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Clínica Psicanalítica

CLÍNICA PSICANALÍTICA
Aula 01: Breve história da clinica psicanalítica

AULA 01: BREVE HISTÓRIA DA CLÍNICA PSICANALÍTICA


Clínica Psicanalítica
Histeria como paradigma

INTRODUÇÃO À PRÓXIMOS
HISTERIA PASSOS

1 2

HISTÓRICO

AULA 01: BREVE HISTÓRIA DA CLÍNICA PSICANALÍTICA


Clínica Psicanalítica
Histeria como paradigma

Introdução à histeria

O conceito de histeria abrange muitas modalidades e graus de quadros clínicos.

A “neurose histérica”, porém, pode ser abordada sob aspectos variados —


como o de uma personalidade histérica ou ainda da presença de “traços
histéricos” que estão presentes em praticamente todas as personalidades
normais ou psicopatológicas (ZIMERMAN, 1999).

Do ponto de vista psiquiátrico pode ser dividida em dois


tipos: conversiva e dissociativa.

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Histeria como paradigma

Introdução à histeria

Alguns autores acreditam que a histeria se modifica conforme o contexto


sociocultural vigente de cada época.

Segundo Zimerman (1999), a compreensão dos psicanalistas deixou de ser


unicamente da psicodinâmica dos conflitos sexuais reprimidos, mas também
como uma expressão de problemas relacionados (figuras parentais) e
comunicacionais.

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Histeria como paradigma

Introdução à histeria

• Desde a antiguidade e em particular com Hipócrates a histeria já era usada para designar
transtornos nervosos em mulheres que não haviam tido gravidez.

A palavra histeria – histeros, que em grego, quer dizer útero — ao longo da história estava, por definição,
ligada de forma indissociável ao feminino e com o sexual.

Na Idade Média a histeria passou a ser definida como possessão pelo demônio.

No Século XVIII
• A loucura e a histeria perdem suas prerrogativas divinas que tiveram em toda a Idade Média e
passam a ser vistas como doenças da dimensão humana.

• A desconstrução começou com a descoberta da Lei da Gravitação Universal com os físicos Johannes
Kepler (1571-1630) e Isaac Newton (1642-1727)
(Coleção memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)

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Introdução à histeria

Século XIX
Charcot distinguiu a histeria da epilepsia. Ele investigava a histeria
através da hipnose.

Foi durante as aulas de Charcot que Freud ficou intrigado com o


fato de que a histeria, embora não demonstrasse nenhuma
perturbação neurológica orgânica, não se caracterizava como
fingimento e ainda o fato da histeria não se apresentar somente
em mulheres.

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Desenvolvimento Histórico

Paracelso — 1493-1541

• As Psicoterapias, antes de Freud, utilizavam com frequência a sugestão para


tratar os pacientes.

• Paracelso, alquimista do Renascimento, afirmava que “A sugestão confere ao


homem um poder sobre seu semelhante, comparável aquele de um ímã sobre
o ferro”. (Coleção Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do
inconsciente)

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Desenvolvimento Histórico

Mesmer — 1734-1815 (Franz Anton Mesmer)

• Em 1766, o vienense Mesmer afirma que a atração universal de Kepler e Newton pode ser
aplicada ao corpo e à alma humana chamando-a de “magnetismo animal”.

• A teoria da “atração universal animal” afirma que os seres vivos veiculam um “fluido universal”
que é transmitido de um corpo a outro através de um ímã e esta transmissão restabelece um
afluxo de energia permitindo sua livre circulação que estaria bloqueada em um órgão doente.
(Coleção Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)

A cuba de Mesmer

• Seu tratamento incluía as imposições das mãos e a cuba terapêutica. Na cuba, os doentes eram
unidos por uma corda e ligados à cuba por uma barra de metal em contato com o órgão doente.

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Desenvolvimento Histórico

Mesmer — 1734-1815

• A outra parte da barra era mergulhada no líquido da cuba que possuía, em sem
interior, pedaços de vidro, areia, limalha de ferro e bastões de enxofre moídos (Coleção
Memórias da Psicanálise – Freud e o despertar do inconsciente)

• Grandes espelhos refletiam a imagem do grupo enquanto que uma música harmônica
era tocada.

• Com uma vara de ferro magnetizada, o terapeuta estimula as crises por meio de
“passes”. Quando as crises vêm os pacientes são transportados para outro cômodo
junto com o terapeuta.

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Desenvolvimento Histórico

Puységur — 1751–1825 (Marquês Chastenet de Puységur )

• Puységur desenvolve a teoria de seu mestre Mesmer afirmando que as crises


desencadeadas, na verdade, são resistências à cura. Ele vai colocar seus pacientes em
estado de sonambulismo e os deixa guiar as sessões. Na relação, passa a existir um
jogo de submissão-resistência do paciente com o terapeuta. O papel do terapeuta
passa a ser devolver ao paciente seu próprio saber.

• É nesse contexto que começa a se perceber um movimento que vai culminar na


Psicanálise. Neste momento, ainda não é possível perceber a dimensão psíquica do
que é dito pelo paciente.

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Desenvolvimento Histórico

Deleuze — 1753-1835 (Joseph Philippe François Deleuze)

• Deleuze acredita que o fluido magnético tem mais poder do que sua ação pessoal. Cria
sua forma de trabalhar com sessões que vão diminuindo de tempo e com o paciente
sonâmbulo ele dá passes magnéticos calmantes e procura a causa da doença.

• Afirma: “As doenças crônicas têm frequentemente como causa pesares secretos, dores
morais, sentimentos oprimidos”.

