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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO


HISTÓRICO
A alvenaria estrutural tem suas origens na Pré-História. É
assim um dos mais antigos sistemas de construção da
humanidade.
As construções em alvenaria eram de pedra ou tijolo
cerâmico queimado, assentados com barro, betume e mais
tarde com argamassas de cal, pozolana e finalmente
cimento Portland, predominaram até o início de nosso
século.
INTRODUÇÃO
Alvenarias são elementos da construção civil, resultantes da
união de blocos sólidos, justapostos, unidos com argamassa
ou não, destinados a suportar, principalmente, esforços de
compressão.
Os blocos sólidos e resistentes que constituem as alvenarias
podem ser simples blocos de pedra, obtidas pela extração de
pedreiras graníticas ou outros tipo de rocha, como também
podem ser fabricados especialmente para esse fim, como
blocos cerâmicos, aglomerados com cimento, de gesso ou
mesmo de vidro.
As alvenarias podem ter simplesmente função de divisória e
de delimitação, sendo chamadas de alvenaria de vedação ou
de divisão, bem como ter função de estrutura,
INTRODUÇÃO
suportando carga de lajes, coberturas, caixas d’água, etc,
sendo chamada, então, de alvenaria estrutural.
Existem vários tipos e métodos construtivos envolvendo
alvenaria, os mais conhecidos são: Alvenaria de Vedação;
Alvenaria Solo-Cimento; Alvenaria Estrutural (Armada,
Parcialmente Armada e Não Armada).
MATERIAIS
• Pedras naturais
• Blocos cerâmicos
• Blocos de concreto
• Blocos sílico - calcário
• Blocos de concreto celular
• Tijolos de vidro
• Tijolos de solo-cimento, etc.
A ESCOLHA DOS MATERIAIS
Deve-se considerar:
• a natureza do material
• seu peso próprio
• dimensões e forma
• disposição dos furos
• textura
• propriedades físicas (porosidade, capilaridade,
propriedades térmicas, propriedades acústicas, etc.)
• propriedades mecânicas (resistências, módulo de
elasticidade, tenacidade, etc.)
A ESCOLHA DOS MATERIAIS
Deve-se considerar:
• durabilidade de acordo com a função que irão
desempenhar
• resistência à ação de agentes agressivos
• precisão dimensional
ELEMENTO DE ALVENARIA
TIJOLOS DE BARRO COZIDO
A) TIJOLO COMUM (MACIÇO, CAIPIRA)
São blocos de barro comum, moldados com arestas vivas e
retilíneas, obtidos após a queima das peças em fornos
contínuos ou periódicos com temperaturas das ordem de
900 a 1000°C.
* dimensões mais comuns: 21x10x5
* peso: 2,50kg
* resistência do tijolo: 20kgf/cm²
* quantidades por m²: parede de 1/2 tijolo: 77un
parede de 1 tijolo: 148un
ELEMENTO DE ALVENARIA
B) TIJOLO FURADO (BAIANO)
Tijolo cerâmico vazado, moldados com arestas vivas
retilíneas. São produzidos a partir da cerâmica vermelha,
tendo a sua conformação obtida através de extrusão.
* dimensões: 9x19x19cm
quantidade por m²: parede de 1/2 tijolo: 22un
parede de 1 tijolo: 42un
* peso 3,0kg
* resistência do tijolo espelho: 30kgf/cm² e um tijolo:
10kgf/cm²
* resistência da parede * 45kgf/cm²
ELEMENTO DE ALVENARIA
A seção transversal destes tijolos é variável, existindo tijolos
com furos cilíndricos (Figura 4.2) e com furos prismáticos
(Figura 4.3).
No assentamento, em ambos os casos, os furos dos tijolos
estão dispostos paralelamente à superfície de assentamento
o que ocasiona uma diminuição da resistência dos painéis
de alvenaria.
As faces do tijolo sofrem um processo de , que compromete
a aderência com as argamassas de assentamento e
revestimento, por este motivo são constituídas por ranhuras
e saliências, que aumentam a aderência.
Figura 4.2 - Tijolo com furo cilíndrico Figura 4.3 - Tijolo com furo prismático
ELEMENTO DE ALVENARIA
C) TIJOLO LAMINADO (21 FUROS)
Tijolo cerâmico utilizado para executar paredes de tijolos à vista
(Figura 4.4). O processo de fabricação é semelhante ao do tijolo
furado.
* dimensões: 23x11x5,5cm
* quantidade por m²:
parede de 1/2 tijolo: 70un
parede de 1 tijolo: 140un
* peso aproximado 2,70kg
* resistência do tijolo 35kgf/cm²
* resistência da parede: 200 a 260kgf/cm²
Tabela NBR 7171 - Dimensões nominais de blocos de vedação e
estruturais, comuns e especiais
Tipo(A) Dimensões nominais (mm)
L x H x C (cm) Largura (L) Altura(H) Comprimento
(C)
10 x 20 x 20 90 190 190
10 x 20 x 25 90 190 240
10 x 20 x 30 90 190 290
10 x 20 x 40 90 190 390
12,5 x 20 x 20 115 190 190
12,5 x 20 x 25 115 190 240
12,5 x 20 x 30 115 190 290
12,5 x 20 x 40 115 190 390
15 x 20 x 20 140 190 190
15 x 20 x 25 140 190 240
15 x 20 x 30 140 190 290
15 x 20 x 40 140 190 390
20 x 20 x 20 190 190 190
20 x 20 x 25 190 190 240
20 x 20 x 30 190 190 290
20 x 20 x 40 190 190 390
Medidas especiais Dimensões nominais (mm)

