UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UnB

O relato de um projeto interdisciplinar sobre o tema água:

uma experiência no âmbito do PIBID de Ciências Naturais

Antonia Adriana Mota Arrais Gaby Florença de Camargo

Margarete Mendes Lisboa Delano Moody Simões da Silva
Larissa da Silva Batista Franco de Salles Porto
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Introdução Objetivos Metodologia
Discussão Finais Bibliográficas

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um

projeto a nível nacional voltado para a formação colaborativa de
professores (CAPES, 2016).

O PIBID de Ciências Naturais é um dos subprojetos do projeto institucional

da Universidade de Brasília.

Espera-se que o PIBID de Ciências Naturais contribua para o rompimento

do modelo tradicional de ensino (DELIZOICOV; ANGOTTI, 2009;
BIZZO, 2009).
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Discussão Finais Bibliográficas

Mancuso (2000) e Lima (2008) afirmam que a aplicação e o planejamento

de tais Feiras auxiliam no crescimento pessoal e no aprendizado dos
discentes.

A temática selecionada para abarcar a inciativa foi referente à água,

considerando que esse recurso não renovável vem sendo reduzido devido a
diversos fatores, dentre eles existem as atitudes inadequadas de mau uso por
parte dos seres humanos, as super explorações existentes nas reservas
subterrâneas e ao mau gerenciamento (ONU, 2015).
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Diante dessa realidade, é crucial que a escola, no seu papel de promotora

dos saberes, aborde questões voltadas para a temática de água, de forma
interdisciplinar e contextualizada, fomentando a transversalidade desse
assunto (LAPA; BEJARANO; PENIDO, 2011; BRASIL, 1998).

Para Japiassú (1976, p.74) “a interdisciplinaridade caracteriza-se pela

intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real
das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa”.
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Discussão Finais Bibliográficas

O presente trabalho busca relatar os resultados obtidos com a inserção do

“Projeto Água” que foi implementado no intuito de despertar a reflexão dos
alunos acerca do tema em questão, explorando diversas vertentes da
Geografia, Português e Ciências Naturais, priorizando uma abordagem
interdisciplinar.
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O projeto envolveu a participação de sete aprendizes dos 6º e 7º anos do

Ensino Fundamental (EF), três professoras, sendo duas de Ciências
Naturais, uma supervisora do PIBID, uma de Geografia, seis licenciandos.
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• Apresentação de diversos textos, fotografias e letras de músicas.

• Lançamento das seguintes questões geradoras para constatar os conhecimentos prévios dos alunos: “Como são os recursos hídricos
existentes na sua região? Será que já existiram recursos hídricos no seu bairro que você não conheceu? A falta de recursos hídricos ou
a sua poluição interfere na sua qualidade de vida?

• Entrevista com os familiares para averiguarem a respeito das seguintes indagações: “Recordando com seus pais, em quais momentos da
infância a água está associada a lembranças alegres, quais momentos vocês destacariam?”; “Em seu bairro existe algum corpo
d’água que integra a paisagem?”; “Qual a situação e localização desse corpo d’água?”; “Qual “memória” desse “lugar” você e sua
família guardam.

• Debate com os mediadores acerca dos resultados encontrados.

• Produção de material para decorar o espaço.

• Comunicação da informação para a comunidade.

Aplicação de relatório dissertativo.

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Com a inserção do projeto, percebeu-se a importância de trabalhar com a

interdisciplinaridade dos saberes, uma vez que a temática escolhida
abrangeu vários aspectos referentes à água, como o cultural, histórico,
econômico e social (BRASIL, 1998).

“Eu aprendi que antes avia vários corregos que eram cheios e agora
cecaram”. (Aluno EF1)
“Na feira de ciências eu aprendi sobre a importância da água”. (Aluno
EF3)
“Para aprender sobre os córregos, rios, lagos e que na época dos nossos
pais, os lagos e etc eram mais cristalino”. (Aluno EF4).
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De acordo com Silva e Mortimer (2012), a inserção de projetos para

trabalhar a temática água é um artifício que pode permitir a
interdisciplinaridade.

Com a ação aplicada, os discentes expressaram suas opiniões em relação às

questões propostas no momento inicial, no entanto os mesmos conseguiram
aprofundar suas ideias ao realizarem a entrevista com os seus responsáveis.

Para Freire (1988, p. 79), a discussão é um ponto crucial, uma vez que “o
diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se
solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser
transformado e humanizado”.
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Os dados coletados com as entrevistas foram transformados em poesias.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) explicitam que no processo

educativo o estudante deve ser o protagonista da sua aprendizagem, ou seja, é
papel dele [...] “ressignificar o mundo, isto é, de construir explicações,
mediado pela interação com o professor e outros estudantes e pelos
instrumentos culturais próprios do conhecimento científico” (BRASIL, 1998,
p. 26).

“Com a feira também aprendi a trabalhar em grupo” (Aluno EF 3).

“Eu gostei da participação de todos porque cada um ajudou o outro quando
precisava”“ desmontamos os equipamentos todos juntos”(Aluno EF 2).
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Figura 1- Etapa de preparação do projeto e apresentação no

V Circuito de Ciências
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Inserir atividades diferenciadas, como as Feiras de Ciências, no âmbito

escolar pode promover um maior interesse por parte dos educandos.

Com a proposta aplicada, os aprendizes selecionados para participarem da

apresentação do projeto na Feira de Ciências, antes possuíam dificuldade
para integrar as aulas regulares.

Assim, infere-se a importância do grupo PIBID repensar a sua prática

didática pedagógica e propor ações interventivas, como Feiras de Ciências.
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BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências Naturais.

Brasília: MEC, 1998.

CAPES. Disponível em < www.capes.gov.br> Acesso: 28 mai. 2016.

BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2009.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, J. A.; PERNAMBUCO, M. M. Ensino de Ciências:

fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2009.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

JAPIASSU, H. Interdisciplinaridade e patologia do saber. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

LAPA, J.M., BEJARANO, N. R.; PENIDO, M. C. M. Interdisciplinaridade e o ensino de

ciências: uma análise da produção recente. Apresentação de trabalho. Encontro Nacional de
Pesquisa em Ensino de Ciências, 2011
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Introdução Objetivos Metodologia
Discussão Finais Bibliográficas

LIMA, M. E. C. Feiras de ciências: o prazer de produzir e comunicar. In: PAVÃO, A. C.;

FREITAS, D. Quanta ciência há no ensino de ciências. São Carlos: EduFSCar, 2008.

MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto

Educativo. Revista digital de Educación y Nuevas Tecnologias, n. 6, abr. 2000.
Organização das Nações Unidas. Disponível em:
http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/about-this-
office/singleview/news/urgent_need_to_manage_water_more_sustainably_says_un_report/
Data de acesso: 10 de Ago 2015.

SILVA, P. S.; MORTIMER, E. O projeto água em foco como uma proposta de formação no
PIBID. Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 4, p. 240-247, 2012.