• Mundo administrado: a vida como mercadoria perde substância
própria; • Uma sociedade na qual vida e produtividade estão tão intimamente ligadas que um homem vale de acordo com o que ou quanto produz; • “Assim é que se finda a vida privada para mergulhar o sujeito na homogeneidade de pensamento, dominada pelo gosto imposto a uma multidão de consumidores que trazem consigo sempre, no pensamento, no vocabulário, no comportamento, resquícios de lógica comercial, operosidade e avidez de lucro. ‘(...) e logo não SOCIEDADE DE CONSUMO
• No pós-modernismo vive-se a era dos excessos, das
celebridades instantâneas e momentâneas, dos “quinze minutos de fama” e de uma urgência implacável, causadora de grandes sofrimentos psíquicos. Tudo ocorre com muito imediatismo, a vida caminha a galopes fazendo com que o novo pareça ter uma eternidade, se comparado ao novíssimo. • A vida moderna mostra como tudo é efêmero e vão, a cultura do vazio impulsiona a ação na busca irrefreada do prazer e do poder. O mundo está sempre cheio de novidades, os modelos de carros novos, os celulares, os computadores, a internet. ESTADO PENAL
• A resposta tecnocrática ao problema da criminalidade
concentra-se nos efeitos do delito (uma imagem projetada e politizada da vítima, o medo, os custos com a segurança), mais do que nas raízes estruturais (econômicas e sociais) e político-ideológicas da questão. Atacam os criminosos em vez de atacarem a violência estrutural (a desigualdade social e a pobreza), razão da definição e seleção de determinados indivíduos como tais, simultaneamente à imunização de outros, conforme veremos adiante. GÊNERO E CIDADANIA
• As mulheres pobres no Brasil passam por situações
extremamente injustas no que diz respeito a seus direitos e interesses. Chegamos ao século XXI que está sendo apontado por estudiosos como o século das mulheres! Basta assistirmos aos noticiários da tevê, ou nos inteirarmos sobre o assunto para podemos afirmar que milhões de mulheres no mundo ainda estão longe de serem cidadãs, porque, além de viverem em condições de extrema pobreza, a elas cabem somente deveres e proibições. As ideologias patriarcais têm calado profundamente as mulheres e, para muitas delas, parece paradoxal ter direitos por serem MEDICALIZAÇÃO NA INFÂNCIA
• O termo medicalização surge no final da década de 1960,
referindo-se à apropriação dos meios de vida do homem pela medicina e da sua intervenção política no meio social que extrapola o seu campo tradicional de ação direta sobre as moléstias. Portanto, a medicalização transforma modos de existência em patologias. Sendo assim, o termo medicalização não está apenas ligado à utilização de medicamentos, pois está presente na iatrogenia da vida: produção de cuidados aos modos de viver dos sujeitos que retiram dele a sua autonomia, sua capacidade de pensar e de compor seus próprios cuidados. CORPO NA CONTEMPORANEIDADE
• O declínio da interioridade e o enaltecimento da
exterioridade apontam para uma cultura em que se evita a dor, na qual o espaço para reflexão sobre o sofrimento não encontra possibilidade de elaboração. As marcas do sofrimento, não podendo mais encontrar uma inscrição psíquica, ficam condenadas à inscrição corporal. É neste corpo, transformado em um registro vivo, que serão inscritos afetos, emoções, representações da história do sujeito, do seu tempo e também da sua dor. CORPO E ENVELHECIMENTO
• Das academias de ginástica e dança que proliferam, dos
anabolizantes que são consumidos como balas, das lojinhas naturais que prometem saúde perfeita, às inúmeras práticas de trabalhos corporais, o corpo passou a ocupar um novo lugar em nossa sociedade e, conseqüentemente, em nossa estruturação psíquica. Cultivar a beleza, a boa forma e a saúde apontam para uma nova ideologia que se impõe como um verdadeiro estilo de bem viver. Revistas especializadas, de saúde à moda, nos ensinam qual o corpo que se deve ter e desejar – como atingir este ideal e como utilizá-lo da forma mais eficaz. O corpo, assim visto, passou então a ser o SUICÍDIO NA CONTEMPORANEIDADE
• Ao se procurar, o sujeito só pode se achar num único lugar:
no registro simbólico. O suicídio pode ser lido como tentativa radical de fazer liame com a ordem simbólica, como uma busca de reintegração visando solucionar o impasse desse resto não simbolizado que é a vida. Ansermet observa que “o suicida tenta desesperadamente reproduzir com seu corpo o jogo do Fort-Da: salto sem mediação, porém mesmo assim em uma perspectiva de simbolização, como a criança com seu carretel”. Revela também um ponto de suspensão, como na brincadeira do carretel preso a um fio, só que agora é ele próprio que se ejeta para vir a ser. “Passagem do não-ser ao