L x H x C (cm) Largura (L) Altura(H) Comprimento


(C)

10 x 10 x 20 90 90 190

10 x 15 x 20 90 140 190

10 x 15 x 25 90 140 240

12,5 x 15 x 25 115 140 240


ELEMENTO DE ALVENARIA
TIJOLOS DE SOLO CIMENTO
Material obtido pela mistura de solo arenoso - 50 a 80%
do próprio terreno onde se processa a construção,
cimento Portland de 4 a 10%, e água, prensados
mecanicamente ou manualmente. São assentados por
argamassa mista de cimento, cal e areia no traço 1:2:8 ou
por meio de cola.
* dimensões: 20x10x4,5cm
* quantidade: a mesma do tijolo maciço de barro cozido
* resistência a compressão: 30kgf/cm²
ELEMENTO DE ALVENARIA
BLOCOS DE CONCRETO
Peças regulares e retangulares, fabricadas com cimento,
areia, pedrisco, pó de pedra e água (Figura 4.7; 4.8). O
equipamento para a execução dos blocos é a presa
hidráulica. O bloco é obtido através da dosagem racional
dos componentes, e dependendo do equipamento é
possível obter peças de grande regularidade e com faces e
arestas de bom acabamento. Em relação ao acabamento
os blocas de concreto podem ser para revestimento (mais
rústico) ou aparentes.
Figura 4.7 - Bloco de concreto

Figura 4.8 - Bloco


canaleta

Bloco Canaleta : 14 x 19 x 39 = 13,50 kg


19 x 19 x 39 = 18,10 kg
ELEMENTO DE ALVENARIA
Determina as dimensões nominais dos blocos de concreto
mais utilizados.
dimensões a b c peso a b c peso

*: 09 x 19 x 39 10kg 09 x 19 x 19 4,8kg

11 x 19 x 39 10,7kg 1/2 14 x 19 x 19 6,7kg


tijolo
14 x 19 x 39 13,6kg 19 x 19 x 19 8,7kg
19 x 19 x 39 15,5kg

* quantidade de blocos por m² : 12,5un


* resistência do bloco: deve-se consultar o fabricante
ARGAMASSA - PREPARO E APLICAÇÃO
As argamassas, junto com os elementos de alvenaria, são os
componentes que formam a parede de alvenaria não
armada, sendo a sua função:
unir solidamente os elementos de alvenaria
distribuir uniformemente as cargas
vedar as juntas impedindo a infiltração de água e a
passagem de insetos, etc...
Preparo da Argamassa Manualmente

