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LEGISLAÇÃO SOBRE A PERICULOSIDADE POR RADIÇÃO IONIZANTE

1- Critério Legal: Decreto-lei 5.452 de 01 maio de 1943 e Portaria Nº 518 de 04


abril 2003.

Art 1º “Adotar como atividade de risco potencial concernentes ou substâncias


radiativas a radiação ionizante o Quadro de Atividades e Operações Perigosas,
aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN,”.

Art 2º “ O trabalho nas condições enunciadas no quadro a que se refere o § 1º,


assegura ao empregado o adicional de periculosidade que se trata o § 1º do
Art. 193 da CLT, aprovada pelo Decreto-lei 5.452.

Art 3º “ A Secretaria de Inspeção do Trabalho fará revisão das NRs em especial


na NR-16 incluindo normas especificas de segurança para as atividades do
Quadro Anexo da Portaria 3.393 de 17/12/87”.

Art. 4º “ Revogá-se a Portaria GM/MTE 496 de 11 dezembro 2002”. ( Essa


portaria considerava as atividades por radiação ionizantes não periculosas).
ANEXO DA PORTARIA Nº 3.393 DE 17/12/87
ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS COM RADIAÇÕES IONIZANTES
OU SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS

ATIVIDADES ÁREAS DE RISCO


1 Produção, utilização, processamento, Minas e dispositivos materiais radioativos.
transporte, guarda, estocagem e Plantas-piloto e usinas de beneficiamento
manuseio de materiais radiativos, de minerais radioativos.
selados e não selados, de estado Outras áreas sujeitas a risco potencial.
físico e forma química quaisquer,
Devido ás radiações ionizantes.
naturais ou artificiais, incluindo:
Lixiviação de minerais radioativos para
1.1 Prospecção, mineração, operação,
beneficiamento e processamento de a produção de concentrados de uranio e
minerais nucleares. tório.
Purificação de concentrados e conversão
em outras formas de exafluoreto e uranio
1.2 Produção, transformação e tratamento metálico.
de materiais nucleares para o ciclo do
combustível nuclear.
DA CARACTERIZAÇÃO DE PERICULOSIDADE POR RADIAÇÕES
IONIZANTES

O Quadro anexo da Portaria Nº 3.393 determina que serão consideradas


perigosas todas as atividades nele inseridas.

Podemos observar que, ao contrário da insalubridade por exposição a radiação


ionizante (Anexo 5 da NR-15), na caracterização da periculosidade não há
limite de tolerância fixado. Além disso, a Portaria 548/03 considera que
qualquer exposição á radiaçao ou substância radioativas é potencialmente
prejudicial á saúde.

Não há proporcionalidade ao tempo de exposição ao risco, isto é, se a


atividade do empregado se enquadrar no Quadro de atividades/Áreas de Risco
terá direito ao adicional de periculosidade.

Algumas indagações não foram observadas pela NR-16 com relação ao tempo
de exposição, contato permanente, risco acentuado, entre outros. É importante
ressaltar que a pericia é prova do fato que depende de conhecimento técnico,
devendo o perito prender-se á análise da situação fatica, não lhe cabendo
interpretar ou inovar hipoteses.
CARACTERIZAÇÃO DE PERICULOSIDADE POR ENERGIA
ELÉTRICA

1- Critério Legal
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE PARA ATIVIDADES COM

ENERGIA ELÉTRICA
A regulamentação a que o artigo 193 se refere é aquela estabelecida pela Portaria
nº 3214, de 8 de junho de 1978, e modificações posteriores, que estabeleceu as

Normas Regulamentadoras – NR.


