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SUPORTE

VENTILATÓRIO

Profª Deyse C. Santoro


Exames auxiliares:

ESTUDO LABORATORIAL

HEMOGRAMA:
O conjunto de informações que nos é fornecido pelo hemograma
abrange três séries: vermelha, plaquetária e branca.
 Série Vermelha:
• Hemácias 4.500.000 a 5.000.000 por mm3
• Hematocrito 40% a 45%
• Hemoglobina 13% a 15%
 Plaquetas 150.000 a 450.000 por mm3
 Série Branca
• Leucócitos 5 a 8 mil/mm3
• Contagem Diferencial % por mm3
• Neut. Mielócitos 0-1 0 - 80
• Neut Metamielócitos 0-1 0 - 80
• Neut. Bastões 3-5 180 - 400
• Neut. Segmentados 50 - 65 3000 - 5200
• Eosinófilos 1-4 60 - 320
• Basófilos 0 -1 0 - 80
• Linfócitos 20 - 30 1200 - 2400
• Monócitos 4-8 240 - 640
Série branca
funções

Tipo de célula Função de combater


Neutrófilos Infecções piogênicas Bacterianas
Eosinófilos Distúrbios alérgicos e infecções
parasitológicas
Basófilos Infecções alérgicos e parasitológicas
Linfócitos Infecções virais
Monócitos Infecções graves por fagocitose
Série branca
Normal Alteração Causas
Número total de 5 a 10 mil por
leucócitos m3
Contagem
% Por mm3
diferencial
Neut.mielócitos 0–1 0 – 80
aumentado - últimos meses
Neut. de gestação, parto, primeiros
0–1 0 – 80
Metamielócitos meses de vida intra-uterina,
180 – aumentado exercícios físicos,infecção,
Neut. Bastões 1-3 (leucocitose) necrose e leucemia
400
diminuição diminuição –anemia
Neut. 50 – 3000 – (leucopenia) aplásica, exposição ao Rx,
Segmentados 65 5200 sarampo, rubéola, caxumba,
Eosinófilos 1–4 60 – 320 tripanossomíase e lúpus
eritematoso
Basófilo 0–1 0 – 80
20 – 1200 –
Linfócitos
30 2400
240 –
Monócitos 4–8
600
Interpretação
dos
desvios

DIREITA ESQUERDA
OXIGENIOTERAPIA

 Objetivos: atenuar a hipoxemia e a


hipoxia tecidual, mantendo a SaO2
entre 90 a 92% e a PaO2 em pelo
menos 60 mmHg.
 Critério para indicação do O2:
quando a pressão parcial do O2 no
sangue estiver abaixo de 60 mmHg,
em repouso e no ar ambiente.
Modos de administrar O2:

 cânula nasal: não se consegue com exatidão a


fração inspiratória de oxigênio (FIO2).
 cateter nasofaríngeo: também não se conhece
o FIO2, mas pelo menos tem uma perda menor
do fluxo fornecido.
 máscara facial: com reservatório; com
dispositivo Venturi, comum. FIO2 conhecido,
pois não se influencia pelo volume minuto.
 tendas de oxigênio: mais utilizada em neonatal
e pediatria. Mantém um fluxo de oxigênio
constante, mas restringe movimentação do
paciente.
Fluxo Inspiratório O2
 1L/min-------------24%

 2L/min-------------28%

 3L/min-------------32%

 4L/min-------------36%

5 a 6L/min--------40-44%
 7 a 8L/min--------45-48%
Artefatos para Oxigenoterapia
Complicações:

 atelectasias

 ressecamento de mucosa nasal e


traqueobrônquica
 grave hipoventilação

 depressão respiratória

 toxicidade bronco-pulmonar.
Verificação geral
 O paciente apresenta aparência de
conforto;
 Existe dificuldade ventilatória ou prejuízo
na perfusão periférica;
 Como é o estado emocional e psicológico
do paciente, ele se encontra ansioso,
deprimido, desorientado ou orientado;
 Avaliar nível de consciência do paciente ou
resposta à sedação;
 Associar quadro ventilatório com
parâmetros hemodinâmicos do paciente;
 Optar por medidas preventivas, evitando
que se instale IRA.
Insuficiência respiratória aguda
 É a incapacidade do sistema respiratório
em manter a ventilação e/ou oxigenação
do organismo, que se instala
rapidamente.