Preparo da Argamassa com Betoneira


APRESENTAÇÃO
A alvenaria de vedação pode ser definida como a alvenaria
que não é dimensionada para resistir a ações além de seu
próprio peso. O subsistema vedação vertical é responsável
pela proteção do edifício de agentes indesejáveis (chuva,
vento etc.) e pela compartimentação dos ambientes
internos. A maioria das edificações executadas pelo
processo construtivo convencional (estrutura reticulada de
concreto armado moldada no local) utiliza para o
fechamento dos vãos de paredes de alvenaria.
VANTAGENS DA ALVENARIA DE VEDAÇÃO
* Desempenho funcional da parede de alvenaria como
vedação de bom a excelente;
* Bom isolamento térmico e isolamento acústico;
* Boa estanqueidade à água;
* Excelente resistência ao fogo;
* Excelente resistência mecânica;
* Durabilidade superior a de qualquer outro material;
* Excelente Flexibilidade e Versatilidade;
* Facilidade de produção por montagem ou conformação;
* Maior aceitação pelo usuário, maior aceitação pela
sociedade.
DESVANTAGENS DA ALVENARIA DE VEDAÇÃO
* Como não se utiliza projeto de alvenaria, as soluções
construtivas são improvisadas durante a execução;
* A mão-de-obra pouco qualificada executa os serviços com
facilidade, mas nem sempre com a qualidade desejada;
* O retrabalho: os tijolos ou blocos são assentados, as
paredes são seccionadas para a passagem de instalações e
embutimento de caixas e, em seguida, são feitos remendos
com a utilização de argamassa para o preenchimento dos
vazios;
* O desperdício de materiais: a quebra de tijolos no
transporte e na execução, a utilização de marretas para abrir
os rasgos nas paredes e a freqüência de retirada de
DESVANTAGENS DA ALVENARIA DE VEDAÇÃO
caçambas de entulho da obra evidenciam isso Falta de
controle na execução: eventuais problemas na execução são
detectados somente por ocasião da conferência de prumo do
revestimento externo, gerando elevados consumos de
argamassa e aumento das ações permanentes atuantes na
estrutura;
* Necessidade de revestimentos adicionais para ter textura
lisa;
* Qualidade deficiente dos materiais utilizados (tijolos,
blocos e argamassas) e da execução;
* Problemas da ligação da estrutura com a alvenaria (ligação
pilar/parede e encunhamento).
GESSO ACARTONADO – DRY WALL
O uso de chapas de gesso na construção civil começou nos
Estados Unidos, no início do século passado, e passou a ser
utilizado em larga escala a partir de 1920, espalhando-se
por todo o mundo. Hoje, cerca de 95% das residências
americanas utilizam paredes, forros e revestimentos em
chapas de gesso. Na Europa, está presente na construção
civil, há mais de 70 anos sendo, portanto considerado uma
tecnologia totalmente consolidada. No Brasil, o emprego
da tecnologia teve início em 1972 com a fabricação das
primeiras chapas de gesso. Porém, a produção em escala
industrial é relativamente recente.
TIPOS DE CHAPAS DE GESSO ACARTONADO
• Chapas Standard (ST) para
paredes destinadas a áreas
secas. ST

• Chapas Resistentes à Umidade


(RU) para paredes destinadas a
ambientes sujeitos à ação da
RU
umidade, por tempo limitado
(de forma intermitente).

• Chapas Resistentes ao Fogo (RF)


para paredes com exigências
especiais de resistência ao fogo. RF
EXECUÇÃO E MONTAGEM

