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Programa Agricultura de Precisão

Agricultura de Precisão
na Aplicação de
Defensivos Agrícolas
» Módulo 5: Eficiência na aplicação de
defensivos agrícolas

Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos Agrícolas » 1


Ficha técnica
2015. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO

INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/

PROGRAMA AGRICULTURA DE PRECISÃO

PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


José Mário Schreiner

TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e
Tiago Freitas de Mendonça.

SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO


Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva,
Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago de Castro Raynaud de Faria.

SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa

GESTORA
Rosilene Jaber Alves

COORDENAÇÃO
Fernando Couto de Araújo

IEA - INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS S/S


Conteudistas: Renato Adriane Alves Ruas e Juliana Lourenço Nunes Guimarães

TRATAMENTO DE LINGUAGEM E REVISÃO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S

DIAGRAMAÇÃO E PROJETO GRÁFICO


IEA: Instituto de Estudos Avançados S/S
Módulo 5
» Eficiência na aplicação de defensivos agrícolas

Fonte: Shutterstock.

Sabe-se que a produtividade de uma lavoura pode ser diretamente afetada pela infestação de
pragas, doenças e plantas daninhas. Como visto neste curso, um dos métodos de controle é a
utilização de defensivos agrícolas, os quais exigem alguns cuidados para garantir boa eficiência
na aplicação. Desta forma, deve-se conhecer bem as recomendações e as condições ideais para
a aplicação destes defensivos.

Neste módulo, apresentaremos as orientações necessárias para a realização de uma pulveriza-


ção com boa eficiência.

Atenção! Sempre que finalizar a leitura do conteúdo de um módulo, você deve retornar ao Am-
biente de Estudos para realizar a atividade de aprendizagem.

Siga em frente e faça bom proveito!

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Aula 1
Fatores que interferem na eficiência da aplicação de defensivos
agrícolas
Sempre que se pretende fazer a aplicação de defensivos agrícolas, é necessário conhecer todos
os fatores que interferem na eficiência da aplicação, de forma a minimizar o efeito negativo des-
tes fatores e garantir bons resultados agronômicos com a operação.

Erros na aplicação ou uma aplicação com baixa eficiência proporcionam prejuízos financeiros ao
produtor, causados pelo gasto com o produto e pela redução da produtividade gerada pela falta
de controle da praga, doença ou planta daninha. Além disso, as chances de contaminação do
meio ambiente e do ser humano aumentam consideravelmente.

Ou seja, os fatores que mais interferem na eficiência da aplicação são aqueles relacionados às
condições do ambiente, à máquina, ao produto e ao operador.

Portanto, ao final desta aula espera-se que você seja capaz de:

• compreender os fatores que interferem na eficiência da aplicação de defensivos agrícolas;

• conhecer as condições ideais de aplicação de defensivos agrícolas.

Tópico 1
Vento

A ação do vento sobre as gotas que são pulverizadas na plantação pode levá-las para longe do alvo.

Quanto maior a velocidade do vento e menor o tamanho da gota, maior é


a deriva, ou seja, maior é a distância percorrida pela gota até se depositar
sobre o solo. Este efeito, além de reduzir a eficiência da aplicação, aumenta
as chances de contaminação do operador e/ou do meio ambiente.

A condição ideal do vento durante a aplicação de defensivos agrícolas é de uma leve brisa:

se o vento estiver muito forte, terá como efeito a deriva das gotas, enquanto o contrário pode
dificultar a movimentação da gota até o alvo.

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Velocidade do ar
aproximadamente Descrição Sinais visíveis Pulverização
na altura do bico

Menos que Fumaça sobe


2 km/h Calmo Não recomendável.
verticalmente.

Quase A fumaça é
2.0 - 3.2 km/h Não recomendável.
calmo inclinada.

Brisa As folhas oscilam.


3.2 - 6.5 km/h Ideal.
leve Sente-se o vento na face.

Vento Folhas e ramos finos em Evitar pulverização


6.5 - 9.6 km/h
leve constante movimento. de herbicidas.

Movimento de galhos.
Vento
9.6 - 14.5 km/h Poeira e pedaços de Impróprio.
moderado
papel são levantados.
Fonte: Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

Tópico 2
Temperatura e umidade relativa do ar

Um fator que reduz a eficiência da aplicação de defensivos agrícolas é a evaporação da gota


antes de atingir o alvo.

