante em outro ponto.
Assim, a vazão é dividida entre as tubulações em paralelo e
depois reunida novamente a jusante;

 Δhe = Δh1 = Δh2 = Δh3 = Δhn

 Qe = Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn

 Nota-se na figura a seguir que os condutos em paralelo estão


sujeitos à mesma perda de carga, uma vez que as diferenças entre
as cotas piezométricas de montante (ponto A) e jusante (ponto B)
dos três condutos em paralelo são as mesmas.
Condutos em Paralelo
Condutos Interligando
Reservatórios
 Quando os condutos interligam dois reservatórios, é fácil
identificarmos o sentido do escoamento, pois o mesmo se dá do
reservatório mais elevado para o mais baixo;

 Contudo, quando os condutos interligam três ou mais


reservatórios, não é possível saber a priori o sentido de
escoamento em todos os trechos da tubulação. É evidente que o
reservatório mais elevado fornece água ao sistema, enquanto o
mais baixo recebe água deste, entretanto, os reservatórios
intermediários poderão tanto receber como fornecer água ao
sistema, dependendo das cotas piezométricas das interligações.
Condutos Interligando
Reservatórios
 Problema dos três reservatórios:
Condutos Interligando
Reservatórios
 Problema dos três reservatórios:

 Para se determinar a vazão nos condutos que interligam três


reservatórios, é necessário conhecer as cotas dos níveis de água
nos reservatórios, bem como os diâmetros, os comprimentos e os
coeficientes de perda de carga em todos os trechos da tubulação;

 Considere Z1 > Z2 > Z3, assim pode-se concluir que os sentidos de


escoamento nos trechos 1 e 3 são de B para E e de E para G,
respectivamente. Já no trecho 2, o sentido de escoamento tanto
pode ser de E para D como de D para E, dependendo somente da
cota piezométrica em E, como demonstrado a seguir.
Condutos Interligando
Reservatórios
 Se ZE + PE / γ < Z2  reservatório R3 é alimentado pelos outros
dois reservatórios;
Q 1 + Q2 = Q3

 Se ZE + PE / γ > Z2  reservatório R1 alimenta os outros dois


reservatórios;
Q 1 = Q2 + Q3

 Se ZE + PE / γ = Z2  reservatório R2 não recebe e nem cede água;


Q1 = Q3; Q2 = 0;
Condutos Interligando
Reservatórios
 Problema dos três reservatórios:

 A forma mais simples de se determinar o sentido de fluxo no


trecho DE é fazendo a hipótese de que ZE + PE / γ = Z2, ou seja,
fazendo Q2 = 0. Assim, calculamos Q1 e Q3 através de uma
equação de perda de carga; se os valores encontrados forem
iguais, a hipótese está correta e o problema está resolvido;

 Do contrário, se Q1 > Q3 é porque Q1 = Q2 + Q3 e o sentido de


fluxo é de E para D. Se Q1 < Q3 é porque Q1 + Q2 = Q3 e o sentido
de fluxo é de D para E.
Condutos Interligando
Reservatórios
 Método do balanço das vazões:

 O problema anterior pode também ser resolvido por processo


iterativo denominado método do balanço das vazões ou método
de Cornish, de aplicação mais ampla, pois não há limitação quanto
ao número de reservatórios interligados;

 Contudo, este método não será pormenorizado na disciplina de


Hidráulica Geral.
Rede de Distribuição de Água
 As redes de distribuição de água se caracterizam pela
distribuição de água ao longo dos condutos, como nos sistemas de
abastecimento de água e de irrigação. Para efeito de cálculo, as
redes são classificadas em ramificadas e malhadas, conforme a
disposição dos condutos;
Rede de Distribuição de Água
 Redes Ramificadas:
Rede de Distribuição de Água
 Redes Ramificadas:

 Redes típicas de sistemas de abastecimento de água pequenos,


caracterizadas pela ligação de vários tubos com um principal;

 Dependência dos outros condutos em relação ao principal, pois


qualquer interrupção acidental neste paralisa todo o
abastecimento de água a jusante do local onde ocorreu o
acidente;

 Nas extremidades das redes, como não há escoamento, a


tendência ao depósito de sedimentos é muito grande.
Rede de Distribuição de Água
 Redes Ramificadas:

 Para o cálculo das redes ramificadas admite-se que as vazões


sejam uniformemente distribuídas ao longo das canalizações,
também denominadas vazão de distribuição em marcha;

 qm = Q / L

 Onde: qm = vazão de distribuição em marcha;


L = comprimento total da rede em metros;
Q = vazão total que abastece a rede.

Para o cálculo e dimensionamento são utilizadas planilhas.


Rede de Distribuição de Água
 Redes Malhadas:
Rede de Distribuição de Água
 Redes Malhadas:

 Não há tanta dependência de um conduto principal;

 Não há depósito de sedimentos nas extremidades;

 Um acidente na rede não causa prejuízos relevantes na área


afetada, já que a água pode encontrar outros caminhos e a sua
circulação no sistema ocorre sempre que houver consumo de
água na rede.
Referências Biliográficas
 BAPTISTA, M. B.; LARA, M. Fundamentos de Engenharia Hidráulica. Belo Horizonte,
Editora UFMG e Escola de Engenharia da UFMG, 2a Edição Revisada, 2003, 440p.

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