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Agricultura de Precisão
na Aplicação de
Defensivos Agrícolas
» Módulo 3: Sensores utilizados na aplicação de
defensivos agrícolas em tempo real
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
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SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa
GESTORA
Rosilene Jaber Alves
COORDENAÇÃO
Fernando Couto de Araújo
Fonte Shutterstock
Você já ouviu falar em radiação? Essa tecnologia utilizada em exames de saúde é também res-
ponsável pelo sensoriamento remoto, e tem diversas aplicações para a distribuição de defen-
sivos. Uma delas é a detecção de alvos como pragas, doenças e plantas daninhas visando à
aplicação a taxa variável em tempo real.
Mas como isso acontece? Essa detecção se dá por meio da interação verificada entre a radiação
emitida pelo objeto de estudo, e sensores capazes de captar as ondas eletromagnéticas dessa
radiação. O princípio básico dessa técnica é que todo corpo com temperatura acima de zero grau
emite certa radiação em um comprimento de onda e frequência que são específicos para aquele
corpo.
Pois bem, neste módulo veremos como tudo isso funciona e de que maneira esta técnica contri-
bui para o sucesso da operação.
Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-
biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem.
Aula 1
Sensoriamento na aplicação de defensivos agrícolas
Com o uso da tecnologia da radiação, torna-se possível identificar e diferenciar os objetos em
estudo, conhecendo suas características espectrais. Uma das vantagens dessa tecnologia está
no ganho de tempo obtido entre a detecção do problema, e as tomadas de decisão relativas ao
volume de calda e à dose mais adequada a ser utilizada no tratamento.
espectrais
Tópico 1
Uso e aplicação das técnicas de sensoriamento
Para a aplicação de defensivos agrícolas, existe um grande potencial de uso dessa técnica, uma
vez que se trata de uma operação que visa atingir alvos específicos e por vezes, de difícil visua-
lização. Além disso, é uma operação que requer cuidados especiais pelo fato de que, quando
realizada de forma indevida, pode gerar elevado impacto ambiental.
reflectância
As ondas eletromagnéticas diferem uma das outras pela forma como são
produzidas, e também de acordo com o seu comprimento e com a fre-
O que
quência gerada por elas, que vai desde as ondas de rádio, que são as
são ondas
menores, até aquelas de maior frequência, que são as ondas gama. Essa
eletromagné-
faixa de frequência constitui o chamado espectro eletromagnético, que é
ticas?
a distribuição das radiações eletromagnéticas conhecidas em função do
comprimento de onda.
O espectro eletromagnético foi dividido em três regiões, com denominações específicas de acor-
do com as fontes e tipos de processos envolvidos na geração da radiação:
• ultravioleta (UV);
• visível (VIS);
• infravermelho (IR).
Os sensores são capazes de detectar a reflectância das superfícies no campo para cada tipo de
radiação que compõe o espectro eletromagnético, de forma a permitir um posterior processa-
mento e interpretação dos registros por um especialista. Assim, é possível tomar uma decisão
mais acertada sobre a operação. Acompanhe o exemplo a seguir e veja como funciona a aplica-
ção prática de toda teoria mencionada.
2. A elevada reflectância na banda infravermelha (IR) está relacionada com os aspectos fisio-
lógicos da folha, e varia com o conteúdo de água na estrutura celular superficial, sendo um
importante indicador de sua natureza, estágio de desenvolvimento, sanidade etc.
3. Além disso, essa superfície possui valores diferentes de reflectância para cada comprimento
de onda, desde o azul até o infravermelho próximo.
Fonte: <http://www.inpe.br/unidades/cep/atividadescep/educasere/apostila.htm>.
Essas informações são processadas por softwares específicos para a criação de índices indicado-
res de ataques de pragas que causam desfolha ou raspam a superfície foliar, alterando a forma e
a capacidade de refletir a radiação.
Saiba Mais
Você pode visualizar um exemplo de sensor utilizado para captar informações da lavoura
e gerar dados para aplicações tempo real. Trata-se do modelo Cropspec. Poderá inclusive,
assistir a um vídeo dessa aplicação. <http://www.agrosystem.com.br/produto/cropspec>
Em geral, as formas de coleta das informações podem ser feitas em três níveis: terrestre, subor-
bital e orbital.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde verificar como o sensoriamento remoto pode ser utilizado na aplicação de
defensivos para detecção de alvos específicos, pelo fato de permitirem a obtenção de informa-
ções dos objetos sem estar em contato direto com eles. Para tanto, este mecanismo se baseia no
princípio de que todos os corpos emitem radiação específica, o que permite a sua identificação
e diferenciação dos demais objetos. Essa característica é denominada assinatura espectral, e
tem diversas aplicações na Agricultura de Precisão. Os sensores detectam a radiação emitida
e a transforma em sinal elétrico para a geração de imagens, gráficos ou mesmo planilhas de
dados que possam ser interpretados por especialistas para estudo do fenômeno de interesse. O
sensoriamento também pode ser utilizado para acionamento de diversas partes do pulverizador.
