Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Agricultura de Precisão
na Aplicação de
Defensivos Agrícolas
» Módulo 2: Mapas de variabilidade para
aplicação de defensivos agrícolas
INFORMAÇÕES E CONTATO
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás - SENAR/AR-GO
Rua 87, nº 662, Ed. Faeg, 1º Andar: Setor Sul, Goiânia/GO, CEP: 74.093-300
(62) 3412-2700 / 3412-2701
E-mail: senar@senargo.org.br
http://www.senargo.org.br/
http://ead.senargo.org.br/
SUPERINTENDENTE
Eurípedes Bassamurfo da Costa
GESTORA
Rosilene Jaber Alves
COORDENAÇÃO
Fernando Couto de Araújo
Uma situação interessante nas lavouras ocorre quando o manejo localizado das infestações cau-
sadas pelas pragas, doenças e plantas daninhas reduz as doses de defensivos. Isto proporciona
inclusive benefícios econômicos e ambientais.
Para que esse manejo se torne operacional, é necessário que sejam elaborados mapas de varia-
bilidade que indiquem a forma de distribuição das infestações no espaço e no tempo dentro das
lavouras. Exatamente como isso ocorre é o que veremos neste módulo. Vamos lá?
Portanto, ao final desta aula, espera-se que você tenha desenvolvido a habilidade de reconhecer
os tipos de mapas de variabilidades mais usados nas aplicações a taxas variáveis de defensivos
agrícolas.
Tópico 1
Manejo e Variabilidade
Uma das principais premissas da Agricultura de Precisão é o manejo localizado com base na
variabilidade dos solos e das lavouras. Assim, podemos deduzir o quão importante é a correta
interpretação destes mapas de variabilidade, já que é a partir dessa análise que as decisões são
tomadas.
Para reduzir essas perdas, o que se verifica com frequência na prática é o uso de defensivos agrí-
colas em área total. Para atingir o alvo, normalmente empregam-se elevadas doses e volumes
de calda. Nesse caso, sugere-se uma demanda média da aplicação de defensivos na área.
Essa é uma área do conhecimento que, apesar dos diversos avanços obtidos nos últimos tem-
pos, ainda não conta com definições de níveis de danos para diversas pragas, doenças e plantas
daninhas que atacam as lavouras.
Tópico 2
Mapas de variabilidade espacial
Tópico 3
Mapas de variabilidade temporal
Agora, veja quais são as principais características dos mapas de variabilidade temporal.
0 - 202
202 - 404
404 - 606
606 - 808
808 - 1010
1010 - 1212
1212 - 1414
sen
tid
od
ot 1414 - 1616
ráf
ego
de
má 1616 - 1616
qu
ina
s
N
100 0 100 200m
L 0
Os mapas de variabilidade espacial para análise de doenças nas lavouras são bons para a pre-
dição de ataques que podem ser severos, sendo bons indicativos para a entrada do controle
químico corretivo e preventivo na área. Nesse caso, recomenda-se que o mapa seja elaborado o
mais rápido possível, a fim de tratar do problema com antecedência.
Isso ocorre, basicamente, por causa do dinamismo da disseminação dos fungos e bactérias, que
pode acontecer naturalmente, devido aos fatores climáticos, ou através da ação humana, como
a movimentação das máquinas pelas lavouras, que acabam transportando os micro-organismos
de um lado para o outro.
Fonte: <http://www.smartbiotecnologia.com.br/site/>
Recapitulando
Nesta aula, você viu que os mapas de variabilidade espacial e temporal referentes às infestações
das pragas, doenças e plantas daninhas são a base para a aplicação de defensivos agrícolas a
taxa variável. Os mapas de variabilidade espacial fornecem informações pontuais que permitem
a distribuição de doses e volumes de calda de defensivos específicos para cada intensidade da
mancha de infestação, proporcionando economia e redução do impacto ambiental normalmen-
Aula 2
Elaboração de mapas de variabilidade
A elaboração dos mapas de variabilidade para aplicação de defensivos requer adoção de técni-
cas de amostragens específicas de acordo com cada infestação. A técnica de amostragem ado-
tada deve operar de forma veloz, tendo em vista a intensidade do ataque das pragas, doenças e
plantas daninhas, além de ser de fácil execução e de baixo custo. É importante que se conheçam
as principais formas de coleta de informações e o seu processamento, a fim de se fazer uso da
técnica mais adequada para cada situação e obter mapas confiáveis.
Tópico 1
Técnicas de amostragem e infestações
• Grau de contagiosidade.