A evaporação da gota é diretamente afetada pela temperatura e pela umi-


dade relativa do ar. Quanto maior a temperatura e menor a umidade rela-
tiva do ar, mais rápido ocorre a evaporação da gota e, consequentemente,
menor é a distância percorrida e menor é a chance de atingir o alvo.

Dica

Evite fazer a pulverização nas horas mais quentes do dia. As condições ideais para pulve-
rização são: temperatura menor do que 30°C e umidade relativa do ar maior do que 55%.

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Tópico 3
Diâmetro da gota

O tamanho da gota é representado pelo valor de seu diâmetro, e pode ser determinado em
campo através da utilização de etiquetas de papel hidrossensível, colocadas em locais com ca-
racterísticas semelhantes às do alvo.

O diâmetro da gota é o resultado da combinação entre o tipo de ponta utili-


zada no bico do pulverizador e a pressão de trabalho. Pontas de menor va-
zão produzem gotas de menor diâmetro. Da mesma forma, quanto maior a
pressão de trabalho, menor o diâmetro da gota.

Quanto menor o diâmetro da gota, maior a quantidade de gotas produzidas e melhor é a cober-
tura do alvo. Gotas menores também proporcionam menor escorrimento sobre o alvo e maior
penetração do produto, proporcionando boa eficiência na aplicação.

400µm 200µm

1 8

64 512

100µm 50µm

Fonte imagem :<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/


defensivos-agricolas/aplicacao-aerea-de-agroquimicos-1.php>.

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Por outro lado, quanto menor o diâmetro da gota, maior é a possibilidade de sofrer deriva pela
ação do vento ou de evaporar antes de atingir o alvo, diminuindo a eficiência da aplicação.

Portanto, para se determinar o tipo de gota ideal para a aplicação, deve-se levar em conta:

• as condições do ambiente;

• o tipo de produto utilizado;

• o alvo a ser combatido;

• as características da cultura etc.

De forma geral, o tamanho da gota deve ser grande o suficiente para que não sofra deriva e, ao
mesmo tempo, pequeno o suficiente para proporcionar boa cobertura e penetração do produto,
sem causar escorrimento.

Tamanho da gota de pulverização

Gotas Deriva Cobertura Penetração Escorrimento

Grandes (>400µm) Bom Ruim Ruim Ruim

Médias (200 - 400 µm) Médio Médio Médio Médio

Pequenas (<200 µm) Ruim Bom Bom Bom


Fonte: Elaborada pelo autor.

Saiba Mais

A gota é gerada no processo de pulverização da calda de aplicação, quando a calda passa


por um pequeno orifício sob pressão. Ela é muito importante durante a aplicação de defen-
sivos agrícolas, pois é o veículo responsável por transportar o produto até o alvo.

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Tópico 4
Pontas de pulverização

A ponta de pulverização corresponde ao componente do bico responsável pela formação das


gotas. Existem vários tipos e marcas de pontas no mercado. Para facilitar o entendimento das
características de cada ponta, elas são padronizadas e representadas por diferentes tipos de
cores, de acordo com a vazão e o tamanho de gota produzida.

Classe de Símbolo Cor DMV - um DMV - um PRD


pulverização (ASSABE) (BCPC)

Muito final MF Vermelha < 100 < 119 Muito Alto


> 57%

Fina F Laranja 100-175 119-216 Muito Alto


20 - 57%

Média M Amarela 175 - 250 217 - 352 Alto


5,7 - 20%

Grossa G Azul 250 - 375 374 - 464 Médio


2,9 - 5,7%

Baixo
Muito Grossa MG Verde 375 - 450 464 <2,9 %

Extramemen- EG Branca > 450 ------------ Baixo


to Grossa
Fonte: Elaborada pelo autor.

A escolha do tipo ideal de ponta a ser utilizada depende do tipo de alvo a ser combatido, do tipo
de produto aplicado, do equipamento utilizado, das condições do ambiente, entre outros. Veja a
diferença entre elas.

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Proporcionam gotas menores, com boa cobertura do alvo e penetração
do produto, baixo escorrimento e menor necessidade de reabastecimen-
to do pulverizador. Porém, proporcionam maior evaporação da gota an-
Pontas de
tes de atingir o alvo e maior possibilidade de deriva, consequentemen-
menor vazão
te maior risco de contaminação do meio ambiente e/ou do trabalhador,
além de apresentarem menor eficiência em atingir alvos no interior de
plantações muito densas ou com alto volume de plantas.