Os primeiros dispositivos tinham a capacidade de gerenciar apenas o volume de calda, por meio
da alteração na pressão, de acordo com a velocidade de trabalho. Atualmente, os sensores de-
sempenham funções bastante específicas na aplicação de defensivos.
Hoje, existem diversos tipos de sensores capazes de executar tarefas muito específicas nos pul-
verizadores em geral. Dentre os mais utilizados, destacam-se os sensores para medição de velo-
cidade, vazão e altura da barra.
Portanto, o objetivo específico dessa aula é que você seja capaz de reconhecer os principais tipos
de sensores utilizados nas aplicações de defensivos.
Tópico 1
Sensores para medição da velocidade
Quando a velocidade reduz, ocorre o aumento do volume de calda aplicado por hectare nos
pulverizadores convencionais, pelo fato de as pontas continuarem pulverizando com a mesma
vazão.
Basicamente, os pulverizadores utilizam três tipos de sensores para medir velocidade: sensor de
pulsos, tecnologia de GNSS e radares. Conheça cada um deles a seguir.
Fonte: Baio e Antuniassi, 2011. Eles também podem ser afetados pela patinagem dos
rodados. Nesse caso, o rodado gira sem proporcionar
deslocamento pela perda de atrito com o solo, ainda
assim, o sensor registrará pulsos “entendendo” erro-
neamente que o pulverizador está se deslocando.
Fonte: Adaptada de
<http://www.pulverizar.
com.br/gps.htm>.
Fluxômetro
eletromagnético
Os sensores eletromagnéticos possuem funcionamen-
to similar, ou seja, também emitem pulsos, porém não
possuem partes móveis, o que lhes garante maior vida
útil.
A altura da barra de pulverização em relação aos alvos é um fator primordial para a qualidade
da distribuição dos defensivos. Ela é determinada de acordo com o tipo de ponta selecionada,
e não deve sofrer variações durante a aplicação. Alturas acima do ideal podem aumentar as
perdas por deriva, pelo fato de a gota ter que percorrer maior distância antes de atingir o alvo.
Fonte: <http://www.geoagri.com.br/produtos.aspx?idSub-
Categoria=8c17b0c5-8c11-47fc-b173-bd820a8d2e5c>.
Outros sensores que podem ser utilizados nos pulverizadores tratam da detecção de alvos es-
pecíficos nas plantas, como folhas atacadas ou manchas resultantes da presença de colônias
de fungos ou bactérias espalhadas pelas plantas. O sensor identifica o alvo e a sua localização,
possibilitando realizar a abertura das pontas exatamente sobre ele. Essa tecnologia ainda é
incipiente e requer maiores estudos e aprimoramentos para ser mais utilizada pelos produtores
em geral. Entretanto, tem um bom potencial de uso devido ao conceito de aplicação localizada
nela implicado.
Recapitulando
Nesta aula, vimos que os pulverizadores equipados com tecnologia para aplicação a taxa va-
riável possuem diversos tipos de sensores. Dentre os mais comuns, destacam-se aqueles que
medem velocidade, vazão e altura da barra. Os principais sensores que medem velocidade são
os sensores de pulsos, radares e GNSS. Os fluxômetros mais utilizados são os tipos turbina,
magnético e pressostato. Já os sensores que medem a altura da barra se baseiam no princípio
do ultrassom.
Desta forma, muitos fabricantes se motivaram para desenvolver sensores específicos para serem
utilizados nos pulverizadores. Isso contribuiu para que os pulverizadores pudessem distribuir os
produtos de forma cada vez mais localizada, melhorando a eficiência da aplicação.
Nesse sentido, ao final desta aula espera-se que você seja capaz de:
• executar procedimentos necessários ao uso dos sensores remotos nas aplicações de defen-
sivos agrícolas.
Tópico 1
Eficiência e aplicação de defensivos
A aplicação de defensivos é considerada uma das operações mais ineficientes praticadas pelo
ser humano. Isso se deve ao fato de se tratar de uma operação acometida por diversos tipos de
perdas e porque normalmente se empregam elevadas doses de agrotóxicos para que os contro-
les sejam obtidos.
Como visto nas aulas anteriores, nas últimas décadas os pulverizadores sofreram diversos apri-
moramentos, o que possibilitou melhorias na distribuição dos defensivos, que passaram a ser
aplicados diretamente sobre os alvos.
Para ajustes no volume de calda nos pulverizadores hidráulicos, têm-se três alternativas: varia-
ção da velocidade de trabalho, troca das pontas e alteração na pressão de trabalho. Conheça
cada uma delas nos tópicos seguintes.
