Você está na página 1de 57

Qualidade da

Universidade Federal do Triângulo Mineiro


Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas
Água
Curso de Engenharia Ambiental

Disciplina: Sensoriamento remoto e


geoprocessamento
-Ana Paula Assunção
-Daniela Barizi
Professor: Alex Utsumi
-Isabella Esper
-Loretta Ap. Leme Das Neves
-Lucas Pereira
-Tamirys Martineli
2

ARTIGOS
 Artigo 1: “Uso do Sensoriamento Remoto Orbital no
Monitoramento da Dispersão de Macrófitas nos
Reservatórios do Complexo Tietê”, de Galo, et al.

 Artigo 2: “Detecção de Macrófitas Submersas por


Meio de Imagem QuickBird – Estudo de Caso: Usina
Hidrelétrica de Porto Colômbia – MG/SP”, de Rotta,
et al.
3

INTRODUÇÃO - 1
 Reservatórios apresentam um gradiente espacial na
carga de sedimentos e nutrientes ao longo de seu
corpo, o que torna o monitoramento da qualidade
da água extremamente caro e demorado.

 Nesse sentido, o SR pode auxiliar na


complementação de dados para o monitoramento
da qualidade da água em grandes reservatórios.
4

PROBLEMÁTICA
 Sendo assim, esse artigo utiliza imagens
orbitais na caracterização dos reservatórios
do complexo Tietê (Barra Bonita, Bariri,
Ibitinga, Promissão e Nova Avanhandava),
verificando a ocorrência de macrófitas
aquáticas de modo a orientar a definição
de pontos de amostragem da água.
5

CARACTERIZAÇÃO DO SENSOR
 No caso de monitoramento da qualidade da
água, a aquisição de dados de SR pode ser
realizada por sensores orbitais. Dentre os
sensores orbitais em operação, destacam-se:

 Thematic Mapper - TM (instalado a bordo dos


satélites Landsat 4 e 5);
 Haute Resolution Visible - HRV (satélite francês
SPOT);
 Enhanced Thematic Mapper Plus – ETM (Landsat
7).
6

CARACTERIZAÇÃO DO SENSOR

 O ETM+ pode ser caracterizado como um


imageador multiespectral, possuindo:

 Seis bandas do espectro refletivo (resolução


espacial de 30 metros);
 Banda termal 6 (resolução de 60 metros);
 Banda pancromática (resolução de 15 metros).
7

Introdução - 2
 Infestação por plantas aquáticas invasoras em
reservatórios tem se tornado um fator de
desequilibro.
 Assim o controle tem condicionado a realização de
mapeamentos das áreas de ocorrência dessas
infestações, principalmente quando se trata de
plantas aquáticas submersas.
 O fato de não emergir na superfície da água
dificulta tanto o manejo dessas plantas quanto a
detecção das áreas infestadas.
8

Introdução - 2
 Paraajudar na interferência espacial de
macrófitas aquáticas submersas, tem-se
usado o sensoriamento remoto.

uma alternativa que pode contribuir para


diminuir o esforço realizado em levantamentos
de campo.
9

Introdução - 2
 A vegetação aquática submersa é dependente da
disponibilidade de radiação, então sua localização
está correlacionada com a profundidade do corpo
de água.
 Assim, como a água absorve grande parte da
radiação, o trabalho parte da hipótese de que
imagens multiespectrais de alta resolução espacial
possibilitam detectar macrófitas submersas até uma
determinada profundidade.
10

Introdução - 2
 Afim de analisar o potencial da imagem de alta
resolução espacial – QuickBird na detecção de
macrófitas aquáticas submersas na área estudada.
 O estudo foi realizado em um trecho do rio
Uberaba, afluente do rio Grande, cuja área é de
fácil navegação e possui macrófitas submersas.
11

O QuickBird
É um satélite comercial da empresa DigitalGlobe.

 Foi lançado, em 18 de outubro de 2001, da Base


da Força Aérea de Vandenberg.

 Na altura do seu lançamento, era o satélite


comercial de resolução mais elevada em
funcionamento.