Constituição Federal
Art. 7º. São direitos dos trabalhadores:
...
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas,
insalubres ou perigosas, na forma da lei.
As atividades penosas ainda não estão definidas por lei, porém
as insalubres e perigosas estão, em sua maioria, descritas pela
Lei nº 6514, de 22 de dezembro de 1977, que modificou o
Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho –
CLT. No caso específica das atividades perigosas, diz o artigo
193 da CLT
A Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985, instituiu a
remuneração adicional para quem exerce atividade no setor de
energia elétrica, em condições de periculosidade.
No mesmo ano, em 26 de dezembro, ela foi regulamentada pelo
Decreto nº 92.212. Entretanto, menos de um ano depois, a lei
ganha nova regulamentação com a edição do Decreto 93.412, de
14 de outubro de 1986, que revoga o anterior.

A diferença fundamental entre esses dois instrumentos


regulamentadores está em duas questões: a
proporcionalidade e a exigência de perícia.

O Decreto 93.412/86 introduziu o pagamento proporcional ao


tempo de exposição,isto é, a remuneração adicional de 30%
estabelecida na Lei seria aplicada, quando ficasse caracterizada
uma exposição intermitente, sobre o tempo em que o trabalhador

estivesse exercendo atividade em área de risco:


I - permaneça habitualmente em área de risco,
executando ou aguardando ordens, e em situação de
exposição contínua, caso em que o pagamento do
adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho
integral;

II - ingresse, de modo intermitente e habitual, em


área de risco, caso em que o adicional incidirá sobre o
salário do tempo despendido pelo empregado na
execução de atividade em condições de periculosidade
ou do tempo à disposição do empregador, na forma do
inciso I deste artigo.
Ficaram então estabelecidos dois critérios para o pagamento
do adicional.

O primeiro é aquele destinado aos que permanecem


habitualmente em área de risco, cuja incidência é sobre o
salário integral, conforme estabelecido na Lei 7.369/85.

O segundo é o que estabelece uma incidência proporcional a


uma referida intermitência.
Este pagamento proporcional foi tão duramente criticado e
rechaçado pelos próprios juízes que acabou surgindo o
Enunciado nº 361, de 13 de agosto de 1998, do Tribunal

Superior do Trabalho – TST:


Enunciado 361 - TST (Sumula 361)
Adicional de Periculosidade – Eletricitários – Exposição
Intermitente

O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma


intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de
periculosidade de forma integral, tendo em vista que a Lei
7.369/85 não estabeleceu qualquer proporcionalidade em relação
ao seu pagamento.

A
A segunda diferença, estabelecida pelo Decreto
93412/86 em relação ao seu antecessor, diz respeito à
exigência de perícia para a caracterização do risco,
conforme expresso em seu artigo 4º.:

Art. 4º.
§ 1º A caracterização do risco ou da sua eliminação far-
se-á através de perícia, observando o disposto no artigo
195 e parágrafos da Consolidação das Leis do Trabalho.
Lei nº 7.369, de 20 de setembro de 1985
Publicada no DOU de 23/09/85

Institui salário adicional no setor de energia elétrica, em condições de


periculosidade.

O Presidente da República,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, em


condições de periculosidade, tem direito a uma remuneração adicional de trinta
por cento sobre o salário que perceber.
Art 2º No prazo de noventa dias, o Poder Executivo regulamentará a presente
lei, especificando as atividades que se exercem em condições de
periculosidade.
Art 3º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art 4º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 20 de setembro de 1985; 164º da Independência e 97º da


República

José Sarney
Decreto nº 93.412, de 14 de outubro de 1986
Publicado no DOU de 15/10/1986

Revoga o Decreto nº 92.212, de 26-12-1985, regulamenta a Lei nº 7.369, de


20-09-1985, que institui salário adicional para empregados do setor de energia
elétrica, em condições de periculosidade e dá outras providências.

