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1- Introdução
A aplicação eficiente tem como finalidade a colocação do produto no alvo para que o
mesmo atue com a esperada eficácia.
A determinação da dosagem e dos procedimentos operacionais está diretamente
relacionada com a economia.
Finalmente a proteção dos aplicadores, dos consumidores dos produtos produzidos na
área tratada e do próprio ambiente está intrinsecamente ligados à segurança.
O objetivo de toda aplicação de agroquímicos para o controle de pragas, doenças e
plantas infestantes é cobrir o alvo com a máxima eficiência e o mínimo esforço.
A primeira fase, essencial em todo o processo, é a identificação do alvo biológico,
sendo este um dos aspectos mais negligenciados das operações de aplicações de
agroquímicos.
Além da indefinição do “alvo biológico”, ou seja, do exato local onde deverá ser
aplicado o produto químico, os agricultores em geral se defrontam, com frequência,
com vários problemas que dizem respeito à tecnologia de aplicação de agroquímicos.
Escolha de pontas, determinação de volume de pulverização, seleção adequada do
equipamento, calibração e manutenção são dúvidas frequentes no campo.
Alguns conceitos básicos são importantes para um melhor entendimento da tecnologia
de aplicação. São eles:
Vazão
Em hidráulica ou em mecânica dos fluidos, define-se por vazão, o volume por unidade
de tempo, que se escoa através de determinada seção transversal de um conduto livre
(canal, rio ou tubulação com pressão atmosférica) ou de um conduto forçado (tubulação
com pressão positiva ou negativa). Isto significa que a vazão é a rapidez com a qual um
volume escoa.
Assim define-se vazão como o volume de determinado fluido, que passa por uma
determinada seção de um conduto por uma unidade de tempo.
Na aplicação de agroquímicos a unidade usualmente adotada é litros por minuto (l/min),
embora existam outras unidades:
• m3/s - Metro cúbico por segundo
• m3/h - Metro cúbico por hora
• l/s - Litro por segundo
• l/h - Litro por hora
• ft3/s - Pé cúbico por segundo
• gal/min - Galão (US) por minuto (gpm)
A vazão de cada ponta varia de acordo com a suas características de fabricação, a pressão de
serviço.
Pressão
A pressão ou tensão mecânica (símbolo: p) é a força normal (perpendicular à área)
exercida por unidade de área.
Força
Pressão =
area
A unidade no sistema internacional (SI) para medir a pressão é o Pascal (Pa). A pressão
exercida pela atmosfera ao nível do mar corresponde a aproximadamente 101 325 Pa
(pressão normal), e esse valor é normalmente associado a uma unidade chamada
atmosfera padrão (símbolo atm).
A pressão relativa define-se como a diferença entre a pressão absoluta e a pressão
atmosférica. Os aparelhos destinados a medir a pressão relativa são o manômetro e
também o piezômetro.
Atmosfera é a pressão correspondente a 0,760 m de mercúrio (Hg) de densidade
13,5951 g/cm³ e numa aceleração da gravidade de 9,80665 m/s
Psi (pound per square inch), libra por polegada quadrada, é a unidade de pressão no
sistema inglês/americano: 1 psi = 0,07 bar ;1 bar = 14,5 psi
Em tecnologia de aplicação, utilizam-se principalmente as unidade Bar e Psi.
Volume de pulverização
Volume de pulverização é definido como a quantidade de solução (água + defensivo)
distribuída, por unidade de área (L/ha).
A tendência atual é reduzir o volume de líquido aplicado, o que leva à necessidade de
gotas menores para melhor cobertura. No entanto, a utilização de gotas pequenas
aumenta o risco de deriva, por outro lado, gotas muito grandes acarretam desperdício de
defensivo, os quais podem ser depositados em excesso nas superfícies externas das
plantas, não atingindo os pontos internos, ou se perdem por escorrimento.
A redução do volume de pulverização leva à necessidade de uma tecnologia mais
apurada, tanto por parte do construtor do equipamento, quanto por parte do técnico
envolvido na aplicação.
Se o volume for menor do que o necessário, a cobertura pode não ser satisfatória, e se for maior
poder haver escorrimento que implica em desperdício de produto e possíveis danos a natureza.
