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AÇÃO PENAL

• É o direito de recorrer ao Estado

solicitando a prestação jurisdicional para a

solução de um lide. Ou seja, que o Estado

aplique o seu poder-dever fazendo devolver

um direito que foi violado, cuja solução

dar-se-á com a prolatação da sentença.


Das características:

Direito subjetivo: a prestação


de fazer justiça é de
competência do Estado e o
titular do direito subjetivo
pode exigir dele a prestação
jurisdicional.

Direito abstrato: o titular do direito tem


a faculdade de provocar o poder Público, através
dos órgãos judiciários.
Direito autônomo: para que o direito de
ação seja exercido não é imprescindível que tenha
sido transgredido um direito material. Isso se
explica quando houve o exercício da ação penal,
mas inexistiu o direito que a ação tinha por fim
tornar efetivo. Logo, ele independe da existência do
direito subjetivo material que é o direito de punir.

Direito Público: o direito de ação é


um Direito Público visto que serve
para provocar o Estado através dos
órgãos jurisdicionais, pois esta é uma
função eminentemente pública e de
relevante interesse social.
Das espécies:

A divisão é
subjetiva, em função
da qualidade do
sujeito que detém a
sua titularidade.
Artigos 100 e seguintes do Código Penal

INCONDICIONADA
Representação
PÚBLICA
do Ofendido
CONDICIONADA
Requisição do
AÇÃO Ministro da
Justiça
PENAL
Personalisma
PRIVADA Exclusiva ou Principal
Subsidiária da Pública
A Ação Penal é Pública A Ação Penal é Pública
Incondicionada Condicionada

• Quando independe de
• Quando depende de:
motivação externa para
– Representação do
que seja intentada.

• Competindo ao Estado, ofendido ou

através do Ministério – Requisição do


Público, dar início à
Ministério público
Ação Penal.
O critério identificador Na pública
da ação penal pública incondicionada, há

ou privada é silêncio da lei.

estabelecido pelo Art. Na pública


100 do Código Penal condicionada, há

ou pela legislação expressa menção no

especial. texto legal, assim como,


nas ações privadas.
Da Ação penal pública:

A Constituição Federal, no art. 129,


inciso I, estabelece se a infração
penal é sujeita à ação penal pública,
somente o Ministério Público
poderá propô-la, seja ela
condicionada ou incondicionada.
está prevista no
artigo 100, caput,
1ª parte do Código
Penal e no artigo
24, caput, 1ª parte
do Código de
Processo Penal.

Ela é regra no
sistema penal
brasileiro e, por
isso, não tem
previsão legal
expressa.
PRINCÍPIOS
que regem as ações
públicas
incondicionadas
Princípio da oficialidade:

que diz respeito ao fato de que a ação pública


é promovida pelo Ministério Público, ou seja,
a legitimidade ativa cabe somente a um órgão
do Estado.

Princípio da Obrigatoriedade ou da
Legalidade:

refere-se à obrigatoriedade que tem o órgão do


Ministério Público de exercer o poder-dever de
ação, isto é, o dever de oferecer a denúncia
(art. 24 do CPP).
Princípio da Indisponibilidade:

Esse princípio está consagrado no


art. 42 do CPP que trás a seguinte
redação: "O Ministério Público não
poderá desistir da ação penal".

Princípio da Intranscendência:
que diz respeito ao fato de que a ação
penal condenatória é proposta contra
a pessoa ou as pessoas a quem se
imputa a prática do delito, não
podendo passar da pessoa do infrator.
Princípio da Divisibilidade:

já é pacífica na jurisprudência a
permissão dada ao Ministério
Público de deixar de oferecer a
denúncia contra aqueles acusados
dos quais não houver reunido os
indícios suficientes de autoria.
Ação Penal Pública Condicionada
À representação:
Cuja titularidade da ação continua sendo do Ministério
Público. Contudo, este só irá atuar quando a vítima ou
seu representante legal autorizarem e uma vez dada a
autorização para o Ministério Público, este a assume
incondicionalmente.

À requisição do Ministro da Justiça


O Ministério Público não pode agir sem tal requisição. O
fundamento para a existência de delitos que exijam a requisição
é a de que em determinados casos o Ministro deve ponderar se
vale a pena processar o autor do fato, prevendo não só a
repercussão jurídica, mas também política que pode dele advir.

Exemplo: crime contra a honra do Presidente da República (art.


141, I, c.c. art. 145, parágrafo único do Código Penal).
AÇÃO PENAL
PRIVADA
Da Ação Penal Privada:

A ação de iniciativa privada se


diferencia da ação pública no que tange
ao direito de agir, uma vez que, esse
direito, na ação privada, é dado ao
particular.

Porém, a ação continua sendo pública,


mas com iniciativa privada. Nesse tipo
de ação, o Estado transfere ao ofendido
ou ao seu representante legal a
legitimidade para propor a ação penal.
Ação penal exclusiva ou
principal

é aquela que só pode ser exercida pelo


ofendido ou por seu representante legal, e, no
caso de morte do ofendido ou declarada a sua
ausência, por qualquer uma das pessoas
elencadas no artigo 31 do Código de Processo
Penal, quais sejam: cônjuge, ascendente,
descendente e irmão, os quais poderão
prosseguir na ação penal já instaurada.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA À
REQUISIÇÃO MINISTERIAL

• Dois casos previstos no C.P.

• Art. 7º, § 3º, b.