O Presidente da Republica, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81,


item III, da Constituição,
DECRETA:

Art. 1º São atividades em condições de periculosidade de que trata a Lei nº


7.369, de 20 de setembro de 1985, aquelas relacionados no Quadro de
Atividades/Área de Risco, anexo a este Decreto.
Art. 2º É exclusivamente suscetível de gerar direito à percepção da
remuneração adicional que trata o artigo 1º da Lei nº 7.369, de 20 de setembro
de 1985, o exercício das atividades constantes do quadro anexo, desde que o
empregado independentemente do cargo, categoria ou ramo da empresa:
I - permaneça habitualmente em área de risco, executando ou aguardando
ordens, e em situação de exposição contínua, caso em que o pagamento do

adicional incidirá sobre o salário da jornada de trabalho integral;


II - ingresse, de modo intermitente e habitual, em área de risco, caso em que o
adicional incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na
execução de atividade em condições de periculosidade ou do tempo à
disposição do empregador, na forma do inciso I deste artigo.

§ 1º O ingresso ou permanência eventual em área de risco não geram direito


ao adicional de periculosidade.

§ 2º São equipamentos ou instalações elétricas em situação de risco aqueles


de cujo contato físico ou exposição aos efeitos da eletricidade possam resultar
incapacitação, invalidez permanente ou morte.

§ 3º O fornecimento pelo empregador dos equipamentos de proteção a que se


refere o disposto no art. 166 da Consolidação das Leis do Trabalho ou a
adoção de técnicas de proteção ao trabalhador, eximirão a empresa do
pagamento do adicional, salvo quando não for eliminado o risco resultante da
atividade do trabalhador em condições de periculosidade
Art. 3º O pagamento do adicional de periculosidade não
desobriga o empregador de promover as medidas de proteção ao
trabalhador destinadas à eliminação ou neutralização da
periculosidade nem autoriza o empregado a desatendê-las.

Art. 4º Cessado o exercício da atividade ou eliminado o risco, o


adicional de periculosidade poderá deixar de ser pago.
§ 1º A caracterização do risco ou da sua eliminação far-se-á
através de perícia, observado o disposto no artigo 195 e
parágrafos da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 5º Os empregados que exercerem atividades em condições