Dose
Dose pode ser definida como a quantidade de produto (agroquímico), em peso ou
volume, distribuído por unidade de área (kg/ha ou Litro/ha).
A dose do produto ou ingrediente ativo (i.a) varia de acordo com o ALVO biológico
(inseto, fungos bactérias ou plantas daninhas), produto e com o objetivo da aplicação.
Sua determinação é feita pelo Engenheiro Agrônomo responsável.
Faixa de deposição
Faixa de deposição é definida como a largura da área tratada relativa a uma passada do
equipamento.
Diâmetro de gota
Diâmetro de gota é a medida do tamanho da gotas, expresso por seu diâmetro, em
mícrons (1/1000 mm).
A nuvem de gotas deve ser formada ou composta de gotas grandes e/ou pequenas,
homogêneas ou não, dependendo do equipamento utilizado para a aplicação
Para se expressar numericamente o tamanho das gotas ou as características do fluxo
pulverizado, utiliza-se em geral como parâmetro, o diâmetro da mediana volumétrica
(DMV).
DMV é o diâmetro da gota que divide o volume aplicado por uma ponta, em duas partes
iguais. Uma constituída de gotas menores e outra constituída de gotas maiores que o
DMV.
Densidade de gotas
Densidade de gotas é definido como o número de gotas por unidade de área.
Esse parâmetro tem grande importância no controle de pragas, doenças e plantas
infestantes. Como parâmetros indicativos, utilizam-se as seguintes coberturas para
produtos não sistêmicos ou de baixa translocação, atendendo ainda as condições
climáticas existentes:
• Herbicida - 20 a 30 gotas/cm2 com diâmetros de 200 a 300 micra.
• Inseticida - 50 a 70 gotas/cm2 com diâmetros de 50 a 200 micra.
• Fungicida - 70 a 100 gotas/cm2 com diâmetros de 100 a 200 micra.
À medida que se reduz o volume de aplicação, a tendência é utilizar gotas menores.
O número e tamanho de gotas que se depositam por unidade de área do solo ou da
superfície foliar desempenha um papel preponderante na eficácia das aplicações.
Padrões de tamanho e densidade de gotas de pulverização.
Deriva
Deriva: desvio da trajetória das partículas liberadas pelo equipamento.
Quando as partículas não atingem o alvo, provocam uma perda, quando essa ocorre
dentro da cultura (material que não é coletado pelas folhas e cai no solo), pode ser
considerada como endoderiva (ou deriva tolerável), enquanto que as perdas para fora da
área tratada podem ser consideradas devido à exoderiva (ou deriva intolerável).
De qualquer maneira, a intensidade da deriva está relacionada com o tamanho da gota,
da distância que foi liberada em relação ao alvo, a sua velocidade de lançamento e da
velocidade do vento.
Quando se trabalha com caldas aquosas, os problemas de evaporação e deriva devem ser
analisados em conjunto, uma vez que à medida que perde peso por evaporação, a gota
fica mais sujeita ao arrastamento pelo vento, podendo inclusive desaparecer por
completo antes de chegar ao alvo.
Evaporação
A água é o diluente (líquido usado para reduzir a concentração do ingrediente ativo de
uma formulação para a aplicação), mais comumente utilizado nas pulverizações.
Porém, a água apresenta uma pressão de vapor relativamente alta, fazendo com que haja
uma diminuição do volume da gota produzida.
A intensidade da evaporação depende de vários fatores, dos quais os mais importantes
são: (a) a proporção de líquidos não voláteis ou partículas sólidas existentes na mistura;
(b) temperatura e umidade do ar e a velocidade do vento; (c) tamanho da gota e (d) o
tempo que a gota permanece no ar.
À medida que a água vai evaporando, as gotas diminuem de peso e, portanto, reduzindo
a possibilidade de impactar o alvo.
Gotas do mesmo tamanho podem ter comportamentos diferentes, se diferentes forem as
condições ambientais, como mostram os dados da tabela abaixo. Portanto, a observação
das condições de temperatura e umidade relativa do ar é muito importante para uma
aplicação correta.
Comportamento de gotas de diversos tamanhos, em diferentes condições ambientais:
Uma das relações matemáticas para a previsão do tempo de vida t (em segundos) de
uma gota em função do seu diâmetro d (em micrometros) e das condições ambientais
(depressão psicrométrica, isto é, a diferença entre as temperaturas indicadas pelos
termômetros de bulbo seco e de bulbo úmido), é a seguinte:
Solo
A textura do solo pode influenciar na dose do produto a ser utilizada, principalmente em
defensivos que são aplicados no solo.