 Hoje, existem sensores ópticos de satélites com


uma resolução espacial ainda mais elevada.
12

O QuickBird
 O QuickBird gira em torno da Terra a uma distância de
600 km (cerca de 372 milhas).
 O sensor do QuickBird (uma câmara de alta
resolução) reúne imagens da superfície da Terra
durante o dia.
 O QuickBird foi
concebido para
cobrir grandes
áreas com grande
eficácia e precisão.
13

O Quickbird
O sistema recolhe dados pancromáticos de 61
centímetros e estereoscópicos multi-espectrais de
2,5 metros.
 Os dados obtidos são utilizados em aplicações:
 de cartografia;
 planeamento agrícola e urbano;
 investigação meteorológica;
 vigilância militar.
Objetivos
 Artigo 1:

Teve como objetivo, principal, estimar a


ocorrência de macrófitas aquáticas, em duas
épocas distintas, através da utilização do sensor
ETM+/Landsat o qual forneceu imagens orbitais
multiespectrais das áreas de interesse no estudo.
 Artigo 2:

Teve como objetivo investigar o potencial de


alta resolução imagem espacial, através do sensor
QuickBird, para detectar macrófitas submersas nas
condições específicas da área de estudo.
16

METODOLOGIA - 1

 Primeiramente foi levantada algumas


informações referentes localização e referências
geográficas dos reservatórios.

 Um mapa de referência das órbitas/ponto que


definem as imagens TM e ETM+/Landsat
selecionou as cenas que compõem a área de
abrangência dos reservatórios. Quick Looks
determinou quais imagens ETM+/Landsat seriam
avaliadas no decorrer do projeto.
17

 Dois software forneceram as ferramentas


necessárias para a análise dos dados de
sensoriamento remoto: o Spring e o Idrisi.

 Foramrealizados procedimentos no tratamento


e na análise dos dados multiespectrais, como
a:

 Criação de bancos de dados e projetos no


Spring
 Segmentação das imagens
 Classificação da imagens segmentadas
 Edição desta classificação
 Processamentos no software Idrisi
18

METODOLOGIA – 2

 Coletou-sedados de qualidade da água para


caracterizar o ambiente em que as macrófitas
aquáticas estavam se desenvolvendo.

 Um Ecobatímetro cabível de emitir sinais em


duas frequências do espectro sonoro foi
aplicado para obter dados tanto do relevo
submerso como das plantas presentes.
19

 O software utilizado na coleta dos dados foi o Visual


Acquisition. Os dados foram processados no EcoSAV
para localização e quantificação da vegetação
aquática submersa.

 Os arquivos processados geram uma tabela


contendo as coordenadas, tempo, profundidade,
altura das macrófitas submersas, porcentagem de
cobertura vegetal, entre outras.

 As tabelas obtidas por meio do EcoSAV foram


convertidas em formato compatível para serem
importadas no software Spring.
20

 Foram empregados quatro bandas da imagem,


três do visível e uma do infravermelho próximo.

 Importou as quatro bandas do QuickBird e


também a grade numérica da altura das
macrófitas imersas e da profundidade.

A relação entre a profundidade do corpo de


água e os resultados obtidos com a resposta
espectral do QuickBird foi analisada.
21

RESULTADOS E DISCUSSÃO - 1
 Tabela 1- Características dos Projetos constituídos para representar
cada reservatório