Tópico 2
Variação da velocidade de trabalho
A alteração na velocidade de trabalho é uma alternativa viável apenas quando se deseja reduzir
o volume aplicado. Nesse caso, a indicação é aumentar a velocidade, o que contribuiria para o
aumento da Capacidade de Campo da operação, ou seja, a operação seria realizada em menor
tempo.
Depois de serem testados e validados nas aplicações de corretivos e fertilizantes a taxas va-
riáveis, diversos controladores e sensores foram adaptados com sucesso nos pulverizadores,
permitindo a variação do volume de aplicação.
Tópico 3
Troca das pontas
Com relação à troca das pontas, atualmente, ela pode ser feita de forma automática na seguinte
situação: se o pulverizador for dotado de um corpo de bico múltiplo automatizado, que permita
a colocação de até cinco pontas hidráulicas, para que elas possam ser acionadas quando neces-
sário. Nesse caso, é possível fazer o chamado “corte bico a bico”, ou seja, pode-se fechar apenas
uma ponta específica e manter a vazão desejada nas outras pontas.
Fonte: <http://www.dubex.com/selector/selector_dophouders.htm>.
Tópico 4
Alteração na concentração do insumo
Para alterar a dose do defensivo mantendo o mesmo volume de calda, o pulverizador deve
possuir reservatórios diferentes para armazenar a água (ou outro diluente) e o defensivo. Uma
das vantagens desse sistema é a economia de água na pulverização, pois, nesse caso, altera-se
apenas a concentração do produto a ser aplicado.
Fonte: <http://www.agencia.cnptia.
embrapa.br/Repositorio/1622_000fkl0f-
2ta02wyiv80sq98yqf7fpgf0.pdf>.
Bomba peristáltica
As bombas peristálticas operam à baixa pressão e, por
isso, deve-se realizar a injeção do defensivo em um
ponto antes da bomba principal, proporcionando boa
homogeneização do produto na calda, eliminando a
necessidade de um disposto adicional no pulverizador
para realizar essa função. Entretanto, estas bombas
podem apresentar menor tempo de resposta na alte-
ração da dose pelo fato de os defensivos serem inje-
Fonte: <http://carros.hsw.uol.
tados em um ponto distante da ponta de pulverização.
com.br/calibrador-automatico-de-
-pneus1.htm>.
Saiba Mais
Tópico 5
Tempo de resposta e dosadores
O tempo de resposta no acionamento dos dosadores é uma caraterística muito importante nos
pulverizadores utilizados para aplicações a taxa variável. Veja sua definição a seguir.
Alguns pulverizadores possuem a função que permite ajustar a velocidade da abertura e do fe-
chamento da válvula principal do circuito de pressão. A vantagem disso é que se torna possível
adequar o tempo de resposta do sistema de pulverização de acordo com as condições da área a
ser pulverizada. Quanto maior a velocidade da válvula, menor o tempo de resposta e mais rápida
será a alteração no volume aplicado.
Entretanto, se as condições do terreno não forem uniformes, por exemplo, se houver presença
de terraços, ou a necessidade de realizar manobras de cabeceira com frequência, pode haver
instabilidade no sistema de pulverização devido à grande sensibilidade às variações de veloci-
dade que poderão ocorrer.
Recapitulando
Nesta aula, você pôde verificar que a aplicação de defensivos agrícolas é uma operação que
ainda necessita de muitos aprimoramentos visando ao aumento da eficiência. As técnicas de
sensoriamento remoto possibilitam algumas dessas melhorias pelo fato de proporcionarem a
distribuição dos produtos pela área de forma mais localizada. Os equipamentos mais utilizados
são os pulverizadores hidráulicos, que são dotados de sensores e fazem a alteração dos volumes
de calda, mantendo a concentração constante, ou podem manter o volume de calda constante e
variar a concentração do produto por meio da injeção do defensivo diretamente na tubulação de
pulverização. Com este equipamento, tem-se a opção de aplicar mais de um defensivo em uma
única passada sem fazer a mistura no mesmo tanque.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
b) Todo o corpo com temperatura acima de zero grau emite radiação com as mesmas fre-
quências e comprimento de onda.
b) Os sensores utilizados para medir a velocidade, que são de tipo pulso eletromagnético,
não são afetados pela patinagem.
c) Os sensores utilizados para medir a vazão, que são de tipo eletromagnético, sofrem des-
gaste acentuado devido à densidade elevada da calda.
d) Os sensores utilizados para medir e ajustar a altura da barra, na maioria das vezes, são de
tipo eletromagnético.
a) O tempo de resposta dos sensores empregados nos pulverizadores hidráulicos deve ser o
mais lento possível para proporcionar boa distribuição dos defensivos.