Geralmente as doses para solos argilosos são maiores que para solos arenosos, já que os
argilosos possuem maior quantidade de colóides, que inibem o princípio ativo de alguns
defensivos. Outro fator importante é a topografia. Em áreas declivosas, pode-se tornar
inviável a aplicação com máquinas tratorizadas, uma vez que a segurança da operação
pode ficar bastante comprometida.
Alvo
Aquilo que foi escolhido para ser atingido pelo processo de aplicação (planta hospedeira
ou suas partes, organismo nocivo, planta infestante, solo etc.). Em função do tipo desse
alvo, a pulverização a ser produzida deverá ter características específicas para melhor
atingi-lo.
Dessa forma, uma aplicação de herbicida (em pré-emergência) sobre o solo, é mais fácil
de ser feita quando comparada com a de um inseticida de contato, quando o inseto a ser
controlado fica na superfície inferior das folhas. Por outro lado, a praga, pode estar
disponível ou exposta em tempo relativamente curto ou em locais diferentes durante o
processo. O conhecimento do ciclo evolutivo da praga e também da planta cultivada é
um aspecto importante para a definição da estratégia de controle.
Assim sendo, o defensivo deve ser usado da forma mais eficiente possível, o alvo real
tem que ser definido em termos de tempo e espaço, de maneira a ser aumentada a
porcentagem de produto que o atinge em relação daquilo que foi emitido pela máquina
aplicadora.
As principais características a serem observadas referem-se ao local, tamanho,
mobilidade e forma de propagação.
Um bom conhecimento do alvo permite escolher a técnica de aplicação, o equipamento,
a periodicidade e o defensivo a ser utilizado.
Princípio Ativo
O princípio ativo é o componente tóxico do defensivo nas formulações comerciais.
Atualmente, existe no mercado uma infinidade de produtos que devem ser analisados
criteriosamente quanto à dosagem, à técnica de aplicação, à forma de atuação e à
formulação.
Máquina
O sucesso de uma aplicação fitossanitária depende da regulagem, da manutenção e das
características operacionais da máquina aplicadora utilizada.
Grande importância tem sido dada ao agroquímico e pouca à técnica de aplicação. A
utilização de equipamento adequado e em boas condições é fator primordial para
obtenção dos resultados desejados.
População de gotas
Uma aplicação eficiente pressupõe uma perfeita cobertura da superfície e uma
distribuição uniforme das gotas produzidas. Caso se utilize um bico de pulverização que
produza gotas muito grandes, não haverá uma perfeita cobertura da superfície e
tampouco haverá uma boa uniformidade de distribuição, a não ser que se utilize grande
volume de líquido. Trabalhando com gotas menores, consegue-se, geralmente, uma
melhor cobertura superficial e uma maior uniformidade de distribuição.
As gotas muito grandes, devido ao seu peso, terminam no solo por escorrimento. As
gotas muito pequenas podem evaporar em condições climáticas de baixa umidade
relativa, ou serem levadas pela corrente de ar, provocando a perda de produto devido ao
fenômeno da deriva.
Na figura abaixo é possível verificar que, dividindo uma gota grande de 400 µm de
diâmetro em gotas de 200 µm, obtém-se oito gotas, com a mesma quantidade de água.
Se dividirmos essa mesma gota de 400 µm em gotas de 50 µm é possível obter 512
gotas. Isso demonstra que é possível obter boa cobertura, mesmo trabalhando com
pequenos volumes de pulverização.
Em aplicações de fitossanitários deve-se cuidar para que não apareçam gotas nem muito
grandes, nem muito pequenas. Os estudos têm demonstrado que gotas menores que 100
µm são arrastadas com facilidade pelo vento e sofrem deriva (MARQUEZ, 1997 e
LEFEBVRE, 1989). Da mesma forma, não se recomenda utilizar gotas maiores que 800
µm, devido a sua facilidade em escorrer.
De acordo com o tipo produto a aplicar é possível definir um número mínimo de gotas
por unidade de superfície. Geralmente, no caso de culturas de baixo porte, recomenda-
se utilizar os tratamentos de acordo com o Quadro 1.
