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Aula

Saúde sexual e
reprodutiva de
adolescentes

Profa. Caroline Salles


Material baseado em aula ministrada por Costa Junior, A. L.
Sexualidade humana
 Inicia-se na concepção

 Primeiras manifestações na infância

 Envolve sentimentos relacionados:


• Expectativa
• Desejo
• Ideais
• Conflitos
• Prazer e desprazer

 Interação com a identidade de gênero  Expressão


pública de um conjunto de condutas esperadas
associadas à sexualidade e à vida cotidiana
DIVERSIDADE SEXUAL

• Biológica e fisiológica
• Orientação sexual
• Identidade sexual
• Comportamento sexual
DIVERSIDADE SEXUAL

• Jurídico
• Genético
• Endócrino
• Morfológico
• Psicológico

Referência: Maranhão, O. R. Curso Básico de Medicina Legal, 2002


Sexualidade humana na
adolescência

 Relevância:

• Alcance da capacidade reprodutiva

• Consolidação da identificação sexual (orientação


sexual)
Expressão da sexualidade
 Frequentemente a sexualidade é
primeiro expressa em contextos de
romance

 Função do namoro ou romance –


ensinar habilidades relacionadas:

• Autoconhecimento  percepção da
própria personalidade,
necessidades pessoais e valores).
• Reciprocidade  fortalecimento de
sentimentos como compreensão,
afeto e lealdade)
Expressão da sexualidade
 Dois estilos de adolescentes sexualmente ativos:
1. Monógamos seriais – criam relacionamentos com
uma pessoa por vez.
2. Aventureiros sexuais – a relação sexual é vista
como uma atividade de prazer, que não requer
amor ou intimidade

Atenção!!! Deve-se distinguir sexualidade do


comportamento sexual
Sexualidade humana
 Mudança no perfil de aceitabilidade de relações sexuais entre
adolescentes e jovens nos últimos 50 anos (Belsky, 2010, pg. 288)
 Padrão sexual atual: meninos devem ter maior busca por sexo, e
meninas devem buscar relacionamentos com comprometimento
afetivo.
 Tendências contemporâneas de comportamento sexual entre
adolescentes: maior liberdade para escolha da abstinência, maior
busca masculina por relacionamentos, maior uso de preservativos,
menores índices de gravidez. Ponto em comum: busca por
intimidade e apego.
 Primeiras manifestações de interesse sexual datadas por volta dos
10 anos de idade, influenciadas especialmente por alterações nos
níveis hormonais
 Fatores ambientais relacionados à manifestação inicial de desejos
sexuais: mudanças corporais, reação de outros às mudanças
vividas por adolescentes, etc.
VARIÁVEIS A SUPERAR

Para a sociedade:

Sexualidade humana: construção


histórica, cultural e social, que se
transforma conforme mudam as relações
sociais.

Histórica e culturalmente limitada em suas


possibilidades de vivência, devido a
tabus, mitos, preconceitos, interdições e
relações de poder.
VARIÁVEIS A ENFRENTAR

Para os adolescentes:

Sexualidade se traduz em um campo de


descobertas, experimentações e vivência
da liberdade, como também de
construção de capacidade para a tomada
de decisões, de escolha, de
responsabilidades e de afirmação de
identidades.

Onipotência - Impulsividade - Limites


VARIÁVEIS A ENFRENTAR

Para os adolescentes:

Iniciação sexual cada vez mais cedo.

Altos índices de gravidez na adolescência.

Aumento dos índices de fecundidade entre


adolescentes.
VARIÁVEIS A ENFRENTAR

Para os adolescentes:

Maioria dos usuários de programas de


atendimento a adolescentes são
mulheres.

Adolescentes do sexo masculino têm


dificuldade em localizar serviços que os
atendam diferencialmente.
VARIÁVEIS A ENFRENTAR

Para a educação sexual:

Programa de educação sexual ignoram que


a sexualidade é parte do
desenvolvimento humano e os conceitos
de amor, sentimentos, emoções,
intimidade e desejo.
DIREITOS SUXUAIS E
REPRODUTIVOS

 Prioridade do governo brasileiro.

 Norteia a formulação e a
implementação de ações relativas à
saúde sexual e saúde reprodutiva
para adolescentes e adultos.
DIREITOS SUXUAIS E REPRODUTIVOS

Construção de autonomia dos adolescentes

Princípio fundamental

Condições de construção da autonomia


coerentes com relações e estruturas sociais
em que adolescentes estão inseridos

Desigualdades
DIREITOS SUXUAIS E REPRODUTIVOS

Desafio

Política nacional de atenção integral à saúde


de adolescentes que atenda às
especificidades e desigualdades da
população

Considerar: cultura, classe social, etnia,


orientação sexual, oportunidades,
expectativas, modelos de comportamento.
“O principal marco legal internacional
com relação à saúde de adolescentes
(e crianças) é a Convenção
Internacional dos Direitos da Criança,
promulgada em Assembléia Geral das
Nações Unidas no ano de 1989”.
As noções de saúde sexual e saúde
Reprodutiva foram consolidadas na IV
Conferência Mundial da ONU sobre
População e Desenvolvimento (Cairo,
1994).

