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BIOLOGIA, CIDADES E PESSOAS

Rita de Cássia Santos de Souza


Bióloga - APLUT/PMAR
Mestranda - PPGDT/UFRRJ
EXISTE “VIDA” NAS CIDADES?
Homem e natureza sempre foram
elementos antagônicos.

O dilema PRESERVACIONISMO x
CONSERVACIONISMO assume novos
contornos.

As políticas assumem caráter


transdisciplinar, pensando-se nas cidades
sustentáveis e comunidades resilientes!

Novas formas de ver e estudar ECOLOGIA.

Os ecossistemas urbanos são complexos e


desafiadores! – Necessitam de uma visão
integrada.
O SOCIOECOSSISTEMA

INPUT: recursos
e serviços OUTPUT:
ecossistêmicos resíduos

• Aberto e dependente;
• Aspectos culturais e sociais interferem nas relações homem/homem
e homem/natureza;
• Como as espécies interagem e respondem ao longo do tempo?
PLANEJAMENTO
URBANO/REGIONAL/TERRITORIAL

Origina-se na Inglaterra e dos Estados Unidos como uma mudança na forma


de encarar a cidade e seus problemas.

A cidade passa a ser vista como o produto de um determinado contexto


histórico, e não mais como um modelo ideal a ser concebido pelos urbanistas
(Kohlsdorf, 1985).

Entrada em cena de profissionais de diversas áreas do conhecimento.

Planejar significa antever processos futuros, prognosticar a evolução de


tendências, elaborar um plano ou um programa com o objetivo de coordenar
ações preventivas ou necessárias contra os efeitos do crescimento territorial
desordenado da acumulação capitalista e da urbanização

Estes planos e programas traduzem-se em leis e diretrizes, ou projetos e


ações.
TERRITÓRIO E TERRITORIALIDADE
TERRITORIALIDADE é o esforço de um grupo social para ocupar, usar,
controlar e se identificar com uma parcela específica de seu ambiente,
convertendo-a assim em seu “território” ou homeland. (Sack 1986).

O TERRITÓRIO é produto histórico de processos sociais e políticos (Little


2002).

A COSMOGRAFIA compreende os saberes ambientais, ideologias e


identidades criados coletivamente (Little 2001).

Se a territorialidade representa o esforço de um grupo social para se firmar


em seu território, a cosmografia refere-se às formas como este grupo se
relaciona com o mesmo, incluindo seu regime de propriedade, vínculos
afetivos, memórias, usos e saberes.

PARA SE ESTUDAR UM TERRITÓRIO DEVE-SE, PORTANTO,


CONTEXTUALIZÁ-LO.
- Territórios tradicionais

- Valorização dos saberes locais.


ECOLOGISMO DOS POBRES
Segundo CORRÊA(2008):

Corrente ambientalista (final dos anos


80).

Também conhecida como ecologismo


popular, “da sobrevivência”, “do
sustento”, “da libertação” ou
“movimento pela justiça ambiental”.

Ética baseada na demanda por justiça


social.
Tem como grande referência o professor Joan Martinez Alier, membro
fundador da Sociedade Internacional de Economia Ecológica.

Refere-se a lutas tanto pela sobrevivência quanto por significados.

Emprega conceitos tradicionais da ecologia.

Os problemas socioambientais não podem ser compreendidos


isoladamente do contexto político e socioeconômico (Jatobá et al. 2009).
CONFLITOS ECOLÓGICOS DISTRIBUTIVOS

Lutas por acesso, controle e uso dos


recursos naturais.

Lutas pelos territórios e saberes


tradicionais.

Conflitos de valoração: desconsidera


valores intangíveis (importância histórica,
religiosa, etc).
Em 2014, o Brasil encontrava-se em 3º lugar no
ranking mundial de conflitos socioambientais.
EDUCAÇÃO POPULAR
EDUCAÇÃO POPULAR

- Contrapõe-se à Educação da Subalternidade

- Possibilita a formação de um movimento


orgânico e agregador, que interfere na correlação
de forças atuantes

- Facilita o diálogo entre os atores locais

- Ultrapassa os limites de sala de aula (pais,


professores, alunos, etc)

- Considera as necessidades territoriais

FORTALECIMENTO
DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO DA ITINGA

Levantamento bibliográfico,
entrevistas, reuniões, saídas de
campo – dados biofísicos e
ecossistêmicos.

Forneceu um panorama das


características ambientais,
potencialidades e conflitos do
território.

Bases para a avaliação da


segurança alimentar, hídrica e
energética.
OFICINA DE PLANEJAMENTO URBANO

Atividade direcionada aos professores da rede


pública municipal e estudantes.

Reprodução lúdica do exercício democrático da


cidade.

Homenagem à obra homônima do urbanista


Carlos Nelson Ferreira dos Santos, publicada
em 1988 - “A Cidade como um Jogo de Cartas”.

Santos (1988) compara a produção do espaço


urbano como um jogo, onde a mesa é o
território, ou seja, o sítio urbano. A cidade
concebida por ele é um lugar de múltiplos
encontros, interações, combinações e trocas,
como também disputas, conflitos e contradições,
indispensáveis para o seu equilíbrio dinâmico.
CONCLUSÕES
As relações sociais expressam-se a partir
da intervenção humana no meio.

A desigualdade socioespacial potencializa


os danos ambientais, impedindo o acesso
ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado – INJUSTIÇA AMBIENTAL.

A relação entre espaço urbano e meio ambiente ganha relevância para os estudos
ambientais, pois permitem avaliar o impacto de mudanças de uso do solo no equilíbrio
dos ecossistemas.

Diante deste olhar diferenciado sobre a cidade, sobre a prática do planejamento


urbano e a ênfase na democratização dos processos, a educação entra em cena
como um elemento transformador, que une teoria e prática.

DESAFIO: Planejar cidades sustentáveis, resilientes e inclusivas! – CIDADES PARA


TODOS!
OBRIGADA!

E-mail: ecourban.rita@gmail.com

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