QUADRO 1 – Recomendação da população de gotas para os tratamentos em culturas de
baixo porte
VOLUME DE CALDA COBERTURA
PRODUTO TRATAMENTO
(L/ha) (gotas/cm2)
Pré-plantio 200-500 20-40
Herbicidas Pré-emergência 150-300 20-30
Pós-emergência 150-300 30-40
Inseticidas 300-400 20-30
Fungicidas 300-400 50-70
De modo geral, não se recomenda aplicar um volume de calda acima de 400 L/ha, nem
abaixo de 100-150 L/ha, sem um monitoramento rigoroso das condições climáticas
principalmente.
4- Equipamentos para aplicação de agroquímicos
Existem no mercado diversos tipos de equipamentos para aplicação de defensivos, cada
um com suas características de funcionamento.
Para o agricultor é importante saber as vantagens e desvantagens da utilização de cada
equipamento, de forma a obter o melhor desempenho e menor custo de utilização.
Os pulverizadores hidráulicos são equipamentos capazes de fragmentar o líquido em
gotas devido a pressão exercida sobre a mistura (água + produto), proveniente de uma
bomba hidráulica.
São exemplos de pulverizadores hidraúlicos:
• Pulverizador costal manual
• Pulverizador motorizado
• Pulverizador de barra
C
B
Exemplos de pulverizadores costais manuais (a), costal com bomba elétrica (B) e com
bomba acionada por motor de combustão interna (c)
Alguns cuidados devem ser observados durante as operações com esses equipamentos:
1. Manter sempre uma velocidade constante de caminhamento durante a aplicação;
2. Manter sempre a pressão constante com acionamento da bomba cadenciado, ou
utilizar válvula de pressão constante.
As principais perdas com este equipamento estão relacionadas à falta de controle do
tamanho das gotas, à escolha incorreta das pontas de pulverização, não conseguindo a
densidade necessária para o controle químico em situações adversas de umidade relativa
baixa e temperaturas altas, e a vazamentos. 6
Pulverizador motorizado
É uma máquina utilizada principalmente para aplicação de defensivos agrícolas em
culturas anuais ou perenes. Também é muito utilizado na aplicação de agroquímicos em
áreas urbanas ou em instalações para criação de animais.
Possui um motor elétrico ou de combustão interna para acionamento da bomba
hidráulica.
É constituído por uma estrutura suporte, onde estão fixados o motor, bomba de
êmbolos, regulador de pressão e pistolas de pulverização com mangueiras flexíveis. O
reservatório é independente e possui sistema de agitação. Montado nessa estrutura, pode
ter rodas, podendo ser tracionado pelo homem, animal ou trator.
A B
Modelos de pulverizadores de barra, tração animal (A), tracionado por trator (B)
autopropelido (C)
Constitui um dos pulverizadores mais utilizados na agricultura, principalmente em
grandes áreas.
É constituído, geralmente, por um chassi, um depósito para colocação da mistura de
defensivo, uma bomba, uma câmara de compensação, comando com registro de
múltiplas saídas com alavanca, válvula reguladora de pressão, manômetro, filtros,
agitador de calda, mangueiras flexíveis e barra de pulverização, onde são montados os
bicos hidráulicos.
O circuito hidráulico da maioria do pulverizadores é representado no esquema abaixo:
O chassi no pulverizador de arrasto (ligado a barra de tração do trator) tem rodado alto,
para possibilitar um vão livre adequado e bitola regulável. No pulverizador montado
(ligado ao sistema de três pontos) há pontos de engate para o acoplamento e pontos de
apoio para estacionamento.
O reservatório apresenta capacidade volumétrica bastante variável. Os de maior
capacidade possuem quebra-ondas no seu interior. Na parte superior do tanque há uma
abertura, por onde se faz o reabastecimento, inspeção e limpeza do interior do mesmo. É
provido de filtro de malha fina e resistente, ou de metal perfurado.
O material de construção do reservatório pode ser polietileno de alta densidade,
principalmente nos menores, e resina de poliéster com reforços em fibra de vidro ou
fibra de vidro com revestimento interno de resina, nos de maior capacidade. Podem ter
indicadores de nível na sua parede ou com mangueira transparente externa.