 Tabela 1- Características dos Projetos constituídos para


representar cada reservatório
RESULTADOS E DISCUSSÃO - 1
 Foi adotado o reservatório de Barra Bonita, como exemplo,
para ilustrar a configuração dos projetos caracterizados na
Tabela 1 e foram elaboradas composições coloridas das
bandas ETM+3, ETM+4 e ETM+5, associadas
respectivamente às componentes de cor azul, verde e
vermelho, como mostrado a seguir.
Figura 1- Reservatório de Barra Bonita – Figura 2- Reservatório de Barra Bonita-
23/Março/2001 27/Junho/2001
 Comparando-se a cor da água, observa-se maior variação
na resposta espectral da água em março de 2001. As
variações de tonalidade azul, devem-se à presença de
sedimentos em suspensão no corpo d’água, o que é
detectado na banda ETM+3, cujos níveis de resposta
espectral foram associados à componente de cor azul.
 As macrófitas emersas, aparecem em um tom de verde
intenso no corpo do reservatório, principalmente nos
braços dos rios Piracicaba e Tietê. Uma melhor
definição da ocorrência de macrófitas é percebida nas
figuras a seguir.
Figura 3- Classificação espectral da água Barra Figura 4- Classificação espectral da água Barra
Bonita - 23/03/2001 Bonita – 27/ 06/2001
 As classificações obtidas mostram a definição clara dos dois
tipos de água percebidos nas Figuras 1 e 2. Esses diferentes
tipos de água estão relacionados com a maior ou menor
concentração de sedimentos em suspensão, ou seja, à turbidez
da água, o que é particularmente representativo na cena
tomada em março
 As cenas classificadas servem tanto para a visualização e
análise da distribuição dos fenômenos registrados nas
imagens multiespectrais, como também permitem obter
estimativas da área ocupada. Desse modo, as figuras a
seguir mostram as variações obtidas para os reservatórios
de Bariri, Ibitinga, Promissão e Nova Avanhandava, a fim
de indicar a dispersão das áreas infestadas por macrófitas,
e uma eventual variação na cor da água associada à
ocorrência de sedimentos em suspensão.
Figura 5- Imagens resultantes da classificação espectral da água, representando o
reservatório de Bariri em: fevereiro/2001 e julho/2001.
 Para o reservatório de Bariri percebe-se uma situação
contrária à que foi observada em Barra Bonita quanto à
dispersão de macrófitas. Enquanto em Barra Bonita a
maior dispersão ocorria na época mais chuvosa
(março/2001), em Bariri a dispersão de macrófitas ocorre
agora na cena tomada na época mais seca (julho/2001).
No mais, a Figura 5 indica que quase não houve
variabilidade espectral na água decorrente da presença de
sedimentos em suspensão.
Figura 6- Imagens resultantes da classificação espectral da água, representando o
reservatório de Ibitinga em: fevereiro/2001 e julho/2001.
 A maior dispersão, em Ibitinga, de macrófitas foi
mapeada a partir da imagem tomada em julho/2001. No
reservatório de Ibitinga, a variação na resposta espectral
da água é percebida nos rios tributários, com pequeno
incremento em julho/2001 em relação a fevereiro/2001.
Figura 7- Imagens resultantes da classificação espectral da água, representando o reservatório de
Promissão em: fevereiro/2001 e julho/2001.
 Quanto ao reservatório de Promissão, percebe-se
novamente a dispersão de bancos de macrófitas no
corpo do reservatório na época mais seca. A
classificação obtida para a imagem tomada em
fevereiro/2001 sugere maior homogeneidade da água
nessa época, quando comparada com aquela obtida a
partir dos dados de julho/2001, a qual apresenta alguns
braços com água com alguma variabilidade espectral.
Figura 8- Imagens resultantes da classificação espectral da água, representando o
reservatório de Nova Avanhandava em: fevereiro-março/2001 e julho-agosto/2001.
 As classificações obtidas para ambas as tomadas de imagem
do reservatório de Nova Avanhandava mostram que não há
macrófitas emersas dispersas ao longo do espelho d’água, mas
que a ocorrência dessas plantas está praticamente restrita à
parte final do reservatório, próximo à Usina de Promissão. A
mesma observação é válida quanto à presença de sedimentos
em suspensão, modificando a coloração da água em Nova
Avanhandava.
Tabela 2- Área total por reservatório e por classe (ha) estimada a partir da classificação
desenvolvida no Spring, discriminando cada fase da análise
 A superfície do espelho d’água reduziu consideravelmente
na fase II (época mais seca) em relação à fase I (meses mais
chuvosos), para os reservatórios de Barra Bonita, Ibitinga e
Promissão.

 Quanto à presença de macrófitas, apenas Barra Bonita


acusou uma área consideravelmente maior dessa classe na
fase I (época da cheia). Os demais reservatórios mostraram
aumento na área ocupada por macrófitas na fase II (seca).
 No sentido de oferecer uma visão abrangente da
dispersão espacial de macrófitas e da presença de
sedimentos ao longo dos reservatórios que compõem o
complexo Tietê, as Figuras 9 e 10 mostram os
mapeamentos temáticos resultantes da composição das
classificações individuais dos cinco reservatórios,
respectivamente para cada época de tomada de dados.
Figura 9- Mapeamento temático resultante da composição das classificações individuais dos
reservatórios do Complexo Tietê- fase 1, com base nas imagens ETM+/Landsat de fevereiro-
março/2001.
Figura 10- Mapeamento temático resultante da composição das classificações individuais
dos reservatórios do Complexo Tietê- fase 2, com base nas imagens ETM+/Landsat de
junho-julho-agosto/2001.
 A comparação entre as Figuras 9 e 10 indica que,
enquanto na época da cheia os bancos de macrófitas
estavam praticamente restritos ao corpo d’água
representado pelo reservatório de Barra Bonita, o
período mais seco se caracteriza pela dispersão dos
bancos de macrófitas ao longo dos demais reservatórios.
 Finalmente, na Tabela 3 são apresentadas, para cada
época, as estimativas de área mapeada por classe para os
cinco reservatórios em conjunto. Os números mostrados
indicam que a superfície do espelho d’água teve uma
considerável redução em área da época da cheia para a
época mais seca. Por outro lado, a área total ocupada por
macrófitas ao longo dos cinco reservatórios avaliados
aumentou na época mais seca.
Tabela 3- Estimativa de área por classe mapeada ao longo dos reservatórios do Complexo Tietê,
gerenciados pela AES Tietê S.A.
45

RESULTADOS E DISCUSSÃO - 2

 Para garantir a eficiência da resposta


espectral do sensor utilizado foi feita uma
análise das variáveis limnológicas.