A saúde reprodutiva é um estado de


completo bem-estar físico, mental e social,
e não de mera ausência de doença ou
enfermidade, em todos os aspectos
relacionados ao sistema reprodutivo, suas
funções e processos.
Premissas da noção de Saúde
Sexual e Reprodutiva
• Vida sexual segura e satisfatória;
• Capacidade de reprodução;
• Liberdade de decidir sobre quando e quantas
vezes deve ter atividade sexual;
• Direito de homens e mulheres de serem
informados e de terem acesso a métodos
eficientes, seguros, aceitáveis e financeiramente
compatíveis de planejamento familiar e outros
métodos de regulação da fecundidade
Premissas da noção de Saúde
Sexual e Reprodutiva (cont.)
• Direito de acesso a serviços apropriados de
saúde que propiciem às mulheres as condições
de passar com segurança pela gestação.o e
parto
Premissas da noção de Saúde Sexual e
Reprodutiva entre adolescentes
• Encorajamento de um comportamento reprodutivo
responsável e saudável;
• Que os programas e atitudes dos agentes de saúde não
limitem o acesso das(os) adolescentes aos serviços e
informações de que necessitam;
• Que os serviços resguardem o direito das (os)
adolescentes à privacidade, confidencialidade, respeito e
consentimento expresso;
• Respeitem os valores culturais e crenças religiosas, bem
como os direitos, deveres e responsabilidades dos pais;
• Garantam mecanismos voltados para responder às
necessidades peculiares dessa população, com a
participação de ONGs e de movimentos organizados de
adolescentes e jovens.
Premissas das políticas públicas de
saúde sexual e reprodutiva

• Garantir que pais e crianças conheçam princípios


básicos de saúde reprodutiva e sexual;
• Promover apoio familiar, no sentido de estimular a
confiança entre pais e filhos, inclusive no que toca à
sexualidade;
• Promover acesso à informação, no que concerne a
doenças sexualmente transmissíveis, especialmente
a medidas preventivas.
Ações do SUS direcionadas à
sexualidade adolescente
• Sexualidade, saúde sexual e reprodução;
• Educação sexual;
• Anticoncepção/ planejamento familiar;
• Prevenção, diagnóstico e tratamento do
câncer de colo uterino e mama;
• Atendimento ginecológico;
• DSTs/aids;
• Gravidez, parto e puerpério.
Saúde sexual e reprodutiva
X
Gravidez na adolescência

“Garantir os direitos reprodutivos a adolescentes e jovens,


homens e mulheres nesse contexto, significa assegurar,
em todos os casos, as condições de escolha por uma
gravidez. Para tanto, as informações, os métodos e os
serviços, como também a assistência ao pré-natal, ao
parto e ao puerpério devem ser assegurados de modo
irrestrito, de maneira que a gravidez possa ser desejada,
planejada e vivenciada de modo saudável”.
Riscos

 Gravidez.
 Infecção por HIV.
 Consumo de drogas ilícitas.
 Consumo de álcool.
 Violência.
 Morte (por causas externas)
Vulnerabilidade

Capacidade do indivíduo ou do
grupo social de decidir sobre
sua situação de risco, estando
diretamente associada a fatores
individuais, familiares, culturais,
sociais, políticos, econômicos e
biológicos.
Vulnerabilidade

Capacidade ou Habilidade?

Noção de vulnerabilidade implica em


decidir/escolher sobre a exposição,
ou não, a situações de risco.

O comportamento constitui um
indicador de vulnerabilidade?
Riscos

Riscos excessivos têm gerado:


 Expressões, ações e posturas
altamente críticas em relação
aos adolescentes.
 Desvalorização de ações e
programas voltados à redução
dos riscos na adolescência.
Riscos

Pergunta: adolescentes se
expõem propositalmente aos
riscos?

Resposta à pergunta: requer a


identificação de vulnerabilidades
dos adolescentes.
Investir em Comportamentos
Para reduzir vulnerabilidades
Atuar em:
 questões de gênero;
 raça/etnia;
 classe social;
 condições de vida e de saúde;
 acesso, ou não, à informação;
 políticas públicas em saúde e
educação.
Investir em Comportamentos
Exemplo

Apesar do bom conhecimento sobre a


aids, jovens têm dúvidas sobre
questões básicas para prevenção.

Bom conhecimento não se reflete na


adoção de práticas de prevenção:
grande disparidade entre altos níveis de
preocupação em relação à doença e
baixos níveis de mudanças no
comportamento da população
Investir em Comportamentos
Exemplo

Implicações:
 Baixa utilização de métodos
anticoncepcionais.
 Aumento do consumo de drogas injetáveis
e de álcool.
 Aumento da incidência de HIV e DST´s.
 Aumento da fecundidade entre
adolescentes – gravidez.
 Aumento do percentual de óbitos por
causas externa
Investir em Comportamentos

O modelo a ser desenvolvido deve permitir


uma discussão sobre as razões da
adoção de comportamentos preventivos
e o desenvolvimento de habilidades
específicas.
Investir em Comportamentos
Exemplo

Habilidades específicas:
 Resistência às pressões externas.
 Expressão de sentimentos, opiniões,
dúvidas, inseguranças, medos e
preconceitos, de forma a dar
condições para o enfrentamento e a
resolução de problemas e dificuldades
do dia-a-dia.

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