O agitador de calda pode ser hidráulico ou mecânico, sendo que, na maioria dos
pulverizadores, os dois funcionam conjuntamente.
Na agitação hidráulica, utiliza-se o retorno do líquido da bomba, que passa pelo
regulador de pressão, fazendo-o sair através de um tubo rígido instalado no fundo do
reservatório e longe do bocal de sucção da bomba. O líquido pode vir também por uma
derivação dos bicos.
A agitação mecânica normalmente é realizada por uma ou mais hélices ou pás,
montadas em uma árvore paralela e próxima a parede do fundo do reservatório. Essa
agitação por vezes, é auxiliada pela existência de quebra- ondas no interior do
reservatório.
A bomba é um dos órgãos essenciais do pulverizador. Pode ser acionada pela tomada de
potência do trator ou pelo sistema hidráulico.
A câmara de compensação amortece as pulsações causadas pelas bombas de pistão,
permitindo leitura constante do manômetro. Com bombas do tipo centrífuga por
exemplo, não há necessidade desta câmara.
O conjunto de comandos deve estar ao alcance do operador. Constitui- se de registros de
múltiplas saídas com alavanca de controle, válvula reguladora de pressão e manômetro.
O número de vias de saída é variável e depende principalmente do tamanho da barra do
pulverizador.
As tubulações são estruturas flexíveis de plástico ou de borracha, reforçados. São
utilizadas para fazer a ligação entre os vários órgãos do pulverizador. Em alguns
equipamentos utilizam-se barra húmidas, em que o líquido é deslocado junto a barra e
sua parte interna.
Os filtros são elementos protetores do circuito hidráulico, retirando do mesmo eventuais
impurezas. São posicionados na abertura de abastecimento do reservatório, na sua saída,
no início de cada seção da barra e junto aos bicos.
A barra de pulverização constitui-se na estrutura de suporte das mangueiras e bicos.
Normalmente é construída em estrutura metálica ou PVC, de seção quadrangular ou
circular, podendo alcançar cerca de 30 m de comprimento. Normalmente é articulada
em seções para recolhimento durante o transporte. Pode apresentar mecanismo
nivelador e dispositivo de segurança contra choques em obstáculos. Alguns
equipamentos mais modernos possuem sensores de altura que controlam
automaticamente a distância da barra em relação ao alvo.
As mangueiras são normalmente de plástico flexível com reforços de náilon. Na traseira
do pulverizador pode haver carretéis ou enroladores para recolher as mangueiras.
Os bicos são constituídos por corpo, capa, filtro e ponta. Os jatos produzidos
apresentam configuração em leque ou em cone, segundo o tipo de ponta.
O reabastecedor consta de um bocal específico para a sucção de água levando-a da fonte
para o reservatório. Há duas mangueiras, sendo uma a que une a bomba e outra que liga
a bomba ao reservatório.
Os pulverizadores de barra podem ser do tipo:
• Pulverizadores montados e de arrasto
• Pulverizadores autopropelidos
Pulverizador Autopropelido
Pulverizadores autopropelidos, autopropulsados ou automotrizes são máquinas agrícolas
com grande capacidade de carga e alto rendimento operacional, utilizadas nas
aplicações de agroquímicos equipadas com motor, cabine e sistemas de pulverização
(bombas, barras, bicos, etc) em uma mesma plataforma, em um mesmo chassi.
São máquinas de alto desempenho, podem substituir cinco ou seis conjunto trator-
pulverizador, conseguem desenvolver velocidades entre 15 a 30 km/h durante as
pulverizações nas culturas em campo e até 70 km/h durante o translado. As barras de
pulverização possuem total acionamento hidráulico com sistema auto-nivelante e
medem entre 20 até 30 metros de comprimento.
Normalmente apresenta motor diesel, de quatro tempos, sistema de direção e barra de
pulverização. Apresenta barra que pode ser posicionada na parte anterior ou posterior da
máquina, com altura regulável.
Imagem de pulverizador autopropelido com barra auto nivelante e GPS
Conta com sistema de compensação com comando hidráulico para cada lado da barra,
permitindo manter a mesma paralela ao solo em terrenos irregulares ou em curva de
nível.
O chassi pode ser rígido ou articulado com estrutura reforçada. Apresenta cabine
climatizada, isolando o contato direto do operador com eventual deriva da aplicação.