Proporcionam gotas maiores, com menor possibilidade de deriva e maior


facilidade de atingir alvos no interior de vegetações densas. Porém, exi-
Pontas de
gem maior necessidade de reabastecimento do pulverizador, estão sujei-
maior vazão
tas a maior possibilidade de escorrimento e a menor cobertura do alvo.

Dica

Para garantir a eficiência da aplicação, deve-se analisar pontualmente a ponta mais reco-
mendada de acordo com as características de cada aplicação.

Tópico 5
Características do produto, operador e outros fatores

A eficiência da aplicação de defensivos agrícolas é altamente dependente do tipo de produto


utilizado. De nada adianta atender a todos os requisitos necessários se for utilizado o produto
errado durante a pulverização.

Portanto, a recomendação do defensivo agrícola mais adequado para cada


situação, bem como a dose, adjuvantes e demais recomendações, devem ser
prescritas por um Engenheiro Agrônomo, de acordo com o diagnóstico reali-
zado na lavoura e com o tipo de alvo que se deseja combater.

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Sabe-se que o operador é um dos fatores mais importantes durante a pulverização. Portanto, sua
segurança e correta capacitação para manuseio do equipamento deve ser prioridade.

Atenção

O trabalhador encarregado da aplicação de defensivos agrícolas, por lei, deve ser treina-
do para exercer tal atividade. Além disso, ele deve ser responsável e comprometido, para
atender a todas as recomendações e tomar os cuidados necessários garantindo, assim, a
eficiência da aplicação.

Sobre as demais regulagens, antes de cada aplicação, deve-se verificar o seguinte check list de
atividades.

Regulagem Realizar a regulagem e a calibração do pulverizador, de forma a propor-


e calibração cionar as condições ideais de pulverização relacionadas à máquina.

Conhecer bem as características do alvo, ou seja, se é móvel ou imóvel, se


Característi- é de hábito diurno ou noturno, se apresenta alguma estrutura de prote-
cas do alvo ção, por exemplo, de forma que se consiga aplicar o produto no momen-
to e na forma correta.

A qualidade da água também é um fator importante. A utilização de água


com grande concentração de sais pode provocar uma reação com o pro-
Qualidade duto aplicado, ocasionando redução de sua eficiência ou formação de
da água precipitado e posterior entupimento do equipamento. Já a utilização de
água suja pode ocasionar o entupimento de filtros e pontas de pulveriza-
ção, prejudicando a vazão e a formação ideal de gotas.

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Recapitulando
Vários fatores possuem potencial de redução da eficácia da aplicação de defensivos agrícolas e,
portanto, devem ser considerados para garantir uma boa eficiência. Entre os fatores que mais
afetam a pulverização, podemos citar aqueles relacionados:

• às condições climáticas (o vento, a temperatura e a umidade relativa do ar);

• com a regulagem e calibração;

• ao tipo de ponta de pulverização e tamanho da gota produzida;

• ao produto (tipo de produto, dose, adjuvantes, entre outros);

• ao operador, que deve ser qualificado para atender a todas as recomendações de forma se-
gura.

Também se deve entender as características do alvo, para realizar a aplicação no momento e


forma corretos, e utilizar água de boa qualidade.

Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!

Siga em frente e aproveite bem a atividade!

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Atividade de aprendizagem
Você chegou ao final do Módulo 5 do Curso Agricultura de Precisão na Aplicação de Defensivos
Agrícolas. A seguir, você realizará algumas atividades relacionadas ao conteúdo estudado neste
módulo. Lembre-se que as repostas devem ser registradas no Ambiente de Estudos, onde você
também terá um feedback, ou seja, uma explicação para cada questão.

1. Considerando o que você estudou sobre os fatores que interferem na eficiência da aplicação
de defensivos agrícolas, assinale a alternativa correta:

a) A pulverização deve ser feita nas horas mais quentes do dia.

b) Quanto maior a temperatura e menor a umidade relativa do ar, mais rápido ocorre a eva-
poração da gota.

c) As pontas de maior vazão produzem gotas de menor diâmetro.

d) Quanto maior o tamanho da gota e maior a velocidade do vento, maior é o potencial de


deriva.

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