Tabela 1. Média e desvio padrão das variáveis limnológicas do rio


Uberaba
46

 Para a alta resolução espacial na área


estudada foram observadas pequena porção
de macrófitas submersas situadas nas
margens do rio.

 Para a caracterização espectral da imagem


QuikBird (Figura 2) a partir de outra
abordagem, foram utilizadas técnicas de
análise multivariada. Para analisar os
resultados obtidos com essas técnicas
separou-se a região em três classes.
47

Tabela 2. Descrição das classes A, B e C

Figura 2: Classificação supervisionada por regiões utilizando o classificador de Bhattacharrya em (a) e divisão
da área em três classes (A – Com Macrófitas Submersas e Detectado na Classificação; B – Com Macrófitas
Submersas e Não Detectado na Classificação; e C – Sem Macrófitas e Não Detectados na Classificação) em
(b).
48

 Numa área de aproximadamente 300 000


m², tem-se 114 000 m² com vegetação
submersa, ou seja, uma infestação de 38%.

 Dessa região com macrófitas 24 000 m² foi


classificada, totalizando 21% de detecção
com a imagem.
Classe A
8%
Região
de Classe B
Estudo 30%

Classe C
62%
49

Figura 5. Relação entre as primeiras componentes principais geradas


com as três bandas do visível mais a banda do infravermelho próximo da
imagem QuickBird.

 Observa-se claramente que as classes B e C


não se diferenciam, ou seja, há uma forte
relação entre essas classes. Já a classe A é bem
discriminada com relação às outras classes.
50

 Em regiões onde não se encontram


plantas, a distância é a própria
profundidade.
D=P–A
D: Distância entre a superfície e o dossel da vegetação submersa;
P: Profundidade do corpo de água;
A: Altura das macrófitas submersas.

Tabela 4. Distâncias entre a superfície e o dossel da vegetação


51

 Comparação entre 1 e 2

 O artigo 1 macrofitas emersas e no artigo 2 para a


detecção de macrófitas submersas.

 Enquanto no artigo 2 não teve nenhum tipo de


interferente significativo em relação a resposta
espectral no estudo do artigo 2 teve sedimentos
em suspensão.

 Analisando as imagens resultantes dos sensores é


possível observar uma relação entre os dois
estudos, apesar de serem macrófitas emersas e
submersas pode-se perceber que as macrófitas
se concentram principalmente nas margens.
Conclusão
Artigo 1

A metodologia utilizada foi parcialmente


confirmada;

 QuickBirdque foi capaz de detectar apenas uma


pequena parcela (21%) da região infestada por
macrófitas;
A resposta espectral da imagem não foi capaz de
distinguir regiões, não classificadas, com a
presença de vegetação aquática submersa
daquelas sem vegetação;

A partir, da análise da coluna da água foi possível


observar que as macrófitas imersas estão
diretamente ligadas com a profundidade do corpo
d’água.
Artigo 2
O procedimento metodológico adotado foi eficaz
para:
 a definição espacial dos pontos de amostragem de
coleta da água;
 análise de dispersão das macrófitas emersas em
regiões com água de cor diferente.

 Entretanto,as bandas espectrais utilizadas nesses


sistemas de sensores não têm finalidade da
identificação de variações na resposta espectral
da água.
Conclusão Geral
 Pode-se constatar que as imagens orbitais do
sensoriamento remoto tornam-se essenciais para
auxiliar a coleta de informações e dados
complementares, os quais permitirão uma análise
abrangente das configurações de grandes áreas;

 Para a aquisição de melhores resultados é


importante considerar a finalidade entre o que é
relevante para a aplicação do estudo e as
características dos sensores.
57

Referências
 ENGESAT. QuickBird. Disponível em:
http://www.engesat.com.br/satelites/quick-bird-
2/. Acesso em: 19 abril 2015.

 ESA. QuickBird. Disponível em:


http://www.esa.int/SPECIALS/Eduspace_PT/SEM9
HE65P1G_0.html. Acesso em: 19 abril 2015.

Você também pode gostar