Conhecimentos
necessários para • Espécies presentes.
coleta de dados
• Intensidade.
• Modo de reprodução.
O manejo integrado define as técnicas mais adequadas para obtenção de informações para cada
tipo de infestação. De modo geral, podem-se adotar três técnicas de amostragem de acordo
com o deslocamento pela área: caminhamento em grade de amostragem, caminhamento no
contorno das manchas e deslocamento das máquinas pelo campo. A seguir, essas três técnicas
serão descritas em detalhes.
Tópico 2
Caminhamento em grande mostragem
Dentro de cada grade amostral podem ser feitas avaliações quantitativas e qualitativas. Veja.
Tópico 3
Caminhamento no contorno das manchas
Consiste no deslocamento feito por um operador pelo perímetro das manchas com o auxílio de
receptor de sinal GNSS para georreferenciar a área infestada. Em cada mancha realiza-se a iden-
tificação das espécies presentes e o estádio de desenvolvimento. Para amostragens em áreas
muito extensas, geralmente utiliza-se um veículo para facilitar o deslocamento.
É um método muito empregado para amostragem de plantas daninhas, pois é menos trabalhoso
do que outros métodos, é rápido e de fácil implementação, resultando em maior economia na
aplicação de herbicidas.
Entretanto, os contornos das reboleiras podem ser de difícil visualização se as plantas daninhas
ainda estiverem pequenas ou muito distantes entre si, dificultando a delimitação do perímetro.
Reboleiras
Tópico 4
Deslocamento das máquinas pelo campo
É possível realizar o mapeamento de áreas infestadas por pragas, doenças e plantas daninhas
acompanhando o deslocamento das máquinas agrícolas durante as operações, por exemplo, de
subsolagem, adubação, aplicação de defensivos e colheita. Confira a seguir as etapas.
Captura de imagens
Diversas empresas têm proposto a obtenção de imagens aéreas retiradas a partir de unida-
des móveis de voo de baixa altitude, conhecidas como drones. Eles são capazes de se deslo-
car por grandes extensões territoriais e obter imagens georreferenciadas de boa qualidade.
Essa mesma técnica também pode ser utilizada através de imagens obtidas por satélites,
normalmente a maiores custos, ou então por sensoriamento remoto.
Após a coleta dos dados, deve-se realizar o seu processamento empregando softwares espe-
cíficos. De modo geral, esses softwares associam a informação registrada ao local de onde
ela foi extraída. Assim, a qualidade da coleta dos dados no campo é fundamental para a
elaboração de mapas confiáveis. Nessa etapa, são executados procedimentos matemáticos
que identificam a semelhança de valores vizinhos, de modo a formar um agrupamento de
valores. Trata-se da geoestatística que, diferentemente da estatística clássica, processa os
dados de acordo com a dependência espacial entre eles.
Drones
Uma informação valiosa que também pode ser extraída desses mapas é a definição da distância
que poderá ser adotada entre a coleta das amostras, visando à elaboração de outros mapas para
estudo da mesma infestação naquela área.
Com o avanço da informática na agricultura, atualmente diversas máquinas são equipadas com
softwares capazes de elaborar mapas de variabilidade com rapidez e boa confiabilidade. Nesse
caso, é muito importante o operador ser devidamente treinado para lidar com os recursos ofe-
recidos pelo programa.
Recapitulando
Nesta aula, você viu como a elaboração dos mapas de variabilidade para aplicação de defensi-
vos requer a adoção de técnicas de amostragem específicas, de acordo com as características da
infestação das pragas, doenças e plantas daninhas. Dentre as principais formas de amostragens
destacam-se: caminhamento em grade de amostragem, caminhamento no contorno das man-
chas e deslocamento das máquinas pelo campo.
Diferentemente das outras operações a taxa variável, os pulverizadores podem fazer aplica-
ções a taxa variável baseando-se em mapas de recomendação georreferenciados, ou utilizando
sensores para aplicações em tempo real. Para funcionar adequadamente, os equipamentos de
pulverização a taxa variável devem atender aos padrões de comunicação entre as interfaces
oferecidas pelos diferentes fabricantes.
Assim, espera-se que ao final desta aula você seja capaz de:
Tópico 1
Taxa variável e eficiência
Isso ocorre porque, normalmente, aplicam-se doses acima daquelas que realmente seriam ne-
cessárias para realizar o controle, a fim de compensar as perdas que acometem a aplicação.
