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O MAL-ESTAR NA PÓS-

MODERNIDADE

Professor Alessandro Bacchini


CULTURA DE MASSA

• Mundo administrado: a vida como mercadoria perde substância


própria;
• Uma sociedade na qual vida e produtividade estão tão
intimamente ligadas que um homem vale de acordo com o que ou
quanto produz;
• “Assim é que se finda a vida privada para mergulhar o sujeito na
homogeneidade de pensamento, dominada pelo gosto imposto a
uma multidão de consumidores que trazem consigo sempre, no
pensamento, no vocabulário, no comportamento, resquícios de
lógica comercial, operosidade e avidez de lucro. ‘(...) e logo não
SOCIEDADE DE CONSUMO

• No pós-modernismo vive-se a era dos excessos, das


celebridades instantâneas e momentâneas, dos “quinze minutos
de fama” e de uma urgência implacável, causadora de grandes
sofrimentos psíquicos. Tudo ocorre com muito imediatismo, a
vida caminha a galopes fazendo com que o novo pareça ter uma
eternidade, se comparado ao novíssimo.
• A vida moderna mostra como tudo é efêmero e vão, a cultura do
vazio impulsiona a ação na busca irrefreada do prazer e do
poder. O mundo está sempre cheio de novidades, os modelos de
carros novos, os celulares, os computadores, a internet.
ESTADO PENAL

• A resposta tecnocrática ao problema da criminalidade


concentra-se nos efeitos do delito (uma imagem projetada e
politizada da vítima, o medo, os custos com a segurança),
mais do que nas raízes estruturais (econômicas e sociais) e
político-ideológicas da questão. Atacam os criminosos em
vez de atacarem a violência estrutural (a desigualdade
social e a pobreza), razão da definição e seleção de
determinados indivíduos como tais, simultaneamente à
imunização de outros, conforme veremos adiante.
GÊNERO E CIDADANIA

• As mulheres pobres no Brasil passam por situações


extremamente injustas no que diz respeito a seus direitos e
interesses. Chegamos ao século XXI que está sendo
apontado por estudiosos como o século das mulheres! Basta
assistirmos aos noticiários da tevê, ou nos inteirarmos sobre
o assunto para podemos afirmar que milhões de mulheres
no mundo ainda estão longe de serem cidadãs, porque,
além de viverem em condições de extrema pobreza, a elas
cabem somente deveres e proibições. As ideologias
patriarcais têm calado profundamente as mulheres e, para
muitas delas, parece paradoxal ter direitos por serem
MEDICALIZAÇÃO NA INFÂNCIA

• O termo medicalização surge no final da década de 1960,


referindo-se à apropriação dos meios de vida do homem pela
medicina e da sua intervenção política no meio social que
extrapola o seu campo tradicional de ação direta sobre as
moléstias. Portanto, a medicalização transforma modos de
existência em patologias. Sendo assim, o termo medicalização
não está apenas ligado à utilização de medicamentos, pois está
presente na iatrogenia da vida: produção de cuidados aos modos
de viver dos sujeitos que retiram dele a sua autonomia, sua
capacidade de pensar e de compor seus próprios cuidados.
CORPO NA CONTEMPORANEIDADE

• O declínio da interioridade e o enaltecimento da


exterioridade apontam para uma cultura em que se evita a
dor, na qual o espaço para reflexão sobre o sofrimento não
encontra possibilidade de elaboração. As marcas do
sofrimento, não podendo mais encontrar uma inscrição
psíquica, ficam condenadas à inscrição corporal. É neste
corpo, transformado em um registro vivo, que serão inscritos
afetos, emoções, representações da história do sujeito, do
seu tempo e também da sua dor.
CORPO E ENVELHECIMENTO

• Das academias de ginástica e dança que proliferam, dos


anabolizantes que são consumidos como balas, das lojinhas
naturais que prometem saúde perfeita, às inúmeras práticas
de trabalhos corporais, o corpo passou a ocupar um novo
lugar em nossa sociedade e, conseqüentemente, em nossa
estruturação psíquica. Cultivar a beleza, a boa forma e a
saúde apontam para uma nova ideologia que se impõe como
um verdadeiro estilo de bem viver. Revistas especializadas, de
saúde à moda, nos ensinam qual o corpo que se deve ter e
desejar – como atingir este ideal e como utilizá-lo da forma
mais eficaz. O corpo, assim visto, passou então a ser o
SUICÍDIO NA CONTEMPORANEIDADE

• Ao se procurar, o sujeito só pode se achar num único lugar:


no registro simbólico. O suicídio pode ser lido como tentativa
radical de fazer liame com a ordem simbólica, como uma
busca de reintegração visando solucionar o impasse desse
resto não simbolizado que é a vida. Ansermet observa que “o
suicida tenta desesperadamente reproduzir com seu corpo o
jogo do Fort-Da: salto sem mediação, porém mesmo assim
em uma perspectiva de simbolização, como a criança com
seu carretel”. Revela também um ponto de suspensão, como
na brincadeira do carretel preso a um fio, só que agora é ele
próprio que se ejeta para vir a ser. “Passagem do não-ser ao

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