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TEMÁTICAS

POESIA DE CESÁRIO VERDE


1. POETIZAÇÃO DO REAL

 Captação das impressões causadas pela


realidade
 Atenção voltada para o quotidiano

 Transmissão de perceções sensoriais


2. BINÓMIO CIDADE / CAMPO

 Contraste cidade / campo: tema fundamental


 CIDADE: local de agitação, de progresso, mas
também de opressão social, de melancolia, de
doença, de morbidez e de aprisionamento
 CAMPO: lugar de refúgio, de saúde, de
fertilidade e de vitalidade, mas também onde a
vida pode ser dura
3. FIGURA FEMININA

 Associada à cidade e à morte: mulher fatal,


opressora, bela, fria, distante e altiva que ignora e
humilha o sujeito poético
 Mulher Oprimida, vítima das desigualdades da
cidade, despertando a simpatia ou a compaixão
do sujeito poético
 Mulher Objeto, vista enquanto estímulo sensual

 Associada ao campo e à vida: mulher simples e


angelical, com força regeneradora
4. QUESTÃO SOCIAL

 Preocupação e revolta com a opressão social,


com o abandono e a humilhação dos
desfavorecidos, injustiçados, marginalizados,
que o sujeito poético testemunha com muita
frequência na cidade
 Valorização da força do povo trabalhador
Representação da cidade

Tipos sociais

Povo / classes Marginais que


Burguesia
trabalhadoras vivem na cidade
Produtividade, Ociosidade, inércia, Degradação social e
vitalidade, autenticidade. artificialidade. moral.
Ex.: vendedora de Ex.: criado do bairro Ex.: ladrões,
legumes, calafates, burguês, dentistas, bêbedos, jogadores,
obreiras, varinas… arlequins, lojistas… prostitutas…

Alvo de simpatia e Alvo de crítica e Alvo de crítica por


solidariedade por parte ironia por parte do parte do sujeito
do sujeito poético. sujeito poético. poético.
5. HUMILHAÇÃO

 Social: dos desfavorecidos pelos privilegiados,


despertando a compaixão do sujeito poético
 Sentimental: do sujeito poético, que deseja a
«mulher fatal» mas não consegue nenhuma
aproximação
 Estética: revolta pela incompreensão que os
outros manifestam em relação à sua poesia.
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

POESIA DE CESÁRIO VERDE


CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA
PARNASIANISMO:
 Escola literária surgida em França como reação ao romantismo
sentimentalista e egocêntrico.
 Pretende, ao estilo clássico, descrever o quotidiano com
objetividade, trazendo para o universo poético aspetos vulgares e
insignificantes das vidas medíocres da época.
 Reprodução do real, reproduzindo formas e cores, num estilo claro,
preciso e rigoroso. Busca da perfeição formal.
 Apresenta uma grande preocupação com a forma: vocabulário
preciso, imagens expressivas e carregadas de dados sensoriais, bem
como harmonia rítmica perfeita.
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA
IMPRESSIONISMO
 Perceção do real e do quotidiano por parte do artista
– objetividade/realidade aparente, já que tudo é
transmitido através do filtro da consciência do eu
poético
 Descrição com sentido pictórico de quadros /
fotografias verbais, em que se nota a acentuada cor e
o movimento
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA
MODERNISMO
 A descrição da realidade é mediatizada pelo olhar
do poeta, que recria, a partir do concreto, uma
super-realidade através da imaginação
transfiguradora, metamorfoseando o real
 Introdução na poesia do real inestético, o vulgar, o
feio, a realidade trivial e quotidiana.
 Tédio existencial; desejo absurdo de sofrer, desejo
de evasão – no tempo, no espaço, na imaginação
no plano onírico
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Hibridismo Literário
 Conciliação de características dos géneros
narrativo(1) e lírico (2):
 1 – Categorias da narrativa facilmente
identificáveis: narrador, ação, personagens,
tempo e espaço
 2 – Expressividade da linguagem e
preocupação com o rigor formal estrófico,
métrico e rimático
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Deambulação
 O sujeito poético vagueia pelos diferentes
espaços / tempos da cidade, descrevendo o
que vê e transmitindo ao leitor sensações de
movimento
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Contrastes
 No plano urbanístico, entre os espaços modernos
(a Baixa pombalina, com o seu traçado
geométrico, os magasins, os hotéis da moda, os
teatros, os cafés, os bairros da burguesia) e os
espaços velhos e degradados (os «boqueirões e
becos» da Lisboa ribeirinha, os bairros
populares, os arruamentos estreitos e escuros, as
tabernas…);
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Contrastes
 No plano social, entre as diversas personagens
que habitam a cidade: o labor do povo (os
carpinteiros, os calafates, as varinas, os
calceteiros, a hortaliceira…) contrasta com a
ociosidade dos «lojistas» e das elegantes que
procuram o luxo, a «vida fácil» dos burgueses;
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Contrastes
 No plano histórico, entre o presente (a
decadente Lisboa oitocentista) e o passado
(«crónicas navais», «soberbas naus», o «épico
doutrora»), que surge em O Sentimento dum
Ocidental;
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Contrastes
 No plano dos ciclos do dia, entre a cidade noturna
(descrita, por exemplo, em O Sentimento dum
Ocidental) e a cidade diurna, solar e cheia de
movimento (retratada, por exemplo, em Num
Bairro Moderno)
 Luz / sombra
CONCEITOS E LINHAS DE LEITURA

Contrastes
 No plano das estações do ano, entre a Lisboa
do Verão (Num Bairro Moderno) e a Lisboa do
Inverno (Cristalizações)

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