Um pulverizador autopropelido com capacidade de carga para 3.000 litros, com barras
de pulverização com 27 metros de comprimento é capaz de conseguir um rendimento
operacional aproximado de 500 hectares em um único dia de trabalho. Se esse
equipamento não estiver corretamente calibrado e regulado, serão muitos hectares
aplicados de maneira incorreta, com grandes prejuízos para os produtores.
Não somente o pulverizador autopropelido precisa ser bem projetado e avançado, mas
também a tecnologia em bicos e pontas de pulverização também precisa ser
corretamente formatada para as condições de trabalho desse equipamento para que seja
possível conseguir a total eficiência nas aplicações de agroquímicos.
O monitoramento da qualidade nas aplicações de agroquímicos realizadas nesses
pulverizadores é de extrema importância, pois um erro de apenas 10 cm em uma faixa
de aplicação de 27 metros (comprimento da barra) poderá resultar em uma área de 400
metros quadrados sem deposição de agroquímicos, em somente 100 hectares aplicados.
Em um dia de aplicação, essa falha na faixa terá provocado uma área sem proteção
química em torno de 2.000 m².
Pulverizadores pneumáticos
Os pulverizadores pneumáticos, também são conhecidos no campo como atomizadores.
Tipos de atomizadores:
• Atomizador tipo canhão
• Atomizador costal motorizado
Pulverizadores hidro-pneumáticos
São também chamados de atomizadores tipo cortina de ar. Esses pulverizadores
constituem uma das alternativas viáveis para aplicação de defensivos em culturas
perenes, tais como citrus, macieiras, pessegueiros, cafeeiros, etc.
Termo-nebulizadores
São equipamentos capazes de produzir gotas com diâmetro menor que 50µm. Utilizados
geralmente para aplicação de inseticidas dissolvidos em óleo (diesel), que ao serem
colocados em contato com uma superfície aquecida, ou ar quente, sofrem evaporação.
Pulverizador eletrostático
O princípio de funcionamento do pulverizador eletrostático baseia-se em transferir
cargas elétricas às gotas, as quais quando se aproximam do objeto aterrado (planta) com
carga de sinal contrário a sua, são fortemente atraídas a este.
Vazão (L/min) 0,4 0,6 0,8 1,2 1,6 2,0 2,4 3,2
Com relação a designação dos bicos, existe uma variação quanto aos fabricantes e
órgãos de pesquisa. Adiante seguem alguns exemplos utilizados:Segundo a BCPC
(British Crop Protection Council) tem-se: F110/1.44/2.5, em que:
F significa bico tipo leque (fan);110: ângulo de abertura em graus 1.44: vazão nominal
dos bicos (L/min) 2.5: pressão de trabalho (bar)
Tipos de pontas
Ponta tipo cone
Os bicos com pontas do tipo cone são formados pelas seguintes partes:
1. Ponta (Bico) tipo cone vazio
Os bicos do tipo cone vazio têm como característica uma deposição do líquido maior na
porção mais externa do cone. Possuem um padrão de distribuição com menos líquido no
centro, aumentando depois um pouco para voltar a cair bruscamente, nos extremos. Não
são, em geral, recomendados para aplicação de herbicidas. São geralmente aconselhados
para aplicação de inseticidas, fungicidas e dessencantes, em culturas com grande massa
foliar, onde a penetração do jato e a cobertura são críticas.
Trabalham normalmente com uma pressão de 2 a 10 bar, produzindo um ângulo de 70º
a 80º e gotas muito pequenas, o que favorece a deriva. São montados na barra
portabicos com uma distância entre 0,25 m e 0,50 m, para permitir alcançar o volume
necessário de fitossanitário por área tratada. Também são recomendas para aplicação de
fertilizantes foliares).
Como esses bicos trabalham a altas pressões, têm uma vida útil muito pequena quando
são fabricados em latão. Por esta razão, os fabricantes preferem construí-los de material
cerâmico, que propicia maior durabilidade.
Como característica principal, tem-se a boa capaciade de penetração e cobertura dos
alvos, no entanto, em geral apresentam alto risco de deriva. Recentemente, lançou-se no
mercado uma variável desta ponta com indução de ar, com isto, reduziu-se o risco de
deriva, em função das gotas de maior diâmetro, no entanto, a cobertura ficou
comprometida.