Dentre essas perdas, podem-se destacar aquelas causadas pelas condições climáticas inade-
quadas durante a aplicação que, a depender da condição, pode espalhar os produtos aplicados
para locais distantes dos alvos.
Por considerar que as pragas, doenças e plantas daninhas possuem distribuição uniforme pela
área, aplica-se o mesmo volume de calda em concentração constante do produto. Dessa forma,
em alguns locais há aplicações em excesso e em outros, aplicação carente.
Nesse aspecto, a aplicação de defensivos difere das demais operações pelo fato de poder ser
realizada de duas formas distintas.
Tópico 2
Comando de pressão
É importante ressaltar que quanto maior a pressão na barra de pulverização, menor é o tamanho
das gotas, o que pode acarretar em maior deriva. Para reduzir o volume aplicado, deve-se, por-
tanto, abrir a via de retorno para o tanque de pulverização reduzindo a quantidade de calda que
vai para barra. O comando pode apresentar um número maior de vias em função da quantidade
de seções existentes na barra de pulverização. De todo modo, existem diferenças entre os mo-
delos convencionais e mais modernos. Acompanhe!
Pulverizadores Convencionais
Em geral, determinam uma posição para a válvula do comando, que mantém a mesma vazão
das pontas, independentemente de eventuais variações na velocidade de trabalho. Nesse
caso, o volume de calda aumenta e diminui quando a velocidade diminui e aumenta, respec-
tivamente.
Possuem comandos que ajustam automaticamente o retorno da calda para o tanque, varian-
do a vazão das pontas de acordo com a velocidade de trabalho, visando à manutenção do
volume de calda por hectare constante.
Fonte: <http://www.tecnomark.ind.br/produtos.php?id=smartSprayerCom>.
Esses comandos também podem atuar ajustando o retorno dentro de uma mesma velocidade
de trabalho, consequentemente, eles alteram o volume aplicado, de acordo com a demanda do
mapa de recomendação, praticando a aplicação a taxa variável.
Tópico 3
Bomba
• Nesse caso, o acionamento da bomba é realizado por motor hidráulico de rotação variá-
vel pelo fluxo hidráulico.
• A vazão que a bomba desloca é ajustada de acordo com a rotação, assim, quando se de-
seja vazão máxima, a bomba deve ser operada com a máxima rotação.
Tópico 4
Interface ISOBUS
Tendo em vista que os exemplos de tecnologia vistos anteriormente são considerados bastante
viáveis para aplicação de defensivos, o que se vê são diversas empresas investindo em vários
equipamentos para aprimorar a aplicação a taxa variável. Para você ter uma ideia, em meados
da década de 2000, já havia no mercado vários pulverizadores com diferentes interfaces entre os
sistemas eletrônicos e o operador, o que dificultou o entendimento da apresentação das infor-
mações e, por vezes, impossibilitou a comunicação entre os componentes eletrônicos.
Pensando nisso e em diminuir a complexidade dessas interfaces, foi criado o Protocolo de comu-
nicação denominado ISOBUS (Padrão ISO 11783). O termo ISO se refere à International Organiza-
tional for Standardization, e o termo BUS se refere ao barramento que sugere uma padronização
entre as conexões físicas das partes que compõem os sistemas eletrônicos dos pulverizadores,
baseada em um sistema chamado CAN (Controller Area Network).
Em geral, a configuração desses componentes eletrônicos pode ser feita de dois modos: básico
e avançado.
Configuração básica
Utilizada para a entrada de dados rotineiros de aplicação, quando se deseja pulverizar gran-
des extensões uniformes.
Configuração avançada
Permite a entrada de dados que eventualmente sejam necessários para alterar alguma in-
formação da configuração básica. Como acontece na maioria dos microcomputadores, em
caso de inserção de dados equivocados, pode-se retornar à configuração básica por meio da
opção “reset”.
Nas próximas páginas, você vai encontrar a atividade de aprendizagem para verificar os conhe-
cimentos construídos ao longo deste módulo. Não esqueça que você deve entrar no Ambiente
de Estudos para registrar as respostas no sistema, que também vai liberar o próximo módulo de
conteúdo!
3. Considerando a aplicação de defensivos a taxa variável descrita nesta aula, determine a al-
ternativa correta.
b) Aplicações de defensivos a taxas variáveis são realizadas apenas por meio de mapas geor-
referenciados, como ocorre com as demais operações.
c) A variação do volume de calda pode ser feita por ajustes no comando de três vias, ou na
rotação da bomba centrífuga nos pulverizadores autopropelidos.