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Mecanismos de

Desenvolvimento
Limpo (MDL)
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é uma iniciativa


estabelecida pelo Protocolo de Kyoto — acordo internacional que foi
assinado em 1997, assumindo o compromisso de reduzir a emissão de
gases associados ao efeito estufa. O MDL pretende auxiliar os países
desenvolvidos (considerados mais industrializados e poluidores) a
atingirem a meta de diminuir em 5,2% a produção desses gases
poluentes.
Para atingir esse objetivo, é possível comprar de países em
desenvolvimento créditos de carbono, ou o direito de poluir, de uma
empresa que comprove estar deixando de emitir tais gases.

Os projetos de MDL, que podem gerar créditos de carbono, tornaram-se o


braço financeiro do PK para os países em desenvolvimento, conseguindo
atrair a iniciativa privada para as causas do aquecimento global. Trazem
também oportunidade de ganho com novas tecnologias desenvolvidas e
comercialização dos créditos de carbono gerados.
Investimentos Externos no Brasil

Confirmando a boa fase da economia brasileira, em 2008 a Standard &


Poor’s elevou a nota soberana dos títulos brasileiros, os quais alcançaram
o ambicionado Investment Grade, sendo imediatamente seguida pela
Fitch Ratings e mais recentemente, em 2009, pela Moody’s.
Considerando essa conjuntura de aspectos favoráveis, espera-se uma
entrada significativa de IED’s, possibilitando assim conciliar as
preocupações socioambientais com o crescimento econômico.
Competitividade e Responsabilidade
Social Corporativa (RSC)

“Produtos ou serviços ambientalmente corretos e


responsáveis podem ser considerados fatores de
competitividade .”
Competitividade Estratégica

“Projetos que visem desenvolvimento sustentável podem


ser considerados como investimento em vantagem
competitiva.”
O Protocolo de Kyoto e o Mercado de
Carbono
Conseguindo reduzir os níveis como esperado, estima-se que a
temperatura global seja reduzida em 1,4º C a 5,8º C até 2012
(GREENPEACE, 2007). A redução deverá acontecer através de diversas
ações, entre elas pode-se citar a reforma dos setores de energia e
transportes, promoção do uso de fontes enérgicas renováveis e proteção
de florestas e outros sumidouros de carbono
O protocolo estabelece três mecanismos de flexibilidade que permitem
aos países cumprir as exigências de redução de emissão dos gases fora de
seus territórios, ou seja, um modo alternativo para os países reduzirem
as emissões sem prejudicar seu desenvolvimento econômico.

São eles: Implementação Conjunta (Joint Implemention), Comércio de


Emissões (Emission Trading) aplicados a países do Anexo I (países
desenvolvidos) e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL
(Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
O Brasil no Mercado de MDL

Há um aspecto crucial e no qual, paradoxalmente, a matriz limpa do


Brasil acaba prejudicando as negociações de MDL. A redução de GEE é
calculada comparando-se o efeito do projeto de MDL, com a geração de
GEE nos moldes da matriz pré-existente. Como a China e a Índia possuem
matrizes energéticas muito mais poluidoras que a do Brasil, qualquer
projeto redutor de CO2 naqueles países, possui impacto muito maior do
que programa semelhante desenvolvido no Brasil. Essa forma de
avaliação torna os projetos chineses ou indianos mais ‘rentáveis e
eficientes’ que projetos brasileiros equivalentes.
Mesmo com a falta de regulamentação, em 26 de setembro de 2007
ocorreu o primeiro Leilão de Venda de Reduções Certificadas de Emissão
(créditos de carbono), de titularidade da Prefeitura Municipal de São
Paulo. Foram leiloados os créditos correspondentes a 808.450 toneladas
de dióxido de carbono equivalente, gerados nos termos do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), pelo Projeto Bandeirantes de Gás de
Aterro e Geração de Energia, e emitidos pelo Conselho Executivo do MDL
– ONU (MBRE, 2007).
Aspecto Florestal