Os bicos tipo leque são os mais utilizados na área agrícola devido a sua diversidade de
utilização.
Produzem um jato plano à saída do bico, formando um ângulo característico em forma
de leque.
Ponta de impacto
As pontas de impacto, da mesma forma que as pontas tipo leque, produzem um jato em
forma de leque, com um ângulo de pulverização grande, variando de 110 a 140º.
O efeito de divisão do líquido em gotas produz-se pelo impacto do jato com uma
superfície plana. Como possuem um orifício de saída circular, são menos sujeitos a
entupimentos.
Possuem maior deposição de líquido nas extremidades do jato. Podem trabalhar a
pressões muito baixas (0,7 a 1,8 bar), produzindo gotas grandes, diminuindo o problema
da deriva.
Essas pontas são recomendados para a aplicação de herbicidas sistêmicos a baixo
volume, bem como para aplicação utilizando pulverizadores costais de acionamento
manual.
Características das pontas de pulverização
A ponta de pulverização é um componente de fundamental importância em um
pulverizador, pois dele depende a vazão e a qualidade das gotas produzidas. Dessa
forma influência diretamente a qualidade da pulverização.
Existe uma grande variedade de pontas no mercado. Pontas que formam diversos
ângulos de pulverização, que trabalham em pressões diferentes, que produzem gotas de
vários tamanhos e que têm vazões diferentes.
São característica das pontas de pulverização
• Ângulo do Jato
• Tamanho de gotas
• Posicionamento
• Durabilidade
Ângulo do jato
As pontas de pulverização são projetados para produzir os jatos de pulverização, com
um determinado ângulo em uma certa pressão.
À medida que se varia a pressão, varia-se o ângulo do jato de pulverização.
• Aumenta a pressão = Aumenta o ângulo do jato de pulverização.
• Diminui a pressão = Diminui o ângulo do jato de pulverização
Os mais comuns no mercado são os de 80 e 110 graus, sendo que este último apresenta
duas grandes vantagens:
• Possibilita trabalhar com a barra mais próxima do alvo, diminuindo a deriva.
• Menor influência, em termo de uniformidade de distribuição, pela oscilação da
barra.
Produto Gotas/cm²
Inseticida 20 a 30
Herbicidas (pré-emergentes) 20 a 30
Herbicidas (pós-emergentes) 30 a 40
Fungicidas (sistêmicos) 30 a 40
Fungicidas (de contato) > 70
Qualidade da água
Em relação a qualidade da água alguns ítens influenciam diretamente na durabilidade
das pontas e também na eficiência dos defensivos aplicados, como:
• Porcentagem de elementos químicos como cloro, enxofre, cálcio, magnésio,
entre outros.
• Deverá ser o mais limpa possível, ou seja, sem algas, areia, lodo ou qualquer
tipo de matéria orgânica.
De nada ter o melhor equipamento de pulverização se a agua para realizar a
pulverização não for de boa qualidade
Tipo de produto
Os produtos usados na pulverização têm formulações bem variadas que necessitam ou
não serem diluídas. Dentre as que são diluídas tem-se os pó-molháveis, suspensão
concentrada ou emulsionado concentrado que possuem abrasividade relativamente alta,
devido as partículas sólidas que aceleram o processo de desgaste das pontas.
Os produtos para aplicar sem diluição podem ter a seguinte formulação:
• DP – Pó
• GP - Polvilho Fino
• ED – Líquido para pulverização eletrostática
• MG – Microgranulado
• SO – Óleo para formar película
• SU – Solução para aplicar em UBV (ultra baixo volume)
• GR - Granulado
• CG – Granulado encapsulado
• FG – Granulado fino
• GG – Macrogranulado
• TP – Pó para despitagem
• UL – Produto para aplicar em UBV
Troca de pontas
Durante a utilização dos bicos de pulverização, é importante atentar também para outro
fator: os bicos devem ser trocados quando sua vazão diferir mais de 10% em relação a
média de vazão de todos os bicos.