de periculosidade serão especialmente credenciados e portarão

identificação adequada.
QUADRO DE ATIVIDADES/ÁREA DE
RISCO

ATIVIDADE ÁREA DE RISCO


1. Atividades de construção,
operação e manutenção de redes
de linhas aéreas de alta e baixa
tensões integrantes de sistemas
elétricos de potência,
energizadas ou desenergizadas
mas com possibilidade de
energização, acidental ou por
falha operacional, incluindo:
1.1. Montagem, instalação, substituição, conservação, • 1. Estrutura, condutores e
reparos, ensaios e testes de: verificação, inspeção, equipamentos de linhas aéreas
levantamento, supervisão e fiscalização; fusíveis, de transmissão,
condutores, pára-raios, postes, torres, chaves, subtransmissão e
muflas, isoladores, transformadores, capacitores,
medidores, reguladores de tensão, religadores, distribuição. - Pátio e salas de
seccionalizadores, carrier (onda portadora via linha operação de subestação.
de transmissão), cruzetas, relé e braço de • - Cabines de distribuição.
iluminação pública, aparelho de medição gráfica,
bases de concreto ou alvenaria de torres, postes e • - Estrutura, condutores e
estrutura de sustentação de redes e linhas aéreas. equipamentos de redes de
1.2. Corte e poda de árvores. tração elétrica, incluindo
1.3. Ligação e corte de consumidores. escadas, plataformas e cestos
1.4. Manobras aéreas e subterrâneas de redes e aéreos usados para execução
linhas. dos trabalhos
1.5. Manobras em subestação.
1.6. Testes de curto em linhas de transmissão.
1.7. Manutenção de fontes de alimentação de
sistemas de comunicação.
1.8. Leitura em consumidores de alta tensão.
1.9. Aferição em equipamentos de medição.
1.10. Medidas de resistência, lançamento e
instalação de cabo contra-peso.
1.11. Medidas de campo elétrico, rádio,
interferência e correntes induzidas.
1.12. Testes elétricos em instalações de terceiros
em faixas de linhas de de transmissão (oleodutos,
gasodutos, etc.).
1.13. Pintura em estruturas e equipamentos.
1.14. Verificação, inspeção, inclusive aérea,
fiscalização, levantamento de dados e supervisão de
serviços técnicos.
2. Atividades de construção, operação e 2. Valas, bancos de
manutenção de redes e linhas subterrâneas de
alta e baixa tensões integrantes de sistemas dutos, canaletas,
elétricos de potência, energizados ou condutores, recintos
desenergizados, mas com possibilidade de internos de caixas,
energização acidental ou por falha operacional,
incluindo: poços de inspeção,
2.1. Montagem, instalação, substituição, câmaras, galerias,
manutenção e reparos de: barramentos, túneis, estruturas,
transformadores, disjuntores, chaves e terminais e aéreas de
seccionadoras, condensadores, chaves a óleo,
transformadores para instrumentos, cabos superfície
subterrâneos e subaquáticos, painéis, circuitos correspondente.
elétricos, contatos, muflas, e isoladores e - Áreas submersas
demais componentes de redes subterrâneas.
2.2 Construção civil, instalação, substituição e
em rios, lagos e
limpeza de: valas, bancos de dutos, dutos, mares.
condutos, canaletas, galerias, túneis, caixas ou
poços de inspeção, câmaras.
2.3. Medição, verificação, ensaios, testes,
inspeção, fiscalização, levantamento de dados
e supervisão de serviços técnicos.
3. Atividades de inspeção, 3. Áreas das oficinas e laboratórios de
testes, ensaios, testes e manutenção elétrica,
calibração, medição e eletrônica e eletromecânica onde são
reparo em executados testes, ensaios, calibração
equipamentos e e reparos de equipamentos
materiais energizados ou passiveis de
elétricos, eletrônicos, energização acidental.
eletromecânicos e de - Sala de controle e casa de máquinas
segurança individual e de usinas e unidades geradoras.
coletiva em sistemas - Pátios e salas de operação de
elétricos de potência de subestação inclusive consumidores.
alta e baixa tensão. - Salas de ensaios elétricos de alta
tensão.
- Sala de controle dos centros de
operações.
4. Atividades de construção,
operação e manutenção nas
usinas, unidades geradoras,
subestações e cabinas de
distribuição em operações
integrantes de sistema de
potência, energizado ou
desenergizado com
possibilidade de voltar a
funcionar ou energizar-se
acidentalmente ou por falha
operacional, incluindo:
• 4.1. Montagem, desmontagem, operação 4. Pontos de medição e
e conservação de: medidores, relês, cabinas de distribuição,
chaves, disjuntores e religadores, caixas inclusive de distribuidores.
de controle, cabos de força, cabos de - Salas de controles, casas
controle, barramentos, baterias e de máquinas, barragens de
carregadores, transformadores, sistema usinas e unidades
antiincêndio e de resfriadores, bancos de geradoras.
capacitores, reatores, reguladores, - Pátios e salas de
equipamentos eletrônicos, eletrônicos operações de subestações,
mecânicos e eletroeletrônicos, painéis, inclusive consumidoras.
pára-raios, áreas de circulação, estrutura-
suporte e demais instalações e
equipamentos elétricos.
• 4.2. Construção de: valas de dutos,
canaletas bases de equipamentos,
estruturas, condutos e demais
instalações.
4.3. Serviços de limpeza, pintura e
sinalização de instalações e
equipamentos elétricos.
4.4. Ensaios, testes, medições,
supervisão, fiscalizações e levantamento
de circuitos e equipamentos elétricos
e eletrônicos de telecomunicação e
telecontrole.
5. Atividades de 5. Todas as áreas
treinamento em descritas nos itens
equipamentos ou anteriores.
instalações energizadas,
ou desenergizadas mas
com possibilidade de
energização acidental ou
por falha operacional

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