• Art. 145, Parágrafo Único - Quando se trata de crime contra


a honra de Chefe de Governo Estrangeiro. Quando o agente
comete calúnia ou difamação contra o Presidente da
República, trata-se de crime contra a Segurança Nacional,
encontrando-se revogado o Art. 141, I, primeira parte, pelo
que não se aplica o disposto no Art. 145, Parágrafo Único,
primeira parte, do Código Penal (Lei nº 7.170, de 14/12/83,
Art. 26).
Ação penal privada subsidiária da
pública:

Iniciada através de queixa


quando embora se trate de
crime de ação pública, o
Promotor não haja
oferecido a denúncia no
prazo legal.
Ação privada personalíssima

a “Sua titularidade Só há um caso de


é atribuída única e ação penal privada
personalíssima: crime
exclusivamente ao de induzimento a erro
ofendido, sendo o essencial ou
seu exercício ocultação de
vedado até mesmo impedimento (art. 236
ao seu do Código Penal).
representante
legal, inexistindo, Poderíamos mencionar
ainda, sucessão o crime de adultério,
por morte ou mas este já foi
revogado pela Lei
ausência”. 11.106/2005
Os princípios
norteadores das ações
privadas.
Da oportunidade ou
conveniência:

Significa que a vítima


não está obrigada a
promover a ação
penal, mesmo estando
presentes as
condições necessárias
para a propositura da
ação.
Da Disponibilidade:

Entende-se que, se o ofendido


decidir ingressar com uma ação
penal contra o autor do fato,
poderá a qualquer tempo desistir
do prosseguimento do processo.
E essa

disponibilidade pode

se dar de duas formas,


quais sejam, pela
perempção ou pelo
perdão do ofendido.
Estes dois institutos são causas
de extinção da punibilidade e
são aplicáveis a todos os tipos
de ações privadas, com exceção
da ação privada subsidiária da
pública, uma vez que, nesta, o
dever de agir cabe ao órgão do
Ministério Público.
Da Indivisibilidade
Da Intranscendência:

Esse princípio decorre do


Artigo 5º, inciso XLV, da
Constituição Federal e diz
respeito ao fato de que a ação
penal só deve ser proposta
contra aquela pessoa que
praticou a infração penal.
IRRETRATABILIDADE DA REPRESENTAÇÃO (Art. 102, C.P.)

A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.

DECADÊNCIA DO DIREITO DE QUEIXA OU REPRESENTAÇÃO

• Ocorre a decadência do direito de QUEIXA ou de


REPRESENTAÇÃO (Art. 103, C.P.) se não exercer o direito:
– Em 6 meses contados do dia em que saiba quem é o autor; ou
– Quando esgotado o prazo para oferecer a denúncia. (Art. 100, § 3º).
Subsidiária da Pública 5 dias réu preso, 15 dias réu solto (Art. 46, C.P.P.).

RENÚNCIA EXPRESSA OU TÁCITA DO DIREITO DE QUEIXA

O direito não pode ser exercido quando renunciado. (Art. 104 C.P.).
RENÚNCIA TÁCITA - É a prática de ato incompatível com a vontade
de exercer o direito.
PERDÃO DO OFENDIDO (Art. 105, C.P.)

O perdão do ofendido (crime de Ação Privada) obsta o


prosseguimento da Ação.
Art. 106:
I - Se concedido a qualquer um atinge todos os querelados.
II - Se concedido por um dos ofendidos não prejudica o
direito dos outros.
III - Se o querelado o recusa, não produz efeito.
OBS.: Não cabe perdão depois que passa em julgado a sentença
condenatória. (Art. 106, § 2º).
• Estupro decorrente de violência real, a Ação Penal é Pública
Incondicionada. (STF - Súmula 608).
• O perdão e a renúncia só ocorrem nos crimes de Ação Privada.
• A RENÚNCIA ocorre antes da Ação Penal.
• O PERDÃO ocorre depois da Ação Penal.
PRESCRIÇÃO - DECADÊNCIA - PEREMPÇÃO

PRESCRIÇÃO

• Seu traço característico é dado pelo fato de que representa ela


a inércia do Estado que faz extinguir o direito de punir. É, pois, a
inércia do Estado do poder repressivo, fazendo com que,
decorrido um certo prazo, esteja extinta a punibilidade.
– Ex.: Proferida a denúncia, dentro de um certo prazo deve ser
prolatada a sentença. Se a sentença não for prolatada, no prazo
previsto, diz-se que há prescrição, extinguindo-se a punibilidade.

São dois os fatos constitutivos da prescrição:

a) O tempo;

b) O reconhecimento jurídico, pela renúncia do poder repressivo.


DECADÊNCIA

• É a extinção do direito de queixa ou representação pelo seu não


uso no prazo determinado por lei (At. 105).
• Difere da prescrição pelo prazo que é improrrogável,
insuscetível de suspensão ou interrupção, enquanto o da
prescrição, pode interromper ou suspender. Outra distinção é a
de que a prescrição extingue a ação diretamente, ao passo que
a decadência o faz indiretamente.

PEREMPÇÃO

• É a inércia da parte, contudo podemos acrescentar que é o


impedimento do prosseguimento e renovação do processo,
verificados alguns casos previstos no CPP.
RESUMO

PRESCRIÇÃO → Estado não sentenciar no prazo legal

DECADÊNCIA → O ofendido não apresentar Queixa ou


Representação no prazo legal

PEREMPÇÃO → A parte não prosseguir na ação (deixando de


realizar certos atos)

OBSERVAÇÃO:

► Extinção da Ação → Se dá na pena “IN ABSTRATO”

► Extinção da Pena → Se dá na pena “IN CONCRETO”

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