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TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO: FATORES

RELACIONADOS - PARTE 1
Reginaldo Teodoro De Souza
Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho
EVT - Jales – SP
Sumário
Serão abordados nesta apresentação
fatores relacionados à tecnologia de aplicação, onde
cuidados para o aplicador , equipamento e relações
de fatores para melhoria da cobertura, interferência
climática e escolha de pontas de pulverização; uso
de adjuvantes para eficiência de controle.
Panorama atual da viticultura:
Uso indiscriminado de agrotóxicos
Uso de produtos proibidos em outros países Sustentabilidade?
Respeito ao período de carência?

Porcentagem de dissipação do fungicida tebuconazol


na solução de lavagem de folhas de videira com e sem
o uso de cobertura plástica.
DEFINIÇÃO:
É o emprego de todos os conhecimentos científicos que proporcionem a
correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, em
quantidade necessária, de forma econômica, com o mínimo de
contaminação de outras áreas (Matuo, 1990).

Equipamentos de pulverização
Tecnologia nova?
APÓS 1939 - Equipamentos são basicamente os que estão em uso.
Segundo Cromwell (1972), o turboatomizador foi inventado por G.W. Daugherty
em 1937, durante a 2a Guerra, pela falta de mão de obra e os primeiros usuários
foram os produtores da Flórida.
Cuidados com o equipamento de
pulverização
Avaliar o equipamento de pulverização:
●verificar o funcionamento do manômetro,
●limpeza dos filtros,
●Vazamentos:
no tanque,
comando,
ramal de bicos ou na bomba
estado de conservação dos filtros.
●Pontas de pulverização:
Verificar a vazão das pontas conforme tabela e
especificação dos fabricantes;
maior que 10%, substituir as pontas.
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO
PROCESSO DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

MÁQUINA

TÉCNICA DE
PULVERIZAÇÃO TÉCNICA DE APLICAÇÃO

Tipo de líquido Estrutura da planta


Vazão de calda Posição do alvo
Tipo de bico Cobertura necessária
Tamanho de gota Velocidade de de trabalho
Pressão de trabalho Espaçamento das plantas
Capacidade operativa Volume de calda
Tecnologia de Aplicação

PROCESSO DE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

MÁQUINA

TÉCNICA DE PULVERIZAÇÃO TÉCNICA DE APLICAÇÃO


Ineficiência do produto Menor Produtividade
Custo financeiro
Danos a terceiros PERDAS MENOR LUCRO
Danos ambientais
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO

MÁQUINA PRODUTO

MOMENTO
ALVO
PRAGAS
disponível ou exposta em tempo
DOENÇAS
relativamente curto ou em locais
diferentes durante o processo.
PLANTAS DANINHAS

ciclo evolutivo: praga X planta cultivada estratégia de


controle

defensivo usado de forma a mais eficiente possível


alvo real definido em termos de tempo e espaço

RESULTADO BIOLÓGICO
TIPOS DE APLICAÇÃO:
Jato conduzido:
(assistência por ar)
Jato atraído
MANEJO DA CULTURA
COBERTURA DO ALVO
Cobertura pela fórmula de Courshee (1967)
C = 15[{(VRK ²)/(AD)];
Onde: C= cobertura (% de área)
V= Volume de aplicação (L ha -! )
COBERTURA
R= Taxa de recuperação (% do volume
aplicado captado pelo alvo)
K= fator de espalhamento de gotas
A= superfície vegetal existente no hectare
D= diâmetro de gotas
Elevar a cobertura 🡪 manter alto o numerador
🡪 diminuir o
denominador
Alto volume (V) 🡪 boa cobertura (mesmo com gotas grandes)
Taxa de recuperação 🡪 tamanho de gotas eficientemente
coletada
pelo alvo
assistência de ar
pulverização
eletrostática
Fator de espalhamento 🡪 diminuir tensão superficial;
CALDA
produto químico + diluente
🡪Diluente mais comum: Água
⮚ Fácil obtenção
⮚Custo baixo na fonte
⮚Custo no campo deve ser considerado
⮚Ampla opção de formulações compatíveis
Limitações do uso de água:
🡪Alta tensão superficial
Gotas depositadas na superfície
⮚forma esférica 🡪 pouca superfície de contato
⮚ Necessidade de agentes tensoativos:
- formulações com adjuvantes
- - acrescentar espalhantes adesivos
🡪Evaporação:
Fragmentação aumenta superfície do líquido perdendo a
porção volátil para esta superfície
Líquido volátil 🡪 perdas entre a máquina e o alvo
VOLUME DE PULVERIZAÇÃO
Volume 🡺 o uso adequado do equipamento
🡺 cobertura mínima necessária
Categoria de aplicação via líquida segundo Matthews (1979)
Designação Volume (L ha-1)
Culturas de campo Culturas arbóreas