• As diretivas do processo são: “Evite questionar os segredos do sonâmbulo quando não


é evidentemente útil para ele que sejam conhecidos. Ouça-o sem agradecer-lhe, sem
lhe fazer nenhum elogio. Atingida a cura, a relação dever ser interrompida. Qualquer
prolongamento pode ser nocivo ao sonâmbulo”.

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Desenvolvimento Histórico

Deleuze —1753-1835 (Joseph Philippe François Deleuze)

 Deleuze fala também que o magnetizador normalmente não é influenciado pelas dores
do paciente, mas algumas vezes ele pode experimentar essas dores de modo tão vivo que
as sente mesmo depois da sessão. Esse movimento, na futura Psicanálise, recebe o nome
de contratransferência.

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Desenvolvimento Histórico

Abade Faria — 1756-1819 (José Custódio de Faria)

• O estudioso faz do sono o cerne de sua terapêutica abrindo uma reflexão para a
influência sugestiva da linguagem sendo precursor da psicoterapia verbal, embora ainda
inclui-se massagens terapêuticas e o relaxamento em seu trabalho.

• Ele critica os modelos anteriores que utilizavam a cuba ou fluido magnético partindo do
princípio que o sono lúcido como ele chamava, é que promove os sonhos ligados à intuição
(que deve ser mista – ligada à memória e à sensorialidade).

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Desenvolvimento Histórico

Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)

Começa a utilizar a palavra hipnose e afirma que o sonambulismo é um mecanismo normal ao


ser humano e pode ser conduzido através da sugestão.

• Ele diz que favorecendo o ambiente com penumbra, temperatura amena e outros, é
comum ao ser humano entrar em um estado de sonambulismo e o sujeito não esquece
quem o adormeceu, a não ser aparentemente. Neste estado, começa-se a fazer sugestões.

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Desenvolvimento Histórico

Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)

São frases de Liébeault:


• A atenção retira-se da consciência para investir os pensamentos latentes.
• O sono abriga uma inteligência, um pensamento que pode ultrapassar o pensamento
de vigília, o que permite compreender racionalmente os sonhos adivinhatórios.
• “O que não está nos sentidos não pode existir na inteligência”.
• “As lembranças rememoradas durante o sono lúcido existem também no estado de
vigília, mas sem que haja atenção acumulada que lhes dê vivacidade”.
• Loucura, criação artística, sonho, pertencem à mesma família psíquica, todos os três
sendo conectados às experiências do passado”.

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Desenvolvimento Histórico

Liébeault — 1823-1904 (Ambroise-Auguste Liébeault)

Em 1884, funda, junto com Hippolyte Bernheim (1840-1919), a Escola de Nancy, que
imediatamente faria oposição à Escola de Salpêtrière, chefiada pelo parisiense Jean-Martin
Charcot (1825-1893), famoso por seus estudos experimentais sobre a histeria.

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Desenvolvimento Histórico

Bernheim — 1840-1919 (Hippolyte Bernheim)

A histeria e a hipnose foram razão da disputa entre Nancy e Salpêtrière, que se estendeu por 10
anos. Bernheim dizia ser a hipnose decorrente da sugestão verbal, e que tal técnica já estava
desmistificada, desvinculada do simples mesmerismo, desde fins de século XIX, quando a clínica da
palavra sobrepujava a do olhar.

Acusava Charcot de fazer mal uso da hipnose, já que dela se servia não para fins terapêuticos, senão
para provocar crises convulsivas em suas pacientes, manipulando-as de modo a conferir um status
de neurose à histeria.

O médico de Nancy afirmava ainda que os efeitos alcançados pelo hipnotismo poderiam advir por
simples sugestão dada em estado de vigília, estando aí o prenúncio do que mais tarde veio a se
chamar de psicoterapia.
(http://www.amigodaalma.com.br/2010/01/07/hipnose/)

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Desenvolvimento Histórico

Charcot — 1825-1893 (Jean-Martin Charcot)

Desde 1870, o médico parisiense, chefe do Hospital Escola de Salpêtriére, tornara-se famoso por
seus estudos experimentais sobre a histeria.

Na administração de Salpêtriére, decidira separar os doentes alienados das mulheres histéricas e


dos epilépticos, juntando essas duas últimas patologias em uma mesma enfermaria. Rapidamente,
as histéricas assimilaram os sintomas epilépticos em suas crises e aprenderam a simulá-las.

Charcot valia-se da hipnose para diferenciação diagnóstica, capaz que era de fabricar sintomas
extraordinários nas histéricas submetidas à sugestão hipnótica, de modo a provar o caráter
neurótico dessa doença.

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Desenvolvimento Histórico

Breuer — 1842-1925 (Josef Breuer)

• Breuer descobriu, em 1880, que ele havia aliviado os sintomas de depressão e


hipocondria (histeria) de uma paciente, Bertha Pappenheim (conhecida como Anna
O.), depois de induzi-la a recordar experiências traumatizantes sofridas por ela na
infância. Para isso, Breuer fez uso da hipnose e de um método novo, a terapia de
conversa. Caso que Freud acompanhou.

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Desenvolvimento Histórico

Freud — 1856-1939 (Sigmund Freud)

• O termo Psicanálise foi criado por Freud e aparece pela primeira vez em um artigo
chamado Novas observações sobre as neuropsicoses de defesa (1896), e buscava
nomear um novo método terapêutico para tratar as neuroses.

• O primeiro caso de Freud, na verdade foi de Breuer: Anna O. (Bertha Pappenheim).

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VAMOS AOS PRÓXIMOS PASSOS?

Histeria na Psicanálise

As influências de Charcot

AVANCE PARA FINALIZAR


A APRESENTAÇÃO.
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