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Onomatopeia, comparação,

personificação e enumeração

CARLA GONÇALVES
ONOMATOPEIA

Onomatopeia – Procuram imitar sons


produzidos por objetos, animais e
fenómenos naturais.
Ex.: dlim-dlão (sino)
ONOMATOPEIAS

Cai a chuva...ping...ping...

No telhado do vizinho.

Sopra o vento...zz...zz...

Mas muito devagarinho.

Cai a chuva...ping...ping...

Adormece o Joãozinho.
O RELÓGIO
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Tic-tac . . .

Vinícius de Moraes
COMPARAÇÃO

Comparação – Aproxima duas realidades


diferentes, ligando-as através das palavras ou
expressões: como, é como, lembra, parece,
assemelha-se…

Ex.: A menina é linda como a madrugada.


Mãe!
Que verdade linda
O nascer encerra:
Eu nasci de ti,
Como a flor da terra!

Matilde Rosa Araújo


COMPARAÇÃO

És branca como o leite,


Corada como a cereja,
És a coisa mais bonita
Que o meu coração deseja.

Os olhos do meu amor


Tu és alta como a faia São bonitos como o sol
Delicada como a linha Se os vejo fico preso
Tu tens o andar de rola Como o peixe no anzol.
O passear de andorinha.
Os teus cabelos, amor,
É que te dão toda a graça:
Parecem meadas de ouro
Onde o sol se embaraça.

Quadras populares recolhidas por José Leite de Vasconcelos


PERSONIFICAÇÃO

Personificação - Consiste em atribuir a objetos


inanimados ou seres irracionais sentimentos ou
ações próprias dos seres humanos.

Ex.: O gato pensou em ir às compras.

E as pedras choraram, juntinhas,


os seus desgostos…
Sussurraram baixinho as suas
mágoas, com palavras doces, umas às
outras, para se confortarem.
A HISTÓRIA DAS PORTAS

A porta da rua A porta do quarto de banho


Fecha-se devagar. Está emperrada e tem tosse.
Faz mu-num… mu-num, Quando a empurram
Porque é muito pesada Fica zangada!
E está cansada. -Ó senhora porta, não foi de propósito…
Fosse ou não fosse
A porta do elevador Fosse ou não fosse!...
Tem voz áspera
Porque nunca bebe óleo à vontade. A porta da sala
-Rááde! – diz ela ao miúdo – Gosta de nos ver entrar
Fecha a grade, fecha a grade! E quando a gente sai,
Chora:
A porta do quarto -Sss-ss, não te vás embora…
É uma porta sossegada,
Faz fe-fe muito baixinho Violeta Figueiredo
E se puder não diz nada.
ENUMERAÇÃO

Enumeração - É uma apresentação


sucessiva de vários elementos.
Ex.: Procurou por todo o lado, no
quarto, na sala, na cozinha…

Mercúrio, Vénus, Terra, Marte


Urano, Saturno, Neptuno, Plutão…
Quem dera poder retê-los
A todos
Na minha mão…
FRUTOS O PASSEIO

A pé, a cavalo, de bicicleta,


De gatas, de comboio, ou de camioneta,
Pêssegos, peras, laranjas, De carrinho, de carroça, ou de balão,
Morangos, cerejas, figos, De canoa, de navio ou de avião

Maçãs, melão, melancia, Vamos andar, vamos rolar, vamos correr,


Vamos trotar, vamos trepar, vamos descer,
Ó música dos meus sentidos, Vamos sair, vamos partir, vamos chegar,
Apanhar sol, apanhar flores, apanhar ar,
Pura delícia da língua;
Deixai agora falar Ver a estrada, ver o muro, ver o monte,
Ver o castelo, ver a praça, ver a fonte,
Do fruto que me fascina Ver a nuvem, ver a erva, ver o bicho,
Ver o ninho, ver a toca, ver o lixo,
Pelo sabor, pela dor,
Pelo aroma das sílabas: Falar, contar, berrar, cantar e adormecer,
Dançar, saltar, girar, cansar, aprender,
Tangerina, tangerina. Molhar, secar, comer, beber, partilhar,
Ouvir chuva, ouvir vento, ouvir mar.

Eugénia de Andrade Regina Guimarães


Testa os teus conhecimentos
 Lê com atenção os seguintes excertos de texto e refere o(s) recurso(s)
expressivo(s) presentes.

1. “(…) E assim passou a ser. O rapaz andava em companha, na pesca, ia ao


mercado vender o peixe, consertava as redes e a vela, tratava do barco, mas
o seu maior gosto era mergulhar e estar com a sua amiga.
- Como vês nada mudou. (…)”
Luísa Dacosta, Nos jardins do mar, Figueirinhas

2. “Está um tempo pavoroso”


Pensa feliz o raposo,
na toca agasalhado
Ouvindo o grito da chuva (…)”
Violeta Figueiredo, Fala Bicho, Caminho.
Testa os teus conhecimentos

3. “Vós chamais-me moreninha


Mas eu morena não sou,
Sou tão negra como a noite
E a estrada por onde vou.(…)”

Luísa Ducla Soares, A cavalo no tempo, Civilização

4. “(...) E lá na horta, na horta,


Entre danças e canções
Vivem grilos e grilões...
Cri-cri! Cri-cri! Cri-cri! Cri-cri! (…)”

Sidónio Muralha, Bichos bichinhos e bicharocos, Horizonte

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