Métodos práticos de calibração
Antes de realizar a calibração de qualquer pulverizador é importante verificar:
• Funcionamento da bomba hidráulica;
• Condições dos filtros;
• Estado dos bicos;
• Funcionamento dos registros ou regulagem da vazão;
• Funcionamento dos manômetros ou registros de regulagem da pressão;
• Estado das tubulações;
• Funcionamento dos agitadores, etc.
3o) Aplicar na área, por faixa, usando uma cadência igual a de trabalho;
4o) Medir a quantidade aplicada;
5o) Determinar o volume de pulverização aplicando a seguinte fórmula:
Q(L/ha)= V(L)*100
em que:
Q – volume de pulverização (L/ha) V -
volume gasto na área (L)
Exemplo:
Um produtor calibrando seu pulverizador costal gastou 4,3L para pulverizar 100m2.
1- Determinar o volume gasto em 1ha
Q(l/ha)= volume x100
Neste exemplo em 100m2 gastou-se 4,3L, então em 1 ha:
Q= 4,3x 100 Q= 430L/ha
Volume do pulverizador
costal
X= 0,093L =93ml/pulverizador
3- Numero de tanques
Volume de agua por ha
NT= volume do tanque L
430
NT= NT= 21,5 tanques
20
Correções necessárias
a) Volume de aplicação abaixo do desejado:
• Aumentar a pressão nas pontas (dentro da faixa recomendada para cada ponta);
• Diminuir a velocidade;
• Trocar as pontas utilizados por pontas de maior vazão.
b) Volume acima do desejado:
• Diminuir a pressão;
• Aumentar a velocidade de deslocamento;
• Trocar as pontas utilizados por pontas de menor vazão.
Obs. De forma geral, se o volume de pulverização diferir mais de 25% do volume
desejado, trocar as pontas, caso contrário, alterar a pressão de trabalho e a velocidade de
pulverização. Em geral, os agricultores no campo dispõe de um recipiente graduado que
dispensa a realização do cálculos, fornecendo uma leitura direta do volume de
pulverização.
Aplicação aérea
A aviação agrícola possui um papel fundamental no aumento de ganho de
produtividade, pela sua natureza de rápida e eficaz cobertura. O avião agrícola, nada
mais é que uma máquina aplicadora como qualquer outra, porém apresenta
particularidades, não apenas por ser uma máquina que voa, mas pelas características
dinâmicas envolvidas na aplicação.
Estudo dirigido
5- Você chega em uma propriedade rural e o produtor diz que precisa fazer uma
pulverização contra a sigatoka amarela num cultivo de bananas., o produtor lhe
mostra um pulverizador costal com um bico leque da cor azul com os seguintes
numeros : F110/2.0/2.5. Assim o produtor pergunta a você o que significa estes
numeros? O bico é adequado para fazer esta pulverização? Ele precisará regular e
calibrar o pulverizador?
6- Por que a gota de pulverização não pode ser muito pequena para pulverizar
herbicidas?
8- Ao chegar a uma propriedade rural o produtor lhe informa que gastou 500ml de
para pulverizar uma planta de citros, com um pulverizador costal, o espaçamento
entre as plantas é 3x3 m, e a área a ser pulverizada é de 5ha. Qual o volume de
calda que ele deve preparar para pulverizar a área toda, sabendo-se que a dosagem
do oxicloreto de cobre é de 2kg/ha. Qual a quantidade de produto que ele deve
colocar por tanque de 20L. Quantos tanques ele gastará para pulverizar os 5 ha.
Quer fazer a aplicação de herbicida em uma area de 3500m 2, porem ele so tem
800ml do herbicida, e pergunta a vc se esta quantidade é suficiente para cobrir
toda a area? E quantos tanques terá que preparar para cobrir toda a area?
Diz que tem um pulverizador costal com bico cone cheio, e que gastou 2,8L de
agua para cobrir uma area de 100m2. A dose do herbicida é de 2L/ha.
10- Um produtor sabendo que você estuda agropecuaria, lhe faz a seguinte pergunta:
Tem uma area de 0,15ha plantada com alface, e quer pulverizar oleo de Neem em
toda a area, para controlar os insetos pragas. E lhe diz que gastou 5,2L de agua
para pulverizar 250m2.Assim ele pergunta a você se os 200ml de oleo de Neem
que tem são suficientes para pulverizar toda a sua area?
11- Quais são os fatores que afetam a pulverização, e explicque como eles afetam a
pulveriação?