 Ocorre alteração gasométrica:

PaO2 < 60 mmHg em ar


PaCO2 > 50 mmHg ambiente
Classificação:

 IRpA hipoxêmica (Tipo I )

 IRpA hipercápnica (Tipo II )


IRpA Hipoxêmica (Tipo I):

- PaO2 ↓ e PaCO2 ↓ → hiperventilação;


- Ocorre em doenças pulmonares agudas
(preenchimento alveolar por líquido ou
colapso alveolar : Pneumonia, atelectasia,
insuficiência cardíaca, SDRA).
- Distúrbios V/Q Shunt
Espaço morto
* Shunt: alvéolo não é ventilado → o sangue passa
pelo capilar pulmonar sem que haja troca gasosa.

* Espaço Morto Alveolar : alvéolo é


ventilado, mas não perfundido →
sangue do capilar pulmonar
não entra em contato com o
gás alveolar, não havendo
troca gasosa.
Exemplo:

PH = 7,45 PH = 7,21
PaCO2 = 33 mmHg PaCO2 = 72 mmHg
PaO2 = 40 mmHg PaO2 = 53 mmHg
HCO3 = 22 mEq/L HCO3 = 27 mEq/L
Sat.O2 = 70% Sat.O2 = 81%
FiO2 = 0,21 FiO2 = 0,21

a) Qual anormalidade ácido-básica nos 2 casos?


 VENTILACAO MECANICA NÃO-
INVASIVA
Escolha dos pacientes:

 Indicação absoluta (pelo menos 2


dos critérios a seguir):
 desconforto respiratório com
dispnéia moderada ou grave, uso de
musculatura acessória, respiração
paradoxal;
 PH < 7,35 e PaCO2 > 45 mmHg;
 Freqüência respiratória > 25 rpm
(adulto)
 Contra-indicações:
 Absolutas: parada respiratória; instabilidade
cardiovascular (choque, arritmias graves, IAM
com edema pulmonar); paciente não
colaborativo; pós-operatório recente de cirurgia
facial, esofágica ou gástrica; trauma ou
queimadura facial; risco de aspiração e
dificuldade de manipulação de secreções;
incapacidade de manter permeabilidade de vias
aéreas; alterações anatômicas da nasofaringe
 Relativas: ansiedade extrema; obesidade
mórbida; secreção abundante; sindrome da
angustia respiratória aguda com hipoxemia
grave.
UTILIZAÇÃO DE MÁSCARA COM CPAP
Cuidados com a mascara:

 Implica necessariamente em ajustar


adequadamente a pressão de fixação da mascara
face.
 Quanto maior for a pressão de fixação da
mascara a face, menor será a tolerância ao seu
uso e maior a chance de ocorrer lesões
traumáticas da pele pelo contato direto da
mascara.
 Por outro lado, grandes vazamentos de ar
causam incomodo, alem de risco de
ressecamento da córnea do paciente.
 Dá-se preferência as mascaras transparentes,
pois permitem a visualização de secreção ou
vomito.
Falência da ventilação não-invasiva
com pressão positiva:

 Devemos estar sempre atentos para


identificar aqueles pacientes que não
estão respondendo de forma satisfatória a
VNI;
 Manutençaõ de pH < 7,30

 Piora das condições clinicas e/ou gasosas,


como aparecimento de qualquer um dos
critérios listados como contra-indicação
para o uso dessa técnica
Necessidade de Intubação
Traqueal
Método Alternativo
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
Primórdios da Ventilação…
Epidemia ditando Tecnologia

Unidade Respiratória do Los Angeles County Hospital - verão de 1950


Bird ST 8400
Equipe Multidisciplinar
Determinantes da Ventilação Mecânica

 Qual paciente precisará de via aérea?