Alto > 600 > 1000


Médio 200 - 600 500 - 1000
Baixo 50 - 200 200 - 500
Muito Baixo 5 - 50 50 – 200
Ultra baixo <5 < 50
Consenso entre pesquisadores:
Volume alto:
Aplicação feita até além da capacidade máxima de retenção das
folhas 🡪 até o escorrimento
Videira – Itália: 703 L ha-1 (atingiu ou ultrapassou o limite de retenção
de calda nas folhas) (Abi Saab & Antuniassi, 1996)
Volume ultra baixo:
Volume mínimo por unidade de área para se alcançar um controle
econômico
- depende das características do alvo
Distribuição percentual de traçador em videiras, comparando
diferentes bicos e pulverizadores
Região de Pulverizadores
FMC-Uva Airbus Airbus Airbus Airbus
amostragem 200 500 200 500
Yamaho
Pontas D3 JA-1 API 110-015
Volume de calda L
ha-¹ 600 372 246 501 503
Planta 61 67 82 46 47
Solo 5 23 8 20 19
Evap./deriva 34 10 10 34 34
Shaim et al., 2005. > Volume 🡪 < deposição
Padrão de gotas adequado 🡪 > deposição
Dosagem por 100 litros de água

Dupla camada

Unica camada
TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO: FATORES
RELACIONADOS - PARTE 2
Reginaldo Teodoro De Souza
Pesquisador da Embrapa Uva E Vinho
EVT - Jales – SP
FATORES QUE AFETAM O TAMANHO DAS GOTAS
A pulverização produzida por um equipamento de aplicação depende de
vários fatores que serão considerados a seguir:
Tipo de ponta:
⮚pontas de jato cônico cheio > jato plano > jato cônico vazio
⮚mesma forma de jato 🡪 diferentes tamanhos de gota
TT > DG > XR (mesma vazão)
Vazão: Ponta com vazão maior 🡺 > tamanho de gota
(mesma pressão)

Ponta Vazão Pressã Tamanho da


(l min-1) o (bar) gota

XR11004 1,29 2 maior

XR11002 0,65 2 menor


Pressão: 🡪 efeito inverso no tamanho de gota.
Ângulo do jato: 🡪relação inversa no tamanho de gota.
XR8003 à 2 bar > XR11003, na mesma pressão,

Propriedades do líquido:
Líquidos com maior viscosidade e tensão superficial
🡪maior quantidade de energia para pulverização.
Tamanho de gotas x cobertura
Tecnologia de Aplicação
ADIÇÃO DE ADJUVANTES NA CALDA:

alteram as características físicas do líquido.

●COM ESPALHANTE ●SEM ESPALHANTE

ESPALHANTE: Diminuição da tensão superficial do líquido.


Ação da redução da tensão superficial sobre superfícies das
folhas
Adjuvantes redutores de pH

Água dura podem interferir em uma aplicação através:


⮚reações químicas que alteram o produto
⮚dificultam a absorção pela planta ou até pela formação
de sedimentos=

Eficiência de controle

Todos os produtos químicos para proteção de culturas podem ser afetados


pela água dura.

⮚Redutores de pH disponíveis no mercado.


AMBIENTE X COBERTURA DO ALVO

PERDAS POR
EVAPORAÇÃO E DERIVA

PULVERIZAÇÃO

APLICAÇÃO

VENTO
TEMPERATURA
UMIDADE RELATIVA
Comportamento das gotas em diferentes condições ambientais
Comportamento das gotas em diferentes condições ambientais

VENTO

P
E
S
O

INGREDIENTE
ATIVO
Comportamento das gotas em diferentes condições ambientais
Importância de estações meteorológicas
Dias adequados para pulverização e desenvolvimento de doenças
Dias adequados para pulverização e
desenvolvimento de doenças
Tecnologia de Aplicação

Maior Menor
Cobertura do Cobertura do
Alvo Alvo

L/ha L/ha Menor


Maior
Potencial de Potencial de
MUITAS POUCAS GOTAS
Risco de GOTAS FINAS GROSSAS Risco de
Perdas Perdas

FIEL DA BALANÇA:
Condições Ambientais
SELEÇÃO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO

ESQUEMA DO CIRCUITO HIDRÁULICO DE UM PULVERIZADOR


Seleção de Pontas de Pulverização
Seleção de Pontas de Pulverização

Funções que as pontas de pulverização:

1 - DETERMINAM A VAZÃO (Quantidade)

2 - PRODUZEM AS GOTAS DE TAMANHO DETERMINADO


(Qualidade)
3 - PROPORCIONAM A DISTRIBUIÇÃO DO LÍQUIDO
PULVERIZADO (Qualidade)
CLASSIFICAÇÃO DAS PULVERIZAÇÕES EM FUNÇÃO DA
QUALIDADE

BCPC - ASAE POTENCIAL DE RISCO


CATEGORIA DE PERDAS (*)
S MUITO FINA
P
FINA E
MÉDIA R
GROSSA D
A
MUITO GROSSA S
EXTREMAMENTE GROSSA

(*) Comportamento relativo entre as categorias em


função das condições ambientais.
PONTAS

ponta convencional X ponta anti-deriva AI/AVI (direita)


Grato pela atenção!
Reginaldo Teodoro de Souza

Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho


reginaldo.souza@embrapa.br

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