Marcação de paredes e colocação de perfis estruturais

Tratamento de Colocação de
juntas após isolamento
fechamento térmico e acústico.
da parede.
Passagem de paredes com altura
tubulações elevada.
VANTAGENS COMPETITIVAS DO DRY WALL
• Grande agilidade para montagem e execução;
• Facilidade de composição de elementos específicos de
projeto (lembrar dos “shafts” verticais e horizontais);
• Acessos facilitados para eventuais reparos nas redes
elétricas e hidrosanitárias);
• Bom desempenho térmico (clv);
• Bom desempenho acústico (clv);
DESVANTAGENS DO DRY WALL
• Limitação de uso em relação às condições ambientais;
• O custo para pequenas obras é maior, se comparado ao
da alvenaria convencional;
• Requer uma mão de obra mais qualificada;
• Cuidados especiais no transporte das placas;
• Medidas específicas para se dependurar objetos
(quadros, suportes de tv).
APRESENTAÇÃO
A alvenaria é um sistema construtivo que utiliza peças
industrializadas de dimensões e peso que as
fazem manuseáveis, ligadas por argamassa, tornando o
conjunto monolítico.
Estas peças industrializadas podem ser moldadas em:
• Cerâmica
• Concreto
• Sílico-calcáreo
Neste tipo de estrutura, a alvenaria tem a finalidade de
resistir ao carregamento da edificação, tendo
as paredes função resistente. A remoção de qualquer parede
fica sujeita a análise e execução de reforços.
APRESENTAÇÃO
Atente-se a dupla função das paredes: resistência e
vedação.
As lajes da edificação normalmente são em concreto
armado ou protendido, podendo ser moldadas
no local ou pré fabricadas.
Para se ter um bom projeto a Alvenaria Estrutural não pode
ser vista meramente como um conjunto de paredes
superpostas, resistindo o seu peso próprio e outras cargas
adicionais.
GRAUTE
Concreto com agregados de pequena dimensão e
relativamente fluido, eventualmente necessário para o
preenchimento dos vazios dos blocos .

* Aumento da resistência à compressão da alvenaria


* Solidarização das armaduras
* Resistência maior ou igual a duas vezes a do bloco
TIPOS DE ALVENARIA
Condicionada à função das armaduras, a alvenaria
estrutural pode se subdividir em:

A) ALVENARIA ESTRUTURAL NÃO ARMADA: quando os


reforços de aço (barras, fios e telas) ocorrem apenas por
finalidades construtivas. As armaduras não são
consideradas na absorção dos esforços, mas são
importantes para dar ductilidade à estrutura e evitar ou
diminuir a fissuração em pontos de concentração de
tensões. Além disso, as armaduras podem colaborar para a
segurança contra cargas não previsíveis, podendo impedir o
colapso progressivo.
TIPOS DE ALVENARIA
B) ALVENARIA ESTRUTURAL ARMADA: quando a alvenaria é
reforçada devido à exigências estruturais. Neste caso, a
alvenaria possui armaduras colocadas em alguns vazados
dos blocos, devidamente envolvidas
por graute, para absorver os esforços
calculados, além das armaduras
construtivas e de amarração.
TIPOS DE ALVENARIA
C) ALVENARIA ESTRUTURAL PARCIALMENTE ARMADA:
quando parte da estrutura tem paredes com armaduras
para resistir aos esforços calculados, além das armaduras
com finalidade construtiva ou de amarração, sendo as
paredes restantes consideradas não armadas.
TIPOS DE ALVENARIA
D) ALVENARIA ESTRUTURAL PROTENDIDA: a alvenaria
estrutural protendida foi mais desenvolvida no Reino Unido,
onde esse tipo de construção faz parte do código de normas
desde 1985 e onde são encontrados vários
casos de utilização dessa tecnologia a partir do final da
década de 50; em outros países, como a Austrália e Estados
Unidos a utilização dessa tecnologia é mais recente, porém
já é normalizada; uso da alvenaria estrutural protendida é
viável quando se tem paredes sujeitas a esforços
laterais, tais como a construção de edifícios com esforços de
vento preponderante, muros de arrimo, reservatórios de
água, silos, colunas para sustentação de grandes áreas
TIPOS DE ALVENARIA
de telhado (p.e. galpões industriais), paredes sujeitas a
impactos acidentais, vigas, lajes e coberturas, painéis de
fachada pré-moldados.
cobertura na Univ. Federal do muro de arrimo em
Piauí Itaquaquecetuba, SP
VANTAGENS

* Economia de formas
* Redução significativa dos revestimentos
* Redução dos desperdícios de material e mão de obra
* Redução do número de especialidades
* Flexibilidade no ritmo de execução da obra

DESVANTAGENS

* Dificuldade de se adaptar a arquitetura para um novo uso


* Necessidade de qualificação para a mão-de-obra
* Interferência entre projeto de arquitetura , estruturas e
instalações
OBRIGADO!

BOA NOITE

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