– PCR
– IRA + VM
– Anestesia geral
– Diminuição nível de consciência
 Objetivos básicos da intubação traqueal
– Garantir patência de vias aéreas
– Instalação de ventilação mecânica
– Proteção de vias aéreas
– Remoção de secreções traqueobrônquicas
Classificação dos Ventiladores

PRIMEIRA PRESSOMÉTRICOS
GERAÇÃO
SEGUNDA VOLUMÉTRICOS
GERAÇÃO

TERCEIRA MICROPROCESSADOS
GERAÇÃO

VENTILADORES DE TERCEIRA GERAÇÃO EM DIANTE SÃO MICROPROCESSADOS


Fases do Ciclo Respiratório
 Fase Inspiratória  o ventilador deverá
insuflar os pulmões do doente, vencendo
propriedades resistivas e viscoelásticas do
sistema respiratório;

 Mudança da Fase Inspiratória para a Fase


Expiratória  o ventilador deverá
interromper a fase inspiratória e permitir
o início da fase expiratória – o que se
chama ciclagem do ventilador.
Fases do Ciclo Respiratório
 Fase
Expiratória  o ventilador deverá
permitir o esvaziamento dos pulmões,
normalmente de forma passiva;

 Mudança da Fase Expiratória para a Fase


Inspiratória  o ventilador deverá
interromper a fase expiratória e permitir
o início da fase inspiratória do ciclo
seguinte – esta transição pode ser
desencadeada pelo ventilador ou pelo
doente.
Modos Ventilatórios
 ESPONTÂNEO  fase respiratória
iniciada e encerrada por iniciativa do
paciente (através de seus músculos
respiratórios).

 MANDATÓRIO  mecanismo do
ventilador determina pelo menos uma
das referidas etapas.
Modalidades de Ventilação

CONTROLADA

ASSISTO / CONTROLADA

SIMV

ESPONTÂNEA (CPAP)
Modalidades de Ventilação
 MODO CONTROLADO:
– O ventilador determina o início da inspiração por
tempo estipulado pelo ajuste de frequência;
– Não se permite outro mecanismo de disparo;
– Sensibilidade off.
 MODO ASSISTO-CONTROLADO:
– O ventilador permite um mecanismo misto de
disparo da fase inspiratória:
 Sensibilidade ligada
– Há interferência na FR.
Modalidades de Ventilação
 SIMV (Ventilação Mandatória Intermitente
Sincronizada):
– Combinação do modo assisto/controlado com
períodos de ventilação espontânea;
– Frequência respiratória mínima programada
conduzirá às janelas de tempo;
 ESPONTÂNEO / CPAP:
– O doente tem o controle da FR e do volume
corrente;
– Pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP) 
doente respira espontaneamente através do
circuito pressurizado do ventilador, com pressão
positiva durante todo ciclo respiratório;
– Requer capacidade ventilatória mantida (doente).
Pressão Expiratória Final Positiva

PEEP

Aumento da capacidade residual


funcional
Pressão de Suporte Ventilatório

PSV

Manutenção de uma pressão constante e pré-


determinada durante a fase inspiratória, até que o fluxo
inspiratório gerado pelo doente caia abaixo de um nível
crítico.
Parâmetros do Ventilador Mecânico
 Modos de ventilação
 Fluxo
 Frequência respiratória
 FiO2
 PEEP/CPAP
 Volume corrente
 Pressão
 Pressão de suporte
Alarmes
 Pressões alta e baixa
 Volume minuto

 Blender

 Alta e baixa frequência

 Apnéia

 Queda de energia
Monitorização Respiratória
 Equipamento para radiografia de tórax no
leito;
 Aparelho de gasometria;
 Oxímetro de pulso;
 Ventilômetro, para medida do VC;

