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APLICAÇÃO DA ANÁLISE PINCH

POR MEIO DE SIMULAÇÃO


COMPUTACIONAL

Acadêmica: Janaína Ribeiro Rafael


Orientadora: Inti Doraci Cavalcanti Montaño
1. INTRODUÇÃO

Escassez Crise
Mundial
• Em indústrias químicas, a transformação de
Petróleo
de matéria-prima em produto é realizada
Impactos
por meio de uma série de operações Ambientais
unitárias que consomem e rejeitam energia
durante sua execução (SMITH, 2005).
Otimização do Consumo
de Energia

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1. INTRODUÇÃO

SÍNTESE DE RTCs
• O aquecimento/resfriamento das correntes
de um processo pode ser realizado com o Simultânea
uso direto de utilidades ou mediante
aproveitamento de seu potencial
energético → síntese de uma rede de Sequencial
trocadores de calor (RTC).

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1. INTRODUÇÃO

• Como alternativa para contornar as dificuldades advindas da análise


combinatória das correntes, foi desenvolvida uma metodologia que se
baseia numa análise termodinâmica do processo e divide o problema
em duas partes diferentes → Pinch Technology.
• A redução do tempo necessário para a realização dos cálculos é
possível com a utilização de softwares, como por exemplo:
AspenTech®, ProSimPlus®, PinCH®, e Hint (Heat Integration).

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1. INTRODUÇÃO

• Objetivo: estudar os princípios e


métodos da análise Pinch e realizar
a simulação de uma RTC de forma a
reduzir o consumo de utilidades
externas de um processo e obter o
menor custo global anual,
demonstrando as etapas do projeto e
a utilização do software escolhido.

Figura 1 – Metodologia a ser desenvolvida


Fonte: Acervo pessoal, 2019
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Integração Energética

• Regulamentações
Integração
Ambientais
de Massa
• Competitividade
Industrial
Integração
de
Processos
Integração • Motivação
de Financeira
Energia • Escassez de
Combustíveis

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Integração Energética

Trocadores de calor
Bioetanol • Para avaliar a performance de
Aplicações Água uma RTC não é necessário que
da seu design esteja completo,
Integração Hidrogênio sendo suficientes o
via Análise estabelecimento e avaliação de
Pinch Emissão de CO2
metas de recuperação máxima de
Colunas de destilação energia e custos.
Retrofit

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.1. Metas para o Consumo Mínimo de Energia: Método Gráfico - Diagrama Temperatura-Entalpia

• Qualquer problema prático pode


ser descrito em termo de dados
linearizados de temperatura–
entalpia, o que permite utilizar uma
ferramenta de fácil visualização da
recuperação de energia possível
entre duas correntes.
𝑇𝑠

𝑄 = Δ𝐻 = න 𝐶𝑃𝑑𝑇 (1)
𝑇𝑒
Figura 2 – Diagrama TH para duas correntes de processo
Fonte: Adaptado de Polley (2011)

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.1.1. Curvas Compostas

Viabilidade da Identificação Intervalos de


rede → da máxima Temperatura
divisão do Linnhoff e recuperação + Diagrama
Hohmann Curvas
(1971)
sistema de Flower de energia → Compostas
TH →
correntes em (1978) Método dos número
intervalos de Intervalos de elevado de
temperatura. Temperatura. correntes.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.1.2. Grande Curva Composta

• Uma extensão do diagrama TH, desenvolvida por Itoh et al. (1986) e


obtida mediante representação gráfica da transferência de calor liquida
a cada intervalo de temperatura em função da temperatura deslocada
em +DTmín/2 para as correntes frias e –DTmín/2 para as correntes.
• O método foi utilizado para relaxar restrições termodinâmicas e fazer
a seleção de utilidades de acordo com a temperatura na qual são
requeridas, de forma a evitar perda de energia disponível.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.2. Metas para o Consumo Mínimo de Energia: Método Algébrico -Tabela Problema

• Procedimento algorítmico desenvolvido por Linnhoff e Flower (1978)


e utilizado para estabelecer metas para o consumo de utilidades
baseando-se na transferência de energia de um intervalo de
temperatura elevada para um intervalo de temperatura inferior para
que suas necessidades energéticas sejam satisfeitas.
• O método também permite a identificação do PEE como sendo aquele
em que a energia a ser transferida do intervalo superior ao inferior é
nula.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2.3. Metas para o Custo: Cálculo do Número Mínimo de Trocadores de Calor

• Para que seja possível obter um custo baixo em termos de


equipamentos, tubulação, manutenção e controle, uma RTC deve
conter o menor número de unidades de troca térmica possível.
• Hohmann (1971): Ū∗ = 𝑁 – 1 (2)
• Se o número de trocadores de calor usados na rede for maior do que
Ū* será criado um caminho fechado que une duas correntes de
processo por meio de dois trocadores de calor distintos, chamado de
laço de troca térmica.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.3.2. Metas para o Custo: Cálculo da Área Mínima de Troca Térmica

• Uma RTC terá área de troca térmica mínima se as combinações entre


correntes se derem de acordo com suas temperaturas. A área de troca
térmica total é obtida dividindo a rede em intervalos nos quais é
aplicada a equação global de projeto para trocadores de calor.