Outro aspecto que tem o Brasil como um dos principais poluidores são as
queimadas e sua redução contribuiria significativamente para a
diminuição da emissão dos GEE. Para que isto ocorra são necessários
investimentos em controle e monitoramento de áreas vulneráveis, tarefa
gigantesca, quando considerada a área florestal, haja vista a Amazônia. A
questão envolvida nesse aspecto é que prevenção de queimadas não se
enquadra como projeto de MDL, e por sua vez não gera créditos de
carbono, o que inviabiliza investimentos privados nessa área. A
alternativa é o uso econômico das florestas.
Pesquisadores afirmavam que a preservação das florestas era
antieconômico, tinham baixo custo benefício e colocavam o preço da
madeira em risco. Porém Salientam que é perigoso simplificar-se a
avaliação florestal como um mero exercício econômico, ignorando-se os
benefícios decorrentes de sua manutenção, quanto ao papel que possam
vir a desempenhar no futuro do gênero humano e demais espécies vivas.
Metodologia
A metodologia utilizada pelos autores do artigo, foi uma pesquisa teórico-
empírica, de natureza qualitativa. As hipóteses foram definidas de acordo
com o referencial teórico desenvolvido e serviram de base para a
formulação do questionário.

Foram entrevistados nove executivos ligados à área ambiental. Dos nove


entrevistados, três eram bancários, cinco trabalhavam em consultorias e
um pertencia a uma ONG. Definidos o roteiro, a amostra e os
respondentes, foram realizadas as entrevistas sobre projetos de
Mecanismos de Desenvolvimento Limpo.

As perguntas eram sobre rentabilidade dos projetos de MDL, importância


dos MDL na redução dos gases do Efeito Estufa, e futuro dos MDL no
pós-Kyoto.
 Quanto a rentabilidade dos projetos de MDL, conclui-se que a
característica positiva de todas as respostas confirma o
reconhecimento da rentabilidade dos projetos de MDL.

 Analisando-se o bloco de respostas referentes à importância dos


MDL na redução do GEE, temos a seguinte conclusão: confirma-se a
relevância dos MDL para a redução dos GEE.

 Quanto ao bloco de futuro do mercado de Créditos de Carbono


pós-Kyoto, neste conjunto, devido a suas características, as respostas
devem ser analisadas individualmente. O índice de assertividade
alcançado foi o mais baixo, fato que não surpreende dada sua
característica de especular o futuro.
O artigo ressalta que o mundo estava preocupado com o que iria ocorrer
após o fim do PK em 31 de dezembro de 2012. Foram necessários dois
anos (1995-1997) para negociar o PK, mais oito anos para ratificá-lo a fim
de que entrasse em vigor a partir de 16 de fevereiro de 2005. Sua
vigência acabou em 2012 e por esse motivo acreditava-se que havia
pouco tempo para se planejar um novo projeto até dia 1 de janeiro de
2013.
 Nesta pesquisa verificou-se que projetos de Mecanismos de
Desenvolvimento Limpo, apesar de se originarem de medidas voltadas
para a melhoria de condições ambientais escoradas em práticas de
responsabilidade social, a exemplo de qualquer outro negócio,
somente serão ativados desde que sejam rentáveis.

 Identificou-se a viabilidade econômica e funcional dos projetos de


Mecanismos de Desenvolvimento Limpo desenvolvidos no Brasil.
Discutiu-se ainda o futuro Pós-Kyoto verificando-se aspectos nebulosos
quanto à implementação de metas mais rígidas de controle do Gases
de Efeito Estufa e medidas voltadas para a preservação de florestas.

 Pode-se concluir que de fato todos querem um planeta mais saudável,


reconhecem os efeitos dos Gases de Efeito Estufa e estão dispostos a
colaborar, desde que não sejam afetados economicamente.

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