 Verificação da pressão de cuff (balonete);

 Monitorização hemodinâmica invasiva (com


cateter de artéria pulmonar);
 Monitor para visualização de curvas de
volume, fluxo inspiratório e pressão nas vias
aéreas;
Oxímetro de Pulso
 Transmissão e Reflexão;
 Princípios físicos e fisiológicos:
Mede luz vermelha e infravermelha
transmitida através do leito tissular,
 Incapacidade de ler a saturação em
casos de:
Aumento da resistência periférica
Ausência de pulso detectável pelo aparelho
o Anemia severa
o Baixo DC
Capnografia

cateter nasal sensor de CO2

conector
Gasometria Arterial
 Objetivos;
 Locais de punção:
– Radial  pediosa  braquial  femoral
 Técnica:
– Teste de Allen
 Momento ideal para coleta;
 Observações:
– Se quantidade de bolhas > 20%  desprezar
amostra
– Aplicar pressão no local de punção
– Encaminhamento ao laboratório
– Conservação adequada da amostra
Assistência de
Enfermagem Durante
Ventilação Mecânica
Aspectos Práticos
Monitorar
UMIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO
POSICIONAMENTO E FIXAÇÃO DO TUBO
TÉCNICA DE ASPIRAÇÃO
PRESSÃO DO CUFF
HIGIENE ORAL
MUDANÇA DE DECÚBITO
CABECEIRA ELEVADA
USO MÁSCARA BIPAP/CPAP
CONTEÚDO GÁSTRICO E DISTENSÃO ABDOMINAL
ASSOCIAÇÃO DOS PARÂMETROS VENT. COM MODALIDADE
VENT.
ALARMES
MÉTODOS DE FORNECIMENTO DE O2
Cuidados de Enfermagem
 Observar fixação do tubo adequada e
troca quando necessário;
 Fixar tubo no centro da cavidade oral;
 Atentar para nº do tubo na comissura;
 Verificar pressão do cuff:
– Insuflação do balonete
 Pressão ideal do cuff – mínima necessária
– Pressão > 30cmH2O -  fluxo
– Pressão > 37cmH2O – cessa fluxo
 “Cuffometro”
 Ausculta e escape
Estenose traqueal
Evolução de lesão com edema de glote
Cuidados de Enfermagem
 Prevenir obstrução do tubo com
aspiração e umidificação adequadas;
 Realizar ausculta tóracica;

 Observar tubo dobrado;

 Impedir extubação acidental (mudança


de decúbito, banho de leito);
 Atentar para conexões do ventilador;

 Limpar endocânula (em uso de cânula


de metal) regularmente;
Cuidados de Enfermagem
 Realizar
corretamente técnica de
aspiração vias aéreas:
Aspiração aberta
Aspiração fechada:
Escolher adequadamente o n° do cateter para
aspiração;
 Posicionar o paciente no leito em, no
mínimo, 30°;
 Realizar higiene oral adequada
frequentemente;
 Avaliar radiografia torácica;
Cuidados de Enfermagem
 Monitorar mecânica respiratória
(principalmente durante
procedimentos);
 Identificar posicionamento de cateter
para dieta enteral;
 Testar posição do cateter antes de
administração de dietas e medicação;
 Identificar “briga” do doente com o
ventilador;
 Verificar se modo ventilatório está de
acordo com estado clínico do doente;
Cuidados de Enfermagem
 Identificar distúrbios do equilíbrio ácido-
básico;
 Acompanhar parâmetros laboratoriais;

 Monitorar temperatura do potenciometro


do umidificador;
 Trocar filtro conforme avaliação e rotina;

 Monitorar aspectos da secreção


aspirada;
 Monitorar eficiência do método de
umidificação utilizado.
Artefatos Usados durante VM
Umidificação Deficiente…
Filtros Hidrofóbicos e Higroscópicos
Obrigada!

deysesantoro@yahoo.com.br

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