𝑄
𝐴= (3)
𝑈Δ𝑇𝑀𝐿

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4. Síntese da Rede de Trocadores de Calor: O Método Pinch

• O desenvolvimento do Método Pinch de projeto de RTCs é creditado


a Linnhoff e Hindmarsh (1983).

Metas de
Método
Desempenho PEE
Pinch
da Rede

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4. Síntese da Rede de Trocadores de Calor: O Método Pinch

Localização do Pinch e Representação da RTC


Tabela Problema proposta por Linnhoff e Flower (1978a);
Diagrama de Grade proposto por Linnhoff e Flower (1978b).

Alocação dos Trocadores de Calor


Ponto de partida: ponto pinch;
Heurística tick-off.

Evolução da Rede
Eliminação dos laços de troca térmica.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.4. Síntese da Rede de Trocadores de Calor: O Método Pinch

NCentra ≤ NCsai
• Critérios de
alocação de
CPentra ≤ CPsai
trocadores na
região do pinch:
DCP ≤ (∑CPsai - ∑CPentra)

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3. SOFTWARE HINT

• Software não comercial desenvolvido por Martín e Mato (2008);


• As metas energéticas são calculadas por meio da Tabela Problema,
que faz uso das propriedades térmicas inseridas e do DTmín;
• Diagramas essenciais ao método: curvas compostas, diagrama de
grade e tabela de CP da população de correntes dos dois lados do Pinch.
• Cálculos e diagramas complementares: custo de capital, metas para
área de troca térmica, custos de operação, estimativa de custos com
utilidades, diagramas de energia, área e custos em função do DTmín.

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4. ESTUDO DE CASO

• Planta de produção de
cimento por via seca
apresentada por Boldyryev
et al. (2016).
• Etapas básicas do
processo de produção do
cimento por via seca:
preparação da matéria-
prima; clinquerização da
farinha quente; e moagem
do clínquer.
Figura 3 – Fluxograma simplificado da unidade de produção de cimento
Fonte: Adaptado de Boldyryev et al. (2016)

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4. ESTUDO DE CASO
Tabela 1 – Informações das correntes do processo de produção de cimento
Corrente Tipo Tentrada (K) Tsaída (K) CP (kW/K)

1 quente 643 378 13,35


2 quente 1133 653 40,97
3 quente 643 448 11,68
4 quente 643 363 0,73
5 quente 1723 333 15,00
6 quente 563 373 70,28
7 quente 543 378 8,86
8 fria 298 383 41,62
9 fria 378 1083 21,44
10 fria 1083 1723 21,19
11 fria 298 363 3,15
12 fria 328 443 1,75
13 fria 298 443 38,13
14 fria 298 443 0,14
15 fria 298 443 0,28
16 fria 298 563 78,68
17 fria 298 378 15,00
18 fria 298,00 378,00 3,27
Fonte: Adaptado de Boldyryev et al. (2016)

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4. ESTUDO DE CASO

T (K)

1800.
3864 kW

1600.

1400.

1200.

1000.

800.

600.

400.

4692,4 kW
200.

0.

0. 10000. 20000 30000 40000 50000 60000 70000


H (kW)
Figura 4 – Curvas compostas quente e fria com DTmín = 10 K
Composite Curves
Fonte: Acervo Pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Figura 5 – Diagrama de grade para o processo


Fonte: Acervo Pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Figura 6 – RTC para o processo de produção de cimento com DTmín = 10 K


Fonte: Acervo Pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Tabela 2 – Comparação entre as metas para o projeto e o resultado simulado para DTmín = 10 K
Meta Instalado
Número de Trocadores de Calor 20 19
Área (m2) 573 665
Custo de Capital ($/ano) 515900 539600
Aquecimento (kW) 3864 3864
Resfriamento (kW) 4692,4 4692,4
Fonte: Acervo pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Tabela 3 – Custos da rede para DTmín ótimo

DTmín (K) 33,1


Custo com Utilidades ($/ano) 476769
Custo de Capital ($/ano) 418970
Custo Total ($/ano) 895739
Fonte: Acervo pessoal, 2019

Figura 7 – Custos com utilidades, de capital e total em função do DTmín


Fonte: Acervo pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Figura 8 – RTC para o processo de produção de cimento com DTmín = 33,1 K


Fonte: Acervo pessoal, 2019

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4. ESTUDO DE CASO

Tabela 4 – Comparação entre as metas para o projeto e o resultado simulado para DTmín = 33,1 K
Meta Instalado
Número de Trocadores de Calor 20 19
Área (m2) 449 522
Custo de Capital ($/ano) 419000 478400
Aquecimento (kW) 4353,49 4353,49
Resfriamento (kW) 5184,84 5184,84
Fonte: Acervo pessoal, 2019

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5. CONCLUSÃO

• O método aplicado permitiu a proposta de adaptação às plantas


industriais existentes para que as mesmas se tornem integradas
termicamente. Uma rede de trocadores de calor para retrofit de um
processo de produção de cimento foi proposta e foram exploradas
inúmeras soluções para um mesmo problema na busca por um arranjo
ótimo de suas unidades.
• O software Hint se mostrou uma ferramenta poderosa no auxílio ao
projetista, ao possibilitar a economia de cerca de 72% de economia
para o problema com DTmín otimizado visando custo total mínimo.

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OBRIGADA

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